Apátridas

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ANO LXI | JULHO 2015 | ASSINATURA ANUAL | NACIONAL 7,00¤ | ESTRANGEIRO 9,50¤

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APÁTRIDAS

HÁ 10 MILHÕES DE PESSOAS SEM NACIONALIDADE

MUSEU RECOLHE MENSAGENS PARA O PAPA FRANCISCO Pág. 12 PRESIDENTE AMERICANO Pág. 18 VISITA TERRA DA AVÓ “É POSSÍVEL VIVER COMO JESUS” Pág. 23


CONSOLATA É CHEIA DE GRAÇA, POR DEUS AGRACIADA PARA LEVAR AO MUNDO A CONSOLAÇÃO DE JESUS. CONSOLADOS SÃO OS EVANGELIZADOS, PORQUE AMADOS DE DEUS. CONSOLAR É LEVAR A TODA A PARTE A CONSOLAÇÃO DE DEUS SALVADOR. COMO MARIA TORNAMO-NOS SOLIDÁRIOS COM TODOS. SOLIDARIEDADE É O OUTRO NOME DA CONSOLAÇÃO. COMO ELA SOMOS PRESENÇA CONSOLADORA EM SITUAÇÕES DE AFLIÇÃO. POR SEU AMOR COLOCAMOS A NOSSA VIDA AO SERVIÇO DO HOMEM TODO E DE TODOS OS HOMENS. ALLAMANO DEU-NOS MARIA POR MÃE E MODELO. POR ISSO CHAMAMO-NOS MISSIONÁRIOS DA CONSOLATA

NOSSA SENHORA DA CONSOLATA Apoie a formação de JOVENS MISSIONÁRIOS

Funde uma bolsa de estudos. A oferta é de 250EUR e pode ser entregue de uma só vez ou em prestações. Pode dar-lhe o seu próprio nome ou outro que desejar. São-lhes concedidos, entre outros, os seguintes benefícios: fica inscrito no livro de benfeitores dos Missionários da Consolata; participa nas orações e nos méritos apostólicos dos missionários; beneficia de uma missa diária que é celebrada por todos os benfeitores.

MISSIONÁRIOS DA CONSOLATA

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editorial

Crimes contra a humanidade Decorre este ano um centenário geralmente esquecido: o genocídio dos arménios e dos cristãos, iniciado em 24 de abril de 1915: um projeto ignóbil de limpeza étnica nacionalista que se serviu do fanatismo religioso para destruir cruelmente, com massacres e deportações, mais de um milhão e meio de arménios e de cristãos no império otomano. Depois do Holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial, é o acontecimento histórico mais estudado. Mas também muito esquecido. Afirmam que em 1939, nas vésperas da invasão da Polónia, Hitler teria pronunciado a frase seguinte: “Afinal, quem fala hoje do extermínio dos arménios?” É curta a memória dos homens. Serve isto para não esquecermos a barbárie que se desencadeou há bem pouco tempo sobre as minorias religiosas do Médio Oriente, particularmente sobre os cristãos, com a marca do Estado Islâmico (EI). Tragédias brutais e insensatas que o Ocidente facilmente esquece. “Somos perseguidos. Fazei com que não sejamos abandonados”, gritam esses cristãos. Que futuro para eles? É verdade que há um conflito duríssimo nos muçulmanos entre sunitas e xiitas, mas a situação dos cristãos é dramática. Se na sua história bimilenária, sempre suportaram violências, desta vez assiste-se a uma limpeza étnica de regiões inteiras, sem paralelo na história.

decapitações ou deportações, mas que atinge, por incrível que pareça, todo um património cultural da humanidade. Desde o final de fevereiro deste ano, os militantes do EI já destruíram pelo menos cinco monumentos históricos, no norte do Iraque. Alguns eram para a UNESCO património mundial da humanidade. Temos na nossa retina as imagens da destruição de várias estátuas, datadas entre os séculos VII e VIII antes de Cristo, num museu de Mosul, no Iraque. Ainda em fins de fevereiro, também em Mosul, elementos do EI entraram na biblioteca pública da cidade e incendiaram cerca de oito mil livros, entre os quais vários manuscritos que constavam na lista de raridades da UNESCO. Algumas peças foram transportadas em carrinhas para local incerto. Em Nimrud, a 60 quilómetros de Mosul, vestígios arqueológicos da antiga Assíria foram destruídos por bulldozers. Mosul, Aleppo, Nimrud, Hatra e agora também Palmira. São crimes contra a humanidade. O património cultural ou é vandalizado ou é recolhido para financiar o Estado Islâmico. Fontes da ONU afirmam que a venda desses tesouros de arte, juntamente com o petróleo e o dinheiro dos resgates dos raptos são as três principais fontes de financiamento desse “Estado” destruidor e criminoso. Até quando? Darci VILARINHO

O EI, com o apoio inesperado de membros vindos um pouco de todo o mundo, foi “conquistando” territórios a norte da Síria e do Iraque, semeando violência e horror por toda a parte. Violência que não se confina às perdas humanas, às Julho 2015

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sumário Rua Francisco Marto, 52 Apartado 5 2496-908 FÁTIMA Nº7 Ano LXI – JULHO 2015 Tel. 249 539 430 / 249 539 460 Fax 249 539 429 geral@fatimamissionaria.pt redacao@fatimamissionaria.pt assinaturas@fatimamissionaria.pt www.fatimamissionaria.pt FÁTIMA MISSIONÁRIA Registo N.º 104965 Propriedade e Editora Delegação Portuguesa do Instituto Missionário da Consolata Contribuinte Nº 500 985 235 Superior Provincial António Jesus Fernandes Redação Rua Francisco Marto, 52 2496-908 Fátima Impressão Gráfica Almondina, Zona Industrial – Torres Novas Depósito Legal N.º 244/82 Tiragem 24.200 exemplares Diretor Darci Vilarinho Diretor executivo Francisco Pedro Redação Darci Vilarinho, Francisco Pedro, Juliana Batista Colaboração Albino Brás, Álvaro Pacheco, Ângela e Rui, Carlos Camponez, Cláudia Feijão, Elísio Assunção, Leonídio Ferreira, Luís Maurício, Lucília Oliveira, Patrick Silva, Teresa Carvalho; Diamantino Antunes – Moçambique; Tobias Oliveira – Roma Fotografia Lusa, Ana Paula, Elísio Assunção e Arquivo Capa e Contracapa Lusa Ilustração Hugo Lami, H. Mourato e Ricardo Neto Design e composição Happybrands e Ana Paula Ribeiro Administração Cristina Henriques Assinatura Anual Nacional 7,00€; Estrangeiro 9,50€; Apoio à revista 10,00€; Benemérito 25,00€; Avulso 0,90€ Pagamento da assinatura multibanco (ver dados na folha de endereço), transferência bancária nacional (Millenniumbcp) NIB 0033 0000 00101759888 05 transferência bancária internacional IBAN PT50 00 33 0000 00101759888 05 BIC/SWIFT BCOMPTPL cheque ou vale postal (inclui o IVA à taxa legal)

TAREFAS PARA HOJE

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18 OBAMA NO QUÉNIA, UM PRESIDENTE AMERICANO À REDESCOBERTA DA TERRA DOS ANTEPASSADOS 03 EDITORIAL Crimes contra a humanidade 05 PONTO DE VISTA Jovens “perdidos” 06 LEITORES ATENTOS 07 HORIZONTES Ensinar com amor 08 MUNDO MISSIONÁRIO

Cáritas da Argentina contradiz presidente Cristina Kirchner Cinco anos de adoração eucarística contínua na China No mundo um milhão de crianças na prisão com delinquentes Discriminação afeta seis milhões de crianças no México No Nepal só uma mulher em cada 100 sabe ler e escrever Em Marrocos análise ao matrimónio precoce no mundo 10 A MISSÃO HOJE Ano jubilar dos Missionários Vicentinos 11 PERFIL SOLIDÁRIO Estrela com coração de ouro 12 A MISSÃO HOJE Consolata recebe mensagens para o Papa 13 DESTAQUE Suspender a tradição para combater a doença 14 ATUALIDADE Esquecidos pela Pátria 22 MÃOS À OBRA Missionários oferecem cabras a famílias desfavorecidas 23 TESTEMUNHO DE CONSAGRADO “É possível viver como Jesus” 24 GENTE NOVA EM MISSÃO Avós do amor 26 TEMPO JOVEM Ser dom 28 SEMENTES DO REINO Chamados e enviados 30 GESTOS DE PARTILHA 31 VIDA COM VIDA Dar a vida salvando vidas 32 O QUE SE ESCREVE 33 MEGAFONE 34 FÁTIMA INFORMA Avós e netos convidados a rezar juntos


ponto de vista

Jovens “perdidos” Por que aderem tantos europeus aos grupos extremistas que se digladiam no Médio Oriente?

texto ARNALDO DA FONTE*

Há, sobretudo jovens, “perdidos” de si, na sociedade a que pertencemos, que entraram em ruptura total com os valores supremos da tolerância, do respeito pelo Outro, que desprezam a própria vida, alegando, em defesa das suas estranhas devoções a um deus em que dizem acreditar, que a morte é o prémio, e que esse mesmo deus os compensará por tal devoção e “entrega”. Mas matam. É este o intrincado e humanamente absurdo comportamento com que convivemos. A religião, em nome da qual matam, coarcta a liberdade, oprime as consciências, reduz o livre arbítrio, nega os valores que tornam possível a sã conivência entre os povos. A alienação e o dogmatismo são instrumentos ao serviço do totalitarismo religioso. A liberdade que gozam os portadores do estandarte da morte, na sociedade ocidental que os acolhe, facilita-lhes os meios, os movimentos e a propagação de um fanatismo alegadamente religioso, mas sem o respaldo consciente e verdadeiro que só a adesão livre e consciente a uma religião pode permitir.

cruel dilema atravessa a história da humanidade. Ganha-se em conhecimento tecnológico, mas perde-se em humanidade. A ambição suprema continua a ser o poder, não o amor pelo Outro e o respeito pelo dom da Vida. Talvez o instinto de sobrevivência, quando manifestado de forma cega, esteja na origem de todas as lutas entre os homens. Também desta matança cega de que somos vizinhos e vítimas. Não podemos desistir dos caminhos da tolerância e da paz, únicos arneses que poderão proteger-nos de nos tornarmos, todos, assassinos do nosso colectivo destino, e coveiros da nossa memória. A boa-fé e a Esperança são o caminho – multiplicam-nos a Vida. O desespero encurta-a e desvirtua-a. Francisco o disse, recentemente, em Sarajevo. A perseverança e fidelidade aos valores supremos que enformam a sociedade a que pertencemos são o garante de um futuro mais pacífico. * advogado (O autor escreve segundo a anterior norma ortográfica)

A chamada “globalização”, também dos meios de comunicação instantânea – em tempo real – facilita e potencia, sobretudo nas sociedades livres ocidentais, os nefastos intentos de quem persegue e prossegue esta cruel, por desumana, cruzada assassina. Aumentamos o conhecimento tecnológico, mas somos vítimas da degenerescência que o mesmo provoca na cultura humanista e no aprofundamento da busca de respostas que só a elevada consciencialização da natureza humana pode propiciar. Este Julho 2015

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leitores atentos

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Vejo na FÁTIMA MISSIONÁRIA muitos apelos à solidariedade e apoio de causas humanas. Fico contente por esta vossa abertura, mas uma amiga minha é do parecer que a Igreja deveria ocupar-se mais dos católicos que andam um pouco desorientados. Que dizeis a isso? Andreia Silva – Porto

Vou tentar esclarecer. A sua amiga não tem razão. A melhor maneira de não se ficar desorientado é viver o Evangelho e a doutrina social da Igreja. O modo melhor de vivermos o nosso cristianismo é ocupar-nos dos outros com amor e respeito. Foi assim que nos ensinou Jesus. A raiz da nossa solidariedade está no Evangelho. Ele identificou-se com os pobres e os mais pequenos, isto é, os mais frágeis da sociedade. Que a sua amiga leia o capítulo 25 de São Mateus e verá que tenho razão. Negar a solidariedade para com os mais pobres é rejeitar o próprio Cristo. Aliás, ninguém vai a Deus diretamente, mas sempre através dos outros. Dizer que amamos a Deus sem amar os irmãos é uma mentira. Quem o diz é São João,

Reflexões que ajudam Digna de se ler Lamento só agora cumprir o meu dever de renovar a assinatura, mas tenho estado doente e tenho o meu marido que me ocupa muito tempo e me preocupa o seu estado de saúde. Mas eu sei que Deus está no controle das nossas vidas e porque é Pai faz o melhor para os seus filhos. Por isso é n’Ele que continuo a confiar, apoiada também nas reflexões da FÁTIMA MISSIONÁRIA. Sou uma assinante que muito aprecia esta revista e pede a Deus as suas maiores bênçãos para os seus mentores. Maria de Lourdes

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Amigos missionários, envio um cheque para pagamento da minha assinatura para 2015. O restante é para a contribuição das vossas obras mais necessitadas. Obrigada por todo o vosso trabalho, pois a revista é digna de se ler. Que Deus vos abençoe. Emília

Valor considerável

Peço desculpa, antes de mais, por me atrasar na assinatura da vossa e nossa revista Fátima Missionária. Não tenho palavras para exprimir o valor que

que pergunta: “Como é que tu amas a Deus que não vês, se não amas o teu irmão que vês?” Os verdadeiros cristãos são lutadores por estruturas sociais justas. Depois, a partilha das nossas coisas com os outros é fundamental. Disse alguém e é verdade que “só ficamos com aquilo que partilharmos”. De facto, nada é realmente nosso até o partilharmos. A sua amiga certamente que gosta daquilo que fez a Madre Teresa de Calcutá com os pobres da Índia. Ela dizia: “Amai os pobres e não lhes vireis as costas, pois, quando virais as costas aos pobres, é a Cristo que as virais. Ele próprio se fez faminto, nu e sem-abrigo para que vós e eu tenhamos possibilidade de O amar”. DV

Criámos esta rubrica para si

Se tem dúvidas sobre a missão, a religião ou a Igreja, envie-nos a sua pergunta por correio ou para o endereço electrónico redacao@fatimamissionaria.pt Teremos todo o gosto em responder ela tem para mim. Vejo que há assinantes que, de uma forma mais letrada alguns, outros de maneira mais modesta, se exprimem muito favoravelmente em relação a esta valiosa companheira. Faço minhas todas essas formas de expressão relativas a esta tão rica revista. Que Deus vos ajude na vossa missão, que é muito de louvar. O que vai a mais ponho à vossa disposição para o que for preciso.

Pedro Faria


horizontes

sabia, mas limitava-se a sentir “aquela dor” por não poder fazê-lo. Se Deus lhe desse uma inteligência maior… Parece que Deus estava à escuta da sua prece: é que aquela senhora professora disse que ensinou crianças que até ali não conseguiam aprender a ler. Usando um método que ela desenvolveu e que chamava de “ensinar a ler com amor”, em um mês as crianças já sabiam ler frases. Esquecida da sua vergonha, levantou-se e perguntou: – Senhora professora, com esse seu método, um adulto “sem cabeça para a escola” consegue aprender a ler? – A professora percebeu a que adulto Gorete se referia. Por isso, com toda a autoridade de quem sabe o que diz, respondeu: – Se esse adulto quiser muito, e se tiver um professor que saiba ajudá-lo, não tenho dúvidas que consegue!

ensinar com amor

texto TERESA CARVALHO ilustração HUGO LAMI O rosto de Gorete fala das amarguras de uma vida dura. As suas recordações têm peso de tristeza. Mas sonha, o que lhe dá coragem para não desistir. Um dos sonhos que a fazem sorrir, é imaginar-se a ler. Deseja ler desde que em pequenina entrou na escola, e foi forçada a abandoná-la uma semana depois para ajudar a cuidar

dos irmãos. Como desejava ter continuado na escola e poder usar lápis, cadernos, livros… – mas de certeza que não aprenderia – pensava, por vezes. Sempre lhe disseram: “a Gorete não tem cabeça para a escola”. Às vezes, às escondidas, entra numa livraria e folheia os livros. Finge que lê, só para sentir um cheiro que não esquece, de há 35 anos, no seu primeiro dia de escola. Um dia Gorete foi à reunião de pais da escola da sua filha. Uma professora foi convidada a falar da importância de ajudar os filhos nos trabalhos escolares. Isso, já Gorete

No final da conferência, dirigiu-se à professora Mariana. Ela acolheu-a com um olhar tão terno que Gorete ganhou confiança para fazer um pedido atrevido. – Senhora professora, eu não sei ler. Aceita-me como sua aluna? – Porque quer aprender a ler? Quis saber a professora. – Quero ler histórias ao meu filho, quero ler o jornal, o que está à minha volta, quero participar das coisas e tenho vergonha de estar sempre a perguntar. O brilho de esperança misturou-se com o brilho de lágrimas que fugiam ao seu controle. – Pois será para mim um prazer imenso podermos descobrir juntas a sua forma especial de aprender a ler. Naquela sala de aula já vazia, nasceu uma aliança entre ambas que iluminou uma vida inteira. E foi uma aliança abençoada: dois meses depois, Gorete entrava no mundo encantado das letras e das palavras. Era tal a felicidade e a nova atitude de Gorete que a professora Mariana não resistiu: formou uma turma de adultos “sem cabeça para a escola” e ofereceu-lhes o seu tempo e o seu saber. Julho 2015

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mundo missionário texto E. AssunçãO fotos LUSA

Cinco anos de adoração eucarística contínua na China Durante cinco anos, 24 sobre 24 horas, sem interrupção, os fiéis da paróquia Corpus Domini, de Liao Ning, na China, mantêm a adoração eucarística permanente. Com esta devoção, pretendem fortificar a sua fé e encontrar a força necessária para se dedicarem à evangelização. Deus “fez sentir as abundantes graças de Cristo sobre nós”, afirmou o pároco. “Estou certo que se transformará em frutos missionários ainda mais abundantes”.

No mundo um milhão de crianças na prisão com delinquentes Cáritas da Argentina contradiz presidente Cristina Kirchner “Estamos preocupados com os novos pobres”, afirma o presidente da Cáritas da Argentina e bispo de Santo Isidro, Óscar Quintana, em resposta à Presidente Cristina Kirchner. O número de pobres no país, segundo a Presidente, não chegaria aos cinco por cento e os desalojados seriam menos de um por cento. Estas polémicas declarações suscitaram diversas reações. Na discussão sobre o número de pobres, “corre-se o risco de manipular a realidade; e a realidade é mais importante que a ideia, como diz o Papa Francisco”, explicou o presidente da Cáritas. “Não temos indicadores exatos, pois a Cáritas não faz sondagens. Nós procuramos estar próximos da nossa realidade. O que é mais importante é estar próximo dos pobres”. E acrescenta: “Estamos 8

muito preocupados com as novas pobrezas, que têm a ver com a toxicodependência, o tráfico de seres humanos e a violência. Em Buenos Aires há jovens que devem enfrentar a exclusão social, o desemprego, a pouca instrução, graves problemas familiares”. O fenómeno da venda e consumo da droga na Argentina atingiu níveis alarmantes e a Igreja tem-se empenhado em combatê-lo. Mais de 26 por cento das crianças até aos quatro anos, o que representa 10 por cento da população total, vive mergulhada na pobreza. Meio milhão de famílias é vítima do abuso do álcool e de outras dependências graves.

São mais de um milhão em todo o mundo. Meninos, meninas e jovens sobrevivem em prisões, encerrados em celas comuns, muitas vezes misturados com delinquentes adultos, alimentando-se apenas com uma taça de chá sem açúcar e um pouco de arroz. Além das condições miseráveis em que vivem, são vítimas de abusos sexuais de toda a ordem. A maior parte das crianças não têm precedentes criminais, sendo acusadas de pequenos crimes. Por exemplo, na Serra Leoa, dormir na rua é considerado um crime. Muitos meninos e meninas são tratados como delinquentes, quando apenas precisariam de uma pequena ajuda e assistência social. Prender uma criança é uma prática corrente em muitos países. No Quénia, por exemplo, estão presas cerca de duas mil crianças por não terem casa nem trabalho; outras porque não têm tutela familiar, nem eira nem beira. Em países como Serra Leoa, Filipinas, El Salvador, Índia ou Brasil o trabalho missionário incide sobre esta faixa etária, designadamente através da instrução.


Diz-me com quem andas...

Discriminação afeta seis milhões de crianças no México Mais de seis milhões de crianças mexicanas, dos três aos sete anos, sobre 40 milhões, não frequentam a escola. Os menores são discriminados com base na idade, são obrigados a viver em casa, marginalizados dos seus coetâneos, forçados a trabalhar e sujeitos a punições que são justificadas como instrumentos de educação, segundo um estudo recente do Conselho Nacional da Prevenção

da Discriminação (CONAPRED). Cerca de 16 por cento das crianças falam apenas a língua indígena, desconhecendo o espanhol. As línguas mais difusas são o náhuatl, maya e as línguas mixteche. Para o CONAPRED não é possível mudar a mentalidade senão através de uma instrução e educação total. O direito à não discriminação é fundamental para garantir uma educação integral e o respeito pelos direitos humanos. No México apenas 23,5 por cento se declara disposto a ter em casa uma pessoa portadora de deficiência.

No Nepal só uma mulher em cada 100 sabe ler e escrever

Em Marrocos análise ao matrimónio precoce no mundo

É considerada a segunda etnia mais desfavorecida do Nepal, tendo em conta indicadores como a dimensão da população, a alfabetização, tipo de habitação, posse de terra cultivável e acesso ao ensino secundário. A comunidade Chepang regista 75 por cento de analfabetismo e só um por cento das mulheres sabe ler e escrever. Com 50 mil pessoas, quase 90 por cento vive abaixo do nível de pobreza. Recorde-se que um Chepang ganha em média apenas cerca de 56 euros/ano, contra os 1.200 euros por pessoa no Nepal.

Pobreza, ignorância e medo provocam um fenómeno crescente: anualmente mais de 15 milhões de meninas são envolvidas num matrimónio precoce no mundo. Um fórum de 450 organizações de 70 países, realizado em Marrocos, denunciou este escândalo. Dez por cento das mulheres de todo o mundo casaram antes dos 18 anos. O fenómeno desenvolve-se nos países em vias de desenvolvimento, onde uma menina em cada três casa antes dos 18 anos e uma em cada nove antes dos 15.

O Papa Francisco ainda nos não desvendou o seu plano de férias para este verão, mas creio que permanecerá aqui em Roma donde fogem os romanos. O nosso verão é quente e abafado e por isso os Papas costumam transferir-se para Castel Gandolfo junto ao lago Albano, a 25 quilómetros daqui. Creio porém que este Papa, tendo escolhido para si o nome do pobrezinho de Assis, renunciará a Castel Gandolfo, embora saibamos que nos dois anos do seu pontificado houve ocasiões em que ele não hesitou em sair do Vaticano para acorrer onde maior era a dor. Menciono algumas dessas ocasiões como seja a sua ida à ilha de Lampedusa junto à qual centenas de refugiados tinham morrido afogados em julho de 2013, ou a visita em junho de 2014 a Cassano na Calábria, onde uma criança de três anos tinha sido morta e queimada junto com os seus avós às mãos duma máfia criminosa. Há apenas um mês, a 6 de junho, teve lugar a sua visita a Sarajevo, cenário duma recente guerra racial e religiosa cujas feridas ainda hoje sangram. Lá reza o ditado: diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és. Que este verão nos proporcione também a nós uma maior vizinhança a quem sofre ou se sente esquecido!

Tobias Oliveira, missionário da Consolata português em Roma

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a missão hoje

ANO JUBILAR DOS MISSIONÁRIOS VICENTINOS

evangelização mais encarnada nos valores culturais, antropológicos, linguísticos e religiosos nativos. Alguns publicaram subsídios para isso: Armando Ribeiro, Miguel de Lemos, Germano Grachane.

texto LUCIANO FERREIRA foto DR Magude, capital do Inkomati, foi o centro de irradiação nos primeiros 25 anos, dando origem a nove sedes de missão, 14 paróquias e três seminários diocesanos. O de Magude foi o primeiro a abrir, em 1941.

Com a guerra civil (1976-92), surgiu imenso sofrimento. Como recorda monsenhor Mabuiangue, “naquela altura, era difícil permanecer na esperança… Era a fé e o sentido de fidelidade à Igreja que nos mantinha”. Neste sentido, a I Assembleia Nacional de Pastoral (Beira, 1977) optou “ por uma Igreja ministerial, de base e de comunhão, inserida nas realidades humanas e fermento da sociedade”. Os Vicentinos tornaram-se promotores desta eclesiologia pastoral.

A Congregação da Missão está a celebrar 75 anos de presença em Moçambique. Os sete primeiros vicentinos chegaram, a 21 de junho de 1940, para ajudar a lançar as bases da implantação da Igreja, assentes nos próprios moçambicanos

Nesses anos, 51 Padres e 11 Irmãos trabalharam na formação do clero, na evangelização do mundo rural e no serviço dos pobres. Como escreveu monsenhor Mabuiangue, do clero de Maputo, “ficamos a beneficiar de tudo aquilo que nos fez crescer numa linha humana, cristã e sacerdotal, para além da plêiade de leigos convictos, exemplares e apostólicos, seriamente apanhados por Jesus Cristo”. Em 1965, formaram uma vice-província, com 46 membros; sentiam a urgência de candidatos moçambicanos pois, até então, absorvidos nos seminários diocesanos, tinham apenas o atual bispo de Nacala, Germano Grachane. Procuravam uma

Após a independência, as medidas de nacionalização das missões e dos seminários trouxeram perturbação, mas igualmente um renascimento enraizado no “pequeno resto” das comunidades e animadores leigos que aguentavam o fogo do Evangelho, e nos pastores que, corajosamente, davam a cara. Entre estes, vários padres e bispos formados com os Vicentinos.

Os 13 missionários que se mantinham ficaram no meio do povo mais desamparado. “Quem não se recordará daquele pequeno resto que ficou depois da independência, desafiando as agruras da revolução... e ainda os 16 anos de guerra fratricida?”, lembra monsenhor Mabuiangue. Entretanto, com a chegada de alguns reforços, iniciaram, em 1985, a formação de membros da Congregação da Missão. Após o estabelecimento da

Após a independência, as medidas de nacionalização das missões e dos seminários trouxeram perturbação, mas igualmente um renascimento enraizado no “pequeno resto” das comunidades e animadores leigos que aguentavam o fogo do Evangelho, e nos pastores que, corajosamente, davam a cara. Entre estes, vários padres e bispos formados com os Vicentinos Bênção e inauguração da residência missionária e noviciado, no Monte Chirrundzo, no ano 2000

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perfil solidário

paz (1992), assumiram novos campos de missão: em Nacala, Chongoene e Mavúdzi-Ponte (Tete). Por todo o lado, vivem a inquietação de Jesus, ao olhar as multidões “quais ovelhas sem pastor”. Alimentam o sonho missionário de chegar ao maior número na força da oração, na doação aos pobres, na entreajuda internacional e no enraizamento do carisma. Espera-se dos vicentinos moçambicanos formados e em formação uma influência crescente nas respostas às “periferias existenciais” que os rodeiam, unindo forças com os enviados de fora. As duas ordenações previstas para 2015 reforçam esta esperança.

Estrela com coração de ouro Nomeada embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População, em 2000, Catarina Furtado, 42 anos, atriz e apresentadora de televisão, tornou-se na primeira mulher portuguesa a ser declarada embaixadora da ONU. No exercício deste cargo, não remunerado, tem efetuado vários trabalhos de proximidade em diferentes países, nas áreas da saúde, incluindo a sexual e reprodutiva, igualdade de género, violência sobre as mulheres, mutilação genital feminina e planeamento familiar. O contacto com as realidades mais duras destes povos inspirou-a a fundar, em Portugal, em 2012, a Corações com Coroa, uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo promover a solidariedade e a inclusão sócio-afetiva das pessoas em situação de vulnerabilidade, risco e pobreza. Quando lhe perguntaram numa entrevista o que faz uma embaixadora da ONU, respondeu: “É a porta-voz de quem não tem voz. Não é fazer caridade. É criar estruturas e projetos que sejam auto-sustentados e que se prolonguem na vida. É partir para o terreno de países mais desfavorecidos e usar a força mediática para denunciar determinadas realidades e condições desumanas, em particular no que diz respeito às mulheres e às crianças”. FP

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a missão hoje

Adelaide Maia e David Magalhães foram os primeiros a deixar uma mensagem ao Papa

Consolata recebe mensagens para o Papa

O museu dos Missionários da Consolata, em Fátima, instalou telas de linho para que os visitantes possam dedicar umas palavras ao Papa. As mensagens recolhidas vão dar origem a uma “imensa toalha” para oferecer ao Santo Padre texto JULIANA BATISTA foto ANA PAULA Escrever uma mensagem para o Papa Francisco, é agora algo bastante simples e acessível em Fátima. Basta visitar o Consolata Museu e no final pegar numa caneta e deixar um pedido, agradecimento, felicitação ou desejo numa das três telas de linho que estão instaladas na capela daquele espaço. As palavras para o Santo Padre podem ser escritas até maio de 2017, altura em que lhe serão entregues no âmbito da sua

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visita a Fátima, por ocasião das comemorações do centenário das aparições. Os vários panos de linho com as mensagens para Francisco, preenchidos durante este período, serão agrupados para construir uma “imensa toalha”, símbolo do “encontro à mesa”, lê-se num cartaz colocado junto às telas. O espaço escolhido pelos Missionários da Consolata para esta iniciativa não é um acaso. “A capela é o ponto mais baixo e mais alto do edifício”, representando a união entre a “humanidade e a divindade”, justificou António Fernandes, Superior Provincial dos Missionários da Consolata em Portugal, na apresentação da iniciativa. No dia do lançamento do projeto, a 10 de junho, foram muitas as palavras deixadas por pessoas de todas as idades. Nas mensagens, os visitantes pedem a “bênção do Papa para todos os jovens” agradecem o seu “testemunho de fé, amor e exemplo para a humanidade”, e mostram que voltaram a “acreditar nos padres e missionários”. Adelaide Maia, 68 anos, e o seu marido David Magalhães, 72,

Visitar o museu é também contribuir para “projetos nos sectores da educação, saúde e evangelização que os missionários desenvolvem pelo mundo”. Desta forma, os visitantes “estão a fazer parte da missão dos Missionários da Consolata e a tornarem-se também missionários” residentes em Vila Meã, Amarante, foram os primeiros a escrever uma mensagem ao Pontífice, que tanto admiram devido à “forma como age em prol dos mais desfavorecidos”. Em declarações à FÁTIMA MISSIONÁRIA, o padre António Fernandes realçou que visitar o museu é também contribuir para “projetos nos sectores da educação, saúde e evangelização que os missionários desenvolvem pelo mundo”. Desta forma, os visitantes “estão a fazer parte da missão dos Missionários da Consolata e a tornarem-se também missionários”, acrescentou.


destaque Ébola causa mais de 11 mil vítimas Universidade de Berlim, Hansjörg

Suspender a tradição para combater a doença texto CARLOS CAMPONEZ foto LUSA A epidemia de Ébola, que atingiu a África Ocidental, revelou que o combate ao vírus não é apenas uma questão de médicos e de política de saúde. Trata-se também de um problema que pode mexer com as tradições, a cultura e a religião dos povos, implicando a alteração de costumes das comunidades e estratégias sólidas de comunicação pública. Até ao momento, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 11 mil pessoas morreram e 26 mil foram afetadas pelo vírus do Ébola. No passado mês de maio, a OMS declarou o fim do Ébola na Libéria, após terem decorrido 42 dias sem que se registasse mais nenhum caso da doença. No entanto, na Serra Leoa e na Guiné Conacri voltaram a registar-se novos focos da doença, após um período em que ela dava sinais de diminuir. As tradições e culturas da região, nomeadamente as relacionadas com os rituais funerários, foram consideradas uma das razões para a rápida progressão da doença, aliadas às reduzidas infraestruturas médicas e hospitalares e associadas à lenta reação dos países desenvolvidos na ajuda ao combate da doença.

Dilger, citado pela estação alemã de televisão Deutsche Welle. Uma das possibilidades é a das pessoas procurarem respostas fora da medicina, recorrendo às crenças locais, nomeadamente à feitiçaria. Este contexto é propício à proliferação de todo o tipo de boatos locais relativamente ao papel dos agentes médicos, acusados de inventarem a doença com fins ínvios, como o tráfico de órgãos humanos. Uma das situações que as autoridades de saúde tiveram de enfrentar prende-se com a resistência das populações ao tratamento dos cadáveres de vítimas de Ébola. As populações exigiam os corpos das vítimas para procederem aos seus rituais fúnebres, muitos dos quais envolvem o contacto direto com o cadáver, precisamente num momento em que o vírus do Ébola está particularmente ativo. Em Marrocos, numa atitude preventiva à progressão da doença,

o Ministério da Saúde chegou mesmo a pedir, no ano passado, que as autoridades religiosas emitissem um decreto religioso (fatwa) que permitisse contornar a tradição da lavagem dos cadáveres antes do enterro fúnebre, no caso de se tratar de vítimas do vírus do Ébola. Também na Guiné Conacri e na Serra Leoa, vários líderes religiosos estão envolvidos numa campanha de combate e prevenção da doença, tentando usar o contacto privilegiado com as suas comunidades para alertar para o risco do vírus: um envolvimento tanto mais necessário quanto os primeiros alertas dos governos foram desvalorizados pela população, por considerarem que se tratava apenas de um alarmismo gerado com o objetivo de suscitar mais ajuda internacional.

Alterar costumes, credibilizar a comunicação

Quando eclode uma epidemia, rapidamente surge o questionamento sobre a razão de morrerem tantas pessoas, afirma um etnólogo da

A epidemia que atingiu a África Ocidental já provocou a morte a mais de 11 mil pessoas

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atualidade

ApĂĄtridas Dez milhĂľes de pessoas lutam pelo direito Ă nacionalidade

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Esquecidos pela Pátria A apatridia afeta mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. São homens, mulheres e crianças sem nacionalidade, que não têm acesso aos serviços de saúde e educação, estão privados do direito à propriedade ou de se movimentarem livremente entre países texto FRANCISCO PEDRO foto ACNUR e LUSA Olga Khutsishvili, 19 anos, vive com a mãe e o filho na modesta vila de Dzegvi, na Geórgia. Hoje, é uma cidadã georgiana de pleno direito. Mas nem sempre foi assim. Até há poucos meses, fazia parte do grupo de mais de 10 milhões de pessoas que são consideradas apátridas. Era como se não existisse para o Estado. Sem acesso aos documentos de identificação, estava privada também de frequentar a escola ou de aceder aos serviços de saúde. “Não sabia ler nem escrever, e todos se riam de mim. Não consigo pensar nesses anos sem chorar”, contou a jovem à equipa do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). O drama de Olga começou a desenhar-se em 1980, com o casamento dos pais. A mãe, de origem russa, perdeu os documentos e, por isso, nunca conseguiu oficializar o matrimónio, embora o marido fosse um cidadão da Geórgia. Conclusão: quando Olga nasceu, ninguém aceitou passar a certidão de nascimento que provasse a sua nacionalidade, o que a obrigou a aprender a viver sem acesso a muitos dos direitos que a maioria das pessoas têm garantidos. A sua situação tornou-se ainda mais dolorosa em meados de 2013, quando a jovem se confrontou com o mesmo problema dos pais. Arranjou marido, mas sem a possibilidade de tirar uma certidão de casamento, não pode registar o

Durante a última década, as mudanças legislativas e políticas permitiram que mais de quatro milhões de pessoas apátridas adquirissem uma nacionalidade ou mesmo tivessem a sua nacionalidade reconhecida

Olga Khutsishvili só conseguiu o seu primeiro documento de identidade aos 19 anos

A apatridia refere-se à condição de um indivíduo que não é considerado como um nacional por nenhum Estado e ocorre por uma variedade de razões, incluindo a discriminação contra minorias, a falha em incluir todos os residentes do país no corpo de cidadãos quando um Estado se torna independente, e os conflitos de leis entre Estados

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seu bebé, por falta de documentos. O caso de Olga só não se arrastou por várias gerações porque chegou ao conhecimento de uma equipa do ACNUR em trabalho na Geórgia, que a ajudou a reunir documentação e a requerer a cidadania. “Isto significa muito para mim, não sou mais apátrida, posso ir ao médico, levar o meu bebé e desfrutar dos mesmos direitos que qualquer outro cidadão do país”, afirmou a jovem, em janeiro, depois de receber o primeiro documento de identificação da sua vida. A apatridia refere-se à condição de um indivíduo que não é considerado como um nacional por nenhum Estado e ocorre por uma variedade de razões, incluindo a discriminação contra minorias, a falha em incluir todos os residentes do país no corpo de cidadãos quando um Estado se torna independente, e os conflitos de leis entre Estados. Embora não existam números exatos, estima-se que haja mais de 10 milhões de apátridas, em dezenas de países desenvolvidos e em desenvolvimento, em muitos casos devido às políticas discriminatórias. No Médio Oriente, em vários países do Golfo, as populações que ficaram

Portugal na rota dos apátridas A dificuldade em identificar

os apátridas faz com que os últimos dados disponibilizados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) sejam referentes a 2009. Nesta data, Portugal tinha 31 apátridas residentes identificados

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A população núbia, que vive no Quénia, é uma das afetadas pelo problema da apatridia

Em África, parte da população núbia localizada no Quénia não usufrui de direitos de cidadania. E do outro lado do continente, na Costa do Marfim, a falta de clareza na sua posição nacional afeta um grande número de pessoas

pela agência da ONU. Mas neste momento, segundo informações recolhidas junto das autoridades portuguesas, não são conhecidos casos destes em território nacional. Existem várias situações de cidadãos estrangeiros indocumentados, mas que não reúnem os pressupostos para serem considerados apátridas.

à margem dos processos de independência foram privadas de nacionalidade, como aconteceu com os curdos failis, no Iraque, durante o regime de Saddam Hussein. Em África, parte da população núbia localizada no Quénia não usufrui de direitos de cidadania. E do outro lado do continente, na Costa do Marfim, a falta de clareza na sua posição nacional afeta um grande número de pessoas. Na Europa, a dissolução da União Soviética e da Federação Jugoslava nos anos 1990 levou à apatridia nos novos países que surgiram. O problema da sucessão de Estados foi agravado em ambos os casos pela presença de fluxos massivos de deslocados e refugiados. Os esforços para naturalizar essas pessoas e para expedir documentos de nacionalidade estão em progresso, mas a situação ainda não está completamente resolvida, segundo informações dos serviços do ACNUR. Nos últimos anos, algumas campanhas na Ásia têm permitido que milhões de pessoas recebam a


alguns países, enquanto noutros, para acabar com ela bastaria mudar algumas palavras nas leis de cidadania. Durante a última década, as mudanças legislativas e políticas permitiram que mais de quatro milhões de pessoas apátridas adquirissem uma nacionalidade ou mesmo tivessem a sua nacionalidade reconhecida. Porém, apesar de todos estes esforços continua a nascer um bebé sem nacionalidade a cada dez minutos, em todo o mundo. A agência das Nações Unidas para os refugiados iniciou o ano passado uma campanha para erradicar a apatridia e acabar com o limbo jurídico em que vivem milhões de pessoas que não têm nacionalidade reconhecida por nenhum país e vivem sem garantias de seus direitos humanos. sua nacionalidade no Bangladesh e no Nepal, mas apesar do Nepal ter alcançado em 2007 a maior redução de apatridia a nível mundial, a nação Himalaia ainda abriga cerca de 800 mil pessoas cuja nacionalidade não é confirmada.

Campanha internacional

Dada a seriedade deste problema, em 1954 a ONU adotou a Convenção Sobre o Estatuto dos Apátridas. Mais tarde, em 1961, foi publicada a Convenção para Redução dos Casos de Apatridia, acordos que o ACNUR, liderado pelo ex-primeiro-ministro português, António Guterres, tem tentado levar os Estados a ratificar e implementar, tendo em conta que a apatridia pode ser evitada através da legislação de nacionalidade adequada ou de procedimentos como o registo de nascimento universal. Mas, até hoje, apenas 75 países são signatários da Convenção de 1954, e só 37 assinaram a Convenção de 1961. Este cenário comprova que certas questões relacionadas com a apatridia permanecem politicamente controversas em

Lançada no âmbito das comemorações do 60º aniversário da Convenção de 1954, a iniciativa #Ibelong (Eu pertenço, na tradução livre para português) pretende envolver não só os agentes políticos, mas também a socidedade civil, pois um dos objetivos é reunir 10 milhões de assinaturas numa espécie de “carta aberta” que servirá para demonstrar o apoio popular ao fim da apatridia. Nesta missiva, António Guterres explica que “ser apátrida significa ter uma vida sem acesso à educação e a serviços de saúde, e mesmo sem um trabalho legalmente reconhecido. É uma vida sem a possibilidade de transitar livremente, sem perspetivas ou esperança”. “A apatridia é desumana e nós acreditamos que é hora de acabar com essa injustiça”, conclui o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

Nos últimos anos, algumas campanhas na Ásia têm permitido que milhões de pessoas recebam a sua nacionalidade no Bangladesh e no Nepal, mas apesar do Nepal ter alcançado em 2007 a maior redução de apatridia a nível mundial, a nação Himalaia ainda abriga cerca de 800 mil pessoas cuja nacionalidade não é confirmada

Um caso passado aO drama filmevivido pelos apátridas

raramente tem destaque nas primeiras páginas dos jornais, mas, em 2004, chegou aos écrãs das salas de cinema de todo o mundo, num filme dirigido por Steven Spielberg, que se presume ter sido inspirado numa história real. Em “Terminal de Aeroporto”, Tom Hanks veste a pele de Viktor Navorski, um cidadão da fictícia Krakozhia, que viaja de avião para a cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, quando se dá uma revolução no seu país. O golpe de Estado fez com que o seu passaporte perdesse a validade, deixando-o retido nove meses no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, por não poder regressar ao seu país nem ter autorização para entrar em território norte-americano.

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dossier

expectativa Riscos de possĂ­vel atentado terrorista nĂŁo retiram entusiasmo em torno da visita

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Obama no Quénia, um presidente americano à redescoberta da terra dos antepassados

Esteve três vezes no país antes de ser Presidente, sempre para abraçar a avó Sara. Depois, já na Casa Branca, foi por três vezes à África subsariana, mas nunca ao país do pai. Agora, finalmente, Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos da América, fará uma visita de Estado ao Quénia e o entusiasmo é geral, mesmo que alguns falem dos custos e da ameaça terrorista texto LEONÍDIO PAULO FERREIRA* foto LUSA de Felix Kiprono, um advogado O jornal ‘Star’ levantou há dias de Nairóbi que, segundo o jornal a questão do elevado custo da operação de segurança para receber ‘The Nairobian’, ofereceu 50 vacas (e mais uma centena de ovelhas e Barack Obama, e também dos cabras) para casar com Malia, de riscos de ataque terrorista por 16 anos, a mais velha das filhas de parte do grupo Al-Shabab, mas Obama. para a esmagadora maioria dos 45 milhões de quenianos a visita do A pouco mais de um ano do final Presidente americano será ocasião do seu segundo e último mandato, de festa. Afinal, não só o líder do Obama visita finalmente a terra mais poderoso país do mundo vai dos antepassados como Presidente. estar em Nairóbi no final de julho como ainda por cima é alguém com Antes de vencer as presidenciais de 2008 tinha ido já três vezes ao raízes africanas, pois o pai era um Quénia, sempre para um encontro queniano que foi estudar para o Havai onde acabaria por casar com em Kogelo, perto do Lago Vitória, com a avó Sara, na verdade a a americana Ann Dunham. única mulher sobrevivente do Entre os mais entusiasmados com a avô paterno muçulmano mas que visita estão o Presidente do Quénia, sempre o tratou como neto. A primeira vez foi em 1988, quando Uhuru Kenyatta, desejoso de um estudava Direito em Harvard, a forte sinal de reconhecimento segunda em 1992, para apresentar internacional, e a avó de Obama, a noiva Michelle, e a terceira em Sara, que apesar dos 90 anos se mantém saudável e ainda há meses 2006, quando já era senador pelo fez a peregrinação a Meca, surgindo Illinois. ansiosa agora por voltar a abraçar o Da ida de estreia ao Quénia, há famoso neto. Mas há também um quase três décadas, Obama deixou terceiro queniano que não esconde um testemunho emotivo no livro a felicidade pela próxima visita ‘Dreams From My Father’. do Presidente americano: trata-se Julho 2015

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“Pela primeira vez na vida senti o conforto, a firmeza da identidade que um nome pode dar, como pode conter toda uma história nas memórias das outras pessoas, de forma a que acenem com a cabeça e digam ‘ah, é filho de fulano de tal’. Ninguém aqui no Quénia vai perguntar como se soletra o meu nome”, escreveu o agora Presidente, que os inimigos nos Estados Unidos da América (EUA) insistem em dizer que nasceu fora do país, logo seria inelegível, e que pratica o Islão às escondidas, pois essa era a religião do avô, de etnia luo. Nascido no Havai em 1961, Obama pouco lidou com o pai, também chamado Barack Obama, pois este divorciou-se de Ann Dunham e quando o filho tinha dois anos foi para a outra ponta dos EUA estudar Economia em Harvard. Ambos só se voltaram a ver quando a criança tinha dez anos, durante umas férias de final de ano que Obama pai fez no Havai. De início, pai e filho não se sentiram confortáveis um com o outro, mas houve um momento mágico que os aproximou: a professora primária de Obama em Honolulu convidou o pai a falar sobre o Quénia e a aula

As seis visitas de Obama à África Subsariana 1988 Quénia, como estudante de Harvard, foi conhecer a avó Sara.

1992 Quénia, como jovem advogado, foi apresentar a noiva, Michelle. 2006 Quénia, como senador do Illinois, voltou a encontrar a família. 20

toda aplaudiu, deixando o miúdo orgulhoso, além de fascinado com o que ouviu sobre o país africano, então recém-independente da colonização britânica. Antes de partir, Obama pai ofereceu ao filho uma bola de basquetebol, mas também dois discos de música tradicional queniana, como que a querer alimentar uma curiosidade pela terra dos antepassados.

2009 Gana, como Presidente dos EUA, em visita oficial. 2013 Senegal, Tanzânia e África do Sul, como Presidente, em visita oficial. 2013 África do Sul, como

Presidente, para assistir ao funeral de Nelson Mandela.

Alto funcionário do governo queniano, e bolseiro nos EUA alguns anos, Obama pai voltou ao Quénia e falou ainda várias vezes ao telefone com o filho, até que morreu num acidente de automóvel em 1982. Quem telefonou a dar a notícia trágica foi a tia Jane, um dos muitos familiares que o Presidente Obama tem no Quénia, pois vivem lá pelo menos mais três irmãos, Auma, Roy e George, todos nascidos de um primeiro casamento realizado ainda antes da aventura americana do pai. Há também mais dois meio-irmãos, que a avó Sara diz não serem verdadeiros. E de um casamento com outra americana, ainda existe um meio-irmão pelo lado paterno criado no Quénia, Mark, hoje a viver na China. Não têm sido os riscos de terrorismo a manter Obama longe do Quénia nestes sete anos que leva já como Presidente dos EUA, o primeiro negro no cargo em mais de dois séculos. O problema tem sido a violência política interna no país, sobretudo no rescaldo das eleições de 2007, com Kenyatta, filho do pai da independência


TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Obama visita Nairóbi pela primeira vez enquanto Presidente dos Estados Unidos da América

queniana, a ter estado na mira da justiça internacional. Mas agora a estabilidade parece ter-se imposto, mesmo com a ameaça das milícias somalis que acusam o Quénia de invasão, e não só Obama pode visitar o país dos antepassados, como os EUA dão um sinal de apoio a um dos seus mais sólidos aliados na África Oriental. Um primeiro sinal de que os problemas estavam ultrapassados foi Kenyatta ter sido recebido na Casa Branca. Como Presidente, Obama esteve já quatro vezes em África, uma delas no Egito, as restantes na África subsariana. Em 2009, visitou o Gana, depois em 2013 esteve no Senegal, na Tanzânia e na África do Sul. Em finais de 2013 voltou à África do Sul para o funeral de Nelson Mandela. Agora é uma conferência sobre empreendedorismo o motivo oficial da visita, mas o facto de levar a mulher e as filhas Malia e Sasha (ambas muito jovens e nenhuma interessada em ofertas de casamento, diga-se) mostra o quanto especial é o voltar a pisar a terra do pai. Não se sabe se irá a Kogelo, mas a avó Sara declarou ao

jornal ‘The Nation’ estar “feliz por ele visitar agora o Quénia. É uma vitória para todos nós”. Orador de excelência, espera-se que Obama deixe palavras históricas em Nairóbi. No livro sobre o pai testemunhou como naquela lição aos miúdos do Havai “ele contou-nos da luta do Quénia para ser livre. Como os britânicos queriam ficar e injustamente continuaram a governar o povo, como fizeram na América; como muitos tinham sido escravizados só por causa da cor da pele, como também aconteceu na América; mas que os quenianos, tal como todos nós na sala, ambicionavam ser livres”. Hoje, os quenianos estão ansiosos pelos discursos de Obama.

Os inimigos de Barack Obama na América acusam-no de ter nascido no Quénia, o que impossibilitaria ter sido candidato presidencial, e de ser um criptomuçulmano. O Presidente costuma brincar com estas teorias da conspiração, vindas da direita ultraconservadora e racista, e até já se cansou de mostrar a certidão de nascimento no Havai, onde surgem os nomes do pai, Barack Hussein Obama tal como ele, imigrante queniano, e da mãe, Ann Dunham, uma branca do Kansas. Sobre a religião, é sabido que a família frequenta uma igreja protestante em Washington e na última Páscoa foi à missa numa igreja batista em Alexandria, na Virginia. A relação do Presidente americano com o Islão, que é de respeito e está no nome, vem do avô queniano, que foi cozinheiro do exército colonial britânico e se converteu. Por isso a avó Sara faz a peregrinação a Meca, como aconteceu este ano. Além disso, entre os seis e os dez anos, Obama viveu na Indonésia, o mais populoso dos países muçulmanos, pois a mãe, uma antropóloga, casou em segundas núpcias com um indonésio, Lolo Soetoro, o pai da sua meia-irmã Maya. Mas o mais curioso é que outro meio-irmão de Obama, Mark, filho do pai com uma outra americana, é judeu.

* jornalista do DN

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mãos à obra

Missionários oferecem cabras a famílias desfavorecidas A entrega de vários caprinos a comunidades isoladas pela seca e pelas estradas intransitáveis, no estado de Bahia, no Brasil, evitou que muitas das crianças entrassem no dramático caminho da desnutrição texto FRANCISCO PEDRO foto DR A região de Monte Santo, situada a mais de 300 quilómetros da cidade de Salvador, a capital do estado de Bahia, está localizada no chamado polígono da seca. É uma zona semiárida, onde a agricultura não dá grandes resultados e a criação de animais se apresenta como uma das poucas opções disponíveis para a população local garantir a ingestão nutricional adequada. Em particular o leite, que permite afastar o risco de desnutrição das crianças mais novas. Se a isto se juntar o mau estado das estradas, por vezes intransitáveis, a falta de infraestruturas públicas, a elevada taxa de analfabetismo e a excessiva dependência do apoio do governo às famílias mais pobres, não será difícil de depreender a alegria com que as comunidades do

As famílias pobres da região do Monte Santo não escondem a alegria ao receber os primeiros animais

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Desterro de Alto Alegre e Muquém receberam o projeto “Fazenda de cabra em Monte Santo”, promovido pelos Missionários da Consolata, a partir de 2013. Vivia-se então a pior seca dos últimos 50 anos. Os animais tinham morrido e as pessoas eram obrigadas a percorrer longas distâncias, a pé, para encontrar água. Mas logo que surgiram as primeiras chuvas, as famílias de Muquém receberam oito cabras e um bode, e as de Desterro de Alto Alegre ficaram com nove cabras e dois bodes. Tratando-se de agregados familiares em situação de pobreza extrema, foi preciso escolher entre assegurar a subsistência dos animais e a construção de abrigos para os

acolher. Prevaleceu a primeira opção, mas passados dois anos, os currais estão construídos e o projeto, financiado na totalidade pela Cáritas Italiana, tem-se revelado uma “benção” para os moradores. “As famílias apreciaram muito a iniciativa e aceitaram sem dificuldades ceder à paróquia a primeira cabra que nasceu, para ser entregue a outra família”, e assim ajudar a dar continuidade ao programa, contou o padre Stanley Thinwa, coordenador do projeto. A segunda fase deste plano já previa, de resto, a entrega das crias a novas famílias, criando uma rede de solidariedade entre comunidades, e uma produção de leite em quantidade suficiente para vender a uma cooperativa, sendo os lucros investidos em melhoramentos nas infraestruturas locais.


testemunho de consagrado

“É possível viver como Jesus”

procurando fazer-lhes chegar a esperança de Jesus ressuscitado e o entendimento de que a vida cristã atinge o seu sentido pleno no encontro com Deus. FM Em que momento da sua vida religiosa sentiu maior felicidade e qual o que lhe custou mais a ultrapassar? LG Não tenho momentos marcantes nem de muita felicidade nem de muitas dificuldades. Vivo o dia a dia confiada na graça de Deus, com altos e baixos, como qualquer ser humano. Posso dizer que sou feliz! FM Como pede o Papa Francisco, a Igreja está efetivamente mais missionária?

Lucília Gaspar, 52 anos, é natural da Asseiceira, concelho de Tomar. Professou os votos aos 23 anos e é atualmente a Superiora Geral das Servas de Nossa Senhora de Fátima. Entre as várias missões que já desempenhou, destaca-se a presidência da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal texto FRANCISCO PEDRO foto DR FÁTIMA MISSIONÁRIA O que fez despertar a sua vocação? Lucília Gaspar O desejo de dar a minha vida aos outros, no serviço da Igreja; a felicidade de religiosas que conhecia; o contacto, desde

pequena, com a Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, onde sempre fui bem acolhida e progressivamente me senti em família.

LG Por natureza a Igreja é missionária. Recebeu o mandato de Jesus para ir, ensinar e batizar e, por isso, está sempre em missão. Acho que na sua globalidade a Igreja não deixou nunca de ser missionária. Como é de todos conhecido, o envio missionário dos batizados repete-se ao longo da história do cristianismo e muitos cristãos, hoje, continuam a dar a vida em testemunho da fé. Talvez estejamos numa época em que, nomeadamente na Europa e pelas intervenções do Papa Francisco, haja mais sensibilidade à vida em Igreja e que os cristãos possam estar a ‘despertar’ para o acolhimento à responsabilidade que o batismo lhes confere.

FM Onde vai uma consagrada buscar inspiração para evangelizar e devolver a esperança a quem se sente marginalizado ou injustiçado? LG Ao Evangelho! A vida consagrada recebe o chamamento para, primeiramente, ser sinal dos valores do Reino, testemunhando que, no nosso quotidiano, é possível viver como Jesus. Materializa esse chamamento pondo em prática a mensagem das bem-aventuranças e, por isso, em regra está do lado dos mais frágeis, pobres, indigentes, Julho 2015

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gente nova em missão

mês especial E que tal encherem de carinho os vossos avós? Olá amiguinhos! Eis que entramos na segunda metade do ano. E como o tempo passou rapidamente! Parece que ainda ontem começámos o ano letivo e as atividades na catequese, e já tudo terminou. É tempo de férias! Muitos já estão junto dos avós, dos primos e dos amigos; outros anseiam ir ter com a família para passarem bons momentos nesta altura que é de descontração. E este mês há um dia especial para ser comemorado com muita alegria e amor: é o Dia dos Avós! texto Cláudia Feijão ilustrações RICARDO NETO

AVÓS DO AMOR

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É no dia 26 de julho que se celebra o Dia dos Avós. E sabes porque é neste dia e não noutro? Porque é o dia de Santa Ana e São Joaquim, os avós de Jesus. Foi o Papa Paulo VI

que determinou que este dia fosse dedicado a este casal tão especial, que era um exemplo para os demais: eram justos, puros de coração, caridosos, sempre


assíduos à oração. Santa Ana e São Joaquim já eram idosos quando, pela graça de Deus, foram pais de Maria. Deus escolheu-os para serem os avós de Jesus. No Dia dos Avós homenageiam-se e demonstra-se o carinho pelos avós como forma de agradecimento pelo apoio e dedicação que sempre mostram pela família. Os avós, pelas experiências que passaram ao longo da sua vida, são portadores de sabedoria, cultura e valores. Por isso desempenham um papel importante na vida dos netos, pois para além de serem enriquecedores para a sua formação, transmitem afetos através dos mimos e da atenção que dedicam aos netos. Eles são verdadeiras riquezas que dão significado ao amor e valor à família. Por isso, temos de dar muito carinho, amor e atenção aos avós, não esbanjar o tempo (por vezes pouco) que temos com eles, e aprender tudo o que nos têm para ensinar.

símbolo de experiência e sabedoria, e por isso é respeitado e ocupa um lugar de destaque, a sociedade dos dias de hoje parece esquecer a sua inestimável importância. Muitos avós vivem na solidão, abandonados pelos filhos e pelos netos. Outros tantos são ignorados, são considerados um estorvo para a família pois, ao que parece, falta tempo para lhes dar a atenção e os cuidados necessários. Amiguinhos, celebrar o Dia dos Avós é celebrar o amor, a vida e a experiência. Procurem celebrar este dia (e todos os outros dias do ano) como forma de retribuir tudo o que os avós vos dão e ensinam. Afinal, como diz a sabedoria popular, os avós são pais duas vezes.

MOMENTO DE ORAÇÃO

Jesus, tal como amaste os teus avós, ajuda-me a amar cada vez mais os meus, a compreendê-los e obedecer-lhes quando me pedem algo que julgo não fazer sentido, a ajudá-los quando precisam de mim, a agradecer-lhes por tomarem conta de mim, a saber guardar no meu coração tudo o que me ensinam, e permite que eu possa gozar da sua companhia. Jesus, faz com que todos os avós vivam felizes na companhia dos seus familiares e tenham forças para ultrapassar as dificuldades que por vezes surgem nas suas vidas. Pai-Nosso… Avé Maria …

Apesar deste contributo imprescindível para o bem-estar da família, e ao contrário das culturas africanas que veem no idoso o Julho 2015

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tempo jovem

SER DOM

texto Álvaro PAcheco foto DR Todo o ser humano, independentemente da sua localização geográfica, da sua etnia e cultura, da sua religião, credo ou filiação política, tem o mesmo objetivo na vida: ser feliz. Sabemos que os caminhos para a felicidade dependem de vários fatores, mas o que é certo é que todos sem exceção a procuramos alcançar. Como cristãos, a nossa procura da felicidade está intimamente ligada a um homem que marcou profundamente a história da humanidade, em especial a de cada um de nós: Jesus Cristo. Recordando a história dos que o seguiram de mais perto, tendo em conta que também eles procuravam a sua felicidade, vemos que foi difícil para eles ajustarem os seus conceitos sobre a vida, sobre Deus, sobre as relações com o próximo e com a felicidade ao modo de pensar e atuar de Jesus. Mas sabemos bem que não foram eles os únicos a terem dificuldade em assimilar o modo de estar na vida que Jesus lhes propunha diariamente. De facto, também nós sentimos, ocasionalmente, dificuldades

maiores ou menores em fazer os ajustes necessários ao modelo de felicidade que Ele nos propõe. Um dos elementos fundamentais deste modelo está no facto de que para Jesus a prioridade da vida está na relação que se estabelece com Deus através do próximo. Ou seja, não podemos chegar a Deus sem chegar ao próximo e vice-versa. Como tal, a felicidade pessoal está diretamente relacionada com Deus e com o próximo. A forma como nos dedicamos aos outros define a forma como nos relacionamos com Deus. Foi neste contexto que os discípulos e todos os que seguiam e acreditavam em Jesus tiveram que ajustar as suas ideias e ideais a este novo modelo de ser pessoa e filho ou filha de Deus amor.

outros. Foi graças a alguns deles que decidi oferecer a minha a Deus como religioso e missionário. Ser missionário é uma forma de estar na vida, é uma forma de alcançar e viver a felicidade, é um dom que Deus oferece a quem o aceita e é um convite a ser-se dom para outros. Creio que este último aspeto é o mais importante de todos, porque se eu não for um dom para outros, posso ser e ter tudo na vida, mas de nada me serve. Claro, isto é válido para todas as formas de estarmos na vida, porque não devemos viver só para nós, mas sim para e em função dos outros.

Olhando para trás, vejo que tive muitas oportunidades de receber muitos dons e de ser, na medida das minhas capacidades, dom para Enquanto vamos avançando na outros. Dado que vivi numa cultura vida, damo-nos conta do quão completamente diferente da nossa, difícil é colocar este modelo que Jesus representa no centro da nossa esta dinâmica do dar e receber, do lista de prioridades e preocupações. ser e do ter foi uma experiência que me enriqueceu a todos os níveis. Sabemos que Ele foi e continua Daí sentir que na vida o desafio a ser um dom, um convite e um maior é precisamente o de ser dom desafio para muitos, incluindo para outros, tendo como base as cada um de nós. Pessoalmente, pessoas que Deus vai colocando na encontrei em vários missionários minha vida e as experiências que gente que não só ajustou a sua vou acumulando ao longo dos anos. vida ao modelo de Jesus, como o testemunharam e ofereceram como Ser dom: eis o grande desafio proposta de vida e de felicidade a dos nossos tempos. Por outras palavras, ser construtor do Reino, colaborador de Jesus na realização do seu projeto de amor. Tudo o Ser dom: eis o grande desafio dos nossos tempos. Por outras palavras, ser construtor do Reino, colaborador de Jesus na realização que destrói o outro, que aprisiona o outro, que condena o outro, do seu projeto de amor. Tudo o que destrói o outro, que aprisiona o que explora o outro, que diminui outro, que condena o outro, que explora o outro, que diminui o outro o outro a uma coisa ou objeto a uma coisa ou objeto contradiz os valores que Jesus promoveu e contradiz os valores que Jesus praticou. O mundo precisa de jovens que os assumam de forma mais promoveu e praticou. O mundo direta e radical, tornando-se imagem e realização do grande dom que precisa de jovens que os assumam de forma mais direta e radical, é Jesus. Quem sabe se tu não és um deles? tornando-se imagem e realização do grande dom que é Jesus. Quem sabe se tu não és um deles?

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Todo o ser humano, independentemente da sua localização geográfica, da sua etnia e cultura, da sua religião, credo ou filiação política, tem o mesmo objetivo na vida: ser feliz

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sementes do reino

Chamados e enviados

texto PATRICK SILVA foto ANA PAULA Acompanharam o Mestre por algum tempo. Agora são lançados por Ele nas primeiras provas da missão. Antes de partirem, os doze recebem de Jesus as instruções fundamentais que os devem guiar no seu apostolado.

Leio a Palavra Mc 6,7-13

A gente de Nazaré ficara atónita com o ensinamento de Jesus. O facto, porém, de conhecerem as suas origens, torna-se um empecilho a acolherem o seu ensinamento, ao ponto de Jesus ficar maravilhado com a falta de fé da sua gente. Apesar disso, Jesus não se bloqueia e chama os doze discípulos para os enviar em missão. Dois a dois partem para uma missão, que São Marcos apresenta de uma forma bastante mais genérica do que os outros evangelistas: devem apelar à conversão de vida e fazer uso de alguns prodígios. Todos os evangelistas concordam com o facto de que a missão tem como

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ponto de partida Jesus; é sempre ele quem toma a iniciativa.

Saboreio a Palavra

A missão dos doze é a de lutar contra tudo aquilo que aprisiona e impede de experimentar a verdadeira vida, a verdadeira felicidade. Esta missão não é fundada nos instrumentos (nas coisas), mas é uma missão espartana. Os missionários devem ser livres de tudo, pois a sua força está em Deus que os acompanha. Na missão, os discípulos, quando acolhidos numa casa, devem permanecer nela e não ir de casa em casa à procura daquilo que é cómodo ou de interesses pessoais.

Rezo a Palavra

Senhor nosso Deus, faz com que os discípulos de hoje não escolham os caminhos fáceis da popularidade e da glória pessoal, mas que caminhem pelas estradas dos

Senhor nosso Deus, faz com que os discípulos de hoje não escolham os caminhos fáceis da popularidade e da glória pessoal, mas que caminhem pelas estradas dos pobres e dos flagelados da terra, para que saibam reconhecer no rosto destes o rosto do Mestre

pobres e dos flagelados da terra, para que saibam reconhecer no rosto destes o rosto do Mestre.

Vivo a Palavra

Hoje todos procuram o máximo da eficiência; Jesus não assume esse critério para a missão; de facto, escolhe enviar os seus discípulos dois a dois, em vez de os enviar individualmente, reduzindo assim os possíveis locais da missão. Além disso, a verdadeira eficiência para Jesus está no testemunho que estes dois devem dar. A tentação de fazer tudo sozinho é grande, mas a missão requer a comunidade, o mundo requer o testemunho de comunidades que sabem ser o sal e a luz da terra. A missão não tem início no entusiasmo pessoal, ou por “manias” de grandiosidade, mas começa quando Jesus entende que os doze são capazes de falar com base naquilo que escutaram e assimilaram. A missão é a consequência de um caminho com o Mestre. O discípulo enviado em missão não pode cair na tentação de tornar-se o protagonista. O verdadeiro protagonista é Jesus. Neste caminho, a oposição será sempre uma realidade; o missionário deve denunciar a oportunidade perdida e seguir em frente.


intenção pela evangelização

A palavra faz-se missão JULHO 514º Domingo Comum Também há férias para Jesus e os apóstolos. Para repensar caminhos Ez 2, 2-5; 2 Cor 12, 7-10; Mc 6, 1-6 Desprezado na sua terra O fracasso dá fecundidade ao terreno do nosso apostolado. As perseguições e a rejeição são a moeda de troca dos apóstolos e profetas. São o selo de garantia da autenticidade do caminho que estamos a percorrer. Foi assim para Cristo e será assim para nós. Nem São Paulo podia ficar isento: “Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou fraco, então é que sou forte”. Ajuda-me, Senhor, a entender o valor de cada dor e contratempo que passa pela minha vida.

12 15º Domingo Comum

Am 7, 12-15; Ef 1, 3-14; Mc 6, 7-13 Deus chama para enviar “Chamou a si os doze apóstolos e começou a mandá-los em missão”: uma espécie de ensaio para a missão definitiva. Quando Deus chama é para enviar. Consagrar-se a Cristo é aderir ao seu chamamento: eis-me aqui, podes enviar-me! Com amor gratuito nos chamou para uma missão que nos ultrapassa. Somos instrumentos desproporcionados para a grandeza da missão. Consola-nos saber que a nossa pregação não se baseia “sobre a sabedoria dos homens, mas sobre o poder de Deus” (1 Cor 2, 4-5). Obrigado, Senhor, porque nos escolheste e chamaste para sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na tua presença.

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16º Domingo Comum Jer 23, 1-6; Ef 2, 13-18; Mc 6, 30-34 Descansai um pouco “Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco”.

percorridos. Para avaliar êxitos e fracassos. Para descansar e retemperar forças. Para renovar a comunhão. Para acertar objetivos. Não é fuga nem alienação. É para cuidar melhor das pessoas que sempre acorrerão. É para estarmos mais perto daqueles a quem somos enviados. Ensina-me, Senhor, a descansar contigo. Para ouvir, no silêncio, a tua voz, para repensar o meu caminho, sintonizando a minha vida com a tua.

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2 Re 4, 42-44; Ef 4, 1-6; Jo 6, 1-15 Com o pouco que temos Para saciar uma multidão Jesus não partiu do nada. Precisou daqueles cinco pães de cevada – o pão dos pobres – para matar a fome dos cinco mil. É suficiente o pouco que temos – essa pequena porção de amor e compaixão, esse minuto posto à disposição, essa pequena medida de generosidade – para derrotar as fomes do nosso mundo. Colocado nas mãos do Senhor, esse “pouco” sairá multiplicado. Senhor, que o meu pouco repartido com amor sacie a fome de quem tem menos do que eu. DV

A fim de que os cristãos na América Latina, diante das desigualdades sociais, possam dar testemunho de amor pelos pobres e contribuir para uma sociedade mais fraterna

Opção pelos pobres A opção pelos pobres é o caminho escolhido pela Igreja no desejo missionário de chegar às franjas mais necessitadas das populações. Na América Latina, na África, na Ásia e também na Europa. Dar testemunho de amor pelos pobres é o melhor contributo para uma sociedade mais humana e mais fraterna. No nosso mundo, os pobres e marginalizados existem ainda em números alarmantes. As estatísticas estão ao alcance de todos. Mas uma coisa é o estudo das estatísticas, outra é sentir o drama de centenas de pessoas que diariamente batem à porta, implorando um pouco de farinha, arroz ou leite para matar a fome da criança que não tem que comer. A erradicação da pobreza constrói-se todos os dias. “Quero uma Igreja pobre, para os pobres”, declarou o Papa Francisco no início do seu pontificado. E afirmou mais tarde que a opção pelos pobres faz parte da tradição da Igreja, e tem a sua origem documentada “nos primeiros séculos do cristianismo”. “A atenção pelos pobres está no Evangelho, não é uma invenção do comunismo”, disse Francisco, sustentando que “sem uma solução para os problemas dos pobres, não resolveremos os problemas do mundo”. DV

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gestos de partilha

EM TAIZÉ no meio da multidão

Por ocasião dos 75 anos da Comunidade Ecuménica e centenário do nascimento do Irmão Roger, fundador da comunidade

14 a 24

agosto 2015

INSCRIÇÕES http://consolatajovem.blogspot.pt (Inscrições até 14 de julho) INFORMAÇÕES Padre Jorge Amaro 910 785 256 | geonauta@gmail.com Padre João Batista 915 724 193 | joaobatistaimc@gmail.com

consolata

um abraço entre a fé e a vida

APOIE OS NOSSOS PROJETOS E AJUDE-NOS A CONCRETIZÁ-LOS CRIANÇAS IRÃ Adelaide Carvalho 20,00€. Total geral = 17.680,70€. OFERTAS VÁRIAS Marcelina Carneiro 43,00€; Joaquim Curado 43,00€; Armindo Coelho 43,00€; Alice Fernandes 93,00€; Agostinho Gameiro 93,00€; Elvira Martins 53,00€; Carolina Cabral 30,00€; José Júnior 93,00€; Helena Cruz 50,50€; Liete Cruz 43,00€; Amália Policarpo 93,00€; Maria Teixeira 93,00€; José Palinhos 43,00€; Sílvia Lopes 43,00€; Maria Brincheiro 28,00€; Esperança Ferreira 33,00€; Assinantes que pertencem à lista de Alice Pais (Moita – Anadia) 71,00€; Rosa Valinhos 163,00€; Conceição Pinto 29,00€; António Guerra 43,00€; António Mendes 43,00€; Lisete Sousa 36,00€; Artur Pais 1.000,00€; Anónimo 50,00€; António Martins 55,00€; António Silva 193,00€; Olívia Monteiro 30,00€; Anónimo 118,00€; Margarida Silva 73,00€; José Silva 61,00€; Arminda Vasconcelos 36,00€; António Silva 150,00€; António Gomes 243,00€; Ana Silva 43,00€; Anónimo 143,00€; Amélia Moreira 43,00€; Anónimo (Ourém) 300,00€; Céu Crespo 66,00€; Isabel Crespo 43,00€; Joana Barreiros 100,00€; Maria Mechernane 50,50€; Olinda Araújo 43,00€

Contactos Pode enviar a sua oferta para a conta solidária dos MISSIONÁRIOS DA CONSOLATA: NIB 0033.0000.45365333548.05 IBAN: PT50.0033.0000.45365333548.05 SWIFT/BIC: BCOMPTPL ou para uma das seguintes moradas: Rua Francisco Marto, 52 | Apartado 5 | 2496-908 FÁTIMA | Telefone 249 539 430 | fatima@consolata.pt Rua D.ª Maria Faria, 138 | Apartado 2009 | 4429-909 ÁGUAS SANTAS MAIA | Telefone 229 732 047 | aguasantas@consolata.pt Rua Cap. Santiago de Carvalho, 9 | 1800-048 LISBOA | Telefone 218 512 356 | lisboa@consolata.pt Quinta do Castelo | 2735-206 CACÉM | Telefone 214 260 279 | cacem@consolata.pt Rua da Marginal, 138 | 4700-713 PALMEIRA BRAGA | Telefone 253 691 307 | braga@consolata.pt Rua Padre João Antunes de Carvalho, 1 | 3090-431 ALQUEIDÃO | Telefone 233 942 210 alqueidao@consolata.pt Rua Estrada do Zambujal, 66 - 3º D | Bairro Zambujal | 2610-192 AMADORA | Telefone 214 710 029 | zambujal@consolata.pt Alameda São Marcos, 19 – 7º A e B |2735-010 AGUALVA-CACÉM |Telefone 214 265 414 |saomarcos@consolata.pt

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vida com vida

que com dificuldade conseguia esconder. Tinha uma predileção especial por Maria. Amava-a loucamente e recitava-lhe poesias com ousadia fremente. No mês de maio, antes da sua ordenação, escrevia-lhe em tom de carta de amor: “Quando chegará finalmente aquele esplêndido dia, cheio de sol e sorridente de primavera, perfumado das flores que medram nos jardins reais, aquele dia de júbilo e felicidade eterna quando, adorada Mãe Virgem Maria, poderei apertar-te sofregamente nos meus braços e por ti ser abraçado ao teu seio puríssimo!” Três anos mais tarde, partiu um dia da casa-seminário para passar algumas horas de lazer com os seus seminaristas na praia de São Mauro, no mar Adriático. Alegria esfusiante. De repente, três dos seus rapazes começaram a ser chupados por correntes submarinas, gritando desesperadamente por socorro. O padre Sironi lançou-se ao mar e conseguiu roubar à morte dois moços e trazê-los para a praia. Voltou para ir buscar o terceiro, agarrando-o tenazmente. Já perto da terra, exausto pelo esforço, foi ele próprio chupado pelas correntes, enquanto o rapaz era salvo pelos outros. Do padre Sironi chegou depois à praia o seu corpo sem vida.

Padre João Sironi

Dar a vida salvando vidas

texto AVENTINO OLIVEIRA ilustração HUGO LAMI Quando pensamos na vida missionária, vêm-nos à mente os pioneiros da pregação do Evangelho que partem para florestas desconhecidas em terras distantes à procura de seres humanos para

fazer deles amigos de Cristo, entre dificuldades e aventuras excitantes. O nosso padre Sironi nunca partiu para terras longínquas. Nasceu no norte da Itália em 15 de dezembro de 1913, dia de Santa Cristina. Entrou para os Missionários da Consolata e foi ordenado sacerdote no dia 29 de junho de 1937. Dali foi para a casa-seminário de Gambettola, Itália, encarregado da formação de jovens seminaristas.

O funeral foi um triunfo, os jornais abundaram em louvores. Dizia um: “Corajoso jovem levita, culto, ativo. Com ânsia esperava ser enviado para as missões longínquas…” Dissera Cristo: “Ninguém tem mais amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos”. Das correntes marítimas voou o trovador da Virgem para os braços d’Aquela que amorosamente o esperava. E agora, quem sabe lá que poemas não anda ele a recitar lá nos céus em louvor da sua amada!

Belo de aspeto, morava no seu coração um tsunami de amor Julho 2015

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o que se escreve Ser Igreja, Ser na Igreja Feliz porque acreditaste Do ser comunhão ao agir vocacional Cânticos marianos

Grupos de Jesus

José Antonio Pagola é um sacerdote jesuíta que se dedica, há muitos anos, quase em exclusividade, ao estudo da pessoa de Jesus. Ao longo de todos estes anos, os seus escritos e as suas conferências têm estimulado a vida cristã de muitos fiéis. Também através da proposta dos Grupos de Jesus cujo objetivo é viver um projeto de conversão individual e grupal a Jesus, através do aprofundamento do Evangelho feito de maneira simples. Estes grupos, através da reflexão sobre vários textos do Evangelho, reúnem-se na convicção de que Jesus responde também hoje às perguntas, aos problemas e às necessidades mais profundas das pessoas. Autor: José Antonio Pagola 360 páginas | preço: 23,50 € Paulus Editora

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Aqui está um verdadeiro trabalho, feito com método e profundidade, sobre os estados de vida na Igreja em perspetiva vocacional. São muitos e variados os ministérios e serviços na Igreja abertos a todos aqueles que se sentem chamados ao serviço da Igreja e da humanidade. O livro parte necessariamente do entendimento da Igreja como comunhão do Povo de Deus, chamada a refletir e a oferecer a comunhão do próprio Deus aos homens, na qual cada um encontra o seu lugar, a sua identidade e missão. Autor: José Miguel Barata Pereira 240 páginas | preço: 14,50 € Paulus Editora

A irmã Maria Amélia Costa é muito conhecida no campo musical religioso. É inegável a qualidade das suas composições. Também nesta coletânea de cânticos marianos que a Editora Paulus em boa hora editou em CD. São cânticos que ajudam a conhecer e imitar Maria para melhor seguir e amar Jesus. São cânticos com uma sonoridade pop-cristão, indicados sobretudo para festas, encontros, Eucaristias participadas por grupos de jovens. Autor: Maria Amélia Costa Coleção: Música Sacra Formato: 14 cm x 13 cm Paulus Editora

Movimento de Cursilhos de Cristandade Ideias Fundamentais

Só avança quem descansa A sabedoria do tempo

Este livro é fruto de um trabalho exaustivo de quase sete anos em busca das origens do MCC. Enfrentando novos desafios, sendo vanguarda de novos tempos, mantendo método e carisma, dando corpo ao mesmo tempo à mudança, o texto incentiva cada um a encaixar a “Alegria do Evangelho” na sua vida. Não sendo uma bíblia, deve, porém, ser lido tendo em conta os 70 anos do Movimento, a história da Igreja e o contexto atual. É indispensável para quem ama a Igreja através dos Cursilhos de Cristandade. Autor: Organismo Mundial dos Cursilhos de Cristandade 200 páginas | preço: 7,50 € Paulus Editora

Vasco Pinto de Magalhães é autor de várias publicações de grande relevo. Esta vai já na 5ª edição. “Descansar não deveria ser uma opção vital? Viemos a este mundo para trabalhar ou para descansar? O nosso objetivo devia ser trabalhar para estar cada vez mais descansados, mais equilibrados, mais saudáveis, mais em Deus”. É um livro que pode ajudar a saborear umas boas férias. Autor: Vasco Pinto de Magalhães 94 páginas | preço: 9,50 € Edições Tenacitas


megafone por Albino Brás

fácil a indiferença “Édomais que a compreensão da diferença ” Guilherme d’Oliveira Martins presidente do Centro Nacional de Cultura na 11.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, Fátima, 29.05.2015

que amar ‘Só não comete erros quem nada faz’ ‘aHá vida, e não Joseph Conrad escritor inglês

‘ ‘

Rir é a melhor maneira de levar a vida a sério

Monty Pithon grupo de comediantes inglês

apenas a nossa

Emilio Lledó Filósofo e ensaista espanhol, El Mundo

O desejo morre automaticamente quando se alcança: morre ao satisfazer-se. O amor, pelo contrário, é um eterno insatisfeito

José Ortega y Gasset filósofo espanhol

Rodrigo Machaz hoteleiro, Prós e Contras, RTP, 15-6-2015

Os homens raramente aprendem aquilo que julgam já saber

Barbara Ward economista, jornalista e escritora inglesa

De todos os conhecimentos possíveis, o mais sábio e útil é conhecer-se a si mesmo

William Shakespeare poeta, dramaturgo e ator inglês

O turismo é a indústria da hospitalidade. E a hospitalidade parte de todos

Se queres ser sábio, aprende a questionar razoavelmente, a ouvir com atenção, a responder com serenidade e a calar quando não tenhas nada para dizer Johann Kaspar Lavater filósofo e teólogo suíço

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fátima informa

Santuário propõe um dia de oração, reflexão e convívio, para ser vivido em família

Avós e netos convidados a rezar juntos

Muitos avós e alguns netos de vários pontos do país são esperados no Santuário de Fátima para as comemorações associadas ao Dia dos Avós. Para celebrar esta data, foi preparado um programa especial texto JULIANA BATISTA foto SANTUÁRIO DE FÁTIMA dos anos anteriores, que contempla O Dia dos Avós é comemorado no próximo dia 26 de julho (domingo), momentos de celebração, oração e reflexão. data em que a Igreja celebra a festa litúrgica de São Joaquim e Santa As várias atividades agendadas são Ana, pais de Nossa Senhora, avós abertas à participação de todos os de Jesus. Para celebrar este dia, o avós e netos, e são gratuitas. Assim, Santuário de Fátima preparou um às 10h00 terá início a recitação do programa especial, à semelhança

Férias com música

As Oficinas Musicais Criativas, organizadas pelo Santuário de Fátima para as crianças, vão proporcionar aos participantes experiências nas áreas da música, teatro, dança e pintura de 5 a 12 de julho.

Oração para crianças

Momentos de celebração, oração e catequese vão marcar mais uma edição da iniciativa “Um dia com as crianças”. O encontro terá lugar no 34

Santuário de Fátima, no próximo dia 18 de julho, a partir das 10h00.

Comunicação na liturgia

O 41.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica realiza-se em Fátima de 27 a 31 de julho. Esta edição será dedicada à temática da comunicação na liturgia, o que abrange as transmissões radiofónicas e televisivas, os meios técnicos e instrumentos de comunicação.

terço, na Capelinha das Aparições. Segue-se a missa internacional, que vai decorrer no Altar do Recinto, a partir das 11h00. Para o período da tarde está agendado um “Encontro com os avós”, com início marcado para as 15h00. As cerimónias contam todos os anos com a participação de muitas famílias de várias regiões do país. Alguns avós, grande parte acompanhados pelos filhos e pelos netos, deslocam-se propositadamente para participar nesta celebração religiosa.

Julho em agenda 04/05 Peregrinação da Família Espiritana

25 Peregrinação da Família Comboniana


Peregrinação

TEL AVIV TibErÍaDEs CAFARNAUM Tabor CESAREIA HAIFA SÃO JOÃO DE ACRE NazarÉ CANÁ JERUSALÉM Belém Ein KareN Ein Karem

COM OS MISSIONÁRIOS DA CONSOLATA

Acompanhada pelo Padre António Fernandes

21 a 28

novembro 2015

mais informações

917 513 575


A NOSSA NAVE É SÓ UMA Aos povos da nova Europa que a desejam ordeira, pacífica, sã, fraterna, uma Europa verdadeira, dizemos:

A nossa nave é só uma. Cuidado, queridos irmãos, é hora de ponderar, é hora de dar as mãos, para que o homem de amanhã não tenha de lamentar as consequências horríveis de um egoísmo sem par. E desejamos, com sentimento profundo, que Paz, Amor e Justiça seja o lema desta Europa difundido em todo o mundo. Alice Chagas


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