Revista Circuito das Compras Ed. 2

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CIRCUITO DAS COMPRAS

www.apecc.com.br

Fevereiro 2019 - Edição 2

BAIRRO DA LIBERDADE

Região recebe até 20 mil turistas aos fins de semana

COMÉRCIO LEGAL Operação da prefeitura visa conter a ação de ambulantes

PÁSCOA AS COMPRAS JÁ COMEÇARAM

SANTA IFIGÊNIA

Gamers e youtubers movimentam mercado de acessórios

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Presidente Ademir Antônio de Moraes Presidente Executivo Gustavo Dedivitis Conselho Diretivo Thomas Law Diretora Financeira Ana Law

OS BLOCOS NA RUA A nossa grande metrópole, inovando cada vez mais, colocou seus blocos na rua. Além do seu tradicional desfile de carnaval no sambódromo, agora os blocos carnavalescos de bairros voltaram a desfilar para valer, com as famílias participando da folia e se divertindo na avenida. O carnaval de rua de São Paulo deste ano atraiu turistas de outras cidades e estados, tanto para participar da folia como para comprar adereços e fantasias, movimentando a economia do nosso grande centro comercial. Contando com a participação fundamental da APECC, lojistas e órgãos públicos, todos somando suas forças para, cada vez mais, colocar a cidade de São Paulo no calendário das grandes festas nacionais, atraindo um número cada vez maior de turistas. Agora, os lojistas do Circuito das Compras movimentam suas energias para oferecer o que há de melhor aos clientes que buscam produtos para as comemorações da Páscoa. Obrigado a todos os empreendedores e gestores públicos pelo envolvimento com o maior circuito das compras da América Latina.

Projeto Gráfico Camila Cossermelli Rua Treze de Maio, 650 Bela Vista - CEP: 01327-000 - São Paulo/SP WWW.APECC.COM.BR E-mail: contato@apecc.com.br Tel.: (0XX11) 3148-0299

Av. Liberdade nº 65 – Conjunto 1.201 Liberdade • São Paulo/SP CEP: 01503-000 (11) 3101-0400 www.ceooagro.com.br redacao@agrocom.com.br Editor Executivo Denis Deli (MTB: 57030/SP) Consultor Jurídico Eli Alves da Silva Redação Camila Cechinel Evanildo da Silveira Luiz Voltolini Val Rodrigues Circulação Joel Fernandes Marco Gouveia Revisão Adriana Bonone Diagramação Marcos R. Sousa Fotos Luiz Voltolini Marcela Masucci Marcos Sousa Shutterstock Impressão e Acabamento:

Ademir Antônio de Moraes Presidente

Tiragem: 20 mil exemplares Distribuição gratuita Reproduzir o conteúdo total ou parcial da revista em qualquer plataforma (digital ou física) é proibido por lei. O direito autoral é protegido por lei específica (lei nº 9.610/98) e sua violação constitui crime. Respondendo judicialmente o violador.

Os artigos assinados nesta edição são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não expressam necessariamente a opinião deste veículo.


NESTA EDIÇÃO 06 SANTA IFIGÊNIA

NEGÓCIO EM JOGO Gamers, youtubers e crianças sustentam as vendas na região

10 TURISMO

BAIRRO DA LIBERDADE Mais de 20 mil turistas aos fins de semana

14 25 DE MARÇO

PÁSCOA Compras já começaram

18 GASTRONOMIA

SABORES DE NÁPOLES Bacalhau Napolitano e Cookies de gotas de chocolate para sobremesa

20 BOM RETIRO

TURISMO DE COMPRAS Lançamentos impulsionam as vendas

24 DESTAQUE – PARI

VESTUÁRIO E CALÇADOS Bairro se destaca pela segurança e conforto ao fazer compras

28 BRÁS

OPERAÇÃO COMÉRCIO LEGAL Iniciativa da prefeitura visa conter ação dos ambulantes


USO PRIORITÁRIO

USO RESTRITO FUNDOS ESCUROS

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RITO UR TON

USO RESTRITO ÍCONE BRANCO

SANTA IFIGÊNIA Por Evanildo da Silveira

NEGÓCIO EM

JOGO

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Gamers, youtubers e crianças sustentam a venda de equipamentos e acessórios na região

tradicional comércio de produtos eletroeletrônicos do bairro da Santa Ifigênia, que engloba a rua de mesmo nome e adjacências na região central da capital paulista, não ficou imune à crise política e econômica que o país atravessa. No conjunto, o faturamento das lojas locais caiu até 50% em 2018, em relação aos resultados de 2017, dependendo do setor ou tipo de produto. O que evitou que o desempenho fosse ainda pior foram os games e os produtos desenvolvidos para eles, cujas vendas são influenciadas por alguns campeonatos disputados pela internet. Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Santa Ifigênia, Joseph Riachi, um dos setores com a maior queda em 2018 foi o de equipamentos de som profissional, com redução de 50% nas vendas. Depois vem o de energia, com 40%; informática (excluindo os games) de

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30% a 35%; elétrico com 30%; e segurança, que registrou queda de 20%. “A área que teve a menor queda foi a de games e de produtos de informática voltados para eles, que foi de 10% a 15%”, diz. “Em parte, isso pode ser atribuído às crianças e aos adolescentes, que fazem os pais comprarem os equipamentos nos seus aniversários ou fim de ano”. A realização de campeonatos de games é outro fator que ajudou a evitar uma queda maior no desempenho do segmento. “A vida virtual dos usuários e esses campeonatos pela internet impactam no comércio daqui”, diz Riachi. “Quando alguém quer comprar um computador para jogos, o primeiro lugar que pensa é na região da Santa Ifigênia”. É o que acontece com a loja Naja, que comercializa computadores e acessórios comuns, também para games. “Hoje é uma profissão ser jogador”, diz seu gerente, Arnaldo Müller.

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“As indústrias desenvolvem hardwares e até cadeiras especiais, tendo este público como alvo”. De acordo com ele, o setor está crescendo muito e as vendas se destacam, principalmente, pelo valor maior dos equipamentos. “Uma placa de vídeo de alta qualidade para jogos, por exemplo, custa de R$ 7 mil a R$ 9 mil”, explica. “Um computador, por sua vez, pode custar de R$ 30 mil a R$ 40 mil, dependendo do modelo”. Mas os compradores não são apenas os jogadores profissionais. De acordo com Müller, há muitas crianças que querem iniciar no mundo dos games e levam os pais até as lojas para comprarem equipamentos. “Hoje, 50% das nossas vendas são feitas por solicitação das crianças”, conta. “Elas chegam à loja com uma lista completa dos acessórios que desejam e o os pais compram exatamente aquilo que elas indicam”.


Cadeiras especiais

Esperança

Entre os equipamentos mais comercializados estão: placa de vídeo, fones de ouvido, teclado mecânico - que tem uma procura grande - e mouses. “Também oferecemos cadeiras gamers, ou seja, especiais, para dar conforto a quem fica muito tempo sentado à frente do computador. Elas custam a partir de R$ 820,00”, conta. “São produtos destinados ao público gamer, que, calculando por baixo, é responsável por 50% de nossas vendas. O preço de uma máquina específica para games é o equivalente ao de duas ou três das que são usadas por empresas e escritórios, setor que responde pelos outros 50% do nosso resultado”.

Segundo Riachi, a esperança do setor é que os resultados de 2019 sejam melhores do que os do ano passado, mas isso ainda não começou a ocorrer. “Começamos a perceber que as pessoas estão ficando mais confiantes em fazer negócios, estão ‘abrindo a mão’, como a gente diz, para fazer compras. Estamos jogando com a esperança da melhora”. Para Riachi, nada impede que o Brasil volte a crescer, porque é um país consumidor. “Também contamos com um nível de emprego um pouco maior a partir deste ano”, diz. “Num primeiro momento, esperamos voltar ao equilíbrio, ao nível de venda anterior ao da queda do ano passado, recuperar o terreno perdido. Isso começará a ser sentido no final do primeiro semestre e começo do segundo”. Segundo Arnaldo Müller, gerente da Naja, esse mercado de equipamentos e acessórios para jogos começou a crescer há, mais ou menos, dois anos e está mais forte do que nunca. “Tivemos um crescimento de 15% a 20% em 2018”, revela. “Agora, com a troca de governo, a expectativa é de ampliação. Esperamos aumentar os negócios em 30% em 2019”. No caso da GRX, apesar da subida das vendas por causa do jogo Fortnite, o faturamento da loja se manteve estável em 2018 em relação a 2017. Para 2019, Souza não fala em números, mas espera que os resultados sejam maiores do que os do ano passado. “Sempre esperamos que um dia seja melhor que o outro”, finaliza.

Influência dos youtubers Os campeonatos de jogos pela internet também são responsáveis por boa parte do faturamento da GRX Informática. “Eles impactam positivamente em nossas vendas”, revela o gerente da loja, Rodrigo Fernando Correa de Souza. “O que ajuda bastante os bons resultados é a divulgação dos jogos pela internet. Os youtubers divulgam bastante os games, fazem testes e propaganda das empresas desenvolvedoras. Eles também impulsionam a comercialização de cadeiras”. Assim como Müller, Souza atribui uma grande importância às crianças nesse comércio. “Elas têm youtubers como ídolos, que são influenciadores digitais”, explica. “Isso impacta nas vendas. Os fãs querem fazer o que seus ídolos sugerem.” Entre os equipamentos e acessórios mais procurados na GRX estão os PC Gamers (computadores para jogos), placa de vídeo, teclado mecânico e mouse óptico. Segundo Souza, o modelo de computador que o cliente quer depende do jogo. “Há games que demandam uma máquina simples, outros, uma mediana e alguns, uma de alto desempenho”, diz. “Esses computadores para jogos são encontrados na região da Santa Ifigênia a partir de R$ 2.500,00 e representam 80% das vendas”. A Tecnomult, empresa do próprio

Riachi, também sente a influência das crianças apreciadoras de games e dos youtubers que os divulgam em seus canais. “Hoje, pelo menos 80% do nosso faturamento está relacionado aos jogos”, conta o gerente da loja, Júlio César Zamforlin. “Nosso segmento é voltado para eles. Comercializamos máquinas e acessórios, além de cadeiras especiais”. Embora não tenha números, Zamforlin comenta que houve uma queda grande das vendas em 2018, mas que a partir de dezembro a loja começou a sentir um movimento de recuperação.

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RITO UR TON

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TURISMO

por Camila Cechinel

LIBERDADE RECEBE ATÉ 20 MIL TURISTAS AOS FINS DE SEMANA

Localizado na região central de São Paulo, bairro tem programação variada, que vai da gastronomia oriental às lojinhas icônicas

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onhecido historicamente como o território com a maior concentração de orientais do Brasil, o bairro da Liberdade, na região central de São Paulo, recebe cerca de 20 mil visitas durante os fins de semana. Além de possuir uma gastronomia bastante atrativa, com comidas típicas do Japão, China, Coreia e Tailândia, e uma grande área de compras, a Feira de Arte, Artesanato e Cultura da Liberdade (Feira da Liberdade) é o grande atrativo local. Com mais de 200 barracas, ela é realizada a céu aberto desde 1974, e muitos dos comerciantes dependem financeiramente da exposição para sobreviverem. Rosa Yamashita é a artesã mais antiga da Feira da Liberdade. Com 91 anos de idade, há quase 50 ganha a vida participando do evento todos os sábados e domingos. Ela, que começou revendendo bijuterias, hoje comercializa aventais com estampas orientais, panos de prato e toalhas de cozinha. A japonesa, conhecida por todos como uma senhora falante e de humor ácido, conta que a feira mudou bastante da década de 70 para cá. “O começo foi difícil porque era como se fôssemos camelôs. A gente colocava nossas coisas no chão ou em tábuas e cavaletes que pegávamos escondido de um restaurante. Consegui licença para trabalhar com facilidade, mas o senhor Misumoto dizia que minhas bijuterias não eram artesanato”.

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LIBERDADE ALÉM DA FEIRA

Tsuyoshi Misumoto foi o primeiro presidente da Associação dos Lojistas da Liberdade e surgiu dele a ideia de transformar o bairro em um ambiente oriental. A feirinha passou a ser organizada com barracas de comida típica e trabalhos manuais que divulgassem a cultura japonesa. Naquela época, apesar de as comunidades orientais estarem acostumadas com feiras abertas e com comidas de rua, no Brasil ainda ninguém saía de casa para comer nas calçadas. “De 1975 até 1980, a coisa foi feia por aqui. Tinha dia que as vendas não compensavam nem as despesas com combustível e a gente tinha que trazer dinheiro de casa para comer”, relata o artesão Nelson Hadan, que herdou o negócio da família e comercializa bonsais de diversas espécies, dentro e fora da feira, com entregas em lojas de São Paulo. O presidente da Associação dos Expositores da Feira da Praça da Liberdade, Tsuguo Kondo, que vende yakisoba na exposição, menciona que, somente a partir do momento em que a Feira passou a fazer parte do calendário turístico de São Paulo, o movimento começou a melhorar, chegando aos níveis de hoje. Segundo ele, houve um processo

evolutivo de público e a população, no geral, passou a ser mais receptiva à cultura oriental. “Recebemos um fluxo de 10 mil a 20 mil pessoas aos fins de semana. Muitos deles são estrangeiros que vêm para passear e conhecer a feira, mas grande parte são os próprios paulistas, que encontram uma espécie de lazer aqui”, diz. “A feira é de relevância ímpar para os artesãos, pois é fonte de renda para a maioria deles”, relata. Kondo explica que, desde que a feira foi instaurada, a regra para os comerciantes é vender produtos diferentes, para que não haja concorrência e o evento fique cada vez mais atrativo. Nos casos em que os artesãos trabalham no mesmo segmento, como plantas, por exemplo, as barracas ficam longe umas das outras. “Não existe disputa aqui. A concorrência mais forte é mais com os estabelecimentos da região, que, motivados com o movimento da feira, ficam abertos aos fins de semana. Os restaurantes oferecem pratos por preços camaradas, com conforto e ar-condicionado”, conta. “Mas tudo depende do que o freguês procura: se ele vem para comer na Feira da Liberdade, é isso que ele vai fazer”.

De acordo com Daniel Takaki, jornalista e editor do Jornal Nippak, localizado na Rua da Glória, na Liberdade, o bairro é um caso completamente à parte em termos de comunicação, história e utilização da região. Para ele, é indiscutível a importância econômica da Feira da Liberdade para o país, mas garante que o comércio e os negócios no local vão muito além da feirinha realizada nos fins de semana. “Por conta da feira, movimentamos de R$ 80,00 a R$ 150,00 por pessoa na Liberdade. É uma representatividade muito grande, mas temos outros atrativos que boa parte dos visitantes desconhece”, diz, explicando que, em termos de turismo, por exemplo, o local tem três características marcantes: gastronomia, comércio e serviços, com mais de 100 agências focadas em atender estrangeiros. “O que predomina aqui são os restaurantes: temos mais de 70 estabelecimentos, a maioria concentrados na Rua Thomaz Gonzaga, oferecendo opções para todos os gostos”, conta. “Também temos um espaço de compras grande e interessante, boa parte ligado à área oriental, pela questão icônica do bairro. No mundo, o turismo depende das compras e as vendas aqui são fantásticas!”.

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ANO NOVO CHINÊS Integração cultural Brasil China

Para Takaki, infelizmente as pessoas não sabem o tamanho da importância que o Japão tem no Brasil, de tudo o que foi trazido de lá para cá e os grandes investimentos que os orientais fazem aqui. Em relação à chegada dos chineses no bairro da Liberdade, ele é direto: todo mundo precisou se adaptar, mas foi de suma relevância para que a região se reinventasse. “Aqui tem coisas que ninguém presta atenção. É uma troca de culturas e de valores gigante! Temos livrarias com títulos escritos em japonês! É algo fora da curva”. Outra curiosidade que o comunicador revela em relação à Liberdade é que o bairro funciona 24 horas, com uma mudança de público a cada 5 horas, não havendo nada parecido em nenhuma outra região do país. Ele conta que o dia começa com as senhoras idosas fazendo ginástica na Praça da Liberdade e com os estudantes chegando para assistir às aulas da parte da manhã. Depois, por volta do meio-dia, aparecem as pessoas que vão almoçar e passear. “Entre as 18h e 19h temos os happy hours, as aulas noturnas e a saída dos trabalhadores. A partir das 23h surgem os boêmios, que ficam até de madrugada. Aos fins de semana, é um público completamente diferente, composto, majoritariamente, por turistas”.

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Realizada nos dias 9 e 10 de fevereiro na Praça da Liberdade, a 14ª Festa do Ano Novo Chinês é a maior atração cultural chinesa do país. Promovida pela Associação de Amizade Brasil-China (AABC), em conjunto com a prefeitura de São Paulo, a cerimônia marca as relações de amizade sino-brasileira, promovendo um entrosamento entre as nações. Conhecido como o “Festival da Primavera”, o evento contou com atrações culturais como as danças do Dragão e do Leão, artes marciais, massagem, acupuntura, caligrafia e apresentações musicais, além das tradicionais barracas de artesanato e comidas.

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O Ano Novo Chinês é comemorado segundo o calendário lunar e corresponde ao ano 4717. Este período é um dos mais importantes para a sociedade chinesa, pois eles fazem uma pausa no trabalho para festejar com a família. Os primeiros registros sobre esta festa têm em torno de 2 mil anos. O rito de passagem de ano tem início semanas antes, quando os chineses costumam limpar seus lares para afastar os maus espíritos. Tradicionalmente, no primeiro dia do ano, as pessoas dedicam-se a visitar parentes e amigos. Pelo zodíaco chinês, 2019 será o Ano do Porco e será regido pela abundância e pela felicidade, com mudanças significativas para todos.


Um ano que terá muitos pontos positivos em relação à família, abundância, prosperidade, conforto e realizações. De acordo com Frank Nakamura, que seguiu os passos da mãe e vende Guioza e Nikuman (espécie de pão japonês cozido no vapor com vários tipos de recheio) na Feira na Liberdade, o Ano Novo Chinês é uma possibilidade de as pessoas terem contato com diversas culturas, uma vez que, além de brasileiros e orientais, a mostra recebe também ingleses, americanos, indianos... pessoas de vários lugares do mundo. “O Brasil é um país miscigenado desde a sua fundação. Todas as culturas que por aqui passaram, colocaram um pouquinho dos seus comportamentos e costumes, agregando conhecimento e nos transformando no que somos hoje”, diz Nakamura. Nascida em Fortaleza, a assessora de comunicação Natalie Caratti mora em São Paulo há cinco anos e é cliente assídua da Liberdade, onde, além de frequentar os restaurantes e comércio local, gosta de fazer compras nos mercados japoneses. Pela primeira vez participando das comemorações do Ano Novo Chinês, ela conta que o domingo de sol valeu a pena. “A festa é um evento bonito, essa mistura de povos é interessante e enriqueceu meu repertório cultural. Apesar de a feira estar bastante cheia, consegui assistir a uma atração musical e a uma apresentação de dragões dentro de uma lojinha, perto do Parque da Liberdade”, conta.

ROTEIRO GASTRONÔMICO Daniel Takaki comenta que a maioria dos restaurantes existentes no bairro se concentra na Rua Thomaz Gonzaga, que se tornou o endereço da gastronomia na região e ponto de referência da culinária oriental. A rua é pequena e fica a um quarteirão da estação Liberdade do Metrô. Ela tem cerca de 100 metros de extensão, com início no Largo da Pólvora, na Avenida da Liberdade, seguindo até a Rua Galvão Bueno. Alguns restaurantes estão instalados no local desde o início dos anos 70. A seguir algumas opções para o turista que visita a região. • Sushi Yassu - Inaugurado em 1972, é um dos mais antigos e tradicionais da cidade, sendo um dos favoritos dos executivos de empresas japonesas. Oferece salas reservadas ao estilo japonês e serviço à la carte, com destaque para os sushis, sashimis e temakis. Rua Thomaz Gonzaga, 98. www.sushiyassu.com.br • Kenzo Sushi - O restaurante foi montado em maio de 2017 por Takashi Okuno, com a ajuda de suas filhas Cinthia Okuno e Tina Okuno. Com uma arquitetura rica em detalhes, o espaço explora muito bem a atmosfera oriental na sua decoração. É um verdadeiro banquete para os olhos e o paladar. No cardápio, exposto do lado de fora, destaque para o sushi, shashimi, temaki, makimono e combinado. Rua Thomaz Gonzaga, 45F. www.kenzosushi.com.br • Taizan - O cardápio é amplo e diversificado, com mais de 100 itens. Um dos destaque é o frango desossado frito com molho de gengibre, alho e cebolinha. Que tal pedir pratos variados para dividir? Experimente o yakisoba chop suey; a carne fatiada com couve-flor, brócolis, pimentão e cebola; além do arroz com ervilha, cebolinha, presunto e ovo. Rua Galvão Bueno, 554. restaurantetaizan.com.br

• Sushi Isao - Os sabores do Oriente em farto buffet de pratos tradicionais japoneses em ambiente amplo e familiar. A casa é comandada há mais de 30 anos pelo Chef Isao Gushi. Conhecido como o Samurai da Liberdade, Isao reflete sua cultura e anos de experimentações gastronômicas adaptadas ao paladar exigente dos brasileiros. Os toques pessoais e especiais que dá a cada detalhe, desde o Gohan, arroz base da culinária japonesa, até o shoyu, fazem do restaurante o número um em buffet self-service. Rua da Gloria, 111. www.sushiisao.com.br • Porque Sim – Com cardápio variado, o restaurante oferece carnes empanadas (boi, porco, frango ou peixe), ramen, domburi, sushis e sashimis, chahan guioza (risoto chinês com ovo, carnes e vegetais e gyoza). A maioria dos pratos acompanha salada e misoshiru. No andar superior, tem karaoke box, com serviço. A fila de clientes para garantir uma mesa começa antes mesmo de o restaurante abrir. Rua Tomaz Gonzaga, 75. www.karaokeboxporquesim.com.br • Spoonful – Em dias ensolarados, seu passeio pode ficar ainda melhor com uma passadinha na Spoonful Handcrafted Creamery. A sorveteria oferece raspadinhas artesanais com frutas e opções variadas de cobertura e sobremesas. O destaque da casa é o sorvete em formato de neve e o café típico oriental. Rua Thomaz Gonzaga, 45G. A casa não tem site, mas faz ampla divulgação em mídias sociais

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USO RESTRITO ÍCONE BRANCO

25 DE MARÇO Por Luiz Voltolini

PÁSCOA AS COMPRAS JÁ COMEÇARAM Distribuidores, decoradores e chocolateiras antecipam suas compras e esperam lucros maiores, em comparação ao ano passado

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mbora a Páscoa neste ano seja comemorada apenas no dia 21 de abril, algumas lojas na região da Rua 25 de Março já estão se preparando para esta data especial. Algumas já começaram a pensar em suas encomendas para o período no fim do ano passado, enquanto a maioria do comércio da região ainda estava oferecendo produtos escolares e se preparando para a época carnavalesca. Duas grandes indústrias de embalagens são responsáveis pela maioria dos produtos de Páscoa oferecidos na região. Uma delas é a Cromus Embalagens, onde

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a Páscoa tem início em novembro, quando apresenta a linha de produtos em um evento exclusivo para os principais clientes de todo o país, informa a gerente de marketing da empresa, Simone Magnes. “Todos os lançamentos de embalagens e itens decorativos são apresentados de maneira coordenada para que eles antecipem seus pedidos nesta ocasião. Nossa estimativa para a Páscoa deste ano é crescer 20% em relação ao ano passado e o mercado vem mostrando que esse número é possível”. Ela explica que a empresa tem uma base de clientes de Páscoa bem diversificada,

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que vai além das lojas da região da Rua 25 de Março, que trabalham intensamente as datas sazonais. “A Páscoa também é muito forte em lojas especializadas em doces e confeitos, boutiques de chocolate e entre as chocolateiras, que fazem produtos artesanais. Comercializamos nossos produtos na América Latina, Estados Unidos, Canadá, Espanha, Portugal, Líbano e Finlândia”. Além do varejo que trabalha com embalagens, a Cromus tem clientes que buscam produtos para decoração de ambientes e presentes. “Atendemos o mercado artesanal com a nossa linha composta por coelhos decorativos, guirlandas, mesa posta, móveis e presentes com tema de Páscoa. Quando criamos a nossa linha, visamos atender todos esses públicos com produtos funcionais e diferenciados, estampas encantadoras e excelente qualidade”. Comenta, ainda, que, nesse segmento, uma das novidades é a Linha Profissionais, desenvolvida para Boutiques e Artesãos do Chocolate. “São soluções em embalagens para ovos, bombons, pães de mel, nas cores preta, kraft e branco, com papel resistente e acabamento ideal para personalização”, finaliza.


Lojas decoradas A Albano Embalagens tem sua linha de produção na cidade de Jaguariúna/ SP, na região de Campinas. Além de vender seus produtos em loja própria na região da Rua 25 de Março, que está toda decorada com motivos de Páscoa, a empresa atende outras cinco lojas na região e mantém unidades próprias na Ceasa de São Paulo, na Ceasa de Campinas, em Holambra/SP e uma loja no Rio de Janeiro. Sérgio Figueiredo, diretor da empresa, diz que a Albano também atende clientes de outros estados brasileiros e de países do MERCOSUL. Em relação à produção, ele comenta que, por enquanto, a expectativa é de que as vendas nesse ano sejam iguais às do ano passado. “Desde o início do ano, a Albano tem recebido pedidos de seus clientes. Vendemos nossos produtos de Páscoa também para fábricas de chocolates e decoradores de todo o país”, afirma. Outra loja que está decorada com produtos para a Páscoa, na região da Rua 25 de Março, é a Rizzo Embalagens & Festas, revendedora dos produtos da Cromus. O gerente da loja, Wellington

Oliveira, diz que as expectativas para a Páscoa deste ano são as melhores possíveis. “Esperamos um crescimento de 30% nas vendas”. Ele comenta que, no ano passado, deixou de atender alguns clientes por falta de produto, por isso, neste ano, aumentou o volume de encomendas. A Rizzo atende todo o tipo de público que trabalha com decoração, mas, segundo Oliveira, a unidade tem como foco o revendedor, que espera o ano todo pela Páscoa para poder vender seus produtos. “Os clientes se organizam e se antecipam bastante para fazer seus pedidos,

assim como a gente. Nossa compra para a Páscoa foi feita em dezembro do ano passado”, lembra. Ele comenta que até o mês passado, as demais lojas na região da Rua 25 de Março ainda estavam com produtos para o carnaval e que isso é assim todo ano. “Essa diferença é o nosso forte. Não trabalhamos com motivos carnavalescos, somos fortes em produtos para Páscoa. O próximo evento que iremos focar será a Festa Junina e, depois, nos preparamos para o Natal. Estas são as três épocas fortes aqui da loja”.

Wellington Oliveira - gerente da Rizzo

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Eliel de Souza - subgerente da Rizzo

Eliel de Souza, subgerente da Rizzo, diz que entre os clientes têm muita gente de fora de São Paulo. “As pessoas que trabalham por encomenda têm que se antecipar, pois, se deixarem para última hora, podem não encontrar o que precisam para atender seus clientes”. Na loja, é possível encontrar produtos para decoração, tanto para a casa como para salão de festas ou vitrines de lojas. “Oferecemos embalagens, folha poli, papel chumbo para ovo de chocolate, trufas e bombons, entre outros itens. A princípio, atendemos o lojista para montar uma vitrine em sua loja, mas atendemos também as confeitarias, o consumidor final e as chocolateiras, que fazem e vendem ovos de Páscoa artesanais”, diz Souza. A gerente de vendas da parte de confeitaria, Alessandra Felix, diz que a loja vende as fôrmas para fazer os ovos de Páscoa, o chocolate, as embalagens para fazer ovos de colher, as colherzinhas e as fitas decorativas. “Temos todos os

produtos e atendemos o consumidor final, o distribuidor e o revendedor. O pessoal do varejo, às vezes, tem dúvidas, mas compra um pouco de tudo”, afirma. Ana Lima, responsável pelos cursos da Rizzo, informa que, nesta época do ano, a grade de cursos está voltada para a Páscoa. “Estamos com cursos de ovos decorados, recheados e temperais para temperar o ovo de chocolate. Temos cursos práticos e demonstrativos”. Nos cursos práticos, o professor traz o material e o aluno vai, literalmente, pôr a mão na massa. No demonstrativo, os alunos apenas olham o professor

produzir, é uma aula show. “Por isso o valor varia muito. Os demonstrativos custam, no máximo, R$ 300,00, dependendo do tema abordado. Os cursos práticos são os mais caros e alguns chegam a R$ 2 mil”.

Ana Lima, responsável pelos cursos da Rizzo

Sala de cursos da Rizzo

HORA DE AUMENTAR A RENDA FAMILIAR Quem também já está vendendo produtos com o tema é a Brazilian Plast, que fica na Rua Barão de Duprat, 112. “Começamos a vender produtos de Páscoa com antecedência para que as pessoas possam confeccionar seus ovos de chocolate e ter tempo de vender também”, afirma o proprietário da loja, Jorge Flavio de Morais Junior. Ele diz que sua clientela é formada pelo consumidor final. “São as

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pessoas que chamamos carinhosamente de ‘Tiazinhas’, que confeccionam ovos artesanais. Aqui elas encontram tudo o que precisam em termos de embalagem”. Ele diz que suas clientes começam a comprar com dois a três meses de antecedência. “Nosso movimento é maior a partir do fim de fevereiro. Minha expectativa é que as vendas de Páscoa sejam melhores do que no ano passado, que foi muito ruim. Acredito que neste ano será melhor”.


USO PRIORITÁRIO

USO RESTRITO FUNDOS ESCUROS

USO RESTRITO ESCALA DE CINZA

USO RESTRITO ÍCONE POSITIVO

USO RESTRITO ÍCONE NEGATIVO

USO RESTRITO ÍCONE TON SUR TON

USO RESTRITO ÍCONE BRANCO

GUIA DE COMPRAS

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A 25 de Março é famosa pela variedade de produtos e preços competitivos, recebendo, diariamente, milhares de consumidores dos mais variados perfis. Se você busca economia na compra de produtos para uso pessoal, este é o lugar certo! Mas se prepare para dividir espaço com os empreendedores que aproveitam as ofertas da região para abastecer seu negócios. O período de PÁSCOA deve atrair milhares de confeiteiros, chocolateiros, distribuidores e lojistas de outras cidades, aproveitando as lojas que já preparam suas vitrines (e estoques) para a data. Nós visitamos algumas delas e escolhemos alguns produtos que podem te ajudar com aquela renda extra ou enfeitar sua casa no período das festas.

1- Fôrminhas para confeiteiros Na Rizzo: R$ 1,00

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2- Coelhos Rústicos para decoração de ambiente ou vitrines Na Rizzo: R$ 209,00 3- Caixas MDF Drop C Na Albano: R$ 10,90 4- Embalagem plástica formato ovo de Plástico Cromus Na Rizzo: R$ 15,90 5- Coelho Rústico para decoração de

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ambiente ou vitrines Na Rizzo: R$ 99,00

6- Pote de vidro Páscoa 130 ml Na Rizzo: R$ 11,90

3 LOJA RIZZO Rua Barão de Duprat, 111 LOJA ALBANO Rua da Cantareira, 48

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RITO UR TON

USO RESTRITO ÍCONE BRANCO

GASTRONOMIA Por Luiz Voltolini

SABORES DE NÁPOLES Para te ajudar a fazer bonito no almoço de Páscoa, a Revista Circuito das Compras traz a receita de um delicioso “Bacalhau Napolitano”. Como sobremesa, um “Cookie de Gotas de Chocolate”, fácil e versátil, que pode ser servido sozinho, acompanhando um bom sorvete ou até mesmo com aquele cafezinho! Todos os ingredientes desta receita você encontra no Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão. Aproveite para passear com a família em um dos pontos turísticos mais famosos da América Latina. Além de uma grande variedade de frutas (disponíveis para degustação), você terá muitas opções de restaurantes, com pratos e lanches que são verdadeiros ícones do turismo gastronômico paulistano.

BACALHAU NAPOLITANO Tempo de preparo: 70 minutos Rendimento: 4 porções Ingredientes: • 1 quilo de postas de bacalhau dessalgado • 2 latas de tomate tipo pelati (sem pele), batido no liquidificador e peneirado • 2 xícaras (chá) de cebola picada • 3 dentes de alho picados • 4 dentes de alho inteiros • 3 colheres (chá) de sal • 1 xícara (chá) de azeitonas roxas fatiadas • 1 ½ xícara (chá) de azeite extravirgem • 1 colher (chá) de pimenta-do-reino moída • 6 grãos inteiros de pimenta-do-reino • 1 ½ colher (sopa) de folhas de orégano fresco picado • 6 galhinhos inteiros de folhas de orégano fresco • 2 xícaras (chá) de caldo de peixe • 8 minitomates tipo pera, fatiados

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Modo de preparo: Em uma panela, refogue a cebola em ½ xícara de azeite, mexa por 3 minutos e acrescente o alho picado, mexendo novamente por mais 3 minutos. Junte o tomate pelati já batido e passado pela peneira e, em seguida, coloque o caldo de peixe, deixando ferver até engrossar. Acrescente a pimenta-do-reino moída, o sal, as azeitonas fatiadas e as folhas de orégano fresco picadas. Mexa bem. Reserve em uma assadeira. Coloque as postas de bacalhau e regue com o restante do azeite, junte os grãos de pimenta e os dentes de alho inteiros. Leve para assar em forno com temperatura de 150 °C por 1 hora ou até dourar. Sirva o bacalhau com molho de tomate bem quente. Enfeite com raminhos de orégano fresco e tomatinhos pera fatiados.


COOKIES DE GOTAS DE CHOCOLATE Rendimento: 16 porções Tempo de preparo: 15 minutos + 8 minutos de forno Ingredientes: • 1 xícara (chá) de manteiga sem sal, em temperatura ambiente • 1 xícara (chá) de açúcar mascavo • 1 xícara (chá) de açúcar • 2 colheres (chá) de extrato de baunilha • 2 ovos • 2 xícaras (chá) de farinha de trigo • 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio • 2 xícaras (chá) de gotas de chocolate

Modo de preparo: Peneire a farinha e o bicarbonato de sódio. Misture e reserve. Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar, o açúcar mascavo e a baunilha até que fique fofo e cremoso. Junte os ovos um a um. Sem parar de bater, adicione a farinha peneirada aos poucos e bata até que fique homogêneo. Desligue a batedeira e adicione as gotas de chocolate, misturando com uma colher. Embrulhe a massa com filme plástico e leve à geladeira por, pelo menos, 30 minutos. Enquanto isso, aqueça o forno a 180 °C. Forre uma assadeira untada com papel-manteiga. Faça bolas com, aproximadamente, 1 colher (sopa) de massa e arrume na assadeira, mantendo distância umas das

outras para que não grudem ao assar. Leve ao forno por, aproximadamente, 8 minutos. Retire do forno, deixe esfriar e sirva.

Dicas: 1- O cookie deve sair do forno firme nas bordas e com o centro macio, caso contrário ele se tornará seco ao esfriar. 2- Se quiser, adicione ½ xícara (chá) de chocolate em pó à massa e terá cookies de chocolate como os da foto.

O Mercado Municipal de São Paulo fica na rua da Cantareira nº 306, na região central da cidade. No site www.oportaldomercadao.com.br você encontra uma grande variedade de receitas assinadas por chefs renomados, usando ingredientes que estão à venda no Mercadão.

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BOM RETIRO Por Redação

LANÇAMENTOS IMPULSIONAM O TURISMO DE COMPRAS Atendimento a clientes de outras localidades é feito até pelo WhatsApp

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ara quem pretende renovar o vestuário, presentear um amigo com roupa da moda a preço de atacado e que tenha a mesma qualidade oferecida pelos shoppings da cidade, a melhor opção é visitar as lojas do bairro Bom Retiro, em São Paulo (SP). Esta é a principal época para aproveitar as liquidações e os lançamentos da moda outono/inverno. O presidente da CDL - Câmara dos Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, Nelson Tranquez Júnior, confirma que os preços no bairro são melhores do que em shoppings ou nas grandes lojas devido a uma peculiaridade das confecções que trabalham com o atacado e o varejo. “Quando um produto não foi totalmente consumido pelo atacadista, a loja destina as peças remanescentes ao consumidor comum com descontos especiais.

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O cliente do varejo que compra no Bom Retiro, basicamente na José Paulino, sabe que sempre encontra grandes opções de preços e produtos de qualidade”. Tranquez comenta que, neste início de ano, as lojas estão com preços ainda melhores devido à queima de estoque, pois já começam os lançamentos da moda outono/inverno, como nas feiras Couro Moda e Fenin Fashion, realizadas na semana de 13 a 18 de janeiro. “Aqui no Bom Retiro, por exemplo, nas ruas Aimorés, Cesar Lombroso, Ribeiro de Lima, Silva Pinto, que é uma região exclusivamente de atacado, muitas coleções já estão prontas e começam a ser vendidas”. Segundo ele, as vendas no atacado crescem a partir do Carnaval. “Estamos num intervalo entre uma estação e outra e as lojas querem liquidar seus estoques. Esse movimento vai

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Nelson Tranquez Jr. presidente do CDL- Bom Retiro

até a entrada da nova coleção. A nossa empresa já começa a trabalhar com a moda outono e inverno”, afirma. Devemos ter grande movimento na primeira semana após o Carnaval, pelo menos a vinda dos clientes está confirmada. E aí vai depender da gente e nossa ideia é proporcionar o melhor preço e o melhor produto. É isso que precisamos fazer”.


Turismo de compras

O Bom Retiro recebe, diariamente, de 80 mil a 100 mil pessoas, número que dobra aos fins de semana e em datas especiais ou em feriados prolongados. Por ser um bairro central da cidade de São Paulo, conta com várias opções de transporte. É servido por linhas de trem da CPTM e do Metrô, que levam os passageiros à estação da Luz e Tiradentes e tem várias linhas de ônibus que passam pelo bairro, o que facilita a circulação do público. Para quem vem de avião, há uma linha de metrô que liga a estação da Luz e o Aeroporto de Guarulhos. O presidente da CDL Bom Retiro diz que o bairro recebe vários tipos de turistas. Tem os que não são propriamente turistas e sim compradores, lojistas de outras cidades que viajam a noite toda de ônibus, chegam pela manhã, fazem suas compras e retornam no mesmo dia. “Estes representam uma grande quantidade de pessoas, embora já tenha sido muito maior”. Também há os donos de lojas de outras cidades que vêm e se hospedam em hotéis, ficam dois ou três dias na cidade fazendo compras. Grande parte desses lojistas, que são de grandes lojas, visita seus fornecedores e aproveita para fazer turismo. “Além de comprar, eles vão ao teatro, cinema, restaurantes, inclusive, sempre damos indicações quando eles solicitam”. Outros clientes ficam na cidade a semana toda, aproveitam a diversidade gastronômica da região e as atividades culturais nos fins de semana,

fazendo suas compras nos dias úteis. O Bom Retiro é bem servido por hotéis e uma grande quantidade de restaurantes, como o Bom Ra, que fica na Rua dos Italianos, 198; o Acrópoles, restaurante grego de muitos anos que fica na Rua da Graça, 364 e os restaurantes coreanos. A colônia coreana trouxe a sua cozinha, que está na moda. Muita gente atravessa São Paulo ou vem de outros estados para conhecer a culinária coreana que, segundo Tranquez, está concentrada na região das ruas Prates, Correia de Melo e Três Rio, como, por exemplo, o New Shin La Kwan, na Rua Prates, o H & W – Asawon, na Rua Correia de Melo, o Seok Joung, também na Rua Correia de Melo e o Bu tu mak, na Rua Três Rios. Como opção cultural, os turistas podem visitar o Museu da Língua Portuguesa, que será reinaugurado no fim deste ano, com a finalização da reforma após o in-

cêndio. “Aqui no bairro temos o Museu de Arte Sacra, a Pinacoteca do Estado, o SESC Bom Retiro, que fica na Alameda Nothman, e a Oficina Cultural Oswald de Andrade. Estamos cercados de opções culturais”, diz, ao recomendar um passeio pelo Parque da Luz, que é o pulmão verde do centro de São Paulo. Tranquez lamenta que pouca gente conheça e transite pelo parque. “Já esteve melhor. Entretanto, é um parque extremamente aprazível e arborizado. Ao passar pelo parque, saindo da Rua José Paulino, é possível sentir uma temperatura mais amena, além de ser um local muito bonito, com árvores centenárias e que oferece uma série de atividades. É uma atração interessante aos turistas e também aos moradores da cidade”. Diz ainda que, aos fins de semana, o Jardim da Luz é muito frequentado pelas famílias de coreanos que residem no bairro.

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Influência coreana

O Bom Retiro congrega em torno de 1.600 empresas, das quais, pelo menos, 1.200 trabalham com confecções, gerando 50 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. “A cadeia produtiva engloba as confecções, tecelagens, lojas de máquinas, de tecidos, aviamentos, insumos. Enfim, temos tudo para o nosso setor”. Tranquez comenta que a indústria de confecções se desenvolve no bairro há muitos anos e que por volta de 1930 havia vários sítios, entrepostos e, aos poucos, foi se tornando uma área comercial, primeiro com os italianos, depois os árabes, a colônia judaica, que foi preponderante no bairro e, a partir dos anos 1970, com os coreanos, que fizeram bons investimentos. Os coreanos, segundo Tranquez, são responsáveis pela mudança positiva do bairro em termos de modernização, criação, novo visual das lojas, dos produtos. Eles foram importantes nesse processo de desenvolvimento do Bom Retiro. “Em torno de 45% a 50% dos lojistas e fabricantes do bairro são coreanos, que vivem na região com suas famílias. Muitos têm a fábrica aqui, outros terceirizam a costura e, nesse caso, a produção é feita fora da cidade de São Paulo”, afirma.

Vendas pelo WhatsApp para enfrentar a crise

“A grade curricular para os próximos quatro meses tem cursos de atendimento e marketing nas redes sociais, mostrando que a internet e as redes sociais vieram para auxiliar o lojista e os fabricantes”. Em sua opinião, o comércio pela internet, em breve, será muito mais forte. Explica que muitas lojas já trabalham com e-commerce e que, gradativamente, essa prática se tornará importante, já que, no Brasil, ainda há muito espaço para crescer. “As vendas pela internet atingem cerca de 15% do total. No setor de confecção, este tipo de venda ainda vai demorar um pouco. A pessoa quer experimentar a peça, sentir o produto, o caimento, a modelagem, o que faz com que a loja seja importante. Mas, gradativamente, as vendas físicas e virtuais

O presidente da CDL diz que o Bom Retiro tem empresas de ótimo nível, que atendem lojistas com marca própria, as grandes lojas de outras localidades e redes multimarcas. “Hoje somos responsáveis por 40% da moda bacana produzida no Brasil, masculina e feminina. O cliente que quer qualidade, um produto diferenciado, vai encontrar aqui. Seguimos tentando melhorar cada vez mais o nosso atendimento”. O CDL proporciona cursos de capacitação e de educação continuada para treinar e capacitar os vendedores e demais colaboradores das lojas, visando a melhora contínua do atendimento.

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serão complementares”, acredita. Segundo ele, uma opção que já está sendo muito usada é a venda pelo WhatsApp, visando atender aqueles clientes que, por algum motivo, reduziram suas vindas a São Paulo. Comenta que, antes da crise, havia cliente que vinha ao Bom Retiro todo mês, alguns a cada 15 dias. Com as vendas menores, eles diminuíram as viagens visando reduzir despesas. Ele informa que, diante disso, alguns lojistas estão oferecendo seus produtos e fechando pedidos pelo WhatsApp. Assim que entra a mercadoria eles enviam a informação e recebem o pedido. “Esta tem sido uma ferramenta muito importante para manutenção das vendas na impossibilidade de o cliente vir até a loja. Não podemos deixar a venda cair porque o cliente está com dificuldades financeiras de vir a São Paulo”. Tranquez diz ainda que os lojistas estão buscando outras formas de atendimento, como o WhatsApp e as redes sociais, que são permanentemente atualizadas. “O Instagram é um instrumento fantástico e trabalhamos muito com ele, postamos o máximo possível de imagens de produtos para estarmos sempre presentes no ponto de venda do cliente. Mesmo que ele não possa vir a São Paulo, nós temos que falar com ele e mostrar as novidades. Esta é a única forma de evitar a queda no faturamento”, conclui.


PARQUE JARDIM DA LUZ

Turismo e lazer num dos pontos históricos da cidade Diariamente, o Parque Jardim da Luz recebe cerca de 1.500 pessoas, número que, segundo a administradora do parque, Maria Fernanda de Souza Ferreira, dobra aos fins de semana. Aberto ao público em 1826, com 113.400 m² de área verde, o Jardim da Luz está localizado na Rua Ribeiro de Lima, no centro da cidade de São Paulo, ao lado da Estação da Luz e da Rua José Paulino, no Bom Retiro, e funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 18 horas. Às segundas-feiras o parque é fechado para manutenção. Maria Fernanda reconhece que, para quem não está acostumado, o perfil das pessoas no entorno do parque assusta. Problema comum nas grandes cidades do mundo, é cada vez maior o número de dependentes químicos pelas ruas. “Entretanto, é muito tranquilo aqui dentro, não tem furto e, apesar do perfil difícil, estas pessoas não dão trabalho e às vezes até me ajudam, temos um relacionamento tranquilo”. Ela conta que muitas pessoas aproveitam para visitar a Pinacoteca e o Parque no mesmo dia. “Também recebemos, pelo menos, duas escolas por semana”, comenta. Os alunos, além de admirarem a bela paisagem do local, conhecem um pouco mais sobre a história do parque,

visitando o museu histórico sobre Artur Etzel (primeiro administrador do espaço), que só é aberto para visitas monitoradas. Quando de sua inauguração, o parque tinha plantas da botânica francesa, hoje as árvores são da mata atlântica. “Temos árvores centenárias: jatobás, patas de elefante, entre outras”, diz. Segundo Maria Fernanda, o parque recebe turistas de diversas partes do Brasil e do Exterior. Comenta que é comum encontrar pessoas que não falam português e que, quem mora na região, frequenta o parque para fazer ginástica. “Aos domingos, os coreanos, donos das lojas da Rua José Paulino, que residem em cima das lojas, vêm passar o dia todo aqui com a família. O parque recebe muito coreano, boliviano, peruano, gente que mora na região”. Maria Fernanda aproveita para fazer um convite. “Venham nos visitar. Este é um parque maravilhoso, tranquilo, com segurança dia e noite. Tem a gruta que parece a casinha dos Flintstones, coisa mais linda, com chafariz, hiper visitada. Ela foi construída na década de 1880, e também funciona como uma grande caixa d’água, com capacidade para 25 mil litros. No alto, há um mirante que proporciona uma vista quase completa do parque”.

Ela informa que o aquário subterrâneo está fechado. “Às vezes tínhamos problema com pessoas lá dentro, além disso, está com infiltração e não sabemos os riscos que ele oferece. O aquário está vazio, mas se alguém pede para visitar e conhecer as instalações, ela entra com um vigilante e depois fechamos novamente”. Maria Fernanda espera que logo iniciem as obras para resolver o problema da infiltração. Segundo ela, o parque é tombado por três órgãos: municipal, estadual e federal. Para qualquer obra é preciso pedir para o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) fazer o projeto, que depois será enviado aos demais órgãos para liberação das obras. “Está em andamento, como são três órgãos, tudo é mais demorado, mas acontece”, diz. Desde 1981, o Parque Jardim da Luz é tombado pelo CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, órgão subordinado à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

Lagos e esculturas

O parque tem cinco espelhos d’água com carpas. O Departamento de Parques e Áreas Verdes da Prefeitura, DEPAVE-3 regularmente recolhe a água para análise. Todos os lagos do parque têm chafariz, como o Lago da Garça, que tem uma garça imensa. O lago no formato da Cruz de Malta é cercado por oito esculturas que correspondem às quatro estações do ano. Além disso, o parque possui diversas esculturas expostas ao ar livre, feitas por artistas nacionais e estrangeiros, como a obra “À procura da Luz”, de Maria Martins, de 1940; “Três jovens”, de Lasar Segall, de 1939; “A carregadora de perfume” (La porteuse de parfum) de Victor Brecheret, de 1923/1924. No parque está o busto em homenagem a Giuseppe Garibaldi, herói da Revolução Farroupilha, obra do escultor romano Emilio Gallori, inaugurada em 1910 por Olavo Bilac. O busto traz a frase: Braço heroico para a liberdade dos povos, coração magnânimo para mais aspiração humana de justiça social. (“Braccio eroico per la liberta del popoli cuore magnanimo perogni piu umana aspirazione di sociale giustizia”).

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USO RESTRITO ÍCONE BRANCO

DESTAQUE – PARI Por Luiz Voltolini

VESTUÁRIO E CALÇADOS

Na vanguarda da moda brasileira, além da grande variedade em produtos e preços competitivos, o bairro se destaca pela segurança e conforto ao fazer compras

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s características urbanas do Pari, próximo ao centro da cidade de São Paulo, favorecem o desenvolvimento do comércio atacadista. O bairro tem ruas largas, com possibilidade de estacionamentos, inclusive com acesso de ônibus. Os imóveis da região permitem a instalação de lojas maiores, com espaço para a estocagem de mercadorias, o que atende às necessidades dos atacadistas. Marcelo Mendonça, administrador geral das 15 unidades do Shopping 25 de Março instaladas no Brás e Pari, diz que este perfil fez

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com que a região se tornasse um centro comercial atrativo. “O Pari se tornou um ponto de referência para quem vem de fora e pretende fazer suas compras com mais tranquilidade e conforto. O bairro recebe pessoas de outras cidades de São Paulo, de outros estados e também do exterior”, diz. Mendonça informa que o Pari está voltado à produção de calçados e vestuário e que lojistas de outras cidades compram e levam a moda criada no bairro para todo o Brasil. “Os produtos oferecidos pelas grandes marcas saem

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daqui. As lojas famosas vêm comprar seus produtos aqui para colocar nos grandes shoppings do país. O Pari é hoje

Marcelo Mendonça, administrador geral do Shopping 25 de Março


o maior centro de compras da América Latina. Os clientes, que vêm de diversos lugares, compram uma quantidade absurda de produtos para abastecer seus respectivos comércios e empreendimentos em seus locais de origem”. Praticamente todo o bairro é voltado para o comércio. Existem moradores, mas é possível notar que as principais avenidas estão sendo transformadas em vias de comércio. Mendonça diz que o Pari ainda tem indústrias, mas que a região está se tornando um centro atacadista de vendas. “As residências estão cada vez mais afastadas, foi o que aconteceu com o centro da cidade, com os moradores indo em direção à periferia. O avanço do comércio acaba afastando as residências. As indústrias estão migrando para outros lugares devido ao valor imobiliário da região, com isso, quem tem uma casa pequena e bom terreno é seduzido a vender seu imóvel”. O comércio no Pari funciona de domingo a domingo, praticamente 24 horas por dia. Mendonça diz que é muito comum as pessoas chegarem à cidade no período da noite e comprarem nas lojas do bairro desde a madrugada até o fim do dia. “Os visitantes pernoitam no bairro, indo embora apenas no dia seguinte. Desta forma conseguem fazer as compras e evitam o chamado ‘bate-volta’. São milhões de pessoas que passam por aqui diariamente”. Ele comenta uma pesquisa sobre a Rua 25 de Março, que mostra que pela região circulam em torno de 3 milhões de pessoas diariamente. “Acredito que no Brás e no Pari aconteça a mesma coisa, pois são bairros vizinhos, muito próximos, quem vem aqui vai lá, não dá para identificar onde começa ou onde terminam os bairros na região da 25 de Março, Brás e Pari. A rua Barão de Ladário, por exemplo, começa no Largo da Concórdia no Brás e termina na Praça Padre Bento, no Pari”.

Comércio legal e com boas oportunidades Todos os dias chegam ao bairro várias pessoas de uma mesma cidade. Vêm de ônibus em excursão, oriundas de locais distantes, desprovidos de uma oferta grande de novidades e bons preços. “Um dos grandes atrativos da região é justamente esse, o turista encontra produto original, de boa qualidade e com toda garantia fiscal”. Pelo bairro é comum encontrar turistas transportando seus pertences comprados de loja em loja, até chegarem ao estacionamento do ônibus para descarregar e começar uma nova caminhada de compras. “É como quando viajamos aos Estados Unidos e procuramos produtos diferentes, afinal, não é um lugar que vamos todos os dias. Portanto, quando as pessoas vêm, elas aproveitam para comprar. Entre elas, têm muitos lojistas de cidades do interior que adquirem uma

quantidade muito grande de produtos”. Mendonça explica que, para o consumidor que faz grandes compras, as lojas locais e os atacadistas entregam a mercadoria no endereço indicado pelo comprador, evitando que ele carregue suas mercadorias pelas ruas. “Os lojistas oferecem essa comodidade. O cliente compra, faz o pagamento e os produtos são despachados pelo depósito do atacadista. Além disso, o consumidor pode comprar também pela internet, porque praticamente todas as lojas estão trabalhando com e-commerce”. Lembra que o Pari oferece tranquilidade e segurança, o que atrai os clientes de todo o país, gerando um grande volume de negócios nos vários segmentos. No bairro, é possível encontrar desde roupas para o mercado popular até produtos sofisticados,

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voltados para as grandes grifes. “A quantidade de produtos vendidos diariamente é muito grande, até devido a essa diversidade de marcas, umas muito conhecidas, outras nem tanto, pois temos pessoas aqui que se arriscaram e se deram muito bem criando a sua própria marca”. Este movimento, diz, ocorre porque os empresários e os empreendedores estão cada vez mais conscientes de que precisam trabalhar de maneira legalizada e isso levou muita gente a criar sua própria marca. “São milhares de novos comércios abertos, gerando impostos e inúmeros empregos diretos e indiretos na região”. Ele afirma que a prefeitura vem fazendo um trabalho excelente para que as pessoas que trabalham na informalidade possam migrar para o trabalho legal, e que o Shopping 25 de Março tem contribuído muito com isso. “Em parceria com a prefeitura, conseguimos legalizar totalmente o nosso comércio interno, ou seja, dentro do Shopping 25 de Março todas as empresas estão devidamente constituídas, permitindo que os imigrantes também se estabeleçam. Só aceitamos novos lojistas a partir do momento que estejam regularizados. Desta forma, contribuímos para reduzir o comércio informal na cidade”.

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Turismo e gastronomia O Pari organiza todo mês de junho a tradicional festa de Santo Antonio, celebrando um dos santos mais conhecidos e venerados no mundo, Santo Antônio de Pádua, também chamado Santo Antônio de Lisboa, cidade onde nasceu. Segundo a tradição, o santo é invocado para encontrar objetos perdidos. Ele também é conhecido como santo casamenteiro por ter oferecido ajuda a uma jovem pobre. No bairro do Brás, tem outra comemoração tradicional do mês de junho, que é a Festa de São Vito, comemorada nas ruas do bairro vizinho desde 1919. Em 1895, um grupo de imigrantes italianos trouxe a imagem de São Vito Mártir para o Brasil. O santo começou a ser reverenciado no bairro e, em 1940, foi criada a paróquia de São Vito Mártir. Mendonça diz que o próprio centro atacadista é uma atração turística. “As pessoas vêm para cá não só pensando em revender, elas vêm para conhecer, porque em outros lugares do país não existe um número tão grande de comerciantes, aglomerados em um enorme shopping de rua. Isso é muito sedutor, o turista vem conhecer o Pari e compra de tudo”. Além das festas que atraem muitos turistas, o bairro abriga uma grande comunidade de imigrantes e suas tradições. A gastronomia é o principal foco do bairro. “Entre tantos, tem os restaurantes

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italianos tradicionais como o Gigio, no Brás, que é muito procurado, além dos restaurantes árabes e o Bar do Jô, que compete com o Bar Brahma”, afirma Além dos restaurantes tradicionais, os turistas e os lojistas contam agora com mais uma opção. Trata-se do recém-inaugurado Varandas Restaurante & Bar, que fica bem próximo à Praça Padre Bento, na Rua Maria Marcolina. “Nossa proposta é ser um diferencial na região”, afirma o gerente Bruno Xu. A fachada do Varandas é simples e leva o cliente por um corredor de uns 10 metros até chegar no espaço decorado com bom gosto, onde estão as mesas e a cozinha. “Quem passa pela rua não imagina o que temos aqui dentro. Quem vem pela primeira vez se surpreende, pois parece um lugar pequeno, mas quando as pessoas entram se deparam com espaço amplo e ambiente acolhedor”, explica o gerente. Ele comenta que tem recebido todo tipo de cliente: lojistas, funcionários das lojas, turistas que estão comprando na região e que já tem gente que vem ao bairro só para conhecer o restaurante. “Temos todos os tipos de serviços, churrasco, culinária japonesa, chinesa, oferecemos refeições por quilo e marmitex, tudo preparado com muito carinho e profissionalismo pela chef Elaine Cristina Rodrigues”, afirma.


USO PRIORITÁRIO

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EVENTO

DEGUSTA SAMPA Sabores da China no Mercadão de SP

Nos dias 8 e 9 de dezembro, o Instituto Sociocultural Brasil China promoveu o Degusta Sampa by Ibrachina, uma experiência da culinária chinesa tradicional e contemporânea. O evento foi realizado no Mercado Municipal, ícone da gastronomia paulistana. O presidente

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ANOS

do Ibrachina, Thomaz Law, convidou o Chef Paulo Hu, do restaurante China Lake, e a Chef Jiang Pu, do restaurante Chi e ex-participante do Master Chef, ambos premiados com o selo Ouro do Prêmio Top Qualidade Brasil, para comandar a cozinha.

Segundo Law, o evento celebra o encontro de sabores entre o Brasil e a China. “Uma das melhores formas de conhecer uma cultura é sua gastronomia”, explica. A primeira edição foi um piloto do projeto, que deve ser ampliado e aberto para um público maior em 2019.

CHURRASCARIA

NO MESMO

GAUCHA

LOCAL

200 PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO CLIMATIZADA COM

ABERTO DAS

LUGARES

10:30 às 16:00

Buffet no local

(segunda á sábado)

CARDÁPIO COM

5

opções

de almoço

Rua Barão de Duprat, 225 - 4.andar - box 27 - Centro - Fone: 11 3227-1011

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BRÁS

Por Luiz Voltolini

OPERAÇÃO COMÉRCIO LEGAL Iniciativa da prefeitura visa conter ação dos ambulantes

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Em apenas um mês, ação interditou cinco depósitos e apreendeu 40 toneladas de mercadorias

niciada em 26 de novembro do ano passado, a operação Comércio Legal, executada pela Prefeitura de São Paulo em ação conjunta com a Guarda Civil Metropolitana, Polícia Militar e Polícia Civil, consolidou sua presença na região do Brás. Em pouco mais de um mês, a área abrangida passou de 22 mil m² para 96 mil m² fiscalizados, onde foram mapeados 3.093 ambulantes, a maioria sem o TPU (Termo de Permissão de Uso) concedido pelo governo municipal.

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Esta operação começou no quadrilátero que fica entre o Largo da Concórdia e a Avenida Rangel Pestana, por onde circulam, diariamente, cerca de 330 mil pessoas. Com o êxito da primeira etapa, a área foi estendida também para as ruas Miller, Oriente, Barão de Ladário e Rua da Juta. O número de agentes da Guarda Civil Metropolitana também passou de 50 para 90. Em 3 de janeiro deste ano, o prefeito Bruno Covas acompanhou os trabalhos e comentou que houve redução de 72% nos

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casos de furtos da região entre novembro e dezembro de 2018, comparado com o mesmo período de 2017, o que, segundo o prefeito, mostra que a ação vai além da recuperação do espaço público e ajuda a combater a violência na região. Na área de abrangência da Operação Comércio Legal funciona regularmente 505 lojas, que tinham seus negócios prejudicados pela presença dos ambulantes irregulares. Segundo notícia publicada no site da prefeitura, em pouco mais de um mês, a operação apreendeu em torno


de 40 toneladas de mercadoria pirata e interditou cinco depósitos clandestinos. A ação da Prefeitura também oferece atendimento social para a população da região. Neste período, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) atendeu mais de mil pessoas por meio do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI). Desse total, 155 foram cadastradas. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social (SMADS) fez 715 abordagens, encaminhando 234 pessoas para receber refeições. Outras 467 foram acolhidas nos centros especializados, sendo que nove recusaram atendimento. Em nota, a Associação dos Lojistas do Brás, ALOBRAS, afirma que o comércio ambulante é uma questão complexa desde a gestão da ex-prefeita Luiza Erundina, quando foram emitidos os primeiros TPUs (Termos de Permissão de Uso), e que há muito tempo a associação exerce o seu papel de levar às autoridades, nas mais diversas gestões, os prejuízos econômicos, fiscais e sociais ocasionados por essa prática. “Logramos grande êxito na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, quando foi criada a Operação Delegada e, posteriormente, tivemos grande decepção na gestão de Fernando Haddad, quando deliberadamente a prefeitura abriu mão de suas atribuições e deu espaço para as máfias que loteiam o espaço público. Nosso horizonte é promissor, pois na

atual gestão do prefeito Bruno Covas, já foi dado início à operação Comércio Legal, que visa coibir a pirataria, o uso irregular do espaço público e que busca devolver a acessibilidade em nossas calçadas. Desde novembro, a operação Comércio Legal já recuperou o Largo da Concórdia e a Rua Barão de Ladário, e tem como missão expandir o comércio regular em todo bairro. Estamos esperançosos de que nossos melhores dias voltarão, com a população paulistana e os empresários do turismo de compras voltando a vivenciarem os benefícios da regularidade e da sadia competitividade comercial”, diz a nota. Nelson Tranquez, que tem loja, no Brás, e no Bom Retiro, onde preside a CDL - Câmara dos Dirigentes Lojistas do bairro afirma que, no Brás, a situação é realmente difícil, porque o contingente de ambulantes é muito grande. “Infelizmente, a partir da Feira da Madrugada, as pessoas que não conseguiam acesso à feira começaram a se instalar nas proximidades para aproveitar o movimento.

Isso foi aumentando e, talvez pela falta de fiscalização, ficou exacerbado no governo do Fernando Haddad e incontornável”, lamenta. Ele comenta, ainda, que, há alguns anos, o Largo da Concórdia parecia uma barraca inteira ao ar livre, totalmente fechada e perigosa. O então prefeito, Gilberto Kassab, e o subprefeito da Mooca conseguiram resolver o problema. “Imagino que com esta ação as pessoas de lá foram para outros lugares, se acomodando em volta da Feira da Madrugada. Hoje a questão dos ambulantes se tornou algo quase impossível, difícil de resolver”, explica Tranquez. Diz que, no ano passado, a prefeitura mexeu novamente no Largo da Concórdia, que estava voltando a ser o que era antes. “Aparentemente, a prefeitura está retomando o controle. A ideia é gradativamente cadastrar essas pessoas e tentar levá-las para algum local onde elas possam trabalhar normalmente, até com segurança para elas próprias. Existe uma posição muito forte do prefeito Bruno Covas de, efetivamente, tentar resolver. É algo grande, são muitas ruas e muita gente, esse é também um problema social”, afirma. Tranquez comenta que o comércio ambulante no Bom Retiro não é tão forte como no Brás porque os lojistas têm um contato muito bom com a Subprefeitura da Sé. Lembra que o bairro foi um dos pilotos da Operação Delegada, que tornou as ruas mais seguras. Para evitar o comércio ilegal, a CDL do Bom Retiro mantém um

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contêiner alugado que funciona como base da fiscalização da prefeitura e da Polícia Militar. “É o local onde ficam os fiscais, as pessoas que trabalham com a fiscalização e os policiais. Serve também para colocar os produtos apreendidos eventualmente. Esse trabalho constante faz com que o cliente possa andar confortavelmente pelas ruas, sem tantos problemas”. Ele reforça que o maior problema está no Brás e no Pari. “Com a manutenção desse trabalho aqui no Bom Retiro, conseguimos manter a situação em níveis aceitáveis. Nos fins de semana chegamos a ver, só na Rua José Paulino, cerca de 30 a 40 ambulantes na rua. Mas quando isso ocorre acionamos a fiscalização, pois, se deixarmos, o cliente não consegue nem andar na calçada. É preciso fazer a nossa parte para ajudar a resolver o problema”. O administrador do Shopping 25 de Março, Marcelo Mendonça, diz que a prefeitura vem fazendo um bom trabalho para fazer com que as pessoas que atuam na informalidade possam migrar para o trabalho legal. Diz que na Rua 25 de Março, por exemplo, existem muitas pessoas legalizadas. “A prefeitura criou bolsões onde pequenos empresários podem se estabelecer legalmente e comercializar seus produtos. A prefeitura vem trabalhando muito nesse sentido, mas é um trabalho inesgotável, pois tira um e vem outro, mas os ambulantes estão percebendo que está cada vez mais

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inviável trabalhar na ilegalidade”. Mendonça diz que através da APECC – Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras – e do Sebrae-SP, o Shopping 25 de Março tem difundido diversos cursos. “Estamos engajados numa campanha para que possamos trabalhar com tranquilidade. O Shopping 25 de março precisa dessas pessoas para ocupar os espaços que têm disponíveis para alugar. Esta ação faz com que essas pessoas se formalizem, abram sua loja no shopping, diminuindo o número de ambulantes nas ruas”. Comenta que, para resolver a situação no Pari, próximo ao estacionamento de

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ônibus onde os ambulantes expõem seus produtos no chão, ao lado de muito lixo gerado por eles, é preciso um trabalho efetivo da prefeitura, mas que cada um tem que fazer a sua parte. “O que existe é muita gente tentando trabalhar. Acompanhamos o trabalho da prefeitura, da Guarda Civil Metropolitana, e eles têm conseguido tirar os ambulantes ilegais. Andando pelo bairro podemos verificar que a situação melhorou bastante. Esta não é uma situação própria do Pari ou do Brás, é um problema do país, basta ver o índice de desemprego. As pessoas procuram, de alguma forma, manter suas famílias. Muitas vão para a ilegalidade por falta de emprego”. Segundo Mendonça, diversos setores trabalham para que o país cresça e se organize. “A APECC tem mostrado a essas pessoas que trabalhar na formalidade é o ideal. O Sebrae-SP tem ajudado na constituição de pequenas empresas, porque ninguém gosta de ser camelô, de ficar na rua, conviver com o lixo, de ver a polícia levando sua mercadoria embora. O ambulante quer ter conforto e segurança, quer ter um banheiro para usar, um restaurante para comer. A parceria da APECC com o Sebrae-SP tem mostrado isso e a prefeitura tem criado incentivos”, destaca.


USO PRIORITÁRIO

USO RESTRITO FUNDOS ESCUROS

USO RESTRITO ESCALA DE CINZA

USO RESTRITO ÍCONE POSITIVO

USO RESTRITO ÍCONE NEGATIVO

USO RESTRITO ÍCONE TON SUR TON

USO RESTRITO ÍCONE BRANCO

NOTA

e Camilla Cossermelli revelaram o seu olhar sobre a cidade em 28 imagens produzidas sobre o Circuito das Compras de São Paulo. O Circuito das Compras de SP envolve os tradicionais bairros comerciais do Brás, Pari, Santa Ifigênia, região da Rua 25 de Março e Bom Retiro. Você pode ver a exposição completa de fotos no site: www.apecc.com.br

Foto: Camilla Cossermelli

Foto: Felipe Agne

Em comemoração ao aniversário de São Paulo, celebrado no dia 25 de janeiro, a APECC – Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras – apresentou durante todo o mês de janeiro, na Av. Paulista, a exposição fotográfica “Caminhos do comércio popular: um olhar sobre o Circuito das Compras de São Paulo”. Na mostra, os fotógrafos Felipe Agne

Foto: Felipe Agne

CIRCUITO DAS COMPRAS EM FOTOS

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NO CIRCUITO Fevereiro 2019 - Edição 2

www.apecc.com.br

OS DESAFIOS DA MOBILIDADE URBANA NO CIRCUITO DAS COMPRAS

CRIPTOMOEDAS Tudo o que você precisa saber antes de investir

POSSE E PORTE DE ARMAS Seus reflexos na segurança pública

DAS RUAS PARA AS EMPRESAS O futuro da nação está nas mãos dos jovens


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Nascemos para fortalecer empreendedores e seus negรณcios.


Trabalhamos para o desenvolvimento do maior Circuito de Compras da América Latina. Atuamos junto ao Poder Público e oferecemos diversos serviços aos nossos associados. A força do empreendedorismo paulista passa por aqui. São Paulo cresce com a APECC. Acesse nosso site e saiba mais sobre o que podemos fazer por você. www.apecc.com.br Rua Treze de Maio, 650 – Bela Vista Telefone: (11) 3148-0299


NESTA EDIÇÃO 06 PLANEJAMENTO

MOBILIDADE URBANA Os desafios no Circuito das Compras

08 COMÉRCIO DIGITAL

OMNICHANNEL NA PRÁTICA A internet mudou a forma de se relacionar

10 SEGURANÇA

POSSE E PORTE DE ARMAS Seus reflexos na segurança pública

12 COLUNA LEGAL

JOVENS: DA RUA PARA A EMPRESA É preciso criar incentivos para a contratação

14 NOVIDADE

NOVO SITE DA APECC Facilita atendimento ao associado

15 CAPACITAÇÃO

QUALIFICAÇÃO EMPRESARIAL Palestras para empreendedores do Circuito das Compras

16 INVESTIMENTO

CRIPTOMOEDAS: VALEM A PENA? Tudo o que você precisa saber para investir


Presidente Ademir Antônio de Moraes Presidente Executivo Gustavo Dedivitis Conselho Diretivo Thomas Law

PENSAR DIFERENTE Antes de mais nada, quero parabenizar os colegas lojistas, empresários, empreendedores e todos os profissionais que fazem parte desse universo em que vivemos diariamente chamado Circuito das Compras. Parabenizar pela resistência e tenacidade de todos, que encararam e resistiram heroicamente em seus negócios nesses últimos anos em que o País viveu uma das piores, senão a pior, crise econômica que se tem notícias. Porém não pretendo, neste brevíssimo texto, tomar seu tempo nem relembrar coisas ruins, que esperamos que tenham acabado. Ao contrário, quero convocar todos os associados da APECC para, juntos, encararmos 2019 como o início de um novo ciclo, um período de retomada dos negócios, de ampliação das vendas com o consequente aumento no faturamento. Para atingir esse objetivo, além da maratona diária de trabalho, precisamos virar a chave do pessimismo e focar no otimismo-realista. Devemos acreditar que é possível mudar, sair desse círculo vicioso e entrar em um novo e virtuoso ciclo de crescimento das empresas e da economia brasileira. Xô pessimismo. As crises de 2018... 2017... 2016... ficaram para trás. Vamos viver agora este 2019, que, no calendário chinês, é o “Ano do Porco”, que traz muita fartura e esperança. Assim, convoco todos os empreendedores do Circuito das Compras a um novo olhar para suas empresas, seus projetos que estavam engavetados e para seus novos investimentos. A APECC é a entidade que reúne e organiza os cerca de 45 mil estabelecimentos do Brás, Pari, 25 de Março, Santa Ifigênia, Sé, Liberdade e Bom Retiro, que geram milhões de empregos diretos e indiretos, mostrando a força e o potencial do empreendedor do Circuito das Compras. Esta é a mensagem de otimismo da APECC a todos os seus associados. Em 2019, vamos pensar diferente. E, trabalhando como sempre fizemos, vamos acreditar mais nesse novo Brasil.

Gustavo Dedivitis

Presidente Executivo

Diretora Financeira Ana Law Projeto Gráfico Camila Cossermelli Rua Treze de Maio, 650 Bela Vista - CEP: 01327-000 - São Paulo/SP WWW.APECC.COM.BR E-mail: contato@apecc.com.br Tel.: (0XX11) 3148-0299

Av. Liberdade nº 65 – Conjunto 1.201 Liberdade • São Paulo/SP CEP: 01503-000 (11) 3101-0400 www.ceooagro.com.br redacao@agrocom.com.br Editor Executivo Denis Deli (MTB: 57030/SP) Consultor Jurídico Eli Alves da Silva Redação Camila Cechinel Evanildo da Silveira Luiz Voltolini Val Rodrigues Circulação Joel Fernandes Marco Gouveia Revisão Adriana Bonone Diagramação Marcos R. Sousa Fotos Luiz Voltolini Marcos Sousa Marcela Masucci Shutterstock Impressão e Acabamento:

Tiragem: 20 mil exemplares Distribuição gratuita Reproduzir o conteúdo total ou parcial da revista em qualquer plataforma (digital ou física) é proibido por lei. O direito autoral é protegido por lei específica (lei nº 9.610/98) e sua violação constitui crime. Respondendo judicialmente o violador.

Os artigos assinados nesta edição são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não expressam necessariamente a opinião deste veículo.


66 PLANEJAMENTO Por Thomas Law

OS DESAFIOS DA MOBILIDADE URBANA NO CIRCUITO DAS COMPRAS Mais de 2 milhões de pessoas trafegam pelo Circuito das Compras de São Paulo diariamente. A questão da mobilidade urbana nos grandes centros, em especial nesta região, é um desafio que afeta o desenvolvimento do comércio local e impacta a experiência de compra dos seus frequentadores. É sobre isso que falaremos neste artigo, trazendo aspectos históricos, jurídicos e apontando novos caminhos. Começando pela história, a urbanização no Brasil teve início no final do século XIX com a chegada da industrialização. Consolidou-se na década de 1930, mas foi na segunda metade do século XX que a urbanização se fortaleceu. A automatização mecânica das atividades produtivas no meio rural acelerou este processo, aumentando o desemprego e a migração para as cidades. O Brasil passou a ter cidades populosas e predominantemente urbanas em razão desse deslocamento em massa. Mais de 80% dos brasileiros já moravam nas cidades em 1960 1. A concentração de migrantes foi direcionada para municípios como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Esse desnível populacional causou um grande desequilíbrio entre o número de habitantes nas áreas urbana e rural. As consequências deste problema foram a falta de infraestrutura, a incapacidade de suportar os novos moradores das

cidades e o déficit de desenvolvimento econômico. Hoje São Paulo e Rio de Janeiro concentram 90% da população de toda a região Sudeste. As menores taxas de urbanização do país estão no Nordeste e no Norte. Pará, Maranhão e Piauí são os estados menos urbanizados do Brasil. O crescimento do consumo de bens duráveis acompanhou o aumento da população. O grande número de proprietários de automóveis provocou uma grave crise de congestionamento de veículos nas vias urbanas. A situação foi agravada pela decadência do transporte público de passageiros das grandes cidades brasileiras. Falando em transporte público e voltando à região do Circuito das Compras, apenas nas imediações da Rua 25 de Março, 40,9% das pessoas utilizam o metrô para fazer as compras; 34,2% utilizam o transporte público (ônibus); 16,9% veículos automotivos (carros); 6,5% trem; 5,2% outros; e 3,8% excursão/fretado. Os dados são do Observatório de Turismo e Eventos da cidade de São Paulo (SPTURIS) em 2015. Os números evidenciam que o meio de transporte mais utilizado para chegar até a Rua 25 de Março é o metrô. A estação São Bento concentra a chegada do público na região. O consumidor somente tem acesso à Rua 25 de Março por dois caminhos: descendo a Ladeira


Porto Geral ou prosseguindo a pé pela Rua Florêncio de Abreu e, posteriormente, utilizando outros acessos através de empreendimentos comerciais como a Galeria Uno ou o Shopping 25 de Março. Analisando estes caminhos percebemos que a mobilidade a pé é essencial para percorrer toda a extensão da região do quadrilátero da 25 de Março. As perguntas são: quais são os meios mais convenientes de deslocamento para outras regiões de compras como, por exemplo, o Pari ou o Brás? Qual a melhor forma de transporte público? O que poderia ser aprimorado? Esse deslocamento interno é um dos grandes desafios da mobilidade do Circuito das Compras em São Paulo. Sabemos que a necessidade de fluidez no trânsito é um problema que atinge a maioria das grandes cidades brasileiras. A solução precisa ser encontrada em conjunto. É possível viabilizar melhorias no turismo através da união entre entidades privadas, como a APECC, e a prefeitura de São Paulo. Uma alternativa é disponibilizar vans como meio de transporte, permitindo aos consumidores transitarem em todos os pontos do Circuito das Compras. Obviamente, com a demarcação de áreas estratégicas para estacionamento de ônibus, para que o público de São Paulo e outros estados tenham a possibilidade de guardar suas compras. Nestes locais haveria também uma infraestrutura de lazer, descanso e alimentação. O primeiro passo para uma solução é o planejamento. Tanto para as novas áreas que serão urbanizadas quanto para resolver os problemas de desenvolvimento urbano nas metrópoles mais caóticas. A APECC promove o debate sobre o tema e tem grande interesse em viabilizar e organizar outros meios de mobilidade urbana promovendo melhorias para o Circuito das Compras. Sob o aspecto jurídico, cabe dizer que a qualidade do serviço de transporte urbano de passageiros e a proteção dos usuários estão previstas na Constituição Federal e em leis infraconstitucionais. A Constituição Federal, em seu artigo 170, inciso V, eleva a defesa do consumidor assegurando a todos os usuários de transporte urbano qualidade no serviço público. Garante também os princípios da livre concorrência, defesa do consumidor e valorização do ser humano. A função de proporcionar o bem-estar da população está intimamente ligada à qualidade do serviço público prestado pelas concessionárias ou permissionárias. Alguns serviços públicos são considerados básicos ou essenciais. O usuário do serviço público de transporte urbano de passageiros teve seus direitos reconhecidos por meio do

art. 22 do Código de Defesa do Consumidor. Ele assegura a obrigatoriedade no fornecimento de serviços adequados, eficientes e, quanto aos essenciais, contínuos. Os usuários de serviço público também tiveram proteção na Lei n° 8.987/95, da Concessão e Permissão de Serviços Públicos. Ela ampliou alguns direitos para os usuários. O Código de Trânsito Brasileiro, em seu art. 107, determina o seguinte: “Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo de passageiros, deverão satisfazer, além das exigências previstas neste Código, às técnicas e aos requisitos de segurança, higiene e conforto estabelecidos pelo poder competente para autorizar, permitir ou conceder a exploração dessa atividade”. Observa-se que existe uma relação de subsidiariedade na aplicação das normas que regem o serviço público, inclusive o de transporte urbano de passageiros e o Código de Trânsito Brasileiro. A qualidade do transporte urbano de passageiros passa, também, pelos crescentes congestionamentos, acidentes e poluição causados pelos veículos, piorando sensivelmente a qualidade de vida de toda a população. A falta de investimentos é outro fator apontado como problema na qualidade desse serviço, bem como a inadequação do uso do solo e as condições precárias dos veículos que prestam o serviço de transporte urbano de passageiros. Por fim, o Código de Defesa do Consumidor assegura como direito básico do usuário consumidor a adequada e eficaz prestação de serviços públicos em geral. 1

Disponível em:

< https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/o-que-e-mobilidade-urbana/>. Acesso em: 06/02/2019.

Thomas Law - Advogado, Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela FAAP, Especialista em Direito Penal Econômico pela GV-LAW, mestre em Direito internacional da PUC/SP, doutorando em Direito Comercial pela PUC/SP, membro da Comissão de Direito Urbanístico da OAB/SP, sócio diretivo da APECC – Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras e Presidente do Ibrachina – Instituto Sociocultural Brasil e China.


88 COMÉRCIO DIGITAL Por Bruno Zamith de Souza

O OMNICHANNEL NA PRÁTICA Observamos uma grande mudança na maneira que o comércio se relaciona com os clientes. O aumento da importância da internet na vida das pessoas fez com que as lojas expandissem sua atuação para além de suas estruturas físicas e entrassem no mundo on-line. O e-commerce e as redes sociais passaram a participar do dia a dia do comércio com ferramentas para aumentar as vendas e auxiliar o posicionamento de marca. O Omnichannel nasceu justamente para solidificar este relacionamento entre a presença física e digital das empresas. Ele é a tendência que converge esses dois mundos, guiando suas atividades como uma estratégia única, onde o cliente tem a percepção de que a experiência de compra é igual nos dois meios. A pesquisa da ‘Medallia Analysis’, publicada na Harvard Business Review, aponta que a empresa chega a dobrar seu faturamento dependendo da percepção de experiência do cliente em comparação com uma empresa que não trabalha esta proposta de atendimento. A entrega ao consumidor, em qualquer canal, é fundamental para resultado dos negócios.

Um exemplo do Omnichannel na prática é quando o cliente decide comprar um tênis. Pode iniciar a pesquisa na internet para achar as melhores ofertas e perguntar aos amigos das redes sociais sobre o produto. Em vez de comprar o tênis numa loja física, ele avalia todas as oportunidades na internet e escolhe a melhor. Se decidir comprar on-line, pode escolher a forma de entrega: delivery ou a retirada na loja física da empresa. Ou seja, esta estratégia coloca o cliente no “centro do universo” e permite a escolha do tipo de interação que ele deseja no processo de compra. Por outro lado, a empresa ganha aumentando a eficiência do ciclo de compra, aumentando a taxa de conversão de vendas, reforçando o posicionamento da marca e fidelizando os clientes. A experiência do cliente deve ser igual em todos os canais de contato: e-commerce, loja física, Fanpage, Instagram, Pinterest, telefone ou qualquer outro. Esta ideia parece simples e até óbvia, porém é um grande desafio para o comércio. Para obter um Omnichannel de fato, a empresa precisa estar com os sistemas integrados e a equipe profundamente treinada para atender os clientes.


QUATRO PASSOS PARA INICIAR O SEU OMNICHANNEL: 1- Fazer uma pesquisa com seus clientes para identificar suas preferências de compra (celular, computador, físico etc.), formas de pagamentos, ticket médio, recompra, experiência de compra que procura. Este é o momento para realmente saber como seu cliente compra e oferecer o que ele de fato deseja. O uso destas informações é fundamental para tornar a estratégia de Omnichannel eficiente. 2 - Posicionar a marca. É claro que o Omnichannel trabalha com uma padronização de informação, preços, cores, mas o fator principal é que a marca transmita a mesma experiência nos canais de contato com o cliente. Por exemplo: não adianta o atendimento da loja digital ser rápido e eficiente se a loja física é demorada e burocrática. Tão pouco adianta os canais on-line e físico terem diferenças de preços, cores, logos e até nome. É fundamental os canais transmitirem a mesma experiência. 3 - Invista num sistema que integre todos os canais de vendas. O Omnichannel não vai ser efetivo se seu controle for no papel ou através de sistemas não integrados. O sistema integrado vai consolidar as informações gerenciais,

o caminho do cliente para a compra, integrar o estoque e definir os produtos mais vendidos para cada canal. 4 - Treinamento da equipe. Não adianta investir num sistema de ponta se o cliente não receber a mesma excelência de atendimento no canal físico. Por isso, é essencial que a equipe transmita o diferencial da marca. Ela deve saber sobre as comunicações das redes sociais, resolver os problemas do cliente – independente de qual canal ele comprou e, principalmente, oferecer a opção de como e onde comprar da empresa.

Bruno Zamith de Souza, Consultor de Negócios do Sebrae-SP, é graduado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie e MBA de Marketing pela ESPM. Mais de 16 anos de experiência, participou do Startup da Tim Celular, realizou consultorias em empresas na China e atualmente trabalha no Sebrae SP realizando projetos e consultorias especializadas em Marketing e Vendas para empresas de micro e pequeno porte.


10 10 SEGURANÇA Por Arles Gonçalves

POSSE E PORTE DE ARMAS Seus reflexos na segurança pública

Em 15/01/2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou o Decreto nº 9.685/2019, alterando o Decreto nº 5.123/2004 que regulamenta a Lei nº 10.826/2003, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munições. O referido Decreto facilita a posse de armas de fogo no país e não altera as exigências legais para aquisição do porte de armas no Brasil. Necessário distinguir a diferença entre posse de arma e porte de arma: a posse de arma de fogo se refere à autorização para manter uma arma de fogo em casa, no comércio, na indústria etc., o porte de arma de fogo se refere a uma autorização para que o cidadão possa portar consigo uma arma de fogo, ou seja, o cidadão com porte de arma pode sair à rua com uma arma de fogo junto ao corpo ou usar a arma para caçar. Antes da vigência do Decreto nº 9.685/2019, os critérios para aquisição de arma de fogo e sua posse eram subjetivos, não era claro quem possuía o direito de ter uma arma de fogo. Com a alteração, os critérios passam a ser objetivos e garantem o direito de que uma pessoa possa ter uma arma de fogo em sua casa. A principal mudança na legislação foi a retirada do poder discricionário da Polícia Federal em decidir

quem poderia ou não ter uma arma de fogo em sua casa. As regras vigentes presumem que os fatos e as circunstâncias apresentados pelo cidadão na declaração de necessidade da aquisição de arma de fogo são verdadeiros, e o §7º, do artigo 12, do Decreto nº 9.685/2019, expressamente aduz que está presente a efetiva necessidade para os seguintes cidadãos: agentes públicos, inclusive inativos: da área de segurança pública; integrantes das carreiras da Agência Brasileira de Inteligência; da administração penitenciária; do sistema socioeducativo, desde que lotados em unidades de internação em estabelecimento educacional; envolvidos no exercício de atividades de poder de polícia administrativa ou de correção permanente; militares ativos e inativos; residentes em área rural; residentes em áreas urbanas com elevados índices de violência; titulares ou responsáveis legais de estabelecimentos comerciais ou industriais; colecionadores, atiradores e caçadores, devidamente registrados no Comando do Exército. A referida legislação estabelece ainda as razões para o indeferimento do pedido de aquisição de arma de fogo ou para o cancelamento do registro, quais sejam, a ausência dos requisitos expressos no §7º, do artigo 12, do Decreto


nº 9.685/2019; quando houver comprovação de que o requerente prestou declaração de efetiva necessidade com afirmações falsas; quando o requerente possuir vínculo com grupos criminosos; e quando o requerente age como pessoa interposta de quem não preenche os requisitos expressos no §7º, do artigo 12, do Decreto nº 9.685/2019. Outra importante regra estabelecida por esse Decreto se refere à questão de residências que possuem crianças, adolescentes ou pessoa com deficiência mental, o requerente de arma de fogo deverá comprovar que sua residência possui cofre ou local seguro com tranca para armazenamento da arma de fogo. Caso o requerente não observe estas medidas de segurança, estará sujeito à pena prevista para omissão de cautela estabelecida no Estatuto do Desarmamento. Os critérios para obtenção do porte de arma de fogo não foram alterados, o porte continua proibido, exceto para integrantes das Forças Armadas; Policiais Federais; Policiais Rodoviários Federais; Policiais Ferroviários Federais; Policiais Civis; Policiais Militares; Bombeiros Militares; Guardas Municipais; Promotores; Juízes; Agentes Penitenciários; e Funcionários de empresas de segurança privada e de transporte de valores ou que precisem de arma para uso profissional. Além disso, o requerente precisa fazer um teste de porte, que serve para verificar se a referida pessoa possui características violentas e se tem controle emocional. O portador de arma de fogo precisa ter ainda atenção necessária, ser concentrado e difuso, ter memória auditiva e visual, autocrítica, controle, decisão, equilíbrio, segurança e senso crítico. A violência que assola nosso país modificou o comportamento do cidadão nos últimos anos e, segundo a Polícia Federal, entre 2014 e 2018, foram concedidos 1.212.002 registros de armas em todo o Brasil, em 2014 foram 214.553 registros renovados e 39.821 novos registros; em 2015 foram 159.385 registros renovados e 49.837 novos registros; em 2016 foram 177.208 registros renovados e 45.055 novos registros; em 2017 foram 222.273 registros renovados e 45.443 novos registros e 2018 foram 210.097 registros renovados e 48.330 novos registros. Nos últimos cinco anos, a Polícia Federal concedeu porte de arma a 31.138 pessoas, em 2014 foram 5.595 autorizações; em 2015 foram 4.416 autorizações; em 2016 foram 6.740 autorizações; em 2017 foram 5.748 autorizações e em 2018 foram 8.639 autorizações. Importante registrar que, antes da implantação do

Estatuto do Desarmamento, os criminosos não cometiam roubo em residências ou comércios com faca, eles não sabiam se o proprietário da residência ou do comércio possuía uma arma de fogo, então só tentavam efetuar o roubo quando estavam armados. Naquela época os criminosos não realizavam roubos com simulacro de arma de fogo, pois sabiam que se a vítima estivesse armada ele corria o risco de ser morto. Com o advento do Estatuto do Desarmamento, os criminosos passaram a ter a certeza que as vítimas, em residências ou comércios, não possuíam arma de fogo, com essa certeza a criminalidade se multiplicou. A facilitação da posse de arma de fogo aos proprietários de residências e comerciantes, com o tempo, deve inicialmente eliminar os roubos cometidos com faca e simulacro de arma de fogo e, posteriormente, deverá diminuir arrastões em condomínios, pois os criminosos passarão a ter dúvida em relação às pessoas que possuem armas de fogo naquele condomínio. Não se pode afirmar que esses tipos de crime terminarão, mas, com certeza, freará o ímpeto dos criminosos que não terão a certeza de que suas vítimas estarão desarmadas. Futuramente, com a facilitação do porte de arma de fogo, com critérios de segurança e não de maneira indiscriminada, os cidadãos poderão se defender dos criminosos e até apoiar os policiais em determinadas situações. A meu ver, os reflexos da facilitação da posse de arma de fogo são benéficos para os cidadãos e para a segurança pública, mas sempre com critérios, porque possuir ou portar uma arma de fogo é uma enorme responsabilidade.

Arles Gonçalves Junior é Advogado, Vice-Presidente da TV Aberta São Paulo, Conselheiro Seccional da OAB SP (2013-2018), Presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB SP (2010-2018). Atua na área de segurança pública desde 1980.


12 COLUNA LEGAL 12 Por Eli Alves da Silva

JOVENS: DA RUA PARA A EMPRESA

É preciso criar incentivos para a contratação

Não é necessário ser profundo conhecedor de sociologia para saber que o futuro de uma nação está nas mãos das crianças e adolescentes de hoje, abandonados, carentes ou não. Assim, os homens contemporâneos, principalmente aqueles que de alguma forma têm o poder de decisão, não podem esquecer, ou deixar de enxergar, os menores que vivem em nossa sociedade. Isso tem que ocorrer urgentemente, sob pena de não haver mais tempo quando se lembrarem disso. Existem muitos segmentos da nossa sociedade trabalhando na busca de soluções, preocupados com a questão desses menores, principalmente aqueles denominados “meninos de rua”. Entretanto, é necessário que essas ações individualizadas sejam concretizadas através do atingimento da sociedade como um todo. Não se pode aceitar que essa mesma


sociedade somente fique temporariamente de frente para o problema no momento em que algum fato alarmante sensibilize a todos, através dos meios de comunicação, principalmente aqueles que fazem desses acontecimentos maior sensacionalismo, como é o caso da chacina ocorrida na Candelária, na cidade do Rio de Janeiro1. A discussão, através de noticiários e manchetes nos nossos meios de comunicação, tem se fixado principalmente na questão dos meninos de rua. Essa questão necessita de solução iminente. Mas, ao mesmo tempo, é extremamente importante que também nos preocupemos com os meninos na rua que, na sua maioria, apesar de terem uma família, também são carentes e desocupados, porque seus pais, na luta pela sobrevivência, acabam se esquecendo, ou não tendo condições, de lhes dar orientação, atenção e carinho. Não é segredo para ninguém que esses menores abandonados ou desocupados são fruto da nossa própria sociedade, principalmente em consequência do desgoverno do País, cujo estado vive uma fase pré-falimentar, tanto financeira, quanto administrativa e, porque não dizer, moral. Com isso, quem acaba lutando para suprir essas deficiências é a própria sociedade, através de seus segmentos organizados. Diante dessa situação calamitosa, é necessário que todos nos preocupemos enquanto é tempo, procurando meios para tentar, num primeiro momento, estancar o crescimento do número de menores desocupados e largados na rua. Sabemos que a entrada desses menores no mercado de trabalho tem sido dificultosa, principalmente porque a alegação dos empresários é de que não é possível contratar um menor de idade, com a obrigação de lhe pagar o salário mínimo ou, em muitas vezes, o salário base da categoria, porque, na maioria dos casos, eles não têm experiência profissional e, além disso, ainda são imaturos. Diante dessa situação, preferem contratar um empregado com maior idade e experiência. Consequentemente, diminui o número de menores nas empresas e aumenta nas ruas. Num primeiro momento, analisando a atual situação dessas crianças e procurando apresentar alguma alterna-

tiva na busca de solução, sugiro que nossos legisladores, com apoio do governo, criem uma lei que venha alterar o atual disciplinamento de contratação de menores para o trabalho, de modo que as empresas possam contratar jovens entre 16 e 18 anos de idade, até o limite mínimo de um empregado e, no máximo, 10% do seu total de pessoal efetivo. Com isso, as empresas ficariam isentas do recolhimento dos encargos sociais e previdenciários. Desta forma, muitas das micros, pequenas, médias e grandes empresas passariam a ter um maior incentivo para a contratação desses menores, levando-os a integrarem o mercado de trabalho, os quais, automaticamente, passariam a trilhar caminho para alcançar uma determinada profissão.

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Este artigo foi escrito e publicado, originalmente, no Jornal Tribuna do Direito, em setembro de 1993. Agora, republicado com pequenas alterações, é possível constatar que passados 26 anos, infelizmente a realidade continua, basicamente, a mesma. Eli Alves da Silva – é advogado com atuação profissional no Brasil e Portugal. É especialista em Direito Empresarial, pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie - São Paulo.


14 NOVIDADE 14

NOVO SITE DA APECC

FACILITA O ATENDIMENTO AO ASSOCIADO Os serviços da associação estarão disponíveis em smartphones com a tecnologia Mobile First

A Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras (APECC) está com um novo site. O endereço na internet permanece o mesmo, www.apecc.com.br, mas a ferramenta está adequada ao que há de mais moderno em tecnologia. O projeto é Mobile First, um conceito aplicado em projetos web cujo foco é direcionado para a navegação fácil em celulares, tablets e outros dispositivos móveis. A escolha desta tecnologia se baseou no fato de que, atualmente, a maioria das pessoas tem acessado os sites pelos smartphones mais do que por meio de computadores. Esta mudança no comportamento no modo de navegar foi decisiva no desenvolvimento do novo site, que tem integração com as plataformas de redes sociais que permitem esta aplicação. Ao investir no desenvolvimento do novo site, a APECC oferece aos seus associados, aos empreendedores do Circuito das Compras e aos usuários do turismo de compras de todo o país e exterior o que há de mais moderno em termos de comunicação. O novo site traz informações relevantes como pesquisas exclusivas sobre o Circuito de Compras, que abrange os bairros do Brás, Pari, Bom Retiro, região da Rua 25 de Março, Santa Ifigênia e Liberdade. O site ainda informa sobre os serviços, campanhas e realizações da APECC tendo como objetivo as melhorias necessárias para o desenvolvimento da região do Circuito das Compras. O principal foco da Instituição é promover o desenvolvimento pleno do Circuito das Compras, seja trabalhando com o poder público por melhorias na infraestrutura urbana, seja engajando os empresários locais, oferecendo cursos e ferramentas de qualificação. A filiação dos empresários na APECC, que também pode ser feita pelo site, é uma consequência desse trabalho. Ao acessar o novo site, é possível encontrar informações sobre todos os serviços oferecidos pela APECC, como orientação jurídica e contábil. O site permite, também, a inscrição

on-line para os cursos, palestras, workshops e outras atividades da APECC. Haverá conteúdos exclusivos nos formatos de foto, vídeo e artigos sobre a região. A revista Circuito das Compras, que é distribuída gratuitamente aos lojistas e consumidores, também está disponível online. Para os associados existe uma área de acesso exclusivo com informações relevantes para o empresário e seus negócios, como vídeos de entrevistas com profissionais renomados sobre temas legais, comerciais e contábeis, entre outros. Além disso, a diretoria da APECC está avaliando a possibilidade de disponibilizar aos associados a participação em palestras e cursos on-line. Entre outros serviços que oferece, o novo site é mais uma iniciativa da APECC, que trabalha continuamente pelo desenvolvimento humano. A Associação acredita que desenvolver as pessoas, sejam empresários ou colaboradores, gera novos negócios, estimula a economia local, qualifica a região e resulta em mais recursos para o poder público investir na cidade. O novo site é uma ferramenta que integra todos os serviços e informações da APECC para os empreendedores do Circuito das Compras. As pesquisas que realiza reforçam a necessidade de mais investimentos públicos para melhorar a experiência de compra no local.


CAPACITAÇÃO 15

QUALIFICAÇÃO EMPRESARIAL PARA O TURISMO DE COMPRAS Os desafios da era eletrônica, questões tributárias e mudanças na legislação trabalhista são temas de interesse dos comerciantes

Para fortalecer e desenvolver cada vez mais o turismo no Circuito das Compras da cidade de São Paulo, os empreendedores precisam de um processo de qualificação constante e de espaços para a discussão de temas importantes ao desenvolvimento do seu negócio. Com este objetivo, a APECC - Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras - mantém uma agenda de palestras com temas que permitem ao empresário se atualizar sobre as questões que vão impactar no resultado de seu negócio, como os desafios da era eletrônica, questões tributárias, mudanças na legislação trabalhista, entre outras. Além disso, a APECC oferece auxílio contábil e jurídico a todos os seus associados. Temas importantes como estes serão debatidos em palestras, realizadas das 19h às 20h na sede da entidade, na Rua Treze de Maio nº 650, Bela Vista – São Paulo/SP.

PROGRAMAÇÃO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: OS DESAFIOS DA ERA ELETRÔNICA DATA – 12/03/2019 Palestrante: Dra. Maria Eugênia Filkenstein - Advogada, Doutora em Direito pela USP e Professora de Direito Comercial na PUC-SP Abertura: Dr. Thomas Law Advogado, Conselheiro Diretivo da APECC e Doutorando em Direito Comercial pela PUC-SP. Moderação: Ana Beatriz dos Santos Borges Advogada e Mestranda em Direito Comercial pela PUC-SP

COMO RECUPERAR IMPOSTOS RECOLHIDOS INDEVIDAMENTE DATA – 16/04/2019 Palestrante: Dr. Negis Aguilar da Silva - Advogado, Contador, Economista e Diretor Tesoureiro OAB - Santana Abertura: Dr. Thomas Law - Advogado, Conselheiro Diretivo da APECC e Doutorando em Direito Comercial pela PUC-SP.

VÍNCULO EMPREGATÍCIO E CONTRATO DE TRABALHO NA REFORMA TRABALHISTA DATA – 14/05/2019 Palestrante: Dr. Eli Alves da Silva - Advogado com atuação profissional no Brasil e Portugal. É especialista em Direito Empresarial, pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie - São Paulo. Abertura: Dr. Thomas Law - Advogado, Conselheiro Diretivo da APECC e Doutorando em Direito Comercial pela PUC-SP. Moderação: Dr. Peter Aparecido de Souza Advogado, Vice-presidente da OAB/SP - 125ª Subseção Santana. Especialista em Processo Civil.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone (11) 3148-0299 ou pelo e-mail contato@apecc.com.br


16 INVESTIMENTO Por João Bosco Coelho Pasin

CRIPTOMOEDAS: VALEM A PENA?

O Bitcoin – BTC ou XBT– surgiu em 2008 com base na tecnologia blockchain, sendo a primeira moeda eletrônica, virtual e descentralizada lançada no mundo. Seu desenvolvimento é atribuído a Satoshi Nakamoto em razão do lançamento de um manifesto científico: o White Paper – Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System –, no qual se defendeu a criação de uma moeda eletrônica – sem a necessidade de prévio consentimento de nenhum Banco Central para a realizaçã de transações financeiras via internet, a baixo custo e sem atravessadores.

Outra novidade trazida pelo Bitcoin foi a possibilidade de ser “garimpada” na internet, com a ajuda de softwares e hardwares, por todos aqueles que se encontrem interessados em desvendar algoritmos a cada sequência escalonada de blocos liberados da criptomoeda. Em verdade, Satoshi Nakamoto é um pseudônimo adotado por um programador, por uma equipe de programadores ou, ainda, por uma mente artificial desenvolvida com o propósito único de conceber e administrar esta primeira blockchain até 2010, isto porque, neste ano, os códigos-fontes e as funções-chaves


do software seriam recebidas por Gavin Andresen. Posteriormente, Satoshi Nakamoto desapareceria da internet sem deixar nenhuma pista. Aliás, em 2012, Gavin Andresen criaria a Fundação Bitcoin e a criptomoeda se tornaria mais eficaz com o lançamento do Pay-to-Script-Hash–P2SH. O Bitcoin valorizou-se muito em dez anos, mas nos últimos meses vem experimentando contínua desvalorização acompanhada de queda no volume de operações realizadas diariamente. Talvez as ações de hackers furtando as criptomoedas das carteiras virtuais de algumas corretoras de criptoativos sem os devidos protocolos de segurança, o aperfeiçoamento da tecnologia blockchain adotada por outras criptomoedas em ascensão – as denominadas altcoins (EOS, TRON, etc.) – e o aumento de ações institucionais para proibir, limitar ou controlar o mercado das criptomoedas possam explicar o porquê da desvalorização da principal criptomoeda: o bitcoin.

BLOCKCHAIN, O QUE É? Objetivamente, a tecnologia blockchain pode ser apresentada como um “protocolo de segurança” responsável por conferir – de modo linear, escalonado e sequencial, através da liberação de blocos criptografados em ordem cronológica – confiança aos interessados em seus atos e relações. Além da sua utilização pelas criptomoedas, esta tecnologia vem sendo utilizada para assegurar o registro de informações, a rastreabilidade de bens móveis, a autenticidade do registro de imóveis e a veracidade de contratos, por exemplo. Quanto ao registro de informações, a blockchain já vem sendo utilizada na Estônia pelo sistema de “prontuário médico eletrônico” – Electronic Medical Report (EMR) – para facilitar o atendimento dos pacientes por meio da utilização do conteúdo individual dos prontuários disponibilizados aos médicos e redes de hospitais, assim como o seu emprego coletivo para o fornecimento de dados gerais e estatísticos à comunidade científica. Quanto à rastreabilidade de bens móveis, esta tecnologia é utilizada para facilitar a logística e a rastreabilidade de mercadorias e produtos. Quanto à autenticidade de registros de imóveis, o Quênia e a Suécia já a utilizam para a realização de registro de terrenos. Quanto aos contratos, a tecnologia blockchain deverá ser utilizada no campo da propriedade intelectual para assegurar o pagamento de royalties aos detentores de direitos autorais.

CARACTERÍSTICAS DOS CRIPTOATIVOS Atualmente, existem mais de mil criptomoedas em todo o mundo. A maioria caracteriza-se, quase sempre, por não possuir lastro, assim como por ser descentralizada e extraoficial. A falta de lastro do criptoativo consiste na ausência de relação direta entre a criptomoeda em espécie e um ativo financeiro tradicional como, por exemplo, o dólar americano, o euro, o ouro, a prata etc. Contudo, pode haver uma relação de garantia entre a criptomoeda e um determinado ativo, inclusive no mercado futuro, ainda que este lastro não seja comum de ser observado entre as criptomoedas. É o caso da obscura criptomoeda venezuelana PETRO (PETR), que, no ano passado, foi lançada pelo então governo da Venezuela, com lastro em 5 milhões de barris de petróleo com suposto potencial de serem prospectados na região de Atapirire. A descentralização das criptomoedas refere-se, normalmente, à autonomia de uso das mesmas por seus titulares, sem a necessidade de intermediação por uma instituição oficial financeira e/ou de crédito. Todavia, algumas criptomoedas possuem uma tecnologia blockchain voltada para o mercado financeiro e suas transações. A Ripple (XRP), por exemplo, foi desenvolvida por uma startup norte-americana para ser o protocolo de uma moeda fiduciária – Ripple Transaction Protocol (RTXP) – e, assim, maximizar e acelerar as transações financeiras de câmbio, remessas e redes integradas, enquanto verdadeiro “protocolo de pagamento”.


18 A oficiosidade das criptomoedas talvez seja a característica mais admirada pelos seus detentores e usuários. O fato de as criptomoedas não serem moedas oficiais e não existirem fisicamente – em papel moeda ou metal – é um grande atrativo. A maioria das criptomoedas – e, igualmente, suas ofertas iniciais (Initial Coin Offering ICO’s) – não se sujeita a nenhum tipo de controle oficial (Governos, Bancos Centrais etc.), nem à interferência de órgãos ou organismos internacionais (OCDE, FMI etc.). Contudo, nada impede que uma criptomoeda torne-se uma moeda reconhecida oficialmente em algum país ou bloco econômico. A Suíça, por exemplo, possui uma legislação ampla e favorável às criptomoedas, inclusive com a possibilidade de abertura de contas correntes, investimentos e movimentações em criptoativos. Assim como a Suíça, as Ilhas Marshall terão criptomoeda própria impressa em papel moeda nos próximos meses. Aliás, o Fundo Monetário Internacional (FMI) tem criticado tais iniciativas.

NO BRASIL, É LÍCITO TER CRIPTOMOEDAS? Sim, sem dúvida. Não constitui nenhum ilícito investir em criptomoedas no Brasil. A legislação brasileira não proíbe a aquisição de criptomoedas por pessoas físicas, nem por pessoas jurídicas. Portanto, qualquer pessoa pode investir em criptomoedas no Brasil. Além disto, também por ausência de previsão legal, todo e qualquer estabelecimento comercial – físico ou virtual – pode habilitar-se para aceitar pagamento em criptomoedas em espécie.

Quanto às criptomoedas e suas corretoras, o Banco Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não editaram nenhuma norma complementar regulatória em razão da ausência de legislação específica sobre a matéria, exceto alguns informes destacando os riscos sobre os investimentos em criptomoedas. Aliás, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 2.303/2015, que visa disciplinar o uso das criptomoedas e programas de milhagens no Brasil. Quanto às obrigações tributárias, todos os titulares de criptomoedas devem declarar a custódia das mesmas à Receita Federal do Brasil (RFB) por ocasião da entrega da declaração de ajuste anual de bens e direitos; e, a título de ganho de capital, segundo alíquotas progressivas em função do lucro, as operações de compra e venda de criptomoedas serão tributadas, exceto se o mínimo isento não for excedido. Tal panorama decorre de forma mediata da interpretação do inciso I do art. 118 do Código Tributário Nacional, segundo opino, e, de forma imediata, as exigências fazendárias atuais decorrem das orientações “arbitrárias” – por falta de tipo legal específico – disponibilizadas pelo site da RFB nos tópicos 447, 544, 545 e 607 do Caderno “Perguntas & Respostas 2018” da RFB, isto porque, segue inexistindo regra específica no Regulamento do Imposto de Renda, ou Instrução Normativa expressa e dirigida a esta matéria, mesmo após o processo de Consulta Pública RFB 06/2018. Portanto, vale a pena investir em criptomoedas, desde que tomadas as devidas cautelas e observada a legislação vigente.

João Bosco Coelho Pasin é advogado, consultor tributário e sócio do Escritório “Coelho Pasin e Rabelo Lobregat Advogados Associados”. Professor da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Doutor em Direito pela Universidade de Salamanca (USAL), membro titular da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ) e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP). E-mail: consultivo@cprl.adv.br


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