Wudson Silva mora em Nova Era, a 140 quilômetros de Belo Horizonte. Nascido em agosto de 1973, sempre gostou de artes orientais, pintura e bonsais.
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ANJOS – O SEGREDO DE JUDITH
Ele parecia chantagear a jovem catequista..
Wudson Silva
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Um crime bárbaro chocou a cidade do Rio Vermelho na manhã de ontem, quando foi encontrado o corpo de Judith Figueiredo, 32 anos, no quintal da casa paroquial. O corpo estava no interior de uma estrela riscada no chão. Ela estava bem vestida e sem vestígio de estupro. A polícia acredita numa provável vingança de um homem que não a perdoou por um choque acidental que o fez cair na rua, no centro da cidade. O suspeito tem fama de feiticeiro. Várias testemunhas ouviram o suspeito recitar algo em um idioma estranho, após sua queda.
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Judith, a catequista querida da cidade, foi encontrada morta no terreno da igreja, onde ministrava suas aulas.
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O SEGREDO DE JUDITH
Apenas um suspeito — um homem considerado “bruxo”, que teria caído após ter dado uma trombada em Judith, e, depois, ameaçá-la com palavras não compreendidas. Somente uma pessoa poderia resolver este crime tão aterrorizador e descobrir o verdadeiro assassino — Clóvis, o detetive da cidade grande que desvenda todos os crimes através do enigmático poder de ler os pensamentos através de anjos. Ele tem apenas uma semana para descobrir o verdadeiro assassino. Junto com Isaías, o policial mal-humorado da cidade do interior, que questiona os métodos utilizados pelo seu parceiro, saem em busca de novas pistas.
É fascinado com o comportamento humano, onde o rico padrão de personalidade o inspirou a pesquisas religiosas e filosóficas.
Conseguirá o detetive Clóvis descobrir o assassino em apenas uma semana?
E estas pesquisas o estimularam a escrever uma aventura que narra o mistério da origem do pensamento de forma exótica e coerente.
Só folheando essa belíssima obra para desvendar o Segredo de Judith. APED - Apoio e Produção Editora Ltda.
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Quem poderia imaginar que naquela pequena e pacata cidade, onde todos se conheciam, poderia ocorrer um crime tão bárbaro?
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Copyright © 2013 by Wudson Silva Todos os direitos desta edição reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer processo eletrônico ou mecânico, fotocopiada ou gravada sem autorização expressa do autor. ISBN: 978-85-8255-027-4 Projeto gráfico: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Editoração eletrônica: Thiago Ribeiro Revisão: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Capa: Thiago Ribeiro/ Wudson Silva
CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros – RJ S684a Silva, Wudson Anjos - o segredo de Judith / Wudson Silva. - Rio de Janeiro : APED, 2013. ISBN 978-85-8255-027-4 1. Ficção brasileira. I. Título. 13-1117.
CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3
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Aped - Apoio & Produção Editora Ltda. Rua Sylvio da Rocha Pollis, 201 – bl. 04 – 1106 Barra da Tijuca - Rio de Janeiro – RJ – 22793-395 Tel.: (21) 2498-8483/ 9996-9067 www.apededitora.com.br aped@wnetrj.com.br
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A arte da persuasão pode estar dentro de você, contra você.
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A Jo達o Vitor, meu filho.
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Sumário
Introdução • 11 Segunda-Feira • 15 Terça-Feira • 23 Quarta-Feira • 49 Quinta-Feira • 71 Sexta-Feira • 87 Sábado • 97 Domingo • 115 Segunda-Feira • 137 Dois Anos Depois – (Final) • 161
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Introdução
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avia quase uma hora que Dr. Santiago, o delegado responsável pelo caso do iconoclasta, conversava com o detetive Clóvis. — Mas, Clóvis... Santiago hesitava. Confuso, com a nova e tresloucada linha de raciocínio do detetive. Afinal, como uma viagem de uma semana para o interior de Minas poderia servir para solucionar a investigação sobre o misterioso iconoclasta que vinha expandindo seu terror para quase todo o Brasil? O veterano delegado acabaria se aposentando sem entender a lógica que usava o detetive de seu departamento? — Mas, Clóvis, como que um assassinato ocorrido nos confins do mundo pode estar vinculado à nossa investigação? Tudo bem que mataram essa mulher no quintal da casa paroquial, e que isso faz lembrar igreja, que faz lembrar altar, que faz lembrar imagens sagradas etc. Contudo, basta-me pedir um relatório da polícia local, e claro que a gente concluirá que nada disto que você leu neste jornaleco de cidade de interior tem ligação com esta enorme confusão que se espalha pelos principais pontos do país. É evidente que não passa de uma coincidência! 11
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— Será uma isca, Santiago. Tanto eu quanto você sabemos perfeitamente que são casos distintos. — Então, como fazer com que o iconoclasta caia numa armadilha que não tem nexo com os crimes perpetrados por ele? — Mídia é tudo para ele, Clóvis riu, e tudo que precisamos é de um lugar afastado das redes de telecomunicações. Isto será tudo para nós! — Como assim? — Precisamos imobilizá-lo. Atraí-lo para um campo neutro e deixá-lo longe desta cobertura que o tem auxiliado. Aí sim, será fatídico, nós o pegaremos! Dr. Santiago ficou a refletir. Tirou os olhos de sua antiga mesa de escritório e deslocou-se para sua janela, no segundo andar do departamento da Polícia Civil. Suas vistas descansaram ao olhar para longe. Consequentemente, por mais desagradável que fosse aquela paisagem de prédios, carros e fumaça de poluição, sentiu repousar sua mente. Apesar dos pesares, ele já não se sentia mal com aquele panorama acinzentado. Depois de tantos anos observando aquela triste paisagem, acabou por afeiçoar-se a ela. — Mídia! Santiago exclamou, voltando a ficar agitado. — É por isto que você está agindo desta maneira. Esta coisa de ficar dando explicações a repórteres de rádio e revistas... Até entrevista coletiva ao vivo! Você já estava engendrando esta estratégia a longa data, não? Pura estratégia, seu ordinário! Agora é que entendi... — E faz um bom tempo que o senhor não questiona meus procedimentos, doutor... Santiago fez uma reflexão sobre seu comportamento nos últimos tempos. De fato, ele havia parado de reprovar os seus métodos de investigação e deixado que as coisas se desenrolassem conforme os planos de seu detetive, mas não quis prosseguir a conversa. Contudo, um simples olhar foi o suficiente para que se transmitisse uma mútua e leal confiança. — Ele é muito ágil, Clóvis, e nós não temos prova de que ele seja realmente o iconoclasta. 12
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— Quando falo em atraí-lo para um campo neutro, estou falando em levá-lo para um local em que não haja testemunhas também. Entendeu? As sobrancelhas do delegado subiram. — Como? — Um lugar longínquo. Apenas com uma floresta ao seu redor... — E sem ninguém por perto! Como podemos encurralado? — Interpelou o delegado. — Ele vai ter de dizer a verdade, é isto? — Mais ou menos. O delegado voltou a ficar em silêncio, mas bem que quis chamá-lo de louco, biruta, lunático, entre outras coisas, mas não precisava nem falar. O confiante sorriso de Clóvis condenava os adjetivos que fluíam em sua mente. E Santiago já o conhecia muito bem. — E o que você vai dizer se conseguir pegá-lo lá? — Depois eu penso sobre isto. Eu só preciso que você diga ao resto da equipe que eu estava muito estressado com este caso e que o senhor me obrigou a sair de férias, que meu paradeiro é desconhecido e que o meu celular ficou para trás. Ah! E pode falar à vontade que sou louco, biruta, lunático e outras coisas mais também, ok? — Isto eu sempre digo! Os dois riram. O delegado, apesar de achar as ideias de Clóvis um tanto fora de padrão, aprendeu a gostar das aventuras elaboradas pelo seu detetive. Por mais malucas que fossem, no final sempre davam certo. Clóvis deixou em sua mesa o jornal que relatava a ocorrência do assassínio da mulher no quintal da casa paroquial de uma cidade chamada Rio Vermelho e uma carta que elucidava a metodologia de como “sequestrar” o iconoclasta. — Uma semana, — frisou Clóvis —, é tudo que preciso. Encurralado, o delegado aceitou a proposta. Os dois despediram-se com um aperto de mãos. O detetive saiu com passos firmes e calmos. 13
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Santiago guardou o envelope na gaveta, como se não se interessasse muito pelo conteúdo e abriu o jornal na página do misterioso assassinato: Um crime bárbaro chocou a cidade do Rio Vermelho na manhã de ontem, quando foi encontrado o corpo de Judith Figueiredo, 32 anos, no quintal da casa paroquial. O corpo estava no interior de uma estrela riscada no chão. Ela estava bem vestida e sem vestígio de estupro. A polícia acredita numa provável vingança de um homem que não a perdoou por um choque acidental que o fez cair na rua, no centro da cidade. O suspeito tem fama de feiticeiro. Várias testemunhas ouviram-no recitar algo em um idioma estranho após sua queda. Ele parecia chantagear a jovem catequista... Interrompeu a leitura e passou a observar as duas fotos que mostravam o rosto de uma linda mulher, destacando um sorriso jovial, e ao lado, o seu corpo envolto por uma estrela de seis pontas riscada no chão. Santiago concentrou-se no sorriso da jovem catequista e depois começou a rir. Os risos evoluíram para gargalhadas desenfreadas... Não conseguia mais parar. Precisou se sentar por ter perdido as forças. Por fim, começou a suar e a tossir como se não tivesse mais poder para conter suas emoções. Só depois de muito tempo conseguiu retomar o fôlego.
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