Degusta Amor, és Real

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Apaixonada pelas letras, começou a escrever aos 14, poesias de amor , cartas nunca endereçadas somando aproximadamente 300 poesias de amor, entre outros temas. Despertou a vontade de explorar novos caminhos e acabou descobrindo seu lado romancista, assim nasceu Amor, és Real. Não almejava publicá-lo, foi depois de um incentivo de uma grande amiga que decidiu batalhar e assim o fez .

Amor, És Real

Reside no interior de São Paulo, em Capão Bonito com os pais.

Daniele Nhasser

Daniele Nhasser, 20 anos, lança seu primeiro romance —Amor, És Real.

“Dou um passo para atrás e torno a olhar para o espelho, agora vejo um ser, uma mulher por traz de um cabelo espatifado, maltratado, sujo, olhos pretos esbugalhados, roupas um trapo só, unhas enormes pintadas de roxo, sim consegui reconhecer, a figura era de uma bruxa, um filme de terror que eu morria de medo quando era menor. Mas aquela bruxa tinha algo familiar, não estava parecida com a atriz totalmente, tentava reconhecer os traços quando dei mais um passo de ré! Eu era a bruxa! Eu tinha me transformado em uma mulher triste e desesperançosa, via através de seus olhos todo sofrimento que os homens de toda a minha vida fizeram eu passar inclusive Fábio, ele estava rindo da minha cara com seus colegas depois que conseguiu me beijar, ele tinha trazido plateia ao nosso primeiro encontro; Tadeu insistia em tirar fotos, flashes que me cegavam, ao correr para longe tropecei em uma poça de lama, mais risos atrás de mim, estava toda suja quando uma mão veio me ajudar a levantar, quando estava quase de pé a mão me soltou, tornei a cair na lama, os risos aumentavam... E só ouvia gritos em meio de gargalhadas “— Pare de tirar fotos, filma para rirmos mais tarde! HAHA — Espantalho você está mais engraçada do que antes!” Espantalho?”

Daniele Nhasser

Amor, és

Real

Mariana, uma jovem do interior de Minas, já sofreu muito por amor e atualmente mantém a ideia fixa na cabeça de que esse sentimento não passa de invenção das pessoas para criar filmes e vender muitos livros.

Rodrigo, um paulistano, chega na cidade de Formiga e se apaixona logo de cara pela linda garota, mas vai perceber que para ter a mulher amada não bastará galanteios, presentes e buques, para derreter e conquistar a confiança da amada passará um dobrado.

Resistente ao amor, Mariana custa a aceitar o sentimento que brota em seu coração. E o que Rodrigo terá de fazer para conquistar de vez a moça. Quem ler, Amor, És Real, saberá?

Atualmente, está escrevendo o seu quarto romance. E ainda tem por finalizar duas histórias sobrenaturais que ainda não finalizou. Blog da Autora http://danielenhasser.blogspot.com.br APED - Apoio e Produção Editora Ltda.

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Copyright © 2013 by Daniele Nhasser Todos os direitos desta edição reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer processo eletrônico ou mecânico, fotocopiada ou gravada sem autorização expressa do autor. ISBN: 978-85-8255-xx-xx Projeto gráfico: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Editoração eletrônica: Thiago Ribeiro Revisão: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Capa: Thiago Ribeiro

CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros – RJ

Aped - Apoio & Produção Editora Ltda. Rua Sylvio da Rocha Pollis, 201 – bl. 04 – 1106 Barra da Tijuca - Rio de Janeiro – RJ – 22793-395 Tel.: (21) 2498-8483/ 9996-9067 www.apededitora.com.br aped@wnetrj.com.br

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“Duvida da luz dos astros, de que o sol tenha calor, duvida até da verdade, mas confia em meu amor.” William Shakespeare

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Agradecimentos

Quero agradecer imensamente a Deus não só pelo dom de contar histórias, mas por me dar forças par ver esse projeto concluído. Agradeço aos meus pais Marina e Valdomiro pela simplicidade e os puxões de orelha, por me mostrarem sempre o caminho da verdade e honestidade. O meu eterno agradecimento ao meu tio Antonio Malaquias, o primeiro leitor desse romance, ao maior incentivador que já se ouviu falar nesse planeta Terra, o que me ajudou de todas formas possíveis e até impossíveis para que esse sonho se tornasse realidade. A toda minha família que sempre foi meu refúgio, os que me aturam, os que riem mesmo sem achar graça de minhas palhaçadas, os que sempre estão lá para o que der e vier. Vocês são o maior presente que Deus poderia me dar; nasci numa família de bem, onde reina o amor e respeito. O meu MUITO OBRIGADA a todos meus amigos, desde os que o tempo afastou até os novos que estão chegando em minha vida agora, incluo também os meus adorados amigos virtuais que passam altas horas da madrugada curtindo comigo o 7

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viciante Facebook; vocês são maravilhosos, deveriam ganhar um prêmio por me aturarem tanto tempo e ler minhas histórias, às vezes, sem pé nem cabeça. A todos os autores que, com suas histórias, me fizeram viajar, os que me acolheram muito mais do que uma fã, mas como amiga, os que me ouviram, os que me aconselharam, os que torceram por mim, a minha admiração e respeito eterno. Mariana, a personagem principal desse romance tem pouco de Daniele, a melhor coisa que passei de mim a ela foi admiração aos meus ídolos citados na história. Mesmo indiretamente, eles foram essenciais para a construção, então vale também deixar aqui o meu agradecimento e carinho incondicional. A editora Aped que acreditou em minha história, que abriu as portas e me recebeu com toda integridade, vocês são nota máxima. E, para finalizar, e nem menos importante, quero agradecer a uma pessoa muito, mas muito especial. Essa pessoa acreditou em meu trabalho, e encontrar a palavra certa para descrever é praticamente impossível... Sinta-se abraçado... Você que está com esse livro nas mãos, é a prova de que um sonho pode se tornar realidade. Com todo meu carinho, Daniele Nhasser

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Sumário

Prólogo • 11 1— Caseira Sim e Daí? • 17 2 — Encontro de Velhas Amigas • 31 3 — Os Inesperados, por Mim é Claro! • 39 4 — Trabalhar e Receber o Imprevisto, Esse é o Lema • 49 5 — Acontecimento que Mudará Tudo • 57 6 — Acidente Não é Por Acaso • 69 7 — Anjo de Calças • 79 8 — Sonhos Desastrosos • 87 9 — O Inesperado Acontece • 95 10 — Dor que Corroi • 105 11 — Desentendimentos Brutais • 115 12 — Apaixonar, Exige Fazer Coisas que Nunca se Fez • 125 13 — Que Dia, Jesus! • 137 14 — Alma Gêmea? Óh... Existe Afinal • 143 15 — Um Dia para Contar aos Netos • 153 16 — Quando Acha Que Está Tudo Certo, Você é Surpreendido • 161 17 — Proposta de um Sonho • 173 18 — E Fui Surpreendida Novamente • 181 19 — Desespero Total • 187 9

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20 — Talvez o Fim Esteja Próximo • 193 21 — Para Receber uma Surpresa, Basta Estar Vivo • 201 22 — Onde Reina o Bem, o Mal Está Lá para Perturbar • 213 23 — O Que Tanto Temia, Só Que Pior • 219 24 — Pesadelo Interminável • 227 25 — Recomeço • 233 26 — Pela Eternidade, Juntos • 239 27 — Ulalá • 247 28 — Aniversário Duplo • 253 29 — A Notícia • 261

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Prólogo

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e alguém me dissesse tempos atrás que um dia encontraria o par perfeito, a outra metade da laranja, que eu seria feliz como jamais tinha sido antes com parceiro algum, daria uma bela gargalhada e chamaria a pessoa de louca! Eu, Mariana Ortiz Lopo, uma mulher, a que fizeram tantas vezes de palhaça, jamais cairia no conto do vigário novamente, nunca mais acreditaria nas falsas promessas dos rapazes. Já tinha entendido a deles, eu era considerada a garota difícil do colégio, isso era como um desafio a eles, sentiam-se na obrigação de vencer meu escudo; eu acreditava no amor, sim eu acreditava que príncipe encantado de cavalo branco, o par perfeito existia para todas as damas, como nos filmes da Disney, não me considerava princesa, mas sim uma garota que merecia ser feliz com um príncipe disfarçado de plebeu! Nunca liguei para dinheiro, nunca pensei em casar com um rapaz rico e mudar radicalmente minha conta bancária, sonhava em construir juntos nosso patrimônio; se meu sentimento fosse correspondido com tanta intensidade, já estava valendo para me casar! Eu não fui muito precoce acredite, mas desde muito nova sonhava em me casar na igreja, de véu e grinalda, tapete verme11

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lho, rosas brancas sendo jogadas do céu, e um lindo rapaz de terno branco esperando-me no altar com um sorriso radiante e com as mãos tremendo de ansiedade. Acho que toda mocinha que se preze tem essa ideia, então não me ache maluca ou algo do tipo; estudava já com o pensamento no futuro próximo, em como seria ser adulta e ter um marido esperando-me para jantar. Nunca fui de sair com muitos rapazes, não era daquelas que saia beijando todo mundo em viagem da escola; nas festas nem aparecia, pode me chamar de anti- social, cafona, reservada, considero-me tudo isso e muito mais, e tempos atrás lhe digo estava cem vezes pior. Mas voltando, sempre fui muito na minha, acreditava que quando o cara certo aparecesse os sinos tocariam na minha cabeça e não teria dúvida de que seria ele quem deveria beijar, ser feliz, chamar de meu! Mas, no passar dos anos a vida foi me pregando umas peças que nem nos meus piores pesadelos podia imaginar, fui me decepcionando com os caras que achava nutrir um sentimento verdadeiro por mim, vi debaixo dos meus pés o abismo se abrir, as histórias que tinha criado em minha cabeça, não tinha nenhuma importância para eles. Diziam eu te amo um dia, outro já estava de beijos com minha amiga; uns chegaram a dizer te amarei para o resto da minha vida, e pouco tempo depois já estava de casamento marcado com qualquer uma. Você deve estar se perguntando como eu, uma pessoa tão inteligente, sempre a melhor aluna que adquiria sem nenhum esforço as melhores notas que alguém poderia sequer sonhar, como eu tão pé no chão, chegou um dia acreditar em sinos, par perfeito, felizes para sempre? Até hoje, depois de ter estudado muito, não encontrei resposta científica para responder esse ato de falta de raciocínio. Mas todo ser humano erra, no início, torturava-me com isso, mas agora me perdoo, aprendi com a lição, eu disse a lição, no singular? hahahahahaha... Isso aconteceu em vários momentos, às vezes temos de cair mais de uma vez da bicicleta para aprendermos a andar, mas um dos baldes de água fria que levei, lembro como se tivesse sido 12

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ontem, foi quando estava cursando a sétima série. Gostava cegamente de um rapaz da sala ao lado, ele era lindo, moreno, olhos verdes, tinha se mudado há pouco tempo. Seus pais tinham se separado e sua mãe o despachou para morar com o pai e os avós, o garoto era super na dele, eu estava sempre observando-o no intervalo desde o dia em que chegou e me apresentaram o novo morador e estudante da escola. Passaram-se dias e via que ele continuava sempre isolado do pessoal, e isso era o que mais me encantava, Junior esse era o nome do infeliz, tinha boa escolha, selecionava a dedo com quem se relacionava, ou talvez era dificuldade para se entrosar, não sei bem se a separação de seus pais o deixou traumatizado, mas ele conversava com poucas pessoas, alguns meninos “bacanas” do fundo da minha sala,alguns professores, ate os funcionários da escola, a velha senhora da cantina era o que mais via Junior conversar. Um dia, eu estava na biblioteca, quando ele veio e sentou-se ao meu lado, batemos um papo legal, nossas cabeças davam certo, suas ideias, seu modo de pensar eram incríveis, nossas afinidades eram visíveis a olho nu, estava certa como dois e dois são quatro que ele parecia ser diferente dos outros rapazes. Depois do dia da biblioteca nos tornamos grandes amigos, Junior mandava-me bombons através dos meninos da minha turma, gostava de me surpreender com recadinhos pelas professoras, eram rimas, não entendia muito de poema na época, não sei se ele copiava dos livros ou, na pior das hipóteses, fazia inspirados em mim. Mas não posso negar, eu achava isso uma coisa do outro mundo... Eu era difícil! Não vou dizer completamente difícil, pois eu estava super na dele, totalmente em seus pés, mas fingia que ainda estava em dúvida, mostrava insegurança em relação a dar fim a nossa linda amizade. Demonstrava descrença à intensidade de seus sentimentos relatados. Fazia com destreza todas essas baboseiras que nós, mulheres, já nascemos sabendo fazer bem. Enrolava-o, pois gostava de ter seus paparicos e achava que, quanto mais eu demorasse a cair em seus braços, mais eu teria esses agrados surpresas. 13

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Mas, um dia, resolvi aceitar um de seus convites para dar um passeio no parque, foi um encontro agradável, Junior era meio tímido, mesmo depois de termos já uma certa intimidade, nossa amizade nos deu a liberdade de rir um do outro sem esperar remorsos, conversávamos sobre variados temas, o papo era legal e construtivo. Ficamos naquele dia, foi o primeiro beijo da minha vida, então você pode imaginar o que isso significa, a tonta aqui, sentiu algo mágico, acreditou que tinha achado a outra metade da laranja e que o sentimento era correspondido verdadeiramente. Você deve estar rindo da minha cara, internamente, não é? Sei bem, que isso é motivo de chacota mesmo! Sempre fui precoce em querer casar, mas por em prática beijar e namorar, demorei uma eternidade. Atualmente, algumas garotas nessa idade já têm até filhos grandes e eu ainda acreditava em Cuca que viria me buscar, se não pegasse no sono logo. Papo furado essa coisa de outra metade! No dia seguinte, fui falar com ele no colégio e, para minha surpresa, Junior ignorou-me completamente, sem entender o que havia acontecido, caminhei cabisbaixa até a sala de aula, senti um ar estranho no ambiente quando entrei, ouvi risos pelas minhas costas, até cheguei a repassar todo o encontro na cabeça, procurando ver o que tinha feito de errado no passeio. “Será que paguei um mico e Junior estaria horrorizado pela minha inexperiência?” Pensava. Os amigos dele do fundão da minha turma cochichavam algo sobre espantalho, mas nada fora do comum, eles viviam pondo apelidos maldosos para os professores, então tentei ficar na minha, estava magoada, apreensiva, pensando em o que tinha feito de errado, como aquele encontro mágico para mim, tinha sido o maior pesadelo para o Junior? Naquele dia nada de poemas, nada de bombons, nenhum sorriso nem sequer um olhar em minha direção no intervalo, me isolei das amigas, quando uma delas já na ultima aula, veio me contar a pior coisa que poderia acontecer na minha vida! Junior não era diferente dos caipiras que conhecia, ele era pior, muito pior, um ser desprezível. Acho que se não fosse uma pré-adolescente e tivesse uma carabina estourava seus miolos! 14

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Ele era um ser baixo, um menino problemático pela separação dos pais, merecia tratamento médico, achava que só por que sentia dor, indiferença, tinha o direito a zombar dos outros, a zombar de mim? Que até aquele momento pensava que estava o amando. Nunca fui de violência, mas, aquele dia, quando soube que os babacas da minha sala tinha o desafiado, falando que Junior não era capaz de conquistar o espantalho da sala deles, me deu a vontade de pegar meu pequeno canivete que trazia na bolsa para apontar o lápis e enfiar nos olhos daqueles que me enxergavam daquele jeito. O termo também que os guris da minha turma se referiram a mim, feriu-me completamente, sempre fui educada, tratava-os com a maior gentileza possível, passava até as respostas de algumas equações para eles, só para não serem reprovados; e era isso que eu tinha em troca? Pelas minhas costas, chamavam-me de espantalho? Nunca fui a rainha da beleza, mas a escola exigia uniforme, maquiava-me com um pó claro, gostava de me ver no espelho, eu era feliz comigo mesma, não conseguia entender porque eles me apelidavam assim! Você deve estar se perguntando: deixou barato? Acredita que deixei passar? Não sei se tivesse sido agora, eu agiria com tanta frieza, acho que a sede de matar não passaria só da vontade. Foi uma facada em meu peito, chorei muito naqueles dias, mas depois acabei esquecendo, minhas amigas me deram o maior apoio, os colegas já não sentiam mais graça no apelido infame. Aos poucos, o fundão de meninos que nunca mais dirigi a palavra não riam mais, já não debochavam, não me chamavam de espantalho pelo menos não na minha frente e isso foi se amenizando com o tempo. Junior, depois de um tempo, veio me pedir desculpas, dizendo que não tinha direito de brincar com meus sentimentos, justificando que só tinha feito aquilo por querer ter amigos; e os meninos da sala foram os únicos que deram brecha, deram a chance de entrar para sua gangue de nojentos. O idiota fez tudo que os babacas pediram e até aquele dia não tinha tido a “honra”, se isso pode dizer que seja um privilégio de fazer parte do grupinho! 15

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Só uma vez dei o trabalho de responder: —Saiba que amigos não se compra, se constrói! Depois de várias tentativas vans de falar comigo, e minhas amigas companheiras não derem mais a brecha para que se aproximasse de mim, Junior mudou de tática, ignorava- me tanto como eu a sua pessoa, eu o via como um monte de bosta (desculpa o termo) jogado na calçada, desviava de tudo quanto é jeito dele e de todos os babacas de minha classe. Nas provas já não passava mais colas, e me sentia feliz ao sair o resultado das provas e me via com enorme dez e eles com notas vermelhas, choramingando por terem ficados em recuperação. Isso já me deixava radiante e sem querer dar o troco por mim mesma. O destino era justo, deixou Junior sozinho, mais ignorado do que uma pessoa com doença contagiosa, sem amigos, nenhum mesmo, e os babacas reprovados, tem coisa melhor? Eu não podia pensar em algo mais reconfortante. Depois de tudo que passei olha onde estou!

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