Renato Cruz
Aos cinco anos mudou-se para o Rio de Janeiro. Na juventude, foi para São Paulo dar seguimento aos estudos, onde escreveu sua primeira obra, esta foi manuscrita e terminada em 1986. Em 1988 voltou a Minas Gerais onde deu desenvolvimento a sua criatividade. Rodeado de amigos que sempre o incentivaram a escrever, mesmo tendo dificuldade para publica-los.
Fiquei imaginando o que realmente estariam querendo dizer, mas em uma coisa tinham razão, enquanto estivesse ali, Ilía e Jacó estariam em perigo. Tomei uma decisão, principalmente por ter sentido uma energia maléfica não muito distante, a entidade maligna estava por perto e estava na hora de cumprir minha missão, antes que a perdesse de vista. Naquela noite, sem que percebessem, saí da cabana em direção à floresta, a cada passo a energia maligna ficava mais forte. Não andei muito e logo encontrei uma caverna onde a energia do mal chegava ao clímax. De repente, uma visão atingiu minha mente, uma visão assustadora. Sem perda de tempo, atravessei a floresta como pude, correndo e voando, pouco depois cheguei à cabana de Ilía, mas era tarde demais. A porta havia sido arrancada, sinais de luta eram evidentes, mas nem sinal deles. De repente, ouvi um grito apavorante.
O sonho e o desejo de ter seu livro publicado,o fez criar mais e mais na esperança de um dia o reconhecimento e a oportunidade chegasse, e esse dia é agora. APED - Apoio e Produção Editora Ltda.
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Renato Rodrigues da Cruz Filho (Rhenato Cruz), mineiro, natural de Caratinga – MG.
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Durante um acampamento, um grupo de jovens encontra uma caixa muito antiga. Ao abri-la, acham um livro misterioso, que esconde um segredo que pode colocar suas vidas em perigo. A partir daí, coisas estranhas começam a acontecer. Que segredo guarda o misterioso livro? Que relação tem com os sonhos de Leonardo? Por que ele é o único que consegue entender aquele estranho dialeto? Conseguirão, eles, desvendar o mistério a tempo, ou cada um encontrará seu destino nos braços negros da morte?
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Copyright © 2013 by Renato Cruz Todos os direitos desta edição reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer processo eletrônico ou mecânico, fotocopiada ou gravada sem autorização expressa do autor. ISBN: 978-85-8255-032-8 Projeto gráfico: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Editoração eletrônica: Thiago Ribeiro Revisão: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Capa: Thiago Ribeiro
CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros – RJ C964d Cruz, Renato O diário de Argel : o anjo / Renato Cruz. - Rio de Janeiro : APED, 2013. ISBN 978-85-8255-032-8 1. Ficção brasileira. I. Título. 13-1859.
CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3
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Agradecimentos A todos que, com apoio e incentivo, proporcionaram a realização desta obra.
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s fatos relatados neste são parte do que me lembro sobre como tudo começou. Meu nome é Leonardo Dantas e esse é meu diário. Eu e meus amigos tínhamos combinado de acampar naquele fim de semana, estávamos preparando tudo com muito cuidado, a fim de termos muito que fazer de dia e de noite. Conhecíamo-nos desde crianças, éramos inseparáveis. — Como vão os preparativos para o acampamento, Cris? — Tudo em cima! Iremos esta tarde para a mata onde montaremos o acampamento, acenderemos a fogueira e passaremos a noite contando histórias de terror e olhando as estrelas, o concerto do telescópio do meu avô já terminou, vai ser demais. 7
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Na tarde de sexta-feira caminhamos pela mata, era um trajeto longo, cansativo, mas às cinco horas todos nós estávamos no local. Armamos as barracas em uma área ampla e começamos o reconhecimento do pedaço. A noite chegou, estávamos reunidos em volta da fogueira, a lua nova deixava o céu dominado pelas estrelas facilitando a observação pelo telescópio que Cris ganhara de seu avô, era um espetáculo realmente fascinante. A noite estava tranquila, naquela madrugada tive um sonho que me deixou intrigado. Sonhei que estava em cima de um monte, a minha frente havia uma árvore, e encostado ao seu tronco estava um anjo com suas asas encolhidas, sua aparência era triste, mas serena. De repente, ele virou o rosto e olhou-me nos olhos, então acordei. Nunca havia sonhado com anjos antes, aquilo me deixou perturbado, mas procurei pensar em outras coisas e adormeci. Ao amanhecer tudo parecia normal, achei melhor não contar nada aos outros, após o café fomos para o lago pescar. Durante a pescaria, que mais parecia um salvamento ecológico das espécies, resolvemos nadar um pouco; após alguns mergulhos, sai para caminhar pela mata. Andava tranquilamente, quando, a uns quatro metros do lago, tropecei em alguma coisa, procurei ver o que era, parecia ser a ponta de uma caixa, cavei a sua volta e a removi. Era uma caixa de madeira, com 8
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aproximadamente 25 centímetros de comprimento, 15 de largura, por 10 de altura, não era uma madeira comum, era mais sólida, parecia petrificada, estava toda entalhada com desenhos estranhos como se quisessem dizer alguma coisa, uma mensagem. Meu coração batia acelerado, como se pressentisse algo estranho no ar. Peguei a caixa e leveiaa para o acampamento sem que meus amigos notassem, escondi em minha mochila e voltei para o lago. O divertimento continuou, passamos o dia correndo pelos campos, nadando, pescando, curtindo a natureza. À noite, depois que todos dormiram, procurei examinar com mais detalhes aquela estranha caixa. Deixei a barraca e me afastei do acampamento; acendi a lanterna e passei seu raio de luz por toda a superfície, não havia nenhum indício do que continha. Olhando para ela, pude sentir uma energia estranha, pura, que provinha de seu interior, uma força muito poderosa que percorria meu corpo. Sentia-me como se estivesse em chamas, uma chama que me fazia muito bem. Voltei para a tenda, naquela noite ouvi uma voz chamando-me, sonolento levantei a cabeça e vi pela lona da barraca a silhueta de um homem que me estendeu a mão. Aquilo me despertou num salto, olhei, mas não havia nada, peguei a lanterna, abri o zíper da tenda, mas não havia ninguém. Cris e Allan dividiam a mesma barraca, Mateus preferiu dormir próximo à 9
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fogueira; no saco de dormir, eu fiquei com a outra barraca só para mim. No dia seguinte voltamos para nossas casas e tudo voltou à rotina de sempre, ou quase. Enquanto cuidava de meus afazeres podia sentir uma energia estranha no ar, como se alguém me observasse. O telefone tocou... Atendi... Silêncio. — Alô... Alô? Silêncio... Um temor começou a me dominar. — Leo, sou eu, Cris. — Ficou maluco cara, que ideia é essa. — Calma... Está assustado à toa. Escute, o pessoal quer se reunir hoje. Estou ligando para confirmar. — Tudo bem, a que horas? — Às seis. — Quem era Leonardo? — O que... Ah era o Cris, com suas brincadeiras. Fui para meu quarto, a fim de examinar a caixa com mais detalhes, fiquei imaginando de quem poderia ser, quem havia construído aquela caixa tão cheia de detalhes, o que significava todos aqueles desenhos e, principalmente, o que havia dentro dela. Guardei-a e fiquei pensando quem seria a pessoa que apareceu no acampamento. Tentei visualizá-la, mas havia sido rápido demais, apenas um vulto, não consegui identificar. Estava tão absorto em meus pensamentos que não percebi minha mãe me chamar. — Leonardo, Leonardo está me ouvindo? 10
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Despertei do transe quando ela tocou-me no ombro. — Ah... O que... É você mamãe, o que foi? — Estou te chamando faz tempo, algum problema? — Não, não é nada, só estava pensando. — O lanche está pronto, venha. — Já vou. Após o lanche, tranquei-me no quarto para não ser incomodado, pretendia abrir a caixa e matar minha curiosidade de uma vez; com o auxílio de algumas ferramentas, removi o lacre que prendia a tampa, parecia uma espécie de piche, forcei a tampa e ela cedeu. De repente, um vento estranho, vindo do nada, percorreu meu quarto. Senti um frio na espinha, um pressentimento, mas continuei. Abri a caixa e dentro havia um livro antigo de capa dura, feita com o mesmo material da caixa, e com três fechos que o lacravam, pareciam mais selos. O desenho da capa me chamou a atenção: um anjo sentado embaixo de uma árvore olhava para o céu enquanto uma lágrima percorria seu rosto, o mesmo que vi no sonho. Aquilo me fez levantar num salto, um medo súbito percorreu meu corpo, larguei as ferramentas, era muita coincidência. Guardei tudo e fui me encontrar com meus amigos. No fundo de casa havia dois cômodos, meus pais haviam construído para dispensa, mas acaba11
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ram não usando, então aproveitamos e alugamos para ser nossa sala de estudo, uma sede para nossas reuniões, cada um tinha sua própria chave. Cristiano, quatorze anos, alegre e brincalhão, estava sempre de bom humor. Tinha os cabelos pretos e levemente encaracolados, olhos castanhos escuros e pele morena. Allan, quinze anos, um pouco diferente de seu irmão Cris, estudioso, inteligente, um pouco mais responsável. Tinha a pele clara, olhos negros, cabelos negros e lisos. Matheus, dezesseis anos, cabelos pretos e lisos, pele clara e olhos castanho-claros. Trabalhador, esforçado e amigo em todas as horas, curioso e paquerador. Apesar de todas as diferenças, éramos amigos inseparáveis. A reunião não foi tão importante assim, tentávamos combinar o que fazer no próximo fim de semana, mas não chegamos a nenhuma conclusão. Terminamos o trabalho de geometria e resolveram ir embora, o vento estava forte e acharam melhor voltar para casa. De volta ao meu quarto, abri cautelosamente a caixa e de posse do livro fiquei a olhá-lo como que em transe, o medo dizia-me para guardá-lo, mas algo mais forte forçava-me a abri-lo, então comecei a abrir os selos. Sem que percebesse, uma tempestade começou a se formar; abri o primeiro selo e, no mesmo ins12
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tante, um raio cortou o céu, o barulho foi tão grande que abalou as janelas de meu quarto, levantei-me e as fechei. Lá fora, o vento soprava com fúria. De volta à escrivaninha, abri o segundo selo, outro relâmpago cortou o céu. Este caiu bem perto de casa, seu brilho chegou a ofuscar a minha visão. Mamãe, assustada, procurou desligar os eletrodomésticos; o vento soprava como se fosse um furacão, as janelas de meu quarto já não estavam aguentando, pareciam que seriam arrancadas. Nunca acontecera aquilo antes, as tempestades mais fortes da região não chegavam aos pés daquela. Tive um pressentimento e resolvi arriscar, acho que foi nesse ponto que errei. De volta à escrivaninha, agora com mais atenção ao que estava acontecendo à minha volta, abri o terceiro e último selo. A tempestade parou instantaneamente, como se nunca tivesse surgido. Com certeza, aquele estranho livro tinha relação com aquele distúrbio da natureza. Mas pôr que? Bem, eu teria estas respostas muito em breve. Assustado, mas curioso, comecei a levantar a capa, que dava acesso à primeira folha, mas fui interrompido com batidas na porta. O susto foi grande, perguntei quem era, mas não obtive resposta. Levantei-me cautelosamente e caminhei até a porta, tornei a perguntar novamente silêncio. Meu coração batia mais forte, mesmo assim tencionava abrir, abriria num arranco e pegaria de surpresa quem quer que fosse. Nisso uma voz do outro lado disse: 13
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