Entre o Amor e o Dever

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Entre o Amor e o Dever é um romance histórico, onde uma princesa chamada Helena é prometida para se casar com Alexandre, um príncipe de outra província, para dar fim a uma guerra que já perdura há anos. Porém, o coração de Helena já está tomado de paixão por seu criado Carlos, com quem conviveu durante toda a sua infância. Mas tudo o que eles haviam combinado é impedido pela guerra que convoca-o. Helena, então, casa-se conforme o prometido, e aguarda o retorno de seu amado.

Renata Fricks tem 21 anos, é formada em Publicidade e Propaganda, e mora no interior do Estado do Espírito Santo, na cidade de Itapemirim.

Mas a vida lhe prega algumas peças. Sempre gostou de escrever, até que despertou para a escrita de romances, em 2009, quando ingressou na faculdade.

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O coração de Helena já não sabe mais qual destino aceitar: o amor ou o dever.


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Copyright © 2012 by Renata Fricks Todos os direitos desta edição reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer processo eletrônico ou mecânico, fotocopiada ou gravada sem autorização expressa do autor. ISBN: 978-85-98792-95-8 Projeto gráfico e editoração eletrônica: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Revisão: Roxane Norris e Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Capa: Priscila Reis Andrade Imagem: Imagem cedida pela autora

Aped - Apoio & Produção Editora Ltda. Rua Sylvio da Rocha Pollis, 201 – bl. 04 – 1106 Barra da Tijuca - Rio de Janeiro – RJ – 22793-395 Tel.: (21) 2498-8483/ 9996-9067 www.apededitora.com.br aped@wnetrj.com.br

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“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.â€? (1 CorĂ­ntios, 13)

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Agradeço, primeiramente, a Deus por me dar a possibilidade de escrever; além de minha família e amigos. Entre eles, a Priscila, que me mostrou que todos podem escrever uma história se tiver dedicação e força de vontade. Escrevi este livro após um sonho, no qual continuei a pensar a caminho da autoescola, e meu irmão, Renan, estava junto e disse-me para escrevê-lo.

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Sumário

Capítulo I — A Chegada • 11 Capítulo Dois — O Amor de Carlos • 21 Capítulo Três — A Festa no Palácio • 35 Capítulo Quatro — A Partida para a Guerra • 49 Capítulo Cinco — O Casamento • 63 Capítulo Seis — Vida de Casados • 75 Capítulo Sete — A Febre • 81 Capítulo Oito — Segredos Desvendados • 87 Capítulo Nove — Recomeço • 93

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Capítulo I — A Chegada

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elena acordou assustada por uma das recordações de sua infância. Seu pai, bêbado, havia dado um tapa no rosto de sua mãe após uma das cotidianas discussões de ambos. Acordou suada. Sua criada, que estava arrumando seu quarto, perguntou: — Que foi Srta. Helena? — Foi somente um pesadelo, não se preocupe. Helena levantou, banhou-se, vestiu-se e penteou seus longos cabelos loiros. Saiu apressadamente nas dependências do enorme castelo. Na cozinha encontrou sua mãe e perguntou: — Nossa criada Joana disse que você estava gritando. O que houve? — Foi apenas um pesadelo mãe. — Olhe para você, está horrível com estas enormes olheiras. — Observou. — Você tem de se cuidar, Helena. Não queremos deixar seu noivo decepcionado, não é? — Noivo, mamãe? — Alterou o volume da voz, visivelmente insatisfeita. — Eu o vi apenas uma vez e meio segundo depois estava noiva! 11

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— Helena, já conversamos sobre isso. É muito mais que um casamento, é a união de duas províncias. E seu noivo é um rapaz muito querido pelo seu povo. — E o que me importa isso, mamãe? Casar-me com alguém que mal conheço... — Cruzou os braços, infeliz. — Você foi prometida a ele desde meu ventre, e tenho certeza de que será muito feliz. — Não consigo acreditar nisso. — Eu sim. — Sua mãe replicou. — Vou à feira comprar qualquer coisa. — Helena comentou e foi se retirando. — Vá, mas peça que um de nossos criados a acompanhe. — Vou chamar Carlos. — Avisou. — Novamente este criado! — Sua mãe reclamou. — Daqui a pouco irão falar que você está enamorada deste rapaz! — Mãe, ele apenas irá me acompanhar. Além do que, ele nasceu nesta casa. — Parou na porta da cozinha. — O que teria demais nisso? — Então vá, mas não demore. — Sim mamãe. Não vou demorar. Helena dirigiu-se aos arredores do castelo e encontrou Carlos ajudando a cortar alguns galhos de árvores do enorme arbusto verde que se estendia a metros de distância. — Poderia me levar à cidade? — Pediu a Carlos. — Claro, mas o que irá fazer lá? — Irei encontrar Luiza. — Sua mãe já lhe avisou que não é para andar com esta moça. — Disse, apontando o dedo indicador. — Sim, Carlos. Todavia, tenho de vê-la. — Disse, revirando os olhos. — Helena, sou criado de sua mãe, e ela disse que qualquer um que permita sua aproximação desta moça será expulso daqui. — Vai me impedir? — Cruzou os braços. — Infelizmente... Não posso negar-lhe coisa alguma. — Então vamos? — Riu de forma infantil. — Sim. Vamos. 12

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Ambos se dirigiram ao centro da cidadela, ao encontro de Luiza. Helena, entretanto, foi para o campo, um pouco além dos muros, onde esperaria por Luiza. Luiza era filha de uma costureira que fora abandonada pelo marido. Por isso, toda a sociedade a discriminava. Carlos chegou à casa de costura e perguntou à mãe de Luiza: — Luiza está? — Está me ajudando a costurar e não tem tempo para conversas. — A mãe da garota falou com severidade. — Mas preciso falar com ela. — Insistiu. — O que tem para falar com minha filha? Neste momento, Luiza apareceu: — Deixe mamãe! — Disse. — Vou falar com ele. — Luiza, temos muitas costuras para entregar! — A mulher avisou. — Eu sei, mamãe, mas também tenho de conversar com meus amigos. — Amigos? Que amigos? — A velha senhora perguntou com arrogância. — Vejo apenas um servo do rei. — Mamãe, não fale assim com ele! — Venha, Carlos, vamos conversar lá fora. — Disse, puxando-o para fora e interpelando-o em seguida: — E então? O que tens a dizer? — Helena está a sua espera nos campos. Quer te ver. — Então vamos! Luiza e Carlos foram ao encontro de Helena. Ela estava um pouco triste, recostada em uma castanheira, sob a qual se encontrava um chão cobertos de folhas secas, frutos do outono. As folhas giravam em volta dela e caíam, pouco a pouco, sobre o gramado verde próximo ao lago. Ambos se aproximaram de Helena, mas foi Luiza quem perguntou: — O que foi amiga? Lágrimas correram pelo rosto de Helena, inúmeras delas, e sem nenhum empecilho, pingaram sobre a barra de sua saia, criando desenhos incompreensíveis no tecido. Por fim, respondeu: 13

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— Luiza, não suporto mais tudo isso! Carlos a interrompeu: — Vou deixar vocês a sós. — E depois acrescentou: — Helena, não se esqueça de que temos de ser rápidos. Carlos saiu na direção dos muros, deixando-as a sós. Luiza sentou-se ao lado de Helena e perguntou: — O casamento novamente? — Sim. Como me casar com alguém que mal conheço? — Helena, em breve você será rainha, e não deseja cuidar de seu povo e criar uma sociedade mais justa? — Sim, mas por que o casamento? Por que ter de viver com um homem que nem sequer amo? — Infelizmente já está decidido. Não teria como mudar isso. — Mas não fui eu quem prometeu tal coisa! — Mas os reis fizeram um acordo para unir as duas províncias. Você sabe que é a única maneira de acabar com a guerra que já matou milhares de nossos irmãos. — Eu não quero abandonar meu reino, Luiza. — Lamentou. — Então, conforme-se, Helena. Terá de se casar por amor a sua pátria. — Abraçou-a tristemente. Helena enxugou as lágrimas e ficou com o olhar vagando a sua volta. Foi quando viu Carlos atirando pedrinhas contra o lago, que ricocheteavam sobre o espelho d’água. Ela o observou por segundos e desviou sua atenção quando Luiza retrucou: — Está apaixonada por ele, não é? Por isso teme o casamento. — Não, ele é um criado, crescemos juntos. Não teria qualquer chance de ele e eu… — E se tivesse?— Disse, interrompendo-a. — Não. Eu jamais teria qualquer pretensão... — Ouça. Conheço-te há muito tempo e sei quando mente para mim. Crescemos juntas também, lembra-se? Carlos tem afeição por você desde criança, não é preciso muito para perceber o quanto os olhos dele brilham ao te ver. — Carlos jamais demonstrou qualquer sentimento além de um afeto fraternal por mim. Sempre se importou comigo, mas 14

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apenas isso. Ele é filho de nossa criada mais antiga e por isso sempre foi tratado melhor do que qualquer outro. Além de não ser ignorante como o restante da criadagem, que, infelizmente, não teve acesso aos estudos. Sabe ler e escrever, e por isso, diversas vezes, emprestei-lhe meus livros. Sempre foi leal comigo, mas… Apenas isto, é um amigo da família. — Concluiu. — Diz por dizer. Dá para perceber como olha para ele, de forma profunda e acolhedora. Não tenha medo disso... Do que sente, este sentimento se chama amor. Helena respondeu, levantando-se: — Falas asneiras, Luiza. Vamos embora, não posso demorar porque mamãe está sempre atrás de mim. — Vamos, então. Helena gritou, acenando com a mão: — Carlos, vamos. — Sim, Srta. Helena. Luiza foi levada por Carlos à sua casa. E, depois, ele retornou para buscar Helena e levou-a de volta ao castelo. No caminho, entretanto, ele perguntou: — Está tudo bem, Srta. Helena? — Pergunto porque a vi chorar. — Sim, Carlos. Foi só um mal-estar. — Quer me dizer algo? — Por quê? Pareço que quero? — Calma, não queria ofender. — Não se preocupe, estou só um pouco cansada da caminhada. — Quer que alugue uma carruagem para levá-la até o castelo? — Não, vamos a pé mesmo. Não é tão longe assim. Carlos sorriu e, em seguida, não perguntou mais nada. Andaram meia hora a pé. Quando chegaram em casa, a mãe de Helena, que continuava na cozinha, olhou para ela um tanto desconfiada e perguntou: — Por que demorou? — Fomos a pé. — Por quê? 15

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