Rildo Nunes nasceu em 3 de Janeiro de 1975 em Natal, a bela Cidade do Sol, no estado do Rio Grande do Norte. Durante toda a sua vida teve a imaginação como o principal combustível para o ingresso na arte de contar histórias. E tudo começou ainda na escola, quando recebeu de um de seus professores, um elogio por escrito, após escrever uma redação intitulada “Um Sapato velho”. Tomou gosto pela escrita e resolveu dar asas ao seu grande prazer de contar histórias, aliás, ele mesmo acredita ser apenas um contador de histórias. Capa EXODUS_Definitiva.indd 1
Joe voltou pensativo para o seu quarto e sentou na cama. Após alguns segundos, deitou ainda pensando no ocorrido, mas saiu bruscamente de sua distração ao ouvir fortes batidas vindo de dentro de um grande baú que havia em seu quarto. Com os olhos arregalados, e apesar de um pouco assustado, deixou sua curiosidade comandar os seus atos. Então, ficou de pé e caminhou devagar até chegar de frente ao baú. Ainda meio hesitante, esticou o braço para abrir a tampa e, finalmente, descobrir a origem das misteriosas batidas. Mas o baú se abriu sozinho e de dentro dele, Joe viu cair ao chão uma criatura um tanto curiosa. Joe, agora muito assustado e com o coração a mil, deu um passo para trás, observando, enquanto o estranho ser levantava e se dirigia até ele, já falando: — Não! Não tenha medo Joe. Não quero lhe fazer mal. Eu vim para lhe ajudar. — Quem é você? E como sabe o meu nome? Aquela pequena criatura parecia um adolescente, só que tinha metade do tamanho de Joe, que estava agora com oito anos. Sua pele era bastante azulada e ele tinha uma pequena barbicha. Os cabelos eram muito desalinhados e Joe percebeu que ele estava descalço, além de vestir roupas muito esquisitas. — Eu sou o Acaso. E foi exatamente por acaso, que fiquei sabendo do seu problema de família.
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Uma viagem real, um sonho, fantasia. Só mesmo acompanhando o pequeno Joe nesta aventura ao encontro da Morte, é que o leitor saberá a verdade. Uma incrível aventura pelas terras misteriosas de Exodus, onde bravos cavaleiros e seres místicos tentam manter o equilíbrio entre o bem e o mal. O leitor vai descobrir que a Morte não passa de uma bela jovem, e que Exodus esconde belas e assustadoras criaturas, que o levarão por uma maravilhosa jornada, rumo a mais uma bela história de fantasia, repleta de aventura, atos de coragem e de verdadeiras amizades.
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Copyright © 2012 by Rildo Nunes Todos os direitos desta edição reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer processo eletrônico ou mecânico, fotocopiada ou gravada sem autorização expressa do autor. ISBN: 978-85-98792-94-1 Projeto gráfico e editoração eletrônica: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Revisão: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Capa: Marcos Vieira
CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros – RJ M825e Morais, Rildo Luiz Nunes de Exodus / Rildo Luiz Nunes de Morais. - Rio de Janeiro : APED, 2012. ISBN 978-85-98792-94-1 1. Ficção infantojuvenil brasileira. I. Título. 12-8266. CDD: 028.5 CDU: 087.5 12.11.12 14.11.12 040609
Aped - Apoio & Produção Editora Ltda. Rua Sylvio da Rocha Pollis, 201 – bl. 04 – 1106 Barra da Tijuca - Rio de Janeiro – RJ – 22793-395 Tel.: (21) 2498-8483/ 9996-9067 www.apededitora.com.br aped@wnetrj.com.br
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Dedico este livro a todos os leitores que não perderam a sua conexão com a fantasia, e com a capacidade de criar mundos que só são possíveis através de nossa imaginação. Que todos eles possam adentrar neste universo de fantasia e colher, nesta história, todos os elementos de prazer que a sua imaginação lhes puder conceder. Divirtam-se!
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Agradeço a Deus, pelo Divino dom da escrita que ele me concedeu com tanto amor. Agradeço a Vida, pelas boas oportunidades que ela me ofereceu. Agradeço aos amados Irmãos e Amigos pelos momentos de descontração e alegria que passamos juntos. Mas agradeço especialmente aos meus Pais maravilhosos, que sempre se empenharam em garantir que eu tivesse o melhor. Sem a dedicação que eles tiveram em meu beneficio nada seria possível. Muito obrigado!
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Sumário
Capítulo 1 – Eu sou o Acaso................................................ 11 Capítulo 2 – Bem-vindo a Exodus........................................... 19 Capítulo 3 – Aguardados pela Coincidência.............................. 25 Capítulo 4 – Uma Serafina................................................... 27 Capítulo 5 – Os Tais Mhorlocks............................................ 33 Capítulo 6 – Ao Norte, no Deserto de Tathagata....................... 35 Capítulo 7 – Duas grandes arraias......................................... 41 Capítulo 8 – Os Terríveis Lobos Dentes-de-sabre........................ 47 Capítulo 9 – Taberna da Adaga de Fogo................................... 55 Capítulo 10 – Os Seguidores de Balderk.................................. 59 Capítulo 11 – O Mercado de Escravos.................................... 67 Capítulo 12 – Os Portões de Turínia. ..................................... 69 Capítulo 13 – Uma Certa Luminuz......................................... 75 Capítulo 14 – A Dama da Sorte............................................. 79 Capítulo 15 – Uma Fada da Luz............................................. 87 Capítulo 16 – A Feiticeira Vermelha........................................ 91 Capítulo 17 – Você não Está Morto?...................................... 93 Capítulo 18 – Floresta das Árvores Escarlate........................... 97 Capítulo 19 – A Morte está Morrendo................................... 99 Capítulo 20 – A Caverna das Almas.......................................103 Capítulo 21 – As Conselheiras.............................................109 9
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Capítulo 22 – A Elemental e suas Charadas. ............................113 Capítulo 23 – O Pântano Escuro de Miroir.............................117 Capítulo 24 – O Palácio do Destino. ....................................123 Capítulo 25 – O Pássaro de Fogo.........................................131 Capítulo 26 – A Capa Encantada de Dur.................................135 Capítulo 27 – Um Dimensional de Distâncias Curtas. .................139 Capítulo 28 – Senhor dos Sonhos.........................................143 Capítulo 29 – O Reino de Acharya........................................147 Capítulo 30 – As Pequenas Sylkhis.........................................149 Capítulo 31 – Notícias de Turínia.........................................151 Capítulo 32 – Um Fantástico Sonho......................................153
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Capítulo 1 – Eu sou o Acaso
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m uma noite escura e chuvosa, a velha visita do Dr. Robert, médico daquela família, há anos, se fazia necessária novamente. E mesmo com toda a chuva que caía naquela noite fria de outono, Dr. Robert nunca deixaria de atender a um paciente seu. Ele parou o seu carro bem em frente a casa dos Henderson, no número 1374 daquela rua. Desceu vestido em sua capa de chuva e caminhou em direção à varanda, passando por um pequeno jardim. As luzes estavam acesas, o que lhe deu a certeza de que estava sendo esperado. Dr. Robert, um homem alto, cabelos levemente grisalhos e de traços fortes, tocou a campainha, e foi Susan quem o atendeu. — Dr. Robert, que bom que veio. É a mamãe, acho que ela não está muito bem hoje. — Diz ela, aflita. — Fique calma Susan — tranquilizou-a o médico, — nós daremos um jeito. — Por favor, entre. Deixe-me ajudá-lo — falou ela já segurando sua capa —, eu vou guardá-la para você. Nesse momento, Gregori, marido de Susan, desceu as escadas e cumprimentou o médico, que há muitos anos privava da intimidade daquela casa. 11
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— Dr. Robert, como vai? — Falou ele, estendendo a mão para o médico. — Tudo bem Gregori. E as crianças? — Diz o médico retribuindo o cumprimento. — Ah! Com elas tudo bem. Já devem estar até dormindo agora. — Ótimo! É bem melhor assim. Elas poderiam ficar impressionadas com o estado de saúde de sua avó. E isso não seria bom — diz Susan ainda tensa, — venha Dr. Robert, é por aqui. Susan levou o Dr. Robert até o quarto de sua mãe, o qual ele já conhecia o caminho muito bem, no alto daquela escada. E assim que eles entraram e a porta se fechou, o pequeno Joe deixou o seu quarto e passou a ouvir a conversa atrás da porta do quarto de sua avó. E ouvia a tudo com muita atenção, pois tinha medo de perder algum detalhe. Então, só após alguns minutos de pré-exame é que, enfim, o Dr. Robert teve um diagnóstico inicial. — Bem! Aqui não dá para ter certeza de nada Susan. É preciso levá-la para o hospital. Somente lá saberemos o que ela tem de fato. Parece-me um caso de bronquite, e é bom não facilitar, pode ser grave na idade em que ela se encontra. Joe se assustou ao ouvir a palavra grave e correu para o seu quarto, quando percebeu que eles já estavam de saída. Entrou em e ouviu enquanto o médico dava as últimas recomendações a sua mãe, já no corredor. — É só dar a ela o medicamento que eu receitei, caso a tosse fique forte. E amanhã cedo eu mandarei a ambulância para a remoção. Não acho prudente fazer isso agora, com toda essa chuva. — Robert — diz Susan evitando as formalidades —, a mamãe pode morrer? — Calma Susan — tranquilizou-a, colocando a mão em seu ombro —, ainda não sabemos do que se trata. Mas eu prometo que ela terá o melhor tratamento. — Obrigada! — Agradeceu tentando parecer mais calma. — Venha! Eu o acompanho até lá em baixo. 12
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Os dois desceram as escadas e o Dr. Robert reforçou as recomendações. E após um cafezinho e uma rápida conversa informal com Susan e Gregori, o médico despediu-se, pedindo a Susan para que fosse avisado, caso houvesse qualquer mudança brusca no quadro de sua mãe, não importando a hora. Ao fechar a porta, Susan ainda parecia assustada, e Gregori vendo o estado de sua esposa, pegou em suas mãos e a tranquilizou. — Ei! Calma meu amor. Sua mãe é uma mulher muito forte. Ainda há de nos fazer companhia por muitos anos. Você vai ver. Susan sorriu e abraçou o marido, sentindo-se realmente amparada. Diferente de Joe, que depois do que ouvira, não conseguia dormir. Ele ficou deitado olhando para o teto um longo tempo, e só quando percebeu que todos já estavam dormindo, foi silenciosamente ao quarto de sua avó.
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Ela dormia profundamente e jamais perceberia a presença do neto naquele momento, que ficou a observá-la por alguns minutos. Joe voltou pensativo para o seu quarto e sentou na cama. Após alguns segundos, deitou ainda pensando no ocorrido, mas saiu bruscamente de sua distração ao ouvir fortes batidas vindo de dentro de um grande baú que havia em seu quarto. Com os olhos arregalados, e apesar de um pouco assustado, deixou sua curiosidade comandar os seus atos. Então, ficou de pé e caminhou devagar até chegar de frente ao baú. Ainda meio hesitante, esticou o braço para abrir a tampa e, finalmente, descobrir a origem das misteriosas batidas. Mas o baú se abriu sozinho e de dentro dele, Joe viu cair ao chão uma criatura um tanto curiosa. Joe, agora muito assustado e com o coração a mil, deu um passo para trás, observando, enquanto o estranho ser levantava e se dirigia até ele, já falando: — Não! Não tenha medo Joe. Não quero lhe fazer mal. Eu vim para lhe ajudar. — Quem é você? E como sabe o meu nome? Aquela pequena criatura parecia um adolescente, só que tinha metade do tamanho de Joe, que estava agora com oito anos. Sua pele era bastante azulada e ele tinha uma pequena barbicha. Os cabelos eram muito desalinhados e Joe percebeu que ele estava descalço, além de vestir roupas muito esquisitas. — Eu sou o Acaso. E foi exatamente por acaso, que fiquei sabendo do seu problema de família. — Meu problema de família? — É! Com sua avó. Afinal ela está muito doente não é? — Mas isso ainda não foi definido pelo médico. E, além disso, como é que você poderia me ajudar. Aliás, como é que você sabe disso? — Isso não é o mais importante Joe. O importante é que sei quem está por trás de tudo isso. — Diz o Acaso parecendo empolgado. — É ela! Ela sempre está por trás de tudo. — Espere um pouco. Ela. Ela quem? Do que você está falando? Você é algum tipo de alucinação maluca? 14
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— Ora! Estou falando da Morte. É ela quem está por trás de tudo isso. Joe não deixou de se surpreender com o que acabara de ouvir daquela criatura curiosa, e sem conter certo tipo de incredulidade com toda aquela situação, é que falou: — Você está querendo me convencer de que a Morte é real. — E por que não? Você não está aqui agora falando com o Acaso. Será que você enlouqueceu? Joe ficou em silêncio. De certa forma aquela criatura tinha razão. Ele sabia que não estava louco, nem tão pouco sonhando. E ainda assim, continuava em seu quarto conversando com uma criatura azul que dizia ser o Acaso. — Ouça Joe! Eu tenho certeza de que a Morte está querendo levar a sua avó. — Continuou ele. — Mas por quê? — Porque isso a satisfaz. A Morte é má, Joe. É implacável. Ela não se comove com o sofrimento de ninguém. Ela é fria e impiedosa. — Mas e se eu falar com ela. Se eu pedir para ela deixar minha avó em paz. — Diz o menino, já ficando aflito. — Hum! Pedir... — Falou o Acaso fazendo cara de pensativo. — Com certeza ela vai rir de você, mas... — Mas o quê? Fala! — Mas você pode tentar falar com ela. E eu até conheço alguém que talvez possa ajudar você. Ela conhece muita gente, e quem sabe não conheça alguém que possa ajudá-lo. — Diz o Acaso já percebendo que o menino havia caído em sua conversa. — Mas você precisa vir comigo. — Ir com você? Mas ela não pode vir aqui como você fez? — Não! Na verdade nem eu poderia estar aqui. Estou descumprindo uma norma muito importante da nossa dimensão, e isso é muito perigoso. — Mas então por que você veio? O que você ganha com isso? — Vim porque acho injusto o que a Morte está fazendo à sua família. Ela já fez isso com minha família também. 15
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— Mas minha mãe me disse que depois que as pessoas já viveram muitas coisas, todas precisam partir para outro mundo. Onde haverá novas coisas para fazer. — E ela tem razão. Mas acho que sua avó ainda pode viver um pouco mais com vocês. Para vê-los crescer. Você e sua irmã. Você não quer isso? Joe permaneceu pensativo por alguns segundos, e vendo que não poderia deixar sua chance fugir, o Acaso insistiu em sua pergunta, já esperando uma resposta positiva. — E então? O que me diz? Gostaria de salvar a sua avó ou não? — Tudo bem! Mas preciso avisar a mamãe. Ela pode ficar preocupada se eu demorar. — Diz Joe, apreensivo. — Creio que isso não vai ser possível. — Rebateu o Acaso. — Por que não? — Pense bem Joe. Você acha mesmo que sua mãe deixaria você ir a algum lugar se ela soubesse que você quer sair por aí seguindo o Acaso? Acho até que ela nem iria acreditar nessa história. — Diz o Acaso reforçando seus argumentos. — E acredite, quanto menos pessoas souberem de mim melhor. Joe pensou por mais alguns instantes, parecendo não estar muito seguro do que estava para fazer. Só então ele respondeu: — É! Você tem razão. Ela não iria deixar de jeito nenhum. — Então! Mas não se preocupe. Se formos rápidos, você vai e volta antes que alguém perceba a sua ausência. Isso eu prometo. — Tudo bem! Mas o que eu preciso fazer? — Perguntou Joe curioso. — Nada além de me seguir — diz o Acaso contente —, isso é um sim? Joe concordou com a proposta do Acaso apenas com um balançar de cabeça e, sem imaginar, acabava de confirmar o que seria o início de uma desconhecida e misteriosa aventura, num mundo que ele nem imaginava existir.
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