Degusta nalva

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nos bastidores do amor

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Copyright © 2013 by Musah Motta Todos os direitos desta edição reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer processo eletrônico ou mecânico, fotocopiada ou gravada sem autorização expressa do autor. ISBN: 978-85-xxxx-xxx-x Projeto gráfico: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Editoração eletrônica: Thiago Ribeiro Revisão: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Capa: Thiago Ribeiro

CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros – RJ

Aped - Apoio & Produção Editora Ltda. Rua Sylvio da Rocha Pollis, 201 – bl. 04 – 1106 Barra da Tijuca - Rio de Janeiro – RJ – 22793-395 Tel.: (21) 2498-8483/ 9996-9067 www.apededitora.com.br aped@wnetrj.com.br

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Ao goleiro Cássio, por exercer a função de anjo defensor durante a conquista da Libertadores da América de 2012.

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Agradeรงo de toda minha alma ao meu grande amigo e incentivador dessa obra, o tradutor e cronista Clรกudio Brasil.

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Sumário

Parte i — O Desfecho • 11 1. O Vestido • 13 2. Cada Óvulo Corre Atrás do Espermatozoide Que lhe Convém • 37 3. O que Deus Uniu Não Separará o Homem • 43

Parte ii — O Enredo • 47 4. A Intercessão Divina • 49 5. Só o Feio Sabe o Que é Belo • 55 6. A Prece • 69

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Parte i O Desfecho

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1. O Vestido

A

penas ouvi os disparos da arma de fogo. Um após o outro! De nada mais me lembro daquele dia. Ela não teve chance de fuga. Penso que é o destino em sua total ironia. Ninguém a substituiu em minha vida; ninguém preencheu o vazio que ela deixou; sinto-me, às vezes, como um espectro humano. O seu cheiro suave está por toda a parte, busco o seu sorriso a cada rosto que se aproxima. Se existir falhas no amor; ela foi apenas mais uma vítima de sua imperfeição. A sua ausência faz-me lutar por justiça.

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Musah Motta

31 anos antes Marinalva Moraes nasceu nos anos de chumbo. Depois de dois dias de trabalho de parto normal, na tarde de uma quinta-feira, do dia 19 de março de 1970. Sua mãe, D. Irene, deu a luz em casa com a ajuda de D. Joana, obstetriz de toda aquela região. Fez-se natural de Mantimento das Minas Gerais. Seu signo de água, regente de Júpiter; sua pedra, água-marinha; e flor de Narciso. Era de verde e, às vezes, de azul. Sua mãe D. Irene quase morrera de metrorragia no período de greemberg. A menina nasceu com Hipoglicemia e tudo se normalizou após uma promessa feita pela própria parteira. D. Joana das Dores! Viúva há dois anos, seu marido morreu num acidente de trabalho. Sobrevivia da pensão do falecido, e gratificações das mães de seus afilhados. Mulher de reza e muita fé! Muito também era a quantidade de pessoas que puseste no mundo! Dela, Nalva ganhou sua primeira medalha de São José, retirada de seu próprio pescoço, em homenagem ao dia em que nascera. Tal medalha foi substituída algum tempo depois por uma de ouro. Presente de seus padrinhos! A menina tinha olhos enormes, e acinzentados. Nariz pequeno, boca de mucosa espessa e queixo furado. Com esse rosto, Nalva nasceu, e com esse cresceu. Careca, chorava apenas de fome, dor e mais nada. Foi a segunda de três filhas: Dalva, a primogênita apenas 14

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um ano e dois meses mais velha. Dona de uma beleza exótica, e personalidade sólida. Essa a preterida de D. Irene! Não demorou muito para a chegada de Flor, predileta de sua mãe até o dia em que fora embora de casa, grávida de Paulo. Marido de Ana Lúcia sua amiga inseparável de escola. Nalva, em tempo nenhum, fora a filha preferida de seus pais, e estava longe de ser a preterida. Nalva era apenas a filha do meio! E mesmo sem voz, ou vez, apegou-se ao pai, desenvolvendo a síndrome de Electra, ainda saindo da primeira infância. Amava cantigas de roda. Não conheceu a preguiça; desempenhava-se para resolver os seus próprios problemas. Nalva, desde sempre, teve pressa em viver! Alguns anos se passaram, e saíra das duas primeiras infâncias. Possuidora de um espírito sublime e elevado, embora necessitasse dos cuidados de seus pais. Seu intelecto superou a timidez, sem grandes lutas. Tinha manga fofa, na cor branca, comprimento do joelho! O tecido: lese, comprado com ajuda de Mara, a sua melhor e única amiga. Faria a primeira Eucaristia no domingo seguinte, com ajuda de Deus! Mas o que Nalva queria mesmo era calçar o lindo par de sapatos brancos de verniz, ganhados da madrinha Vera. Todos os sábados, após o almoço, lavava a louça apressada. Pegava sua cadernetinha e corria para o salão paroquial. Única diversão daquele período! Não esqueceu jamais o nome de sua catequista, Madalena! Ou meramente magnífica. 15

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