Floriano Alves Borba
Último O Dragão
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Copyright © 2013 by Floriano Alves Borba Todos os direitos desta edição reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer processo eletrônico ou mecânico, fotocopiada ou gravada sem autorização expressa do autor. ISBN: 978-85-8255-046-5 CAPA | PROJETO GRÁFICO | DIAGRAMAÇÃO Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. E-mail do autor: florianopacon@yahoo.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ B719u Borba, Floriano Alves, 1952 O último dragão / Floriano Alves Borba. - 1. ed. - Rio de Janeiro : APED, 2013. 248 p. ; 21 cm. ISBN 9788582550465 1. Espiritismo 2. Romance brasileiro. I. Título. 13-01813
CDD: 133.9 CDU: 133.9
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Aped - Apoio & Produção Editora Ltda. Rua Sylvio da Rocha Pollis, 201 – bl. 04 – 1106 Barra da Tijuca - Rio de Janeiro – RJ – 22793-395 Tel.: (21) 2498-8483/ 9996-9067 www.apededitora.com.br aped@wnetrj.com.br
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Sumário
Capítulo 1 — Diagnóstico • 9 Capítulo 2 — Cláudia • 13 Capítulo 3 — Mariana • 17 Capítulo 4 — A reunião • 23 Capítulo 5 — A viagem • 27 Capítulo 6 — O chalé • 31 Capítulo 8 — O jantar • 39 Capítulo 9 — O lançamento • 43 Capítulo 10 — Raul e José 47 Capítulo 11 — Karan e Nelma • 51 Capítulo 12 — A equipe • 55 Capítulo 13 — O Dragão d’água • 61 Capítulo 14 — O jogo continua • 65 Capítulo 15 — O aniversário de Helena • 69 Capítulo 16 — O Dragão da terra • 77 Capítulo 17 — O aniversário de Augusto • 83 Capítulo 18 — O segundo prêmio • 89 Capítulo 19 — Doutor Strada • 93 Capítulo 20 — Avaliação • 97 Capítulo 21 — José • 101 Capítulo 22 — Isaura • 103 Capítulo 23 — Domingo • 107 Capítulo 24 — O Dragão do fogo • 111 Capítulo 25 — A sexta prova • 115 Capítulo 26 — O Dragão • 119 Capítulo 27 — O terceiro prêmio • 123 O Último Dragão • 5 •
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• 6 • Floriano Alves Borba Capítulo 28 — O aniversário de Raquel • 127 Capítulo 29 — A entrevista • 133 Capítulo 30 — Outra avaliação • 137 Capítulo 31 — O acidente • 141 Capítulo 32 — A substituta • 145 Capítulo 33 — O Dragão do ar • 151 Capítulo 34 — Comemoração e prêmios • 157 Capítulo 35 — Hotel fazenda • 163 Capítulo 36 — Casamentos • 169 Capítulo 37 — Cirurgias • 173 Capítulo 38 — O último dragão • 179 Capítulo 39 — Robertinho • 183 Capítulo 40 — Na empresa • 187 Capítulo 41 — O jogo recomeça • 191 Capítulo 42 — Reflexões • 195 Capítulo 43 — Repercussão • 199 Capítulo 44 — A porta estreita • 203 Capítulo 45 — Coletiva • 207 Capítulo 46— O acordo • 211 Capítulo 47 — Preparo • 217 Capítulo 48 — As bestas • 221 Capítulo 49 — Coletiva e jantar • 225 Capítulo 50 — A batalha do Armagedon • 229 Capítulo 51 — Na casa do dragão • 233 Capítulo 52 — Última coletiva • 237 Capítulo 53 — Premiação • 241 Capítulo 54 — A vida segue • 245
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Prefácio
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livro apresenta-se como um jogo, um videogame. Mas, no jogo da vida, estamos a todo o tempo buscando respostas. Entre umas e outras peripécias dos personagens, talvez você encontre algumas respostas do seu jogo da vida e espero que possa vencer os seus dragões, principalmente o último e mais perigoso dragão. Boa sorte.
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Capítulo 1 — Diagnóstico
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ual o diagnóstico, doutor? — Mal de Parkinson. — Por isso a dificuldade nas mãos? — Sim. — Melhora com os remédios? — Não como era antes. — Mas os exames deram todos normais. — Eu sei. — Por que tão cedo? — Não sabemos. — E como vai evoluir? — Imprevisível. É tomar as medicações, fazer exercícios e viver normalmente. — Obrigado doutor. Roberto está com 50 anos, nunca esperaria um Parkinson, mas apareceu, tinha que engolir. Com o tempo, se piorasse, provavelmente não poderia mais jogar os jogos eletrônicos que ele mesmo projetava. Era dono de uma grande empresa na área de software. Criara a empresa junto com os dois irmãos e a irmã. Nunca viajavam os quatro juntos, um sempre ficava na empresa, num sistema de revezamento. Numa dessas viagens, o avião caiu e ele perdeu os irmãos ficando sozinho no comando da empresa. O Último Dragão • 9 •
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Ele era o mais velho dos quatro. Há dezesseis anos que isso ocorrera. Agora, doente, preocupou-se com o futuro da empresa. Que rumo a doença tomaria? Estaria lúcido? Não tinha herdeiros. Para quem passar o comando da empresa? Roberto morava numa confortável casa num terreno contíguo a uma de suas fábricas. A casa possuía toda parafernália eletrônica moderna. Ele amava aquilo tudo. Para quem deixaria? Teria que se preocupar com isso agora. Teria que ser alguém que gostasse e merecesse. Quem? — Boa noite, patrão. — Boa noite, Carlos. Ainda não se recolheu? — Não, patrão. Queria saber o resultado. — Parkinson. — Ah! Patrão. Que pena. Carlos não era um mordomo, era um amigo, quase um parente. Viera para a casa dos Garcia aos dezenove anos quando Roberto tinha cinco anos. Casou, teve filhos, enviuvou e sempre trabalhou para eles. Sempre foi muito religioso, responsável e dedicado aos patrões. — Carlos. Preciso de sua ajuda. — Sim patrão. — Pare de me chamar de patrão. Desde que perdi os meus irmãos você é o parente mais próximo. — Desculpe, patrão. — Desisto. Você não tem jeito. Vamos ao assunto. A quem devo entregar a firma? — Ah! Patrão. Não sei. Algum dos executivos? — São executivos, não amam a firma. Quero alguém que a ame. Onde vou encontrá-lo. Aliás, encontrá-los. Não quero só uma pessoa. — Sim, mas como são essas pessoas? Quais virtudes o senhor espera delas? — Amor pelo que fazem e pelas pessoas, sejam humanos com os funcionários, justos.
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— Patrão, o senhor chegou agora, relaxa, dorme, trabalha amanhã normalmente, deixe as ideias virem naturalmente. E pense em ter filhos, herdeiros seus. — Quem vai querer um velho doente? E, de qualquer jeito teria que preparar alguém para preparar meus filhos e ajudá-los até que cresçam. Pode ser que eu não possa fazê-lo. No dia seguinte, na firma, recebe o telefonema da namorada, está no viva-voz. Paola era um mulheraço, vinte e oito anos, modelo bem-sucedida, culta, porém muito egoísta. Vai direto ao assunto, fria e seca. — Qual o diagnóstico? — Parkinson. — Parkinson? — Sim. _ Então meu querido, já sabes. Nós estávamos juntos para curtir, eu não vou cuidar de gagá doente. — Eu sei. — Adeus Roberto. — Adeus Paola. Roberto recebe o golpe, mas resiste. Já esperava a atitude de Paola. Abaixa a cabeça por uns instantes, sente-se profundamente atingido, a estima arrasada, engole em seco, levanta a cabeça para continuar a ditar para a secretária as correspondências e a vê chorando. — Que foi Cláudia? — Posso falar? — Pelo tempo de firma tens todo o direito. Você já tem usucapião. — Brinca ele. — Roberto, você me faz rir numa hora dessas. — Diz enxugando as lágrimas. — Gosto de te ver sorrindo, fale. — Primeiro a doença. Não vejo nada demais, é chato porque te atrapalha, mas não te muda em nada. Segundo ela te largar... Para uma modelo daquelas te namorar é porque você deve
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ser muito gostoso e quando você tremer por causa do Parkinson deve ficar mais gostoso ainda. Roberto dá uma gargalhada estentórica. Cláudia alegra-se. Ele abraça-a com carinho e bem forte, beija-lhe a face, agradece-lhe e a dispensa, depois terminava as correspondências. Ela sai da sala com ele ainda rindo.
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Capítulo 2 — Cláudia
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láudia sai da sala rindo, mas profundamente abalada. Nunca havia sido tocada pelo patrão. Cumprimentos, apertos de mão, sim. Abraço carinhoso com um beijo na face, nunca. Algo estremeceu dentro dela. Trinta e sete anos, morava com a mãe, Mariana, de sessenta. Era muito reservada, discreta, mas, pela primeira vez, notou que não era assim perto de Roberto. Perto dele ela se soltava, era uma traquina capaz de fazer brincadeiras, falar coisas que não repetia com ninguém. O certo é que o abraço abalara-a e então sentiu um carinho por Roberto como nunca havia sentido antes e uma preocupação pelo sofrimento que ele estava passando, que lhe enterneceu até às lágrimas. Algo havia se modificado nela com aquele abraço e aquele afetuoso beijo. Entrara na empresa com vinte anos; no momento, era uma espécie de secretária, gerente e conselheira. Pouco contato havia tido com os irmãos de Roberto. Sua dedicação e lealdade fizeram, com o tempo, que pegasse algumas atribuições dos falecidos. Estava em sua sala quando Carlos entra com um café. — Dona Cláudia, café? — Quero, quero sim. — Dona Cláudia, a senhora estava chorando? Diante da pergunta, ela não aguenta e começa a chorar outra vez, conta o que ouviu no escritório do chefe e, devido à intimidade que tinha com o experiente colega, desabafa. O Último Dragão • 13 •
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— É um absurdo, um homem bom, culto, honesto, bonito, que qualquer mulher gostaria de ter ao lado e que ela teve por três anos, três anos, resolve tudo num telefonema. Tchau e pronto. Três anos e não vem nem conversar pessoalmente? Não se importa com o sentimento do outro na hora que ele mais precisa. Dá vontade é de partir o focinho dela. — Calma, dona Cláudia. — Diz Carlos rindo. — Ele não merece isso, Carlos. Ela agora tinha que dar muito carinho pra ele. — E volta a chorar. Carlos observa a sinceridade e profundidade dos sentimentos de Cláudia e começa a perceber que aquilo podia ser algo mais que uma simples afeição e preocupação, era esperar e ver. — Dê-me o café. Vou lhe trazer um chá. — Ótimo, ótimo, obrigada Carlos. Finda o expediente e ela vai para casa. Chegando em casa, não consegue esconder o quanto estava abalada. Aliás, não se dava nem conta disso. A mãe, que a conhecia bem, pergunta o que houve. Ela passa a relatar com uma ênfase inabitual, com um carinho pelo patrão como nunca havia falado. A mãe a interrompe. — Por que tanta veemência? — É um absurdo, mãe. — Eu sei, mas você está à beira do descontrole. — Mas ele está sofrendo demais com tudo isso. — Mas ele é só seu patrão? — Fala a mãe esperando a reação. — Nada disso. Meu patrão, meu amigo e meu... Dá um pequeno vacilo procurando a palavra, a mãe então coloca já esperando a reação. — Amor? Surpreendida, Cláudia estaca e percebe numa fração de segundo fatos daqueles anos todos de trabalho desde quando entrou na empresa. A antecipação das necessidades dele, o ciúme que tinha das namoradas, o carinho com que fazia as coisas, seus próprios relacionamentos que não levava adiante. Começa, então, a chorar. — O que foi menina? — Diz a mãe com carinho.
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— Tens razão. Não era admiração, era amor; não era dedicação ao trabalho, era carinho, não era preocupação quanto às namoradas, era ciúme. — E agora? — Como assim? — Vais continuar trabalhando normalmente? — Abandoná-lo quando ele mais precisa de mim? Sei que vai ser um sofrimento ficar ao lado dele, amando-o sem ser correspondida. Vendo-o com outra mulher, mas não posso largá-lo. — Você acha que ele vai encontrar alguém que ame os dois? — Os dois? — Ele e o Parkinson? — Não sei. — Você o ama mesmo doente? — Amo, mãe. — Diz com lágrimas nos olhos. — Demonstre isso a ele. — Eu não tenho beleza à altura do gosto dele. — Tem por dentro e por fora, o que te falta é vaidade e autoestima, um pouco por causa da educação rígida que eu te dei. Valorize-se. Não deves nada em beleza a essas modelos. Só te falta uma maquiagem discreta. Também não exagera que não é o teu estilo. — Completa sorrindo. — Você acha que eu tenho chance? — Volta Cláudia com os olhinhos brilhando. — Vá trabalhar normalmente, faça o que sempre fez. Entregue a Deus, mas dê a César o que é de César. — Como assim? — Hoje é sexta-feira, ainda está cedo, vamos ao shopping comprar roupinhas novas, amanhã cabeleireiro e domingo na feirinha uns vestidinhos discretos e joviais. Chega de ir trabalhar só de calça jeans parecendo um moleque. Mostra as pernas bonitas que você tem. — Mamãe! Você é tão religiosa. Por que isso agora? — Ei. Não estou te ensinando a ser leviana, e sim feminina.
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Você vai sempre vestida como uma operária de galpão de oficina. Vista-se como uma donzela, uma princesa. E riem as duas.
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