Renascer

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primeiro beijo, seu primeiro beijo com Túlio. Seu peito se aqueceu e a única coisa que ela queria era aproveitar aquele momento com o homem por quem sempre fora apaixonada e que tinha acabado de admitir ser completamente apaixonado por ela.

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Clara mal podia acreditar no momento que estava vivendo. Seu

Ela colocou a mão em seu rosto, acariciou seus cabelos curtos e aproximou dele. Como sonhou em tocá-lo dessa maneira! Em

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Clara e Túlio são amigos de infância, e sempre tiveram uma enorme ligação. Com o tempo, o amor de ambos se transforma, e o que um dia foi amizade vira um verdadeiro e inquebrável amor.

poder ter essa intimidade, em sentir o calor dos braços dele em volta dela.

Adora ler e desde muito pequena escreve, mas Renascer é o seu primeiro livro. Estudante de Direito, pretende atuar na área cível, especialmente na área de Direito de Família. Seu maior sonho era tornar-se escritora e, agora, vê seu sonho concretizado com a publicação desta obra.

O que aconteceu depois foi inesperado para os dois. Quando os lábios deles se tocaram novamente eles sentiram uma necessidade intensa um do outro e se entrelaçaram como se qualquer espaço entre eles, por menor que fosse, pudesse fazer-lhes mal.

O destino tratou de uni-los, mas também reservou para eles uma dose de sofrimento colocando à prova este grande amor que sentiam um pelo outro. Uma separação torna-se inevitável, e cada um segue por um caminho diferente.

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Fernanda Reis, 22 anos, mora em Sorocaba, interior de São Paulo, cidade onde também nasceu.

Mas nem o tempo nem a distância conseguiram apagar dos corações de Clara e Túlio aquela grande paixão. E quanto mais distantes se encontravam, mais pensavam um no outro.

Estavam completamente entregues ao sabor dos lábios um do outro e à forma como suas bocas pareciam se encaixar perfeitamente.

APED - Apoio e Produção Editora Ltda.

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Duas vidas, duas histórias, dois corações, um destino



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Copyright © 2013 by Fernanda Reis Todos os direitos desta edição reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer processo eletrônico ou mecânico, fotocopiada ou gravada sem autorização expressa do autor. ISBN: 978-85-8255-xx-xx Projeto gráfico: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Editoração eletrônica: Thiago Ribeiro Revisão: Aped - Apoio e Produção Editora Ltda. Capa: Thiago Ribeiro

CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros – RJ

Aped - Apoio & Produção Editora Ltda. Rua Sylvio da Rocha Pollis, 201 – bl. 04 – 1106 Barra da Tijuca - Rio de Janeiro – RJ – 22793-395 Tel.: (21) 2498-8483/ 9996-9067 www.apededitora.com.br aped@wnetrj.com.br


Às vezes, os sentimentos mais simples que existem no mundo são os que nos tornam capazes de realizar nossos maiores feitos. São capazes de nos levar a fazer nossos maiores sacrifícios e de nos proporcionar os momentos de felicidade mais sublimes. Enquanto o homem for capaz de amar, de amar verdadeiramente, o mundo vai ser um lugar de sonhos, onde tudo é possível. A grande diferença entre um sonhador e um lutador é que o lutador luta por seus sonhos, enquanto o sonhador só os tem. O sonhador os acha mais palpáveis no mundo das ilusões e não tem a fibra necessária para lutar por eles. Já o lutador é aquele que não se permite viver no mundo do medo e se atira para o mundo, que paga o preço necessário para alcançar sua felicidade e é capaz de tudo em nome do amor. Que você seja um lutador e acredite que tudo nessa vida é possível e pode ser conquistado. Os milagres existem. Olhe para você e vai saber que estou com a verdade ao meu lado. Mostre-se ao mundo correndo atrás dos seus sonhos e esteja preparado para toda a felicidade que o mundo lhe dará em troca. “O amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre ou nunca se amou verdadeiramente”. — M. Paglia.



Dedico esse livro ao amor e a todas as suas formas.



Agradecimentos

ff Muito tenho a agradecer ao ter realizado o sonho de ver esse livro publicado. Todos que, assim como eu, se aventuram no mundo da escrita sabem como é difícil realizar esse sonho, e posso afirmar que é muito gratificante e maravilhoso ter a oportunidade de saber que terei a minha obra publicada. Tenho muito a agradecer a Deus e toda a parte espiritual que faz tanto por nós e atua sempre ao nosso favor, sempre ao nosso lado. Sem isso, eu não seria a pessoa que sou e não teria a inspiração necessária para transmitir essa história. Meus pais, Marisa e Luis, que sempre me apoiaram em tudo e me mostram, a cada dia, o valor do amor, da família, da lealdade. Vocês são à base da minha vida e os amo muito e sou imensamente grata a tudo que sou e tenho graças a vocês. Meu amado e companheiro irmão Felipe, que faz parte da minha vida e dos meus dias. Eu seria capaz de tudo para te defender e te ver feliz, e sei que você faria o mesmo por mim. Minha amada prima Isabela, que teve tempo e paciência para ler essa história, me ajudar, dar conselhos, elaborar uma sinopse que me satisfez, e mostrar uma animação que me moti9


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vou a continuar buscando e acreditando. Você foi a pessoa que mais me apoiou em todo esse processo e a quem eu devo parte dessa história. Minha também amada prima Renata, que leu essa história antes mesmo de estar na sua versão final. Obrigada pelo seu apoio, foi essencial para me fazer continuar. Obrigada minhas queridas Laura e Margarete, prima e tia que passaram uma noite de sexta-feira regada à pipoca e brigadeiro discutindo ideias para a sinopse desse livro. Obrigada também minha tia Marizilda, que desde sempre me estimulou a ler e me deixou íntima do universo literário. Obrigada à minha avó Grazia, de quem eu puxei a aptidão para contar histórias. A senhora é como uma segunda mãe e te amo muito. Agradeço a toda minha família pelas palavras de incentivo e demonstrações de orgulho que enchem meu coração de alegria. A todos que, de alguma maneira, me motivaram a seguir em frente, e aqui refiro-me desde colegas distantes até as pessoas que são importantíssimas para mim e fazem parte do meu dia a dia. E, por fim, meu muito obrigada a você que lerá essa história até o final. Espero que o amor transmitido nesse livro toque de alguma forma seu coração.

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Capítulo 1

E

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ra um dia de verão daqueles de tirar o fôlego. Túlio estava parado apenas contemplando a beleza da natureza e pensando em quão abençoado era por seus pais terem preferência por uma vida no campo. Sabia que poder conviver tão de perto com a natureza não era um fato presente na vida da maioria das pessoas. Túlio era um rapaz no auge dos seus 20 anos. Alto, com um belo corpo delineado um pouco queimado de sol. Dono de cabelos castanho escuro e um belo rosto com traços proporcionais, um nariz reto e não muito comprido, lábios cheios e cílios longos que delineavam seus expressivos olhos castanhos. Seu olhar era cheio de vida, bondoso. Estava formado na escola havia pouco mais de dois anos e ainda não sabia ao certo que rumo tomar na sua vida. O rumo profissional, é claro. Na vida pessoal, Túlio tinha a mais absoluta certeza de que estava onde queria estar. Ele se dava muito bem com seus pais, Elizabete e Carlos. Um casal com seus 50 e poucos anos, e Túlio cresceu aspirando ter para si uma relação como a deles. Desde muito pequeno, viu seus pais se apoiarem em todos os momentos, tristes ou felizes, e sempre soube que eles eram uma equipe, verdadeiros companheiros. Era isso o que sonhava 11


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para ele. Era filho único e por isso achava ainda mais essencial esse tipo de companheira na sua vida, sabia que um dia ficaria sozinho. Ele lamentava não ter irmãos, achava que mais pessoas mereciam ter aqueles pais maravilhosos. Mas seus pais não podiam ter mais filhos em função de uma complicação que Elizabete tivera durante o parto. Ele estava parado contemplando a paisagem, esperando sua mãe vir chamá-lo para jantar. Foi então que viu Clara e, como de costume, seu coração pareceu dar uma cambalhota. Clara era a vizinha de vida toda de Túlio. Pelo menos desde que seus pais resolveram abrir mão de alguns confortos da capital e mudar para o campo, quando Túlio tinha seus sete anos. Clara era encantadora. Era assim que Túlio sempre a definia quando pensava nela. Tinha cabelos negros e sedosos que lhe batiam na cintura e contrastavam com sua pele branca como leite, olhos castanhos esverdeados e um rosto belo e inocente, que combinava perfeitamente com seu corpo de belas proporções. Clara tinha 16 anos e não tinha tanta sorte em sua relação familiar como Túlio, e infelizmente ele sabia bem demais disso. Ele agora a olhava e lembrava-se de tudo que já haviam passado juntos e pensou em como as coisas estavam diferentes do que eram há algum tempo atrás. Parecia que ele estava acordando em outro corpo, outro mundo. Um mundo que não queria na realidade dele. Agora tudo que podia se dar ao luxo de fazer quanto a Clara era olhar para ela, e isso o entristecia mais do que era capaz de admitir. Ela estava parada ao lado de uma árvore, o mais próximo que sua casa era da de Túlio. Era a árvore deles. Ela o viu parado ali olhando para ela e se assustou, fez menção de cumprimentá-lo e, então, como se mudasse de ideia de última hora lembrando-se dos últimos acontecimentos, virou-se e voltou para o caminho de sua casa. Ao que pareceu para Túlio, ela estava chorando. Por que tinha de ser tudo tão difícil? Sua vontade era de sair correndo atrás dela, gritando o quanto a amava e sentia saudades. Mas não podia fazer isso. Simplesmente não podia. 12


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Túlio mal tinha se recuperado, quando escutou sua mãe se aproximando dele e tentou disfarçar a pontada que sentiu ao ver Clara lhe virar as costas. — Túlio, eu sinto muito por tudo que está acontecendo. — Disse sua mãe que acrescentou ao ver sua expressão mal feita de dúvida; ele sabia do que ela estava falando, só não queria falar nisso. — Eu vi a Clara indo embora agora pouco. — Tudo bem, mãe. Talvez até tenha sido melhor assim. — Ele mal conseguiu disfarçar a falha na sua voz ao dizer isso. Elizabete o abraçou, sabendo que ele precisava disso. Era isso que ele mais admirava nela, ela sempre parecia saber do que as pessoas precisavam. Ele a olhou bem. Era uma bela mulher. Aparentava ser uns 10 anos mais nova do que seus 53 anos e tinha um rosto diferente do de Túlio, tinha um formato mais arredondado e era muito bondoso. Era isso que ela era, uma mulher bondosa. Túlio tinha herdado isso dela. Não que seu pai não fosse uma boa pessoa, mas poucas pessoas exerciam esse traço como Elizabete, e Túlio sabia disso. Decidindo que o melhor a fazer era tentar — ele tinha que pelo menos tentar –— esquecer tudo o que tinha acontecido, ele acompanhou-a de volta para casa. A casa de Túlio era uma típica casa de fazenda, feita de madeira e pintada de branco, com uma bela varanda em toda parte de entrada. Era um sobrado confortável, com duas salas, um banheiro, duas suítes e uma bela e confortável cozinha. Túlio amava sua casa. Amava a liberdade que tinha em desfrutar da vida no campo e ao mesmo tempo ter razoáveis luxos dentro de casa. Perto da porta dos fundos avistaram seu pai brincando com a cadela, Lola. Lola era um labrador daqueles de nos deixar loucos, era uma peralta. Mas todos achavam-na adorável. Carlos era um homem que lembrava muito Túlio. Quando se via pai e filho, ficava evidente que Túlio tinha puxado o porte físico de seu pai. Carlos soube viver, sempre fazendo as escolhas certas e, por isso, prosperou como empresário no ramo do turismo. Agora, 13


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aos 60 anos, estava muito feliz em poder desfrutar sua aposentadoria que se aproximava em companhia da sua família. Era um belo homem ainda que aparentasse a idade que tinha. Assim que viu Túlio, assumiu uma postura mais séria, mais rígida. Ao contrário de Elizabete, ainda estava aborrecido com o filho pelos acontecimentos da semana anterior. Sempre que via o quanto o filho estava sofrendo, assumia uma postura mais flexível, mas parecia se esquecer disso em seguida. Sua mulher estava chateada com Carlos por essa sua atitude. Os três entraram para jantar e parecia que seria mais uma noite em que o ambiente familiar estaria um pouco estremecido, graças aos recentes desentendimentos entre pai e filho. Túlio sabia como isso magoava sua mãe e tinha tomado a decisão de deixar esses acontecimentos no passado e, por isso, resolveu ter uma conversa franca com seu pai e colocar um fim àquilo tudo: — Pai, realmente sinto muito por tudo que aconteceu. Por favor, deixe-me terminar, — acrescentou ao ver que o pai fazia menção de interrompê-lo — ei que nós agimos de maneira imprudente e irresponsável, mas realmente não achei que as coisas acabariam tão mal assim. E as coisas não foram exatamente do jeito que o seu Benedito disse a vocês. — Bom, então eu posso supor que você vai me contar o que realmente aconteceu? — Murmurou Carlos para deixar bem claro ao filho a sua aversão àquela conversa. — Vou sim. Realmente acho que devo isso a vocês. A reação de seus pais foi de surpresa e Túlio não pôde deixar de se sentir um pouco chateado com a desconfiança de seus pais. — Vocês sabem muito bem que eu e a Clara — ainda doía dizer o nome dela — sempre nos demos muito bem e, ultimamente, estávamos namorando. Sei que vocês sabem disso, mas talvez tenham achado que era mais inocente e infantil do que realmente era. Eu queria me casar com ela — fingiu não ver a expressão de surpresa novamente no rosto dos seus pais e continuou —, porque agora que tinha começado achou melhor contar toda a verdade de uma vez. — E eu a levei aquele dia ao 14


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lago porque queria passar alguns momentos a sós com ela. Nós começamos a nos beijar e as coisas acabaram esquentando — falou muito rápido agora para esconder a vergonha que sentia de contar aquilo aos seus pais —, e já estavam saindo do controle — pelo menos do controle que pais acham que seus filhos devem ter, pensou Túlio — quando ouvimos um carro se aproximando, e vimos que era o pai de Clara. Vocês sabem como o seu Benedito é. Ele entendeu tudo errado. Túlio observou Carlos ficar cada vez de um tom mais assustador de vermelho antes de responder: — Agora, explique-me o que ele entendeu de errado, se você mesmo acabou de dizer que as coisas estavam indo no rumo que ele interpretou que estavam indo? — Ele entendeu certo que nós estávamos prestes a fazer amor, — e acrescentou rápido ao ver o olhar de raiva do seu pai — mas entendeu errado ao achar que eu queria somente isso com ela, que era uma coisa leviana. Como eu disse, era fazer amor. Eu realmente a amo... Pai, eu queria ela do meu lado, aquilo era uma coisa pura, — concluiu e se pegou triste ao perceber que já colocava a situação vivida com ela como passado. Talvez fosse melhor colocar as coisas dessa maneira para aceitar seguir sua vida. Pelo menos pensar em Clara no passado poderia ajudar a esquecê-la. Tinha de ter esperanças.Afinal, esperança era tudo em que podia se agarrar. Carlos podia sentir a sinceridade em cada palavra de Túlio e não teve como contestar que vendo por esse ponto de vista as coisas realmente pareciam melhores. Ele entendia a fúria do seu vizinho, afinal a filha dele era somente uma mocinha, mas também sabia, lá no fundo, que o modo como ele lidou com as coisas foi um evidente exagero, que jovens agem de maneira que nem sempre agradam aos adultos. Aliás, quase sempre jovens agem de maneira que não agradam aos adultos. E ele ainda tinha conhecimento que Benedito não era um homem bom, que tinha planos para sua família que envergonhariam qualquer homem decente. Na verdade, seu ressentimento maior era pelo filho não ter sido sincero com ele, fato que tinha acabado de ser rebatido. 15


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— Você tem sentido muito a falta dela, não é? — Quis saber com um tom de voz bem mais calmo. — Mais do que vocês imaginam, e é por isso que tomei uma decisão. — Qual decisão? — Quis saber Elizabete. Elizabete estava tão quieta até agora que seu marido mostrou-se surpreso ao ouvir sua voz, como se por um momento tivesse esquecido que ela também estava lá. — Eu vou para São Paulo. Trabalhar em alguma coisa por lá. Eu realmente preciso me afastar daqui, — e acrescentou ao ver que seus pais começavam a discordar dele —vou voltar, é uma coisa temporária. Na verdade, ele tinha tomado essa decisão pouco antes, quando viu Clara e percebeu uma coisa que sabia desde o momento em que eles foram separados na semana anterior: não poderia mais ficar ali se não fosse ao lado dela. Todo o local trazia recordações demais, tudo ali remetia à ela. Era demais para ele tentar lidar com isso agora, e fugir dali parecia simplesmente tentador. — Acho melhor jantarmos. — Disse sua mãe em uma evidente tentativa de mudar de assunto para, quem sabe, seu filho mudar de ideia. Túlio não disse mais nada, essa era uma decisão que ele já tinha tomado e não voltaria atrás e, no fundo, seus pais sabiam disso e não viam outra maneira do filho superar tudo que tinha acontecido. Mudar de ares, às vezes, nos parece o único remédio.

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