Degusta Horizontes Revelações

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No entanto, o assassino de seus pais conquistou a liberdade e, agora, deseja vingar-se por todos os anos em que ficou encarcerado. Sem imaginar que sua própria vida corre perigo, Ana Clara desespera-se diante do retorno de seu antigo dom, no qual antevê o assassinato de sua melhor amiga, a quem tentará salvar a todo custo.

Ana Clara possui um raro dom de premonição que lhe permite saber quando uma pessoa está com a vida ameaçada, bastando, para isso, o mínimo de contato físico com ela para que terríveis visões de assassinato fervilhem em sua mente. Após muitos anos adormecido, o dom de Ana Clara ressurge de forma inesperada, trazendo-lhe visões apavorantes com sua melhor amiga sendo brutalmente assassinada. Sua angústia é saber que, em todas as vezes que seu dom se manifestou através de suas visões, as pessoas morreram. Agora, ela deseja desesperadamente evitar o assassinato de sua amiga.

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“De uma varanda do terceiro andar no prédio em frente, a apenas 25 metros de distância, o assassino mantinha o olho direito na mira telescópica de seu rifle, observando o estrago que acabara de fazer...”

Roberto Laaf é graduado em licenciatura em Ciências. É um carioca apaixonado por literatura. 978-85-910326-0-0

Autor das obras: Virgo – A Era dos Homens e o Emocionante Épico Histórico Demetrius – Um coração Grego

9 788591 032600

Ana Clara é uma jovem e bemsucedida médica veterinária que trabalha em uma das maiores clínicas do Rio de Janeiro, cidade onde mora. A mesma cidade violenta que lhe tirou os pais quando ainda era apenas uma criança. Em sua infância, fora capaz de antever os assassinatos de seus pais, de forma confusa em sua cabeça, sem saber que possuía o raro dom da premonição. Acreditava que as visões não passavam de pesadelos, até perder seu pai e, em seguida, passar a ter as terríveis premonições também com a sua mãe. Suas visões permitiram-lhe identificar o assassino no dia em que ele chegou à sua casa. Ana Clara teve tempo de avisar a um amigo da família, que acionou as autoridades provocando a prisão do criminoso. Ela jamais imaginaria que, depois de tantos anos de sofrimento pela violência que lhe privara da família, um dia pudesse ver-se tão perto da mesma violência novamente.




Roberto Laaf 2010


Todos os direitos reservados ao autor Biblioteca Nacional – EDA Registro Nº 418.910

ISBN 978-85-910326-0-0

Revisão de texto: Bramasole Editora Ltda e Cássia Pires Editoração eletrônica: Aped - Apoio e Produção Ltda. CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. L11h Laaf, Roberto, 1968 Horizontes : revelações / Roberto Laaf. - Rio de Janeiro : R. Laaf, 2010. -(Horizontes ; 1)

ISBN 978-85-910326-0-0 1. Romance brasileiro. I. Título. II. Série.

10-4969.

CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3

29.09.10

021928

11.10.10


Dedicatórias

Esta obra é dedicada a todas as mulheres de espírito independente, que não temem os obstáculos impostos pela vida e conquistam cada vez mais seu espaço na sociedade. À minha irmã Mônica, que sempre foi e continua sendo um referencial em minha vida, por seu amor e dedicação à família, e sua admirável personalidade.



Agradecimentos

Gostaria de agradecer especialmente à minha esposa Rita e filhos, pela compreensão quanto ao tempo que dediquei à obra e pelo incentivo carinhoso para que eu seguisse em frente com meu trabalho literário. Agradeço ao dr. Sérgio Adolpho A. Ripper, médico veterinário da clínica Clivet, no Recreio, por ter me recebido cordialmente e lançado luz a um mundo tão vasto que até então eu desconhecia. À srta. Rosângela Lopes, do Sheraton Towers, na Barra da Tijuca, por sua atenção e gentileza em esclarecer alguns pontos necessários ao que pretendi colocar na obra a respeito do lounge do hotel. Ao querido amigo Leonardo Vega, pela análise literária realizada no texto antes mesmo que eu o enviasse para as revisões. E também agradeço a todas as pessoas que, ao longo do árduo caminho que trilhei para a realização desta obra, manifestaram seu apoio de forma direta ou indireta, sem o qual dificilmente teria obtido êxito.



Prólogo

Alguns sentimentos ardem dentro do peito de um homem como se fossem chamas. Para Zacharias Conniga, mais conhecido pela alcunha de Zaconi, durante os longos dez anos que passou dentro de um presídio, a chama, que lhe consumiu a alma, chamava-se vingança. Prova irrefutável dessa afirmação foi a providência que tomou assim que saiu pelo portão principal de Bangu I: Dirigiuse ao prédio da Polícia Civil, na Rua da Relação, no centro do Rio de Janeiro, onde no 9º andar funciona a Cinpol (Coordenadoria de Inteligência Policial). Zaconi chegou no final da tarde e ficou próximo à entrada do prédio, observando as pessoas que entravam e saíam pela sua portaria principal. Esperava encontrar Vicente Gomes Tannuri, agente que, no passado, intermediava os contatos com muitos clientes importantes para ele. Os serviços requisitados eram sempre da mesma natureza: eliminar pessoas, fazendo o assassinato parecer um mero assalto com final trágico. Assassino profissional, cujos trabalhos rendiam-lhe nada menos que 20 mil reais por vítima, Zaconi havia feito uma pequena fortuna com os serviços repassados por Vicente. A parceria era boa para ambos, pois os clientes eram sempre bem abastados e pagavam sem titubear em dinheiro vivo. Um dia, porém, querendo se livrar do intermédio do agente da Cinpol, que lhe custava exagerados 20% em cada serviço, ele aceitou trabalhar diretamente para um importante deputado estadual. Na época, o político lhe contratou para matar um detetive particular, que estava há meses em uma verdadeira cruzada investigativa para provar seu vínculo com a máfia do jogo do bicho.


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A tarefa em si era tranquila. Afinal, matar era algo que estava na veia de Zaconi. Nem mesmo poderia se dizer que ele era frio ao tirar a vida de alguém, pois fazia isso sempre com muito prazer. Deleitava-se ao olhar, nos olhos de sua vítima, a vida esvaindo-se lentamente. Mas, quis o destino, que aquela morte fosse marcada por uma sequência de complicações que acabariam levando-o à prisão. Agora, dez anos depois, Zaconi estava pronto para iniciar sua vingança, mas, para isso, precisava buscar algumas informações com o inspetor Gomes, como Vicente era chamado. Ele havia sido seu único contato com o mundo exterior ao cárcere durante todo o seu tempo de reclusão. Ao sair pela portaria principal e avistar Zaconi, o inspetor da Cinpol balançou a cabeça negativamente, como se reprovasse a presença daquele criminoso justamente ali. Dirigiu-se contrariado até o ex-presidiário. — Você perdeu o juízo!? O que está fazendo aqui? — Relaxa, parceiro. Acabei de sair da gaiola. Garanto que ainda não tem ninguém atrás de mim. Estou completamente limpo — respondeu, com sua voz rouca. — Eu disse que mandaria as informações quando eu as tivesse conseguido, não disse? — o policial perguntou, fazendo alusão aos recados que mandara para Zaconi no presídio. — Vamos sair daqui, venha comigo. O inspetor segurou Zaconi pelo braço e saiu com ele em direção à Avenida República do Chile. — Gomes, me passa logo o que você conseguiu. Daqui por diante vou me virar sozinho. O que você tem para mim? — Zaconi perguntou, mostrava-se ansioso para obter qualquer informação, mesmo incompleta. — Não muito, mas estou quase certo de que até o final da semana você terá o que quer — o policial respondeu, enquanto caminhavam em direção ao Largo da Carioca, que, àquela hora, sabia que estaria bem movimentado.


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— Está preocupado comigo? — o assassino indagou, percebendo que Gomes estava visivelmente nervoso. — Olha aqui, vou te passar o que tenho — o policial parou de caminhar para pegar uma caneta e um pequeno bloco de anotações em seu bolso. Rabiscou alguns números e um nome, rasgando a folha do bloco e estendendo a mão para entregá-la a Zaconi. — A jovem se formou em medicina veterinária, e, pelo que eu soube, trabalha em uma clínica chamada Pet’s Health, que fica na Urca. Ligue para essa pessoa que está anotada aí, é o meu contato. Ele ficou de confirmar se a jovem realmente trabalha nessa clínica. — Ah, Gomes, Gomes... Isso é muito mais do que eu imaginava. Serei eternamente grato por isso. — Agradeça-me não aparecendo mais por aqui! — Não se preocupe, parceiro. Logo, logo você não me verá mais. — Zaconi comentou, com um sorriso malicioso no rosto. — Cuidado com o que diz, meu chapa. Você já colocou tudo a perder uma vez, e mesmo assim eu fiz o que pude para te ajudar. Se vacilar comigo, vai parar na vala! — reclamou o policial, sentindo-se ameaçado. — Relaxa, Gomes. Por hora, a única coisa que tenho na cabeça é a vingança contra aquela garota. Amanhã mesmo farei uma visita a essa clínica na Urca. Zaconi amassou o papel e colocou-o no bolso da calça. Aquilo seria o suficiente para iniciar sua caçada.



Capítulo 1

Era o quarto dia seguido que o tempo estava encoberto por pesadas nuvens cor de chumbo na cidade do Rio de Janeiro. De vez em quando, caía uma chuva fina contribuindo para tornar o clima ainda mais frio, fazendo a temperatura permanecer abaixo dos 16 graus. Apesar de ser praticamente verão, faltando apenas duas semanas para ser decretado seu início oficial, a frente fria havia entrado com tanta força naquela primeira semana de dezembro, que a cidade parecia estar vivendo seus piores dias de inverno. Pelas ruas, as pessoas transitavam com pesados casacos, sobretudos, cachecóis e pesadas capas de chuva, comprando presentes e enfeites para a festa natalina que se aproximava. Parecia não haver aborrecimento com o clima, muito pelo contrário, todos transmitiam certa alegria por meio de sorrisos gentis e semblantes serenos. As lojas, enfeitadas com centenas de lâmpadas coloridas e bastante acrilon nas vitrines, em parceria com o frio inesperado, criavam um cenário natalino quase perfeito, bem próximo ao encontrado nas cidades norteamericanas. Com toda a certeza, era isso o que estava deixando as pessoas contentes, era um clima de Natal como nunca visto antes. A clínica veterinária Pet’s Health, uma das maiores de toda a cidade, funcionava no bairro da Urca, onde naquele dia um vento gélido soprava forte vindo da baía açoitando impiedosamente sua fachada. Devido ao horário de verão, ainda não estava totalmente escuro, mas o segundo turno de trabalho já estava se encerrando, e toda a equipe do plantão noturno já havia


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chegado. Ainda que o tempo do lado de fora estivesse terrível, lá dentro estavam todos bem protegidos e confortáveis, reunidos no refeitório, com canecas de chocolate quente a mão, enquanto comentavam sobre a anormal temperatura naquela época do ano. O assunto em pauta era o aquecimento global, e a opinião geral era de que o clima havia enlouquecido em toda parte do planeta por conta da irresponsável ação do homem nas últimas décadas. Entre as pessoas ali reunidas, havia alguém com várias razões para estar bem animada. Era Ana Clara, uma bemsucedida médica veterinária. Alta, de tez clara e longos cabelos lisos e negros, e, com apenas 26 anos, era a chefe da equipe médica na clínica. Preparava-se, animada, para fazer seu primeiro plantão. Ana Clara adorava o tempo chuvoso, e isso, por si só, era motivo suficiente para garantir-lhe um dia feliz. Mas não era apenas o tempo ruim e o primeiro plantão que a estava agradando, havia outros motivos. Na verdade, o plantão era uma atividade recente criada por Matheus Fontaine, dono da veterinária, e vinha funcionando apenas há quatro meses. Não obstante, em todo esse período, a jovem Ana Clara não fora escalada nenhuma vez para ficar de plantão. Ela era a protegida de Matheus dentro da clínica, e todos sabiam disso. Ele não economizava nos elogios que lhe fazia e possuía notória queda por ela. Ninguém chegou a contestar a decisão do dono da clínica de deixá-la fora da escala de plantão, mas algumas pessoas resmungavam, em segredo. Agora isso havia mudado. Incomodada com os cochichos que andava ouvindo acerca de sua isenção para o serviço noturno, exigiu de Matheus que seu nome fosse colocado na escala. Querendo agradar sua protegida, cedeu, colocando-a na escala de plantão. Inteligente, aplicada e companheira eram atributos que, embora contrastassem com seu ar sombrio e depressivo,


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fizeram com que essa bela morena de rostinho angelical alcançasse rapidamente o cargo que ocupava, desde que iniciara como estagiária há pouco mais de três anos na clínica. Ana Clara era a única no refeitório que recusara o chocolate, preferindo beber uma caneca de café forte para aquecer o espírito naquele gelado início de noite. Ela estava um pouco afastada dos demais, conversando com sua auxiliar e amiga Clarisse, que, naquela noite, era mais uma das razões especiais por sua alegria. Seu primeiro plantão seria ao lado dela. Era também um dia de comemoração para Clarisse, que, depois de um ano de estágio, havia finalmente tirado seu CRMV e fora efetivada naquela mesma semana por Matheus. O fato de ser escalada para o plantão logo na primeira semana como profissional nem a incomodou, ela estava extasiada por ter deixado de ser estagiária e ter se tornado oficialmente médica veterinária. Ana Clara não se enganara a respeito de Clarisse, sabia que, do grupo de estagiárias que se apresentara no início do ano, ela seria a única que permaneceria na clínica. Desde os primeiros dias, quando as novatas começaram suas atividades, ela viu em Clarisse o gosto irrestrito pela medicina. Todas elas amavam animais, não houve nenhuma dúvida quanto a isso, mas não bastava amá-los, era preciso gostar de medicina também. Quando as primeiras mortes de dóceis cães surgiram diante das meninas, e elas tiveram que enfrentar uma realidade bem diferente, de ficar apenas mimando animais fofinhos, as futuras médicas veterinárias não aguentaram o choque e abandonaram a carreira que mal havia começado. Só quem permaneceu no estágio foi Clarisse, que estava bem certa do que queria para si. Mas não foi apenas a aptidão de Clarisse pela medicina veterinária que fez Ana Clara gostar dela desde o princípio.


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Havia algo que foi muito mais contundente. Elas possuíam grande semelhança física, na cor da pele, bem branquinha; na cor negra dos cabelos longos e lisos, suavemente cacheados; nas bem delineadas sobrancelhas, finas e arqueadas, enfim, as diferenças eram mínimas. Ana Clara não podia evitar a comparação, sempre que estava com Clarisse, que era cinco anos mais nova, lembrava com saudade do tempo em que ela própria começara como estagiária na Pet’s Health. Além do gosto pela medicina e da semelhança física, as duas jovens tinham outras características em comum, e uma delas fez com que se aproximassem e se tornassem muito amigas: o enorme amor pelos animais.  Duas horas mais tarde, todos já haviam ido para suas casas, e as duas plantonistas estavam de volta ao refeitório para mais uma caneca de café. A noite fria parecia ter espantado os clientes, e a clínica estava parecendo um mausoléu mergulhado em silêncio. As duas estavam à mesa do refeitório conversando sobre a brincadeira de amigo oculto daquele final de ano, cujo sorteio havia sido realizado na semana anterior. — Não sei como vou fazer para comprar o presente do meu amigo oculto. Não tenho a menor idéia para escolher presentes — reclamava Clarisse. — Quem você tirou? Se você me contar talvez eu possa dar alguma sugestão, o que acha? — Ana Clara sorriu, com certo ar de deboche para implicar com a amiga, sabendo que ela não lhe contaria. — Nada disso, senão a brincadeira vai perder a graça —resmungou Clarisse.


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De repente, a porta do refeitório se abriu e duas pessoas entraram caminhando em direção à mesa onde as médicas estavam. Uma das pessoas era o diretor e dono da clínica, Matheus Fontaine, e a outra, um rapaz jovem com uniforme da empresa de vigilância contratada pela clínica. — Senhoritas, quero lhes apresentar o Danilo, o novo vigia do turno da noite. Ele estará substituindo o Gonçalves até o início de janeiro. As jovens acenaram para o novo segurança, sorridentes, desejando-lhe boas-vindas. Uma outra característica comum às duas era a simpatia que demonstravam dentro da clínica, independentemente de cargo, cor ou credo. Tratavam a todos com muito respeito. — Essas são Ana Clara, nossa chefe de equipe cirúrgica, e Clarisse, auxiliar técnica de Ana Clara — Matheus indicou com a mão espalmada, uma e depois a outra. — É um prazer conhecê-las. — Olha, antes que você pergunte — interrompeu Clarisse, — nós não somos irmãs, somos apenas parecidas. — Não ligue para ela — disse Ana Clara. — É que todos que entram na clínica partilham desse pensamento. — É mesmo? Quase não notei as semelhanças — Danilo comentou com ar de espanto, com um leve sorriso estampado no rosto. Estava bem contente com a agradável recepção dispensada pelas duas belas jovens veterinárias. — Bem, só passei para apresentá-lo a vocês, já estou indo embora. Danilo — Matheus virou-se para o novo vigia, com ar austero —, cuide bem de minhas meninas. — Não se preocupe, senhor. O diretor deu uns tapinhas nas costas de Danilo, acenou em despedida para Ana Clara e Clarisse, e depois deixou o refeitório. — Será que tem algum problema se eu beber um pouco de café antes de iniciar meu turno? — Danilo perguntou a elas.


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— De forma alguma — Ana Clara respondeu —, fique à vontade. Ali naquele armário tem uma garrafinha térmica que é do Gonçalves, acho que você pode usá-la. Ele sempre a enchia e levava para a recepção em seus turnos de vigilância. — É uma ótima idéia. Farei isso. Obrigado. — Não há de quê. Qualquer dúvida em relação à clínica você pode nos perguntar, está bem? Vamos Clarisse, ainda temos que organizar as fichas de cadastro dos novos clientes. — Vamos sim. Até logo, Danilo, e seja muito bemvindo. O segurança fez uma pequena mesura em agradecimento e acompanhou com olhar interessado as jovens saindo do refeitório. Enquanto as duas iam saindo, aqueles chamativos cabelos negros e brilhosos descendo-lhes até meia altura das costas, em contraste com seus alvos jalecos brancos, magnetizaram os olhos de Danilo por alguns segundos. Não pôde evitar um olhar furtivo em direção à cintura de ambas, tentando imaginar as formas escondidas pelo jaleco e acabou sendo surpreendido por Clarisse que, ao passar depois de Ana Clara pela soleira da porta do refeitório, virou o rosto para lançar uma última olhada ao novo vigia. Sem graça, e levemente corado pelo flagrante, acenou para a estagiária, que lhe sorriu antes de sair.


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