Pipas

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Como Surgiram as Pipas A história das pipas é recheada de mistérios, de lendas, símbolos e mitos, mas principalmente de muita beleza e encantamento. Tudo deve ter começado quando o homem se deu conta de sua limitação diante da capacidade de voar dos pássaros. Essa frustração foi o motivo para que ele desse asas a sua imaginação.

As pipas nasceu desta tentativa frustrada de voar, quando o homem transferiu para um artefato de varetas, papel, cola e linha sua vontade intrínseca de planar, de alçar vôo de terra firme.Teorias, lendas e suposições tendem a demonstrar que o primeiro vôo de uma pipa ocorreu em tempos e em várias civilizações diferentes, mas, embora possamos encontrar muitas historias diferentes para o nascimento das pipas, Estima-se que a primeira pipa do mundo tenha surgido na China, há cerca de 200 anos a.C., criada por um general chamado Han Hsin, com o objetivo de medir a distância de um túnel a ser escavado no castelo imperial. Com o passar do tempo, estas pipas – logo que surgiram eram utilizadas para fins militares – tornaram-se uma arte popular naquele país. Aos poucos, foram levadas para países vizinhos – como Japão e Coréia. No Japão, em meados do século XI, relatos indicam que as pipas eram empregadas pelos militares para levar mensagens secretas para aliados. Naquele país, os papagaios adquiriram um forte significado religioso e ritualístico, como, por exemplo, no Dia do Menino – comemorado, tradicionalmente, no dia 5 de maio, no formato de koinobori (enormes carpas coloridas de pano que são hasteadas para simbolizar criaturas fortes e perseverantes).

No Egito hieróglifos antigos já contavam de objetos que voavam controlados por fios. Os fenícios também conheciam seus segredos, assim como os africanos, hindus e polinésios. Até o grande navegador Marco Polo (1254 - 1324) explorando-lhe as potencialidades, embora levado por motivos menos lúdicos. Conta-se que, em suas andanças pela China, ao ver-se encurralado por inimigos locais, fez voar uma pipa carregada de fogos de artifício presos de cabeça para baixo, que explodiram no ar em direção à terra, provocando o primeiro bombardeio aéreo da história da humanidade.Nos países orientais foi e continua sendo grande a utilização de pipas com motivos religiosos e místicos, como atrativo da felicidade, sorte, nascimento, fertilidade e vitória. Exemplo disto são as pipas com pintura de dragões, que atraem a prosperidade; com uma tartaruga (longa vida); coruja (sabedoria) e assim por diante. Outros símbolos afastam maus espíritos, trazem esperança , ajudam na pesca abundante. As pinturas com grandes carpas coloridas representam e atraem o desenvolvimento do filhos. Nesses aspectos mistico-religiosos, continua sendo muito grande a utilização de pipas como oferenda aos deuses nos países orientais. Um dos quatro elementos fundamentais da civilização ocidental, o vento no caso das pipas, passou rapidamente de inimigo a aliado, pois com o domínio correto de suas correntes e velocidades, o homem conseguiu inteligentemente chegar perto do sonho de voar. O grande mestre e pesquisador de pipas e ação dos ventos é um eolista, palavra criada a partir de Éolo, o deus dos ventos na mitologia grega. A histórias das pipas data de muitos séculos e se confunde com a própria história da civilização, sendo utilizada como brinquedo, instrumento de defesa, arma, objeto artístico e de ornamentação. Conhecido como quadrado, pipa, papagaio, pandorga, barrilete ou outro nome dependendo da região ou país, ela é um velho conhecido de brincadeiras infantis. Todos nós, com maior ou menor sucesso, já tentamos empinar um. E temos obrigação de preservar sua beleza e simbologia, pois uma infância sem pipa certamente não é uma infância feliz. As pipas adornam, disputam espaço, fazem acrobacias, mapeiam os céus. São a extensão natural da mão, querendo tocar nas ilusões.

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Ciência, Descobertas e Pesquisas Além do aspecto puramente lúdico, de lazer e encantamento diante das possibilidades de fazer com que os ventos trabalhem a nosso favor, as pipas, ao longo da história, tiveram uma importância fundamental nas pesquisas e descobertas científicas. O inglês Roger Bacon, no ano de 1250, escreveu um longo estudo sobre as asas acionadas por pedais, tendo como base experiências realizadas com pipas. O gênio italiano Leonardo Da Vinci, em 1496, fez projetos teóricos com nada menos que 150 máquinas voadoras, também baseados na potencialidade das pipas. No século 18, época das grandes descobertas, o brasileiro Bartolomeu de Gusmão mostrou os projetos de sua aeronave Passarola ao rei de Portugal, graças a estudos conseguidos através das pipas.

Em 1749, na Grã Bretanha, Alexandre Wilson empinou um série de seis pipas presas em uma mesma linha (trem), cada qual carregando um termômetro, conseguindo determinar as variações de temperatura, em função das diferentes altitudes. Em 1752 uma experiência de Benjamim Franklin demonstrou definitivamente a importância das pipas na história da Ciência. Prendendo uma chave ao fio da pipa, ele empinou num dia de tempestade. Acontece que a eletricidade das nuvens foi captada pela chave e pelo fio molhado, descobrindo assim o para-raio. George Cayley, em 1809, realizou, através das pipas, o primeiro pouso acontecido na História, experiência com fundamentos aeronáuticos que mais tarde seria utilizado pela NASA através do engenheiro americano Francis M. Rogallo com as naves Apolo, que criou assim os pára-quedas ascensionais (parawings), que permitem ainda hoje um perfeito controle ao retorno à terra das cápsulas espaciais. Foi através das pipas que o grande Santos Dumont conseguiu voar no famoso 14 Bis que, no final das contas não deixa de ser uma sofisticada pipa com motor.

Em 1894, B.F.S. o irmão mais novo de Baden Powell, o fundador do escotismo, elevou-se três metros do chão por um trem de quarto pipas hexagonais com 11 metros de envergadura cada, tornando-se o primeiro homem erguido do chão com auxílio de pipas, fato que mais tarde seria repetido em escala militar por exército durante a 1a Grande Guerra Mundial. Em 12 de dezembro de 1921, Marconi utilizou pipas para fazer experiências com a transmissão de radio, teste que, mais tarde, seriam utilizados por Graham Bell em seu invento, o telefone. Mais recentemente, durante a II Guerra Mundial, uma pipa em forma de águia seria empregada pelos alemães para observar a movimentação das tropas aliadas ou como alvo móvel para exercícios de tiros. Os exemplos se multiplicam. Nós brasileiros conhecemos as pipas através dos colonizadores portugueses por volta de 1596 que, por sua vez, as conheceram através de suas viagens ao Oriente. Um fato pouco conhecido de nossa História deu-se no Quilombo dos Palmares, quando sentinelas avançadas anunciavam por meio de pipas quando algum perigo se aproximava - mais uma prova de que a pipa era conhecida na África há muito mais tempo, pois os negros já cultuavam-na como oferenda aos deuses. A exemplo do Éolo da mitologia grega, os negros também tinham o seu deus dos ventos e das tempestades, personificado na figura de Iansã. Através desses fatos temos uma gama muito grande de utilização das pipas através dos tempos. Elas simbolizam o poder

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espiritual dos homens, um grande instrumento na busca de novas descobertas e objeto capaz de tornar realidade o antigo desejo de voar, o sonho de Ícaro e de toda humanidade.

Mas Por que as pipas voam ? Revista Globo Ciência Ano 5 - Dezembro 1995 - Nº 53 - Pág. 04 (Cláudio Fragata) O Físico Sadao Mori, um dos idealizadores do parque científico Tecnorama, em Águas de Lindóia, SP, explica quais são as forças que fazem o brinquedo alçar vôo. Se empinarmos uma pipa sem vento, ela cai, devido à força da gravidade. Uma pipa solta, sem linha, empurrada pelo vento, acompanha o movimento da corrente de ar (2). A força aplicada pela linha impede o movimento da pipa a favor do vento, ao mesmo tempo que lhe dá a inclinação adequada. Esta deve ser exata para que o vento empurre o conjunto obliquamente para cima, aplicando uma força (F), contrária ao efeito do peso (P) e da força tensora da linha (T), resultando num equilíbrio ideal (3).

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Apesar desta característica camaleônica, existem tipos tradicionais de pipas que servem sempre de base para os mais vertiginosos vôos da imaginação de pipeiros e eloistas. Você pode relaciona seis deles: as pipas planas, as mais próximas das ancestrais chinesas, as curvas, as celulares, os parafólios, os sleds ou capuchetas e os múltiplos ou trens. Há em toda esta história, porém, uma condição inflexível: a pipa pode ter formas arrojadas e cores vibrantes, comparáveis a um móbile de Alexander Calder ou um quadro de Picasso, mas se não alçar vôo, pouco adiantará tanto requinte. Nada mais melancólico do que uma pipa no chão. Para que ela alcance alturas celestiais, é preciso que algumas leis da física dêem a sua contribuição. "A relação entre a força do vento e a tensão da linha é a condição determinante para se empinar uma pipa", explica o físico Aníbal de Figueiredo, que divide o tempo entre o magistério e seu ateliê de brinquedos científicos. "Os vetores formados pela corrente de ar e a linha têm como resultado o movimento vertical ascendente que faz a pipa subir." Quais os principais defeitos das pipas Se a pipa não sobe, se faz cabriolas, se dá cabeçadas é porque alguns defeitos podem estar provocando isso. Esta tabela dá toques bem legais:

Defeito

Causa

A pipa efetua círculos grandes

A rabiola não é apropriado

A pipa inclina para um lado

Está desequilibrada

A pipa sobe com muita dificuldade

Provavelmente é pesada demais ou tem resistência excessiva devido ao ângulo quase perpendicular ao vento.

Vôo muito irregular

Estirantes demasiados curtos

A pipa dança da direita para esquerda

Falta de estabilidade lateral

A pipa cai de bico e responde aos comandos de forma desordenada

Os estirantes são muito compridos e o ponto central está muito acima.

A pipa voa com ângulo demasiado plano

Estirantes superiores curtos ou inferiores longos

A pipa faz buclês (círculos pequenos) rapidamente

A pipa não está adaptada ao vento e lhe falta equilíbrio

Solução Fazer uma rabiola mais leve e aumentar o seu comprimento. Fazer mais curto o estirante inferior. Verificar se os estirantes laterais superiores são iguais. Reajustar um dos estirantes superiores mais curto ou mais longo e aumentar o peso da pipa do lado que vai para cima. Diminuir a rabiola e verificar se o estirante central não está muito curto ou esperar ter mais vento. Aumentar o comprimento dos 3 estirantes e alongar um pouco a rabiola. Reajustar os estirantes, se possível, fazendo-os mais compridos. Verificar se os estirantes superiores são iguais. Pôr algum tipo de leme à pipa. Fazer com que o ângulo da pipa em relação ao vento fique mais inclinado, encurtando todos os estirantes e o do meio um pouco mais. Aumentar o peso e longitude da rabiola. Revisar as proporções do aparelho. Alongar estirantes superiores e encurtar o central, de modo que a linha agüente a pipa mais em baixo (seria aumentar o ângulo de ataque). Se possível, aumente a curvatura da vareta oriental central. Se é maranhão ou peixinho, aumentar o ângulo (fechar). Sé é asa delta, verificar estirantes e alongar a rabiola.

NOMES DADOS ÀS PIPAS EM REGIÕES BRASILEIRAS E OUTROS PAÍSES

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Brasil Papagaio - Em todo o Brasil Raia - Norte do Paraná até Curitiba Quadrado e Papagaio - Interior de São Paulo Curica, Cângula, Jamanta, Pepeta, Casqueta e Chambeta - Norte Pipa - São Paulo (capital) e Rio de Janeiro Arraia, Morcego, Lebreque, Bebeu, Coruja e Tapioca - Nordeste Barril e Bolacha - Nordeste Estilão e Pião - Sudeste Pandorga - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sul do Paraná Cafifa - Niterói Maranhão - Minas Gerais e algumas regiões do interior de São Paulo

Regras de segurança Os cuidados para soltar pipa sem riscos de se machucar ou ferir outras pessoas • Não use linhas com fio de cobre ou cerol. Só as de algodão são seguras. • Não solte pipas perto de fios ou antenas para evitar choques elétricos. • Não retire pipas presas em fios ou árvores. O risco de choque e acidente é grande, é melhor perder a pipa do que a vida. • Procure locais abertos, como parques, praças ou campos de futebol. • Preste atenção a motos e bicicletas – a linha pode ser perigosa para eles. Fique atento para que a linha não entre na frente deles. • Não solte pipas em dias de chuva, principalmente se houver relâmpagos. • Também não faça pipas com papel laminado. O risco de choque elétrico é grande. A linha é perigosa para os condutores. Solte pipas com seguranças – bons ventos 1 Evite áreas com fios elétricos 2 Cuidado com pessoas que estão à sua frente 3 Não solte pipas sobre laje de casas, sem as proteções laterais 4 O uso do cerol é proibido. É grande o risco de acidentes, inclusive para você. 5 Cuidado com a travessia de ruas onde passam veículos 6 Não solte pipas em dias de chuva ou relâmpagos 7 Se a pipa enroscar em fios não tente tirá-los, é melhor perder a pipa do que a vida 8 Não use linhas metálicas com fio de cobre de bobinas 9 Não use linha cortante (cerol). É grande o risco de cortar pessoas, inclusive você 10 Atenção para motos e bicicletas, a linha pode ser perigosa par os condutores 11 Não empine em lajes ou telhados, para evitar quedas fatais 12 Olhe bem onde pisa, especialmente quando anda para trás, para não cair.

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13 Tente soltar pipa sem rabiola, como as arraias. Na maioria dos casos, a pipa prende no fio por causa da rabiola. 14 Use luvas quando empinar pipas, para não machucar as mãos na linha.

TIPOS DE MATERIAIS UTILIZADO NA CONFECÇÃO DE PIPAS Conheça os principais materiais empregados na confecção das pipas, itens comentados para que você tenha o maior número de informações possíveis. 1 - Linha A melhor linha para confeccionar e empinar uma pipa é a 10 (olho) de algodão. No caso de pipas grandes, é recomendável os cordonês números 0.00.000 ou 0000 (urso). 2 - Cola Seja qual for o tipo de pipa a ser confeccionada, a melhor cola é a branca, à base de PVA. O importante é usar cola na medida certa, nem mais, nem menos, para não prejudicar o vôo e o visual. 3 - Varetas Japonesas: vareta de madeira não muito resistente, indicada na confecção de pipas pequenas e planas, que não exijam envergação muito acentuada. Vareta de pinho milimetradas: são encontradas em casas de aeromodelismo, desde a espessura de 1 mm até 20 mm. é muito usada na confecção de pipas estruturadas planas e não aceita envergação acentuada. Observação: encontram-se varetas redondas e quadradas. Bambu: é o melhor dos materiais para a confecção de pipas de qualquer tipo. aceita todo o tipo de envergação, com a ajuda de uma vela. Pode-se moldá-la de várias formas. Para se ter este tipo de material, deve-se colher o bambu com muitos galhos, pois se tratam de bambus maduros (sem galhos, sem brotos). Por maior que seja seu tamanho, os brotos não possuem uma secagem uniforme e não são muito flexíveis. 4 - Papéis Papel de seda: é o mais usado, mas deve-se tomar cuidado por ser bastante frágil. O importante é não abusar da cola, pois corre-se o risco de rasuras e muitas manchas. Não é recomendável para a confecção de pipas grandes, pois, certamente, não resistirá à pressão do vento. É o tipo de papel que aceita colagem na sua decoração. Papel impermeável ou manteiga: é um papel mais pesado e resistente, não tendo riscos de manchas ou rasuras na sua colagem. é indicado para pipas médias. aceita pintura, colagem e outras técnicas de decoração. Papel crepom: é um papel resistente que poderá ser usado na confecção de pipas e caudas. Aceita colagem na sua decoração. Papel espelho: um papel de boa resistência e coloração muito bonita, amplamente usado para se fazer dobraduras, mas também um ótimo papel para se confeccionar pipas grandes. Dica: Pode-se confeccionar uma pipa com papel espelho usando na decoração "dobraduras" do mesmo papel. 5 - Plásticos É um material muito empregado na confecção de pipas desmontáveis, tipo kit. Como não existe cola específica para se colar este tipo de material, deve-se proceder de duas maneiras. a - Artesanalmente: Usar fita adesiva para sua aderência seguindo duas regras práticas: esticar o plástico antes de aplicar a fita adesiva e, ao retirar a fita do rolo, não se deve aplicar imediatamente. O ideal é esperar alguns segundos para que ela volte ao normal, evitando algumas rugas indesejáveis. b - Profissionalmente: Usar a máquina de solda.

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No caso do plástico, não é indicado o uso de tesoura, pois, certamente, não se obterá um corte perfeito, prejudicando o acabamento da pipa. O ideal é o uso de estilete.

6 - Náilon ou tecidos de qualquer natureza Com este tipo de material, com certeza você precisará da destreza de um bom pipeiro, aliado ao apuro de um alfaiate ou costureira, para efetuar o corte correto no tecido; deverá saber utilizar bem a máquina de costura. Esses são dois conselhos que fatalmente terão de ser seguidos, pois aí estará o segredo para o bom funcionamento de sua pipa. Normalmente, quando realizamos pipas em náilon ou em qualquer tecido, pensamos com certeza em pipas maiores e desmontáveis e com durabilidade bem elevada se comparada às pipas comuns.

O que é cerol? O cerol é uma mistura de cola com vidro ou mármore moído que algumas pessoas passam na linha da pipa para cortar a pipa de outras pessoas. Quais os perigos do Cerol? O cerol pode causar as mesmas lesões que uma navalha. Se o corte for profundo ou pegar uma veia ou artéria grande, pode até mesmo matar. Quem são as maiores vítimas? Motoqueiros são as maiores vítimas: eles não vêem a linha e ela corta o pescoço, causando hemorragia e morte. Também ocorrem acidentes com aeronaves, pedestres, ciclistas, pára-quedistas, as aves, dentre outros. Entre as aves, estão as de médio porte, tais como o urubu, o gavião-carcará e as corujas,. De acordo com estimativas dos técnicos do Ibama, apenas 10% dos animais feridos com cerol chegam ao Centro de Triagem de Animais Silvestres – CETAS do Ibama, pois a maioria das aves atingidas é de pequeno porte e acabam morrendo logo após ao colisão com o cerol.

Porque na maioria dos acidentes a vítima acaba morrendo? A grande ocorrência das lesões provocada pela linha com cerol é o na região do pescoço. Como nesta região temos grandes veias e artérias, geralmente ocorrem grandes hemorragias. A hemorragia externa é a perda de sangue ao rompimento de um vaso sanguíneo (veia ou artéria). Quando uma artéria é atingida, o perigo é maior. Nesse caso, o sangue é vermelho vivo e sai em jato rápidos e fortes e se não for feito rapidamente os primeiros socorros o ferimento levará a morte. No site www.cerol.com.br, você pode encontra varias fotos e imagens fortes de pessoas acidentadas com cerol, por isso ame a vida não use cerol.

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“Dicionário” dos Pipeiros Nomes e gírias que popularmente são usados por pipeiros em todo o Brasil. Alguns termos podem não ser comum na sua região, não se preocupe pois muitos termos mudam de região para região e podem ser diferentes. Aparar – Quando uma pipa é lançada por outra pipa, após ter sido cortada em um embate Arrastar – conduzir a pipa rapidamente de um lado para o outro. Arrastar – cruzar com adversário lateralmente Árvore – Sistema de soltura de pipas em que, numa linha mestra, são amarradas várias pipas, diferentes dos trens de pipas ou centopéias. Avoar – Diz-se que uma pipa “avoou” quando ela foi cortada e levada pelo vento. Baculebu – Tipo de pipa muito usada no Nordeste, que utiliza papel de caderno e varetas retiradas das folhas secas do coqueiro. Bailado – Nome dado é dança que as pipas efetuam no ar (nordeste). Barriga – peso da linha, que empina a pipa (ex: linha grossa em pipa pequena) Barrigada – Peso da linha em relação ao tamanho da pipa. Bicheira – Pipa mal confeccionada e com aparência feia. Bidê – Nos Estados do Sul, é o nome que se dá às pipas estruturadas. Bomba redonda – Nome que se dá à pipa de modelo octogonal, no Rio Grande do Sul. Buclês – Círculos que a pipa faz quando não está adaptada ao vento e lhe falta equilíbrio. Buriti – Vareta retirada de palmeira para fazer pipas (Nordeste) Cabeçada – Círculos grandes que a pipa efetua quando não está estabilizada. Cabresto de três ou de força – feito com três linhas Caçonete – O mesmo que cação, em tamanho pequeno. Cana-da-Índia – tipo de bambu usado para se confeccionar pipas grandes, pois utiliza-se o bambu inteiro. Este tipo de bambu é muito utilizado nas indústrias de móveis. Caracol – Círculos pequenos rápidos, quando a pipa não está estabilizada. Carambola – Em alguns Estados brasileiros este é o nome que se da às pipas estruturadas. Carambolo – fenômeno ocasionado por defeito na confecção de uma arraia baiana que faz com que ela, em vôo, vire ao contrário. Cerol – Pasta feita de cola com vidro moído para se aplicar na linha com o objetivo de cortar a linha de outras pipas. Cerol fino – cerol passado na linha com cola e vidro fino Cerol grosso – cerol passado na linha com cola e vidro grosso Chocão – Aquele que guarda a pipa por muitos dias Combate – Disputa travada entre duas ou mais pipas com o objetivo de cortar a linha do adversário. Cortante – O mesmo que cerol. Cortar e aparar – cortar a pipa do adversário e aparar pela rabiola Crocodilagem – cortar a pipa dos outros na covardia Cruzar – Colocar a linha de uma pipa sobre a outra. Currupio – Círculos rápidos no ar que uma pipa sem sustentação provoca em torno de si. Dançarina – Pipa bem-feita e que no ar responde aos movimentos do empinador, provocando o bailado. Debicar – Movimento que a pipa, provocada pelo empinador, faz da esquerda para a direita, e vice-versa, e na vertical e horizontal também. Dengar – Pipa obediente que, ao mais leve toque, está pronta para dengar de um lado para outro. Dentinho – falha na linha tornado a mesma muito fraca. Dezão – carretel de linha com 500 jrs Dezinho – carretel de linha com 100 jrs Encabrestar – jogar a linha no cabresto do outro Enflechar – Colocar as flechas na pipa; colocar as varetas. Eolista – Aquele que, além de amante da arte das pipas, se dedica ao estudo, às técnicas, à história e à pesquisa sobre pipas e todas as forças movidas pelos ventos. Éolo – Na mitologia grega, Deus dos ventos e das tempestades, filho de Júpiter e da Ninfa. Estancar – Voar com a pipa sem cruzar com ninguém Flecha – Nome que se dá ás varetas das pipas no Estados do Nordeste. Flechar – Movimento que a pipa, provocada pelo empinador, faz da direita para a esquerda e vice-versa, e na vertical e horizontal também. Fujin – Deus dos ventos e das tempestades na mitologia oriental. Gereco – Pipa feia e ruim Grude – Cola feita à base de farinha de trigo e água, em algumas regiões brasileiras. Iansã – Deusa dos ventos e das tempestades na região afro-brasileira. Indaiá – tipo de palmeira que fornece varetas longas e flexíveis, ótimas para pipas. Jóquei – Empinador que participa de campeonatos de pipas, mas não as confecciona – compra de outros ou pede emprestado.

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Lançar – Prática usada antes do aparecimento do cerol, na qual se entrelaçavam duas pipas, e seus empinadores puxavam para tentar trazer a pipa de seu oponente nas mãos. Lixão - Pipa malfeita, sem capricho, e que não responde ao comando do empinador. Marimba – Instrumento feito com pedra e linha com o objetivo de capturar a pipa alheia (sudeste). É também o nome que se dá no Rio Grande do Sul à pipa conhecida como lata de óleo ou arraia baiana. Médio – carretel de linha com 200 jrs Paina – Tipo de vareta encontrada na flora paranaense, muito usada neste Estado para se confeccionar pipas. Pandorgueiro – Amante da arte das pandorgas (pipas), que as usa como passatempo, hobby (Rio Grande do Sul). Papagaieiro – O mesmo que pipeiro e pandorgueiro. Peitoral – Estirante, cabresto etc. (Acre). Penço – Pipa confecciona fora de simetria, que efetua um vôo pendendo para um lado. Pepeta – Pipa, papagaio etc. (Acre). Pião – Nome que se dá à pipa na gíria, principalmente no Rio de Janeiro. Piãozão – Pipa grande e bonita Pipa da Hora – Pipa bem-feita, caprichada, e que responde a todos os comandos do empinador. Pipa rasgateira – pipa rápida obedece os comandos ligeiros Pipão – Pipa grande Pipeiro – amante da arte das pipas, que as usa como passatempo, hobby. Pique – Quando a pipa vem a pique ficando em cima da cabeça do empinador: “foi a pique”. Rabada – Tipo de cauda ou rabiola usada no Nordeste em que, no lugar de tiras, colocam-se bolotas de algodão. Rabiolão – Rabiola muito grande Ratinha – Pipa feita com folha de caderno Revirar – Fazer a volta com sua linha na linha do outro. Revoada – Reunião de várias pipas colocadas no ar em conjunto, sem caráter competitivo. Suspender – Pegar a linha do adversário por baixa Tabareu ou Cambaréu – Quem tem medo de enfrentar outras pipas. Taboca – Espécie de bambu que fornece varetas ótimas para pipas. Tala – O nome que se dá às varetas no Acre. Tomar cabresto – Quando outra linha é jogada no seu cabresto. Torada – Diz-se da partida, quebrada nos confrontos entre pipas (Nordeste). Tubão – carretel de linha com mais de 1000 jrs Tubo - carretel de linha com 1000 jrs Ubá – Tipo de planta usada na fabricação de cestos balaios, que fornece ótimas varetas para pipas. Vento pra baixo – Vento muito forte que dificulta as manobras das pipas. Vento pra cima – Vento bom para soltar pipa. Zil – Em algumas cidades do Sul, este é o nome do cabresto ou estirantes das pipas

Esta apostila foi Elaborada Por Tony. Ele é Coordenador Associado da 5º Região de Desbravadores-MPEC E-mail: jptonyoliver@hotmail.com Outras fontes: www.pipas.com.br; www.google.com.br

www.pipasecia.com.br;

www.portaldaspipas.com.br,

www.pipastornado.com.br

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Material Extra MONTE SUA PIPA - Maranhão ou Pipa Carioca

A cauda ideal é de tiras de plástico com 50cm de comprimento por 2cm de largura, colocadas em uma linha com 2 metros de extensão, a uma distância de 15cm uma da outra. Observação: Envergar a vareta superior de 32cm. Melhor linha para empinar nas medidas aqui apresentadas: linha 10.

01 - Amarre as varetas menores na maior...

02 - Passe a linha em todas as pontas da armação.

03 - Cole a armação sobre o papel, mas deixe uma extremidade de fora, a menor. 11


04 - Corte o papel um pouco maior que a armação, essa margem servirá para a colagem.

05 - Em cada extremidade dê dois cortes e pode preparar a cola, logo será usada.

06 - Todas as extremidades foram cortadas? Muito bem, agora é só começar a colar sem se lambuzar.

07 - Antes de colar, porém, dobre as margens e veja se está bem ajustada a linha, o dente do papel pode ficar solto ou colado.

08 - Passe a cola sobre a margem e vire-a para dentro, aderindo bem.

09 - Envergue a 1° das varetas e dê uma volta com a linha superior sobre a extremidade da vareta.

10 - Em seguida é só colocar o estirante (cabresto) e a rabiola.

Como regular o estirante (cabresto)

Uma regra prática para regular o estirante consiste em pendurá-lo e regular de modo que a superfície "D" forme um ângulo de aproximadamente 30º, como se vê a ilustração acima. Esta regulagem é aproximada, pois a definitiva será feita no momento de empinar.

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Estique a linha até chegar a um ponto que esteja a dois dedos de distância (3 cm) da extremidade vertical e horizontal e dê um nó, fazendo o ângulo do estirante. A linha para empinar deve ser amarrada neste ângulo.

Como fazer uma Pipa Albatroz Material:  

  

Papel de seda 6 varetas de bambu ou japonesas, nas seguintes medidas: o

3 de 40 cm de extensão por 3 mm de espessura,

o

2 de 37 cm de extensão por 3 mm de espessura e

o

1 de 38,5 cm de extensão por 3 mm de espessura.

Cartolina ou papel cartão (para confeccionar o molde) Tesoura e Cola Linha 10 Corrente, para empinar.

01 - Confeccionar, em cartolina ou papel cartão, dois moldes como os mostrados nesta página. Siga as formas e as medidas indicadas nas figuras 1 e 2. Feito isto, sobreponha os moldes no papel de seda e corte com a tesoura nas mesmas medidas e formas: uma peça da figura 1 e duas peças da figura 2 (retângulo).

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02 - Abaixo, o molde pronto da figura 1

03 - Observe a ilustração abaixo e siga as suas instruções. Cole as varetas de 37 cm e as de 40 cm nas posições indicadas. a vareta de 38,5 cm é colada na transversal.

04 - Passe a fazer a segunda peça. ela é feita da mesma maneira que ensinamos no passo-a-passo da Carambola. Cole os dois retângulos coloridos na vareta de 40 cm.

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05 - Lembrete: a vareta de 40 cm presa aos retângulos, que ficam na parte da frente da pipa, funcionam como cabresto, e ali deverå ser presa a linha de empinar

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06 - Finalizada, assim como na pipa anterior, você pode colocar cauda ou rabiola. Fica a seu critério.

07 - Aqui, colocamos quatro rabiolas em nossa pipa, que está finalizada e pronta para ser empinada.

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Monte sua Pipa Asa Delta Material: • Papel de seda no formato quadrado medindo 43 cm em cada lateral • 4 varetas de bambu ou japonesa com 43 cm de comprimento e 4 mm de espessura. • Tesoura • Cola • Linha 10 Corrente, para empinar.

01 - Corte 4 varetas nas medidas indicadas.

02 - Dobre a folha quadrada unindo uma ponta à outra, como mostra a foto abaixo, formando um triângulo.

03 - Corte no vinco da folha dobrada, formando dois triângulos, como mostrado na foto ao lado.

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04 - Cole os dois triângulos unindo-os pelo lado menor.

05 - Agora, vamos colar as varetas. Para dar mais firmeza à estrutura da pipa, é melhor começarmos pela vareta central.

06 - Em seguida, cole as outras duas varetas, nas laterais do triângulo.

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07 - A quarta vareta não é amarrada, mas sim colada. Para isso, faça um furo próximo a cada vareta (as já coladas), na posição onde a quarta vareta vai ser fixada. 08 - Posicione a quarta vareta junto aos furos e amarre com a linha.

09 - Importante: a quarta vareta deve ser posicionada de forma a deixar uma sobra de três dedos para fora do corpo da pipa.

10 - Agora é hora de fazer o estirante e colar a cauda. Proceda seguindo as medidas e a orientação mostradas no desenho ao lado.

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