Jornal - 1° Semestre 2013

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APRS

Jornal

da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul Ano XVIII –1º Semestre /2013 – nº 74

Dra. Ellen Leibenluft

Dr. Jim van Os

Dr. Francisco Castellanos

Dra. Anissa Abi-Dargham

Dr. Jorge Bruce

Dr. Humberto Persano

É PONTUA TO D

AB P ES T E E V DA

EN

A PAR

Dr. Rodrigo Grassi de Oliveira (Coordenador) l Dr. Flávio Kapczinski l Dr. Guilherme V. Polanczyk l Dra. Clarissa Gama l Dra. Gisele Gus Manfro l Dr. Adolfo Pizzinato l Dr. Flávio Pechansky l Dra. Elisa Brietzke l Dr. Cláudio L. Eizirik l Dra. Carla Bicca l Dr. Felix H. Kessler l Dr. Carlos I. Salgado l Dr. Felipe Picon l Dra. Juliana Tramontina l Dr. Matias Strassburger l Dr. Paulo Knapp

O TÍT U

LO

ESPECIALISTA

www.jornadaaprs.org.br

Comissão Científica

ENTREVISTA Dra. Nora Volkow O

Visite o site da XI Jornada de Psiquiatria da APRS. Faça sua inscrição e confira as regras para submissão de trabalhos.

Dr. Timothy Bredy

Maiores informações ou reservas: reservas@tribecaturismo.com.br www.tribecaturismo.com.br (51) 3076 7002

DE

Dr. Jesse H. Wright


XI Jornada de Psiquiatria da APRS

APRS

Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul

Av. Ipiranga, 5311/202 90610-001 – Porto Alegre/RS – Brasil 51 3024.4846 – 8116.5896 aprs@aprs.org.br – www.aprs.org.br

Editorial Caros colegas, Nossa gestão terá a honrosa tarefa de comemorar os 75 anos de nossa querida APRS, uma das associações psiquiátricas mais antigas e atuantes do país. Para isso, estamos preparando, desde o final de 2011, uma Jornada de Psiquiatria especial. Acreditamos

Diretoria – Gestão 2012/2013

que a Jornada deve espelhar a psiquiatria que exercemos, carac-

Presidente

terizada pela excelência da nossa prática clínica e pela qualidade

Eugenio Horacio Grevet Diretor Administrativo

Carlos Augusto Ferrari Filho Diretor de Finanças

de nossa produção científica, ambas reconhecidas internacionalmente. Além disso, vivemos um momento científico de grandes avan-

Fernando Muhlenberg Schneider

ços no entendimento da etiologia dos transtornos mentais, do fun-

Diretora do Exercício Profissional

cionamento cerebral e de abordagens terapêuticas que levem em

Rogéria Recondo

conta esses novos conhecimentos, sejam elas farmacológicas ou

Diretor Científico

psicoterápicas.

Rodrigo Grassi-Oliveira Diretora de Normas

Ana Lúcia Duarte Baron Diretor de Divulgação

Igor Dias de Oliveira Alcantara

Apesar disso, integrar o conhecimento existente, no dia a dia, muitas vezes não passa de uma utopia, defendida por todos, mas raramente exercida. A realidade muitas vezes nos obriga a concentrar esforços no estudo de assuntos muito específicos e dificilmente temos tempo para nos atualizarmos sobre o que está ocorrendo

Conselho Editorial Jornal

fora do escopo de nossas atividades diárias. Isso pode ser válido

Editora

para clínicos, psicoterapeutas, psicanalistas ou pesquisadores.

Conselho Editorial

ção: trazer o que há de mais atual nas diferentes áreas do conhe-

Maria Angélica Antunes Nunes Andrea Poyastro Pinheiro Berenice Gomes Gianetti Tiago Crestana / Editoras Associadas

Execução Gráfica

Gráfica Odisséia Tiragem:

cimento psiquiátrico, permitindo que ocorra uma integração real do conhecimento através da discussão e do debate sobre novas ideias.

Diagramação

Marta Castilhos

Acreditamos que a Jornada da APRS deve cumprir esta fun-

1.300 exemplares

Revisão

Ainda, com o intuito de facilitar uma pausa em nossa rotina diária, necessária para que ocorra uma verdadeira imersão na Jornada, pensamos que Gramado seria o melhor lugar para um retiro, além, é claro, de ser um local especial para comemorarmos os 75

Camila Garcia Kieling

anos da APRS.

Site da APRS

tem como tema principal os “Caminhos da Psicopatologia”,

Com esse objetivo em mente, idealizamos uma Jornada que

Diretor de Divulgação e Editor Geral

Igor Dias de Oliveira Alcantara

abordados em seus diferentes vértices (etiológicos, neurofisiológicos, filosóficos e terapêuticos), contando com a participação de expoentes da psiquiatria regional, nacional e internacional, que

Secretaria da APRS

estão trabalhando para que tenhamos um melhor entendimento

Gerente Administrativo/Financeiro

dos transtornos mentais.

Mônica Silveira dos Santos Secretária

Sandra Maria Schmaedecke Reg.1464 Auxiliar Administrativo

Esta edição do Jornal da APRS é dedicada exclusivamente à apresentação da Jornada 2013, com ênfase especial em seus convidados internacionais, já confirmados. Espero que todos tenham uma excelente Jornada!

Laís Witt Paim Higienização

Rosilei Carvalho Ferreira

2 Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

Eugenio Grevet


XI Jornada de Psiquiatria da APRS

Jantar 75 anos da APRS

A APRS, além de representar os psiquiatras do Estado e estimular atividades científicas de qualidade, congrega e organiza momentos de confraternização entre seus associados. E é isso que faremos na noite de encerramento da XI Jornada. Vamos festejar os 75 anos de nossa Associação com um animado jantar e contamos com a presença de todos que fizeram e fazem parte desta longa caminhada, desde uma reunião de pioneiros, em 1938, até a pujante federada dos dias atuais. Não perca esse momento histórico! Dia 7 de setembro, no Hotel Serrano.

3a Mostra de

Fotografia da APRS

É com muita satisfação que convidamos todos os associados a participarem da 3a Mostra Fotográfica da APRS, que ocorrerá durante a XI Jornada de Psiquiatria da APRS, de 5 a 7 de setembro de 2013. A 3a Mostra segue tendo um caráter estritamente cultural e lúdico, com o objetivo de congregar os associados.

Para participar, leia o regulamento: jornadaaprs.org.br/3a-mostra-de-fotografia/

A Comissão Científica da Prêmios XI Jornada de Psiquiatria da APRS informa que o prazo para a submissão dos

Paulo Guedes e Cyro Martins

1.Certificação e um convite para escrever um artigo

científico na revista Trends trabalhos científicos encerra-se 2. Os melhores resumos serão convidados para apresentação oral e publicados na revista Trends no dia 15/07/2013. 3. Publicação nos anais da Jornada

Não perca esta oportunidade!

http://jornadaaprs.org.br/trabalhos-cientificos/

Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

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XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Rodrigo Grassi-Oliveira

XI Jornada de Psiquiatria da APRS

Caminhos da Psicopatologia Pathways of Psychopathology Gramado 5 a 7 de Setembro de 2013

A Jornada e a “crise” na psiquiatria? Em 1910, Karl Jaspers (1883-1969) escreveu um

o papel da psicopatologia do desenvolvimento, (d) os

ensaio sobre o ciúme patológico, estabelecendo as ba-

avanços nas neurociências e genética que muitas vezes

ses da fenomenologia psicopatológica, que mais tarde

se “chocam” com o sistema diagnóstico vigente, (e) a

fundamentaria seu trabalho e o trabalho de outros psi-

necessidade de novas tecnologias e de inovação para o

copatologistas, como Hans Gruhle e Kurt Schneider.

avanço da área (Campbell, 2013; Hudziak, Achenbach,

Todavia, foi em 1913 que Jaspergs publicou sua mais

Althoff & Pine, 2007; Widiger & Clark, 2000).

importante obra: Psicopatologia Geral. Jaspers defen-

Certamente estamos ensaiando uma ruptura de

dia que a psiquiatria seria a profissão, a prática, mas a

paradigma na Psiquiatria, ou, pelo menos, deveríamos.

psicopatologia seria a ciência. Sua proposta seria a de

Em um recente editorial publicado no periódico oficial

considerar a psicopatologia como um esforço constan-

da Associação Mundial de Psiquiatria (WPA) o profes-

te de observação do indivíduo no seu aspecto global,

sor Assen Jablensky sugere que a psiquiatria está em

considerando os aspectos desenvolvimentais e o con-

“crise” (Jablensky, 2010). Ele argumenta que há um

texto em que o indivíduo está inserido. Ele propôs uma

moroso mas estável declínio no número de graduan-

classificação psicopatológica “não dogmática”, basea-

dos médicos que optam pela especialidade. Levanta

da numa reflexão metodológica, argumentando que,

a questão que a psiquiatria continua a ser estigmati-

no âmbito humano, a explicação para padrões de com-

zada, inclusive dentro da própria medicina, e da existência de políticas de saúde que não

portamentos observáveis (Erklärende Psychologie) deveria incluir a compreensão das relações de significado do indivíduo (Verstehende Psychologie).

A meta será fomentar a discussão e

reconhecem o tratamento psiquiátrico como uma necessidade. O autor reconhece que isso possa ter contribuído

Assim, para Jaspers, apenas consi-

exposição a aspectos

derar um sintoma isolado seria fazer

inovadores em torno

razão principal seria a relativa perda

com que o objetivo principal de com-

do que é nuclear na

de “vantagem competitiva” em rela-

preender o indivíduo fosse esquecido

Psiquiatria: os rumos

ção as outras disciplinas médicas. Ja-

(Jaspers, 1963). A obra de Jaspers está comple-

que a psicopatologia

para essa “crise”, mas defende que a

blensky aponta que, nas últimas décadas, o importante avanço nas ciências

tando 100 anos em 2013 e permane-

está tomando ou

ce muito atual. Com a iminência do

poderá tomar com a

a prática médica em áreas como onco-

DSM-5, muitas questões (res)surgiram

iminência do DSM-5,

logia, cardiologia e imunologia. Refere

no campo da psicopatologia: (a) a diferença entre o normal e patológico, (b) a diferença entre diagnóstico ca-

com os avanços das neurociências, com

tegórico e dimensional, (c) diagnósti-

as novas formas de

cos transversais versus diagnósticos

pensar a psicoterapia

longitudinais ou, em outras palavras,

4 Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

básicas transformaram drasticamente

que a medicina geral tem se tornando cada vez mais “molecular” e, por isso, acaba sendo mais atrativa e intelectualmente mais desafiadora para jovens médicos. Ele afirma que, infelizmente, esse tipo de mudança não ocorreu na


XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Rodrigo Grassi-Oliveira Psiquiatria clínica, pois dificilmente alguma descoberta

Pela natureza do foco principal da prática e da

nas neurociências, biologia molecular ou genética foi

pesquisa na psiquiatria – o comportamento humano

transposta em termos de novas tecnologias para prá-

– talvez seja mais fácil para alguns classificar a área

tica psiquiátrica, marcadores de doenças, tratamentos

como intuitiva e pouco científica quando em compa-

ou novos paradigmas conceituais para o entendimen-

ração com as chamadas “ciências duras” no que diz

to da etiologia dos transtornos mentais. Conclui que

respeito a “produtos tecnológicos”.

a psicopatologia e a fenomenologia clínica são assun-

Dessa maneira, a Comissão Científica, junta-

tos quase esotéricos para a maioria dos estudantes de

mente com a Diretoria da APRS, decidiram organi-

medicina e residentes de psiquiatria e clama para que,

zar a XI Jornada de Psiquiatria da APRS sob o tema

em vez de seguir os critérios do DSM de maneira não-

“Caminhos da Psicopatologia”. A meta será fomentar

-crítica, a área possa estimular a curiosidade intelectu-

a discussão e a exposição de jovens profissionais e

al em conjunção com uma boa compreensão da semi-

também profissionais já estabelecidos a aspectos

ótica psiquiátrica. Mais recentemente o mesmo autor

inovadores em torno do que é nuclear na psiquia-

propõe que a solução seria a revisão do paradigma

tria: os rumos que a psicopatologia está tomando

adotado na psiquiatria desde o início do século XX em

ou poderá tomar com a iminência do DSM-5, com

face às inovações tecnológicas e o corpo de pesquisa

os avanços das neurociências, com as novas formas

na área disponível (Jablensky, 2012).

de pensar a psicoterapia. Além disso, pretende-se

Nesse contexto, o periódico The Lancet publicou

oferecer um espaço para ilustrar como mudanças de

a seguinte conclusão sobre a área: “Psiquiatras, em

paradigmas nas áreas relacionadas aos transtornos

primeiro lugar, são clínicos. Abordagens baseadas em

psiquiátricos podem influenciar ou potencialmente

evidências devem ser centrais para qualquer psiquia-

redefinir nossas estratégias de pesquisa, de ava-

tra ou qualquer outro profissional da saúde mental. As

liação e de tratamento psiquiátrico. Basicamente,

evidências de que os pacientes psiquiátricos possuem

o objetivo é convergir pesquisa, clínica e psicotera-

uma saúde muito pior que a população geral já bas-

pia rumo ao desenvolvimento de novas abordagens,

taria para assegurar que a psiquiatria está fortemente

tecnologias sociais, e intervenções na Psiquiatria.

conectada com outras especialidades médicas. Mas o

Somente através da discussão científica, da ex-

mais fundamental é que já é hora da especialidade

posição continuada a elementos inovadores, da inte-

parar de se desvalorizar em razão de sua história atri-

ração entre pesquisadores e profissionais, jovens e

bulada de manicômios e pseudociência, e passar a se

seniores, em settings específicos é que poderemos

realinhar como uma especialidade biomédica, chave

celebrar o centenário da obra de Jaspers seguindo o

central na saúde mental” (“Psychiatry’s identity cri-

seu conselho: “Os psiquiatras devem pensar”.

sis”, 2012). Comentários seguiram incluindo a grande confusão de se considerar tratamentos baseados em

Rodrigo Grassi-Oliveira,

evidência apenas a psicofarmacoterapia, é essencial

Diretor Científico da APRS

que se inclua a psicoterapia, prevenção e intervenções psicossociais (Barkil-Oteo, 2012). Apesar disso, recentes dados mostram o interesse pela psiquiatria tem crescido entre os estudantes que desejam seguir na área de pesquisa, com um crescimento de mais de 100% na última década (Insel, 2012). Abre-se, então, um paradoxo na área: baixo interesse clínico e alto interesse em pesquisa. Se consideramos a afirmação de Jaspers de que psiquiatria é a prática, urge a integração da pesquisa com a clínica (incluindo psicoterapia e psicofarmacoterapia), urge a inovação tecnológica, urge estimularmos que as novas gerações de psiquiatras incorporem a psicopatologia em sua prática clínica, assim como as gerações anteriores incorporem os avanços obtidos pela neurociência clínica.

Barkil-Oteo A. Psychiatry’s identity crisis. Lancet. 2012;379(9835): 2428. doi: 10.1016/S0140-6736(12)61067-8. Campbell JJ. What neuropsychiatrists would like to see in DSM-5. J Neuropsychiatry Clin Neurosci. 2013;25(1):6-11. doi: 10.1176/ appi.neuropsych.11040097. Hudziak JJ; Achenbach TM; Althoff RR; Pine DS. A dimensional approach to developmental psychopathology. Int J Methods Psychiatr Res. 2007;16 Suppl 1, S16-23. doi: 10.1002/mpr.217. Insel T. The future of psychiatry (= clinical neuroscience) [Internet]. National Institutes of Health. Disponível em: http://www.nimh. nih.gov/about/director/2012/the-future-of-psychiatry-clinicalneuroscience.shtml. Acesso em: 15 jun. 2013. Jablensky A. Psychiatry in crisis? Back to fundamentals. World Psychiatry. 2010;9(1): 29. Jablensky A. The disease entity in psychiatry: fact or fiction? Epidemiol Psychiatr Sci. 2012;21(3):255-264. doi: 10.1017/ S2045796012000339. Jaspers K. General psychopathology. Chicago: University of Chicago Press; 1963. Widiger TA; Clark LA. Toward DSM-V and the classification of psychopathology. Psychol Bull. 2000;126(6):946-963.

Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

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XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Giovanni Salum Jr.

Dra. Ellen Leibenluft Chefe da Seção de Transtornos do Espectro Bipolar do National Institute of Mental Health (NIMH) (EUA)

Seu trabalho tem uma perspectiva desenvolvimental, estudando crianças em risco, crianças com apresentação precoce, adolescentes e adultos, visando entender os mecanismos cerebrais que medeiam a psicopatologia na infância Ellen Leibenluft é a médica-chefe da Seção dos

deiam a psicopatologia na infância para informar

Transtornos do Espectro Bipolar do Programa de

novas abordagens de tratamento. Sua pesquisa

Transtornos do Humor e Ansiedade do National Insti-

envolve uso de técnicas de neurociência cognitiva

tute of Mental Health (NIMH) e professora associada

e neuroimagem, em especial ressonância magnética

da Escola de Medicina da Universidade de Georgeto-

funcional, estrutural, magnetoencefalografia e ima-

wn (EUA). Ela é membro do Comitê de Transtornos na

gem de tensores de difusão. Além de uma linha de

Infância, Transtornos do Humor (Bipolar) da 5a edição

pesquisa consistente no transtorno do humor bipolar

do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos

em crianças e adolescentes, a Dra. Leibenluft tem

Mentais (DSM-5) e do Grupo de Trabalho da Organi-

se focado nos últimos anos em estudar crianças com

zação Mundial da Saúde para revisão da Classificação

desregulação grave do humor que se apresentam

Internacional de Doenças, 11a Edição (CID-11). Faz

com quadros de irritabilidade crônica. Seu trabalho

parte do corpo editorial das revistas mais importan-

se foca em entender as diferenças e similaridades

tes da psiquiatria atual e acumula diversos prêmios e

entre essas crianças e as crianças com episódios

títulos, incluindo o de melhor mentora. Foi também

clássicos do transtorno do humor bipolar no que se

listada entre os melhores médicos da América.

refere aos mecanismos cerebrais que medeiam es-

Seu trabalho tem uma perspectiva desenvolvi-

ses comportamentos e emoções disfuncionais. Sua

mental, estudando crianças em risco, crianças com

produção científica inclui 221 artigos indexados pelo

apresentação precoce, adolescentes e adultos, vi-

Web of Science com um total de 6.087 citações e um

sando entender os mecanismos cerebrais que me-

índice H de 46.

Irritabilidade e as Fronteiras do Transtorno Bipolar na Infância Quinta-feira / 5 de setembro / 17:30-19:00 / Sala 1

6 Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013


XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Felipe Picon

Dr. Francisco Xavier Castellanos Diretor de Pesquisa do Child Study Center da New York University (NYU) (EUA) Seu foco de pesquisa é neuroimagem, neurociência, psicofarmacologia e genética do Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) Francisco Xavier Castellanos é o diretor do Centro de Transtornos do Desenvolvimento do Child

concentração e, subsequentemente, apresentar as caraterísticas clínicas de desatenção.

Study Center da New York University (NYU). Ele

O prof. Castellanos advoga que o cérebro hu-

também é professor Brooke & Daniel Neidich de Psi-

mano somente será compreendido com a colabo-

quiatria da Infância e da Adolescência e professor

ração de diversos centros de pesquisa pelo mundo

de Radiologia, Fisiologia e Neurociências na escola

todo. Sua afirmação é colocada em prática no dia a

de medicina da NYU. Seu foco de pesquisa é neuro-

dia com o treinamento ativo de inúmeros pesquisa-

-imagem, neurociência, psicofarmacologia e gené-

dores de diversos países em seu laboratório. Além

tica do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperativi-

disso, ele mantém trabalhos em colaboração com

dade (TDAH), contando com 235 artigos científicos

diversos centros de pesquisa em ressonância mag-

publicados, fator H 59 e mais de 13.000 citações.

nética funcional ao redor do mundo, os quais foram

Prof. Castellanos é cocoordenador do grupo de

responsáveis, recentemente, por iniciativas impor-

trabalho de TDAH e Transtornos Disruptivos da Ame-

tantes no campo da ciência colaborativa. Dentre

rican Psychiatric Association (APA) para a revisão

esses projetos, encontra-se o projeto 1000 Conne-

e elaboração do DSM-5. Seu trabalho tem se foca-

tomes Project, que conseguiu reunir mais de 1.400

do em estudos de ressonância magnética funcional

imagens cerebrais funcionais de adultos sem trans-

em estado de repouso (Resting

torno mental com o intuito de

State Functional Connectivity)

elucidar o conectoma cerebral

em pacientes com TDAH e au-

humano. Além disso, houve a

tismo, além de diversos estu-

iniciativa colaborativa interna-

dos com sujeitos normais, onde

cional de coleta de uma grande

o foco foi o desenvolvimento

amostra de crianças e adoles-

e aprimoramento dessa meto-

centes com TDAH (ADHD 200),

dologia. Ele propôs uma nova

que vem gerando diversas pu-

maneira de compreendermos

blicações e avanços ao campo.

o TDAH, hipotetizando que os

As abordagens científicas co-

lapsos de desatenção caracte-

laborativas em grande escala,

rísticos do transtorno se devem

segundo o Prof. Castellanos,

à interferência do funcionamen-

são a única forma possível de

to da rede cerebral padrão (De-

se reunir o tamanho amostral

fault Mode Network) no funcio-

necessário para que se con-

namento da rede de controle de

sigam avanços realmente im-

tarefa (Control Task Network).

portantes para o entendimento

Essas interferências fariam a

real do funcionamento cerebral

pessoa ter um tempo menor de

normal e patológico.

O Cérebro Incansável: Atividade Intrínseca e Variabilidade Comportamental no TDAH Quinta-feira / 5 de setembro / 11:00-12:30 / Sala 1

Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

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XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dra. Elisa Brietzke

Dr. Jim van Os Professor do Departamento de Psiquiatria e Psicologia da Maastricht University Medical Center (Holanda) Em 2009, o prof. van Os propôs abolir o diagnóstico de esquizofrenia, devido à falta de validade. Baseado em pesquisas sugerindo que a psicose é causada por um estado de saliência aberrante, ele propôs a introdução de uma nova definição sindrômica, denominada “síndrome de saliência” Jim van Os é professor de

te da conferência DSM/CID

Epidemiologia Psiquiátrica e

“Desconstruindo a Psicose”.

Presidente do Departamento

Ele publicou uma série de

de Psiquiatria e Psicologia da

estudos sobre a distribui-

Universidade de Maastricht,

ção dimensional de sinto-

Holanda; professor Visitante

mas psicóticos na população

de Epidemiologia Psiquiátri-

geral e seus fatores subja-

ca do Instituto de Psiquiatria

centes, contribuindo para a

de Londres, Reino Unido, e

construção do conceito de

diretor do Centro de Neuro-

“continuum” da psicose.

ciências Contextual no Cen-

Em 2009, o prof. van Os

tro Médico da Universidade

propôs abolir o diagnóstico

de Maastricht. Suas áreas de

de esquizofrenia, devido à

interesse incluem epidemio-

falta de validade. Baseado

logia clínica, cognição e ge-

em pesquisas sugerindo que

nética da psicose, depressão

a psicose é causada por um

e transtorno bipolar.

estado de saliência aberran-

Sua pesquisa é focada em

te, ele propôs a introdução

desvendar a interação entre

de uma nova definição sin-

o indivíduo e seu meio am-

drômica, denominada “sín-

biente como relevante para o

drome de saliência”. Ele é

início (etiologia) e prevenção

atualmente um dos neuro-

(tratamento). Atualmente, ele é coordenador de

cientistas mais citados do mundo e faz parte do

um consórcio internacional para o estudo de inte-

conselho editorial de várias revistas científicas eu-

rações gene-ambiente na esquizofrenia (EU-GEI),

ropeias e norte-americanas, como a Acta Psychia-

além de também atuar na pesquisa da interação

trica Scandinavica, European Psychiatry, Psycho-

gene-ambiente na depressão e transtorno bipo-

logical Medicine, Schizophrenia Research, Schizo-

lar. O prof. van Os é membro do grupo de trabalho

phrenia Bulletin, Early Intervention in Psychiatry e

“Transtornos Psicóticos” do DSM-5 e foi copresiden-

The Journal of Mental Health.

Psicopatologia Contextual - Ligando o Cérebro à Experiência Sexta-feira / 6 de setembro / 11:00-12:30 / Sala 1

8 Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013


XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Rodrigo Grassi-Oliveira

Dr. Timothy W. Bredy Diretor do Psychiatric Epigenomics Laboratory do Queensland Brain Institute da University of Queensland (Austrália) O prof. Timothy Bredy possui graduação em Psicologia Experimental e fez seu doutorado em Ciências Neurológicas, orientado pelo prof. Michael Meaney, investigando o impacto do estresse precoce no desenvolvimento cognitivo. Atualmente, é professor do Queensland Brain Institute da The University of Queensland (Austrália), onde coordena o Laboratório de Epigenômica Psiquiátrica. Sua linha de pesquisa é focada na investigação de modificações epigenéticas associadas a memórias traumáticas. Prof. Bredy acabou de receber o prêmio A.E. Bennet Research Award 2013 da Society of Biological Psychiatry (SOBP), sendo reconhecido como um dos grandes expoentes da pesquisa em psiquiatria biológica. Especificamente, o prof. Bredy vem descobrindo que os efeitos do ambiente (experiência-dependente) na função cerebral se utilizam de mecanismos epigenéticos, em especial processos de desmetilação do DNA no córtex pré-frontal (PFC) associados com a extinção de memórias traumáticas. Seu trabalho tem revelado que expressão de determinados genes no PFC é muito mais dependente da interação ambiental do que se pensava e que isso traz implicações cruciais para a área da psiquiatria.

Sua linha de pesquisa é focada na investigação de modificações epigenéticas associadas a memórias traumáticas

Como o Epigenoma Contribui Para o Desenvolvimento de Transtornos Psiquiátricos Sábado / 7 de setembro / 10:00-12:30 / Sala 1

Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

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XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Raffael Massuda – Dra. Clarissa Gama

Dra. Anissa Abi-Dargham Diretora Associada do PET Center da Columbia University e do New York State Psychiatric Institute (EUA)

Profa. Abi-Dargham estudou um dos principais achados em imagem molecular em esquizofrenia: a confirmação da hipótese dopaminérgica, demonstrando o aumento de liberação de dopamina em regiões estriatais

A professora Anissa Abi-Dargham é médica

estudou um dos principais achados em imagem mo-

psiquiatra, professora do Departamento de Psiquia-

lecular em esquizofrenia: a confirmação da hipó-

tria da Universidade de Columbia em Nova York e,

tese dopaminérgica, demonstrando o aumento de

atualmente, é chefe do Departamento de Imagem

liberação de dopamina em regiões estriatais. Atual-

Translacional e diretora do Liber Center para pes-

mente, esses achados ganharam uma nova impor-

quisa em Esquizofrenia. Dirige e realiza pesquisas

tância. A maior liberação dopaminérgica em região

com diversas modalidades de neuroimagem, como

estriatal foi observada em pacientes em pródromos

espectroscopia e ressonância magnética estrutural

de esquizofrenia que converteram para a doença

e funcional, com seu principal foco em imagem mo-

em comparação com os que não converteram, tor-

lecular (PET e SPECT).

nando este um possível biomarcador para o risco de

Seus estudos de imagem contribuíram para o

conversão. Sua produção científica abarca mais de

melhor entendimento da patofisiologia da esquizo-

100 artigos em destacados jornais de psiquiatria e

frenia, dependência química e outros transtornos

neuroimagem e atualmente ela é editora associada

psiquiátricos. O papel da dopamina sempre foi cen-

da Neuropsychopharmacology e faz parte do corpo

tral em suas linhas de pesquisa. Conjuntamente

editorial de diversos outros periódicos importantes

com outros pesquisadores, a profa. Abi-Dargham

do campo.

Uma Visão Translacional sobre a Disfunção Dopaminérgica na Esquizofrenia Sábado / 7 de setembro / 08:00-09:30 / Sala 1

10 Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013


XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Igor Alcantara

Dr. Jorge Bruce Professor de teoria psicanalítica da PUCP e do Instituto da Sociedade Peruana de Psicanálise (Peru) Com dez edições e cerca de vinte mil exemplares vendidos, seu livro sobre psicanálise e racismo nos coloca em contato de forma original com esse importante fenômeno social seu livro sobre psicanálise e racismo nos coloca em contato de forma original com este importante fenômeno social, sobre o qual pouco se debate em nosso meio acadêmico. Em suas próprias palavras, uma amostra do trabalho que pretende desenvolver em nossa Jornada: “A psicanálise ou a psiquiatria não existem fora de um contexto pós-colonial na América Latina. Isso significa que uma série de patologias, específicas desta condição, requerem ser abordadas com instrumentos de diagnóstico e tratamento adequados Jorge Bruce nasceu em Lima, Peru, em 1952.

a tal especificidade. Este não tem sido sempre o

Cursou psicologia na Pontifícia Universidade Ca-

caso, pois, ao contrário, temos prolongado uma de-

tólica do Peru (PUCP). Realizou pós-graduação na

pendência dos centros produtores do conhecimen-

Universidade de Paris-Nanterre. Foi supervisionado

to, como parte da citada situação pós-colonial. É o

por Didier Anzieu, analisou-se por cinco anos com

caso, por exemplo, do racismo. Os cientistas sociais

André Green. Viveu um Paris entre 1980 e 1993,

o têm abordado nos âmbitos cultural e socioeconô-

quando regressou ao Peru. Realizou sua formação

mico. Mas nós, psicoterapeutas, estamos em dívida,

analítica no Instituto da Sociedade Peruana de Psi-

uma vez que somos chamados a explorar este gra-

canálise. Atualmente reside em Lima, onde trabalha

ve problema de nossas sociedades em nossos vín-

como analista individual e organizacional. É profes-

culos interpessoais e com nós mesmos. Precisamos

sor de teoria psicanalítica da PUCP e do Instituto

buscar as chaves que nos ajudem a sair deste apri-

da Sociedade Peruana de Psicanálise. Foi diretor de

sionamento entre o desprezo, o ressentimento e o

Comunidade e Cultura da Federação de Psicanálise

remorso, que nos leva a mapearmos uns aos outros

da América latina (FEPAL). Atualmente, é membro

de maneira fulgurante e muitas vezes inconscien-

do comitê diretivo da Calibán, revista oficial da FE-

te, para nos localizarmos no imaginário racial. Então

PAL e integrante do comitê científico consultivo da

poderemos avançar na tarefa de nos historiarmos

FEPAL. Escreve uma coluna dominical sobre Psica-

como indivíduos e como coletividade. E, posterior-

nálise e Sociedade no jornal La República. Com dez

mente, começar a nos vincularmos com o outro, e

edições e cerca de vinte mil exemplares vendidos,

com nós mesmos, com mais respeito e dignidade”.

Psicopatologia e Cultura Sexta-feira / 6 de setembro / 17:30-19:00 / Sala 1

Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

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XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Tiago Crestana

Dr. Humberto Persano Professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires. Psicanalista didata da Associação Psicanalítica Argentina

Persano se dedica ao estudo dos diagnósticos em psicanálise e na importância da entrevista como ferramenta fundamental para a sua elaboração Humberto Lorenzo Persano é médico psiquiatra

propõe que esta tem seus instrumentos e variá-

pela Faculdade de Medicina da Universidade de Bue-

veis próprias, devendo afastar-se da psicopatologia

nos Aires e doutor por esta mesma instituição na área

psiquiátrica no momento de formular suas hipóte-

de Saúde Mental. Atualmente, é professor do departa-

ses diagnósticas. Não propõem de maneira alguma

mento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da

uma ruptura ou afastamento da psiquiatria, pois

Universidade de Buenos Aires e chefe do Serviço de

considera que se deva aceitar um cruzamento com

Saúde Mental da Adolescência e Juventude (Hospital

outras disciplinas e que as diferenças podem enri-

dia para transtornos da conduta alimentar – Hospital

quecer o diálogo. Coloca que a entrevista com o pa-

Psiquiátrico Borda). É psicanalista didata da Associa-

ciente nos proporciona as ferramentas necessárias

ção Psicanalítica Argentina e psicanalista de crianças

para elaboração do diagnóstico e possível prognós-

e adolescentes. Também é membro do comitê de pes-

tico do tratamento psicanalítico. Destaca os con-

quisa da Associação Psicanalítica Internacional (IPA) e

ceitos de analisabilidade, funcionamento defensivo,

subdiretor da formação de médicos especialistas em

nível do conflito, estruturação do Ego e Superego,

psiquiatria (Unidade Acadêmica Borda, Faculdade de

manifestações quantitativas e qualitativas da an-

Medicina da Universidade de Buenos Aires).

gústia como fatores determinantes na elaboração

Prof. Persano se dedica, entre outras matérias,

do diagnóstico psicanalítico. Também considera de

ao estudo dos diagnósticos em psicanálise e na im-

fundamental importância a necessidade de se iden-

portância da entrevista como ferramenta funda-

tificar a verdadeira motivação do paciente para a

mental para a sua elaboração. Em artigo publicado

consulta e se este tem a capacidade de relacionar

na revista da Sociedade Argentina de Psicanálise,

seus sintomas com a sua história pessoal.

A Entrevista de Enfoque Psicodinámico na Psiquiatria Quinta-feira / 5 de setembro / 15:30-17:00 / Sala 1

12 Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013


XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Paulo Knapp

WORKSHOP

TCC para doença mental grave

Prof. Jesse Wright Objetivos: 1. Descrever as principais modificações da TCC padrão para uso em doenças mentais graves 2. Utilizar métodos de TCC para a depressão severa e redução de risco de suicídio 3. Implementar métodos de TCC para o tratamento de delírios e alucinações 4. Descrever os métodos de TCC para o transtorno bipolar 5. Identificar métodos de TCC para aumentar a adesão à medicação

Especialista em TCC e Diretor do Depression Center da Columbia University of Louisville (EUA) Jesse H. Wright, psiquiatra, é professor do Depar-

sões breves, desenhado para ajudar os profissionais

tamento de Psiquiatria e Ciências do Comportamento e

a associar os métodos terapêuticos da TCC com a

diretor do Centro de Tratamento de Depressão da Uni-

farmacoterapia em consultas com tempo de duração

versidade de Louisville, Kentucky (EUA). É, também,

menor que uma sessão clássica. Jesse Wright, junta-

presidente fundador da ACT (Academy of Cognitive

mente com o prof. Beck, vem desenvolvendo o mé-

Therapy), associação internacional que congrega os

todo para tratamento de depressão e transtornos de

terapeutas cognitivos, que tem auxiliado no desenvol-

ansiedade através do uso de um programa on-line.

vimento e estabelecimento de padrões internacionais

Tal programa ensina as ferramentas e habilidades da

para a prática efetiva da terapia cognitiva.

terapia cognitiva para reduzir seus sintomas.

Prof. Wright é o autor principal de 8 livros em

Em nossa Jornada, o Dr. Wright estará minis-

TCC, 3 publicados em português, dentre eles Apren-

trando o workshop “Terapia cognitivo-comporta-

dendo a Terapia Cognitivo-Comportamental, que in-

mental para transtornos mentais graves” e a pa-

tegra texto e vídeos de segmentos de sessões, muito

lestra “Novos paradigmas para a terapia cognitivo-

utilizado no ensino desta abordagem psicoterápica;

-comportamental: Melhorando a eficácia e dispo-

TCC para doenças mentais graves, que recebeu em 2009 o prêmio “Livro do Ano em Saúde Mental” da Associação Médica Britânica; e TCC

Jesse Wright, juntamente com o prof. Beck, vem desenvolvendo o método para tratamento de depressão e transtornos de ansiedade através do uso de um programa on-line

de alto rendimento para ses-

nibilidade do tratamento”. Da mesma forma como apresenta em seus livros, utilizará vídeos com pacientes e role-plays ao vivo, o como se faz da terapia cognitivo-comportamental.

Workshop TCC para Doença Mental Grave Sábado / 7 de setembro / 08:30-09:30 - 10:30-12:30 / Sala 3

Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

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XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Rodrigo Grassi-Oliveira

Vencedores do Concurso 1 Paulo Silva Belmonte de Abreu 2 Amanda Angélica Perez Minikowski 3 Airton Ferreira dos Santos Filho 4 Marcos Vinícius Alexandrino Bovo de Loiola 5 Thiago Wendt Viola 6 Marianne de Aguiar Possa 7 Antônia Silva 8 Juliana Jaboinski 9 Renato Filev 10 Ilza Rosa Batista

conversando

com

a

Dra. Nora Volkow

Diretora do National Institute on Drug Abuse (NIDA) no National Institutes of Health (NIH) Nora D. Volkow é diretora do National Institute

lhor aluna de medicina de sua geração. Realizou sua

on Drug Abuse (NIDA) no National Institutes of

residência em psiquiatria na New York University,

Health (NIH) desde 2003. O NIDA apoia a maioria

onde recebeu o prêmio Laughlin Fellowship Award

das pesquisas relacionadas a saúde na área do

como um dos 10 melhores residentes de psiquiatria

uso de drogas e adições. Seu trabalho tem sido

nos Estados Unidos.

fundamental na demonstração de que a dependência

Nora Volkow já publicou mais de 500 artigos

química é uma doença cerebral e foi pioneira no uso

científicos e mais de 90 capítulos de livros. Ela tam-

da neuroimagem para investigar os efeitos tóxicos

bém já editou três livros sobre o uso da neuroima-

das drogas e suas propriedades aditivas. Seus

gem no estudo dos transtornos psiquiátricos e adi-

estudos têm mostrado que mudanças no sistema

tivos. A revista Time recentemente a incluiu na lista

dopaminérgico afetam as regiões frontais do cérebro

das 100 pessoas que mais mudaram nosso mundo e

envolvidas na motivação, desejo e prazer e que há

foi considerada pela revista Washingtonian nos anos

uma queda da função dopaminérgica com a idade.

de 2009 e 2011 como uma das 100 mulheres mais

Ela também contribui de maneira muito importante

poderosas do mundo.

para o entendimento da neurobiologia da obesidade,

Nora D. Volkow participará da Jornada de uma maneira inovadora: respondendo ao Dr. Félix Kessler as 10 melhores perguntas feitas pelos participantes no formato de

do TDAH e das mudanças comportamentais que ocorrem com a idade. Nora Volkow nasceu no México, frequentou a Modern American School, recebeu o grau de médica na Universidade Nacional do México, na Cidade do México, onde recebeu o Premio Robins por ser a me-

um vídeo-resposta

Conversando com Nora Volkow / Entrevista Gravada Sábado / 7 de setembro / 18:30-19:30 / Sala 1

14 Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013


XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Felipe Picon – Dr. Vitor Breda

Dra. Ellen Leibenluft

Dr. Francisco Xavier Castellanos Abordagem categorial ou dimensional dos transtornos psiquiátricos?

O número de crianças diagnosticadas com Transtorno Bipolar (TB) vem aumentando nos últimos anos. Em alguns casos, as crianças apresentam claramente critérios para diagnóstico deste transtorno; em outros, esse diagnóstico é incerto. A desregulação severa do humor é uma síndrome definida para captar a sintomatologia de crianças cujo diagnóstico de TB é incerto, ou seja, aqueles que têm grave irritabilidade não episódica e os sintomas característicos da hiperestimulação da mania, mas que não têm os períodos bem demarcados de humor elevado ou irritável. Os níveis de comprometimento são comparáveis entre esses dois grupos. Dados longitudinais em amostras clínicas e comunitárias indicam que a irritabilidade não episódica em jovens é comum e está associada a um risco maior de desenvolver transtornos de ansiedade e transtornos depressivos unipolares, mas não TB, na idade adulta. Os mecanismos cerebrais que estão por trás dessas anormalidades fisiopatológicas parecem diferir entre os dois grupos de pacientes. Atualmente, não existe um tratamento específico para a desregulação severa do humor, mas a verificação da sua identidade como uma síndrome distinta do TB através de mais pesquisas deve incluir ensaios baseados em tratamentos. Am J Psychiatry. 2011 Feb;168(2):129-42.

Utilizando imagens de ressonância magnética funcional em estado de repouso (Resting State Functional Connectivity fMRI) o grupo do Prof. Castellanos estudou 37 crianças com TDAH em comparação a 37 crianças saudáveis, além de coletar escores com os pais utilizando o questionário CBCL (Child Behavior Checklist). A ideia do grupo foi de avaliar as características dimensionais dos sintomas e comportamentos internalizantes e externalizantes medidos pelo CBCL e ver as relações que essas medidas teriam com o funcionamento das redes cerebrais captadas pela ressonância funcional. O resultado desse trabalho evidenciou que, independentemente do diagnóstico, havia relações significativas entre o funcionamento da rede cerebral padrão (Default Mode Network) e pontuações de sintomas externalizantes e internalizantes. Maiores escores internalizantes estavam associados com uma conectividade funcional mais forte dentro da rede cerebral padrão, enquanto que escores mais elevados externalizantes apresentavam conectividade funcional reduzida entre a rede cerebral padrão e regiões como o córtex do cíngulo dorsal anterior. Esses achados sugerem que enquanto as divisões categoriais dos diagnósticos psiquiátricos provém uma base inadequada para o entendimento da patofisiologia dos transtornos, as doenças mentais não podem ser interpretadas como simplesmente um extremo do funcionamento neural ou comportamental. O grupo enfatiza que os esforços para entender as bases neurais dos transtornos psiquiátricos devem incorporar tanto avaliações categóricas quanto medidas dimensionais. Biol Psychiatry. 2012 Mar 1;71(5):434-42.

As mães realmente sabem das coisas: a neurobiologia do apego Uma literatura considerável concentra-se em respostas neurais evocadas pela visualização e percepção de faces. Liebenluft e colaboradores exploraram os correlatos neurais de apego materno através de um estudo de ressonância magnética funcional com sete mães, que visualizavam fotografias de seus próprios filhos, amigos de seus filhos, crianças desconhecidas e adultos desconhecidos. Os autores encontraram diferenças de ativação cerebral entre as visualizações de diferentes indivíduos. A visualização do próprio filho contra a de uma criança familiar ativa regiões que atuam nas respostas emocionais (amígdala, ínsula) e estão associadas com a teoria de funções da mente (córtex paracingulado anterior, sulco temporal posterior superior). Estas ativações podem refletir o intenso apego, a protetividade vigilante e a empatia que caracterizam o vínculo materno normal. Biol Psychiatry. 2004 Aug 15;56(4):225-32.

Drops

Fronteiras do diagnóstico do transtorno bipolar em jovens

O TDAH deixa marcas nos axônios de adultos

A equipe do prof. Castellanos analisou neuroimagens da substância branca (axônios) no estudo de maior tempo de seguimento (33 anos) em TDAH utilizando neuroimagem. Foram estudadas imagens cerebrais de 51 adultos com TDAH desde a infância (com e sem TDAH atual) e 66 controles saudáveis a partir do ponto de vista da medida de anisotropia fracionada (FA), que indica as propriedades estruturais dos axônios que conectam as regiões corticais. Foram encontradas medidas de FA diminuídas em vários tratos de substância branca nos sujeitos com TDAH em relação aos controles. Não houve diferenças dentro do grupo que tinha TDAH na infância se tinha TDAH atual ou não. O grupo concluiu que o TDAH possui alterações de substância branca que per-

Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

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XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Felipe Picon – Dr. Vitor Breda sistem, mesmo com remissão do diagnóstico na idade adulta. Tratos de substância branca com diminuição de FA conectam regiões envolvidas em funções elaboradas e sensório-motoras, sugerindo que ambos os tipos de processos estão envolvidos na patofisiologia do TDAH. Biol Psychiatry. 2013 Apr 5. pii: S0006-3223(13) 00221-7. doi: 10.1016/j.biopsych.2013.02.025.

Dr. Jim van Os “Salience syndrome” e esquizofrenia: entrada da psiquiatria no século 21 baseada em evidências? A discussão sobre reclassificar e renomear a esquizofrenia e outros transtornos psicóticos é obscurecida por confusões conceituais. Jim van Os realizou uma pesquisa abrangente na literatura, buscando revisar a validade, a utilidade e a aceitabilidade de conceitos atuais nos transtornos psicóticos. A evidência existente favorece um sistema sindrômico de classificação, combinando representações categóricas e dimensionais de psicose. O autor conclui que o conceito de saliência tem o potencial de fazer o público reconhecer a psicose como estando relacionada com um aspecto de mentalização e de experiência humana que é universal, e apresenta, de forma análoga ao termo “síndrome metabólica”, o diagnóstico de Síndrome de Saliência para substituir todas as categorias atuais de diagnóstico de transtornos psicóticos. Dentro desta síndrome, três subcategorias poderiam ser identificadas: com expressão afetiva, com expressão desenvolvimental e não especificada. Acta Psychiatr Scand. 2009 Nov;120(5):363-72.

Esquizofrenia e ambiente Síndromes psicóticas podem ser entendidas como distúrbios de adaptação ao contexto social. Embora a hereditariedade seja frequentemente enfatizada, o início do transtorno está associado a fatores ambientais, como adversidades no início da vida, crescimento em um ambiente urbano e consumo de maconha, o que sugere que esse tipo de exposição possa ter um impacto sobre o cérebro “social” em desenvolvimento durante períodos de maior sensibilidade. Dessa forma, a hereditariedade como marcador de influência genética pode ter limitado poder explanatório, a menos que considerada no contexto de suas interações com efeitos sociais. O autor conclui que uma pesquisa longitudinal se faz necessária para descobrir a relação gene-ambiente que determina como uma vulnerabilidade na população em geral pode dar origem a uma psicopatologia mais severa. Nature. 2010 Nov 11;468(7321):203-12.

Dr. Timothy W. Bredy Mães que lambem são melhores! O senso comum já diz há muito tempo que o cuidado materno é um fator determinante para um bom desenvolvimento da prole. Contudo, do ponto de vista da ciência, essas afirmações precisam ser comprovadas por experimentos metodologicamente rigorosos. Foi isso que Timothy Bredy realizou quando estudou a proliferação celular em hipocampos de ratos. Utilizando técnicas de genética molecular esse trabalho avalia os efeitos do cuidado materno precoce na proliferação celular em hipocampo e na sobrevivência desses neurônios em ratos. Os ratos de mães-ratas que lambiam mais sua prole apresentavam maior sobrevivência de neurônios no hipocampo em comparação aos ratos de mães-ratas que os lambiam pouco. Esse estudo evidencia que o cuidado materno precoce tem um efeito mensurável e significativo na proliferação e sobrevivência de neurônios no hipocampo dos ratos. Eur J Neurosci. 2003 Nov;18(10):2903-9.

Sob estresse: Como alguns adoecem e outros não? O impacto de eventos estressantes no desenvolvimento de fenótipos comportamentais é variável. Enquanto uma proporção significante da população desenvolverá condições relacionadas ao estresse, como Transtorno de Estresse Pós-traumático ou depressão, a maioria vai ser considerada resiliente e vai conseguir lidar com o estresse, evitando a psicopatologia. A razão para tal heterogeneidade é, sem dúvida, multifatorial, envolvendo um complexo jogo entre fatores genéticos e ambientais. Tanto os genes quanto o ambiente são de crítica importância para processos desenvolvimentais e aparentemente diferenças sutis entre esses podem ser responsáveis por alterar as trajetórias desenvolvimentais que conferem vulnerabilidade ou resiliência. A nível molecular no DNA, processos desenvolvimentais são regulados por mecanismos epigenéticos. Achados recentes sugerem que as diferenças epigenéticas em várias regiões do cérebro estão associadas com o desenvolvimento de vários transtornos psiquiátricos, incluindo muitos que são mediados pelo estresse. Nesse trabalho a equipe do Prof. Bredy revisa como as diferenças epigenéticas, durante situações estressantes, desencadeiam o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos durante períodos críticos de desenvolvimento. Neurosci Biobehav Rev. 2011 Jun;35(7):1544-51.

16 Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013


XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Felipe Picon – Dr. Vitor Breda

Ainda há motivos para se acreditar na hipótese dopaminérgica da esquizofrenia? Neste artigo, a profa. Anissa traz a comprovação da hipótese dopaminérgica para a esquizofrenia. Utilizando técnicas de neuroimagem nuclear (SPECT e PET) que evidenciam em nível molecular onde a dopamina está agindo no cérebro, foram estudados pacientes esquizofrênicos em comparação a controles saudáveis. Eles realizaram um desafio farmacológico, tomando Ritalina (para estimular a liberação de dopamina) e, então, foram realizados os exames de imagem. Foi evidenciada a coexistência de um excesso de funcionamento dopaminérgico em regiões subcorticais e um déficit dopaminérgico em regiões corticais. O grupo da profa. Anissa concluiu que a esquizofrenia apresenta um desequilíbrio entre o funcionamento dopaminérgico elevado subcorticalmente e diminuído corticalmente. Int J Neuropsychopharmacol. 2004 Mar;7 Suppl 1:S1-5.

Indo além da dopamina A equipe de pesquisa da profa. Anissa segue estudando o papel de outros neurotransmissores além da dopamina na esquizofrenia e em outros transtornos psiquiátricos. Para tal, nesse estudo, o grupo utilizou babuínos anestesiados para medir os níveis de glutamatos in vivo, antes e depois de um desafio com N-acetilcisteína (que estimula a liberação extra sináptica de glutamato) fazendo aquisições de neuroimagem utilizando Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET). A utilização dessa técnica in vivo conseguiu provar a diferença dos níveis de glutamato pré e pós experimento. O grupo concluiu que é possível utilizar neuroimagem molecular (PET) para estudar os níveis de atividade do glutamato e esse avanço confere uma nova ferramenta para o estudo da transmissão glutamatérgica que pode estar envolvida em transtornos mentais, como a esquizofrenia. Biol Psychiatry. 2011 May 1;69(9):822-4.

Dr. Jesse H. Wright Computadores e terapia cognitiva, uma sinergia profícua? Wright e colaboradores desenvolveram um estudo com o objetivo de comparar a eficácia da terapia

cognitiva assistida por computador (TCAC) à terapia cognitiva padrão (TCP) para pacientes ambulatoriais com transtorno depressivo maior não psicótico. Foram aleatoriamente designados 45 pacientes sem uso de medicações para as 2 modalidades de tratamento e um grupo controle. Ambos os tratamentos ativos foram realizados em 9 sessões ao longo de 8 semanas. O tempo com o terapeuta foi reduzido após a primeira visita para a TCAC, com sessões de 25 minutos em vez de 50. As avaliações foram realizadas pré-tratamento, após 4 e 8 semanas, e 3 e 6 meses pós-tratamento. A TCAC e a TCP foram superiores ao grupo controle para tratamento de depressão e essa melhora foi mantida nas avaliações de follow-up. A TCAC teve efeitos mais robustos em relação aos que estavam na lista de espera do que a TCP, em medidas de redução de distorção cognitiva e na melhoria do conhecimento sobre a terapia cognitiva. Segundo o estudo, essa forma multimídia da terapia cognitiva com reduzido contato com o terapeuta foi tão eficaz quanto a terapia cognitiva padrão. A TCAC poderia diminuir os custos e melhorar o acesso à terapia cognitiva para a depressão. Am J Psychiatry. 2005 Jun;162(6):1158-64.

Drops

Dra. Anissa Abi-Dargham

Validade e confiabilidade de uma escala no Japão: expandindo a TCC pelo mundo

Prosseguindo seus estudos em Terapia Cognitivocomportamental (TCC), Wright desenvolveu estudo que teve como objetivo testar a confiabilidade e a validade da versão japonesa da Cognitive Therapy Awareness Scale, uma escala de autoavaliação que mede conhecimentos básicos de conceitos e metodologia da TCC. Além disso, o ponto de corte ideal para demonstrar competência nesse tipo de psicoterapia foi explorado. A confiabilidade e a validade da escala foram testadas através de 252 profissionais de saúde mental. A pontuação total da escala foi significativamente correlacionada com treinamento e prática em TCC, bem como com o número de leituras relevantes sobre o assunto. Não foi encontrada correlação significativa entre o escore total da escala e experiência em atendimento psicossocial geral. O ponto de corte utilizado produziu sensibilidade de 0,81 e especificidade de 0,64 para discriminar os estagiários que tinham experiência de 40h ou mais de treinamento em TCC e cinco ou mais leituras relevantes sobre o assunto. A versão japonesa da escala foi validada com sucesso e foi demonstrado que poderia servir como um guia para avaliar competência entre os terapeutas iniciantes em TCC. Psychiatry Clin Neurosci. 2011 Feb;65(1):64-9.

Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

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XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Fernando Lejderman

APRS de 1938 a 2013:

resumo dos 75 anos de sua história Na época, as reuniões eram mensais, com o objetivo de discussão de casos e admissão de novos sócios. A partir do surgimento e estruturação da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), no início dos anos 1950, a antiga sociedade passa por uma série de transformações, tem seus estatutos aprovados e torna-se oficialmente integrante da AMRIGS. Em 1956, surge o seu Departamento

A trajetória dos 75 anos de existência da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (APRS) se inicia em 28 de novembro de 1938, quando ocorreu a sessão inaugural da então Sociedade de Neurologia, Psiquiatria

Científico e, em 1959, foi realizada uma subdivisão em Secção de Neurologia e Secção de Psiquiatria. A próxima mudança significativa na história da Sociedade aconteceu em 21 de outubro de 1973, quando a Assembleia Geral Extraordinária da antiga SNPNRS aprovou, por unanimidade, o desmembramento e a consequente criação das Sociedades de Psiquiatria e a Sociedade de Neurologia e Neurocirurgia. Em março de 1974, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) reconhecia oficialmente sua nova federada no sul do país e a primeira eleição da Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (SPRS) ocorreu em abril de 1974. Vencida essa longa etapa de separação da Neurologia e Neurocirurgia, era necessário preparar-se para os novos tempos e os desafios que viriam a seguir. Com base em princípios éticos bem definidos, a SPRS se organizou em torno de sua principal missão: congregar, incentivar e defender os psiquiatras e impulsionar, assim, o crescimento da especialidade em nosso meio. Ao se observar o conjunto de realizações nesses últimos 40 anos, verifica-se que o fio condutor do

e Neurocirurgia

conjunto de iniciativas e realizações é a permanente

do Rio Grande do

da aos associados da Instituição. Algumas iniciativas

Sul (SNPNRS) nas

ram-se nos eventos que compõem a identidade atu-

dependências do

do Rio Grande do Sul em 1978, que, atualmente,

Hospital Psiquiátrico

Ciclo de Palestras sobre Avanços em Clínica Psiquiá-

São Pedro

de Avanços em Clínica Psiquiátrica, que vai para a

preocupação com a qualidade científica proporcionase tornaram tradicionais e, lentamente, constituíal da APRS. Assim, foi criada a Revista de Psiquiatria é a Trends in Psychiatry and Psychotherapy. O 1o trica, ocorrido em 1987, é o tradicionalíssimo Ciclo sua XXVII edição. Em 1988, realizou-se o Primeiro

18 Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013


XI Jornada de Psiquiatria da APRS Dr. Fernando Lejderman Encontro Anual da SPRS, que originou a atual Jornada Gaúcha de Psiquiatria. Em 1989, o antigo Boletim Informativo tornou-se o Jornal da APRS. Nos anos 1990 houve a inauguração da nova sede e surgiu a primeira Comissão de História da SPRS. A contínua expansão das atividades científicas da SPRS refletia o crescimento da psiquiatria como especialidade e indicava a necessidade de mudanças na estrutura da instituição. Nesse sentido, em 1997, foram criados os Departamentos de Psicoterapia e Psiquiatria Biológica e o Núcleo de Psiquiatria da Infância e Adolescência. Nos anos seguintes, a

Se hoje comemoramos 75 anos, muito devemos ao empenho e dedicação de todos os Ex-Presidentes Dr. Jacintho Godoy: 1938/40 Dr. Paulo Vianna Guedes: 1952 Dr. Celso Machado de Aquino: 1953 Dr. Frederico Henrique Ritter: 1954 Dr. João Martins Dahne: 1955 Dr. Cyro Martins: 1956/1957

Sociedade seguiu crescendo e surgiram então os De-

Dr. Cláudio Heller Fichtner: 1958

partamentos de Psiquiatria Forense, Psiquiatria So-

Dr. David Zimmermann: 1959

cial, Dependência Química, Psiquiatras em Formação

Dr. Zaluar Campos: 1960

e Núcleo de Psiquiatras do Vale dos Sinos. O Departamento de Psiquiatria Biológica transformou-se em Departamento de Psiquiatria Clínica, com seus Núcleos de Psicogeriatria, Interconsulta, Neurociências, Transtornos Alimentares e Psiquiatria do Sono. A instituição acompanhava os importantes progres-

Dr. Sérgio Paulo Annes: 1961 Dr. Carlos Gayer Costa: 1962 Dr. Luiz Carlos de Almeida Meneghini: 1963 Dr. Manuel Krimberg: 1964 Dr. Manoel Antonio P. P. Albuquerque: 1965 Dr. Nelson Venturella Aspesi: 1966 Dr. Isaac Pechansky: 1967 – 87 anos

sos e desenvolvimentos na especialidade psiquiátri-

Dr. Mario S. Cademartori: 1968

ca durante a década de 1990 e os anos 2000.

Dr. Marcelo Blaya Perez: 1969

No ano de 2007, novamente houve um processo de mudança nos estatutos da instituição, com objetivo de adequação às exigências legais do novo Código Civil. Entre diversas modificações, em setembro de 2008, os novos estatutos foram oficialmente aprovados e registrados, modificando o nome da

Dr. Antonio Mazaferro Neto: 1970 Dr. Antonio Luiz Bento Mostardeiro: 1971 Dr. Mário Ferreira Coutinho: 1972/1973 Dr. Harri Valdir Graeff: 1974/1975 Dr. Hans Ingomar H. Albert Schreen: 1976/78 Dr. Paulo Henrique Gomes de Seixas: 1978/79 Dr. David Epelbaum Zimerman: 1980/1981

SPRS para Associação de Psiquiatria do Rio Grande

Dr. Bernardo Brustein: 1982/1983

do Sul (APRS).

Dr. Silvio Raya Ibañes: 1984/1985

Nesse longo período, de 1938 a 2013, a APRS passou por diversas e inevitáveis transformações que são inerentes ao crescimento e às exigências que a realidade impõe à vida institucional. A vitalidade e o crescimento da APRS é consequência direta do trabalho contínuo dos seus associados, do

Dr. Manoel Henrique Grössing Valério: 1986/87 Dr. Antonio Carlos Jardim Pires: 1987 Dr. Rogério Wolf de Aguiar: 1988/89 Dr. Luis Carlos Mabilde: 1990/93 Dr. Aristides Volpato Cordioli: 1994/95 Dr. Paulo Roberto Zimmermann: 1996/97 Dr. Sérgio Gotlib Lewkowicz: 1998/99

esforço de verdadeiros empreendedores e da dedi-

Dra. Neusa Knijnik Lucion: 2000/01

cação de incontáveis colegas da psiquiatria gaúcha.

Dr. Jair Rodrigues Escobar: 2002/03

Os 75 anos da APRS serão comemorados durante o

Dr. Alfredo Cataldo Neto: 2004/05

seu grande evento científico – a XI Jornada de Psiquiatria da APRS, que ocorrerá entre os dias 5 e 7 de setembro na cidade de Gramado. Ao propor o tema “Os Caminhos da Psicopatologia” e buscar convidados de elevado prestígio científico internacional, a Diretoria atual da APRS segue a tradição da instituição de valorizar e priorizar suas atividades científicas. Participar da XI Jornada é a nossa contribuição para a continuidade da história da APRS.

Dra. Laís Knijnik: 2006/07 Dr. Fernando Lejderman: 2008/09 Dra. Lizete Pessini Pezzi: 2010/11 Referências Bibliográficas 1. Histórico da Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (19382007). Alfredo Cataldo Neto, Fernando Schneider, Gisele Gus Manfro, Harri Valdir Graeff, Idete Zimerman Bizzi, Juarez Guedes Cruz, Luiz Antonio Ortiz Martins, Luiz Gustavo Guilhermano. 2. A História da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (1974 a 2011) Carlos Augusto Ferrari Filho, Fernando Lejderman.

Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013

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XI Jornada de Psiquiatria da APRS

Gramado Por que Gramado nos 75 anos da APRS? Gramado sempre foi a cidade que acolheu jornadas inesquecíveis para todos nós. Nos 75 anos da APRS, pensamos que não haveria lugar melhor para resgatarmos o clima das “velhas” jornadas, aliado à efervescência científica que o Rio Grande do Sul sempre produziu. Esperamos poder confraternizar com todos vocês nesta charmosa cidade, festejando nossa história e oportunizando contato com o que há de mais novo e atual na psiquiatria. Categoria

Até 15/08/2013

APÓS 15/08/2013

R$ 450,00 R$ 575,00 R$ 300,00 R$ 375,00

R$ 500,00 R$ 650,00 R$ 350,00 R$ 450,00

Profissional Associado Aprs Profissional Não-Associado Aprs Estudante Universitário / Residente Associado APRS Estudante de Pós-Gradação (Mestrado ou Doutorado)

A Tribeca Turismo, agência oficial da XI Jornada de Psiquiatria da APRS, está com valores especiais aos congressistas: Hotel Serrano - luxo Pousada Vovó Carolina - luxo Hotel Vovó Carolina

Distância Sede do evento 1 Km 850 m

Individual R$ 1.386,00 R$ 564,00 R$ 507,00

Noite Extra R$ 462,00 R$ 188,00 R$ 169,00

Duplo R$ 780,00 R$ 357,00 R$ 345,00

Noite Extra R$ 260,00 R$ 119,00 R$ 115,00

Triplo R$ 681,00 R$ 306,00 R$ 285,00

Noite Extra R$ 227,00 R$ 102,00 R$ 95,00

Parcele seu pacote em até 2x sem juros nos cartões VISA e MASTERCARD.

Hotel Serrano Durante XI Jornada de Psiquiatria da APRS, fique hospedado no sexto melhor hotel do Brasil, o hotel que será a sede do evento. Com infraestrutura, requinte e padrão de alto nível. Localizado centro da cidade, próximo das melhores lojas, restaurantes e pontos turísticos.

Para maiores informações ou confirmar sua reserva, entre em contato através do e-mail: reservas@tribecaturismo.com.br ou telefone: (51) 3076 7002. Site: www.tribecaturismo.com.br

20 Jornal da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul / 1º Semestre 2013


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