UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E ARQUITETURA PAISAGISTA
O PROCESSO CONSTRUTIVO EM ARQUITETURA PAISAGISTA O CASO DO PARQUE DA MAIA
- Versão Final-
Dissertação de Mestrado em Arquitetura Paisagista
Autor: Soraia Cristina de Almeida Coutinho Orientação: Professora Doutora Laura Cristina Roldão e Costa Co-orientação: Arquiteta Paisagista Maria Inês Leal de Sousa
VILA REAL, 2018
Dissertação de Mestrado apresentada para o Efeito de obtenção de grau de Mestre em Arquitetura Paisagista, de acordo com o disposto no Decreto-lei nº 216/92, de 13 de Maio. II
UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E ARQUITETURA PAISAGISTA
O PROCESSO CONSTRUTIVO EM ARQUITETURA PAISAGISTA O CASO DO PARQUE DA MAIA
- Versão Final-
Dissertação de Mestrado em Arquitetura Paisagista
Autor: Soraia Cristina de Almeida Coutinho Orientação: Professora Doutora Laura Cristina Roldão e Costa Co-orientação: Arquiteta Paisagista Maria Inês Leal de Sousa
Composição do Júri: Presidente: Professor Doutor Frederico Meireles Alves Rodrigues, Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista da Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro. Vogais: Professor Doutor Paulo Jorge Rodrigues Farinha Marques, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Professora Doutora Laura Cristina Roldão e Costa, Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista da Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro.
VILA REAL, 2018 III
IV
AGRADECIMENTOS Ao concluir mais uma etapa na minha vida, gostaria de agradecer a todos os que contribuíram de alguma forma para a concretização da mesma.
Agradeço em primeiro lugar à pessoa que tornou este trabalho possível, à minha orientadora, Professora Laura Roldão e Costa, pelo carinho e disponibilidade prestada, por não deixar que o trabalho seguisse o rumo que não fosse o certo, e por me ajudar a ultrapassar os obstáculos iniciais. Não posso deixar de agradecer pelas oportunidades e, acima de tudo, pelas palavras certas no momento certo. À minha coorientadora Arquiteta Paisagista Maria Sousa, pela paciência e afinco com que me ajudou sempre nos momentos mais complicados. À amizade criada, às risadas, às lágrimas e ao carinho. À equipa LRC, ao Carlos pela disponibilidade e paciência a transmitir-me os seus conhecimentos. Ao António porque realizamos este caminho no mesmo sentido. À Renata, ao Gaspar, ao João, ao Serafim e à Maria Manuel pela vossa disponibilidade, apoio e simpatia que sempre demonstraram. Não podia deixar de mencionar, as pessoas que se disponibilizaram para aumentar os dados e informações no Manual de Fiscalização produzido. Agradeço aos Professores Frederico Meireles e Luís Loures, aos Engenheiros Civis Gaspar Freitas, Serafim Almeida, André Pinto e Albino Estelita e, por fim, ao Engenheiro Agrónomo Joaquim Quelhas. Obrigado pelo tempo disponibilizado e pela cooperação. Aos meus pais, agradeço por estarem a meu lado nesta batalha. Obrigado por não me deixarem desistir do meu sonho, obrigado por tornarem-no possível. Obrigado pelo amor, carinho e educação. Se hoje sou assim, a vós o devo! Espero que seja motivo de orgulho! À minha irmã, Andreia e ao Vitor por me acompanharem neste percurso académico, por toda a força e confiança depositada em mim. Obrigada mana por seres como a mãe para mim, só tu sabes o que isso significa. Ao Alexandre, só nós sabemos quantas lágrimas derramadas, quantas noites perdidas, quanto trabalho verdadeiramente realizado. Não há palavras que descrevam o meu obrigado. Obrigado por fazeres parte da minha vida. Por fim, quero agradecer a todas as pessoas que fizeram parte do meu percurso académico, em especial a Eunice Mendes por sempre acreditares em mim.
A todos, o meu obrigado!
V
VI
RESUMO A dissertação reflete sobre o processo construtivo em arquitetura paisagista, tendo-se utilizado como caso de estudo um parque urbano situado no centro da cidade da Maia. Pretende-se entender em que medida os diferentes intervenientes – Dono da Obra – Projetista – Fiscalização - Construtor – atuam ao longo do processo construtivo. Para se atingir este objetivo faz-se a caracterização e acompanhamento das várias fases associadas ao processo construtivo, nomeadamente a elaboração do projeto e a seleção de construtor. Paralelamente far-se-á uma pesquisa bibliográfica que visa a obtenção e consolidação de dados sobre os processos e as boas práticas construtivas, assim como a reflexão sobre a ação dos intervenientes que integram o processo. Tendo por base os dados recolhidos nas várias fases, conclui-se que a elaboração de um Manual de Fiscalização poderá constituir uma ferramenta que permita a realização de projetos de integração paisagística de acordo com as boas práticas e técnicas construtivas e a normativa em vigor. Tratando-se de um projeto de um parque público urbano, e atendendo às suas características, o Manual de Fiscalização incidirá sobre três das áreas fundamentais para a instalação de projetos de integração paisagística e que são: movimento de terras, material vegetal e rede de rega. Este Manual apresenta esquemas, imagens, ferramentas de trabalho e outras informações de modo sinóptico e diagramático que permitem uma fácil, imediata e rápida leitura pelos técnicos de Fiscalização de obras. No sentido de se avaliar a pertinência e conteúdos do Manual de Fiscalização efetuaram-se consultas a peritos: Arquitetos Paisagistas, Engenheiros Agrónomos e Engenheiros Civis que desenvolvem a prática profissional em estabelecimentos de ensino superior, entidades municipais e empresas de projeto, de fiscalização e de construção. Os peritos através dos seus comentários e indicações permitiram aferir os elementos produzidos. Por fim, expõem-se as conclusões sobre como decorrem habitualmente os processos construtivos de parques urbanos, tal como o modo como os diferentes intervenientes atuam e a pertinência do Manual de Fiscalização – Arquitetura Paisagista | Revestimento Vegetal e Rede de Rega.
Palavras-chave: Processos construtivos; Arquitetura Paisagista; Projetistas; Construtores; Fiscalização VII
ABSTRACT The present essay is a reflection on the construction process in landscape architecture using the city center park of Maia as a case study. The goal is to understand how the different parties involved namely the owner, designer, control and inspection, and builder/contractor act during the various stages of the construction process. To achieve this goal the various stages of the building process, specifically, the project design and the selection of the contractor, are characterized and accompanied. In parallel a literature study will be carried out, with objective of acquiring knowledge about the good practices in the constructive process as well as obtaining data regarding the processes itself and its participants. While analyzing all the acquired information during the various stages of development it is concluded that creating a Control and Inspection Manual may prove to be a valuable tool in future projects, optimizing construction techniques with law and regulations. The case study is an urban public park and in order to suit its characteristics the Manual will focus on the three fundamental areas in designing landscape projects of this nature, which are: land and soil movement, vegetal material and irrigation network. The Manual will feature schematics, images, tools, and other types of information, allowing for an easy read by the control and inspection technicians. Several inquiries and consultation were performed with the objective of evaluating the relevance and contents of the Manual. Landscape Architects, Agronomy Engineers as well as Civil Engineers that enforce their area of expertise in various fields like: higher education institutions; municipal entities; development building and design companies; and Inspection, were contacted to provide feedback and reviews. At the end of the essay the objective is to present the conclusions on how the construction process usually happens in urban parks, how the different parties involved act and the Control and Inspection Manual – Landscape Architecture Vegetal Material And Irrigation Network.
Keywords: The Construction process; Landscape Architecture; Designers; Builders/Contractors; Inspection and Control
VIII
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS .................................................................................................... V RESUMO .................................................................................................................... VII ABSTRACT ............................................................................................................... VIII ÍNDICE GERAL ........................................................................................................... IX ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................. XI ÍNDICE DE TABELAS............................................................................................... XIV 1.
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17
1.1
CONSIDERAÇÕES INICAIS ............................................................................. 18
1.2. OBJETIVOS......................................................................................................... 18 1.3. METODOLOGIA .................................................................................................. 19 1.4. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO .................................................................. 21 2.
PROJETO E PROCESSO CONSTRUTIVO DO PARQUE DA MAIA ................. 23
2.1. ENQUADRAMENTO GERAL ............................................................................... 24 2.2. PROCESSO CRIATIVO – PROJETO ................................................................. 25 2.2.1. OBJETIVOS DO PARQUE................................................................................ 25 2.2.2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL ...................................................................... 26 2.2.3. DESCRIÇÃO DA PROPOSTA .......................................................................... 34 2.3. PROCESSO CONSTRUTIVO – OBRA ................................................................ 43 2.3.1. PROPOSTA ...................................................................................................... 44 2.3.2. APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA .................................................................. 45 2.3.3. DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS...................................................................... 47 2.3.4. MEDIDAS E SEGURANÇA E SAÚDE .............................................................. 48 2.3.5. PLANO DE TRABALHOS ................................................................................. 50 2.3.6. PERSPECTIVA DO CONSTRUTOR RELATIVAMENTE À FISCALIZAÇÃO .... 54 2.4. PROCESSO DE CONTROLO – A FISCALIZAÇÃO ............................................. 55 3.
PROCESSO DE FISCALIZAÇÃO ...................................................................... 57
3.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 58 3.2. DONO DA OBRA ................................................................................................. 58 3.3. PROJETO ............................................................................................................ 59 3.4. PERSPETIVA DO CONSTRUTOR AO LONGO DO PROCESSO CONSTRUTIVO.......................................................................................................... 65 3.5. PERSPETIVA DO FISCALIZADOR AO LONGO DO PROCESSO CONSTRUTIVO.......................................................................................................... 67 3.6. REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A FISCALIZAÇÃO .................................... 71
IX
4.
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO ........................................................................... 75
REVESTIMENTO VEGETAL E REDE DE REGA ....................................................... 75 4.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 76 4.2. METODOLOGIA ADOTADA PARA A REALIZAÇÃO DO MANUAL ..................... 77 4.3. QUESTIONÁRIO A PERITOS.............................................................................. 78 4.3.1. METODOLOGIA ADOTADA PARA A CRIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ............ 78 4.3.2. QUESTIONÁRIO ............................................................................................... 80 4.3.3. RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO ................................................................ 81 5.
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO – ARQUITETURA PAISAGISTA ........................ 85
REVESTIMENTO VEGETAL E REDE DE REGA ....................................................... 85 5.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 86 5.2. ESTRUTURA DO MANUAL DE FISCALIZAÇÃO................................................. 86 5.3. CONTEÚDO DO MANUAL .................................................................................. 89 5.4. MANUAL DE FISCALIZAÇÃO ............................................................................. 91 6.
CONCLUSÕES ................................................................................................. 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 95 ANEXOS................................................................................................................... 100 ANEXO 1: ................................................................................................................. 101 ANEXO 2: ................................................................................................................. 103 ANEXO 3: ................................................................................................................. 108 ANEXO 4: ................................................................................................................. 109 ANEXO 5: ................................................................................................................. 110 ANEXO 6: ................................................................................................................. 112 ANEXO 7: ................................................................................................................. 114 ANEXO 8: ................................................................................................................. 116 ANEXO 9: ................................................................................................................. 118
X
ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1: DIAGRAMA METODOLÓGICO. .......................................................................... 20 FIGURA 2: LOCALIZAÇÃO DO PARQUE DA MAIA. .............................................................. 24 FIGURA 3: REPRESENTAÇÃO DOS ACESSOS RODOVIÁRIOS E FERROVIÁRIOS PÚBLICOS. .... 25 FIGURA 4: REPRESENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DO PARQUE DA MAIA................................. 26 FIGURA 5: LOCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DESCRITOS. ..................................................... 27 FIGURA 6: PROPOSTA GERAL DE INTERVENÇÃO. ............................................................. 28 FIGURA 7: DIAGRAMA DE PERCURSOS RÁPIDOS. ............................................................. 29 FIGURA 8: DIAGRAMA DE PERCURSOS LENTOS. .............................................................. 29 FIGURA 9: A) LOCALIZAÇÃO DA ANTIGA PISCINA OLÍMPICA DA MAIA, DEMOLIDA ENTRE 2012 E 2013. B) DETRITOS PRESENTES NO SOLO.
........................................ 30
FIGURA 10: A) REPRESENTAÇÃO DOS SOLOS ALTERADOS. .............................................. 31 FIGURA 11: ENCHARCAMENTO TEMPORÁRIO NA ÁREA DE INTERVENÇÃO. ......................... 31 FIGURA 12: CAMADA DE ENTULHO EXISTENTE NO SOLO. ABERTURAS DE VALAS NO INÍCIO DA OBRA.
..................................................................................... 32
FIGURA 13: A) VEGETAÇÃO ARBÓREA JUNTO DA ESCOLA E JUNTA E FREGUESIA DE VERMOIM. ...................................................................................... 33 FIGURA 14: VEGETAÇÃO NAS COTAS MAIS BAIXAS COM ESPÉCIES ESPONTÂNEAS QUE SE ADAPTAM ÀS SITUAÇÕES HÍDRICAS E PEDOLÓGICAS DO LOCAL ...................... 34
FIGURA 15: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DOS LOCAIS ONDE SERÁ ELEVADO O NÍVEL DE BIODIVERSIDADE. ..................................................................................... 34
FIGURA 16: A) REPRESENTAÇÃO DA DINÂMICA SAZONAL REFERENTE À PRIMAVERA/VERÃO. 16; B) REPRESENTAÇÃO DA DINÂMICA SAZONAL REFERENTE AO OUTONO/INVERNO. ................................................................................................ 35 FIGURA 17: REPRESENTAÇÃO DO ASPETO DA VEGETAÇÃO DO PARQUE DA MAIA NA FASE DE MATURIDADE. ........................................................................................... 36
FIGURA 18: REPRESENTAÇÃO DAS ÁREAS PERMEÁVEIS DO PARQUE DA MAIA. .................. 36 FIGURA 19: REPRESENTAÇÃO DAS ÁREAS INDICADAS PARA O REPOUSO. ......................... 37 FIGURA 20: DIAGRAMA DAS FUNÇÕES DO PARQUE DA MAIA. ........................................... 38 FIGURA 21: FOTOMONTAGEM QUE DEMONSTRA O CAMPO DE TREINOS E USO DA ENVOLVENTE. ................................................................................................... 39
FIGURA 22: REPRESENTAÇÃO DE ÁREAS DESTINADAS A RECREIO PASSIVO E ATIVO. ......... 40 FIGURA 23: A: SALIX ATROCINEREA; B: QUERCUS SUBER; C: ALNUS GLUTINOSA; D: QUERCUS ROBUR; E: PINUS PINASTER; F: OLEA EUROPAEA; G: LAURUS NOBILIS; H: ARBUTUS UNEDO; I: PINUS PINEA; J: FRANGULA ALNUS. ....................................... - 42 FIGURA 24: CONTEÚDOS APRESENTADOS NA PROPOSTA DO CONSTRUTOR, MCA, S.A..... 44 XI
FIGURA 25: ENXERTO DAS PÁGINAS 48 E 53 DA MEMÓRIA DESCRITIVA DO PROCESSO DE CONCURSO DA MCA, S.A....................................................................................... 46
FIGURA 26: TABELA REPRESENTATIVA DO TRABALHO A EXECUTAR E OS MEIOS MANUAIS E MECÂNICOS A UTILIZAR.
......................................................................................... 48
FIGURA 27: ENXERTO DO PLANO DE TRABALHOS RELATIVO AOS TRANSPLANTES. ............. 51 FIGURA 28: ENXERTO DETALHADO DO PLANO DE TRABALHOS ......................................... 51 FIGURA 29: CAMINHO CRÍTICO APRESENTADO NO PLANO DE TRABALHOS......................... 52 FIGURA 30: EXTRATO DO PLANO DE EQUIPAMENTOS APRESENTADO PELA MCA CONSTRUÇÕES. .................................................................................................... 52 FIGURA 31: EXTRATO DO PLANO DE MÃO DE OBRA APRESENTADO PELA MCA CONSTRUÇÕES. .................................................................................................... 53 FIGURA 32: ORGANOGRAMA DOS INTERVENIENTES PRESENTES NA EMPREITADA. ............. 54 FIGURA 33: FASES DE TRABALHOS VINCULADAS AO PROJETO. ......................................... 60 FIGURA 34: INTERVENIENTES NA CONSTRUÇÃO DA OBRA. ............................................... 62 FIGURA 35: PROCESSO EVOLUTIVO DO PROCESSO DO PROJETO...................................... 63 FIGURA 36: METODOLOGIA QUE DEFINE O PROJETO EM ARQUITETURA PAISAGISTA. ........ 64 FIGURA 37: COMPONENTES QUE DEFINEM UM PROJETO EM ARQUITETURA PAISAGISTA ..... 64 FIGURA 38: MODELO METODOLÓGICO DE PROJETO......................................................... 64 FIGURA 39: OBRIGAÇÕES GERAIS DA ENTIDADE CONSTRUTORA....................................... 66 FIGURA 40: METODOLOGIA GERAL - FISCALIZAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS. ......................... 69 FIGURA 41: REQUISITOS PARA A FISCALIZAÇÃO. ............................................................. 71 FIGURA 42: CARACTERÍSTICAS GERAIS PARA O LIVRO DE OBRA. ..................................... 72 FIGURA 43: FINALIDADE DAS REUNIÕES SEMANAIS. ......................................................... 73 FIGURA 44: ESQUEMA DA METODOLOGIA ADOTADA NA CRIAÇÃO DO MANUAL DE FISCALIZAÇÃO PARA O PARQUE DA MAIA. ................................................................ 78 FIGURA 45: METODOLOGIA PARA A CRIAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS. ................................. 80 FIGURA 46: GRÁFICO REPRESENTATIVO DA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL DE TRABALHO DOS INQUIRIDOS. .......................................................................................................... 82
FIGURA 47: ESQUEMA DO CICLO DE PDCA. ................................................................... 87 FIGURA 48: CICLO DE PDCA ADAPTADO AO PROJETO EM ESTUDO. .................................. 88 FIGURA 49: REPRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA DO MANUAL DE FISCALIZAÇÃO PARA O PARQUE DA MAIA. ................................................................................................. 88 FIGURA 50: REPRESENTAÇÃO DAS FASES DE TRABALHO E DESIGNAÇÃO DOS TRABALHOS A EFETUAR ............................................................................................................... 91
FIGURA 51: LOCALIZAÇÃO DO LOCAL DE INTERVENÇÃO. ................................................ 118 FIGURA 52: REPRESENTAÇÃO DO PROJETO REALIZADO EM 2008 (AZUL CLARO) E ESPAÇO PARA INTERVENÇÃO (AZUL ESCURO). .................................................................... 118
XII
FIGURA 53: VISITA AO LOCAL DE INTERVENÇÃO. ........................................................... 119 FIGURA 54: PLANO GERAL DE INTERVENÇÃO. ............................................................... 119 FIGURA 55: VISTA DA VARANDA DA MORADIA SOBRE O ESPAÇO A SOFRER ALTERAÇÃO. .. 119 FIGURA 56: REPRESENTAÇÃO EM CORTE A-A’ DO ACESSO DO JARDIM EXISTENTE AO PROPOSTO .......................................................................................................... 119
FIGURA 57: REPRESENTAÇÃO EM PERSPETIVA DO CORTE ANTERIOR (FIGURA 56). ......... 119 FIGURA 58: REPRESENTAÇÃO EM CORTE B-B’ A MEIO DO LOCAL DE INTERVENÇÃO ......... 119 FIGURA 59: REPRESENTAÇÃO DO CORTE ANTERIOR EM PERSPETIVA (FIGURA 58). ......... 119 FIGURA 60: PIQUETAGEM DO LOCAL ONDE SERÁ EXECUTADO O PROJETO. ..................... 119 FIGURA 61: REPRESENTAÇÃO DA CONSTRUÇÃO DOS PAVIMENTOS E PREPARAÇÃO DO ESPAÇO PARA PLANTAÇÕES ................................................................................. 119
FIGURA 62: INSTALAÇÃO DA REDE DE REGA. ................................................................ 119 FIGURA 63: PLANTAÇÕES A SEREM EFETUADAS. ........................................................... 119 FIGURA 64: JARDIM APÓS PLANTAÇÕES A SEREM EFETUADAS........................................ 119
XIII
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1: REPRESENTAÇÃO DAS FASES DO PROJETO E RESPETIVOS ELEMENTOS A APRESENTAR EM CADA UMA.................................................................................... 61
TABELA 2: QUALIFICAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O EXERCÍCIO DE FISCALIZAÇÃO DE OBRA…67 TABELA 3: FASES E ELEMENTOS ASSOCIADOS À FISCALIZAÇÃO DE OBRAS EM ESPAÇOS EXTERIORES E ARQUITETURA PAISAGISTA. .............................................................. 70
XIV
1. INTRODUÇÃO
17
1.1 CONSIDERAÇÕES INICAIS
A presente dissertação tem por tema: “O processo construtivo em Arquitetura Paisagista - O Caso do Parque da Maia”. Este tema foi desenvolvido no âmbito do trabalho do estágio curricular realizado no gabinete “Laura Roldão – Arquitetura Paisagista, Sociedade Unipessoal, Ld.ª”, num período de 6 meses. O estágio curricular, surge no âmbito da realização da dissertação de Mestrado em Arquitetura Paisagista na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. A realização do estágio curricular tem por objetivo o contacto com profissionais na área da Arquitetura Paisagista. Desse modo, o trabalho desenvolvido durante o estágio procura colmatar e acrescentar conhecimento ao adquirido em contexto académico.
Como referido, o processo construtivo em Arquitetura Paisagista será o objeto de estudo da presente dissertação. Pretende-se realizar o acompanhamento e o estudo do projeto desde a sua realização até à sua construção e abertura ao público, de modo a se compreenderem os processos construtivos e os intervenientes envolvidos. Como resultado final das reflexões realizadas, obteve-se um “Manual de Fiscalização”, direcionado para a obra do Parque da Maia, nas componentes de Movimentos de terras, Revestimento vegetal e Rede de rega. Este manual resulta do conhecimento adquirido em revisão bibliográfica, acompanhamento do processo construtivo e pareceres efetuados por peritos. Com a presente dissertação pretende-se demonstrar a relevância do tema para a prática profissional da Arquitetura Paisagista, por permitir uma melhor compreensão dos objetivos a alcançar com a construção de projetos de Integração Paisagística, indicando-se as melhores práticas construtivas. Uma obra decorrente de um projeto de Arquitetura Paisagista não se vincula exclusivamente ao trabalho realizado em atelier, sendo certamente o resultado das múltiplas interpretações que se realizam ao longo do processo por diversas áreas profissionais e adaptação ao espaço em que se encontra inserido.
1.2. OBJETIVOS Como objetivo principal tem-se o estudo dos aspetos relacionados com o processo construtivo em Arquitetura Paisagista dando-se especial enfâse á área da Fiscalização. Complementarmente
ao
objetivo
principal
salientam-se
outros
objetivos
secundários, mas não menos importantes, sendo esses: 18
•
Perceber quais os intervenientes do processo construtivo em projetos de Arquitetura Paisagista;
•
Perceber como os diferentes intervenientes interagem durante o processo construtivo;
•
Compreender de que modo é realizada a Fiscalização no processo construtivo;
•
Produzir um manual “tipo” de Fiscalização para o Parque da Maia.
1.3. METODOLOGIA Na Figura 1 é possível observar a organização diagramática da metodologia de trabalho utilizada, estando esta dividida em três fases distintas que se complementam entre si. A fase A corresponde à introdução, à descrição do projeto e da empreitada do Parque da Maia e à revisão bibliográfica. O projeto do Parque da Maia foi desenvolvido pela empresa Laura Roldão | Sociedade Unipessoal, Lda - LR. A construção do Parque da Maia coube à M. Couto Alves, S.A. – MCA, S.A. A revisão bibliográfica será realizada através da consulta de artigos, teses, dissertações, legislação, livros, projetos e sítios da internet, incidindo-se sobre os processos construtivos e os seus intervenientes. A primeira abordagem ao Manual de Fiscalização, designada de Manual de Fiscalização – Versão provisória, é realizada na fase B. Uma vez que se pretende a utilização do Manual de Fiscalização por diversos profissionais da área da construção, achou-se conveniente a integração da visão de vários peritos. Assim sendo realizou-se um questionário direcionado a peritos nas áreas de Engenharia Civil, Engenharia Agronómica e Arquitetura Paisagista que integram entidades universitárias e municipais e empresas de projeto, de Fiscalização e de construção. Pretende-se que os especialistas contribuam com opiniões e dados técnicos que orientem a realização do Manual de Fiscalização, e que o mesmo possa vir a ser utilizado por diversos profissionais associados à construção. A última abordagem designada por fase C, consistirá na compilação das reflexões e conclusões resultantes do trabalho, e na apresentação do Manual de Fiscalização – Arquitetura Paisagista | Revestimento Vegetal e Rede de Rega. Integram ainda a dissertação anexos que visam ilustrar o trabalho de campo e dados relacionados com o tema da dissertação, e outros elementos que descrevem trabalhos complementares realizados no âmbito do estágio.
19
Observemos a metodologia adaptada na realização da dissertação (Figura 1):
Figura 1: Diagrama metodológico. Fonte: Autor, 2017
20
1.4. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
A dissertação encontra-se estruturada em 6 capítulos. No capítulo I descreve-se o tema, a pertinência do tema e os objetivos que se pretendem alcançar. Ainda neste capítulo é apresentada a metodologia de modo a ser possível a concretização e a organização da dissertação. No capítulo II será caracterizado o caso de estudo “Parque da Maia”. O Parque da Maia foi o projeto selecionado no atelier da Arquiteta Paisagista Laura Roldão e Costa para este estudo. Para além do projeto do Parque da Maia será analisada a proposta que o construtor, MCA, S.A. apresentou para a sua construção. O capítulo III será o capítulo dedicado à revisão bibliográfica em que se pretende fazer o estudo de diversas áreas que permitem compreender os processos construtivos em geral, e em particular, de projetos de Arquitetura Paisagista. O processo construtivo implica necessariamente a participação de intervenientes de diferentes áreas do conhecimento e da prática profissional, pelo que se pretende a compreensão das funções e participação de cada um neste processo. No capítulo IV será dada especial atenção à realização do questionário aos peritos, de diversas especialidades, tendo-se selecionado estabelecimentos de ensino universitário, entidades municipais e empresas de projeto, Fiscalização e construção, nas quais se consultaram Arquitetos Paisagistas, Engenheiros Agrónomos e Engenheiros Civis. Contudo, ainda se pretende com o questionário obter o máximo de informação de modo a ser possível integrar as diversas perspetivas sobre os processos construtivos em Arquitetura Paisagista, aplicando-se esses dados também no Manual de Fiscalização - Versão Provisória, tornando-o mais técnico e conciso. No capítulo V pretende-se desenvolver a proposta de um Manual de FiscalizaçãoArquitetura Paisagista | Revestimento Vegetal e Rede de Rega que possa ser utilizado pelos diversos intervenientes e, em particular, por entidades fiscalizadoras em obra. Por fim, no capítulo VI serão apresentadas as conclusões obtidas com a realização deste trabalho.
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- Pรกgina em Branco -
22
2. PROJETO E PROCESSO CONSTRUTIVO DO PARQUE DA MAIA
23
2.1. ENQUADRAMENTO GERAL A Maia é um concelho que integra a Área Metropolitana do Porto, encontrando-se no distrito do Porto, em Portugal Continental. O Parque situa-se na cidade da Maia sendo designado de: “Reforço e reabilitação das zonas verdes e dos espaços de
utilização
Figura 2: Localização do Parque da Maia. Adaptado de: respetiva Roldão, 2016a
paisagística
coletiva
e
valorização no
quarteirão
afeto à zona desportiva do centro da cidade”. Dada a extensão da designação passará a ser indicado ao longo da presente dissertação como Parque da Maia. Este parque localiza-se no centro da cidade e compreende um quarteirão. O limite de intervenção teve por base o princípio geral estipulado no regulamento do Plano Diretor Municipal da Maia através do artigo 105º, ponto 2 que refere que nas Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG), quando necessário o estabelecimento de um limite dever-se-á considerar os limites das propriedades ou as redes viárias existentes (Maia, 2009). Não sendo o Parque da Maia uma UOPG mas seguindo-se o princípio geral, o seu limite é dado por: “A Norte todo o passeio pedonal marginal à Av. D. Manuel II; A Nascente a totalidade do perfil da Av. Altino Coelho, desde a rotunda no cruzamento com a Av. D. Manuel II, até ao entroncamento da Av. Luís de Camões, incluindo a reorganização desta articulação viária; A Sul, toda a frente Norte da Av. Luís de Camões, incluindo o passeio pedonal e a baía de estacionamento a reordenar; A Poente, todo o passeio pedonal marginal à Rua Rodrigues da Silva Júnior” (Maia, 2014, p.10).
O facto de estarem incluídos na delimitação da área de intervenção os equipamentos desportivos e estruturas construídas, leva a que a área total de intervenção seja de aproximadamente 11 hectares, sendo que a área verde a intervencionar será só uma parcela, correspondendo a aproximadamente 6 hectares.
24
Como referido o espaço destinado à construção do Parque da Maia é central, e dada a dimensão, equipamentos envolventes e tipologias de uso pretende-se que tenha “escala municipal, pelo que se dimensiona para a utilização dos 135 306 habitantes do município de acordo com os censos de 2011” (Roldão, 2016a, p.4). Este espaço dispõe de bons acessos rodoviários e ferroviários. No que diz respeito à acessibilidade por transporte público ferroviário pretende-se beneficiar da presença do Metro do Porto que tem a estação “Fórum Maia” a cerca de 600 m (cerca de 7 minutos a caminhar). Quanto
ao
transporte
público rodoviário existem paragens
de
autocarro,
encontrando-se disponíveis duas paragens na Avenida D.
Manuel
paragem
II
na
e R.
uma José
Rodrigues da Silva Júnior. Ainda
existem
outras
paragens de autocarro que se encontram-se um pouco
Figura 3: Representação dos acessos rodoviários e ferroviários públicos. Fonte: Roldão, 2016a, p.5
mais distantes (Figura 3). O acesso pedonal/ciclável também se encontra assegurado por passeios largos que permitem a circulação de um elevado número de pessoas e elementos de apoio, tais como: carrinhos de bebés e cadeiras de rodas. Verificam-se, no entanto, deficiências na acessibilidade para invisuais, atravessamentos com cadeira de rodas e continuidade de percursos de bicicleta.
2.2. PROCESSO CRIATIVO – PROJETO 2.2.1. OBJETIVOS DO PARQUE Segue-se uma breve descrição do projeto do Parque da Maia, mas antes considera-se ser necessário indicar os principais objetivos que nortearam a elaboração da proposta. O projeto para o Parque da Maia aponta seis objetivos fundamentais e que são:
25
“definição da hierarquização dos espaços exteriores permitindo uma melhor perceção de quais as áreas de circulação pedonal e
A
rodoviária,
zonas sociais,
zonas desportivas e espaços de
enquadramento periférico” “preservação do verde contínuo, com objetivos do aumento da
B
qualidade ambiental, constituição de maciços arbóreos capazes de delimitarem zonas sociais e reorganização de áreas pavimentadas e eixos visuais estruturantes” “utilização preferencial da vegetação autóctone ou exótica adaptada
C
em situações de espaços de enquadramento ou em jardins e com taxas de crescimento elevadas a médias” “implantação de vegetação bem adequada às condições específicas
D
do local, de modo a se assegurar a instalação da estrutura verde num curto prazo de tempo e com menores necessidades de manutenção” “utilização de soluções de elevado valor estético/sensorial nas áreas
E
sociais permitindo a fruição pelos funcionários e visitantes nas suas atividades diárias.”
Figura 4: Representação dos objetivos do Parque da Maia. Adaptado de Roldão, 2016a, p.13
2.2.2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL
Nos limites e interior do Parque da Maia é possível encontrar um elevado número de serviços que não só servem a cidade, como também o município, como sejam: • “Estádio Municipal Dr. José Viera de Carvalho; • Campo de Treinos do Estádio Municipal Dr. José Viera de Carvalho; • Complexo Municipal de Ginástica da Maia; • Complexo Municipal de Ténis da Maia; • Polidesportivo Municipal da Maia; • Centro de Saúde da Maia, com a Unidade de Saúde Familiar Odisseia e Unidade de Saúde Familiar Pirâmides; • Escola EB1 /JI.D. Manuel II; 26
• Junta de Freguesia da Cidade da Maia” ; • Serviço de Restauração: Burger King (Maia, 2014, p. 13-14).
A localização dos serviços descritos e outros existentes pode ser observada na figura 5:
Figura 5: Localização dos serviços descritos. Fonte: Roldão, 2016 a, p.5
A diversidade de serviços permite que o quarteirão seja utilizado por um elevado número de pessoas de diferentes idades, ao longo de todo o ano e em atividades distintas, desde a prática desportiva ao atravessamento e estadia. Tratando-se de um parque torna-se necessário entender de que forma se insere na Estrutura Ecológica do Município da Maia. A cidade da Maia apresenta um conjunto de espaços verdes construídos essencialmente no último quartel do séc. XX, que apresentam diversas tipologias que se complementam nas funções que desempenham. A este propósito os autores na memória descritiva do projeto de execução (Roldão, 2016 a) referem que: “A Maia apresenta um conjunto significativo de Parques e Jardins estando alguns localizados na cidade dos quais se destacam o Parque Central da Maia e o conjunto de espaços verdes lineares ao longo da Av. Altino Coelho. Também praças e largos, alguns arborizados, constituem-se como elementos de interligação entre as diferentes tipologias de espaços públicos criando conexões 27
e corredores verdes. De entre estes elementos urbanos de uso público da Maia ressalvam-se a Praça Doutor José Vieira de Carvalho e a praça junto do Fórum da Maia na Rua Engº Duarte Pacheco” (Roldão, 2016 a, p. 6).
Havendo diferentes tipologias de espaços verdes que se enquadram na Estrutura Ecológica, os autores do Parque consideram que a construção do Parque da Maia deverá ser entendida como mais um serviço que o município oferece aos seus residentes, devendo as tipologias de uso a implementar no parque tornarem-se complementares das já instaladas nos demais espaços verdes (Roldão a, 2016). Dada a complexidade biofísica e urbanística e as várias intervenções realizadas nas últimas décadas no espaço e sua envolvente, tornou-se necessário proceder ao conhecimento do espaço e de estudos, planos e projetos realizados no âmbito de diversas áreas de projeto como sejam: •
Arquitetura Paisagista e Arquitetura;
•
Engenharia de Estruturas, Hidráulica e Eletricidade;
•
Sinalética, Mobiliário e Equipamento (Roldão a, 2016).
Este trabalho transdisciplinar permitiu a análise e caracterização do local e o desenvolvimento das propostas de intervenção. Todo o processo teve o acompanhamento dos decisores e técnicos municipais que contribuíram decisivamente na elaboração da proposta final, pois permitiram a perceção das necessidades da população, constrangimentos técnicos e avaliação das operações de manutenção e gestão a desenvolver no futuro. Apresenta-se na figura 6, o plano geral desenvolvido pelos autores do projeto.
Figura 6: Proposta geral de intervenção. Fonte: Roldão, 2016 a, p.7
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A proposta apresentada teve em consideração: “…a morfologia do terreno, a orientação dos vários edifícios, ventos e o percurso solar, a funcionalidade dos acessos, a compatibilização entre os percursos pedonais e de veículos, e a previsão de utilização do espaço…” (Roldão, 2016 a, p.7).
Dadas as características da população que vive, estuda e trabalha na Maia, e do espaço urbano envolvente ao futuro parque, considerou-se que este deveria ser de utilização diária, e não um espaço de parque vocacionado para o lazer e recreio dos dias de descanso da semana e/ou do período de férias. Por esse motivo estudaram-se as redes de circulação automóvel e pedonal entre serviços, transportes e equipamentos, no sentido de melhor se definirem os percursos no parque. Também foram consideradas todas as faixas etárias e os usos pretendidos. Os estudos relacionados com a circulação encontram-se sintetizados nos dois diagramas que se apresentam nas figuras 7 e 8 indicando-se no primeiro os designados percursos rápidos (Figura 7). Consideram-se como percursos rápidos os que permitem o atravessamento do parque de modo mais veloz e direto e com fácil mobilidade, ou seja, com declives e dimensões que permitem maiores fluxos e ligações diretas entre transportes, bairros, equipamentos e serviços independentemente das aptidões físicas dos utilizadores. O diagrama correspondente aos percursos lentos (Figura 8) indica os percursos de lazer, mais sinuosos e com diferentes níveis de dificuldade e maior declive, podendo integrar escadas. Podem também ser mais estreitos por serem expectáveis menores fluxos.
Figura 7: Diagrama de percursos rápidos. Fonte: Roldão, 2016a, p.8
Figura 8: Diagrama de percursos lentos. Fonte: Roldão, 2016a, p.8
Pretende-se que os percursos rápidos reflitam a utilização diária na deslocação aos serviços e equipamentos envolventes e, pelo contrário, que os percursos lentos permitam trajetos mais demorados para que as pessoas possam usufruir do espaço e 29
dos elementos que contêm. Nos circuitos mais lentos também foram tidas em consideração as pré-existências do parque como são os campos de ténis e o campo de treinos. Segundo Roldão (2016a, p.8), os percursos foram também projetados e ponderados tendo em consideração as inclinações do espaço. Havendo uma forte e íntima relação com a temática do desporto, os percursos também podem ser reflexo desse tema, pois o modo (forma, dimensão, materiais) como se definem, permitem a prática de “(…) skates, patins, corrida, caminhada, circuito de manutenção, yoga, malha (…)” (Roldão, 2016 a, p.8). Dado o número e localização central de equipamentos e serviços que permitem a concentração de um elevado número de pessoas, a proposta também teve o cuidado de considerar os percursos para dias de extrema afluência, “(…) tendo-se assegurado um elevado número de entradas/saídas e de saídas de emergência, garantindo-se que mesmo em situações de conflito ou calamidade a área será rapidamente evacuada e poderá ser ocupada por forças de segurança e de emergência médica” (Roldão, 2016 a, p.9). Relativamente aos solos, a compreensão e o estudo do que foi outrora o espaço é relevante, pois o espaço ao longo do tempo foi ocupado por edificações, nomeadamente com a estrutura de uma piscina (Figura 9a), entretanto demolida, pelo que são muitos os resíduos ainda presentes em profundidade no solo (Figura 9b).
Figura 9: a) Localização da antiga piscina olímpica da Maia, demolida entre 2012 e 2013. Fonte: http://www.primeiramao.pt/pm/wp-content/uploads/2012/06/Pra%C3%A7a-Maior.jpg; b) Detritos presentes no solo. Fonte: Fotografia de Carlos Dias
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Ainda a este respeito a Arquiteta Paisagista Laura Costa (2016 a, p.9) afirma que: “O quarteirão foi ao longo dos tempos alvo de intervenções tendo-se construído estádios, edifícios desportivos, campos de treinos, aterros e, inclusive, a estrutura para uma futura piscina que acabou por ser demolida. Apresentam-se assim os solos, quer em profundidade quer à superfície, muito alterados, sendo solos antrópicos, de baixa qualidade, que não só apresentam os perfis alterados e misturados como com elevada quantidade de materiais de aterro e resíduos resultantes de todas as intervenções. As áreas que não foram intervencionadas apresentam afloramentos rochosos que também oferecem perfis superficiais sem grande qualidade.”
Figura 10: a) Representação dos solos alterados. Fonte: Fotografia de Laura Costa b) Representação de afloramentos rochosos. Fonte: Fotografia de Carlos Dias
O facto de o local já ter possuído elementos contruídos, que foram posteriormente demolidos, leva a que o solo se encontre sem estrutura, matéria orgânica e capacidade de drenagem. Por observação visual é percetível a compactação do solo, encharcamentos pontuais e potenciais contaminações com materiais tóxicos (Figura 11).
Figura 11: Encharcamento temporário na área de intervenção. Fonte: Fotografias de Carlos Dias
Conhecidas as características do solo, a localização da preexistência relativa à 31
piscina e os afloramentos rochosos, a proposta desenvolvida em projeto orienta a modelação do terreno no sentido de se realizarem aterros com solos vegetais, de modo a que seja possível o controlo dos solos assegurando-se a sua qualidade o que implicará um melhor desenvolvimento do material vegetal a instalar.
A modelação do terreno incidiu fundamentalmente nas áreas que vão ser vocacionadas para o recreio e onde será necessária a colocação de terra vegetal para produção de biomassa em quantidade – relvados e prados. Só serão realizadas escavações no local onde é proposto um skatepark. Outro local que sofrerá escavação será a zona do lago, que terá o mesmo procedimento do local do skatepark. Os aterros permitem a criação de “socalcos que asseguram a definição de plataformas onde serão colocadas terras vegetais que permitem a instalação de relvados e zonas de estadia/bancadas relvadas” (Roldão, 2016a, p.10).
O facto de o terreno apresentar solos alterados de má qualidade condiciona a seleção do material vegetal, pois ter-se-á que assegurar o desenvolvimento do sistema radicular da planta, quer do ponto de vista da estabilidade física, quer do arejamento e drenagem nas camadas mais superficiais. Observemos a figura 12, demonstrativa da presença do entulho em camadas superficiais, tal como a mistura de horizontes.
Figura 12: Camada de entulho existente no solo. Aberturas de valas no início da obra. Fonte: Autor, 2017
A proposta do projeto de colocar terra vegetal sobre a camada de lixos e entulhos existentes, visa a manutenção dos “solos” no local evitando-se a produção e transporte de resíduos para outros locais. Neste capítulo relacionado com a caracterização do local é ainda obrigatório de 32
referir a vegetação que se encontra presente, principalmente a que se desenvolve nas cotas mais altas, junto da Escola e Junta de Freguesia de Vermoim (Figura 13a) e do estádio Dr.º Vieira de Carvalho (Figuras 13b e 13c), por compreender um elevado número de árvores com valor ornamental e ecológico. Estas plantações resultaram de várias intervenções em diferentes períodos temporais, tendo-se como principais espécies no estrato arbóreo Betula pendula, Betula verrucosa, Casuariana equisetifolia, Cedrus sp. Chamacyparis lawsoniana, Ligustrum japonicum, Liquidambar straciflua, Magnolia grandiflora, Magnolia stellata, Magnolia soulangeana, Picea abies, Pinus pinea, Prunus cerasifera “Pissardii”. No estrato arbustivo e herbáceo é grande a diversidade podendo-se encontrar Rododendron sp., Nerium oleander, Agaphantus africanus, Euonymus spp. entre outros.
Figura 13: a) Vegetação arbórea junto da Escola e Junta e Freguesia de Vermoim. Fonte: Fotografia de Laura Costa; b e c) Vegetação junto do Estádio Dr.º Vieira de Carvalho. Fonte: Fotografia de Laura Costa
Nas cotas mais baixas a vegetação espontânea ocupa parte da área e não 33
existem espécies do porte arbustivo e arbóreo, conforme se pode observar na figura 14.
Figura 14: Vegetação nas cotas mais baixas com espécies espontâneas que se adaptam às situações hídricas e pedológicas do local. Fonte: Fotografia de Carlos Dias
Tendo-se feito uma breve caracterização do local com ênfase no tema das acessibilidades, solos e vegetação, segue-se a descrição sumária do projeto destacando-se os mesmos temas.
2.2.3. DESCRIÇÃO DA PROPOSTA Relativamente ao revestimento vegetal e considerando a topografia do terreno, qualidade dos solos e tipologias de uso, o projeto propôs diferentes tipologias de revestimentos do solo, que interligados com os diagramas de circulação asseguram a biodiversidade, controlo de luminosidade, sistema de vistas e tipologias de recreio. Nas áreas de talude e áreas envolventes aos elementos construídos, propõe-se a plantação de um elevado número de espécies e espécimes, promovendo-se a biodiversidade conforme se pode observar na figura 15:
Figura 15: Representação esquemática dos locais onde será elevado o nível de biodiversidade. Fonte: Roldão, 2016a, p.14
Contudo, a seleção de espécies atendeu também às dinâmicas sazonais e ao
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controlo da luminosidade de modo a que durante todo ano seja possível ver diferentes tonalidades e volumes, sentir aromas e controlar a temperatura, atraindo-se visitantes ao Parque da Maia até nos dias mais chuvosos ou quentes. Na figura 16a observa-se o zonamento das áreas que apresentam maiores dinâmicas sazonais relacionadas com o estrato arbustivo e herbáceo, muito devido ás florações, enquanto na figura 16b podem-se observar as dinâmicas sazonais referentes ao estrato arbóreo, muito devido à caducidade da folhagem. Da observação conjunta das figuras 16a e 16b verifica-se que a dinâmica sazonal se encontra presente ao longo do ano e em todas as áreas do Parque.
Figura 16: a) Representação da dinâmica sazonal referente à Primavera/Verão. Fonte: Roldão, 2016a, p. 16; b) Representação da dinâmica sazonal referente ao Outono/Inverno. Fonte: Roldão, 2016a, p. 17
Também por observação da figura 16b verifica-se que as árvores, em grande número caducifólias, acompanham os circuitos rápidos e lentos, o que permite o controlo da radiação e o ensombramento, assegurando-se o conforto bioclimático nas áreas de utilização diária do parque. Relativamente ao estrato arbóreo, e como referido, o espaço contempla um elevado número de espécies e espécimes que serão mantidos. Apenas serão abatidos e/ou transplantados os espécimes que apresentem problemas de fitossanidade de difícil tratamento ou por incompatibilidades altimétricas ou planimétricas com as estruturas a implantar. Serão também plantadas árvores, nas áreas de cotas mais baixas e ao longo dos principais percursos, tendo-se selecionando espécies autóctones e espécies tradicionalmente utilizadas nos espaços verdes e nas áreas agrícolas. As árvores são fundamentais num parque porque fornecem oxigénio, captam dióxido de carbono e outros gases e partículas, orientam vistas, criam cortinas visuais, oferecem conforto térmico e dão tonalidades e texturas distintas ao longo do ano. Quanto às tonalidades ter-se-á no Outono as castanhas, vermelhas e amarelas e na 35
Primavera, quando surgirem as primeiras flores e folhas, surgem os diferentes verdes, brancos, amarelos, vermelhos, roxo e rosa. Também a perenidade e transparência das diferentes espécies foram ponderadas na seleção e aplicação. A fotomontagem (Figura 17) que se segue pretende oferecer a perceção da estrutura e a composição a obter com o revestimento vegetal quando em estado de maturidade.
Figura 17: Representação do aspeto da vegetação do Parque da Maia na fase de maturidade. Fonte: Roldão, 2016a, p.15
No parque as áreas permeáveis correspondem essencialmente à instalação de relvados, matas, orlas arbóreas e áreas de maior biodiversidade. Assegurar a presença de áreas permeáveis significativas foi outra das preocupações consideradas na realização do projeto. Os espaços permeáveis são fundamentais no ciclo da água porque permitem que o circuito seja infinito e circular, proporcionando a distribuição da água e a manutenção das águas subterrâneas. Observemos na figura 18, representado a azul, todas as áreas permeáveis definidas em projeto.
Figura 18: Representação das áreas permeáveis do Parque da Maia. Fonte: Roldão, 2016 a, p.14
Por fim, mas igualmente fundamental têm-se as questões relacionadas com o 36
bem-estar, sendo importante que o espaço seja um local aprazível em todas as épocas do ano e que faça parte do quotidiano dos maiatos. Apresenta-se na figura seguinte, as áreas mais vocacionadas para o repouso e recreio passivo.
Figura 19: Representação das áreas indicadas para o repouso. Fonte: Roldão, 2016a, p.14
Pretende-se assim desenvolver um parque urbano multifuncional direcionado para o lazer, o recreio e a prática desportiva dadas as infraestruturas existentes, constituindose como um espaço verde de uso contínuo e que responde às necessidades de cada indivíduo e às expectativas da comunidade. Sendo um espaço que promove a fauna e flora em contexto urbano, também deseja estimular os comportamentos sociais permitindo o estar e o sociabilizar (Roldão, 2016 a). Em resumo, o parque deverá cumprir funções de Nível Ecológico, Nível Social e Nível Estético/Sensorial como indicado no diagrama da figura 20.
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Figura 20: Diagrama das funções do Parque da Maia. Adaptado de Roldão, 2016 a, p. 13
A Nível Ecológico as soluções apontadas em projeto são diversas, podendo-se indicar como das mais relevantes a melhoria das condições para a instalação da fauna e flora, isto é proporcionar o aumento da biodiversidade no meio urbano. A Nível Social pretende-se que o espaço seja utilizado sempre que possível, proporcionando vantagens a nível pessoal e da comunidade, pois poderá oferecer redução do stresse, sensação de relaxamento e prazer na sua utilização, conduzindo a estados de harmonia pessoal e de tranquilidade social. Por fim, a Nível Estético pretende-se estimular os sentidos e emoções, proporcionando harmonia, felicidade, paz e bem-estar, acrescentando níveis de afetividade para com o espaço.
Sabendo-se da fase de análise e de reuniões e entrevistas com técnicos e decisores municipais quais as condicionantes e potencialidades do local, os objetivos e as funções a integrar, foi possível estruturar o parque em 3 áreas distintas, mas que se relacionam entre si. A primeira área é a envolvente ao Estádio Municipal Dr. José Vieira de Carvalho. A segunda área corresponde à faixa que permite a deslocação entre as infraestruturas desportivas e o parque de estacionamento. Por fim, a última área é a mais naturalizada e dedicada a área de recreio e lazer.
Caracterizam-se do seguinte modo as três áreas: •
Área nº1: “Mantem as grandes áreas de circulação e de entradas e saídas assegurando todas as condições de segurança. Os gradeamentos serão
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removidos. O revestimento vegetal será revisto no sentido de se assegurar maior diversidade de cor e espécies” (Roldão, 2016 a, p.12).
A intervenção nesta área incidirá na alteração do revestimento vegetal visando um melhor relacionamento físico e visual entre a área envolvente e o parque e onde as cores das florações dos estratos herbáceos e arbustivos serão um fator de atração para a utilização do parque. •
Área nº2: “Tem uma vertente de utilização essencialmente desportiva incluindo o campo de treinos, acessos ao pavilhão polidesportivo e de ginástica e permite a instalação de equipamento de ginástica em exterior. Dado o tipo de pavimento a utilizar também permite o uso de patins, skates, corrida, etc., sendo um espaço de grande dinamismo” (Roldão, 2016 a, p.12).
Nesta área existe uma estrutura precária de restauração que será demolida. Também existe um edifício destinado à manutenção do espaço que será recuperado, acrescentando-se um piso superior, e que acumulará a dupla função de bar/café e sanitários públicos do parque. O facto do edifício cafetaria passar a ter 2 pisos proporciona panorâmicas sobre o espaço envolvente. A fotomontagem da figura 21 permite observar o espaço envolvente à cafetaria e campo de treinos e que pode ter diversas atividades espontâneas como caminhar, correr, fazer exercícios de ginástica, andar de patins entre outros.
Figura 21: Fotomontagem que demonstra o campo de treinos e uso da envolvente. Fonte: Roldão, 2016 a, p. 12
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•
Área nº3: “(…) contendo as zonas destinadas para recreio ativo e passivo. No que diz respeito ao recreio ativo contemplaram-se relvados envolvidos por espaços com flor, socalcos com relvados, miradouros, passadiços sobrelevados, lago e caminhos que deambulam pelo Parque. Quanto ao recreio ativo destinouse uma área de skatepark e muro para arte urbana” (Roldão, 2016 a, p.12).
Na fotomontagem da figura 22 é possível observar locais de recreio passivo e ativo, e de que forma o espaço se interliga com a periferia e serviços existentes. Neste caso está representado o Burger King, serviço de restauração, e áreas de estacionamento.
Figura 22: Representação de áreas destinadas a recreio passivo e ativo. Fonte: Roldão, 2016 a, p.12
Da imagem anterior observa-se que existiu grande cuidado na seleção das espécies vegetais pelos motivos referidos, e também porque se tinha por objetivo criar diversidade nas cores exibidas ao longo das diferentes épocas do ano. A seleção das espécies arbustivas levará a que surjam tonalidades na gama do espectro de vermelho, laranja, salmão e amarelo. O facto de o parque se encontrar numa área central da cidade da Maia e se tratar de um parque de abrangência municipal, leva a que o projeto estabeleça lugares de estacionamento para bicicletas, veículos ligeiros e veículos pesados. Segundo Laura Roldão (2016 a), foram criados entre o Campo de Treinos do Estádio Municipal Prof. Dr. José Viera de Carvalho, a Escola E.B.1 D. Manuel II e a Junta de Freguesia de Vermoim, 68 lugares para veículos ligeiros e mais 3 para veículos de pessoas com mobilidade reduzida. O parque de estacionamento anexo à Junta de Freguesia de Vermoim considera a possibilidade de ser adaptado na função e forma, podendo conter 5 veículos ligeiros ou 2 autocarros pequenos ou então um autocarro grande. Ao longo da Av. Altino Coelho, é provido um parqueamento de 79 lugares para veículos ligeiros. O parque ainda é dotado de 20 lugares para bicicleta localizados numa cota mais alta e inseridos num pequeno largo.
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Relativamente aos materiais construtivos, a Arquiteta Paisagista Laura Costa (2016 a, p.11) afirma que: “Os materiais a utilizar em pavimentos, rampas, escadas, lancis e muros serão o betão e granito. Apenas num passadiço situado junto do lago e skatepark se irá utilizar uma estrutura metálica.”
No que diz respeito aos materiais de construção não naturais, o projeto do parque contemplou materiais pétreos, granitos de diferentes dimensões e tonalidades, betão em tonalidade cinzenta e aço, pontualmente em passadiços, escadas e iluminação. A simplicidade dos materiais inertes tem por objetivo não interferir com a profusão de cor, textura e volumes dos materiais naturais, oferecendo o conjunto harmonia. O solo é o material construtivo responsável pela forma do terreno ao permitir a alteração da topografia atual. Também é o responsável pelo funcionamento de vários sistemas, podendo-se apontar o hídrico, o aeróbico e o de nutrientes. Dada a má qualidade dos solos do local torna-se necessário colocar uma camada de terra vegetal de 40 cm que possibilitará melhor adaptação das plantas e funcionamento dos sistemas referidos. Na realização do projeto e quando se realizaram as seleções das espécies vegetais, foram tidos em consideração os constrangimentos que a má qualidade do solo poderá provocar, tal como a resistência e a capacidade de adaptação da vegetação às condições climáticas. A seleção da vegetação a aplicar no espaço considerou as seguintes formas de atuação:
a) áreas com vegetação instalada e adaptada será para preservar. Inserem-se nesta tipologia as seguintes espécies: •
Betula pendula
•
Magnolia grandiflora
•
Betula verrucosa
•
Magnolia stellata / soulangeana
•
Casuarina equisetifolia
•
Nerium oleander
•
Cedrus sp.
•
Picea abies
•
Chamaecyparis lawsoniana
•
Pinus pinea
•
Ligustrum japonicum
•
Prunus cerasifera "Pissardii"
•
Liquidambar styraciflua
•
Rhododendron sp.
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b) áreas sem vegetação serão sujeitas a plantações e sementeiras indicandose como exemplos algumas das espécies propostas para o Parque da Maia: •
Alnus glutinosa
•
Pinus pinaster
•
Acer pseudoplatanus
•
Pinus pinea
•
Arbutus unedo
•
Quercus coccinea
•
Cercis siliquastrum
•
Quercus robur
•
Cupressus sempervirens 'Sempervirens'
•
Quercus suber
•
Frangula alnus
•
Salix atrocinerea
•
Laurus nobilis
•
Salix alba 'Vitellina'
•
Melia azedarach
•
Ulmus procera
•
Olea europaea 'Europaea'
Seguem-se algumas imagens da vegetação proposta:
Figura 23: A: Salix atrocinerea; B: Quercus suber; C: Alnus glutinosa; D: Quercus robur; E: Pinus pinaster; F: Olea europaea; G: Laurus nobilis; H: Arbutus unedo; I: Pinus pinea; J: Frangula alnus. Fonte: http://flora-on.pt/#
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2.3. PROCESSO CONSTRUTIVO – OBRA
Realizado o processo criativo – projeto - segue-se a fase construtiva interpretada como sendo a fase em que se transformam as ideias e diretrizes teóricas no elemento edificado. Para que possa ocorrer a obra, e dado se tratar de um parque público, torna-se necessário proceder à seleção da equipa construtora de modo transparente, tendo-se que considerar vários critérios de entre os quais se pode indicar a capacidade técnica e financeira. Este processo de concurso público é moroso, complexo e extenso, pelo que não se fará a abordagem das várias propostas dos concorrentes, mas apenas a análise da proposta da empresa construtora ganhadora do concurso público do Parque da Maia, a empresa M. Couto Alves, S.A. (MCA, S.A.). Tendo sido apresentadas várias propostas por diferentes empresas, foi a MCA, S.A. que colheu parecer mais favorável, tendo sido ponderado o preço, a descrição das ações a realizar na concretização da obra e o plano de trabalhos que se apresentaram a concurso. Inicialmente devemos reter que uma empreitada de espaços exteriores é um conjunto de trabalhos que consistem na realização de demolições, transplantes e abates, movimento de terras, construção de pavimentos, aplicação de lancis e contenções, construção dos muros e/ou instalação de edifícios, lagos e reservatórios, recuperação de elementos como estruturas metálicas e montagem de infraestruturas referentes à rede elétrica, rede de drenagem e rede de abastecimento de água nomeadamente para a rede de rega e, por fim, a plantação e sementeira do material vegetal. O que se pretende compreender no presente subtópico é de que forma o construtor interpretou a obra de espaços exteriores, bem como a sua sensibilidade perante elementos construtivos com características tão distintas como o solo e o revestimento vegetal, materiais fundamentais no sucesso de uma obra de Arquitetura Paisagista.
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2.3.1. PROPOSTA Os documentos entregues para concurso vão de encontro ao Programa de Procedimentos publicado no concurso público para a empreitada de obras públicas. Os documentos a apresentar de acordo com o concurso são:
a) Declaração identificativa da empresa; b) Declaração de aceitação do conteúdo do caderno de encargos; c) Pacto social e certidão registo comercial; d) Declaração de erros e omissões; e) Proposta de preço; f)
Declaração de subcategorias;
g) Nota justificativa do preço proposto; h) Nota justificativa de preço anormalmente baixo; i)
Prazo de execução;
j)
Lista de preços unitários;
k) Plano de trabalhos – Caminho crítico; l)
Plano de Equipamentos;
m) Plano de Mão-de-obra; n) Plano de Trabalhos; o) Plano de Estaleiro; p) Memória descritiva e justificativa; q) Modelo de gestão e qualidade; r) Modelo de gestão de segurança; s) Modelo de gestão ambiental; t)
Cronograma financeiro;
u) Plano de pagamentos.
Após leitura do processo de concurso é possível estabelecer quatro grandes grupos de temas que integram a proposta da MCA, S.A. (Figura 24):
1 • Apresentação da proposta
2 • Descrição dos Trabalhos
3 • Medidas de segurança e trabalho
4 • Planos de Trabalhos
Figura 24: Conteúdos apresentados na proposta do Construtor, MCA, S.A.. Fonte: Autor, 2017
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Os temas apresentados encontram-se relacionados com o caderno de encargos do concurso, tendo os concorrentes que fornecer todos os documentos necessários à avaliação das propostas apresentadas no âmbito da realização da empreitada.
Relativamente ao tema apresentação da proposta, os documentos a apresentar pelo construtor concorrente consistem em declarações e documentos como notas justificativas e prazos de execução. No tema Descrição dos Trabalhos integra-se a Memória Descritiva e Justificativa de todo o processo construtivo. São considerados nas Medidas de Segurança no Trabalho o planeamento de toda a empreitada considerando a sinalização de carácter temporário de obras e obstáculos a via pública, a sinalização das frentes de trabalho, as proteções coletivas e individuais relativas aos trabalhadores e entidades presentes na empreitada. O Plano de Trabalhos consiste no planeamento das atividades a realizar durante o período de tempo, compreendido entre o início e a conclusão da empreitada. Define também qual a sequência e o período de tempo dedicado a cada trabalho e meios afetados e o seu ritmo de execução. Integra uma sequência de Planos designados por Plano de Trabalhos, e Plano de Equipamentos. Segue-se uma reflexão mais detalhada sobre cada grupo temático.
2.3.2. APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA Um dos elementos mais importantes na apresentação da proposta é a descrição do modo como se vai realizar a obra. A descrição permite inferir sobre o efetivo conhecimento do construtor sobre as condições do local e se tem a devida perceção de como irá atuar para concretizar o projeto. Trata-se de um documento fundamental para avaliar a capacidade técnica, o interesse na obra e a verdadeira compreensão do projeto que foi sujeito a concurso. A Memória Descritiva realizada pelo construtor consiste fundamentalmente na análise da situação existente, na análise do projeto realizado para o espaço e, posteriormente, na análise dos trabalhos a realizar. Descreve também quais os meios humanos a utilizar em cada fase dos trabalhos, os equipamentos e os materiais necessários. Neste documento também se podem apontar constrangimentos ou omissões relacionadas com as ações e/ou trabalhos a desenvolver. A forma como se descrevem os trabalhos é sucinta e organizada. Frequentemente a Memória Descritiva é acompanhada de uma breve apresentação da empresa. 45
A figura 25, que corresponde às páginas 48 e 53 da Memória Descritiva do processo de concurso do construtor MCA, S.A., é possível observar os vários aspetos referidos pelo empreiteiro: I.
Visita ao local para conhecimento da situação real. As imagens obtidas e apresentadas correspondem às da fase de concurso;
II.
Leitura atenta dos elementos de projeto. Os desenhos e imagens utilizadas correspondem aos apresentados no projeto;
III.
Interligação dos pontos anteriores com as soluções escolhidas para intervenção no local, sendo os elementos gráficos acompanhados de descrições.
Figura 25: Enxerto das páginas 48 e 53 da Memória Descritiva do processo de concurso da MCA, S.A.. Fonte: MCA Construções, 2016a
A MCA, S.A. na Memória Descritiva do concurso efetua o estudo da situação existente e apresenta a descrição detalhada da intervenção a realizar. Veja-se o caso exemplificativo da figura 25, onde são utilizados dois esquemas para demonstrar os movimentos de terras, tal como os locais que vão sofrer maior intervenção, estabelecendo-se a relação entre o projeto, as fotografias do local antes de qualquer intervenção e a descrição dos trabalhos.
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Um dos aspetos mais relevantes é a verificação de que no documento Memória Descritiva se considera a articulação entre o projeto e a proposta de construção. A análise que o empreiteiro realiza nem sempre é uma análise exaustiva. Quando analisados os subtópicos referentes às plantações e à rede de rega denotamse descrições pouco concisas e claras. Por exemplo, numa análise geral e após a leitura de toda a Memória Descritiva verifica-se que no que diz respeito ao revestimento vegetal é dado maior enfâse às medidas cautelares do que à receção do material vegetal e preparação do solo, e no que diz respeito à rede de rega não se apresenta uma descrição detalhada que permita entender claramente os trabalhos a realizar.
2.3.3. DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS No tema descrição dos trabalhos pretende-se compreender de que modo são executados e quais os métodos, equipamentos, mão-de-obra e respetivos períodos de tempo necessários à sua realização. Na fase de concurso e de modo a dar resposta às solicitações do Caderno de Encargos, a MCA, S.A. apresenta a descrição dos trabalhos nos seguintes documentos: •
Memória Descritiva e Justificativa;
•
Plano de Mão-de-Obra;
•
Plano de Trabalhos;
•
Plano de Equipamentos;
•
Plano de Estaleiro.
Os trabalhos encontram-se explicados e descritos na Memória Descritiva. Os Planos de Mão-de-Obra, Trabalhos, Equipamentos e Estaleiro, são apresentados através de gráficos e contêm os pontos necessários a execução dos trabalhos. Tomemos como exemplo a abordagem realizada pela MCA, S.A. ao abate de árvores e arbustos de grande porte. Na Memória Descritiva indica: “Esta atividade compreende o abate de árvores que estão implementadas nos locais onde se prevê a realização de estruturas, infraestruturas ou outros.” (MCA Construções, 2016a, p.202) fazendo a identificação dos objetivos e condicionantes subjacentes ao trabalho.
No excerto que se segue podemos observar que o construtor refere também como fazer o trabalho: “O corte de árvores será executado por meios mecânicos, sem pôr em causa a segurança de pessoas e bens, sem interferir com a circulação de obra, e durante a
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execução de atividade na sua proximidade. Proceder-se-á também à remoção dos cepos tendo o cuidado de não deixar resíduos de raízes no terreno, por método mecânico ou químico, devendo sempre ser garantidas as condições de estabilidade da zona adjacente.” (MCA Construções, 2016a, p.202), e ainda “Toda a vegetação cortada será triturada e reciclada para o seu aproveitamento a nível biológico e ecológico, e transportada a centros de reciclagem.” (MCA Construções, 2016a, p.202). O empreiteiro na descrição dos trabalhos refere sempre que possível os meios que serão utilizados na execução dos trabalhos. Estes meios são apresentados em quadros síntese onde indicam o número de trabalhadores afetos e os equipamentos (Figura 26).
Figura 26: Tabela representativa do trabalho a executar e os meios manuais e mecânicos a utilizar. Fonte: MCA Construções, 2016a
Verifica-se que todos os trabalhos a realizar referidos no caderno de encargos do projeto são analisados e indicados na Memória Descritiva. Relativamente ao tema descrição dos trabalhos é apresentado pela MCA, S.A., com os seguintes elementos: imagens de outras obras executadas pelo construtor, tabelas pertencentes ao Plano de mão de obra, Planos de trabalhos e Planos de equipamentos. Analisados os elementos fornecidos pelo construtor na fase de concurso relativos à Descrição dos Trabalhos considera-se que os elementos vão de encontro com ao caderno técnico de encargos de projeto.
2.3.4. MEDIDAS E SEGURANÇA E SAÚDE As Medidas de Segurança e Saúde a adotar para a execução dos trabalhos são referidas ao longo dos vários tópicos, e este tem em atenção os cuidados a ter com os intervenientes em obra, a prevenção e as medidas a tomar durante a execução dos trabalhos. O Plano de Segurança e Saúde encontra- se ao longo da proposta da MCA, S.A. sendo referido em diferentes pontos. Este aspeto é relevante pois o que torna o espaço em obra são as pessoas. Este tema aparece na Memória Descritiva do construtor, mas também está
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presente no projeto entregue pelo Gabinete: Laura Costa, Arquitetura Paisagista. O Plano de Segurança e Saúde do projeto reflete-se na obra no Modelo de Gestão e Segurança entregue pelo construtor na fase de concurso. O Plano de Segurança e de Saúde tem por objetivo indicar as diversas sinalizações de carácter temporário de obras e dos respetivos obstáculos que possam interferir com a via pública, a sinalização de acordo com as frentes de trabalho, as proteções coletivas e individuais, e por fim, o controlo relativo a subempreiteiros, trabalhadores e equipamentos. Este Plano de Segurança e Saúde e o Modelo de Gestão e Segurança tornam-se num modelo mais específico e detalhado em alguns aspetos, pois refletem sobre a planificação da obra, as políticas de gestão, a implementação e operação da empreitada, o controlo dos documentos e registos, quer de equipamentos como dos trabalhadores, e a gestão do Plano de Segurança e Saúde no trabalho, entre outros. O Plano de Segurança e Saúde em obra obriga a permanentes atualizações face ao modo como a obra decorre, e contempla os diversos trabalhos e equipamentos.
O que se pretende neste tema é compreender o que se integra o Plano de Segurança e Saúde no decorrer da empreitada e como foi tido em conta por parte da MCA, S.A. Este Plano é essencialmente direcionado ao bem-estar e proteção de todos os elementos que se encontrem dentro dos limites e fora da obra. Por isso, o empreiteiro analisa aspetos como: •
A sinalização de carácter temporário na via pública, que visa constituir-se como um elemento de salvaguarda da segurança dos utilizadores da via pública. Este tipo de sinalização será utilizado quando existir necessidade por estarem a decorrer trabalhos em via pública. Pretende-se que seja de fácil leitura, simples e objetiva (MCA Construções, 2016a).
•
A sinalização das frentes de trabalho complementará a sinalização fixa que a obra conterá. Este complemento será utilizado para a sinalização de obstáculos, zonas de perigo, aviso para o uso de veículos de dentro da obra, indicação de áreas restritas entre outras que sejam necessárias. Este tipo de sinalização é importante, pois vai de encontro à proteção dos intervenientes diretos e indiretos à obra. Se a sinalização for correta e coerente as pessoas poderão adaptar as suas rotinas de forma mais simples e concisa. A sinalização também é relevante para impedir que as pessoas se desloquem para os locais onde máquinas e equipamentos estejam a ser manobrados, servindo como meio de prevenção.
•
As proteções coletivas ou designadas por EPC, são elementos que se devem colocar em obra e que têm por objetivo a proteção em altura dos trabalhadores, as quedas ao mesmo nível, quedas de objetos, soterramento, atropelamentos 49
ou acidentes de viação e por fim, a eletrização. •
As proteções individuais ou designadas por EPI, são elementos usados individualmente por cada trabalhador ou pessoas que entrem em obra, de modo a os proteger de riscos como, pancadas, esmagamentos, perfurações, cortes entre outros. Esses elementos são capacetes, coletes, luvas de proteção, botas de proteção e outros (MCA Construções, 2016ª).
•
Por norma, as proteções coletivas são aplicadas primordialmente, às proteções individuais. Quando a equipa está protegida serão menos os perigos representados individualmente e será menor o número de proteções a utilizar. Contudo, as proteções de uso obrigatório deverão ser sempre respeitadas.
•
O controlo de equipamentos utilizados no decorrer da obra, onde o que se pretende é que os elementos mecânicos utilizados se encontrem em condições e que não causem danos em obra ou aos trabalhadores que nela se encontrem.
Quando analisados os elementos referentes ao Plano de Segurança e Saúde, realizado pela MCA, S.A, este contempla os perigos que são eminentes em obra. A reflexão sobre os mesmos leva a que sejam tidos em conta as proteções coletivas, individuais e manutenção de máquinas e equipamentos. O Plano de Segurança e Saúde do construtor adequa-se ao projeto e encontra-se coerente com o Plano de Segurança e Saúde do projeto.
2.3.5. PLANO DE TRABALHOS “Através da elaboração do planeamento de produção será possível esquematizar e datar os objetivos a atingir, atribuir os meios materiais, de pessoal e de equipamentos necessários à sua realização e escalonar as necessidades destes em obra, assim como prever problemas e criar atempadamente as condições para a sua resolução” (MCA Construções, 2016ª, p.27). Para ser possível um planeamento lógico, organizado e encadeado, realizou-se um programa de trabalhos pelo construtor. De acordo com o que foi solicitado em concurso a MCA, S.A. apresentou um diagrama de GANTT. 1 Deste modo, no Plano de Trabalhos são indicadas as tarefas e qual a sua duração, realizando-se uma estimativa de data de início e conclusão dos trabalhos. Para além dos períodos temporais também são referidas as quantidades de trabalhos e materiais. 1
Diagrama de GANTT consiste num gráfico de barras organizado de acordo com os trabalhos a realizar. A duração dos trabalhos corresponde a largura das barras. O diagrama de GANTT permite o acompanhamento da execução dos trabalhos de acordo com os trabalhos descritos no projeto (Oliveira, 2013).
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Por exemplo, nos transplantes de árvores a construtora avaliou o número de transplantes apontados em projeto, pois a quantidade afeta os meios e o período de tempo necessário para os realizar. São realizadas propostas de equipas para cada trabalho a executar, avaliado o seu rendimento prático e a sua subprodução. As colunas iniciais do Plano de Trabalhos servem para designar o trabalho a realizar, a duração para a sua execução com a respetiva data de início e conclusão, a quantidade de elementos, ou seja, neste caso específico de transplantes a realizar e a equipa necessária (Figura 27 e 28). Observemos o enxerto do Plano de Trabalhos realizado de acordo com o diagrama de GANTT, nas figuras seguintes:
Figura 27: Enxerto do Plano de Trabalhos relativo aos transplantes. Fonte: MCA Construções, 2016b
Figura 28: Enxerto detalhado do Plano de Trabalhos. Fonte: MCA Construções, 2016 b
Ainda no Plano de Trabalhos é realizado um gráfico (Figura 29), que representa a duração do tempo real dos trabalhos. O facto de se apresentar sob a forma de colunas e barras permite fazer a interpretação do encadeamento dos diferentes trabalhos e elementos, o que possibilita obter dados sobre o modo de encadeamento dos trabalhos, número de trabalhadores e equipamentos presentes em cada momento, e pela conjugação de todos os elementos compreender a evolução da obra, por semana, mês e período total.
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Figura 29: Caminho crítico apresentado no Plano de Trabalhos. MCA Construções, 2016 b
Este elemento também permite interpretar o caminho crítico por perceção da conciliação dos Planos de Trabalhos, Planos de Mão-de-Obra e Plano de Equipamentos (MCA Construções, 2016ª).
Em complemento são apresentados ainda outros dois planos, o Plano de Equipamentos, que específica cada infraestrutura, equipamento e maquinaria necessária para a realização de cada tarefa e o Plano de Mão de Obra. Observemos a título exemplificativo o Plano de Equipamentos referente aos transplantes de árvores (Figura 30). No excerto do Plano de Equipamentos para o transplante de árvores o construtor elenca pormenorizadamente todos os meios que serão afetos ao trabalho.
Figura 30: Extrato do Plano de Equipamentos apresentado pela MCA Construções. Fonte: MCA Construções, 2016d
Outro plano que também foi realizado pela MCA, S.A. foi o Plano de Mão-deObra. Este plano apresenta as várias equipas e os elementos que as compõem, como é possível observar na figura 31:
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Figura 31: Extrato do Plano de Mão de Obra apresentado pela MCA Construções. Fonte: MCA Construções, 2016C
O modo como se encandeiam os Planos de Mão de Obra e Planos de Equipamentos, é ponderado tendo em conta as condicionantes do local. A coordenação entre os diferentes planos é vista pela MCA, S.A. como forma de “Garantir a coordenação entre as equipas de estruturas de suporte e infraestruturas enterradas, com as equipas de execução de pavimentos, e dos trabalhos de paisagismo” (MCA Construções, 2016ª, p.145). Para que seja possível o cumprimento dos prazos de execução, a MCA, S.A. afirma que: •
“Elaboração de um plano de trabalhos suficientemente detalhado e rigoroso que tenha em conta todos os condicionalismos físicos e administrativos já mencionados possam condicionar o bom arranque e desenrolar dos trabalhos (…) de forma a minimizar eventuais atrasos provocados pela falta de meios adequados em obra e garantir-se um bom ritmo na execução dos trabalhos.”
•
“Controlo semanal de rendimentos das principais tarefas em execução (…) de forma a verificar-se o ajustamento ao planeamento projetado” (MCA Construções, 2016ª, p.187).
Após a análise dos elementos entregues em concurso pela MCA, S.A., é percetível a compatibilização dos documentos entregues em fase de concurso pela MCA, S.A. que também se encontram compatibilizados com o projeto apresentado. Em conclusão pode-se dizer que os documentos se encontram coerentes entre si e que fazem a descrição dos trabalhos a realizar. Denota-se sensibilização por parte da equipa construtora para os trabalhos que envolvem a preparação do solo, instalação da rede de rega e aplicação do revestimento vegetal. A análise da situação existente foi um dos aspetos ponderados por parte do construtor. Foram apresentadas algumas imagens e conciliados os planos da MCA, S.A. com o projeto. Na descrição dos trabalhos a realizar e análise dos meios afetados, verificou-se cuidado e reflexão, estando os planos relacionados com a descrição dos trabalhos, pessoas, máquinas, equipamentos, entre outros elementos a existir durante a execução dos trabalhos. 53
2.3.6. PERSPECTIVA DO CONSTRUTOR RELATIVAMENTE À FISCALIZAÇÃO Para o bom funcionamento de uma empreitada é necessária a presença de uma equipa diversificada capaz de responder aos vários objetivos. As equipas que acompanham a construção incluem o Dono da Obra ou o seu representante, Fiscalização, Projetistas e Construtor (Figura 32).
Equipa de Projeto
Assistência Técnica
Dono de Obra
Acompanhamento e controlo
Construtor (Diretor da Obra)
Equipa de Fiscalização
Execução da Obra
Fiscaliza
Figura 32: Organograma dos Intervenientes presentes na empreitada. Adaptado de MCA Construções, 2016a
A MCA, S.A. considera que a equipa de Fiscalização é importante no processo de construção, pelo que a sua ação aparece frequentemente referida nos elementos técnicos de concurso. A citação que se apresenta relativa à circulação de máquinas em obra é um exemplo. “A limitação da circulação de veículos sendo marcado um trajeto aprovado pela fiscalização (…)” (MCA Construções, 2016ª, p.200).
Outros aspetos referidos pela MCA, S.A. e relativos à intervenção da fiscalização, são: •
“Sempre que haja necessidade de se proceder a cortes de raízes para abertura de valas para a instalação de infraestruturas, estas valas só poderão ser abertas depois de aprovadas pela fiscalização a sua localização” (MCA Construções, 2016ª, p.200).
•
“As sapatas para lancis ou bases para pavimentos que entrem em conflito com as raízes das árvores só poderão ser realizadas depois de aprovada pela fiscalização a implantação e a forma de execução” (MCA Construções, 2016ª, p.200).
•
“O trabalho de implantação de eixos, e de colocação de marca de nivelamento será verificado pela Fiscalização. A escavação será feita por camadas com a profundidade máxima definida em caderno de encargos, seguida de inspeção da 54
Fiscalização quando se tratar de fundações diretas” (MCA Construções, 2016ª, p.220). •
“Sempre que se verificar a presença de solos instáveis ou de má qualidade, estes serão saneados, substituídos por solos aprovados pela fiscalização e compactados nas condições previstas” (MCA Construções, 2016ª, p.223). O construtor ainda afirma que quando da alteração de procedimentos que não
se encontrem previstos no caderno de encargos, a fiscalização deverá intervir com uma aprovação prévia (MCA Construções, 2016ª). Em suma, de acordo com a MCA, S.A. a Fiscalização deverá observar se os trabalhos realizados pelo construtor se encontram de acordo com o caderno de encargos de concurso. Quando tal não se verificar, deverá ser a Fiscalização a assegurar a sua correção e execução. A Fiscalização também deverá aprovar, materiais, técnicas de execução entre outros elementos que sejam relevantes para a boa execução da obra. A Fiscalização deverá ter em atenção o cumprimento dos Planos de Segurança e Saúde e a sua permanente atualização.
2.4. PROCESSO DE CONTROLO – A FISCALIZAÇÃO A Fiscalização da obra do Parque da Maia ficará a cargo dos técnicos da Câmara Municipal da Maia, não se tendo procedido ao lançamento de concursos e à aquisição de serviços externos. Dado a Câmara Municipal da Maia dispor de técnicos de diferentes áreas e devidamente qualificados, a equipa de Fiscalização e Acompanhamento de Obra, constituída internamente, inclui Engenheiros Agrónomos e Engenheiros Civis de diferentes áreas. Não havendo Caderno de Encargos nem proposta para a Fiscalização da obra, não se apresenta neste capítulo qualquer apreciação e descrição sobre o modo de funcionamento da entidade fiscalizadora.
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3. PROCESSO DE FISCALIZAÇÃO 57
3.1. INTRODUÇÃO Este capítulo tem por objetivo compreender os procedimentos associados ao processo de construção, entender de que modo os diferentes intervenientes atuam de acordo com as suas funções e perceber que tipo de problemas geralmente decorrem ao longo do processo construtivo. Intervêm no processo construtivo diversos elementos destacando-se o Dono da Obra, a Fiscalização, o Construtor e o Projetista. Pretende-se essencialmente refletir sobre como a Fiscalização atua no processo construtivo, incidindo-se sobre as ações a realizar no Revestimento Vegetal e na Rede de Rega, dado não ter sido alvo de reflexão no capítulo anterior.
3.2. DONO DA OBRA O Dono da Obra é a entidade para a qual a obra é executada. É a pessoa que contrata a execução do projeto e da obra (Lei n.º40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República, 2015). Ao longo de todo o processo, o Dono da Obra tem responsabilidades e obrigações que se encontram definidas no Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de Outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho. Observemos algumas dessas obrigações e responsabilidades do Dono da Obra, que se encontram descritas no artigo 17.º e que passam por: •
O Dono da Obra fica responsável durante a fase de projeto de produzir ou mandar produzir um Plano de Segurança e Saúde;
•
Deverá existir um coordenador de segurança do projeto indicado pelo Dono da Obra;
•
A implantação do estaleiro só deverá ocorrer após o consentimento pelo Dono da Obra e a comunicação à Inspeção-Geral do Trabalho;
•
Entrega de uma cópia do documento da abertura de estaleiro à entidade executante, atualizada;
•
Produzir ou mandar produzir um documento técnico sobre a obra;
•
Se o estaleiro for montado para duas entidades executantes distintas, acautelar as entradas das pessoas autorizadas;
•
Certificar a divulgação do Plano de Segurança e Saúde;
•
Garantir o cumprimento das regras estabelecidas no Plano de Segurança e Saúde. 58
No anexo 3 da presente dissertação é possível a consulta na íntegra do artigo mencionado.
Ainda relativo às responsabilidades do Dono da Obra alguns autores (Abelenda, 2012; Meira, 2012; Rodrigues, 2010; Claro, 2009) acrescentam alguns tópicos à lista anterior, tais como: •
O Dono da Obra fica sujeito a proporcionar o início dos trabalhos (Rodrigues, 2010, p.10);
•
Contratar uma equipa de fiscalização (Rodrigues, 2010, p.10);
•
Realizar reuniões de preparação da obra e de continuidade dos trabalhos (Claro, 2009, p.14);
•
O Dono da Obra tem o direito de pedir a eliminação/demolição de defeitos ao empreiteiro, sempre que os trabalhos realizados não se encontrem em concordância com o acordado e/ou o projeto de execução apresentado (Abelenda, 2012, p.33);
•
Responsável por defeitos da construção quando o mesmo fornece os materiais inadaptáveis ou defeituosos ou ordena a terceiros que o façam, sem que seja o empreiteiro responsável pelo seu fornecimento (Abelenda, 2012, p.16);
•
Garantir a existência de um contrato de forma a que o empreendimento seja realizado por um período de tempo razoável (Meira, 2012, p. 56).
As funções do Dono da Obra são diversificadas, contudo a ideia geral relativa às suas funções é a de que é a entidade para quem se executa a obra. No entanto o acompanhamento da obra pode ser delegado em representantes, nomeadamente a Fiscalização.
3.3. PROJETO
A Portaria 701-H/2008 de 29 de julho desenvolvida pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, indica serem cinco as fases do projeto. De acordo com o Artigo 3.º desta portaria as fases de projeto são:
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Programa Base
Estudo Prévio
Anteprojeto
Projeto de execução
Assistência Técnica
Figura 33: Fases de trabalhos vinculadas ao projeto. Adaptado de Portaria 701-H/2008 de 29 de Julho do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, 2008
Ainda de acordo com a mesma Portaria, o Programa base deverá ser “apresentado de forma a proporcionar ao Dono da Obra a compreensão clara das soluções propostas pelo Projetista, com base nas indicações expressas no programa preliminar” (Ministério das Obras Públicas, 2008, artigo 158.º). É no Programa Base que são apresentados ao Dono da Obra os critérios e princípios gerais de conceção. A fase de Estudo Prévio “desenvolve as soluções aprovadas no Programa base, sendo constituído por peças escritas e desenhadas e por outros elementos informativos, de modo a possibilitar ao Dono da Obra a fácil apreciação das soluções propostas pelo Projetista e o seu confronto com os elementos constantes naquele” (Ministério das Obras Públicas, 2008, 159.º). Esta fase consiste na evolução das ideias já recolhidas para o espaço na fase anterior, levando a que as mesmas já contenham aspetos mais técnicos e com consistência para que possa ser apresentado ao Dono da Obra as melhores soluções para o espaço. Após o Estudo Prévio é realizado o Anteprojeto. O Anteprojeto “desenvolve a solução do Estudo prévio aprovado, sendo constituído por peças escritas e desenhadas e outros elementos de natureza informativa que permitam a conveniente definição e dimensionamento da obra, bem como o esclarecimento do modo da sua execução” (Ministério das Obras Públicas, 2008, artigo 160.º). Esta fase pressupõe que as soluções sejam de carácter técnico detalhando-se o do que foi realizado no Estudo Prévio. Continua a ser essencial a apresentação das peças escritas e desenhadas que façam parte do projeto, assim como desenhos técnicos que auxiliem na construção. As peças desenhadas nesta fase visam complementar as da fase anterior, por conferirem mais informação e apresentarem elementos mais rigorosos e pormenorizados. Segue-se a fase do Projeto de Execução e de Assistência Técnica. O Projeto de Execução “desenvolve o Projeto base aprovado, sendo constituído por um conjunto coordenado das informações escritas e desenhadas de fácil e inequívoca interpretação por parte das entidades intervenientes na execução da obra, obedecendo ao disposto na legislação e regulamentação aplicável” (Ministério das Obras Públicas, 2008, artigo 161.º). É nesta fase que são realizadas as versões finais relativamente às peças escritas 60
e desenhadas do projeto que permitem a construção. As peças escritas: Memória Descritiva, Condições Técnicas, Estimativa Orçamental e Mapa de Medições de Quantidades e Trabalhos complementam as peças desenhadas. Os desenhos realizados nesta fase já deverão conter o detalhe suficiente para permitir a construção por parte do Construtor. Por fim, o Projetista fica incumbido de prestar Assistência Técnica que passa por prestar informações e esclarecimentos sobre o projeto. O Projetista também deverá realizar o acompanhamento da obra (Ministério das Obras Públicas, 2008, artigo 1.º).
A portaria 701-H/2008 de 29 de julho, criou elementos base para cada uma das fases de projeto, sendo essas o Programa Base, o Estudo prévio, o Anteprojeto e o Projeto de execução como descrito anteriormente. Essas fases e os elementos a apresentar em cada uma das mesmas, apresentam-se na seguinte tabela.
Tabela 1: Representação das fases do Projeto e respetivos elementos a apresentar em cada uma. Adaptado de Portaria 701-H/2008 de 29 de julho do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, 2008 Fase
Elementos
Peças
Elementos
Diagramas de conceção
desenhados
Plano geral Esquemas relativos a áreas pavimentadas, de sequeiro e de regadio
Programa Base
Elementos de segurança
Elementos
Perspetiva de uso do espaço
escritos
Redes de energia elétrica, comunicações, sistemas de segurança e outros Definição de eventuais medidas de condicionamento acústico
Elementos
Plano geral
desenhados
Plano relativos a redes de rega, plantações, inertes Seleções relativas à rede de energia, comunicações e
Estudo Prévio
segurança
Elementos
Definição das opções construtivas, relativas a inertes,
escritos
hidráulica e vegetação
Elementos
Plano geral com rigor e pormenor
desenhados
Fotomontagens, 3D, alçados, elementos demonstrativos
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Modelação do terreno Anteprojeto
Volumes relativos a construções ou vegetação Planos relativos às infraestruturas
Elementos
Orçamento
escritos Elementos
Plano geral
desenhados
Planta de trabalho com as respetivas fases de trabalho Planta de medidas cautelares, demolições, relocalizações Planta de altimetria e planimetria Planta da modelação do terreno Planta de pavimentos Plano de drenagem
Projeto de
Planta de estruturas construídas
Execução
Plano de plantações Plano de rega Planta de rede de energia e comunicações Planta do sistema de segurança Plano de manutenção Plano de mobiliário urbano Plano de iluminação Plano de pormenores construtivos Elementos
Memória descritiva e justificativa
escritos
Medições Mapas de quantidade de trabalhos Estimativa orçamental Condições técnicas
Após concluída a fase de Projeto de Execução, trabalho em gabinete, poder-se-á dar início à fase de Obra. Surgem deste modo outros intervenientes, classificados através da Lei n.º 40/2015 de 1 de julho da Assembleia da República que surgiu pela alteração à Lei n.º 31/2009 de 3 de julho (Figura 34). Entidade executante Construtor
Fiscalização Fiscal de Obra Dono da Obra
Figura 34: Intervenientes na construção da obra. Adaptado de Lei n.º40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República, 2015
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A cada interveniente é atribuída uma função. Assim, deste modo, ao Construtor cabe executar a obra de acordo com o projeto apresentado pelo Projetista. Já a entidade Fiscalizadora, representa o Dono da Obra e tem como função representar os interesses do mesmo, fiscalizar o progresso da empreitada de acordo com o projeto, leis em vigor e caderno de encargos. Entendidas as fases e conteúdos de projeto de acordo com a legislação portuguesa considera-se ser necessário entender a perspetiva dos Projetistas quanto às fases e elementos que devem integrar os projetos de Arquitetura Paisagista e espaços exteriores. Maria Santos (2016, p.20) considera que o projeto é uma fase crucial pois, “o desenho é a linguagem mais utilizada quer no domínio da comunicação e representação de ideias, quer no desenvolvimento das peças técnicas necessárias a execução da obra. Esse processo é complementado pela linguagem escrita e pela expressão oral.” A mesma autora considera que o projeto se desenvolve em três etapas distintas, e classifica-as do seguinte modo:
Tempo de reconhecimento
Tempo de concepção
Tempo de concretização
Figura 35: Processo evolutivo do processo do projeto. Adaptado de Santos, 2016, p. 20
Tempo de reconhecimento envolve o estudo sobre o local nas variáveis que se consideram necessários de contemplar. O Tempo de conceção relacionasse com todo o processo criativo e de materialização de ideias por linguagem escrita e desenhada. É neste tempo de conceção que são valorizados os aspetos criativos, técnicos e científicos. Por fim, tem-se o Tempo de concretização da obra que contempla o processo construtivo e o acompanhamento do seu desenvolvimento no espaço temporal (Santos, 2016).
Charles Llop Torné (2009, p.275-293), acrescenta que o projeto é realizado sobre cinco aspetos que marcam e definem o projeto, e que são “as transformações do substrato físico (o território suporte como objeto e estrutura), a expressão percetível da sua configuração (a forma), a geração criativa de uma envolvente emocial e estética (o carácter e aspetos sensoriais); as interações dinâmicas entre os seus componentes (a paisagem, sistema geo-ecológico) e a criatividade cultural – (paisagem rede patrimonialcultural). Em suma, os aspetos que definem o projeto segundo Charles Llop Torné 63
(2009), encontram-se sintetizados na figura 36. O território suporte como objectivo e estrutura
A forma
O carácter e os aspetos sensoriais
A paisagem, sistema ecoecológico
A paisagem rede patrimonial -cultural
Figura 36: Metodologia que define o projeto em arquitetura paisagista. Adaptado de Charles Llop Torné, 2009
Conceição Freire (2011), afirma que os componentes de um projeto são: Elementos programáticos
Estratégias de intervenção
Componentes conceptuais
Figura 37: Componentes que definem um projeto em arquitetura paisagista Adaptado de Conceição Freire, 2011
A mesma autora refere que os elementos programáticos sobre o estudo do local estão vinculados aos objetivos e intenções que se refletem nas estratégias de intervenção. Surgem as componentes conceptuais resultado das duas fases anteriores. De acordo com Maria Santos (2016, p.22) “(…) o que se verifica na maioria das vezes, é que não existem padrões ou superlativos apriorísticos na forma de projetar e nos métodos a utilizar. A abordagem do projeto e os métodos a adotar são-nos revelados pela circunstância concreta (e não há duas iguais)”.
Todavia a autora formula o seu próprio processo de projeto através do seu trabalho de investigação e experiência de trabalho na área da Arquitetura Paisagista. Comtempla desse modo quatro etapas sequenciais que considera ser o modelo metodológico de projeto. Essas etapas são:
Conhecer e interpretar
Programa de intenções
Estratégias e Objetivos
Conhecer e propor
Figura 38: Modelo metodológico de projeto. Adaptado de Santos, 2016
À primeira etapa vinculam-se as análises a realizar para o lugar, o que o caracteriza, e onde se observam os seus aspetos mais interessantes. A segunda etapa 64
é referente ao programa de intenções, apresenta a definição de ambições para o projeto quando o Dono da Obra não contem algum ideal. A terceira etapa diz respeito às estratégias e objetivos ponderados de atingir através das estratégias socioeconómicas, arquitetónicos e urbanísticos e outras necessárias de desenvolver. Por fim, a etapa de conhecer e propor passa por definir de uma forma minuciosa e detalhada uma proposta. Também é nesta fase que orienta o processo de criação do projeto (Santos, 2016). Após entregue o projeto ao Dono da Obra, o Projetista deverá continuar a estar presente durante a execução da obra, ou seja, a acompanhar o processo construtivo e a prestar assistência técnica. Segundo Maria Santos (2016, p.129) “Importa referir que o cronograma da elaboração do projeto, não termina com a finalização do projeto de execução, prolongase pela execução da obra e pela sua evolução e maturação, associada à apropriação e utilização por parte das populações.”
Em suma, apesar das diversas etapas e tempos apresentados pelos vários autores para o desenvolvimento do projeto, todos referem aspetos, tais como, o estudo das características do lugar, a sua funcionalidade, forma e outros que se complementem ao estudo do lugar. Observemos que todos contemplam três aspetos uniformes entre si. Inicialmente o reconhecimento e estudo do espaço, realizando-se a caracterização do local. O segundo aspeto passa pela definição de objetivos e estratégias para a realização da intervenção, e por fim, o tempo de concretização, fase essa para a realização do projeto em gabinete e posteriormente o acompanhamento do seu processo construtivo.
3.4. PERSPETIVA DO CONSTRUTOR AO LONGO DO PROCESSO CONSTRUTIVO Como referido, para que a obra corra pelo melhor é necessário que o Construtor, enquanto interveniente fulcral no processo construtivo, cumpra com o descrito em caderno técnico de encargos do projetista e regulamentação em vigor. Segundo Maria Santos (2016, p.197) “Os aspetos ligados à execução da obra são múltiplos e complexos, desde os legais que enquadram a prática de projeto e a execução das obras, até aos institucionais relacionados com as especificidades das entidades envolvidas, as suas normas e regras próprias (de apreciação, fiscalização e acompanhamento), até aos procedimentos ligados ao funcionamento interno das empresas de construção, aos técnicos ligados às formas de construir e ao cumprimento
65
de certificações na qualidade dos materiais.”
O papel do Construtor neste processo expõe diversas obrigações, e as mesmas encontram-se estipuladas por lei. Deste modo, o Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho, estabelece essas mesmas obrigações através do artigo 20.º, que poderá ser consultado na sua íntegra em anexo da presente dissertação (Anexo 6). Algumas das suas obrigações enquanto Construtor passam por:
Avaliar
Dar
Elaborar
Assegurar
Colaborar
Organizar
Fornecer
Figura 39: Obrigações gerais da entidade construtora. Adaptado de Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho
O Construtor enquanto entidade executante, tem de avaliar os riscos em torno da execução da empreitada, dar conhecimento do Plano de Segurança e Saúde a todos os trabalhadores que se encontrem em obra, elaborar documentos relativos às técnicas de segurança, assegurar que o Plano de Segurança e Saúde é aplicado, colaborar com as restantes entidades envolvidas no processo construtivo, organizar toda a empreitada através de registos e fornecer permanentemente esclarecimentos sobre a empreitada sempre que pedido pelos restantes intervenientes em obra (Lei n.º40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República, 2015).
Para melhor interpretação do projeto, o Construtor deverá ter acesso às peças desenhadas e escritas para poder interpretar da melhor forma o projeto e avaliar o grau de dificuldade que está presente (Santos, 2016). O número de peças escritas e desenhadas varia de acordo com a natureza do projeto, natureza pública ou privada e complexidade dos processos criativos e construtivos. Aos Projetistas ou técnicos das mais diversas áreas são incumbidos de apresentar “habilitações e declarações profissionais, termos de responsabilidade, seguros, cauções” de acordo com a categoria e grau de dificuldade da obra a construir (Santos, 2016, p.198). Deste modo, “o processo de obra inicia-se pela consulta e estudo apurado dos constituintes fundamentais do projeto, peças escritas e desenhadas, de forma a obter66
se a máxima informação que permita o adequado planeamento da sua execução” (Santos, 2016, p.198). Ainda Maria Santos (2016) destaca a Estimativa Orçamental como um dos documentos cruciais do projeto, pois o mesmo auxilia a organização da obra e o seu processo construtivo. A Estimativa Orçamental oferece igualmente uma base em termos de preço ao Dono da Obra, destacando a quantidade e características dos materiais. Segundo a mesma autora e a legislação em vigor, a importância da estimativa orçamental é considerável, pois esta prevalece sobre as outras peças escritas e desenhadas. O Construtor quando não compreender algumas das peças escritas ou desenhadas, deverá ter sempre em consideração a estimativa orçamental de obra que deverá prevalecer sobre as outras peças apresentadas pelo Projetista (Santos, 2016).
3.5.
PERSPETIVA DO FISCALIZADOR AO LONGO DO PROCESSO CONSTRUTIVO
Como referido, o fiscal ou a equipa de Fiscalização encontra-se no processo construtivo como representante do Dono da Obra protegendo e verificando os seus interesses. De acordo com o quadro n.º 2 do Anexo II, da Lei n.º 40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República e o tipo de projeto que se encontra em estudo na presente dissertação, para o exercício de Fiscalização de obra são necessárias qualificações mínimas de acordo com a natureza predominante da mesma. Para os espaços exteriores as qualificações necessárias para o exercício de Fiscalização de obra, apresentam-se na tabela 2. Tabela 2: Qualificações necessárias para o exercício de fiscalização de obra. Adaptado de Lei n.º40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República, 2015 Natureza predominante da obra “a) Matas; b) Arborização em espaço urbano e periurbano; c) Operações de recuperação de áreas degradadas; d) Rede divisional (caminhos) em matas e povoamentos florestais; e) Rede primária e secundária de defesa da floresta contra incêndios; f) Drenagem superficial e limpeza de linhas de água; g) Contenção e estabilização de terras e de solo em zonas ardidas; h) Obras de regularização de linhas de drenagem natural; i) Aproveitamentos hidroflorestais e hidroagrícolas;
Qualificações mínimas Engenheiros civis Engenheiros técnicos civis Engenheiros florestais
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j) Gestão e manutenção de espaços arbóreos, na envolvente de rios e ribeiras, bem como a intervenção em galerias ripícolas; k) Compartimentação do campo]. a) Jardins privados e públicos; b) Espaços livres e zonas verdes urbanas.
Engenheiros do ambiente Engenheiros técnicos do ambiente
a) Jardins privados e públicos; b) Pedonalização de ruas; c) Áreas envolventes do Património Natural ou Cultural; d) Espaços livres e zonas verdes urbanas; e) Parques infantis; f) Parques de campismo; g) Enquadramento de edifícios de vária natureza; h) Zonas polidesportivas; i) Loteamentos urbanos; j) Zonas desportivas de recreio e lazer; k) Cemitérios;
Arquitetos com pelo menos três anos de experiência (apenas nas obras até à categoria III prevista no artigo 11.º do anexo I da Portaria n.º 701 -H/2008, de 29 de julho
a) Jardins privados e públicos; b) Campos de golfe; c) Áreas envolventes do Património Natural ou Cultural; d) Pedonalização de ruas; e) Matas; f) Compartimentação do campo; g) Projetos de rega; h) Espaços livres; i) Zonas verdes urbanas; j) Enquadramento de edifícios de vária natureza; k) Cemitérios; l) Enquadramento de edifícios para habitação, escolas, igrejas, hospitais, teatros, cinemas e outros; m) Enquadramento de hotéis e restaurantes; n) Integração de estradas de qualquer tipo; o) Arruamentos urbanos, vias e caminhos municipais.
Arquitetos paisagistas
De acordo com a tabela anterior é possível verificar que são necessárias qualificações mínimas obrigatórias para a Fiscalização, e que estas se relacionam com a natureza do projeto e obra a fiscalizar. Contudo, “Sem prejuízo de disposição legal em contrário, não pode exercer funções como diretor de fiscalização de obra qualquer pessoa que integre o quadro de pessoal da empresa responsável pela execução da obra ou de qualquer outra empresa que tenha intervenção na execução da obra, incluindo o seu diretor” (Lei n.º40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República, 2015). Conclui-se assim que o diretor de Fiscalização deverá ser uma pessoa qualificada e externa às pessoas e entidades que projetam e executam o projeto. De modo a integrar-se no processo construtivo de forma distanciada, e que deverá proceder a um conjunto de atividades ou ações que salvaguardem os interesses do Dono da Obra (Cardoso, 2009). Desse modo, é relevante compreender genericamente a metodologia utilizada 68
pelas equipas de Fiscalização e que tipo de etapas se submetem para atingirem os objetivos pretendidos (Figura 40).
Figura 40: Metodologia geral - Fiscalização de obras públicas. Fonte: Autor, 2017
A metodologia sintetizada no esquema anterior proporciona a visão de todo o processo de fiscalização ao longo do processo construtivo, e em todas as suas fases. Estes elementos são necessários para que a equipa de Fiscalização possa planear, verificar e executar as suas tarefas de acordo com os interesses do Dono da Obra. É por isso necessária a monotorização dos Planos de Trabalhos, Planos de Mão de Obra, Plano de Equipamentos e o cumprimento do Caderno de Encargos para que a planificação e respetiva execução dos trabalhos seja realizada de acordo com os documentos produzidos. Cabe ainda à Fiscalização a aprovação de materiais, depósitos e técnicas construtivas. A Fiscalização fica assim obrigada à realização de visitas periódicas à obra.
Deste modo tendo em conta os elementos apresentados, é possível estabelecer um conjunto de tarefas associadas à Fiscalização de projeto de Arquitetura Paisagista e obras de espaços exteriores (Tabela 3).
69
Tabela 3: Fases e elementos associados à Fiscalização de obras em espaços exteriores e Arquitetura Paisagista. Adaptado de: Cardoso, 2009
Por norma, os procedimentos habituais no processo construtivo necessitam sempre de uma entidade fiscal. Esta tem por base, proporcionar um apoio de carácter técnico. Desse modo, a Fiscalização fica vinculada na resolução dos mais diversos problemas, tais como descreve o Artigo 16.º, referente à lei n.º 40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República e que poderá ser consultado em anexo 7, na presente dissertação. 70
Contudo, também contém responsabilidades de verificar se a execução da obra ocorre de acordo com o projeto de execução dentro das normas legais e regulamentares (Lei n.º 31/2009 de 3 de julho da Assembleia da República 2009). Cabe assim à equipa de Fiscalização na fase da empreitada, verificar o processo construtivo e se o mesmo se encontra de acordo com o projeto, leis em vigor e o respetivo caderno de encargos auxiliando o trabalho do Construtor (Lei n.º40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República, 2015). Deve-se compreender que “O fiscal da obra deverá dispor de poderes bastantes e estar habilitado com os elementos indispensáveis para resolver todas as questões que lhe sejam postas pelo empreiteiro para o efeito da normal prossecução dos trabalhos” (Decreto-Lei n.º59/99 de 2 de Março Ministério do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território, 1999).
3.6. REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A FISCALIZAÇÃO Quando o Dono da Obra, contrata/tem uma equipa de fiscalização para o representar, a mesma deve ter presente um processo sequencial (Figura 41). Inicialmente, a fiscalização deverá propor uma
reunião
pré-contratual,
com
o
objetivo de debater as condições de
Reunião précontratual
contrato e o programa de execução. Outro requisito é o programa do Dono da Obra que a Fiscalização deverá ter acesso de
Supervisão da obra
Programa do adjudicatário
modo a ter uma indicação do decorrer dos trabalhos e respetivas datas de execução. No programa do Dono da Obra também
Figura 41: Requisitos para a fiscalização.
deverão estar inclusas as manutenções e Adaptado de BroadwayMalyan monitorizações se forem necessárias, um Paisagistas, 2005
Arquitetos
programa de visitas ao local e as operações que se devem realizar em cada uma dessas visitas. Os fornecedores e subempreiteiros também deverão ser indicados à Fiscalização. A Fiscalização fica responsável pela supervisão da obra, certificando que o responsável pela obra verifica se as condições e os termos estão a corresponder às responsabilidades e qualificações necessárias (BroadwayMalyan Arquitetos Paisagistas, 2005). De acordo com a Portaria n.º1268/2008 de 6 de Novembro dos Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações a Fiscalização está também incumbida de em 71
todas as obras alvo de licenciamento ter um livro de obra. O mesmo deve-se “conservar no local de execução e destinado a registar todos os factos relevantes relativos à execução da mesma, cujos modelo e conteúdo deverão obedecer aos requisitos definidos em portaria, a qual regulará ainda as características a que obedecerá o livro de obra eletrónico” (Portaria n. º1268/2008 de 6 de novembro dos Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, 2008). Quando da abertura de um livro de obra, este deve responder aos requisitos mínimos como os observados na figura 42.
3
A4
Tamanho
Min. 10 Páginas
Número de Páginas
2
1
Folhas agregadas
Agregação das páginas
Numeração
Figura 42: Características gerais para o Livro de Obra. Adaptado de Portaria n.º1109/2001 de 19 de setembro dos Ministérios do Equipamento Social e do Ambiente e do Ordenamento do Território, 2001
Após formado o livro de obra, o seu conteúdo é organizado através de três colunas distintas. Cada coluna deverá apresentar elementos específicos que poderão ser consultados no anexo 1 da Portaria n.º1268/2008 de 6 de novembro dos Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, que se encontra em anexo 8 da presente dissertação. A equipa de Fiscalização assegurará a realização de reuniões de obra em dia e periodicidade acordada pelas partes que integram o processo construtivo. Por vezes já decorreram reuniões preparatórias no sentido de acordar com o Dono da Obra e/ou Projetista metodologias de trabalho e com os concorrentes da empreitada para esclarecimentos (Veiga, 2010). Segundo BroadwayMalyan Arquitetos Paisagistas (2005) designa-se por reunião pré-contratual a primeira reunião de obra, e deverá agrupar todos os intervenientes que constem no processo construtivo, como o Dono da Obra, os Projetistas, o Construtor e a respetiva equipa responsável pela Fiscalização. 72
Se possível, a primeira reunião deverá ocorrer no local de obra, já com o propósito de realizar o estudo do local, o estudo de várias alternativas à execução do projeto para uma boa concretização do mesmo, o estudo de possíveis erros e, por fim, o estudo das diferentes especialidades que foram integradas já na fase de projeto (Veiga, 2010). Também deverá ser nesta primeira reunião que se afinem as condições de contrato, os procedimentos e os programas de trabalho (BroadwayMalyan, 2005).
Ainda sobre a periocidade das reuniões, Veiga (2010) acrescenta que as reuniões deverão ser semanais ou que se adaptem a uma frequência, de modo a que todos os intervenientes se adaptem a uma rotina. Este autor corrobora que as reuniões semanais devem servir para planear e assegurar os trabalhos, resolver imprevistos e executar trabalhos (Figura 43).
Planear
Sequência de Trabalhos
Resolver
Executar
Erros e Omissões
Trabalhos
Figura 43: Finalidade das reuniões semanais. Adaptado de Veiga, 2010
Para além das reuniões de obra delineadas, a Fiscalização poderá realizar visitas à obra sem marcação prévia (Veiga, 2010). Essas visitas servem para verificação da execução dos trabalhos de acordo com o projeto, verificação do uso de equipamentos, utilizações obrigatórias de uso individual e coletivas dos trabalhadores entre outros elementos que a Fiscalização considere relevante.
Em suma, o processo construtivo quando planificado e cumpridor dos aspetos indicados anteriormente será um processo organizado, sucinto e sustentável. Nos projetos de Arquitetura Paisagista e obras de espaço exterior, o revestimento vegetal é um dos aspetos mais relevantes na sua concretização, pelo que todas as operações que lhe estão associadas como a preparação do solo, rede de rega e instalação do material vegetal deverão ser realizados de acordo com as melhores normas e práticas.
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- Pรกgina em Branco -
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4. MANUAL DE FISCALIZAÇÃO REVESTIMENTO VEGETAL E REDE DE REGA 75
4.1. INTRODUÇÃO Face ao que se tem vindo a expor nos capítulos anteriores, verifica-se que a Fiscalização pode ser realizada por equipas multidisciplinares, cujo Diretor de Obra varia de acordo com a abrangência e classificação da obra. Em obras ligadas a parques e jardins e de conservação e recuperação da natureza é habitual encontrarem-se como Diretores de Obra, Engenheiros Civis e Engenheiros Técnicos Civis, não se encontrando em obra técnicos especialistas na área do ambiente, produção vegetal e de construção de espaços exteriores. A elaboração de um manual direcionado para a Fiscalização de obras destas áreas poderá constituir-se como um documento útil para a sensibilização da necessidade de se terem fiscais com formação adequada a este tipo de intervenções ou poder orientar de melhor forma a fiscalização em obras que integrem o revestimento vegetal, preparação do solo e instalação de redes de rega. A correta instalação da rede de rega tem consequências diretas sobre a instalação do material vegetal. Se a rede de rega não for a mais adequada ou não existir, as taxas da mortalidade do material vegetal serão elevadas e existiram mais trabalhos para a instalação do material vegetal, tendo-se em consequência um espaço temporal maior para o desenvolvimento do material vegetal. Assim sendo, é possível afirmar que a rede de rega e a vegetação se encontram intimamente associadas. Também uma correta instalação da rede de rega permite maior eficiência, evitando-se desperdícios ou gastos desnecessários. A perspetiva da preservação dos recursos naturais também deve estar sempre presente nos projetos, obras e Fiscalização a realizar. A perceção e conhecimento deste conjunto de aspetos associados à água é relevante para o fiscal poder desempenhar o seu papel de modo correto e eficiente. A Fiscalização atenta e rigorosa dos trabalhos de revestimento vegetal normalmente é descurada. Os trabalhos relacionados com a vegetação começam quando o Construtor entra em obra, na realização dos trabalhos de medidas cautelares/trabalhos preparatórios. As medidas cautelares, por norma, não são tidas em conta levando a que existam acessos de obra sobre raízes, elementos de estaleiro posicionados sobre e/ou junto de vegetação, tal como a contaminação de solos vegetais (Roldão, 2016b). Estes trabalhos devem ser fiscalizados de modo a que as espécies e solos a preservar sejam protegidos até ao final da empreitada. Outro elemento que a Fiscalização deverá sempre ter em atenção é a remoção do material vegetal e as técnicas utilizadas de modo a evitar práticas indevidas, tais como o uso de materiais tóxicos que se infiltram nos lenções freáticos. A Fiscalização 76
deverá fazer cumprir os trabalhos especificados no caderno técnico de encargos e exigir a aplicação de boas práticas construtivas e regulamentação em vigor. As terras vegetais são um recurso natural que deve ser preservado ou reutilizado existindo frequentemente a necessidade de armazenamento de terras vegetais, exigindo assim também especial atenção por parte da Fiscalização.
Uma das habituais dificuldades sentidas ao longo da redação da presente dissertação foi a falta de informação disponível sobre o acompanhamento de obra e Fiscalização de obras de revestimento vegetal. Considera-se que a realização do Manual de Fiscalização direcionado para o fornecimento e instalação da rede de rega e do material vegetal, poderá vir a constituirse como um documento técnico que poderá ser utilizado no acompanhamento de obra, enquanto ferramenta da entidade fiscalizadora independentemente da área de especialidade da empresa fiscalizadora, nas obras de espaços exteriores. Apresentase assim o Manual de Fiscalização – Arquitetura Paisagista direcionado ao revestimento vegetal e rede de rega, que foi realizado com base na metodologia apresentada no ponto 4.2, do presente capítulo.
4.2. METODOLOGIA ADOTADA PARA A REALIZAÇÃO DO MANUAL A metodologia seguida na realização do Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória para o revestimento vegetal e rede de rega, passou numa primeira fase pela leitura de diversos documentos relacionados, diretamente e indiretamente, com obras e Fiscalização de projetos de instalação de rede de rega e material vegetal. Após a leitura dos diferentes elementos e realizada a síntese da informação selecionada, foi possível definir os próximos passos da metodologia de trabalho a adaptar neste capítulo. Tendo como base o Caderno de Encargos do Projeto do Parque da Maia, o Plano de Trabalhos do Construtor, a Memória Descritiva do Projeto e a síntese da bibliografia consultada definiu-se a estrutura a dar ao Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória de acordo com o Ciclo de PDCA2.
2
O ciclo PDCA deriva do Plan-Do-Check-Act e foi desenvolvido por Walter A. Shewart. O ciclo de PDCA foi criado no século 20 e o mesmo cientista desenvolveu igualmente o Statistical Process Control (SPC). Contudo no ano de 1950, o ciclo de PDCA foi divulgado por Edward Deming que pretendia torna-lo num instrumento utilizado para controlar as atividades de uma organização, obtendo-se melhores resultados de uma forma contínua. Este ciclo é utilizado para uma correta gestão e pode ser aplicado nas diversas disciplinas (Chase e Aquilano, 2001). Este ciclo apresenta-se como uma maior valia na abordagem a este documento porque ajuda na organização do Manual de Fiscalização através do controlo de processos e fases pelas quais se deve atuar.
77
Seguiu-se a realização do Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória sobre o revestimento vegetal e rede de rega, onde se apresenta uma descrição de cada trabalho previsto, utilizando-se esquemas, imagens e outros elementos que sejam necessários à explicação do conteúdo que contenha cada um dos trabalhos. Observemos no esquema a metodologia utilizada para o desenvolvimento do Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória e sua respetiva organização:
Figura 44: Esquema da metodologia adotada na criação do Manual de Fiscalização para o Parque da Maia. Fonte: Autor, 2017
Tendo por objetivo verificar de que modo o Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista – Versão Provisória sobre o revestimento vegetal e rede de rega, se considerava relevante e se os elementos produzidos se coadunavam com o modus operandi da Fiscalização, procedeu-se à revisão por peritos através de um questionário. A seleção dos peritos foi realizada tendo por base os seguintes pressupostos: •
Área de formação;
•
Área profissional de trabalho e experiência profissional.
Os peritos selecionados abrangeram as seguintes áreas profissionais de formação: •
Arquitetura Paisagista;
•
Engenharia Civil;
•
Engenharia Agronómica.
Após a revisão do Manual de Fiscalização – Arquitetura Paisagista – Versão Provisória, tendo por base o questionário efetuado a peritos, foi realizada a Versão Final que se encontra no anexo 1.
4.3. QUESTIONÁRIO A PERITOS 4.3.1. METODOLOGIA ADOTADA PARA A CRIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO A consulta a peritos foi realizada através de um questionário realizado na plataforma online “Google Formulários”, (Anexo 2) que compreendia duas fases: 78
•
Fase A: Resposta a questões que visavam a caracterização da amostragem;
•
Fase B: Comentários realizados no Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória sobre o revestimento vegetal e rede de rega.
A introdução do questionário a peritos surge com o propósito de recolher informações, opiniões e críticas fundamentadas, contribuidoras para a revisão do Manual de Fiscalização - Versão Provisória previamente elaborado e que irão permitir avaliar a pertinência de um manual deste tipo.
A opção da seleção do questionário a peritos como método de avaliação e retificação prende-se com os seguintes aspetos: I. Tempo disponível para a sua execução que incluindo obtenção e análise de dados, discussão dos resultados e revisão do Manual de Fiscalização é de 4 meses; II. A especificidade e aprofundamento do tema obriga a que os peritos sejam pessoas com elevado número de conhecimentos científicos e técnicos, de preferência na área de projeto, Fiscalização e construção de espaços exteriores; III. Considerando o tempo disponível e o número reduzido de inquiridos só com a contribuição de peritos se podem obter resultados concretos. O questionário foi realizado por correio eletrónico sendo disponibilizado ao entrevistado uma ficha síntese de introdução e dados gerais e o Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória sobre o revestimento vegetal e rede de rega. Face às questões introduzidas pretendem-se obter respostas fechadas e abertas de modo a se poder caracterizar a amostragem e a se obterem considerações sobre o Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória São considerados como peritos: •
Professores universitários das áreas de ciências da terra e de projeto;
•
Arquitetos paisagistas com experiência em projeto, fiscalização e construção;
•
Engenheiros civis, agrónomos e florestais que integram equipas de fiscalização.
Por fim e tendo por base os comentários e apreciações dos peritos efetuou-se a revisão do Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória sobre o revestimento vegetal e rede de rega, passando a ser designado de Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista sobre o revestimento vegetal e rede de rega. Como referido, o questionário consistiu numa ficha semiestruturada, com questões fechadas e questões abertas, e o Manual de Fiscalização – Versão Provisória para 79
comentários. Tendo-se
procurado
em
referências
bibliográficas
questionários
sobre
Fiscalização de obras de preparação do solo e revestimento vegetal, não foi possível encontrar modelos e/ou autores específicos na área de Arquitetura Paisagista, pelo que o questionário realizado e que se apresenta em anexo (Anexo 2) foi elaborado tendo por base a obtenção de dados capazes de responder às dificuldades e esclarecer dúvidas sentidas na realização do Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista Versão Provisória. Após elaboração do modelo do questionário seguiram-se um conjunto de passos que vão permitir obter resultados e reflexões que serão introduzidos e ponderados no Manual de Fiscalização- Arquitetura Paisagista – Revestimento Vegetal e Rede de Rega.
A
metodologia
a
aplicar
no
questionário consiste numa 1ªfase da sua elaboração a recolha de dados. Segue-se numa 2ª fase a junção dos
Entrevista
Recolha
dados obtidos a partir do questionário que irão permitir a realização de análises.
Em função das análises
Discusão
Junção
obtidas pode-se proceder à discussão dos resultados obtidos (Figura 45).
Análise
No final reúnem-se todos os dados e análises recolhidos que permitem a discussão geral do tema e preparação Figura 45: Metodologia para a criação dos questionários. Fonte: Creswell, 2009
do Manual de Fiscalização- Arquitetura Paisagista – Revestimento Vegetal e Rede de Rega.
4.3.2. QUESTIONÁRIO O questionário conterá uma ficha semiestruturada e o Manual de Fiscalização Arquitetura Paisagista - Versão Provisória integrando duas fases com quatro partes de obtenção de dados. A primeira parte pretende caracterizar o perito inquirido pelo que corresponde ao preenchimento dos dados pessoais. Tendo por objetivo o não condicionamento das respostas são pedidos apenas os seguintes tópicos pessoais: 80
•
Nível de escolaridade – área de formação profissional, para melhor compreensão dos possíveis termos técnicos e elementos referidos em entrevista;
•
Idade;
•
Género;
•
Área de formação;
•
Área profissional de trabalho;
•
Número de anos da sua experiência relativo à prática profissional. A segunda parte do questionário abrange questões gerais e são também de
resposta rápida e fechada. Pretende-se a compreensão da importância do Manual de Fiscalização e respetivos técnicos qualificados para a realização da tarefa de fiscalizar. É na terceira parte que são realizadas as questões específicas, onde se pretende que os inquiridos justifiquem as suas respostas, e as interliguem com aspetos que considerem relevantes. Pretende-se que estas respostas venham a enriquecer os questionários por serem abertas. Por fim, tem-se a última parte relativa a considerações a realizar no Manual de Fiscalização, em que se colocará em anexo todo o Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória produzido e que se pretende que sejam apresentadas opiniões, elementos técnicos, entre outros, que proporcionem a realização de um manual mais técnico e completo.
4.3.3. RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO Os inquiridos/peritos são todos do sexo masculino. O nível de formação varia entre Licenciatura Pré-Bolonha, Licenciatura, Mestrado, Doutoramento e Pós-Doutoramento. Analisado o questionário verifica-se que as respostas são distintas em muito devido às áreas de formação e profissional que praticam. Têm-se dados obtidos através das seguintes áreas profissionais, em que cada perito poderia selecionar mais que uma opção: •
Fiscalização de obra, três elemento;
•
Projeto, quatro elementos,
•
Ensino, dois elementos;
•
Construção Civil, um elemento.
Cuja formação é: Engenharia Civil, a Arquitetura Paisagista e a Engenharia Agronómica como anteriormente referido. 81
As principais diferenças que se observam do facto de serem de áreas profissionais distintas podem ser observadas das seguintes críticas: •
“O tipo de plantas a aplicar e os cuidados a ter” – Engenheiro Civil
•
“Consulta complementar do projeto de Arranjos Exteriores” – Engenheiro Civil
•
“A correspondência dos planos para a modelação do terreno; a importação e correção dos solos; a receção do material vegetal; técnicas de plantação” – Arquiteto Paisagista.
Relativamente à experiência profissional de trabalho e dado se tratarem de peritos apenas se consideraram classes entre 10 e 20 anos de experiência profissional e mais de 20 anos de experiência profissional (Figura 46):
Entre 10 a 20 anos Mais de 20 anos
Figura 46: Gráfico representativo da experiência profissional de trabalho dos inquiridos. Fonte: Autor, 2017
Verificou-se que maior parte dos peritos apresentam uma experiência profissional entre os 10 a 20 anos. Contudo, a percentagem correspondente à experiência entre os 20 anos é cerca de 43% dos peritos pelo que existe em equilíbrio entre as experiências profissionais. Cerca de 86% dos inquiridos já integraram equipas de Fiscalização e desempenharam funções como fiscalizadores e coordenadores de equipas de Fiscalização.
Questionaram-se os inquiridos sobre a necessidade de se criar um Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista | Revestimento Vegetal e Rede de Rega tendo-se obtido por resposta que se considerava muito relevante a sua existência. Cerca 29% dos peritos consideram mesmo ser imprescindível. No geral consideram que esse elemento poderá ser uma ferramenta importante na Fiscalização de obras de espaços exteriores podendo o Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista | Revestimento Vegetal e Rede de Rega ser um elemento importante para a tomada de decisão e
82
assegurar a qualidade na implantação do projeto. Quando questionados sobre a existência de um Manual de Fiscalização e se era uma ferramenta útil aquando desempenhassem cargos de Fiscalização, os inquiridos afirmam que sim e que poderiam utilizar o mesmo como: •
Documento para consulta complementar do projeto;
•
Documento
onde
se
apoie
a
tomada
de
decisões
durante o
acompanhamento da obra; •
Documento utilizado como manual orientador;
•
Documento utilizado como Check List.
Outra das questões inquiria sobre se o Dono da Obra teria perceção da necessidade de existirem técnicos qualificados para a Fiscalização específica das operações da preparação do solo e do revestimento vegetal. De acordo com as respostas dadas, 71% dos peritos afirmam que raramente as equipas de Fiscalização incluem técnicos especializados. Apenas 29% dos peritos afirma ser frequente os Donos da Obra terem noção dessa realidade.
Por fim, as últimas questões eram relativas à experiência de trabalho. Pretende-se compreender quais os elementos que por norma não são fiscalizados da melhor forma levando a que existam lacunas durante a sua execução. Os
inquiridos
afirmam
que
durante
a
execução
das
obras
de
espaços
exteriores/Arquitetura Paisagista os elementos que não são fiscalizados da forma mais correta, por norma são: •
A proteção dos elementos vegetais a preservar;
•
A proteção dos solos a preservar;
•
O armazenamento dos solos para a cobertura vegetal a reutilizar;
•
Os cuidados a ter durante a aplicação do material vegetal;
•
A rede de rega e drenagem;
•
A execução da piquetagem referente à modelação do terreno;
•
As análises dos solos para posterior correção dos mesmos;
•
As plantações do material vegetal;
•
A manutenção do revestimento vegetal no período de construção até entrega definitiva da obra.
De acordo com as respostas anteriores, os questionados acham que por norma os elementos que correm mal durante a execução da obra em consequência de insuficiente Fiscalização são: 83
•
A receção do material vegetal;
•
As correções a aplicar na terra vegetal;
•
A drenagem das águas;
•
Sistemas de rega mal-acondicionados e aplicados;
•
Má manutenção ao abacelamento das espécies vegetais;
•
Má seleção dos solos, escolhas das espécies vegetais.
A fase seguinte do questionário consistiu na elaboração de comentários ao Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória, que os inquiridos considerassem relevantes, quer para a correção de termos técnicos, imagens, execução dos trabalhos quer em conteúdos e organização. Esses comentários foram analisados levando a posterior revisão do Manual de Fiscalização - Arquitetura Paisagista - Versão Provisória de modo a que este seja uma ferramenta mais técnica, rigorosa e entendível, dando origem ao Manual de Fiscalização | Arquitetura Paisagista – Revestimento Vegetal e Rede de Rega. A informação recebida como resultado do questionário realizado a peritos, permite afirmar que existe um grande défice de informação sobre Fiscalização em obras de espaços exteriores/Arquitetura Paisagista. A inexistência de informação técnica disponível traduz-se na dificuldade de se proceder à Fiscalização correta que viabilize a implementação correta das obras. Pretende-se com o Manual de Fiscalização | Arquitetura Paisagista – Revestimento Vegetal e Rede de Rega contribua para colmatar algumas das carências detetadas na Fiscalização de obras de espaços exteriores/Arquitetura Paisagista, constituindo-se como uma ferramenta prática.
84
5. MANUAL DE FISCALIZAÇÃO – ARQUITETURA PAISAGISTA REVESTIMENTO VEGETAL E REDE DE REGA 85
5.1. INTRODUÇÃO Após o estudo do projeto e dos documentos da proposta do Construtor para a realização do Parque da Maia e dos contributos dados por peritos e reflexões sobre a da Fiscalização, é possível realizar a síntese de informação sob a forma de um Manual de Fiscalização. Será um manual explicativo e apenas direcionado aos trabalhos do revestimento vegetal e de rede de rega por se ter verificado serem estes os trabalhos que não são devidamente fiscalizados em obras de espaços exteriores. De modo a ser utilizado de forma simples e concisa por diversos técnicos, tentou-se chegar a uma estrutura “tipo”. Neste capítulo apresenta-se a estrutura e componentes do Manual de Fiscalização tal como se apresenta os trabalhos, materiais e práticas a adotar.
5.2. ESTRUTURA DO MANUAL DE FISCALIZAÇÃO A estrutura definida para o Manual de Fiscalização | Arquitetura Paisagista – Revestimento Vegetal e Rede de Rega para o Parque da Maia, foi desenvolvida a partir do Ciclo de PDCA. Segundo o Portal Administração (2015), o Ciclo de PDCA poderá ser designado por Ciclo de PDCA ou por Ciclo de Deming. Tornou-se conhecido por Ciclo de Deming pelo facto de nos anos 50 William Edwards Deming, ter exposto o conceito do ciclo de PDCA. O Ciclo de PDCA diz respeito a uma ferramenta de gestão e qualidade que pretende melhorar e controlar os processos. Este poderá ser aplicado às mais diversas áreas cientificas e técnicas. O objetivo da utilização do Ciclo de PDCA na estrutura do Manual de Fiscalização | Arquitetura Paisagista – Revestimento Vegetal e Rede de Rega visa uma melhor indicação e planeamento de tarefas a realizar, indicando-se os objetivos e métodos que permitam a identificação de problemas e quais as soluções que se podem apresentar para os mesmos (Alves, 2015). A metodologia do Ciclo de PDCA consiste em quatro passos distintos, estando explicito nas siglas PDCA: Plan; Do; Check e Act. Observemos no esquema seguinte:
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Figura 47: Esquema do Ciclo de PDCA. Fonte: Alves, 2015
A fase designada como planear é utilizada para delimitar e traçar os objetivos, métodos e/ou caminhos, que se estabelecem para se atingirem os resultados pretendidos. A presente fase serve para desenvolver uma estratégia de ação. Quando se passa à fase seguinte de executar, a mesma é utilizada para uma avaliação das iniciativas propostas para as propostas selecionadas na resolução dos problemas. Esta fase serve para a compreensão dos elementos que funciona ou não, para que apenas sejam colocados em prática os viáveis. Posteriormente, a fase da verificação serve para avaliar os elementos e propostas que foram executas. Por fim, temos a fase de atuação que consiste em pôr em práticas as tarefas selecionadas para a resolução de problemas (Carvalho, 2015).
Utilizando do ciclo de PDCA e aplicando ao estudo realizado sobre caso do Parque da Maia é necessária a interligação com o Plano de Trabalhos, Plano de Equipamentos, Plano de Mão de Obra e o Caderno de Encargos da Projetista e a aprovar por peritos. Pretende-se com esta comparação compreender os objetivos específicos para a concretização do Parque da Maia, denotando-se a necessidade de existir: Pessoas; Máquinas; Equipamentos e a compreensão de como são executados cada um dos trabalhos. Deste modo, e interligando os objetivos do Ciclo de PDCA e os elementos a apresentar e desenvolver pela Fiscalização é possível apresentar um esquema final. 87
Observemos:
• Construtor • Projetista • Dono da Obra
Forma de atuar
Planear
Verificar
Executar
• Fiscalização • Projetista • Dono de Obra • Segurança e Saúde
• Plano de trabalhos • Plano de Mão de Obra • Plano de Equipamentos • Mapas de quantidades • Projeto
• Plano de Segurança e Saúde • Projeto • Empreitada
Figura 48: Ciclo de PDCA adaptado ao projeto em estudo. Fonte: Autor, 2017
Comparando todos os elementos apresentados e conjugando todos os intervenientes em obra tem-se o esquema anterior composto por documentos apresentados no projeto pela LR e pela MCA, S.A.. O Manual de Fiscalização será um elemento de apoio para a Fiscalização pelo que se organiza em fichas para cada trabalho a realizar. Por sua vez, em cada ficha encontram-se os seguintes parâmetros:
Figura 49: Representação da estrutura do Manual de Fiscalização para o Parque da Maia. Fonte: Autor, 2017
Na parte 1: materiais indicam-se materiais, equipamentos ou ferramentas essenciais à execução dos trabalhos. Não são apresentados todos os elementos, selecionando-se os fundamentais para a boa prática construtiva. No ponto Descrição dos trabalhos é realizado uma descrição geral dos trabalhos a realizar e pontos fundamentais que a fiscalização deverá ter em atenção. O texto aí exposto é 88
complementado com a parte 3. Quanto ao uso de imagens representativas pretende-se utilizar fotografias de projetos realizados no Gabinete da Arquiteta Paisagista Laura Costa ou do arquivo de carácter pessoal da autora de bons e más práticas. No ponto a evitar pretende-se demonstrar alguns trabalhos mal efetuados devido a incongruências cometidas em obra. Os ensaios é um ponto associado apenas a alguns trabalhos e corresponde a ensaios necessários a realizar numa determinada etapa para que as posteriores possam ser executadas sem problemas.
5.3. CONTEÚDO DO MANUAL O conteúdo do Manual de Fiscalização- Arquitetura Paisagista | Revestimento Vegetal e Rede de Rega tem essencialmente por base o Caderno de Condições Técnicas do Projeto desenvolvido no Gabinete LR (Laura Roldão | Arquitetura Paisagista – Unipessoal Lda). Também existem conteúdos resultantes da proposta do Construtor e contributos dos peritos. Por resultado final obtiveram-se 8 fases de trabalho distintas. A primeira fase corresponde à implementação do estaleiro que servirá de apoio a toda a empreitada, onde serão instalados escritórios, ferramentas, equipamentos, instalações para a fiscalização, instalações para reuniões, entre outros (Roldão 2016b: 9). A primeira fase engloba ainda as proteções e equipamentos que são utilizadas. Esta fase encontra-se intimamente associada às questões de segurança dentro da obra. Integra e relaciona-se com o Plano de Segurança e Saúde, que é obrigatório, para evitar acidentes de trabalho e assegurar o bom funcionamento das máquinas. (Barbosa, 2016). São criadas desse modo três fichas distintas direcionadas às proteções individuais/coletivas, à proteção para aplicação de fitofármacos e, por fim uma secção sobre as condições em que se deverão conter as máquinas a utilizar em obra. A fase dos trabalhos preparatórios, designada por segunda fase consiste em toda a preparação do terreno e do material vegetal. A relevância da execução destes trabalhos é o facto de serem direcionados à proteção e preservação da vegetação arbustiva, arbórea e das terras vegetais (Roldão 2016b: 7-8). A atual fase terá nove fichas relativas à proteção do material vegetal e solo, às podas a realizar no material vegetal antes da realização dos transplantes, aos respetivos transplantes, aos abates, limpezas e desmatagem e respetiva decapagem. A terceira fase é referente ao viveiro de obra, e que diz respeito a receção do material vegetal e a realização de talhões de experimentação. Esta fase deverá respeitar o caderno técnico que afirma que “A chegada ao viveiro do empreiteiro/obra terá que ser realizada com pelo menos 90 dias de antecedência em relação à data prevista de 89
plantação de modo a se poder realizar a receção em viveiro, aclimatação e preparação das diferentes espécies” (Roldão 2016b: 7-8). Em quarto lugar tem-se a fase de movimentos de terras, onde serão realizados todos os aterros e escavações necessários para atingir as cotas necessárias do projeto (Roldão 2016 b: 18-20). Esta operação deverá sempre garantir a drenagem das águas superficiais e as cotas finais do projeto. A importância desta tarefa ainda pode ser acrescida por em muitas situações se ter de proceder ao saneamento dos solos contaminados pelos entulhos que foram sendo depositados no terreno a intervir. As instalações hidráulicas dizem respeito à quinta fase que são realizadas após os movimentos de terras. São criadas secções intercaladas com secções de trabalhos respetivos a ensaios para verificação da tubagem e ensaios finais para a realização de ajustes nos pulverizadores e aspersores. A sexta fase diz respeito à preparação do solo para a receção do material vegetal e futuras plantações. Nesta fase será colocada uma camada de terra vegetal para ser possível criar melhores condições para a seguinte fase. A sétima fase corresponde às plantações das árvores, tutoragens, arbustos, herbáceas e sementeiras. Designam-se por Trabalhos de Revestimento Vegetal (Roldão 2016 b: 147-149). Ainda nesta fase é realizado o revestimento do solo, através do revestimento com mulch, gravilhas entre outros elementos que estejam propostos em projeto. Por fim, a fase oito corresponde a diversos trabalhos de finalização, como seja a limpeza da obra (Roldão 2016 b: 154-155). Deverão ser efetuadas limpezas aos betões, elementos construídos, lixos, entulhos entre outros e proceder-se à desmontagem de todo o estaleiro de obra. Na figura seguinte pode-se observar como estão organizadas as fases, qual a sua designação e respetivos trabalhos a efetuar em cada uma dessas, que se traduzem nas respetivas fichas:
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Figura 50: Representação das fases de trabalho e designação dos trabalhos a efetuar. Fonte: Autor, 2017
5.4. MANUAL DE FISCALIZAÇÃO O Manual de Fiscalização – Arquitetura Paisagista | Revestimento Vegetal e Rede de Rega elaborado de acordo com os objetivos indicados neste capítulo, encaixase no anexo 1 onde poderá ser consultado na sua totalidade.
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6. CONCLUSÕES
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O processo construtivo é, sem dúvida, um procedimento que requer a compreensão das entidades e dos intervenientes que nele participam. Para que melhor se possam avaliar as questões relacionadas com a construção de espaços exteriores/Arquitetura Paisagista utiliza-se o caso prático do Parque da Maia. São intervenientes no processo construtivo o Dono da Obra, o Projetista, a Fiscalização e o Construtor. Um questionário realizado a peritos indicou que é na Fiscalização de obras de espaços exteriores/Arquitetura Paisagista, principalmente a nível do Revestimento Vegetal e Rede de Rega que se sentem mais dificuldades por não existirem técnicos especializados nas equipas e/ou conhecimento suficiente. A entidade Fiscalizadora é responsável por, desenvolver um conjunto de tarefas associadas ao processo construtivo, assim como coordenar todos os outros intervenientes envolvidos no processo pelo que a Fiscalização é uma tarefa de responsabilidade no processo construtivo, sendo necessária a sua presença constante. A entidade fiscalizadora deverá ter o poder de programar, definir, resolver e ajudar nos diferentes trabalhos de modo a se cumprirem as prescrições técnicas do projeto e a legislação em vigor. Constatou-se que estudos, trabalhos e investigação que contemplem a Fiscalização no que diz respeito aos processos construtivos de Revestimento Vegetal e Rede de Rega, são poucos tendo-se sentido dificuldades na obtenção de informação na revisão bibliográfica. Indicando as muitas carências e lacunas de conhecimento sobre os aspetos associados à Fiscalização de obras de espaços exteriores/Arquitetura Paisagista, verificou-se haver poucas referências bibliográficas capazes de colmatar estes aspetos considerando-se ser de interesse a realização de um manual que pudesse auxiliar a Fiscalização. Este manual deverá incidir na área de Revestimento Vegetal, modelação e Rede de Rega, podendo ser estruturado de modo a facilitar a leitura e organização nas diferentes obras (Anexo 1). Como conclusão geral indica-se que a Fiscalização de obras de espaços exteriores/Arquitetura Paisagista ainda não é uma área de estudo de referência, pelo que se considera necessário desenvolver mais estudos e trabalhos nesta área.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GABINETES DE PROJETOS E PROJETISTAS:
Barbosa, M. (2016): Plano de segurança e saúde-fase de projeto. Porto. Laura Roldão – Arquitetura Paisagista, Sociedade Unipessoal, Ld.ª
(Documento não
publicado)
BroadwayMalyan Arquitetos Paisagistas. (2005): Caderno de Encargos, Cláusulas técnicas especiais para revestimento vegetal. Viana Retail Park (Documento não publicado) Roldão, L. (2016a): Projeto de Execução-Memória Descritiva. Laura Roldão – Arquitetura Paisagista. Porto. Laura Roldão – Arquitetura Paisagista, Sociedade Unipessoal, Ld.ª (Documento não publicado) ____________ (2016b): Construção do Parque da Maia, Projeto de execução – Condições Técnicas. Porto. Laura Roldão – Arquitetura Paisagista, Sociedade Unipessoal, Ld.ª (Documento não publicado)
INTERNET:
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Disponível
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http://www.portal-administracao.com/2014/08/ciclo-pdca-
conceito-e-aplicacao.html Acedido em 10.04.2017
CONSTRUTORAS: MCA Construções (2016a): Memória Descritiva e Justificativa do modo de execução da obra. Guimarães. M. Couto Alves, S.A. (Documento não publicado) _______________ (2016b): Programa de trabalhos. Guimarães. M. Couto Alves, S.A. (Documento não publicado) 97
_______________(2016c): Plano de Mãos de obra. Guimarães. M. Couto Alves, S.A. (Documento não publicado) _______________(2016d): Plano de Equipamentos. Guimarães. M. Couto Alves, S.A. (Documento não publicado)
DECRETO-LEI/PORTARIAS:
Lei n.º40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República. Diário da República, 1.ª
série
—
N.º
105
(2015).
Disponível
em
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=2334&tabela=leis&so_miol o= Acedido a 30.04.2017
Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de Outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho. Diário da República, 1.ª série – A – N.º251 (2003). Disponível em www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1771&tabela=leis
Acedido
a
08.03.2017
Decreto-Lei n.º59/99 de 2 de Março Ministério do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território. Diário da República, Série I-A (1999). Disponível em https://dre.tretas.org/dre/100273/decreto-lei-59-99-de-2-de-marco
Acedido
em
30.04.2017
Lei n.º 31/2009 de 3 de Julho da Assembleia da República (2009). Disponível em http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1207&tabela=leis
Acedido
em 08.05.2017
Portaria 701-H/2008 de 29 de Julho do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Diário da República, 1.ª série — N.º 145 (2008). Disponível em pt.vortal.biz/sites/default/files/pictures/23.portaria701h2008.pdf Acedido a 10.03.2017
98
Portaria n.º1109/2001 de 19 de Setembro dos Ministérios do Equipamento Social e do Ordenamento do Território. Diário da República, 1.ª série – N.º 2001 (2001). Disponível
em
https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/640609/details/maximized
Acedido a 12.05.2017
Portaria n. º1268/2008 de 6 de Novembro dos Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Diário da República, 1.ª série — N.º 216 (2008). Disponível
em
https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-
/search/439147/details/normal?q=Portaria+n.%C2%BA%201268%2F2008+de+6+de+ Novembro pdf Acedido a 12.05.2017
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ANEXOS •
Anexo 1: Manual de Fiscalização – Arquitetura Paisagista: Revestimento Vegetal e Rede de Rega - Versão Final
•
Anexo 2: Guião do Questionário realizado a peritos
•
Anexo 3: Extrato do Artigo 17.º da SECÇÃO IV do Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de Outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho
•
Anexo 4: Extrato do Artigo 18.º do Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de Outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho
•
Anexo 5: Extrato do artigo 12.º da Lei n.º40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República
•
Anexo 6: Extrato do Artigo 20.º do Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de Outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho
•
Anexo 7: Extrato do Artigo 16.º da lei n.º 40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República
•
Anexo 8: Extrato do Anexo 1 da Portaria n.º1268/2008 de 6 de Novembro dos Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
•
Anexo 9: Projeto de Espaços Exteriores e de Integração Paisagística – Moradia Particular: Trabalhos desenvolvidos no LRC | Arquitetura Paisagista
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ANEXO 1:
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO
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Autores: Laura Roldão Costa Arquiteta Paisagista Soraia Coutinho Arquiteta Paisagista
Realizado em Outubro de 2017
Consultores: Albino Estelita Engenheiro Civil André Pinto Engenheiro Civil Frederico Meireles Arquiteto Paisagista Gaspar Freitas Engenheiro Civil Joaquim Quelhas Engenheiro Agrónomo Luís Loures Arquiteto Paisagista Serafim Almeida Engenheiro Civil
Produção:
LRC | Laura Roldão Costa – Arquitetura Paisagista Viela da Barranha 159 1º Esq. Senhora da Hora. Matosinhos. 2017 lauracosta.ap@sapo.pt
A complexidade do processo de urbanização das paisagens implica multiplicidade de abordagens, quer na definição e conceção, quer na instalação e manutenção das estruturas ecológicas.
Resultam destas abordagens várias tipologias de espaços que integram a estrutura ecológica, mas em todas é a vegetação o material estruturante, tendo que se considerar na sua utilização todos os benefícios que dela podemos obter, desde os designados de utilitários, como sejam a melhoria da qualidade do ar, captura de carbono, moderação do clima, retenção de água de tempestade e benefícios sociais e de saúde, como os designados de experienciais, decorrentes da experiência de sentimentos de prazer, fruição e apreciação pelas pessoas e que resultam das dinâmicas, cores, texturas, volumes, silhuetas, paladares, aromas, frescura e serenidade que nos oferece.
No entanto, para que se possam obter os benefícios utilitários e experienciais na sua plenitude, temse que assegurar a correta instalação do material vegetal, e a sua adequada manutenção e consolidação. Considera-se assim que a instalação da vegetação, não só implica o entendimento dos objetivos finais expressos no projeto, como também das caraterísticas próprias do local, da especificidade de cada indivíduo e das dinâmicas criadas em cada espaço resultantes da interação dos fatores ecológicos e sociais.
Tendo por base a experiência adquirida na realização de projetos e acompanhamento de obras, apresenta-se um Manual de Fiscalização direcionado à instalação do material vegetal e da rede de rega e que tem por objetivo constituir um instrumento de apoio capaz de orientar e motivar os vários intervenientes na fiscalização da obra visando o estabelecimento de estruturas ecológicas diversificadas cumpridoras das funções pretendidas.
Dado se considerar que um projeto de arquitetura paisagista não se esgota no trabalho de gabinete, mas que é um processo que iniciado em gabinete tem continuidade na obra e na manutenção, constituindo-se como um procedimento contínuo ao longo do tempo, de aperfeiçoamento e de adaptação face às dinâmicas ecológicas do local e à apropriação do espaço, pretende-se que este Manual de Fiscalização contribua para a continuidade do trabalho de gabinete.
A procura de soluções e de propostas mais adequadas às exigências de cada local de forma ecológica e socialmente correta, segura, criativa e bela, havendo inclusive lugar a alguma experimentação numa perspetiva de investigação aplicada, também se realiza na obra, sendo esta atividade integrante do processo criativo.
Este Manual de Fiscalização destina-se a todos os intervenientes da construção de jardins, parques e espaços naturalizados, e é elaborado tendo por base imagens e diagramas de modo a ser facilmente interpretado nos conhecimentos e técnicas que apresenta. Encontra-se organizado por fichas de trabalhos, que por sua vez se encontram subdivididas em secções. As fichas são organizadas tendo por base a estrutura habitualmente observada nas Condições Técnicas dos Projetos de Revestimento Vegetal.
Em cada ficha são, regra geral, apresentadas cinco secções com informação. Na primeira secção faz-se a identificação da ficha com o título e uma breve descrição. Na segunda secção são indicados os materiais a aplicar e/ou as ferramentas e equipamentos a utilizar para a realização desse trabalho. A terceira secção corresponde à descrição da execução dos trabalhos incorporando-se diagramas e imagens que são acompanhados por breve recomendação técnica. A quarta secção corresponde à indicação dos trabalhos a evitar ou de como não realizar os trabalhos. Por fim, segue-se a última secção, a quinta, que corresponde à época que se considera ser a mais indicada para a realização dos trabalhos.
O Manual fornece um conjunto de recomendações essenciais à correta execução de obras de construção de espaços verdes na especificidade da instalação do material vegetal e rede de rega, contemplando também os trabalhos relacionados com o estaleiro e preparação do solo.
Este Manual foi elaborado por colaboradores do gabinete, tendo também contado com a colaboração de consultores especialistas de diversas áreas profissionais.
Matosinhos, junho de 2017 Laura Roldão Costa
COMO USAR O MANUAL
O presente Manual de Fiscalização contempla os trabalhos necessários ao revestimento vegetal e à rede de rega. Tem por objetivo indicar os pontos essenciais à execução de cada trabalho organizando-se por fichas. Cada ficha corresponde a uma página (frente e verso), tornando-a de fácil consulta. Cada ficha estrutura-se em secções. A primeira secção (1) corresponde à identificação da ficha. A segunda (2) descreve as ferramentas, materiais e/ou equipamentos a utilizar para cada trabalho. A terceira secção (3) apresenta imagens e diagramas demonstrativos das boas práticas associadas à execução do trabalho. Algumas fichas apresentam uma quarta secção (4) com a indicação de trabalhos a não realizar ou cuidados especiais a ter, através da descrição ou imagens. Passa-se a descrever com mais detalhe a estrutura de cada ficha. Cada ficha é identificada por um título que corresponde à designação dos trabalhos seguindo-se uma breve descrição dos trabalhos apresentados. Seguidamente apresentam-se os equipamentos vulgarmente necessários à execução dos trabalhos. Esta secção é ilustrada com imagens de modo a ser mais facilmente entendível. Segue-se a secção correspondente à descrição dos trabalhos que apresenta imagens e/ou diagramas e textos resumidos e que têm por objetivo demonstrar boas práticas de execução.
(1) Identificação da ficha Título
(2) Equipamentos essenciais à execução dos trabalhos
(3) Descrição dos trabalhos e imagens representativas
(3) Descrição dos trabalhos (continuação)
(3) Esquemas
(4) Imagens representativas
(5) Datas de execução dos trabalhos
Em algumas fichas podem surgir imagens ou textos que alertam para aspetos positivos ou negativos habituais no decorrer da obra e os trabalhos que a mesma envolve e para os quais se deve ter especial atenção.
A terminar cada ficha são apresentadas duas barras correspondendo a primeira à época que se considera ser mais indicada para a execução dos trabalhos (5). A indicação das épocas favoráveis é assinalada com
.
Quando o trabalho pode ser realizado em qualquer época do ano a indicação é dada na classificação indiferente, como no exemplo dado. Por fim tem-se uma barra com a designação “Classificação da Fiscalização” onde poderão ser tomadas notas acerca dos trabalhos executados em obra. Na última parte do Manual de Fiscalização ainda é possível encontrar um glossário de termos técnicos que facilita a interpretação dos termos técnicos e científicos aplicados ao longo do documento.
ÍNDICE
Fichas
Secções
Estaleiro
Montagem e desmontagem do estaleiro
Segurança e Saúde
Proteções individuais e coletivas
Segurança e Saúde Segurança e Saúde
Proteção para aplicação de fitofarmacêuticos/fitofármacos Controlo de máquinas
Trabalhos Preparatórios
Proteção do material vegetal
Trabalhos Preparatórios
Proteção do solo
Trabalhos Preparatórios
Podas de transplantes - Árvores
Trabalhos Preparatórios
Podas de transplantes - Arbustos
Trabalhos Preparatórios
Transplantes de árvores e de arbustos de porte arbóreo
Trabalhos Preparatórios
Transplantes de herbáceas
Trabalhos Preparatórios
Abate de árvores e de arbustos de porte arbóreo
Trabalhos Preparatórios
Limpeza e desmatação do solo
Trabalhos Preparatórios
Decapagem do solo
Viveiro de Obra
Receção do material vegetal
Viveiro de Obra
Talhões de amostragem
Movimento de terras
Escavações
Movimento de terras
Aterros
Movimento de terras
Valas
Instalações Hidráulicas
Piquetagem e valas para a instalação de tubagem
Instalações Hidráulicas
Ensaios e fechos de valas da rede de rega Instalação do tubo de polietileno de alta densidade - rega Instalação de aspersores, pulverizadores e bocas de rega
Instalações Hidráulicas Instalações Hidráulicas Instalações Hidráulicas Instalações Hidráulicas
Electroválvulas e caixas para alojamento de electroválvulas Válvulas de seccionamento
Instalações Hidráulicas
Controle automático
Instalações Hidráulicas
Ligação à rede geral
Instalações Hidráulicas
Furo artesiano
Instalações Hidráulicas
Ensaios finais da rede de rega
Preparação do solo
Fornecimento e colocação de terra vegetal
Preparação do solo
Regularização final do solo, mobilização, desprega e fertilização
Trabalhos de Revestimento vegetal
Plantação de árvores
Trabalhos de Revestimento vegetal
Tutoragem
Trabalhos de Revestimento vegetal
Plantação de arbustos e herbáceas
Trabalhos de Revestimento vegetal
Sementeiras
Trabalhos de Revestimento vegetal Trabalhos de Revestimento vegetal Diversos
Revestimento do solo com mulch e gravilhas Caldeiras para árvores Limpeza final da obra
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MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A montagem, funcionamento e desmontagem do estaleiro é um trabalho fundamental para assegurar o correto desenvolvimento da obra. Inserem-se os trabalhos de sinalização e vedações da obra, e de gestão e preparação de trabalhos, trabalhadores, equipamentos e materiais. Especial atenção é dada às questões da segurança.
MONTAGEM E DESMONTAGEM DO ESTALEIRO
2
1
Módulos préfabricados
Sanitários
3
Tapumes
4
Sinalização
Estaleiro de obra
ESTALEIRO
O estaleiro a implementar em obra deverá conter: o o o o o o o o o o
Estacionamentos; Escritórios – empreiteiro, fiscalização, dono de obra, projetistas; Armazéns de materiais; Instalações para reuniões e instalações sociais; Sanitários; Posto de primeiros socorros; Parque de materiais e equipamentos, Vias de circulação; Zona para materiais segregados, Ecoponto (big-bag, contentores ou outros).
Estes elementos deverão encontrar-se munidos de redes provisórias destacando-se à água, à eletricidade, aos esgotos e às demais que se justifiquem.
Vedações As vedações a implementar deverão restringir o acesso às pessoas que não estejam ligadas à empreitada. As mesmas deverão circundar todo o local de trabalho de modo a não deixarem espaços sem vedar. A vedação é um elemento que reflete a qualidade e tipo de obra pelo que terá que ser aprovada.
O estaleiro a implementar deverá conter uma planta aprovada pela fiscalização, que terá que considerar: espécies vegetais, elementos construídos a preservar, circulação de pessoas e máquinas e armazenamento de materiais.
Imagem representativa de vedação que impede a entrada a estranhos
Imagens representativas de vedações “tipo”
Sinalização
ESTALEIRO
A sinalização a colocar em obra, deverá estar presente desde a vedação até ao estaleiro. Deverá limitar entradas, estacionamentos, equipamentos de proteção de uso obrigatório entre outros. A sinalização a colocar no exterior da obra – espaço público – terá de assegurar a prevenção de acidentes de pessoas estranhas e veículos.
Recuperação da zona do estaleiro Deverá ser desmontado o estaleiro e realizadas demolições totais, repicagens de betões e alvenarias para correção da geometria altimétrica em virtude do processo construtivo ou de demolição utilizado não se coadunem com as dimensões previstas no projeto. Proceder-se-á à reposição de terra vegetal e aplicação de revestimento vegetal mesmo que o estaleiro não se encontre na área de intervenção da obra e sempre que se justifique.
A reter: O estaleiro só poderá ser montado após realizada a consignação da obra e Plano de Segurança e Saúde. O Plano de Segurança e Saúde terá que ser comunicado ao ACT.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA As proteções coletivas (EPC) e individuais (EPI) devem ser elementos obrigatórios em todas as empreitadas e devem ser respeitadas por todos os indivíduos em obra.
PROTEÇÕES INDIVIDUAIS E COLETIVAS
3
4
5
Proteção de valas
Arnês
Linha de vida
Óculos de proteção
8
9
10
11
12
Capacete de Proteção
Botas de borracha
Botas de Proteção
Colete de alta Luvas visibilidade
Proteção auricular
13
14
15
16
18
Fato de proteção
Luvas de nitrilo Viseira
1
2
Guarda-corpos Sinalética
SEGURANÇA E SAÚDE
7
Parte a proteger Proteção coletiva
Proteção coletiva
Proteção coletiva
Tronco Proteção individual
Máscara
17
Capacete
6
Casaco
Função Evitar quedas em altura.
Evitar acidentes dentro da obra.
Evitar soterramentos.
Evitar quedas em altura no caso de subir as árvores, jardins verticais, coberturas entre outros.
Proteção individual
Evitar quedas em altura.
Rosto
Evitar ferimentos nos olhos devido a projeções entre outros.
Proteção individual Cabeça Proteção individual
Evitar ferimentos devido a quedas de materiais, pancadas, entre outros.
Membros inferiores
Proteção individual Membros inferiores Proteção individual Tronco Proteção individual Membros superiores Proteção individual Ouvidos Proteção individual Tronco Proteção individual Membros superiores
SEGURANÇA E SAÚDE
Proteção individual Rosto
Evitar o contato com produtos químicos, cortes, choques elétricos, entre outros. Evitar ferimentos devido a perfurações, esmagamentos, entalamentos entre outros. Evitar atropelamentos, choques e aumentar a visibilidade. Evitar ferimentos devido a cortes, doenças de pele, ferimentos entre outros. Evitar lesões no parelho auditivo devido a ruídos fortes, poeiras entre outros. Proteção contra salpicos no manuseamento de produtos fitofármacos. Evitar o contato com produtos fitofarmacêuticos e microrganismos.
Evitar ferimentos nos olhos devido a salpicos.
Proteção individual Rosto Proteção individual Rosto Proteção individual
Evitar lesões no rosto devido a projeções entre outros. Evitar lesões nas vias respiratórias devido aos elementos tóxicos, poeiras entre outros.
Uso diário obrigatório: Capacete de proteção, botas de proteção, luvas de proteção mecânica, sinalética, colete de alta visibilidade Uso temporário obrigatório: Protetores auriculares, máscara filtrante anti-poeiras, óculos de proteção, guarda corpos, arnês
Todos os trabalhadores deverão estar munidos dos seguintes documentos: o o o o o o
B.I.; Número Segurança Social; Número Contribuinte; Ficha de Aptidão Médica; Declaração de Receção de EPI; Registo da Formação de acolhimento em obra.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA As proteções para a aplicação de fitofarmacêuticos e/ou fitofármacos são de uso obrigatório. Só deverão ser aplicados quando especificados em caderno de encargos.
APLICAÇÃO DE FITOFARMACÊUTICOS/FITOFÁRMACOS
1
3
2
Pulverizador de Pulverizador jato projetado pneumático
Pulverizador de jato transportado
Função
SEGURANÇA E SAÚDE
O pulverizador de jato projetado é transportado manualmente, em médias extensões de áreas a aplicar produtos fitofarmacêuticos.
O pulverizador de jato transportado é acoplado ao trator, e utilizado em grandes extensões de terreno.
O pulverizador pneumático de dorso, é utilizado para pequenas áreas de terreno, e contém um motor acoplado a si mesmo. É utilizado por um só indivíduo e é transportado pelo mesmo.
A preparação da calda, aplicação e limpeza do equipamento de aplicação são fases de trabalho que implicam distintos equipamentos. As mesmas devem respeitar os decretos de lei em vigor.
Preparação da calda: o Fato de proteção; o Luvas de nitrilo; o Botas de borracha; o Viseira; o Máscara.
Aplicação: o Fato de proteção; o Luvas de nitrilo; o Botas de borracha; o Máscara.
Limpeza do equipamento de aplicação: o Fato de proteção; o Luvas de nitrilo; o Botas de borracha.
Cuidados a ter durante a aplicação: As condições meteorológicas podem afetar a eficiência e a segurança do tratamento a aplicar. Deste modo dever-se-á ter em especial atenção: o o o
A aplicação com vento, que poderá arrastar a calda afetando culturas, linhas de água, habitações entre outros; Aplicar a calda, assegurando-se que existe um período posterior sem precipitação de modo a que o mesmo não seja arrastado pela água da chuva; Evitar a aplicação nas horas do dia de maior calor.
Eliminação das embalagens
A eliminação das embalagens vazias é realizada por VALORFITO. Designa-se desta forma toda a recolha que envolva resíduos provenientes de fitofarmacêuticos.
SEGURANÇA E SAÚDE
Toxicidade dos produtos
Muito tóxico
Tóxico
T+
Época de Execução:
Nocivo
T
Xn
Inverno
Classificação da Fiscalização
Sensibilizante Corrosivo irritante Xi
Primavera
C
Verão
Perigoso para Isento o ambiente N
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA O controlo de máquinas deverá ser efetuado para que as mesmas não coloquem em risco os intervenientes em obra. É importante a fiscalização dos documentos relativos de cada máquina.
CONTROLO DE MÁQUINAS
O controlo de máquinas deverá ser realizado sempre que existam máquinas em obra. Para que exista um melhor controlo, deverá existir uma lista das máquinas presentes em obra. As entradas das máquinas em obra deverão ser previamente aprovadas pelo fiscalizador.
SEGURANÇA E SAÚDE
Documentos a apresentar à Fiscalização de acordo com cada máquina: Máquinas anteriores a 1995:
Máquinas posteriores a 1995 (inclusive):
- Declaração de verificação de acordo com
- Declaração de conformidade “CE” de
D.L. 50/2005;
acordo com D.L. 320/2001;
- Plano de Manutenção;
- Plano de Manutenção;
- Registo da Última Manutenção efetuada;
- Registo da Última Manutenção efetuada;
- Manual de Instruções no Interior da
- Manual de Instruções no Interior da
Cabine (Em Português);
Cabine (Em Português);
- Certificado de aptidão do manobrador;
- Certificado de aptidão do manobrador;
- Seguro automóvel da máquina (caso
- Seguro automóvel da máquina (caso
circule em via).
circule em via).
Sempre que entre uma nova máquina em obra deverá conter a documentação atrás mencionada.
SEGURANÇA E SAÚDE Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A proteção do material vegetal deverá ser sempre implementada quando especificado em caderno de encargos ou quando presentes na obra se sejam para manter.
PROTEÇÃO DO MATERIAL VEGETAL
1
2
Vedações metálicas
Rede de sinalização
3
4
Postes de Madeira ou metálicos
5
Telas geotêxtis Tapumes
Colocação de vedações e resguardos
Dever-se-á ter em atenção: ▪ ▪ ▪
Localização dos elementos vegetais a proteger – parte aérea e subterrânea; Depósitos de materiais; Movimentos de pessoas e máquinas.
Parte aérea
Proteção individual à árvore
Altura de 1,50 m
Parte radicular
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Os trabalhos que sejam necessários efetuar junto do material vegetal, deverão ser realizados de modo manual. O facto de não serem utilizadas máquinas previne a compactação do solo.
Nunca < que 2,0 m
Quando não for possível a proteção representada anteriormente, deverão ser colocados tapumes de madeira entre o colo da árvore e a bifurcação dos ramos principais – casos excecionais.
Bifurcação dos ramos principais Colo da árvore
Proteção coletiva às árvores
Altura de 1,50 m
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Imagens representativas de proteções individuais e coletivas
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA Os solos vegetais deverão ser mantidos isentos de travessias de máquinas entre outros evitando a compactação e contaminação dos mesmos. Se não for possível deverão ser tomadas medidas de proteção do solo.
PROTEÇÃO DO SOLO
1
2
Tela geotêxtil
Mulch de Casca de Pinheiro
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Caso existam terras vegetais a preservar deverão ser condicionadas as circulações sobre as mesmas. Caso existam raízes de árvores deverá ser feita a sua preservação.
Proteção do solo Quando for necessária a circulação de veículos sobre a terra vegetal e/ou raízes, dever-se-á aplicar uma tela geotêxtil permeável de proteção seguida de uma camada de 10 cm de mulch ou estilha.
Tela geotêxtil
Imagens representativas de detritos depositados nos solos
Mulch
Terra vegetal
A evitar: Elementos depositados sobre terra vegetal; Elementos que compactem o solo; Lixo e entulhos; Óleos de motor; Gasóleo; Entre outros.
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA As podas de transplante em árvores ou arbustos de porte arbóreo deverão ser executadas por técnico com qualificações necessárias para o realizar – arboricultor ou cirurgião de árvores.
PODAS DE TRANSPLANTE - ÁRVORES
1
2
Tesoura 7
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Plataforma elevatória
Serra 8
Enxada
3
4
Cabo telescópico 9
Tesoura de pegas
6
5
Serrote de arco
Motosserra
Abre covas
As árvores destinadas ao transplante poderão ter de sofrer uma poda da parte aérea, que poderá levar à redução da copa entre 30 a 50 %. A poda terá de preservar sempre a estrutura natural da copa. A raiz sofrerá uma poda compatível com a espécie, porte e época de transplante.
Poda aérea com rebaixamento
Estrutura natural da copa
Rebaixamento dos ramos principais mantendo uma silhueta aproximada da estrutura natural
Árvore após realização da poda de rebaixamento com supressão da parte da raiz
Poda aérea de arejamento
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Estrutura natural da copa
Seleção de ramos mal formados, danificados, ramos ladrões entre outros
Árvore após realização da poda de arejamento
Poda radicular
Estrutura natural da árvore
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Poda na parte aérea e marcação da poda na parte radicular
Primavera
Verão
Árvore após realizadas ambas as podas
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA As podas de transplantes em arbustos, deverão ser executadas às espécies arbustivas quando estas forem sujeitas a transplante para diminuir o stresse após o transplante.
PODAS DE TRANSPLANTE - ARBUSTOS
1
2
3
4
Tesoura
Serra
Tesoura de pegas
Serrote de arco
6
5
Enxada
Abre covas
Quando o arbusto apresentar porte arbóreo, dever-se-á aplicar a poda indicada para as árvores.
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
As podas a aplicar nos arbustos deverão manter nos mesmos a sua forma natural.
Poda arbustos de rebaixamento – Parte aérea
Estrutura natural do arbusto
Delimitação da redução da copa
Arbusto após intervenção da poda
Poda arbustos de arejamento – Parte aérea
Estrutura natural do arbusto
Seleção de ramos danificados, partidos e/ou com má formação
Arbusto após intervenção da poda
Poda arbustos – Parte radicular
Estrutura natural do arbusto
Marcação da poda na parte radicular
Arbusto após realizadas ambas as podas
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Imagem representativa de um arbusto que sofreu uma poda antes do transplante
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA Após realizadas as podas necessárias procede-se ao transplante da espécie vegetal. Os transplantes devem ser realizados por técnicos devidamente qualificados – arboricultor ou cirurgião de árvores.
TRANSPLANTE DE ÁRVORES E DE ARBUSTOS DE PORTE ARBÓREO
1
Serapilheira 7
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Tela geotêxtil
2
Redemetálica 8
Gruas fixas e móveis
3
4
5
Cintas
Serra de Corte Pá
9
10
6
Enxada
Máquina de corte Bobcat e transporte
A época em que decorre esta operação depende da espécie sendo que predominantemente deverá ser realizada entre Outubro a Março, com humidade relativa elevada e ausência de ventos. De forma a se evitarem danos nos ramos, como feridas e ramos esgaçados, durante o processo de transplante e sempre que necessário dever-se-ão envolver os ramos e troncos com tela geotêxtil a fim de servir de ligadura contra danos. O torrão da árvore deverá ser proporcional à parte aérea e protegido por rede ou serapilheira de modo a não se desfazer. Especial atenção deverá ser dada ao local e modo de aplicação das cintas para proceder ao arranque e transplante.
Transplantes
Sempre que possível deve-se plantar as árvores/ arbustos no seu local definitivo. Caso não seja possível as árvores devem-se abacelar em locais específicos e escoradas para que não ocorram quedas e danos. Local de abacelamento deve considerar: Afastamento da zona de circulação de pessoas e máquinas; Proximidade de água; Proteção dos ventos dominantes; Proteção das geadas; Locais com terra fértil.
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
o o o o o
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA O transplante de herbáceas decorre de acordo com a raiz que a mesma contenha.
TRANSPLANTE DE HERBÁCEAS
1
2
3
4
5
6
Pá de corte
Tesoura
Pá
Enxada
Vasos e Tabuleiros
Utensílios de jardinagem
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
O transplante de herbáceas deverá ser realizado por um técnico qualificado. O técnico irá preparar a parte aérea e radicular, para o posterior arranque e replantação. Esta operação deverá ser realizada entre Outubro a Março, com humidade relativa elevada e ausência de ventos.
Transplantes
Planta acaule
Planta acaule
Rizomas
Estolhos
Transplante: Corte de algumas raízes
Separação das raízes
Separação dos Rizomas e corte de folhas
Corte de estolhos
Sempre que possível devem-se plantar as herbáceas no seu local definitivo. Caso não seja possível, devem ficar abaceladas em locais que devem acautelar: Afastamento da zona de circulação de pessoas e máquinas; Proximidade de água; Proteção dos ventos dominantes; Proteção das geadas; Locais com terra fértil.
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
o o o o o
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA O abate de espécies vegetais só deverá ocorrer após marcação (das espécies vegetais), de acordo com o caderno de encargos e a aprovação da fiscalização.
ABATE DE ÁRVORES E DE ARBUSTOS DE PORTE ARBÓREO
1
2
Motosserra
3
4
Cunha de ferro Marreta
Fita plástica ou tinta
Aspetos a considerar nos abates Quando a árvore a abater for de grande porte, dever-se-á abater através de desmonte. O processo de abate deve ser ponderado para que não ocorra o efeito de dominó por descompensação das copas com consequências irremediáveis em todo o arvoredo. O material lenhoso resultante do abate poderá ser destroçado no local e reutilizado no espaço verde.
Técnica padrão de Corte de árvores Orientação da queda
Dobra
20cm
Corte de Abate
30cm
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
O abate de árvores e de arbustos de porte arbóreo só poderá ter início após marcação de elementos a abater com fita plástica ou tinta facilmente removível que não danifique a árvore e após a aprovação da fiscalização e projetistas.
Técnicas especiais de Corte Árvores com raízes exteriores
Uso da cunha para direcionar a queda Árvores com inclinação no da árvore para árvores de grande tronco porte e com problemas fitossanitários
1
1
4
5
2
6 3 4
2 1 3
4 5
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
1: Dobra 2: Corte de Abate 3: Cunha
4 1 1
4: Corte Final 5: Corte em toda a extensão 6: Corte das raízes exteriores
Corte de determinadas espécies Determinadas espécies estão sujeitas a técnicas específicas de abate tendo que ser cumprida a legislação em vigor.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A limpeza e desmatagem deverá ocorrer sempre que o local em intervenção se encontre com matos e espécies florestais.
LIMPEZA E DESMATAGEM DO SOLO
1
2
3
Motorroçadora Destroçador
4
Motoganhadeira Corta Matos
5
6
Trator
Destroçador estacionário
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Os trabalhos a realizar só deverão avançar aquando o projetista e equipa fiscalizadora, verificarem quais os elementos a remover, transplantar e preservar.
Função As Motorroçadoras são utilizadas em locais onde é difícil o acesso e locais com pouca área a intervir.
O Destroçador é um equipamento acionado por trator, que realiza o corte da vegetação através de facas ou correntes. As facas fazem um corte limpo da vegetação, contudo as correntes destroçam a mesma.
A Motoganhadeira é utilizada para o corte da vegetação sem a destroçar. Só é utilizada no corte de vegetação não muito robusta.
O Corta Matos é um equipamento acionado por trator, e serve para o corte da parte aérea da vegetação. Este equipamento destroça a vegetação.
O Destroçador estacionário é utilizado na transformação de troncos, ramos, árvores, arbustos e outros detritos resultado do revestimento vegetal. Por vezes poderá ser reutilizado no solo, como recurso energético entre outros.
É estritamente proibido: o o
A queima de materiais; Enterrar os materiais no solo;
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Devem ser: o o o
Removidos os lixos; Removidos os entulhos; Removidos os materiais vegetais que não forem destroçados.
Os materiais devem ser removidos para vazadouros ou locais licenciados.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A decapagem do material vegetal, só deverá ocorrer aquando as terras vegetais forem de boa qualidade, após a realização de testes efetuados às terras.
DECAPAGEM DO SOLO
1
2
Camião
Escavadora
3
Bulldozer
4
Retroescavadora
A decapagem de terras vegetais deverá ser realizada após a limpeza do terreno e antes dos trabalhos referentes aos movimentos de terras.
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Só deverá ser realizada a decapagem das terras vegetais ou das terras vivas pelo que as espessuras a decapar devem estar compreendidas entre os 10 e 40 cm de acordo com a qualidade das terras. As terras vegetais ou vivas resultantes de decapagens deverão ser armazenadas em pargas para posterior utilização.
Representação da recolha de terras vegetais
0,1 m a 0,4m
Armazenamento das terras vegetais – Pargas (altura 1,5m; largura 2,5-3,0m; comprimento variável
1,5m
2,5 – 3,0 m
Localização e características das pargas As pargas devem situar-se em locais arejados e drenados. Sempre que possível deverá ser realizada uma sementeira de tremocilha ou trevos para favorecer o enriquecimento com azoto dos solos. Também se pode introduzir estilha ou mulch.
A evitar: o
As pargas deverão ter de altura máxima 1,50 m, exceto se acordado com a fiscalização outra altura;
o
Não devem ser depositados materiais em cima das pargas;
o
Não é permitido que máquinas e/ou outros equipamentos em obra danifiquem as pargas; Deve ser evitada a compactação e contaminação das pargas.
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
o
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A receção do material vegetal deverá ser realizada com o conhecimento da fiscalização, e deverão ser aprovados ou rejeitados os diversos elementos de acordo com diversas características.
RECEÇÃO DO MATERIAL VEGETAL
A receção do material vegetal deverá ocorrer com pelo menos 90 dias de antecedência em relação à da data prevista para a conclusão dos trabalhos. Estes 90 dias proporcionaram às espécies vegetais a aclimatação mínima e sua preparação para plantação.
Receção do material vegetal Aquando da chegada do material vegetal deverão ser verificados os seguintes elementos: o o
Certificado/ Passaporte fitossanitário Etiqueta com o nome botânico, com indicação ao género, espécie e variedade
O material vegetal deverá ser entregue em lotes por espécie, variedade ou cultivar, não devendo ser aceites entregas de indivíduos isolados. Modus operandi da receção do material vegetal
VIVEIRO DE OBRA
o o
Aspetos gerais da parte aérea - verificar as alturas, calibres, silhuetas, densidade de ramagens e ramificações, feridas em troncos e ramos, doenças, fuste e flecha. Aspetos gerais na parte subterrânea - dimensão do torrão/vaso, dimensão e condições da raiz nua, condição das raízes, doenças nas raízes.
Classificação do material vegetal Estrutura da árvore Flecha definida
Tronco equilibrado
Flecha indefinida
Tronco mal formado
Estrutura das raízes envasadas
Estrutura das raízes em crescimento livre
Armazenamento das plantas de acordo com a raiz Plantas produzidas em contentor
Plantas em torrão
Plantas em raiz nua
Dever-se-á colocar a planta na vertical, e bem estabelecida no chão.
Dever-se-á pousar a planta no chão contiguamente. Deve ser coberta com palha, areia ou terra fina de modo a proteger o torrão das adversidades climatéricas.
Dever-se-á abacelar a planta em valas, alinhadas e revestidas com terra de modo a que fiquem totalmente cobertas.
Material vegetal durante o período em viveiro de obra Durante o tempo que o material vegetal se encontre abacelado em viveiro de obra, este deverá ser cuidado de acordo com os seguintes requisitos:
VIVEIRO DE OBRA
o o o o o
Regas; Mondas; Colocação de tutores; Atilhos; Entre outros cuidados a ter para manter o bom estado fitossanitário do material vegetal.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA Os talhões de amostragem deverão ser realizados em locais com as mesmas características dos locais a implementar em obra e verificados semanalmente.
TALHÕES DE AMOSTRAGEM
Os talhões de amostragem deverão ser realizados no viveiro de obra e, caso não seja possível, devem ser realizados num espaço próximo do local da obra.
Talhões de amostragem Os talhões deverão ter 1,00 m2 (1,00 m X 1,00 m)
Dever-se-á executar pelo menos 1 talhão por espécie a semear.
VIVEIRO DE OBRA
Dever-se-á executar pelo menos 1 talhão por módulo de plantação
Exemplo da organização de 25 talhões de amostragem
Caso se execute mais de 1 talhão por módulo de plantação ou sementeira devem-se realizar talhões com distintas percentagens das diferentes espécies.
Cuidados a ter com os talhões de amostragem Dever-se-á dotar a mesma quantidade e tipo de distribuição de água nos talhões, de acordo com as condições em que ficam as espécies em local definitivo.
Período de germinação - Sementes Durante o período de germinação / crescimento do material vegetal, dever-se-ão recolher dados, como: o o o o o o o o o o o o o o o
Pureza da semente; Peso da semente; Evolução da germinação das sementes; Número de folhas; Crescimento e tempo necessário para chegar ao estado de maturidade; Mortalidade; Consumo de água de rega; Temperaturas observadas durante a realização dos talhões; Humidade relativa/absoluta; Determinação dos solos aplicados; Densidade de plantação; Altura; Poda; Outros.
VIVEIRO DE OBRA
Os talhões de amostragem devem ser estabelecidos no início da obra e ter duração superior a 3 meses, podendo ficar estabelecidos durante todo o período da obra.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA As escavações deverão ser efetuadas com a aprovação da fiscalização sobre a piquetagem. Dever-se-á ter em atenção os levantamentos das pré-existências do local.
ESCAVAÇÕES
1
2
3
Camião
RetroEscavadora
Martelo Hidráulico
4
Motobomba
O trabalho de escavação incluí:
MOVIMENTO DE TERRAS
o o o o
Piquetagem Colocação dos terrenos às cotas do projeto; Modelação dos taludes; Garantia da drenagem nas áreas planas.
Escavações de áreas planas
Todas as superfícies planas devem ser modeladas de modo a ficarem com pendentes entre 1,5 a 2%, de modo a garantir a drenagem das águas superficiais. No caso de se pretender uma cota inferior à existente e proposta em projeto, as terras deverão ser removidas para vazadouros.
Escavações de áreas inclinadas Quando são realizadas escavações em locais inclinados, dever-se-á garantir que as áreas das superfícies ficam com rugosidades de modo a que posteriormente, aquando a colocação da terra vegetal a mesma contenha mais aderência.
5
Martelo Pneumático
Abertura de caboucos e sapatas Na abertura de caboucos, por ser uma escavação com mais profundidade, dever-se-á ter em atenção: o o o o o o
Redes de água; Redes de gás; Redes de eletricidade; Redes de esgotos; Hidrologia do terreno; Outros.
A abertura dos mesmos, realiza-se com o recurso a uma escavadora ou de forma manual.
MOVIMENTO DE TERRAS
Escavações em afloramentos rochosos No caso dos afloramentos rochosos, quando existir necessidade devido à extensão de área a intervir dever-se-á utilizar máquina equipada com martelo hidráulico. Quando a extensão de área não o justifique serão então utilizados martelos pneumáticos para posterior remoção do material resultante deste trabalho.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA Os aterros deverão ser efetuados com a aprovação da fiscalização sobre a piquetagem. Os mesmos deverão ser implementados através de camadas a verificar pela fiscalização.
ATERROS
1
2
3
Camião
Escavadora
Escarificador
7
8
Trator
Cisterna
4
5
Motoniveladora Rolo Compactador
6
Placa Compactadora
MOVIMENTO DE TERRAS
Preparação do terreno para aterro A preparação do terreno para aterros passa pela limpeza e remoção de quaisquer detritos orgânicos ou vegetais que possam existir no terreno.
Execução do aterro A execução dos trabalhos referentes ao aterro, consiste em piquetagem e modelação do terreno. São depositados aterros controlados sobre o solo e nivelados até à cota do projeto. Os aterros são posteriormente sujeitos à regularização e posterior compactação obtendo-se 98% de compactação de acordo com o ensaio de proctor. Dever-se-á ter em atenção que nos espaços destinados às zonas verdes e áreas com árvores não se deve proceder à compactação.
Aterro com menos de 0,30 m: Antes de se aplicar aterros, dever-se-á proceder a uma escarificação, regularização e compactação do terreno natural à profundidade de 0,50 m e posterior aplicação do aterro a altura dos 0,30m. Aterro com cerca de 0,30 a 0,40 m: Dever-se-á aplicar aterro, regar e compactar. Este processo é realizado por camadas de 0,20 m e nunca superiores até finalizar o aterro. Aterro com cerca de 0,50 a 0,60 m: Esta altura de aterro já é considerada a máxima viável para a aplicação de aterros, devendo-se sempre favorecer os 0,40 m de espessura. A sua aplicação realiza-se com camadas de 0,20 m com incorporação da rega e da compactação.
Escarificação – Uso do escarificador
0,50 m
MOVIMENTO DE TERRAS
Regularização do Aterro – Uso da motoniveladora
Compactação do Aterro – Uso do Rolo Compactador e/ou Placa compactadora
Regularização de Taludes
Colocação de aterro para posterior corte. Este aterro deverá ser regado com água de origem adequada e compactado por camadas
Terreno Natural
Corte do aterro e formação do talude
Aprovação de aterros A aprovação dos aterros e respetivos trabalhos deverá ser de acordo com o projeto.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA As medidas preventivas a tomar na abertura de valas e caboucos surgem devido a proteção individual do trabalhador que execute o trabalho e condição do projeto.
1
2
3
4
5
6
Escadas
Tapumes
Cintas
Escoras
Pás
Proteção de Valas
7
8
Escavadora
Retro-escavadora
Medidas Preventivas Específicas Instalação de escadas em valas com altura superior a 1,25 m
Escavações a realizar em taludes e suportar com escoras
>1,25 m
MOVIMENTOS DE TERRAS
VALAS
Medidas mínimas de afastamento onde são realizadas escavações Mínimo 2H Metade de H
H Profundidade de Escavação
Proteção e/ou sinalização de buracos
Valas em situações específicas Escavações que levem ao risco de queda de árvores e necessidade de realizar ancoragem da árvore
MOVIMENTOS DE TERRAS
Proteção de escavações profundas e com dimensões reduzidas com a colocação de proteção de valas e linha de vida para segurança do trabalhador
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A piquetagem e abertura de valas para a instalação de tubagem deverá ser realizada de acordo com os solos existentes.
1
2
3
4
5
6
Estacas
Fita Métrica
Abre covas
Compactador Manual
Materiais de Jardinagem
Martelo Pneumático
A abertura de valas será realizada após aprovada a piquetagem, pelo que se terão de colocar estacas para marcar a sua localização. A piquetagem é realizada de acordo com o projeto. As valas e aplicação de tubagens serão preferencialmente localizadas nas zonas verdes, evitando-se a instalação de tubagem sob os pavimentos. Contudo, não deverão estar próximas das árvores de modo a se evitarem danos no sistema radicular. A vala uma vez aberta deverá ser utilizada para a colocação do maior número de tubos.
Diferentes tipos de Valas - Dimensões Na abertura de valas dever-se-á ter em atenção a sua localização, solos e forma de aplicação da tubagem. Desse modo, podem-se indicar quatro tipos de valas:
Execução das valas específicas Valas para tubagem em zonas verdes
2
Valas para tubagem e acessórios em zonas verdes
Terra vegetal
Terra vegetal
Terra de superfície
Terra de superfície
Terra do fundo de vala Terra isenta de pedras
0,40m
Tubo PEAD
0,60m
1
0,40m
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
PIQUETAGEM E VALAS PARA A INSTALAÇÃO DE TUBAGEM DA REDE DE REGA
Terra do fundo de vala
Tubo PEAD
Massame de betão
0,60m
3
Valas para tubagem sob pavimentos
4
Valas para tubagens em situações de solo específicas
Camada de desgaste
Terra vegetal Terra da superfície
1,00m
0,80m
Terra do fundo de vala
Terra do fundo de vala
Tubo PEAD
Terra isenta de pedras
Terra isenta de pedras
Tubo PEAD Rocha ou lodo Tubo de encamisamento
0,60m
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
0,60m
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA O fecho de valas fazer-se com as terras. Os trabalhos deverão ser monitorizados pela fiscalização.
ENSAIOS E FECHO DE VALAS DA REDE DE REGA
1
Compactador
2
Materiais de jardinagem
3
Crivo
4
Bobcat
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Os ensaios às tubagens certificam que não existem fugas. Os ensaios são realizados com o recurso a ar que é inserido na tubagem à pressão adequada à tubagem, verificando-se a estanquicidade na tubagem e respetivos acessórios. Caso existam fugas deverão ser corrigidas e realizado novo teste. Após a aprovação da fiscalização poder-se-á proceder ao fecho das valas, nunca num prazo superior a 4 dias para não ocorrerem dilatações.
Fecho de valas Dever-se-á iniciar pela colocação de terras, crivadas no caso de existência de pedras. Esta camada inicial irá até meio do tubo.
Realiza-se a compactação da camada anterior, nas laterais da vala, proporcionando o ajuste entre a terra e a tubagem.
Após a operação anterior, o enchimento é realizado através de camadas realizando-se a compactação das terras com o recurso a um maço.
Por fim, a vala deverá ser fechada através de camadas e compactação de modo a evitar abatimentos posteriores.
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA Os trabalhos que incidem sobre a instalação do tubo de polietileno deverão ser monitorizados pelas equipas de fiscalização de modo a verificarem-se as características e instalações do mesmo.
INSTALAÇÃO DO TUBO DE POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE - REGA
1
2
Tubo PEAD
Uniões
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Armazenamento em obra
O armazenamento deverá ser em local coberto e fora da exposição direta da luz solar. Dever-se-á tomar precauções quanto ao calor excessivo e agentes atmosféricos.
Tubos em polietileno de alta densidade Os tubos deverão encontrar-se com as seguintes características: o o
o o
Marca do fabricante; Letras PEAD, indicativas de polietileno de massa volúmica alta; Diâmetro exterior nominal; Classe de pressão.
Os tubos fornecidos e a sua respetiva matéria prima de fabrico, deverão obedecer as Normas em vigor.
Polegadas
Ligação por união autoblocante
Ligações por colagem
Ligações por roscagem
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Uniões e maciços de ancoragem (a-largura da tubagem /b-dimensão do massame de ancoragem)
Aquando existam passagens de tubos por pavimentos, o tubo deverá ser encamisado por um outro de diâmetro superior e mesma classe de resistência.
União em “T” Época de Execução:
Tubagem com “joelho”
Encamisamento Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A instalação de aspersores, pulverizadores e boca de rega deverão obedecer ao caderno de encargos. A sua montagem deverá ser realizada antes da aplicação das terras vegetais.
INSTALAÇÃO DE ASPERSORES, PULVERIZADORES E BOCA DE REGA
1
2
3
4
5
Aspersor/ Pulverizador
Braço articulado
Tubo PEAD
Uniões
6
Boca de Rega Joelho orientável
Instalação do Braço Articulado
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Após a instalação da tubagem principal, dever-se-á começar a instalar os elementos de rega. No caso dos pulverizadores e aspersores estes devem ser instalados sobre um “Braço Articulado”, que tem como função o ajuste ao terreno sem danificar o equipamento.
Equipamento Braço articulado Ligação à tubagem
Instalação do Aspersor/Pulverizador Vista lateral
Vista superior
1
3 4 2
5
6
Legenda: 1: Aspersor/ Pulverizador 2: Joelho 3: Válvula anti retorno 4: Ponta de tubo 5: Braço articulado 6: “Tê”
Instalação da Boca de Rega Vista lateral
Vista superior
1 4 2 4
6 4
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
3 4
4
Legenda: 1: Boca de rega 2: Tubo 3: Joelho 4: Braço articulado 5: “Joelho” ou “Tê” 6: Brita
5
Quando for necessário a colocação de um dos equipamentos atrás apresentados juntos a muros e/ou a pavimentos, dever-se-á manter uma distância de 0,05 m dos mesmos.
Boca de rega após instalação
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A instalação das electroválvulas deverá ser acompanhada pela instalação das caixas, devido aos trabalhos terem de ser executados em simultâneo.
ELECTROVÁLVULAS E CAIXAS DE ALOJAMENTO DE ELECTROVÁLVULAS
1
2
Electroválvulas
3
Caixas
4
Ferramenta Ferramentas de jardinagem de rega
Electroválvulas
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
As electroválvulas são colocadas dentro de caixas que protegem e abrigam as válvulas. Não devem ficar instaladas a profundidades superiores a 0,50 m de modo a facilitar posteriores trabalhos de manutenção.
Instalação das electroválvulas Tampa anti vandalismo a montar a -3cm da cota final do terreno
Ligação à rede elétrica/Pilhas Electroválvula Ligação à conduta principal
Brita ou gravilha Altura de10 cm Fluxo da água
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Imagem representativa da válvula de corte
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A correta instalação das válvulas de secionamento servem como ajuda na manutenção de tubagens, setores de rega entre outros.
VÁLVULAS DE SECCIONAMENTO
1
2
Válvula de Tubo PEAD seccionamento
3
Uniões
Aplicação As válvulas de seccionamento deverão ser instaladas nos seguintes locais:
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
o o o
Ligação ao sistema de rega principal; Derivações da rega principal; Nas entradas dos setores.
As válvulas só poderão ser instaladas após aprovação da fiscalização dos trabalhos a realizar.
Instalação das válvulas de seccionamento Tampa anti vandalismo a montar a -3cm da cota final do terreno
Brita ou gravilha Altura de10 cm
União Tubo PEAD Válvula de Corte
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A instalação do controle automático permite a suspensão da rega de acordo com as condições meteorológicas. Este poderá estar ligado a um único setor ou a todos os setores de rega.
CONTROLE AUTOMÁTICO
1
2
3
4
5
Cabos elétricos
Controlador eletrónico
Pluviómetro
Cabo uni condutor
Pilhas
Controlador eletrónico
O controlador eletrónico poderá ser instalado num compartimento técnico ou no exterior de acordo com o modelo. O controlador fica ligado ao quadro elétrico, às electroválvulas de cada setor e ao pluviómetro.
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Fixação (Compartimento ou caixa)
Pluviómetro / Sensor de Chuva
Fixação (Postes de iluminação, muros, fachadas)
Cabos elétricos
Os cabos elétricos deverão sempre ter isolamento duplo e de baixa voltagem (<30V). Quando for necessário a passagem de cabos elétricos por baixo de locais pavimentados, deverão ser encamisados de modo a facilitar operações de manutenção. Os cabos elétricos serão ligados ao quadro elétrico.
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
A instalação dos elementos apresentados deverá ser aprovada pela fiscalização. Deve-se ter em atenção a instalação do pluviómetro em local discreto.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A ligação à rede geral de água e eletricidade, poderá instalada em armários ou edifícios destinados a esse fim.
LIGAÇÃO À REDE GERAL
1
2
3
4
5
Quadro elétrico
Armários
Controlador eletrónico
Contador
Válvula de corte
6
Válvula antiretorno
7
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Cabo uni condutor Instalação do contador/ válvula anti-retorno e válvula de corte
Válvula anti-retorno
Junção
Válvula de Corte
Sentido da água
Instalação do quadro elétrico
Instalação do controlador eletrónico
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Instalação do armário e elemento construtivo auxiliar aos equipamentos
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA O furo artesiano a efetuar deverá corresponder ao especificado no caderno de encargos, e fiscalizada a execução dos trabalhos por parte da fiscalização.
FURO ARTESIANO
1
2
Compressor de “Bit” alta pressão
3
4
5
Equipamento de perfuração
Eletrobomba Tubo de emboquilhamento
6
Filtro
Exemplo de perfuração pelo processo de roto-percussão pneumática
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
2
3 1
4
5
Legenda: 1: Compressor de alta pressão 2: Torre 6
3: Cabeça rotativa para a entrada de ar 4: Guincho 5: Compressor de percussão 6: Varas de sondagem
7 8
7: Martelo de fundo de furo 8: “Bit”/Broca
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Execução da perfuração
1 2
Montagem do equipamento de perfuração.
3
Fim da perfuração, e injeção de ar comprimido com fim de limpeza e verificação das instabilidades das paredes. Encamisamento do furo em caso de instabilidade das paredes.
4
Verificação do caudal e captação através de uma eletrobomba e acessórios ao seu bom funcionamento.
5
Aplicação do maciço filtrante de modo a evitar a entrada de partículas finas. Ligação à rede elétrica e a rede de hidráulica.
6
Fornecimento e colocação da caixa e tampa de proteção.
Execução do furo através do processo de roto-precursão pneumática e colocação de um tubo de emboquilhamento.
Antes de se proceder à utilização da água extraída pelo furo, dever-se-á proceder a análise da mesma. Após certificação da água ser potável, dever-se-á proceder a análises periódicas.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA No final de todo o sistema de rega instalado, deverão ser executados os ensaios finais de rega a fim de serem realizadas algumas afinações a bicos dos pulverizadores e aspersores.
ENSAIOS FINAIS DA REDE DE REGA
1
Ferramenta de Rega
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
O ensaio de rega deve efetuar-se sempre com maior brevidade possível. Pretende-se com o ensaio final de rega, a verificação da capacidade dos bicos e a correção de irregularidades que possam ocorrer.
Um correto ensaio de rega, levará a um bom funcionamento durante a instalação das espécies vegetais.
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA O fornecimento e colocação de terras vegetais antecede alguns trabalhos. A fiscalização deverá fiscalizar a qualidade das terras vegetais e sua aplicação.
FORNECIMENTO E COLOCAÇÃO DE TERRA VEGETAL
1
2
3
4
Camião
Motoniveladora Retroescavadora Cilindro
7
8
Ripper
Ferramentas de Jardinagem
5
6
Trator
Escarificador
PREPARAÇÃO DO SOLO
Execução dos trabalhos A terra a aplicar está sujeita à apresentação de amostras e de relatório de análise. A terra deverá encontrar-se isenta de pedras, lixos, materiais estranhos e elevado teor de infestantes.
Composição das terras a aplicar As terras a aplicar deverão ostentar as seguintes características: o Conteúdo em pedra: > 2 mm 30% > 20 mm 10% >25 mm 0% o
Valor de PH: 5,5 – 7,5
o
Textura: Terra franca ou arenosa
Alturas da terra vegetal a aplicar Zonas planas: 0.40 m Taludes: 0.20 m Covas das árvores: 1.00 m
Processo de aplicação de terras vegetais Surriba (1,00 m)
Escarificação (0,50 m)
A realizar aquando os solos se encontram compactados em profundidade. Realizar em linhas cruzadas se possível.
A realizar aquando existam raízes superficiais de modo a não as danificar.
Cava (0,20 m)
A realizar aquando existam raízes superficiais de modo a não as danificar.
PREPARAÇÃO DO SOLO
Regularização do terreno
Colocação de Terra vegetal
O espalhamento da terra vegetal deverá ser realizado de forma manual quando existirem árvores e arbustos a manter, deixando a superfície rugosa. Níveis de terra após a colocação: o o o o
Áreas semeadas: 25 mm acima de pavimentos, caixas, lancis, entre outros; Áreas plantadas: 50 mm abaixo de pavimentos, lancis, entre outros; Áreas com raízes: não alterar a terra existente; Encontrar-se intimamente ligadas com as áreas estabilizadas.
Aplicação de terra vegetal – Taludes
Terra do terreno natural 0,20 m de terra vegetal
A aplicação de terra vegetal em taludes, deverá ser assegurada pela rugosidade do terreno natural. Dever-se-á realizar a regularização e colmatação em casos como ravinas e sulcos.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA Após os trabalhos de colocação da terra vegetal, procede-se à regularização final do solo, mobilização, desprega e fertilização do mesmo de acordo com o caderno de encargos.
REGULARIZAÇÃO FINAL DO SOLO, MOBILIZAÇÃO, DESPEDREGA E FERTILIZAÇÃO
1
2
Ferramentas de jardinagem
Cilindro
3
Grade de discos
4
Escarificador
5
Trator
6
Motoniveladora
Execução dos trabalhos
PREPARAÇÃO DO SOLO
Após a colocação de terra vegetal procede-se à regularização, mobilização, desprega e por fim a fertilização. Estas operações podem ser realizadas manualmente ou mecanicamente.
Regularização do solo até 0,20 m de profundidade
Escarificação/ Gradagem/ Recava até 0,10 m de profundidade
Despedrega até 0,15m superficiais para remoção de elementos estranhos com 0,05 m
Regularização do terreno às cotas finais e fertilização
As adubagens a aplicar devem respeitar os resultados das análises realizadas ao solo. A título exemplificativo indica-se para adubação química o Adubo composto (NPK 7-21-21), e para
PREPARAÇÃO DO SOLO
adubação orgânica Ferthumus ou equivalente.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A plantação de árvores deverá ser realizada após a receção do material em viveiro de obra e sua adaptação e aclimatação.
PLANTAÇÃO DE ÁRVORES
1
2
Trator
Cisternas de Água
3
4
Ferramentas Camião de jardinagem
5
6
Cintas
Retroescavadora
TRABALHOS DE REVESTIMENTO VEGETAL
Os exemplares sujeitos à plantação, não devem conter defeitos, deformações, feridas, abrasão na casca, queimaduras, doenças, pragas entre outros tipo de problemas.
Transporte e Descarga As árvores a plantar deverão já estar em viveiro de obra num período mínimo de 90 dias. Deverão ser transportadas para locais de plantação, sem apresentar feridas ou cortes nos ramos, troncos ou raízes. Árvores em torrão são manuseadas através da parte radicular. A colocação da árvore na cova de plantação deverá ser de acordo com a posição que a árvore apresente no viveiro de obra.
Descarga e Acondicionamento
Transporte sem aclimatização
Torrão mal formado
Torrão bem formado
Abertura das covas para árvores Dever-se-á proceder à piquetagem das árvores de acordo com o plano de plantação. A abertura das covas para árvores deverá ter diâmetro e profundidade adequados à dimensão e espécie. Fundo e paredes da cova deverão ser picados até cerca de 0,10 m de profundidade de modo a se assegurar melhor aderência das terras e drenagem de águas.
Fertilização e correção dos solos para enchimento de covas
Nesta etapa os fertilizantes indicados em projeto deverão ser misturados com a terra vegetal a colocar nas covas de plantação. Poderá ser adicionada turfa. Privilegiar a aplicação de adubos de libertação controlada.
Enchimento das covas As covas de plantação deverão ser preenchidas com a mistura de solos húmida ou encharcada e compactada a pé, através de camadas.
TRABALHOS DE REVESTIMENTO VEGETAL
Plantação
1
2
3
4
5 c d
Abre-se uma cova (1) e utiliza-se a terra para realizar uma mistura melhorada do solo (2). Coloca-se de novo na cova o solo melhorado (3). Abre-se nova cova com as dimensões do torrão (4) e procede-se à sua plantação e posterior compactação (5). Colo 5cm acima da cota do solo; definir caldeira perimetral ao tronco da árvore para rega.
A plantação de árvores em torrão ou raiz nua deverá seguir os passos indicados. Após a plantação dever-se-á proceder sempre à rega para melhor adaptação da raiz e melhor compactação do solo.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A tutoragem das árvores deverá proceder de acordo com os trabalhos de plantação. Deverá ser verificada a qualidade dos tutores.
TRABALHOS DE REVESTIMENTO VEGETAL
TUTORAGEM
1
2
3
Tutores
Cinta elástica
Materiais de jardinagem
Os tutores a aplicar devem seguir as seguintes indicações: o Os seus topos devem estar cortados, limpos e retos; o Deverão ser diretos, secos, limpos de nós; o Deverão ser de seção circular ou hexagonal; o Quando de madeira deverão ter estado em contato com o sulfato de cobre 5% pelo menos no período de 2horas.
Tutoragem simples – 1 Tutor
Imagens representativas de má tutoragem
Atilho ou cinta Tutor
Terra vegetal
Tutoragem dupla – 2 Tutores
Borracha de proteção entre a régua e a árvore Atilho ou cinta
TRABALHOS DE REVESTIMENTO VEGETAL
Régua de madeira
Tutor
Terra vegetal
A tutoragem a aplicar nas árvores nunca deverá danificar a parte radicular da espécie. Deverá fornecer à planta elasticidade suficiente de modo a não se provocar danos no tronco.
Atilho ou cinta elástica, ou cinta geotêxtil/serapilheira biodegradável O elemento final a aplicar deverá ser uma cinta de modo a fazer a ligação entre o tutor e o tronco da árvore. A cinta deverá permitir elasticidade suficiente ao tronco de modo a evitar danos.
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A plantação de arbustos e herbáceas deverá ser procedida aos trabalhos de piquetagem e abertura de covas. Esses trabalhos deverão ser controlados pela fiscalização.
PLANTAÇÃO DE ARBUSTOS E HERBÁCEAS
1
Materiais de jardinagem
PLANTAÇÃO DE ARBUSTOS E HÉRBACEAS
Os exemplares sujeitos à plantação devem encontrar-se sem defeitos, deformações, feridas, abrasão na casca, queimaduras, doenças, pragas entre outros danos. Os exemplares deverão apresentar-se bem conformados e ramificados e com o sistema radicular bem desenvolvido. Não deverão apresentar ramos partidos ou danos ao longo da planta. Não se aceita plantas estioladas. Os arbustos a plantar deverão já estar em viveiro de obra num período mínimo de 30 dias. Deverão ser transportadas para os locais de plantação, sem existir danos nos ramos, tronco e raízes e com três ramos basais.
Acondicionamento
Abertura das covas ou covachos de plantação Dever-se-á proceder a piquetagem para as covas e posterior aprovação pela fiscalização de acordo com o plano de plantação. A abertura das covas deverá conter mais 15 cm de largura e respetivos 20 cm de profundidade de acordo com a espécie a plantar.
Nesta etapa os fertilizantes indicados em projeto deverão ser misturados com a terra vegetal, a colocar nas covas de plantação.
Enchimento das covas As covas de plantação deverão ser preenchidas com a mistura húmida ou encharcada e compactada através do calcamento, e por fim realizar-se uma rega abundante.
TRABALHOS DE REVESTIMENTO VEGETAL
Plantação
15 cm 20 cm
Abrir a cova de plantação com os requisitos já mencionados
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Colocar a planta e tapar com terra vegetal
Primavera
Verão
Por fim, regar
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA As sementeiras a realizar deverão ser executadas com sementes que contenham poder germinativo alto e elevado grau de pureza.
SEMENTEIRAS
1
2
Máquina de Ancinho hidrossementeira
3
Carrinha
4
Rolo
5
Cilindro
TRABALHOS DE REVESTIMENTO VEGETAL
As sementes a utilizar para as sementeiras deverão ter grau de pureza e poder germinativo admitidas pela legislação em vigor. O período de tempo em que se deverão realizar as sementeiras de sequeiro é entre outubro e março (época das chuvas). Caso não seja possível e sejam realizadas sementeiras noutro período de tempo deverão ser executadas regas semanais e/ou diárias quando indicadas, para proporcionar o poder germinativo das sementes.
Sementeiras
Os trabalhos de sementeira implicam 3 etapas: regularização do terreno, compactação e correções ao terreno em caso de abatimentos.
Após efetuada a preparação do terreno, iniciam-se as sementeiras. Segue-se o enterro das sementes com recurso a um ancinho nos 0,01 e 0,02 m do solo. Por fim realiza-se a rolagem.
Hidrossementeira Para se realizada a hidrossementeira é necessário a preparação de uma calda. Essa calda contém na sua composição: o o o o o o
Mulch Fixador Coloração verde que não seja tóxica Fertilizante de libertação lenta Fertilizante de cristais solúveis Lote de sementes
TRABALHOS DE REVESTIMENTO VEGETAL
Coloca-se dentro da tombola da máquina de hidrossementeira a mistura pretendida completando-se o restante espaço com água. A mistura assegurará uma calda homogénea. Procede-se à execução dos trabalhos com passagem da hidrossementeira de forma cruzada nos espaços a semear.
Imagens representativas da execução de uma hidrossementeira
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A aplicação do revestimento do solo com mulch e gravilhas só deverá ser efetuado, após a finalização de todos os trabalhos.
REVESTIMENTO DO SOLO COM MULCH E GRAVILHAS
1
2
Ferramentas de Mulch jardinagem
3
Gravilhas
A colocação de gravilhas e/ou mulch, é uma operação a realizar no final da obra, após realizadas as plantações, sementeiras e todos os trabalhos de construção civil.
REVESTIMENTO DO SOLO
Aplicação de Mulch A aplicação de mulch sobre a terra vegetal, será em canteiros de herbáceas e arbustos que não apresentem uma inclinação superior a 5%.
Mulch Camada com mínimo de 5cm Terra Vegetal
As gravilhas devem ser: o o o o o
Rijas; Lavadas antes da aplicação; Não se devem apresentar margosas; Não se devem apresentar geladiças; Devem apresentar-se isentas de substâncias impróprias.
Estas serão aplicadas nos locais definidos em projeto preenchendo a totalidade da área com a granulometria e cor indicadas.
REVESTIMENTO DO SOLO
Aplicação de Gravilhas e Mulch
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A abertura de caldeiras para árvores deverá ser realizada após executada a piquetagem. Só podem prosseguir os trabalhos após a aprovação pela fiscalização.
CALDEIRAS PARA ÁRVORES
1
2
Ferramentas de jardinagem
Camião
3
Abre covas
4
Bobcat
Execução dos trabalhos
REVESTIMENTO DO SOLO
Os trabalhos a executar sobre a abertura e fecho de caldeiras, devem passar pelas seguintes fases: o o o o o o
Piquetagem e aprovação da Fiscalização; Abertura da caldeira; Colocação de contenção periférica; Remoção da terra existente e transporte para local licenciado; Plantação e recolocação de terra vegetal; Limpeza.
Processo de abertura da caldeira A abertura da caldeira deverá ser realizada com os meios adequados a cada local. Após a abertura dever-se-á rasgar tanto o fundo da caldeira como as paredes laterais em cerca de 0,2 m. Esta operação facilitará a drenagem das águas e a penetração das raízes.
Dever-se-á proceder a colocação de terra vegetal, já melhorada através de fertilizantes e matéria orgânica. Posteriormente efetua-se a plantação (Ficha da plantação de árvores).
Após os processos descritos anteriormente estarem concluídos, proceder-se-á a colocação de camada de acabamento (Mulch ou gravilha).
Colocação de gravilhas – exemplo de camada de acabamento
Gravilha Camada com mínimo de 5cm
Lancil Massame de betão
REVESTIMENTO DO SOLO
Terra Vegetal
Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO - ARQUITETURA PAISAGISTA A limpeza final da obra deverá ser realizada após a finalização de todos os trabalhos. A obra deverá ficar isenta de lixos entre outros.
LIMPEZA FINAL DA OBRA
1
2
3
Contentores
Vassoura
Pá
A limpeza que se deve efetuar consistirá:
DIVERSOS
o o o o
Na remoção de entulhos e lixos; A proteção das áreas limpas; Lavagem de pavimentos; Outros.
Limpeza durante a execução da obra Durante a execução da obra, deverão ser implementados os contentores necessários em local a definir de acordo com a fiscalização, com a finalidade de remover os lixos diários provenientes da obra. Os trabalhadores deverão manter a obra sempre limpa e organizada.
Limpeza final da obra A limpeza final de obra deverá consistir na remoção dos contentores e limpeza de restantes lixos.
Imagens representativas de obras após a limpeza final
DIVERSOS Época de Execução:
Inverno
Classificação da Fiscalização
Primavera
Verão
Outono
Indiferente
GLOSSÁRIO A Abacelamento: Operação de plantação provisória de espécies vegetais e que consiste na proteção das raízes através da colocação de terra sobre as mesmas, até ao momento de as plantar em local definitivo. Abate: Operação de corte total de árvores e de arbustos pela base do tronco ou colo dos mesmos seguindo-se a remoção da parte radicular. Arboricultor: Técnico com conhecimentos específico sobre tratamento e conservação de árvores, garantindo o seu equilíbrio fisiológico, sanitário e estético. Arbustos: Planta normalmente com menos de 2 metros de altura, lenhosa e que ramifica a partir do colo da árvore, não contendo um tronco principal. Árvore: Planta normalmente com uma altura superior a 2 metros de altura em estado adulto, frequentemente não ramificada no tronco e contém uma copa bem desenvolvido. É uma planta lenhosa de grande porte com haste simples ou ramificada.
B Bifurcação dos ramos principais: A bifurcação ocorre aquando os ramos de primeira ordem surgem do tronco.
C Caboucos: Áreas de terreno abertas manualmente ou mecanicamente que servem para a implantação de estruturas, sistemas de rega entre outros. Calda: Mistura de produtos concentrados (soluções em pó ou líquidas) com água para a aplicação de produtos fitofarmacêuticos. Caldeira: Vala realizada sobre o solo, que poderá ser retangular, quadrangular, circular ou hexagonal que é utilizada para regar e/ou fertilizar. Caudal: Volume de água que passa durante uma unidade de tempo numa dada seção e que se mede em metros cúbicos por segundo. Cava: Operação que consiste em revolver o solo até uma profundidade de cerca de 30 cm com o objetivo de destorroamento. Cirurgião de árvores: Técnico com conhecimentos específico sobre tratamento e conservação de árvores, garantindo o seu equilíbrio fisiológico, sanitário e estético. Cinta elástica: Elemento utilizado para fazer a ligação entre o tutor e a árvore, sem provocar danos na mesma.
Colo da árvore: O colo da árvore/tronco é o local onde o tronco alarga na base da árvore. Após a plantação este ponto deverá ser visível. Compactação: Operação a realizar sobre o solo e que consiste na aplicação de cargas mecânicas ou manuais de formas continuas, de forma a que exista consolidação do solo.
D Desmonte: Método realizado no abate da árvore, através do corte inicial dos diversos ramos superiores e só posteriormente procedendo-se ao corte do tronco. Desprega: Operação que consiste na limpeza dos solos, onde os elementos granulados tais como pedras são removidos com o auxílio de um ancinho. Destroçar: Operação que consiste em desfazer materiais vegetais em pequenos pedaços, podendo os mesmos ser reutilizados em obra. Dono de Obra: Entidade para quem a obra é executada com base num contrato.
E Empreiteiro: Entidade que executa a obra de acordo com o projeto apresentado pelo projetista respeitando a lei em vigor. Escarificação do terreno: Operação utilizada para a descompactação do terreno à superfície através de ferramentas mecânicas designadas por “escarificador”. Esta técnica é realizada a cerca de 50 cm do solo. Estado fitossanitário: Estado das espécies vegetais a nível de fungos, feridas e podas mal efetuadas. O estado fitossanitário indica-nos o estado de saúde da planta a responder a esses fatores. Estolhos: Hastes que nascem em direção ao solo e que desenvolvem raízes, sendo possível formar uma nova planta a partir do mesmo.
F Fiscalização: Entidade que representa o dono de obra e os seus interesses, fiscalizando o progresso da empreitada de acordo com o projeto, leis em vigor e caderno de encargos. Flecha: Corresponde à guia terminal onde se situam meristemas responsáveis pelo crescimento primário longitudinal da árvore.
G Gradagem: Operação realizada de forma mecânica, utilizando-se uma grade de discos ou fresa que consiste em desfazer torrões entre outros. Esta operação é utilizada na preparação do solo.
Gravilhas: Material pétreo de diversos tamanhos e composições utilizados como elementos decorativos, componentes de substratos, pavimentos, revestimentos, entre outros.
H Herbácea: Planta tenra com cor semelhante à das ervas, não lenhosa ou pouco lenhosa em tons verdes. É uma planta que não forma caule lenhoso. Hidrossementeira: Consiste na operação de distribuição de sementes através da projeção de uma calda sobre uma superfície através de um “hidrossemeador”. Geralmente a calda é composta por uma mistura fibras, sementes, fertilizantes.
M Mondas: Operação que consiste na remoção das espécies designadas como nocivas ou infestantes na sua totalidade (Parte aérea e parte radicular). Mulch: O mulch é um material orgânico geralmente composto por cascas de madeira, normalmente pinheiro utilizadas para aumentar o teor de matéria orgânica e a capacidade de reter água no solo.
P Pargas: Estruturas de depósito de terras vegetais resultantes da terra viva decapada. Parte aérea: Na planta é considera a parte aérea, todas as ramificações situadas acima do colo da planta. Parte radicular: Na planta é considerada a parte radicular, todas as raízes e elementos que se considerem subterrâneos. Passaporte fitossanitário: Documento que acompanha as espécies vegetais e que contém vários parâmetros de qualidade e controlo das mesmas. Piquetagem: A piquetagem é uma operação utilizada em obra para a marcação de cotas altimétricas e planimétricas de elementos do projeto através de verguinhas, estacas de madeira, pregos, marcos entre outros. Este método é utilizado nos trabalhos de escavações, aterros, plantações entre outros. Poda aérea: Método que consiste na extração de todos os ramos mortos, esgaçados, danificados das árvores de modo a aligeirar a copa da árvore. No caso de podas de transplantes serve para reduzir o tamanho da sua copa de modo a proporcionar um crescimento dos ramos secundários. Poda radicular: Método que consiste no corte de raízes de forma seletiva. Esta operação tem como objetivo estimular o crescimento de raízes secundárias e/ou para o crescimento da raiz principal. Esta técnica leva ao aumento do torrão. Projetista: Entidade composta por uma equipa de projetistas que realiza o projeto de forma técnica.
R Raiz nua: Plantas que são fornecidas do viveiro em raiz nua são plantas que não contêm qualquer tipo de terra na sua raiz. Regularização do terreno: Operação que é realizada sobre o solo de modo a atingir as cotas propostas em projeto. Podem ser realizados de forma manual ou mecânica. Rizomas: São um tipo de caules que se formam nas plantas. É considerado um caule subterrâneo e que contém um crescimento horizontal, ou seja, paralelo ao solo. Roto-precursão pneumática: Método utilizado na abertura de furos que consiste na ação principal de esmagamento, rotação e corte por uma ferramenta acionada por ar comprimido.
S Surriba: Operação que se realizar no solo para descompactação em profundidade. Esta operação é utilizada em linhas cruzadas e poderá ir até 1,00 metro de profundidade proporcionando a descompactação e drenagem do solo. Sementeira: Operação que consiste em atirar e espalhar sementes sobre o terreno preparado. Poderá ser realizado de forma manual ou mecânica.
T Torrão: Técnica de preparação da raiz para transplante. Consiste em desenvolver um volume adequado de solo e raízes em função da espécie e dimensão das plantas que permite realizar o transporte e o transplante. Turfa: Material orgânico resultante de terrenos que contém diversos elementos vegetais em decomposição e que proporcionam um elevado teor em matéria orgânica. Esses elementos vegetais podem por exemplo, ser folhas, frutas entre outros. Tutor: Estaca normalmente de madeira, cravada no solo e que serve de asuporte/guia à planta enquanto se encontra em instalação evitando a queda e a oscilação de raizes.
V Vala: Escavação longa para receber ou conduzir águas da rega. Viveiro de obra: É o local em que se poderá encontrar dentro dos limites da obra ou exterior, que serve para a receção, aclimatação e preparação do material vegetal até à altura de ser efetuada a plantação no seu local definitivo.
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ANEXO 2:
GUIÃO DO QUESTIONÁRIO A presente entrevista surge no âmbito da dissertação de Mestrado em Arquitetura Paisagista, realizada na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e tem por tema: “O processo construtivo em Arquitetura Paisagista – O caso do Parque da Maia”. Pretende-se como resultado final obter um Manual de Fiscalização das operações de preparação do solo e, revestimento vegetal. Para cumprimento do objetivo referido contamos com opiniões, reflexões e dados técnicos dados por peritos. Contamos com as suas respostas que incluem uma ficha e um Manual de Fiscalização – versão provisória.
Desde já agradecemos a sua colaboração
1. IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO
1.1.
Nome / Instituição (optativo):
1.2.
Data: 2017/ 00/ 00
Coloque um X na resposta que considera correta
1.3.
Género Feminino
1.4.
Masculino
Nível de escolaridade 1º Ciclo: Licenciatura
2º Ciclo: Mestrado
3º Ciclo: Doutoramento
Pós-doutoramento
Licenciatura pré-Bolonha
Mestrado pré-Bolonha
Outras
1.5.
Área de formação Arquitetura paisagista
Arquitetura
Engenharia Agronómica
Engenharia florestal
Técnico Superior de Segurança
Engenharia civil
103
e Higiene no Trabalho
1.6.
Outra
Área profissional de trabalho Ensino
Produção de Plantas
Projeto
Fiscalização de obras
Construção de espaços exteriores Outras
1.7.
Experiência profissional de trabalho: Entre 10 a 20 anos
mais de 20 anos
2. QUESTÕES GERAIS 2.1.
Como classifica a necessidade de existir um Manual de Fiscalização
orientado para operações de preparação do solo e revestimento vegetal? 1:. Irrelevante 2:. Pouco relevante 3:. Relativamente relevante 4:. Muito relevante 5:. Imprescindível
2.1.1. Caso pretenda poderá justificar _______________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________
2.2.
As equipas de fiscalização apresentam técnicos qualificados para
acompanhamento das fases de revestimento vegetal e preparação do solo? 1:. Nunca 2:. Raramente 3:. Frequentemente 4:. Sempre 5:. Não sei
104
2.2.1. Em caso de resposta afirmativa (Tópico 3, 4 e 5) qual deverá ser a área de formação do respetivo técnico? _______________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________
2.3.
Os Donos de Obra têm perceção da necessidade de técnicos com
formação específica para fiscalização de operações de preparação do solo e revestimento vegetal? 1:. Nunca 2:. Raramente 3:. Frequentemente 4:. Sempre 5:. Não sei
2.4.
Já integrou equipas de fiscalização?
Sim Não
2.4.1. Quais as funções que desempenhou? _______________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________
3. QUESTÕES ESPECÍFICAS 3.1.
Considera que a existência de um Manual de Fiscalização é uma
ferramenta
que
utilizaria
na
perspetiva
de
fiscalizador?
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
3.1.1. De que modo o utilizaria? 105
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________
3.2.
Da sua experiência, quais os elementos que regra geral, são
insuficientemente fiscalizados? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3.3.
Ainda da sua experiência, regra geral quais os elementos que correram
mal durante a execução da obra? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
4. CONSIDERAÇÕES A REALIZAR NO MANUAL O Manual de Fiscalização – versão provisória segue em anexo. O Manual é composto por fichas correspondendo cada ficha a uma operação de preparação do solo e revestimento vegetal. São ainda apresentadas fichas de âmbito geral. Em cada ficha pode-se encontrar uma barra vertical sobre a qual deve colocar as observações, opiniões, elementos técnicos e outros componentes que considere relevante à sua qualidade técnica, cientifica e facilidade de interpretação. No que diz respeito ao modo de apresentação tem-se por objetivo obter um documento essencialmente composto por elementos desenhados, com texto reduzido capaz de ser fácil e rapidamente consultado. As observações a realizar devem ser realizadas da seguinte forma: •
Preencher cos comentários respetivos no final de cada ficha;
•
Utilizar linguagem concisa e sintética;
•
Quando não pretender apresentar comentários numa determinada ficha deixar em branco o espaço do comentário.
O tipo de comentários e de observações / Fichas fica ao seu critério.
106
Surge abaixo uma pequena representação da estrutura do manual:
107
ANEXO 3: Extrato do Artigo 17.º da SECÇÃO IV do Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de Outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho
SECÇÃO IV Obrigações dos intervenientes no empreendimento Artigo 17.º Obrigações do dono da obra “O dono da obra deve:
a) Nomear os coordenadores de segurança em projecto e embora, nas situações referidas nos n.os 1e 2 do artigo 9.º; b) Elaborar ou mandar elaborar o plano de segurança e saúde, de acordo com os artigos 5.º e 6.º; c) Assegurar a divulgação do plano de segurança e saúde, de acordo com o disposto no artigo 8.º; d) Aprovar o desenvolvimento e as alterações do plano de segurança e saúde para a execução da obra; e) Comunicar previamente a abertura do estaleiro à Inspecção-Geral do Trabalho, nas situações referidas no n.º 1 do artigo 15.º; f) Entregar à entidade executante cópia da comunicação prévia da abertura do estaleiro, bem como as respectivas actualizações; g) Elaborar ou mandar elaborar a compilação técnica da obra; h) Se intervierem em simultâneo no estaleiro duas ou mais entidades executantes, designar a que, nos termos da alínea i) do n.º 2 do artigo 19.º, tomar as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas; i) Assegurar o cumprimento das regras de gestão e organização geral do estaleiro a incluir no plano de segurança e saúde em projeto definidas no anexo I.”
108
ANEXO 4: Extrato do Artigo 18.º do Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de Outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho
Artigo 18.º Obrigações do autor do projeto “1 — O autor do projeto deve:
a). Elaborar o projeto da obra de acordo com os princípios definidos no artigo 4.º e as diretivas do coordenador de segurança em projeto;
b). Colaborar com o dono da obra, ou com quem este indicar, na elaboração da compilação técnica da obra;
c). Colaborar com o coordenador de segurança em obra e a entidade executante, prestando informações sobre aspetos relevantes dos riscos associados à execução do projeto. 2 — Nas situações em que não haja coordenador de segurança em projeto, o autor do projeto deve elaborar o plano de segurança e saúde em projeto, iniciar a compilação técnica da obra e, se também não for nomeado coordenador de segurança em obra, recolher junto da entidade executante os elementos necessários para a completar.” (Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de Outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho, 2003).
109
ANEXO 5: Extrato do artigo 12.º da Lei n.º40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República
Artigo 12.º Deveres dos autores de projetos “1 — Os autores de projecto abrangidos pela presente lei devem cumprir, em toda a sua actuação, no exercício da sua profissão e com autonomia técnica, as normas legais e regulamentares em vigor que lhes sejam aplicáveis, bem como os deveres, principais ou acessórios, que decorram das obrigações assumidas por contrato, de natureza pública ou privada, e das normas de natureza deontológica, que estejam obrigados a observar em virtude do disposto nos respectivos estatutos profissionais. 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior e de outros deveres consagrados na presente lei, os autores de projecto estão, na sua actuação, especialmente obrigados a:
a) Subscrever os projectos que tenham elaborado, indicando o número da inscrição válida em organismo ou associação profissional, quando aplicável;
b) Adoptar as soluções de concepção que melhor sirvam os interesses do dono da obra, expressos no programa preliminar e na apreciação de cada fase do projecto, ao nível estético, funcional e de exequibilidade do projecto e da obra, devendo justificar tecnicamente todas as soluções propostas;
c) Garantir, com o coordenador do projecto, na execução do projecto, a sua harmonização com as demais peças desenhadas e escritas necessárias à caracterização da obra, sem que se produza uma duplicidade desnecessária de documentação, de modo a garantir a sua integridade e a sua coerência;
d) Actuar junto do coordenador de projecto, sempre que tal se justifique, no sentido de esclarecer o relevo das opções de concepção ou de construção;
e) Prestar assistência técnica à obra, de acordo com o contratado;
f) Comunicar, no prazo de cinco dias úteis, ao dono da obra, ao coordenador de projecto e, quando aplicável, à entidade perante a qual tenha decorrido procedimento 110
de licenciamento ou comunicação prévia, a cessação de funções enquanto autor de projecto, para os efeitos e procedimentos previstos no RJUE e no Código dos Contratos Públicos, sem prejuízo dos deveres que incumbam a outras entidades, nomeadamente no caso de impossibilidade;
g) Nos casos previstos na alínea anterior, o autor de projecto fica obrigado a prestar assistência técnica à obra quando a sua execução possa contratual ou legalmente prosseguir, até à sua substituição junto da entidade acima indicada, até ao limite máximo de 60 dias, contados da comunicação prevista na alínea anterior;
h) Cumprir os demais deveres de que seja incumbido por lei, designadamente pelo RJUE e respectivas portarias regulamentares, bem como as demais normas legais regulamentares em vigor.”
111
ANEXO 6: Extrato do Artigo 20.º do Decreto-Lei n.º273/2003 de 29 de Outubro do Ministério da Segurança Social e do Trabalho Artigo 20.º Obrigações da entidade executante “A entidade executante deve: a) Avaliar os riscos associados à execução da obra e definir as medidas de prevenção adequadas e, se o plano de segurança e saúde for obrigatório nos termos do n.o 4 do artigo 5.o, propor ao dono da obra o desenvolvimento e as adaptações do mesmo; b) Dar a conhecer o plano de segurança e saúde para a execução da obra e as suas alterações aos subempreiteiros e trabalhadores independentes, ou pelo menos a parte que os mesmos necessitam de conhecer por razões de prevenção; c) Elaborar fichas de procedimentos de segurança para os trabalhos que impliquem riscos especiais e assegurar que os subempreiteiros e trabalhadores independentes e os representantes dos trabalhadores para a segurança, higiene e saúde no trabalho que trabalhem no estaleiro tenham conhecimento das mesmas; d) Assegurar a aplicação do plano de segurança e saúde e das fichas de procedimentos de segurança por parte dos seus trabalhadores, de subempreiteiros e trabalhadores independentes; e) Assegurar que os subempreiteiros cumpram, na qualidade de empregadores, as obrigações previstas no artigo 22.o; f) Assegurar que os trabalhadores independentes cumpram as obrigações previstas no artigo 23.o; g) Colaborar com o coordenador de segurança em obra, bem como cumprir e fazer respeitar por parte de subempreiteiros e trabalhadores independentes as directivas daquele; h) Tomar as medidas necessárias a uma adequada organização e gestão do estaleiro, incluindo a organização do sistema de emergência; i) Tomar as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas; j) Organizar um registo actualizado dos subempreiteiros e trabalhadores independentes por si contratados com actividade no estaleiro, nos termos do artigo seguinte; l) Fornecer ao dono da obra as informações necessárias à elaboração e 112
actualização da comunicação prévia; m) Fornecer ao autor do projecto, ao coordenador de segurança em projecto, ao coordenador de segurança em obra ou, na falta destes, ao dono da obra os elementos necessários à elaboração da compilação técnica da obra.”
113
ANEXO 7: Extrato do Artigo 16.º da lei n.º 40/2015 de 1 de junho da Assembleia da República
Artigo 16.º Deveres do diretor de fiscalização de obra
“1 - O diretor de fiscalização de obra fica obrigado, com autonomia técnica, a: a) Assegurar a verificação da execução da obra em conformidade com o projeto de execução, e o cumprimento das condições da licença ou admissão, em sede de procedimento administrativo ou contratual público, bem como o cumprimento das normas legais e regulamentares em vigor; b) Acompanhar a realização da obra com a frequência adequada ao integral desempenho das suas funções e à fiscalização do decurso dos trabalhos e da atuação do diretor de obra no exercício das suas funções, emitindo as diretrizes necessárias ao cumprimento do disposto na alínea anterior; c) Recorrer sempre a técnicos em número e qualificações suficientes de forma a que a fiscalização abranja o conjunto de projetos envolvidos; d) Requerer, sempre que tal seja necessário para assegurar a conformidade da obra que executa ao projeto de execução ou ao cumprimento das normas legais ou regulamentares em vigor, a assistência técnica ao coordenador de projeto com intervenção dos autores de projeto, ficando também obrigado a proceder ao registo desse facto e das respetivas circunstâncias no livro de obra, bem como das solicitações de assistência técnica que tenham sido efetuadas pelo diretor de obra; e) Comunicar, de imediato, ao dono da obra e ao coordenador de projeto qualquer deficiência técnica verificada no projeto ou a necessidade de alteração do mesmo para a sua correta execução; f) Participar ao dono da obra, bem como, quando a lei o preveja, ao coordenador em matéria de segurança e saúde, durante a execução da obra, situações que comprometam a segurança, a qualidade, o preço contratado e o cumprimento do prazo previsto em procedimento contratual público ou para a conclusão das operações urbanísticas, sempre que as detetar na execução da obra; g) Desempenhar as demais funções designadas pelo dono da obra de que tenha sido incumbido, conquanto as mesmas não se substituam às funções próprias do diretor de obra ou dos autores de projeto, não dependam de licença, habilitação ou autorização legalmente prevista e não sejam incompatíveis com o cumprimento de quaisquer
114
deveres legais a que esteja sujeito; h) Comunicar, no prazo de cinco dias úteis, ao dono da obra e à entidade perante a qual tenha decorrido procedimento de licenciamento ou comunicação prévia a cessação de funções enquanto diretor de fiscalização de obra, para os efeitos e procedimentos previstos no RJUE e no Código dos Contratos Públicos, sem prejuízo dos deveres que incumbam a outras entidades, nomeadamente no caso de impossibilidade; i) Assegurar que a efetiva condução da execução dos trabalhos das diferentes especialidades é efetuada por técnicos qualificados nos termos do artigo 14.º-A; j) Cumprir os deveres de que seja incumbido por lei, designadamente pelo RJUE e respetivas portarias regulamentares, bem como pelo Código dos Contratos Públicos e demais normas legais e regulamentares em vigor. 2 - Sem prejuízo de disposição legal em contrário, não pode exercer funções como diretor de fiscalização de obra qualquer pessoa que integre o quadro de pessoal da empresa responsável pela execução da obra ou de qualquer outra empresa que tenha intervenção na execução da obra, incluindo o seu diretor.”
115
ANEXO 8: Extrato do Anexo 1 da Portaria n.º1268/2008 de 6 de Novembro dos Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
Anexo 1 “Coluna n.º 1: Título: data; Conteúdo: data dos registos.
Coluna n.º 2: Título: sujeito; Conteúdo: nome e qualidade do autor do registo: a) Técnico responsável pela direcção de fiscalização da obra; b) Técnico coordenador de projecto; c) Técnico autor de projecto; d) Técnico director de obra ou pessoa que tenha subscrito termo de responsabilidade pela correcta execução da obra; e) Coordenador e técnicos de segurança; f) Titular do alvará de licença ou do título de admissão de comunicação prévia; Dono de obra; h) Empresa de construção que tenha assumido a responsabilidade pela execução da obra, com indicação do alvará de empresa de construção ou do título de registo de que seja detentora; i) Qualquer outra empresa de construção que intervenha na obra, com indicação do alvará de empresa de construção ou do título de registo de que seja detentora; j) Funcionário municipal ou de empresa privada responsável pela fiscalização de obras; ou l) Outro agente de fiscalização previsto na legislação em vigor.
Coluna n.º 3: Título: observações; Conteúdo: descrição, explicação e justificação de factos e observações a registar:
116
a) Datas de início e conclusão da obra; factos que impliquem a sua paragem ou suspensão; b) Medidas cautelares aplicadas a empresas de construção que tenham tido intervenção na obra, bem como o respectivo levantamento; c) Todas as alterações feitas ao projecto licenciado ou comunicado, com a respectiva justificação; d) Identificação, incluindo a indicação do número e validade do alvará ou do título de registo na actividade, de todas as empresas de construção que tenham tido intervenção na obra, com indicação da natureza e do início e do fim dos trabalhos que desempenharam, bem como dos respectivos representantes permanentes na obra; e) Acidentes e outros eventos ocorridos com impacte no edificado ou no processo de edificação; f) Demolições, alterações, reconstruções ou outras intervenções sobre o edificado, parciais ou totais, necessárias para assegurar a conformidade da obra com o projecto aprovado, com descrição das respectivas circunstâncias, modo de execução, local afectado e forma de impacte na edificação final; g) Requerimento ou prestação de assistência técnica, com indicação dos intervenientes, circunstâncias e resultados, sem prejuízo de outros deveres previstos na lei; h) Acidentes de trabalho em estaleiro, situações de incumprimento detectadas e instruções proferidas pelo coordenador de segurança ou técnico de segurança ao dono de obra, empresa de construção ou outras entidades; i) Quaisquer ensaios ou testes requeridos ou realizados sobre materiais e equipamentos a empregar ou utilizar na realização da obra e o respectivo resultado; j) Registo de pedidos de intervenção de quaisquer entidades com competência fiscalizadora, bem com da sua ocorrência; l) Registo do estado de execução da obra, nos termos previstos nos n.os 8.º, 11.º, 12.º e 13.º da presente portaria; e m) Quaisquer outras circunstâncias relevantes sobre a execução da obra, nomeadamente o desenvolvimento dos trabalhos, qualidade da execução e dos materiais utilizados, equipamentos aplicados e cumprimento das normas legais e regulamentares aplicáveis.”
117
ANEXO 9: Trabalhos desenvolvidos no LRC | Arquitetura Paisagista Projeto de Espaços Exteriores e de Integração Paisagística – Moradia Particular Durante o estágio realizado no atelier “Laura Roldão – Arquitetura Paisagista, Sociedade Unipessoal, Ld.ª”, foram desenvolvidos trabalhos no âmbito de vários projetos. Um dos trabalhos consistiu na elaboração de um projeto para uma moradia particular em Vila Nova da Cerveira (Figura 51).
Figura 51: Localização do local de intervenção. Fonte: Autor, 2017
A proposta a realizar visa dar continuidade ao projeto executado em 2008, pelo mesmo Gabinete. Realizou-se uma visita ao local para perceber como poderia ser alcançado esse objetivo e verificou-se as condições do local. Observando a figura 52 é possível observar que a área representada a azul claro compreende a intervenção efetuada em 2008 e a área a azul escuro corresponde à expansão e sujeita à realização do projeto:
Figura 52: Representação do projeto realizado em 2008 (Azul claro) e espaço para intervenção (Azul escuro). Fonte: Autor, 2017
118
Podemos observar na parte posterior a área que sofreu intervenção em 2008 e a azul escuro a área existente para a realização do projeto de espaço exterior e integração paisagística. O espaço para a proposta de projeto contem aproximadamente 180 m2. De acordo com as imagens apresentadas na figura 53, podemos observar o local para requalificação e a sua envolvência.
Figura 53: Visita ao local de intervenção. Fonte: Autor, 2017
No local para a proposta existia bastante pedra, resultado da demolição de uma pré-existência habitacional. Observando e analisando o local, tendo em consideração os aspetos anteriores são estabelecidos os objetivos e desafios a enfrentar. O local encontra-se rodeado pela via pública pelo que tem de ser vedado para garantir privacidade. A nova área tem de ser integrada de modo a existir harmonia com o projeto anterior. O local beneficia de uma vista para o vale do Minho, aspeto interessante a observar na nova intervenção.
119
Corte B-B’ Espaço a intervir
Corte A-A’
Moradia Particular
Espaço estabilizado
Figura 54: Plano geral de intervenção. Fonte: Autor, 2017
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Foi proposto um espaço de admiração sobre a paisagem existente e a vegetação em várias tonalidades de brancos, vermelhos, laranjas, amarelos entre outros. Será um espaço de contemplação e de estadia, com locais mais refugiados, íntimos e protegidos do espaço público. Os proprietários terão uma vista privilegiada do espaço através de uma varanda da moradia (Figura 55).
Figura 55: Vista da varanda da moradia sobre o espaço a sofrer alteração. Fonte: Laura Roldão Costa, 2017
A proposta consiste na criação de parterres, que surgem da inspiração nos padrões tradicionais encontradas no artesanato Português, vincado no norte do país, com as colchas tradicionais e tapeçarias. Nas figuras 56 a 59 encontram-se apresentados os cortes e respetivas fotomontagens do local de intervenção:
Figura 56: Representação em corte A-A’ do acesso do jardim existente ao proposto Fonte: Autor, 2017
121
Figura 57: Representação em perspetiva do corte anterior (Figura 56). Fonte: Autor, 2017
Figura 58: Representação em corte B-B’ a meio do local de intervenção. Fonte: Autor, 2017
Figura 59: Representação do corte anterior em perspetiva (Figura 58). Fonte: Autor, 2017
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O projeto encontra-se a concluído, e durante o processo construtivo foram realizadas algumas visitas ao local durante distintas fases de construção. Nas imagens seguintes podemos observar a piquetagem e aferição do projeto no local.
Figura 60: Piquetagem do local onde será executado o projeto. Fonte: Autor, 2017
Após a piquetagem, foram iniciados os trabalhos de pavimentação, instalação das tubagens para a rede de rega, aplicação de lancis, aplicação da vedação, perfis metálicos entre outros. A evolução do resultado desses trabalhos pode ser observada nas imagens seguinte, assim como, a forma de como o espaço começou a ganhar carácter e a tomar formas, como podemos observar nas imagens seguintes:
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Figura 61: Representação da construção dos pavimentos e preparação do espaço para plantações. Fonte: Fotografia de José Cunha
Em seguimento dos trabalhos anteriores, foram continuados os trabalhos referentes à rede de rega e respetivas plantações. Foi aplicada uma camada de terra vegetal, aplicados os bicos para a rega e plantadas as espécies descritas em projeto. As imagens seguintes dizem respeito à rede de rega aplicada no local, observemos:
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Figura 62: Instalação da Rede de Rega. Fonte: Autor, 2017
Também podemos observar nas imagens seguintes as plantações que estavam a ser efetuadas durante a visita à obra.
Figura 63: Plantações a serem efetuadas. Fonte: Autor, 2017
Por fim, nas seguintes imagens pode-se observar o jardim após as plantações efetuadas.
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Figura 64: Jardim após plantações serem efetuadas. Fonte: Fotografias de José Cunha
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