ESPECIAL DIA NACIONAL DO CAFÉ 7
QUARTA-FEIRA |24 DE MAIO DE 2017
Fotos: Leandro Fidelis InĂcio da colheita de arĂĄbica em Irupi.
GrĂŁos especiais do
Caparaó De região com tradição em cafÊs de bebida inferior, o entorno do Pico da Bandeira passa a se destacar pela SURGXomR GH TXDOLGDGH H YDL SURWHJHU VHX SURGXWR FRP IHUUDPHQWD LQWHUQDFLRQDO FRQWUD IDOVL¿FDomR Leandro Fidelis Região do Caparaó
Conhecida como uma das maiores produtoras de cafĂŠ do paĂs, a regiĂŁo do CaparaĂł, na divisa com Minas Gerais e Rio de Janeiro, ĂŠ um lugar que vocĂŞ respeita. Com lavouras a 1.400 metros de altitude - os cafezais mais altos do EspĂrito Santo -, o entorno do Pico da Bandeira vem deixando a tradição em cafĂŠs de bebida inferior e se destacando pela produção de qualidade reconhecida mundialmente. O prĂłximo passo ĂŠ a conquista de uma ferramenta internacional para proteger a origem e o produto desse paraĂso natural contra a IDOVLÂżFDomR Segundo a coordenação do Programa Estadual de Cafeicultura, a previsĂŁo de safra de arĂĄbica para 2017 ĂŠ de 4 milhĂľes de sacas. Desse total, 45% sairĂŁo do CaparaĂł. A produ-
ção nos onze municĂpios capixabas do Vale do CaparaĂł tambĂŠm vai engrossar o volume de grĂŁos especiais deste ano, com estimativa de 1 milhĂŁo de sacas de cafĂŠ despolpado em todo o EspĂrito Santo. E nĂŁo ĂŠ sĂł o sotaque em comum que prevalece nos dois lados do CaparaĂł, o capixaba e o mineiro. Nos Ăşltimos 20 anos, as propriedades rurais vivem uma mudança de paradigma na cafeicultura, principal atividade econĂ´mica da UHJLmR RQGH ÂżFD D WHUFHLra montanha mais alta do Brasil. RENOVAĂ‡ĂƒO DAS LAVOURAS A partir de programas de renovação das lavouras, uso de tecnologias, poda programada, alĂŠm da adubação conforme anĂĄlise do solo e melhor manejo de pragas e doenças, os cafeicultores HVWmR PDLV SURÂżVVLRQDOL-
zados e focados no merFDGR SDUD FDIpV ÂżQRV e na sustentabilidade dos negĂłcios. Os benefĂcios sĂŁo para grandes proprietĂĄrios e tambĂŠm para os pequenos cafeicultores. “O EspĂrito Santo tinha os piores cafĂŠs do Brasil e a produtividade era baixa, de seis a oito sacas por hectare. Com
o processo de mudanças do produtor, a produção de aråbica do Caparaó mais que dobrou e saiu do rótulo de cafÊ de qualidade ruim para uma bebida tão boa ou atÊ melhor que a mÊdia braVLOHLUD´ D¿UPD R GRXWRU Romårio Gava Ferrão, pesquisador do Instituto Capixaba de Assistência TÊcnica, Pesquisa e Ex-
tensĂŁo Rural (Incaper) e coordenador do Programa Estadual de Cafeicultura. 60 MIL EMPREGOS Estima-se que a cafeicultura envolva mais de 20 mil famĂlias no CaparaĂł. Considerando pelo menos trĂŞs pessoas em cada nĂşcleo familiar, atuando diretamente no agronegĂłcio cafeeiro, seja como proprietĂĄrio ou meeiro, a atividade gera cerca de 60 mil empregos. “Hoje, o produtor de base familiar estĂĄ mais consciente de que a atividade sĂł ĂŠ sustentĂĄvel se conseguir potencializar a produção de cafĂŠ na ĂĄrea jĂĄ existente. Tem que produzir acima de trinta sacas por hectare e com qualidade superior. Com grĂŁos especiais, se ganha em peso, preço e facilidade de mercadoâ€?, conclui FerrĂŁo. $ WRSRJUDÂżD PDLV DFLdentada da regiĂŁo ĂŠ um
dos principais entraves da sustentabilidade na cafeicultura, avalia o pesquisador. A mecanização da lavoura nĂŁo faz parte da realidade local como acontece com o conilon nas regiĂľes norte e noroeste do Estado. Somado a isso, falta mĂŁo de obra, cujo custo ĂŠ cada dia mais alto. Diante desses fatores, surgem alternativas como adensar os cafezais para evitar o surgimento de matagais e a poda programada de ciclo anual, que garante mais produtividade na planta e mais uniformidade na maturação. “Tudo isso faz os cafeicultores produzirem com mais quantidade e qualidade. Colhendo apenas grĂŁos maduros e descascando-os, ĂŠ possĂvel secar mais rĂĄpido e com menor volume no terreiro. O gasto com mĂŁo de obra ĂŠ menor e se agrega valor ao cafĂŠâ€?, ÂżQDOL]D )HUUmR