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ROMAGNOLE ADQUIRE A LUPA TECNOLOGIA

Companhia prevê investimentos de R$ 90 milhões em 2022

ARomagnole Produtos Elétricos S.A. adquiriu recentemente o controle acionário da Lupa Tecnologia e Sistemas, que atua no desenvolvimento de tecnologias e sistemas para proteção, automação, manobra e comunicação em redes de distribuição de energia elétrica. De acordo com o presidente do grupo, Alexandre Romagnole, “a operação está alinhada com o planejamento estratégico da companhia”. Entre as soluções desenvolvidas e comercializadas pela Lupa, estão os controles Altere, utilizados nos religadores e chaves LBS que são produzidos pela Romagnole e aplicados pelas concessionárias de energia elétrica em smart grids. O valor da negociação não foi divulgado pela companhia.

A compra, de acordo com Romagnole, foi motivada pelo direcionamento do foco de atuação da empresa em novos segmentos do setor elétrico, como geração de energias renováveis, smart grids e soluções para instalações elétricas industriais. “Esses segmentos demandam produtos cada vez mais complexos e soluções muito mais tecnológicas. Neste sentido, contar com uma empresa especializada em tecnologias do setor elétrico dentro do próprio grupo torna muito mais ágil o processo de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos”, afirma o presidente da companhia. “Ao incorporar a Lupa Tecnologia, a Romagnole reforça sua estratégia de oferecer soluções para os mercados de eficiência energética, energias renováveis, planejamento e operação de sistemas elétricos, supervisão, controle e proteção de redes”, completa.

A meta é que, com o aproveitamento das sinergias, a Lupa dobre de tamanho em poucos anos. A marca será mantida. Um executivo da Romagnole foi designado para ocupar a diretoria geral e os dois fundadores da Lupa passaram a exercer cargos de diretores. É prevista ainda uma ampliação do volume de produção e da linha de produtos da Lupa, mas Romagnole não quis dar detalhes sobre as estratégias a serem adotadas. “O trabalho inicial é de integração e conhecimento detalhado das sinergias, a partir daí serão implantados os planos de crescimento”, diz o presidente. Ainda de acordo com ele, além de continuar a atender sua carteira de clientes já consolidada, a Lupa terá, como parte do grupo, maior notoriedade e oportunidades.

Sediada na cidade de Juiz de Fora, a Lupa teve faturamento anual superior a R$ 50 milhões nos últimos anos. A empresa nasceu no ano de 2002 em uma incubadora de base tecnológica do CRITT, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e já participou de vários editais de fundos de fomento para P&D, tendo recebido diversas premiações.

A Romagnole, fundada em 1962, conta com linhas de produtos para redes de distribuição de energia, geração de energias renováveis e instalações elétricas industriais e prediais. Seu portfólio inclui equipamentos como religadores, reguladores de tensão, transformadores de distribuição,

OGrupo Romagnole fechou o ano de 2021 com faturamento de mais de 50% em relação ao ano anterior, ultrapassando a marca de R$ 1,6 bi. Segundo a companhia, parte do crescimento foi em decorrência dos repasses referentes aos aumentos nos custos das matérias-primas, mas mesmo diante das adversidades trazidas pela pandemia, a empresa considerou um ano de evolução.

Para 2022, a meta é investir R$ 90 milhões e elevar o faturamento ao patamar de R$ 2 bilhões com a receita dos investimentos em curso. Um deles é a obra de uma nova unidade para as linhas de ferragens eletrotécnicas e estruturas para geração de energia solar, que deverá duplicar a capacidade de produção desses produtos.

O programa de investimentos também contempla a continuidade da modernização das demais unidades industriais da companhia, lançamento de novos produtos e aquisição de novas tecnologias para acelerar o processo de transformação digital e indústria 4.0.

Segundo a companhia, embora as metas estabelecidas pareçam ousadas frente aos cenários econômicos nacional e internacional, o crescimento da demanda por energia é uma realidade e o setor elétrico necessita de investimentos em todas as regiões do País, assim como as concessionárias de energia precisam modernizar suas redes para melhorar a qualidade dos serviços.

Compra foi motivada pelo direcionamento do foco de atuação da empresa em novos segmentos do setor elétrico, como geração de energias renováveis, smart grids e soluções para instalações elétricas industriais

industriais e de força, cabines para entrada de energia, skids, ferragens eletrotécnicas, estruturas para usinas solares e postes de concreto.

PESQUISA APONTA EFEITOS DE EÓLICAS NO PIB

Um estudo da Abeeólica - Asso ciação Brasileira de Energia Eólica aponta que a cada R$ 1 investido na fonte eólica no Brasil adiciona-se mais R$ 2,90 ao PIB, quase triplicando seus efeitos benéficos na economia nos meses subsequentes à entrada em operação dos parques. Intitulado “Estimativas dos impactos dinâmicos do setor eólico sobre a economia brasileira”, o estudo foi elaborado por Bráulio Borges, pesquisador-associado do FGV-IBRE e economista-sênior da LCA Consultores.

A conclusão do pesquisador se baseou na aplicação de modelos de cálculo que incluíram variáveis de efeitos temporários indiretos ou induzidos, resultantes da construção dos parques eólicos (capex), e os permanentes, que se prolongam pela vida útil das usinas (25 anos) com serviços de operação e manutenção, mas também por conta dos arrendamentos e aquisições de áreas onde os aerogeradores são instalados.

Com as variáveis calculadas, o pesquisador chegou a um valor adicionado no período de 2011 a 2020 de R$ 210,5 bilhões. Como foram investidos no mesmo período, com a construção dos parques, R$ 110,5 bilhões, no total a fonte eólica agregou ao PIB brasileiro R$ 321 bilhões. Isso equivale a uma participação média anual de 0,5% do PIB, sendo que em anos recessivos (2015 e 2020) o percentual chegou a 0,8%.

Outra conclusão relaciona-se ao impacto dos investimentos sobre a geração de empregos. O estudo considerou pesquisas prévias sobre o tema em outros países e no Brasil e fez uma avaliação de cenário local, chegando a uma estimativa de que quase 196 mil empregos foram criados entre 2011 e 2020, o que significa 10,7 empregos por MW instalado na fase de construção dos parques. Além disso, há também uma média de 0,6 emprego por MW instalado para operação e manutenção.

Por fim, o estudo avaliou o impacto das eólicas na redução de emissões de CO2, quantificando em valores monetários, dentro do conceito de custo social do carbono. No acumulado de 2016 a 2024, o setor eólico brasileiro evitará emissões de gases do efeito estufa valoradas entre R$ 60 e 70 bilhões.

Estudo sugere maior aproveitamento de potencial eólico

Um estudo publicado pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês) indica que o Brasil tem potencial para crescer ainda mais na geração eólica, hoje uma das fontes que atraem mais investimentos no País. Para a entidade, seria possível, com mudanças estruturais, adicionar mais 5 GW ao ritmo atualmente projetado de crescimento até 2026. Isso significaria, na avaliação do estudo intitulado “Aproveitando as oportunidades de recuperação verde da energia eólica em economias em desenvolvimento”, que o Brasil acrescentaria mais 16 GW no período, contra 11 GW da estimativa conservadora. Ao se considerar que atualmente a potência instalada da fonte é de 21 GW, em 2026 o patamar, com as mudanças propostas, se elevaria para 37 GW.

Para chegar nessa potência, que também representaria um adicional de 575 mil empregos diretos e indiretos durante a vida útil dos parques (25 anos), o GWEC listou ações prioritárias e específicas para o Brasil mudar o rumo do ritmo dos investimentos – assim como para outras quatro economias avaliadas pelo estudo (Índia, Filipinas, México e África do Sul).

No caso brasileiro, o conselho global recomenda investimentos na infraestrutura logística do Nordeste, onde se concentra a maior parte dos parques eólicos em operação e projetados para o País. Com estradas e ferrovias precárias na região, o transporte de componentes eólicos, de grandes dimensões, como pás e naceles, é considerado um obstáculo, se não impedindo pelo menos retardando o ritmo dos investimentos.

Como segundo ponto de atenção, o GWEC destaca outro aspecto de infraestrutura: a transmissão, que ainda demandam muitos investimentos para ampliar a margem de escoamento de energia dos parques eólicos. Para o estudo, a solução desse gargalo depende da cooperação entre o MME, a EPE e o ONS.

Além disso, o estudo recomenda o estabelecimento de meta para adicionar capacidade eólica offshore no País, que recentemente ganhou decreto presidencial para dar as diretrizes para a nova fonte. O GWEC recomenda objetivos concretos visando o longo prazo (2030 ou 2040).

Por fim, o estudo recomenda revisão dos marcos legais de energia do Brasil para conciliar o mercado regulado com o desregulado, para garantir segurança jurídica, mais linhas de financiamento públicas e estreitamento da relação comercial no Mercosul, para favorecer a exportação da cadeia de fornecedores eólicos do Brasil para os países vizinhos.

PORTAL MOSTRA RELAÇÃO OPERAÇÃO E PLANEJAMENTO

AAbraceel - Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia e a Volt Robotics desenvolveram um site na internet para reunir dados que demonstrem a sintonia entre o planejamento de geração de energia, indicada nos modelos que formam o preço da energia elétrica, e a operação de fato do sistema. Os dados são compilados de informações publicadas pelo ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico e a CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

Batizado de “Match da Energia”, na avaliação da Abraceel, o site visa oferecer um indicador de acompanhamento que permita observar, com base

Iniciativa é da Abraceel e da Volt Robotics e usa dados do ONS e da CCEE

em fatos e dados, se a geração apontada pelos modelos matemáticos que definem o preço da energia elétrica, a partir das principais variáveis (chuva, vento e consumo), está alinhada com a realidade operativa. Essa relação é chamada de match e é escalonada, pela medição contida no site, em percentual. Quanto maior for o match, mais otimizado estará o sistema e menor será a conta de energia.

No portal, é possível medir os indicadores representados por meio dos números, o alinhamento entre a operação real do sistema elétrico e o planejamento da operação indicada pelos modelos matemáticos de formação de preço e, por fim, calcular se correspondem ou não com o que foi planejado.

Para a medição do chamado match da energia são avaliadas quatro variáveis de grande impacto nos preços da energia elétrica: as que não podem ser alteradas pelo operador do sistema, ou seja, o consumo e a geração eólica, e as variáveis otimizadas pelos aplicativos: a geração hidrelétrica e a termoelétrica. Por meio desses dados, será possível ter um retrato detalhado, inclusive por usina, do que está sendo praticado na operação do sistema elétrico. O site pode ser acessado em http://matchdaenergia.com.br

LIGHT IMPLANTA SISTEMA INTELIGENTE DE ATENDIMENTO

Adistribuidora Light concluiu a primeira fase de implementação do sistema OFS, uma solução em nuvem que automatiza os trajetos das equipes de campo considerando situações como trânsito e tempo de deslocamento. Tecnologia da norteamericana Oracle, a solução otimiza a operação com aumento da produtividade das equipes.

Tecnologia da Oracle automatiza os trajetos das equipes considerando trânsito e tempo de deslocamento

Segundo a Light, todo o processo de planejamento e replanejamento das rotas é feito de forma automática, sem intervenção humana, e utilizando inteligência artificial. A atualização das rotas em tempo real também proporcionará, no médio prazo, uma previsão mais assertiva para o cliente dos prazos de conclusão dos serviços solicitados.

A implementação do projeto vem sendo realizada de forma gradativa em toda área de concessão da Light no estado do Rio de Janeiro e, até junho, todos os 31 municípios atendidos pela companhia estarão com o processo de migração de todo sistema em funcionamento. Com mais de 4 milhões de clientes, há a expectativa de redução de custos com a eficiência operacional. Mais para a

frente, é planejada a integração do cliente com as plataformas de atendimento, para que seja possível o acompanhamento de cada etapa da solicitação em tempo real.

WEG VAI CONSTRUIR FÁBRICA EM PORTUGAL

AWeg anunciou a construção de nova fábrica de motores elétricos em Santo Tirso, em Portugal. O total previsto no investimento é de 23,5 milhões de euros. A edificação terá 22.680 m², e será construída no mesmo terreno onde a empresa catarinense já conta com operação de 16.300 m², dedicada à fabricação de motores industriais de baixa tensão.

A nova unidade será voltada para a produção de motores elétricos de gran-

Empresa vai fornecer aerogeradores para Coxilha Negra

AWeg assinou contrato com a CGT Eletrosul para fornecer 72 aerogeradores de 4,2 MW para o parque eólico Coxilha Negra, em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. O acordo também prevê os serviços de logística, montagem e comissionamento, além da operação e manutenção depois da inauguração do empreendimento.

O novo parque da CGT Eletrosul terá capacidade instalada de 302,4 MW, o que seria suficiente para atender o consumo de uma região com 1,7 milhão de habitantes. Os investimentos na obra são estimados em R$ 2,1 bilhões e estão alinhados com o Plano Estratégico das Empresas Eletrobras 2020-2035.

O projeto do parque Coxilha Negra já conta com licença ambiental de instalação, emitida pelo Ibama. Segundo a CGT Eletrosul, o sistema de transmissão será composto por duas subestações coletoras, sendo que as obras do parque devem começar até o final do primeiro semestre de 2022. Há a estimativa de criação de 310 empregos diretos e cerca de 150 indiretos.

Já o início da operação está previsto para ocorrer até o final do ano de 2024. Toda a energia gerada será comercializada no mercado livre. O Coxilha Negra será instalado em áreas limítrofes ao Complexo Cerro Chato, composto por seis parques eólicos, com 69 aerogeradores em plena operação e 138 MW de potência instalada, também da CGT Eletrosul. Com a implantação do novo empreendimento, a companhia alcançará a marca de 440 MW de geração eólica.

Contrato com a CGT Eletrosul contempla 72 turbinas eólicas de 4,2 MW de potência

de porte. Até o momento, essa linha produtiva ficava na cidade de Maia, também em Portugal. A meta com o investimento é centralizar todas as

Jhenni Quaresma

Em área onde já tem unidade produtiva, empresa catarinense vai fabricar motores de

operações portuguesas em Santo Tirso, informou a Weg em comunicado.

De acordo com o diretor da Weg Motores, Alberto Kuba, o investimento inclui aumento da capacidade e modernização das operações em Portugal. Segundo ele, além de levar para o local a produção de motores de média e alta tensão à prova de explosão, a intenção é produzir painéis elétricos, soluções de automação e centralizar os serviços de assistência técnica. “Também estamos planejando aumentar a gama de motores elétricos para tamanhos maiores no país”, revela Kuba.

A nova fábrica em Santo Tirso deve entrar em operação no primeiro trimestre de 2024 e gerar cerca de 100 novos empregos. A Weg está em Portugal desde 2002, quando comprou fábrica de motores elétricos em Maia. Em 2015 a companhia iniciou a construção da primeira fábrica em Santo Tirso, a 24 quilômetros de Maia. Inaugurada em 2018, a unidade integrou a linha de produção com usinagem, fabricação de rotor, bobinagem, montagem e laboratórios de ensaios elétricos dedicados.

ELERA VAI INSTALAR PARQUE EÓLICO NO RN

AElera Renováveis, do grupo canadense Brookfield, apresentou um novo projeto eólico que será instalado no município de Parelhas, no Rio Grande do Norte. Com capacidade instalada de 247,5 MW, trata-se do complexo eólico Seridó, o segundo empreendimento da companhia no estado potiguar e que envolve investimentos de R$ 1,5 bilhão, gerando 1000 empregos diretos na fase de implantação.

O projeto do complexo Seridó, com previsão de entrar em operação em 2023, contará com 55 aerogeradores da dinamarquesa Vestas, com a qual já foi firmado contrato. Segundo o vice- presidente da Elera, Carlos Andrioli, o parque será implementado em área considerada a “melhor do mundo” para geração eólica onshore: na região Serrana de Parelhas, onde o fator de capacidade medido é de 60%.

O outro parque eólico da Elera no Rio Grande do Norte é o complexo Renascença (Renascença I, II e III e Ventos de São Miguel), na região de João Câmara e Parazinho, com capacidade instalada de 150 MW e em operação desde 2015. A Elera Renováveis está focada nos investimentos em energias renováveis da Brookfield, que representam R$ 22 bilhões em investimentos e 1,9 GW em capacidade instalada no território nacional.

O Rio Grande do Norte lidera a geração eólica no País. Há 212 parques em operação, com potência total instalada de 6,4 GW. Além disso, segundo dados da Aneel, há 127 empreendimentos outorgados, que devem acrescentar mais 4,3 GW nos próximos anos. Desse total, 45 projetos, ou 1,4 GW, estão em fase de construção.

VOLTALIA CONSTRUIRÁ PCH PARA SISTEMA HÍBRIDO

AVoltalia anunciou que vai iniciar a construção da terceira fase do sistema híbrido de energia que mantém em Oiapoque, no Amapá, desde

Com 7,5 MW, pequena central hidrelétrica vai completar usina híbrida no Oiapoque, que já conta com térmica e solar fotovoltaica

2015. Essa etapa inclui a implantação de pequena central hidrelétrica (PCH) de 7,5 MW, batizada de Cafesoca, e vai aumentar a participação da energia renovável no consumo dos habitantes de Oiapoque para mais de 90%.

A PCH Cafesoca completará o sistema híbrido isolado da cidade no norte do Amapá, que conta com usina termelétrica a diesel de 12 MW de potência, comissionada em 2015, e uma usina solar fotovoltaica de 4 MW, implantada em 2017. Com a PCH, a capacidade total do sistema híbrido será aumentada para 23,5 MW. O projeto foi desenvolvido e é de propriedade da Voltalia, sendo apoiado por um contrato de longo prazo.

Em 2014, a empresa de origem francesa venceu a licitação do Oiapoque, uma cidade isolada de 24 mil habitantes, não conectada ao SIN. A Voltalia na época foi a única concorrente a propor uma solução que incluía parte de energia renovável, no caso a solar fotovoltaica, já que todos os concorrentes propuseram uma solução 100% térmica, a queima de diesel. O comissionamento da PCH está previsto para o primeiro semestre de 2024.

NORDESTE SE TORNA EXPORTADOR DE ENERGIA

Por conta da expansão das renováveis no Brasil, eólicas e solares, a região Nordeste deixou de ser importadora de energia do resto do País e passou a ser exportadora. A conclusão é de informe técnico publicado no fim de fevereiro pelo MME - Ministério de Minas e Energia, por meio da Secretaria de Planejamento e Desen volvimento Energético (SPE).

O estudo apontou que em 2020 as fontes eólica e solar no Nordeste somaram 45,5% na matriz de geração, tornando a região pela primeira vez exportadora líquida de energia elétrica. Segundo a SPE, a nova configuração da geração no Brasil modificou os intercâmbios entre estados e regiões, proporcionando maior diversidade de soluções de suprimento.

Na comparação com as décadas anteriores, a evolução fica mais evidente. Em 2000, a região teve déficit de 21% de geração e de 3% em 2019. Já em 2020, passou a ter superávit de 12%, quando superou a demanda total. Em 2000, seis estados realizavam a exportação líquida de energia elétrica, indicador que foi ampliado a 14 em 2020. Essa nova configuração exigiu expansão das linhas de transmissão, dobrando de 2000 para 2020.

ENGEREY VAI PRODUZIR CUBÍCULOS SM6

Aempresa Engerey, de Curitiba (PR), montadora de painéis elé-

tricos, fechou parceria com a francesa Schneider Electric para produzir células modulares de média tensão, também conhecidas como cubículos SM6. Essas células são utilizadas como proteção e medição de entradas de média tensão de concessionárias de energia, além da distribuição e proteção em média tensão dentro das unidades consumidoras, em indústrias, shopping centers, data centers, aeroportos, companhias de saneamento e outros segmentos do setor terciário.

Para passar a produzir as células, a Engerey recebeu a certificação EcoXpert MV, oferecida pela Schneider, o que segundo a empresa confere garantia de qualidade e originalidade de componentes do painel. No caso da linha SM6 Schneider Electric, o tamanho do equipamento é considerado compacto, o que torna sua aplicação viável, por exemplo, para instalação de shoppings até subestações com limitação de espaço em redes de distribuição elétrica.

O SM6 tem disjuntores e seccionadoras SF6, que funcionam com o gás a baixa pressão. Como os polos ficam envoltos no gás SF6, a manutenção é reduzida, afirma o comunicado da Engerey, e com isso há baixo risco de vazamento ou de comprometimento das propriedades dielétricas, não havendo a necessidade de sistemas de monitoramento de vazamento.

A empresa ainda afirma que a célula SM6 pode ser processada, reciclada e seus materiais recuperados, após o fim da vida útil, conforme as regulamentações europeias relativas aos produtos eletroeletrônicos. Além disso, o produto não libera gases na atmosfera ou líquidos poluentes.

As células modulares de média tensão são utilizadas para proteção e medição de entradas das concessionárias BIOELETRICIDADE REPRESENTOU 4% DA GERAÇÃO EM 2021

Ageração de bioeletricidade para a rede em 2021 foi de 25,4 mil GWh, conforme levantamento da Única - União da Indústria de Canade-Açúcar a partir de dados da CCEE, o que representou 4% da geração total do País, sem considerar a produção para o autoconsumo. Nessa conta, estão usinas térmicas com resíduos sucroenergéticos, bio-

gás, lenha, lixívia, resíduos de madeira, capim elefante e casca de arroz.

Do total gerado pela bioeletricidade em 2021, o setor sucroenergético representou 79,5%, seguido pe lo licor negro (subproduto da indústria de papel e celulose) com 11,9% e pelo biogás com 4,5%. Em 2021, as usinas sucro energéticas produziram 20,2 mil GWh, suficiente para atender 10,2 milhões de residências no ano passado, mas representando uma redução de 10,6% em relação ao ano de 2020.

Ainda segundo o levantamento, nos últimos dez anos, de 2012 a 2021, a produção acumulada de bioeletricidade sucroenergética para a rede foi de 196.867 GWh, que seria suficiente para suprir o consumo de energia elétrica do mundo por mais de três dias, da União Europeia por 25 dias, da China por 13 dias, dos Estados Unidos por 18 dias, do Reino Unido por 232 dias, e da Argentina por quase 1 ano e 8 meses.

Para o gerente de bioeletricidade da Unica, Zilmar Souza, em 2021 a energia da biomassa da cana poupou 14% da energia capaz de ser armazenada sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Su deste/Centro-Oeste, por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade justamente no período seco e crítico para o setor elétrico brasileiro. “Dos 20.202 GWh gera dos para a rede em 2021, 85% fo ram ofertados entre maio e novembro, o período seco e crítico para o setor elétrico”, diz.

NOTAS

Fornecimento – A Vestas recebeu um pedido para um projeto no Brasil que inclui o fornecimento de 43 turbinas V150-4,5 MW, bem como um contrato de serviço Active Output Management 5000 (AOM 5000) de cinco anos. As entregas e o comissionamento estão planejados para 2024. Os nomes dos clientes e dos projetos não foram divulgados a pedido do cliente, afirmou a companhia. Com este pedido, a Vestas supera 6,5 GW em pedidos firmes de aerogeradores V150-4,2 MW e V150-4,5 MW no Brasil.

Bondinho renovável – O Bondinho Pão de Açúcar entrou no mercado livre de energia, possibilitando ao parque contratar energia proveniente de fontes renováveis para seu funcionamento. A

iniciativa tem o objetivo de complementar outros projetos do parque focados em sustentabilidade, como de eficiência em energia com uso de painéis solares e sistema regenerativo elétrico; gestão de resíduos sólidos; projeto de preservação ambiental do Mona - Monumento Natural dos Morros Pão de Açúcar e Urca; conservação e recuperação da pista Claudio Coutinho e Trilha do Morro da Urca; e de neutralização de carbono.

Ranking – A Unipar passou a integrar um ranking mundial de energia limpa, elaborado pela BloombergNEF. A fabricante figura na nona posição da lista, que elegeu os maiores compradores de energia renovável em 2021. Segundo o levantamento, a companhia adquiriu 239 MW de energia solar e outros 91 MW de eólica no período. No topo da lista está a multinacional Amazon, seguida por Microsoft e Meta. A Unipar afirmou em nota que está investindo cerca de R$ 2 bilhões na construção de parques eólico e solar nos estados do Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Bahia. A meta é atingir 80% de sua necessidade energética vinda de fontes limpas e renováveis até 2025.

No-break para Sirius – A Eaton vai fornecer no-break ao Sirius, acelerador de partículas do CNPEM - Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, cujo volume de eletricidade consumido equivale a cerca de 80 mil residências. O modelo 93PR conta com baterias de lítio e sistema de monitoramento de baterias (BMS). Outra característica do equipamento, de acordo com a empresa, é a topologia online dupla conversão, que protegerá os sistemas altamente sensíveis do Sirius contra surtos de tensão, subtensão, sobretensão, ruído na linha, variação de frequência, transientes de tensão, distorção harmônica e quedas abruptas de tensão e blecautes.

Consumo renovável – A Hitachi Energy anunciou que atingiu a meta de utilizar eletricidade 100% livre de combustíveis fósseis em suas operações. Segundo a empresa, ao atingir essa marca, reduz suas emissões de CO2 equivalente a mais de 50% em relação a 2019. Entre as estratégias adotadas para eliminar o uso de combustíveis fósseis em suas operações, a empresa realizou a instalação de painéis solares em telhados, mudança para tarifas verdes, compra de certificados de atributo de energia (EACs) e assinatura de acordos de compra de energia (PPAs).

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