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Em Rede
Daniel Vicentini, engenheiro de sistemas para soluções EdgeConnect da Aruba HPE
SD-WAN para entrega de aplicações pela rede
Os desafios das equipes de TI, e consequentemente de CIOs, nunca estiveram tão complexos. Em um mundo conectado e “always on”, a tarefa de manter aplicações pela rede de dados disponíveis e com boa qualidade transformou-se em um requisito mínimo pelo qual os usuários das corporações avaliam a eficiência dos serviços prestados por seus departamentos de tecnologia. Muitas vezes, a equipe de infraestutura está envolvida na operação diária para manter a qualidade mínima, ao mesmo tempo em que busca novas formas de fornecimento de aplicativos que estão em todos os lugares: no data center local, nas “nuvens”, ou em ambos. O equilíbrio entre atender a demanda do fornecimento dos sistemas e a qualidade do serviço prestado aos usuários é uma tarefa difícil, pouco reconhecida e até mesmo classificada como ineficiente.
O desafio mais comum é entregar aplicações aos usuários, especialmente os remotos ou que estão em escritórios longe da matriz. Redes tradicionais que se conectam entre as
Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar seus artigos para a Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br. localidades, mais conhecidas como WANs, são tecnologias de mais de 30 anos e funcionam conforme técnicas e protocolos da época, ou seja, cuidam da transmissão das informações entre as localidades e fornecem
pouca visibilidade de entrega ao usuário final. Assim, as técnicas atuais entregam a aplicação segundo os protocolos estabelecidos, mas não na prioridade do negócio e na qualidade percebida pelo usuário. Além disso, manter esta rede tradicional custa hoje mais de 70% do tempo da equipe de TI, deixando pouco tempo para trabalhar na evolução e melhoria da infraestrutura.
Os investimentos feitos recentemente pela Aruba na aquisição da empresa Silver Peak caminham exatamente para a evolução deste paradigma: usar a rede para entregar aplicações aos usuários com a melhor experiência que eles precisam. Na configuração dos novos equipamentos introduzidos no portfólio, é possível definir as chamadas regras do negócio para a infraestrutura trabalhar. Estes novos dispositivos de rede WAN sabem tudo sobre as características de qualidade de aplicação necessária e não atuam somente como roteadores de pacotes, mas orientados a estas regras. Tecnologias SD-WAN permitem que todos os elementos da rede WAN entendam quais são os objetivos de negócio e, através de constante medição de qualidade entre as localidades, automaticamente se ajustem e executem sua operação de forma que os usuários recebam seus dados dentro da qualidade e velocidade esperadas.
Um ponto importante é a questão SD - Software Defined da solução: o administrador define as regras de um ponto central, que por sua vez configura todos os demais elementos da rede. Assim, é possível entender se a experiência do usuário está sendo atendida por meio da visão holística. Por exemplo: é
definida a qualidade mínima esperada que as comunicações de VoIP tenham entre as localidades ou a nuvem, assim como podem ser estabelecidas as regras de um ERP. A plataforma de SD-WAN programa estas regras nos equipamentos que, por sua vez, utilizam uma inteligência automática para tomar decisões e garantir que o usuário final acesse seu sistema com a qualidade desejada. A automatização cuida da qualidade do dia a dia e libera a equipe de TI para medir, avaliar e evoluir em sua prestação de serviço.
Do ponto de vista operacional, um destaque importante da tecnologia é a sua capacidade de tomar decisões de forma automatizada, evitando o longo trabalho manual típico de manutenção das redes tradicionais. Dadas as regras de negócio, a plataforma SD-WAN entende qual o tipo de informação a ser enviado pela WAN e, baseada na medição em tempo real das qualidades do circuito e na disponibilidade de banda disponível, executa um conjunto de algoritmos que garantem aos pacotes de dados saída do local de origem pelos melhores circuitos e chegada a seu destino dentro do tempo estabelecido. O trabalho recomeça novamente a partir da próxima informação a ser transmitida. Dentre as empresas beneficiadas, destacam-se: • As que utilizam transmissão de dados em tempo real, como a indústria de manufatura e as redes de operação do setor de óleo, gás e outras utilities. • As que necessitam de qualidade de transmissão mesmo em ambientes menos favorecidos de infraestrutura de telecomunicações, como agricultura e pecuária. • As que dependem da alta disponibilidade de suas informações e possuem processos cada vez mais automatizados, a exemplo das cadeias de suprimentos e logística. • As que lidam com a movimentação de grandes quantidades de dados entre diferentes localidades, típicos de data centers. • As que utilizam da comunicação de voz para suas atividades, como call centers ou centrais de atendimento a clientes. • Escritórios comerciais e administrativos também se beneficiam de melhor qualidade da conectividade e disponibilidade da WAN.
Automatizar e utilizar IA –Inteligência Artificial para aprender e sugerir ações de melhoria é uma bandeira que a Aruba investe em todo o seu portfólio há muitos anos. Com este novo investimento, podemos estender a inteligência já utilizada pelas redes LAN e WLAN para um novo patamar do mundo de aplicações que trafegam pela WAN, do data center até a nuvem, e assim fornecer mais uma capacidade para que as equipes de TI possam prestar um verdadeiro serviço de qualidade e priorizar os negócios de suas organizações.