Edção 196

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www.areliquia.com.br / jornalareliquia.blogspot.com / facebook.com “A Relíquia” / twitter.com/areliquia

INFORMATIVO DOS ANTIQUÁRIOS, LEILOEIROS, GALERISTAS E COLECIONADORES ANO XV - Nº 196 - OUTUBRO DE 2013 - RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

Magritte no MoMA LEILÕES DE OUTUBRO RIO DE JANEIRO • ALPHAVILLE • CAPADÓCIA • CASSINO ATLÂNTICO • CONRADO LEILOEIRO • ERNANI • EUCILIA SOARES • MARIA PIA ATHAYDE • RESID. BOTAFOGO • ROBERTO HADDAD • VALDIR TEIXEIRA

Les amants (Os amantes), 1928 - óleo sobre tela 54 x 73,4 cm

Gaudí O arquiteto de Barcelona Páginas 8, 9 e 18

SÃO PAULO • CASA 8 • DAGMAR SABOYA • SALLES & VON BRUSKY

PORTO ALEGRE • PONTO DE ARTE • VELHO ARMAZÉM

A exposição Magritt: The Mystery of the Ordinary, 1926-1938, no MoMA - Museu de Arte Moderna de Nova Yorque, é a primeira a se concentrar exclusivamente na fase surrealista da obra de René Magritte. São cerca de 80 pinturas, colagens e objetos, juntamente com uma seleção de fotografias, periódicos e outros trabalhos. A mostra oferece uma nova visão de identidade de Magritte como um pintor moderno e artista do surreal. Páginas 24 a 27.

Memorial Erico Verissimo Página 30

Drink e Drama Página 31

Charge sobre foto. Mais Art Rio na página 12

FERNANDO BRAGA

Leiloeiro Público


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Outubro de 2013

A RELร QUIA

Shopping dos Antiquรกrios Rua Siqueira Campos, 143 - Slj. 153 - Copacabana - RJ

Tel.: (21) 2235-8015 / 3579-3710 / 9607-2692 / 9605-4724 www.portaldotempoantiguidades.com.br / portaldotempoantiguidades@hotmail.com


A RELÍQUIA

Outubro de 2013 - 3

DRINK & DRAMA

Arte, Música e Poesia

PROGRAMAÇÃO Abertura:

17 de outubro de 2013 às 20:00

Exposição: 18 a 23 de outubro (entrada franca) de segunda a sexta das 14 às 18 horas - sábado e domingo das 15 às 18 horas Dia 17 de outubro às 20 horas: Apresentação da Banda Poesia On The Rocks - (entrada franca)

Dia 19 de outubro às 20 horas: Apresentação de Teatro com a peça “Bosque das Delícias!” (entrada R$ 25,00)

Dia 18 de outubro às 20 horas: Apresentação da Banda O Divã Intergaláctico e do ator Breno Guimarães (entrada R$ 10,00)

Dia 20 de outubro das 16 às 18 hs: Grande mesa redonda com debates sobre o tema “Drinques e dramas nas artes“, onde todos são bem vindos para dar a sua versão. (entrada franca)

Grande Leilão de Arte e Antiguidades Exposição: Dias 25, 26, 27 e 28 de outubro Leilão online e presencial a partir do dia 29 de outubro

DAUM NANCY. Abajur em pasta de vidro, cúpula e bases decoradas com paisagens. Alt. 61 cm; Imponente bomboniere prata inglesa com vermeil, contrastada e prateiro TESSIER LONDON, base e tampa com alças laterais e 3 pegas. Medidas 15 x 28 cm, Peso 1.460 gr; Imponente samovar de prata inglesa, vitoriana, contraste do prateiro CSH, Londres. Alt. 33 cm; ÉMILE GALLÉ. Vaso em pasta de vidro decorado com paisagens, com borda de metal. Alt. 36 cm

www.ernanileiloeiro.com.br Espaço Ernani Arte e Cultura

Espaço Ernani Arte e Cultura Rua São Clemente, 385 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2539-2637 - horacioernani@gmail.com


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A RELÍQUIA

Outubro de 2013

COMPRO OBRAS DE:

LEOPOLDO GOTUZZO ÂNGELO GUIDO LIBINDO FERRÁS PEDRO WEINGARTNER ADO MALAGOLI AUGUSTO LUIZ DE FREITAS FRANCISCO STOCKINGER

DISCAR (51) 3330.4763 8421.9306 e-mail: karam@saladearte.com.br Rua Cel. Bordini, 907 - Moinhos de Vento CEP 90440-001 - Porto Alegre/RS

A RELÍQUIA Circulação Nacional Publicação mensal da Sabor do Saber Editora

Compro Pinturas de artistas paranaenses Alfredo An dersen A. Nisio Theodoro de Bon a Maria Amélia Assumpção Miguel Bakun Guido Viaro Freysleben Traple

41-9971-0484 41-3013-7218

Leilão de Outubro de 2013 Presencial e on-line

Porcelanas, pratarias, imagens, marfins, quadros, lustres, móveis, bronzes, tapetes, relógios, opalinas, faqueiros, aparelhos de jantar, toalhas de mesa, etc

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Exposição:

5 e 6 de outubro de 2013 das 15h às 22h

Leilão:

7 e 8 de outubro de 2013 a partir das 20h

Estamos recebendo peças

Local: Rua Pinheiro Machado, 25 loja B e C, Laranjeiras. Rio de Janeiro. Cep: 22231-090

Tel: (21) 2553-0791 e 9974-4409 www.cristinagoston.com.br cristina.goston@terra.com.br

Pagamos aos proprietários uma semana após o leilão

claudineybelgamo@hotmail.com

FUNDADORES

Litiere C. Oliveira Luiz Carlos Marinho

FEIRAS DE ARTE E ANTIGUIDADES

EDITOR

ART AND ANTIQUES FAIRS

Litiere C. Oliveira

- Reg.Prof. MTb 15109

e-mail: litiere@areliquia.com.br RIO DE JANEIRO Publicidade: Rua Siquira Campos, 143 - Sl 73 - Copacabana - RJ Tel.: 21 2265-9945 Redação / Arquivo / Distribuição Rua Esteves Júnior 9, casa 01 Laranjeiras - CEP 22231.160 - Rio de Janeiro Tel.: 21 2265-0188 / Tel / Fax: 2265-9945 Cel.: 9613-2737 / 8899-0188 e-mail: jornalareliquia@gmail.com SÃO PAULO Representante: Juliano Alves Tel: (11) 5666-6240 / 995981145 / 97389-3445 e-mail: areliquiasp@gmail.com PORTO ALEGRE Representante: Elisa Moog Tel: 51 2112-8038 / 9955-9962 DIAGRAMAÇÃO Felipe A. Oliveira CONSELHO EDITORIAL Itamar Musse, Fernando Braga, Luis Octávio Louro Gomes, Manuel Machado, Paulo Roberto S. Silva e Francisco P. Cunha, Ricardo Kimaid, Roberto Haddad, Rudinel Vicente do Couto, Hebert Gomes, Pedro Arruda e Virgínia Arruda COLABORADORES João Ubaldo Ribeiro ( ABL), Ferreira Gullar, Ledo Ivo (ABL), Paulo Coelho (ABL), Antônio C. Austregésilo de Athayde, Rosângela de Araujo Ainbinder, Ana Beatriz Gomes, Tatiana Maria Dourado, Rachel Brenner, Luiz Marinho, Paulo Scherer Tiragem desta edição: 15.000 exemplares Os conceitos e opiniões emitidas em colunas e matérias assinadas, são de responsabilidade única e exclusiva de seus autores.

Variados tipos de porcelana e cristal, joias, prataria, tapetes, objetos Art-Noveau e Art-Déco, entre outros, em exposição nas barracas montadas There is a wide variety of porcelain, crystal, jewellery, silverware and carpets, amongst other objects of interest. These are displayed and sold at stalls around the market tower.

RIO DE JANEIRO

SÃO PAULO

BELO HORIZONTE

SÁBADO - SATURDAY

SÁBADO - SATURDAY • Feira de Arte e Antiguidades Vitrine dos Jardins - Rua Haddock Lobo, 1307 - Rua Augusta, 2530 - Jardins • Feira de Antiguidades da Praça Benedito Calixto - Pinheiros

• Feira de Antiguidades Tom Jobim Sábados, 10 às 17h - Av. Bernardo Monteiro - Santa Efigênia

• Shopping Cassino Atlântico Av. Atlântica, 4240 - Copacabana - Feira de Arte e Antiguidades em ambiente com ar condicionado e música• Feira do Troca - Pça XV, em frente às Barcas (Bric-à-brac onde também se pode encontrar antiguidades). DOMINGO - SUNDAY • Praça Santos Dumont (em frente ao Jóquei) - Jardim Botânico • Feira de Antiguidades de Petrópolis - Praça Visconde de Mauá

BRASÍLIA Todo último final de semana de cada mês - Shopping Gilberto Salomão

DOMINGO - SUNDAY • Feira de Antiguidades do MASP - Vão Livre do Museu de Arte de São Paulo - Av. Paulista • Feira de Antiguidades do Bixiga - Praça Dom Orione - Bixiga • Feira de Antiguidades do MuBE (Museu Brasileiro da Escultura) - Av. Europa, 218 Jardins • Mercado de Antiguidades de Santos - Piso superior do Mercado Municipal. Praça Iguatemi Martins, s/n°, Vila Nova, Santos/SP.

PORTO ALEGRE • Feira do Caminho dos Antiquários - Pça. Daltro Filho - Sábados, 10 às 16h • Brique da Redenção - Domingos, 9 às 18h - Av. José Bonifácio sn. - Bom Fim • Feira do 5ª Avenida -Av. Mostardeiro, 120 - Todos sábados das 10h às 18h

SÃO LUÍS • Feira de Antiguidades de São Luís - Todo último sábado do mes no Tropical Shopping.Av. Colares Moreira, 440 - Renascença 2


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Outubro de 2013 - 5

Compro quadros de pintores renomados e Antiguidades. Compro biblioteca e livros sobre o Brasil anteriores a 1900, em bom estado. Telefone do Espaço: (12) 3663-6239 Telefones da Galeria: (12) 3663-6266 ou (12) 9105-0909 e-mails Espaço: espaco.lalix@gmail.com Galeria: galaxyarte@gmail.com

Av. Macedo Soares, 592 - Capivari - Campos do Jordão - São Paulo site: www.lalix.com.br

José Newton Cunha Travessa Cassiano Rodrigues, 45 Praia dos Ossos Armação dos Búzios Búzios - Rio de Janeiro Tel.: 22 2623-1961


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6 - Outubro de 2013

ROBERTO HADDAD ESPECIALIZADO EM ARTE DESDE 1967

4º Grande Leilão da Temporada de 2013 Aproximadamente 1600 lotes de obras de arte de coleções particulares ao correr do martelo pela melhor oferta Exposição: 04, 05, 06 e 07 de outubro de 2013 Sexta e segunda-feira, das 10 às 22h. Sábado e domingo, das 15 às 22h. Leilão: 08, 09, 10, 11 de Outubro Terça à sexta-feira, às 20h, e Lote 70 - Par de medalhões de porcelana chinesa 14 e 15 de Outubro Cia das Índias, "Serviço dos pavões" período Qianlong (1736 - 1795). Diam. 35 cm Segunda e terça-feira, às 20h.

Lote: 486 - DEMETRE CHIPARUS (1886-1947) "Renné". Rara escultura Art Deco, cerca de 1925 alt. 49,5 cm

Lote 500 - José PANCETTI - (1902-1958) - Porto do Mercado, RJ - óleo s/tela 60 X 82cm. Assinado Reprod. Pg 159 do livro Pancetti, o pintor marinheiro Lote: 275 - DI CAVALCANTI, Emiliano (1897 - 1976) "Mulata", o.s.t. - 74 x 60. Assinado e datado 1968 cie

Lote 152 - Sopeira de prata inglesa, Londres, "Vitoriano" 1847, prateiro Gl. Med. 25 x 42 x 23 cm.

Lote: 311 - MABE, Manabu (1924 - 1997) "Flor do Mar", o.s.t - 130 x 160 cm. Ass. e dat. 1966

Lote: 513 - Bahia sec. XVIII. Imagem em madeira, representando Nossa Senhora do Rosário. alt. 90cm

Lote 139 - Terrina e presentoir, em porcelana Cia das Índias "Barão de Ramalho", séc. XIX. Presentoir 30 x 36 cm e terrina alt. 28 cm e larg. 35cm

Lote 506 - Mesa de encostar D. José em jacarandá do séc. XVIII/XIX. Tampo recortado e apoiado em caixa "bombée" apresentando uma gaveta. Med. 80 x 95 x 60 cm

Lote: 287 - Cômoda papeleira brasileira, D. José I do sec. XVIII em jacarandá. Med. 107 x 110 x 65

Local: Copacabana - Rua Pompeu Loureiro 27-A - Tels.: (21) 2548-3993 / 2548-7141 / Fax: 2256-8656 Segurança e estacionamento com manobrista no local


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Outubro de 2013 - 7

Lote: 910 - PANCETTI, José (1902 - 1958) "Marinha com figuras" - série Bahia, o.s.t 22 x 27. ass. e dat

Lote: 915 - CÍCERO DIAS (1907 2003) "Cena urbana - Recife", oscmi - 52 x 43 cm. Assinado

Lote: 75 - MANOEL SANTIAGO (1897 - 1987) "Noturno de Chopin", o.s.t. - 70 x 125 cm. Ass. e dat. 1925

Lote: 527 - Scliar, Carlos (1920-2001) "Bules, vasos e frutas", v.c.e s/ tela- 160 x 120 ass e dat 1975

Lote: 522 - DJANIRA da Mota e Silva (1914 - 1979) "Paisagem com barco", o.s.t. - 53 x 80 cm. Ass. e dat

Lote: 120 - DI CAVALCANTI, Emiliano (1897 - 1976) "Figuras", técnica mista - 51 x 74

Lote 292 - Magalhães, Roberto (1940) "Figura", o.s.t. - 47 x 38 cm. Assinado e datado 1976

Lote 478 - Leite, Vicente (1900 - 1941) "Paisagem", o.s.m. - 32 x 41 cm. Ass e dat 1936 e localizado São Paulo

Lote: 123 - PANCETTI, José - (1902 1958)"Marinha Série Bahia", o.s.t. - 38 x 46 cm. Ass. e dat. 1956

Lote: 318 - DACOSTA, Milton (1915 - 1988) "Venus", o.s.t. - 60 x 70 cm. Assinado frente e verso e datado

Lote: 540 - PARREIRAS, Antônio (1860 - 1937) "Paisagem", o.s.t. - 41 x 79. Assinado e datado 1903

Lote 480 - Cícero Dias (1908 2003) "Menina com cesto de frutas", óleo sobre tela - 66 x 54cm. Assinado. Década 70/80

Lote: 863 - CALIXTO, Benedito (1853-1927) "Praia do Guarujá", o.s.t. - 52 x 115 cm. Assinado

Lote 355 - Casal de imperadores de marfim chinês do séc. XIX/XX, Alt. 70cm

Lote: 307 - PRESCILIANO SILVA (1883 - 1965) Sacristia da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco

Lote: 946 - GERCHMAN, Rubens (1942 - 2008) "3 Zapotes conversa de 3", o.s.t. 118 x 202 cm. Assinado

Lote 336 - Par de tocheiros de prata brasileira XVIII - D. José. Alt. 66 cm Lote 333 - Ludwig DETTMANN (1865 - 1944) - Escola Alemã. "Menina e girassol", o.s.t. - 62 x 82 cm, Ass. e dat. 1894.

Lote: 140 - INIMÁ DE PAULA (1918 1999) "Ruas da cidade - MG", o.s.t. 45 x 61 cm. Ass. e dat.1986

Lote: 484 - Arthur José, Nísio (1906 - 1974) "Paisagem", o.s.t. 60 x 76 cm. Assinado

Visite o site: www.robertohaddad.com.br

Lote: 473 - BIANCO, Enrico (1918) "Flores", o.s.t 73 x 60 cm. Assinado e datado 1945

E-mail: haddad@robertohaddad.com.br


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8 - Outubro de 2013

Gaudí: O Arquiteto de Barcelona convicção de que a natureza é constituída apenas de formas curvas, e a linha reta inventada pelo homem, fez de Antoni Gaudí y Cornet (18521926) um dos artistas mais inovadores de todos os tempos. Nascido em Reus, na Espanha, e tendo vivido quase toda a vida em Barcelona, Gaudí nunca se preocupou em sair dessa cidade para atualizar seus conhecimentos ou mesmo divulgar sua obra. E, ainda assim, as construções que idealizou são ainda hoje encaradas como um capítulo à parte na história da arquitetura, mesmo para quem as classifica entre os melhores exemplos de art nouveau. Essencialmente naturalista, Gaudí acreditava que qualquer concepção arquitetônica deveria imitar a natureza, nascer da terra e ser a sua continuação, e a esse lirismo acentuado acrescentou o sentido do equilíbrio perfeito, o que o fez ser apontado como o único de sua geração a conseguir atender às exigências da estrutura e do simbolismo ornamental. Na verdade, todas as suas obras, construídas com uma técnica apurada de plano e estrutura, parecem fundir-se com a paisagem ao redor, sendo elas mesmas como que partes da própria natureza e do mistério maior de sua criação. O aspecto profundamente original da obra de Gaudí tem suscitado interpretações bastante contraditórias e conferido ao artista as mais diversas qualificações, como, por exemplo, as de gênio, místico, surrealista ou louco. Sobre essa questão, enquanto viveu Gaudí manteve-se sempre alheio a críticas e louvores, preocupando-se apenas em concretizar suas teorias sobre a arquitetura, todas elas inspiradas no reino vegetal ou em geologia. A origem dessa concepção talvez se encontre no tempo em que ele trabalhou na restauração de monumentos antigos, principalmente na Abadia de Montserrat, em lugares circundados por rochedos desalinhados e assimétricos, aos quais suas futuras criações viriam a se assemelhar. À medida que foi aperfeiçoando sua técnica, Gaudí desenvolveu formas completamente novas, como espirais, paraboloides e hiperboloides, com estruturas que sofreram depois cuidadosas análises de estudiosos, impressionados com a perfeição do resultado de um processo intuitivo e quase artesanal. Por outro lado, o arquiteto resolveu aliar a essa estrutura revolucionária um exterior ainda mais desconcertante, enfatizando os floreados de ornamentação e a policromia de telhados bastante tortuosos, afirmando serem necessários ornamentos coloridos, já que nada na natureza é monocromático ou inteiramente uniforme em seu padrão de cores. A habilidade de Gaudí para utilizar cores e formas foi por ele mesmo atribuída à sua descendência de uma família de artesãos, o que o levou ainda a empregar qualquer recurso artesa-

A

Vista do Parque Güell

Vista da Casa Batillo

nal para concretizar uma ideia, sem o preconceito tão comum nos artistas da época em relação ao artesanato. Vários críticos chegam mesmo a reconhecer a contribuição decisiva de Gaudí para o renascimento do artesanato catalão, estimulando e desenvolvendo os recursos mais modestos encontrados em sua terra e participando ativamente de um movimento regionalista que procurava valorizar toda a região da Catalunha, na Espanha. O primeiro projeto conhecido de Gaudí foi o da Casa Vicens, apresentado a um fabricante de azulejos em 1876, pouco tempo depois de sua formatura, quando o arquiteto tinha apenas 24 anos. Nessa obra já aparecem traços bem marcantes de seu espírito inventivo e alguns prenúncios do que viriam a ser suas obras futuras. Arcos, sacadas, telhados trabalhados e uma infini-

O Palácio Astorga

dade de faixas de azulejos coloridos configuram uma apologia da assimetria, enquanto as grades e a porta de entrada, de ferro, apresentam uma profusão de troncos entrelaçados que já anunciam a art nouveau. >>>


A RELÍQUIA

Outubro de 2013 - 9

Igreja da Sagrada Família

Gaudí precisava, no entanto, de mecenas ainda mais ricos que o fabricante de azulejos, que acreditassem em suas ideias e financiassem a suas execuções. A partir de 1884 ele foi trabalhar para o Conde de Güell, e para este executou alguns de seus mais importantes projetos. O Palácio Güell, por exemplo, preenche com perfeição finalidades estéticas e funcionais: como seu dono era um amante das artes e um apurado colecionador, a disposição das salas de música e dos salões de estar foi realizada de maneira bastante racional e procurando facilitar a vida no interior do prédio. A parte externa, por sua vez, apresenta as principais tendências de toda a sua obra, com a utilização em grande escala de ladrilhos e azulejos, a originalidade das estruturas e a transformação do espaço disponível, de uma maneira inteiramente renovadora. Um ano depois de terminar o Palácio Güell, em 1900, Gaudí iniciou a construção do parque que levaria o mesmo nome e conteria diversos elementos surrealistas. Hoje, troncos de ladrilhos, enormes conchas de azulejos ou simpáticas figuras de monstros convivem harmoniosamente com um longo e confortável banco ondulado, revestido de cacos de cerâmica e capaz de receber cinco mil pessoas.

Parque Güell O Parque Güell é um grande parque urbano com elementos arquitetônicos situado no distrito de Gràcia da cidade de Barcelona, na vertente virada para o Mar Mediterrâneo do Monte Carmelo, não muito longe do Tibidabo. Originalmente destinado a ser uma urbanização, foi concebido pelo arquiteto Antonio Gaudí, expoente máximo do modernismo catalão, por encomenda do empresário Eusebi Güell. Construído entre 1900 e 1914, revelou-se um fracasso comercial e foi vendido ao Município de Barcelona em 1922, tendo

sido inaugurado como parque público em 1926. Em 1969 foi nomeado Monumento Histórico Artístico de Espanha, e em 1984 foi classificado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, incluído no sítio Obras de Antonio Gaudí. No recinto do parque, numa casa onde Gaudí morou durante quase vinte anos, funciona desde 1963 a Casa-Museu Gaudí, cujo acervo inclui objetos pessoais e obras de Gaudí e de alguns dos seus colaboradores. O parque foi concebido por Güell e Gaudí como um conjunto estruturado onde, dentro de um incomparável quadro de beleza natural, se situariam habitações de luxo, com todos os progressos tecnológicos da época e acabamentos de grande qualidade artística. Não se sabe ao certo o que Güell e Gaudí pretendiam alcançar, visto que não restam registros a esse respeito, mas parece óbvio que o parque se destinava a um grupo seleto e não ao público em geral, e que está recheado de referências a ideias, fantasias e ideais que eram importantes para ambos, como o catalanismo político e a religião católica, em todo caso com um certo caráter misterioso devido ao gosto da época por enigmas e adivinhações. O Parque Güell é um reflexo da plenitude artística de Gaudí; pertence à sua etapa naturalista (década de 1900), período no qual o arquiteto catalão aperfeiçoou o seu estilo pessoal, inspirando-se nas formas orgânicas da natureza e pondo em prática uma série de novas soluções estruturais originadas na sua análise da geometria regrada. A isso acrescentou uma grande liberdade criativa e uma imaginativa criação ornamental; partindo de um certo barroquismo, as suas obras adquirem grande riqueza estrutural, de formas e volumes desprovidos de rigidez racionalista ou de qualquer premissa clássica. No entanto, embora contenha vários elementos característicos da fase final da carreira de Gaudí, como a preferência

Palácio Güell

por colunas inclinadas e o uso do trencadís, o parque apresenta uma mistura de elementos de diferentes estilos (românico, barroco, dórico, préromano, etc.) que remete para as suas primeiras obras. Uma das características mais marcantes do Parque Güell é o contraste entre as texturas e cores dos diferentes materiais de construção (cerâmica brilhante e multicolorida versus pedra rústica castanha), tão apreciado pelos arquitetos do modernismo catalão. Mas é um trabalho inacabado para o Conde de Güell que recebe dos críticos a qualificação de obra decisiva para os caminhos seguidos por Gaudí: a igreja da cidade operária de Santa Coloma de Cervelló, fundada por Güell. Na cripta dessa igreja, única parte concluída podem ser admirados efeitos até então desconhecidos na arquitetura, e que se misturam às abóbadas retorcidas e às pilastras que avançam em todas as direções. Com o correr do tempo Gaudí foi se ornando conhecido, e um número maior de pessoas passou a requisitar seus trabalhos. Em 1905 o arquiteto iniciou a construção de duas casas no Pasco de Gracia, uma das ruas mais luxuosas de Barcelona, e que permanecem até hoje inteiramente destacadas das outras construções locais. A Casa Batlló nasceu de uma reestruturação total feita por Gaudí num prédio que existia no local, e sérviu para concretizar algumas de suas ideias sobre iluminação e ventilação. As janelas mais altas, por exemplo, são mais estreitas que as do nível inferior, talvez pela maior facilidade de receber luz e ar. Já a Casa Milá é uma impressionante apologia à linha curva e ao movimento, e praticamente quase todas as suas superfícies são onduladas, constituindo verdadeiras esculturas de pedra e revelando um profundo conhecimento do uso adequado de materiais. Continua na página 18


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10 - Outubro de 2013

RICARDO KIMAID

Recordar é viver Muitos me consideram saudosista, como se isso fosse algum demérito. Será que lembrar dos bons momentos da vida, que ficaram estampados em sua memória, é um defeito? Se assim for, me rendo, pois assim sou. Sinto-me um dos privilegiados que viveram intensamente os Anos Dourados, entre os anos 60 e 90, antes de se instalar a Era da Mediocridade, que se alastrou pelo mundo até os dias atuais. Minha gente, essas novas gerações poucas coisas boas terão para se lembrar. Eles não terão o prazer de saber o que era uma "paquera", dançar cheek-to-cheek, namorar no portão, andar de mãos dadas; careta, não? Pois é; hoje os namorados só vão saber dos respectivos nomes após dormirem juntos. Não sabem qual é o sabor de uma conquista, não conhecem o que seja poesia, romantismo, o que significa ser um gentleman, um cavalheiro. Bem, esse prólogo tem a ver com o meu saudosismo, para fazer uma abordagem de como era o nosso mercado de arte, seus profissionais e seus admiradores. Em um bate- papo descontraído, eu e meus dois irmãos, Toninho e Nelson, nos reportandoà época da Galeria Rachid, inaugurada no Edifício Avenida Central, em 1961, no mesmo ano da inauguração do prédio que levava o nome da incorporadora, Regina Feigl. Meu pai teve ali duas galerias; uma modernista, e outra clássica e acadêmica, e logo a seguir, no subsolo, uma vitrine com 25 metros de comprimento. Nosso assun-

COMPRO pinturas e desenhos de

KARL PLATNER LEO PUTZ e dos artistas paranaenses

Alfredo Andersen Arthur Nisio Theodoro de Bona Miguel Bakun Guido Viaro

(041) 3027.6160 9972.8585 jeribas@terra.com.br

to discorreu num almoço descontraído, e lembrávamo-nos da postura dos apreciadores, que paravam em frente a determinadas obras, analisando demoradamente e se emocionando com o motivo ali exposto, e a qualidade da pintura. Muitos voltavam para rever, independente de ter ou não condições financeiras para adquirir essa ou aquela obra que tanto o tocou, porém, contentandose apenas em apreciar. Muitos outros, contagiados pela simpatia de meu pai, Rachid, passaram de simples observadores a colecionadores, e fizeram dali um ponto de convergência cultural, com visitas diárias à galeria. Lembrávamo-nos de um deles, por exemplo, Júlio Bozzano, na época corretor de títulos de valores, sempre com uma pastinha debaixo do braço, que profetizava que um dia teria um banco. Tal profecia de fato aconteceu, e, de apreciador confesso, tornou-se um grande colecionador. Histórias como estas, tenho dezenas para contar, mas o assunto mais importante que temperava nosso bate-papo, era o prazer demonstrado na face daquelas pessoas, que visitavam e degustavam com os olhos aqueles quadros que lhes transmitiam prazer, emoção e despertava a ambição de possuí-los. Sim, meus amigos, as artes falavam por si. O quadro, a escultura, o desenho, e o que fosse chamado de obra de arte, não precisavam de legendas para se fazer entender, se fazer apreciar, se fazer contagiar e emocionar. Nada parecido com hoje, certo? A Galeria Rachid não era somente um ponto de encontro com os apreciadores da nobre arte; era também o local que reunia os grandes artistas plásticos; grandes sim, pois Rachid só expunha obras de artistas que tivessem no mínimo medalha de prata, ou hour concour no Salão Nacional de Belas Artes. Vale lembrar que anualmente os artistas participavam desses salões, concorrendo

Velho Que Vale Antiguidades Cel. 9635-8764 Tel. 2549-5208 Luiz e Creuza Marinho Rua Siqueira Campos, 143 Sobreloja 61 e 62 - Copacabana Tel. 2548-9511

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às premiações, desde as medalhas de ouro, prata e bronze e prêmio de aquisição no MNBA, aos prêmios de viagem ao estrangeiro, entre tantas outras menções que enriqueceram seus currículos e os diferenciavam no ranking dos artistas. Os críticos de arte que regulavam e participavam dos júris eram pessoas eméritas e cultas, portadoras de erudição que os qualificavam para desenhar as tendências do mercado. Eles se foram e não deixaram substitutos à altura, perdendo-se assim essas figuras tão importantes e reguladora do mercado de arte. Deu no que deu: hoje, o que promove artistas é um marketing composto por pessoas desqualificadas para ditar rumos e tendências, mas o fazem indiscriminadamente, sem a menor erudição e cultura para o que se propõem em fazer. Se eu, por acaso tiver mais algumas décadas de vida, certamente deletaria de minha memória essa coisa horrorosa em que se tornou o mercado de arte; é business da pior qualidade a determinar a atual indigência cultural, através uma mídia cruel, que extingue qualquer resquício do que foram esses bons tempos. Existiram sim, movimentos modernistas, como o Grupo Santo Helena, em São Paulo e o Núcleo Bernardelli aqui no Rio, entre outros, cujas tendências, cada qual revelando a sua, perfilariam os grandes ícones, alguns hoje muito conhecidos na pintura brasileira. Há de se ressaltar que muitos que se revelaram na época, estejam esquecidos, graças a um sistema que só privilegia demandas lucrativas. O espaço para conter tantas histórias não caberiam nessa revista, mas espero ter tido a capacidade de sintetizar, com essas memórias, como transcorreu esse período, e o quanto foi prazeroso vivê-lo. Ricardo Kimaid rkimaid@uol.com.br www.rembrandt.com.br tel 2273-3398


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Outubro de 2013 - 11

ONZE DINHEIROS Escritório de Arte Leilões Residenciais Paulo Roberto de Souza e Silva e Francisco Eduardo de Oliveira Pereira da Cunha

Excepcional imagem em madeira de São Benedito. Minas Gerais, séc. XVIII

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12 - Outubro de 2013

Desorganização e queda nas vendas marcaram a Art Rio Os erros de organização ocorridos em 2012 voltaram a ocorrer na terceira edição da Art Rio, com as vendas mantendo o viés de baixa em relação às duas primeiras feiras. O maior problema desse ano foi de acessibilidade e de estacionamento, pois o tempo de espera na entrega dos carros pelo serviço de Valet durou até duas horas, deixando os visitantes desesperados, ao ponto de muitos deles resolverem ir até o local do estacionamento para pegar o carro. Lá chegando, o cenário era assustador, centenas de chaves jogadas ao chão, e para achar sua chave cada motorista tinha que procurar naquela montoeira de chaveiros. Se em 2012 a chuva molhou e danificou obras de arte, neste ano foram as pessoas que se molharam, porque os guarda-chuvas na entrada da feira eram escassos, conforme publicou um jornal de grande circulação. A galeria Gentili Apri Berlin teve o estande mais prejudicado em 2012. Outra galeria que reclamou muito da desorganização naquele ano foi a londrina White Cube.

Muitas galerias de arte estrangeiras que participaram em 2012 não retornaram para a 3ª edição da ArtRio - Feira Internacional de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro. Das oito galerias londrinas que estiveram presentes no ano passado, apenas duas retornaram: White Cube e Nosco. Das nove galerias de New York que estiveram na feira, cinco ficaram de fora em 2013: Sonnabend, Marlborough, Sikkema Jenkins & Co, Tanya Bonakdar e Magnan Metz. Da Alemanha (Berlim), três das cinco galerias presentes em 2012 não estiveram no Rio em 2013. A ausência de galerias da Escandinávia (duas em 2012: Andersen's Contemporary e Nils Staerk) foi também muito sentida, assim como a saída da única galeria asiática de 2012 (Kaikai Kiki, de Tóquio, Japão), e das espanholas Fernando Pradilla, de Madri, e Senda, de Barcelona, sem contar a suíça Hauser & Wirth (Zurique). Turbinada pela ajuda financeira da prefeitura do Rio de Janeiro, além de outras benesses raramente

concedidas a eventos desse tipo, e ajudada pela novidade da feira numa cidade carente de salões de arte, a ArtRio superou as expectativas, levando seus organizadores a dobrar o tamanho da feira. Apesar disso, o resultado financeiro e a desorganização foram provavelmente os motivos da saída das galerias estrangeiras. Na noite de abertura para convidados, no início de setembro, uma imensa fila se formou em frente ao armazém dois do Píer Mauá, acumulando milhares de pessoas - que estavam esperando seus carros, os quais seriam levados pelos manobristas, que não chegavam - ou fazendo estas pessoas disputarem um táxi para deixar o evento. Com a desorganização da feira e as obras na região do porto, o caos se instalou. Foi um "salve-se quem puder". Os galeristas consideraram fraca a abertura da Art Rio e as vendas durante a feira não atingiram o volume das edições anteriores. O público reclamou muito, também, do preço do catálogo e da qualidade da comida servida nos quiosques.


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Outubro de 2013 - 13


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Outubro de 2013

Leilão Residencial em Nogueira Presencial e on line em tempo real EXPOSIÇÃO: De 11 a 13 de outubro de 11:00 às 19:00 horas

Lote 276

LEILÃO: Dia 19 de outubro de 2013 a partir das 16:00 horas LOCAL: Rua Goiás 267, Nogueira, Petrópolis - RJ (Ir em direção ao Clube Promenade, depois da Capela primeira rua à esquerda). C disponí atálogo v a parti el na interne r do di t a 11/1 0

Lote 395 Lotes 111; 91; 266; 286

Lote 346

Lote 168

Lote 183

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Leilão aqui

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Outubro de 2013 - 15

GRANDE LEILÃO DE ARTE ALDEMIR MARTINS - SÃO PAULO OST - 61X81. Dat. 90

Leilão de Outubro

Aparelho de jantar em porcelana Vista Alegre. Total 76 peças

Quadros europeus e nacionais - pratas - marfins esculturas - estatuetas - móveis - cristais - imagens JORGE GUINLE - SPREADING AQUARELA - 11X30. Dat. 73

Exposição: Dias 04, 05 e 06 de outubro de 2013 (sexta-feira, sábado e domingo), das 16:00h às 22:00h Leilão presencial e online (com Leilão: transmissão ao vivo de áudio e vídeo). Início dia 07 de outubro de 2013 (segunda-feira), às 20:00h. Cadastre-se no site: www.iarremate.com.br/valdirteixeira Continuação dias 08 e 09 de outubro (terça e quarta-feira), às 20:00h WIN VAN DIJK HOLLAND - OST 55X46. Dat. 1962

Ícone em prata russa 84, contrastada, prateiro KO. Med. 12,5 x 8 cm

Pratas de diversas procedências

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Todas as pecas com foto e descrição no site: www.valdirteixeiraleiloeiro.com.br

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16 - Outubro de 2013

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Outubro de 2013 - 17

8º importante leilão de arte Coleção José Eduardo Loureiro e Outros Ourivesaria, Porcelanas e Cristaleria Imperial. Pinturas, Mobiliário, Marfins, Imaginária, Arte Popular, Numismática, Condecorações e Vinhos Raros.

Exposição De 05 até 13 de outubro de 2013 das 11h às 21h Leilão 14, 15, 16, 17, 21 e 22 de outubro de 2013, às 21h - Leilão de Arte Lances prévios pelo telefone 2666-4133 e online até às 18h. 19 de Outubro de 2013 às 14h - Leilão de Coleção de Moedas e Comendas. Lances prévios pelo telefone 2666-4133 e online. 19 de Outubro de 2013 às 16h - Leilão de Jóias Coloniais e Imperiais Brasileiras. Lances prévios pelo telefone 2666-4133 e online. Dia 26 de Outubro de 2013 às 16h Leilão de Vinhos e Outros. Lances prévios pelo telefone 2666-4133 e online. Local Rua Duque de Caxias, 298 Chácara Flora - São Paulo Informações: (11) 3063.5404 / 3062.6340 / contato@sevb.com.br Leiloeiros Lia Camargo Von Brusky da Fonseca Rodrigo De Queiroz Sodré Santoro Catálogo online com imagens dos lotes em nosso site: www.sevb.com.br


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Outubro de 2013

Continuação da página 9

Igreja da Sagrada Família Mas de todos os trabalhos realizados por Gaudí, é a Igreja da Sagrada Família, ainda hoje inacabada, o que melhor sintetiza a vida e a obra do arquiteto catalão. Foi a ela que Gaudí dedicou a maior parte da sua existência, e, para apressar sua construção, segundo consta, pediu esmolas nas ruas de Barcelona. Poucos meses antes de morrer atropelado, em 1926, Gaudí chegou mesmo a armar uma tenda no meio das obras, para poder participar ainda mais ativamente do trabalho dos operários. Segundo alguns críticos, criou a improvisação na arquitetura, já que ele ia alterando seu próprio projeto à medida que ele ia tomando forma. A ideia da construção da Sagrada Família partiu de uma associação católica leiga que desejava erguer um templo expiatório dos pecados do homem. O projeto original foi realizado pelo arquiteto diocesano Francisco del Villar, que chegou a começar a cripta que sustentaria a obra de estilo neogótico. Com a chegada de Gaudí, em 1883, essa cripta foi elevada para receber com maior intensidade a luz solar. E, a partir dessa primeira alteração até o dia de sua morte, o arquiteto procurou um aperfeiçoamento contínuo do projeto, ao qual de dedicou com exclusividade e energia a partir de 1910. "O gótico é um sistema morto, ao qual precisamos retransmitir vida", dizia ele. "A construção deve ser tratada de uma maneira naturalista, para que consiga expressar as forças que atuam sobre ela." Como era um homem do espaço e não do tempo, segundo suas próprias palavras, Gaudí não se preocupou com os limites materiais do projeto e passou

Casa Vicens

o resto de sua vida aprimorando o aspecto do templo e, muitas vezes, aumentando a dimensão da obra. O arquiteto, no entanto, só viria a concretizar o transepto norte, o da Natividade, com as quatro torres de cem metros de altura, e que foi enriquecido por uma série de cenas religiosas e de ornamentos simbólicos. Com um profundo sentimento religioso e uma devoção extrema à Virgem Maria, Gaudí alte-

rava também a decoração e os desenhos à medida que os compunha, de maneira a expressar com maior emoção a fé que o movia. Isso faz com que algumas vezes apareçam tendências ou detalhes antagônicos, mas que na realidade contribuem também para a grandiosidade do resultado final. Depois da morte de Antonio Gaudí, a Igreja da Sagrada Família permaneceu muito tempo abandonada, como se o arquiteto catalão não tivesse deixado seguidores que se sentissem capazes de prosseguir com o projeto. No início da década de 1950, no entanto, o sentimento que devia estar abrigado entre as paredes inacabadas do templo começou a escapar desses limites e a percorrer as ruas de Barcelona. As obras do arquiteto foram catalogadas pelo governo, e criado um museu em sua homenagem, além de terem sido reiniciadas as obras da igreja. Essa última atividade, no entanto, desenvolveu-se em ritmo muito lento, já que as maquetes e desenhos deixados por Gaudí tinham sido quase totalmente destruídos durante a guerra civil de 1936, e seus seguidores procuravam descobrir os caminhos que teriam sido seguidos pelo autor da obra. Em 1976, dois antigos alunos de Gaudí, ambos com mais de oitenta anos, calculavam em sete décadas o tempo necessário para terminar a Igreja da Sagrada Família, se não houvesse limitação financeira. Além disso, o arquiteto catalão criava e improvisava demais para deixar algum tipo de escola, o que poderia facilitar o trabalho. Dessa maneira, a obra maior de Antonio Gaudí parece destinada a seguir o mesmo caminho de surpresas traçado há muito tempo pelas mãos de seu mestre. Detalhe da decoração de azulejo do Parque Güell

Vista do Parque Güell


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Outubro de 2013 - 19

Grande leilão residencial Leblon (Presencial e online) Lotes contendo: quadros nacionais e estrangeiros, Mobiliário antigo e moderno, imagens sacras, tapetes persas, joias, etc. EXPOSIÇÃO: 19/10 e 20/10 (sábado e domingo) das 11 às 17 h LEILÃO: 22/10 e 23/10 (terça e quarta) às 19 h

Ca con ptação s peç tante d as e leilõ para es.

ENDEREÇO: Praça Almirante Belfort Vieira, 8 apto 201. Leblon (rua General San Martin esquina com rua Almirante Pereira Guimarães). Informações: (21) 84241327/34769135 conradoleiloeiro@gmail.com Catalogo disponível no site: www.conradoleiloeiro.com.br

Leilão de peças de residências em Botafogo (presencial e on-line)

Móveis, tapetes, quadros, opalinas, muranos, cristais, porcelanas, escultóricos, metais (Christofle), curiosidades e peças de utilidade, arte e decoração. EXPOSIÇÃO Dias 19, 20 e 21 de outubro (sábado, domingo e segunda-feira) das 15 às 21 horas LEILÃO Dia 23 com continuação em 24 de outubro (quarta e quinta-feira ) a partir das 19 horas LOCAL Jornalista Orlando Dantas, 15 casa 1 (2ª transversal à rua Farani - Botafogo )

Catálogo disponível na internet a partir de 18/10/2013 no site www.mozartleiloeiro.com.br Organização: Mario Sobral, Sonia Passini e Michel Grossmann. Informações: tels. (21) 9966-3892 e (21) 8885-8184 mario.sobral@terra.com.br /// soniapassini@terra.com.br


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Outubro de 2013

Leilão residencial Teresópolis Outubro de 2013 Quadros, Porcelanas, Cristais, Móveis e curiosidades em geral.

Exposição: Dias 12, 13, 14 e 15 de outubro de 2013 Sábado, domingo, segunda e terça-feira: Dia 12 das 10 ás 20h Dia 13 das 10h ás 15h. / dias 14 e 15 das 10 ás 20h

Leilão: Dias 17, 18 e 19 de outubro de 2013 Quinta, sexta-feira e sábado a partir das 19:30h

Local: Teresópolis - RJ

Sede: Rua Frei Caneca, 165 e 173 - Centro - RJ Tel: (21)9558-2424 / (21)98969120 / (21) 78973283 / (21) 8162-2529. Email: capadocia173@gmail.com - Site: www.capadociantiguidades.com.br CAPTAÇÃO PERMANENTE DE PEÇAS PARA LEILÃO Realização:

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Francisco Silveira Orestes Bencardino


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Outubro de 2013- 21

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Outubro de 2013

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A RELÍQUIA

Outubro de 2013 - 23

Julia Jacobina

São Paulo: Arte & Estilo

Uma história do modernismo na Pinacoteca de São Paulo A Pinacoteca de nessa temática, como São Paulo apresenIsmael Nery que tem ta, a partir do dia uma produção de 19 de Outubro, a caráter mais pessoal exposição de longa e filosófico, ou ainduração Arte no da, artistas que estaBrasil: uma história vam interessados na do Modernismo na pintura pela pintura Pinacoteca de São como Guignard, Paulo. Pancetti e De Fiori e A mostra reúne que foram referen50 obras, entre pinciais para seus conturas e esculturas, temporâneos. Por de artistas como Aloutro lado o Moderfredo Volpi, Cândinismo representa um do Portinari, Carlos momento de grande Prado, Emiliano Di inovação formal que Cavalcanti, Ernesto desperta interesse Di Fiori, Flávio de até os dias de hoje. Carvalho, José PanPinacoteca do Escetti, Lasar Segall, tado de São Paulo Antropofagia - Tarsila do Amaral Sérgio Camargo, Praça da Luz, 2 - São Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, entre out- Paulo, SP / Tel. 55 11 3324-1000 / a partir do dia ros. 19 de Outubro. A mostra dá continuidade à exposição apresentada na Pinacoteca, Arte no Brasil: uma histó- Sede do MAM é tema do ria na Pinacoteca de São Paulo que trata da for- 33º Panorama da Arte Brasileira Com o título P33: Formas únicas da continuidade mação da visualidade artística e a constituição de um sistema de arte no país que se inicia no no espaço, esta nova edição da mostra, em cartaz período colonial e avança até início do século até 15 de dezembro, lança olhar para o próprio muXX. Já a mostra que será inaugurada na Estação seu, sua missão e seu histórico, com obras e projePinacoteca, Arte no Brasil: uma história do Mo- tos de 32 convidados, escolhidos pela curadora Lidernismo na Pinacoteca de São Paulo enfoca três sette Lagnado e pelacuradora-adjunta Ana Maria principais momentos do Modernismo brasileiro: Maia. Pela primeira vez em 33 edições do Panoraas inovações formais do primeiro Modernismo ma, grupo selecionado integra a participação de ar(de Lasar Segall a Flávio de Carvalho), a reto- quiteto. Imagine o Museu de Arte Moderna de São Paulo mada das tradições da pintura (sobretudo dos artistas atuantes nas décadas de 1930 e 1940, co- como um híbrido estrutural dele próprio com os mo Alberto da Veiga Guignard e Pancetti), finali- MAMs do Rio e da Bahia. Ou o prédio sendo transzando com obras que começam a ser influencia- portado da marquise de Oscar Niemeyer para um das pelo abstracionismo (Bonadei e Volpi) e corredor suspenso de três quilômetros de extensão apontam em direção ao concretismo que se sedi- sobre o Parque do Ibirapuera. Ou, quem sabe, mimentaria nos anos 1950. grando de volta ao centro da cidade, seu endereço Pela primeira vez na Estação Pinacoteca, o pú- entre 1949 e 1958. Esses e outros quatro projetos blico terá oportunidade de conhecer os três princi- idealizados por escritórios de arquitetura são variapais momentos da arte Moderna no Brasil e perce- ções sobre um mesmo desafio, lançado pelo 33º Paber as aproximações e diferenças de estilos e te- norama da Arte Brasileira: uma nova sede para o mas entre as obras exibidas na mostra. Segundo MAM de São Paulo. A mostra abre no dia 5 de ouRegina Teixeira de Barros, curadora, a busca da tubro, sábado, às 11h. No dia 19 de outubro, o Paidentidade brasileira já vem do século XIX com norama se estende para vários pontos do centro da se vê nas obras de Almeida Junior, por exemplo. cidade. Já nos dias 26 e 30 de outubro e 13 de noNesse sentido, o Modernismo dá continuidade a vembro, no auditório do MAM, serão realizados enessa busca. Mas há artistas que não se enquadram contros gratuitos e abertos ao público, com a parti-

cipação de convidados especiais, como o arquiteto Philippe Rahm. Batizada de P33: Formas únicas da continuidade no espaço - numa referência à escultura futurista homônima de Umberto Boccioni, que já integrou o acervo do MAM e atualmente pertence ao MAC -, a nova edição da tradicional mostra bienal propõe uma reflexão própria ao campo da utopia, já que, na prática, o MAM não está buscando uma nova sede. No MAM, o P33: Formas únicas da continuidade no espaço ganhará destaque na Grande Sala e Sala Paulo Figueiredo. Na Grande Sala, todas as divisórias serão removidas, criando um espaço amplo e dando visibilidade a paredes em tons azul e cinza, seguindo o projeto de Lina Bo Bardi (com André Vainer e Marcelo Carvalho Ferraz) para o local. Nesse sentido, a porta principal de entrada do museu também muda durante o Panorama: o acesso se dará na face em frente do pavilhão da Bienal, voltando à circulação implantada por Lina. Durante o Panorama, o auditório do MAM sediará três encontros abertos ao público. No dia 26 de outubro (sábado), a partir das 11h, o tema do debate será Um Novo MAM, por que e para quem?, com as participações de Marcelo Morettin (Andrade e Morettin), Ângelo Bucci (SPBR), João Sodré (gruposp), Anne Save de Beaurecueil (SUBdV), Lucho Oreggioni e Bernardo Martin (Y-Arquitectura), Rodrigo Cerviño (Tacoa) e Isadora Guerreiro (Usina). No dia 30 de outubro (quarta-feira), às 19h, o produtor e crítico de arte Jochen Volz e Lígia Nobre, co-curadora da X Bienal de Arquitetura de São Paulo, falarão sobre Pavilhão de Arte. Estudo de caso: Inhotim e Serpentine. No dia 13 de novembro, às 19h, o arquiteto Philippe Rahm conduzirá a mesa Arquitetura Meteorológica. P33: Formas únicas da continuidade no espaço Grande Sala e Sala Paulo Figueiredo/ 5 de outubro de 2013 (sábado), a partir das 11h / Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3) - MAM / Terça a domingo, das 10h às 17h30

Exposição Stanley Kubrick A mostra reúne dezenas de objetos utilizados nos filmes do cineasta (1928-1999) A exposição inédita Stanley Kubrick chega ao MIS (Museu da Imagem e do Som) no dia 9 de outubro. A mostra reúne dezenas de objetos utilizados nos filmes do cineasta (1928-1999). Quem visitar o espaço poderá conferir de perto os figurinos, adereços, fotografias, scripts, rascunhos, maquetes, documentos e materiais de pesquisa dos famosos filmes do cineasta, como, por exemplo, os longas Laranja Mecânica, Spartacus e Lolita. Dentre os acessórios da exposição, destaque para o kit de sobrevivência de Dr. Fantástico, o figurino original do homem pré-histórico de 2001: Uma Odisséia no Espaço, o capacete de um dos soldados deNascido para Matar, e as ferramentas usadas pelo personagem de Jack Nicholson e as roupas das gêmeas em O Iluminado. A partir de 9 de outubro de 2013 / Museu da Imagem e do Som - Avenida Europa, 158 - Jardim Europa


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24 - Outubro de 2013

Fotos: Litiere C. Oliveira/Reproduções

berta ao público no último dia 28 de setembro, a exposição Magritt: The Mystery of the Ordinary, 1926-1938 (Magritte: O Mistério do Comum), no Museu de Arte Moderna (MoMa) de Nova Yorque, teve, na abertura para convidados, a presença do editor de A Relíquia. Reunindo cerca de 80 pinturas, colagens e objetos, juntamente com uma seleção de fotografias, periódicos e trabalho comercial, a mostra oferece uma nova visão de identidade de René Magritte (1898 - 1967) como um pintor moderno e artista do surreal. Essa exposição, co-organizada pelo MoMA, pela The Menil Collection de Houston e pelo Instituto de Arte de Chicago é a primeira a se concentrar exclusivamente na fase surrealista da obra de René Magritte, criador de algumas das mais extraordinárias imagens do século XX. A partir de 1926, Magritte criou pinturas que, em suas palavras, "desafiam o mundo real", e em 1938 concluiu um momento histórico e biográfico significativo, pouco antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial. O foco central da exposição se dirige para os temas do período mais criativo e experimental na prolífica carreira do artista. Deslocamento, transformação, metamorfose, "nomes errados" de objetos, e a representação das visões em estados de semivigília estão entre as táticas inovadoras de Magritte na criação de imagens durante esses anos essenciais. Na apresentação do catálogo ricamente ilustrado, que acompanha a exibição, Glenn D. Lowry, diretor do MoMA, Josef Helfenstain, diretor da Coleção Menil, e Douglas Druick, presidente do Instituto de Arte de Chicago, falam sobre o artista e a exposição. Destacam que entre 1926 e 1938 René Magritte foi pioneiro em um enfoque radicalmente novo, não acadêmico, da pintura figurativa. Antes, ele experimentou estilos abstratos; depois se impôs a tarefa de fazer, segundo suas próprias palavras, "objetos comuns gritarem al-

A Ligações perigosas, 1935 - ost 73 x 54 cm

O modelo vermelho, 1935 - ost 72 x 48,5 cm

to", e trabalhos criativos que poderiam "desafiar o mundo real." Por volta de 1938 - 13 anos depois dessa aventura memorável - ele libertou um importante aspecto que realçou suas próprias realizações como um pintor surrealista. A exposição Magritte: The Mystery of the Ordinary, 1926-1938 explora a evolução da visão do artista durante esse tempo. Ela investiga as principais estratégias que Magritte usou para "desfamiliarizar" o familiar, incluindo deslocamentos, isolamentos, metamorfoses, "confundindo" objetos, e representando imagens vistas em diferentes situações. Assim sendo, a exibição revela os vários caminhos que a arte de Magritte nos força a reconhecer, com imagens claramente legíveis, realisticamente representadas, demonstrando a importância do seu desenvolvimento durante esse período. Os organizadores da mostra há muito tempo se dedicam à arte de René Magritte. O MoMA foi o primeiro grande museu americano a adquirir obras do artista para sua coleção, coincidentemente com a inclusão de Magritte na notória exposição Fantastic art, Dada, Surrealism de 1936-1937, promovida por Alfred H. Barr Jr. Três décadas depois, em 1965, o MoMA apresentou uma grande retrospectiva de Magritte, que inspirou o artista a visitar os Estados Unidos pela primeira vez. Ele participou da abertura da exposição em Nova Yorque e viajou até Houston, Texas, para encontrar seus grandes patrocinadores e amigos, John e Dominique de Menil. A fundação Menil posteriormente bancaria de forma generosa o projeto do catálogo de Magritte, e sua coleção pessoal se tornou a base do acervo da Menil Collection que hoje só é rivalizada pelo Royal Museums of Fine Arts de Bruxelas, Belgica. O Art Institute of Chicago também vem dando suporte através dos anos. Já por volta de 1950, Chicago era bem conhecida como a cidade dos colecionadores surrealistas, e os trabalhos de Magritte fizeram parte de exposições de grupo no Museu, desde 1949. >>>


A RELÍQUIA

Outubro de 2013 - 25

O falso espelho, 1929 - ost 54 x 80,9 cm

Invensão Coletiva, 1935 - ost 73 x 116 cm

Voltado para esse objetivo, em 1966, o museu abrigou a retrospectiva René Magritte organizada pelo MoMA. Desde aquela época o Art Institute of Chicago adquiriu muitas telas importantes de Magritte, particularmente aquelas pertencentes à conhecida coleção surrealista de Edward James. O prospecto de apresentação dessas pinturas, ao lado das do MoMA e de Menil, inspirou a realização dessa mostra. As principais obras das três instituições parceiras compõem essa exposição de Magritte, além de importante cessão de obras do Royal Museums .

nha da vida". A deflagração da Segunda Guerra Mundial no ano seguinte marcou uma cisão. A Guerra provovou nele e no movimento uma mudança irrevogável. A exposição atual retorna aos anos básicos surrelistas de Magritte, focalizando um olhar histórico específico nos trabalhos que ele produziu entre 1926 e 1938. O objetivo é avivar o entendimento contemporâneo de seu empreendimento. Quais são as características do trabalho de Magritte que o identificam como um surrealista? Como seu trabalho de 1926-1938 se compara ao surrealismo de outros grandes pintores, tais como Joan Miró, Max Ernst e Salvador Dalí? O que faz Magritte único? Apesar do vocabulário figurativo, ao lado da tradicional característica dos materiais escolhidos - pintura a óleo e tela - e sua técnica denominada "acadêmica" pelos críticos, que levaram alguns a considerarem Magritte como um retrógado, a base do trabalho criado nesse período inovador de treze anos revela que não é esse o caso. Uma investigação dessas pinturas mostra que seu famoso estilo mortiço e a abordagem do assunto - a antítese, em muitos aspectos, ao Dalí brilhante, com as superfícies reluzentes e imagens alucinatórias - foi parte de uma prática de desconstrução metódica, objetivando uma calculada dúvida sobre os sistemas de representação, tanto verbal como visual, e de maneira que permaneçam totalmente distintas. Antes de 1927, Magritte era conhecido (e, na verdade, mais para desconhecido) como um artista gráfico e um pintor estilizado, com pinturas pós-cubistas que demonstravam que ele havia ab-

Os anos surrelistas essenciais de Magritte (1926-1938) No dia 20 de novembro de 1938, com 40 anos de idade, René Magritte fez uma importante palestra autobiográfica intitulada A linha da vida, na Antuérpia, Bélgica. Entre as principais abordagens da palestra estava seu próprio envolvimento com o surrelismo, ao qual ele se referia muitas vezes direta e indiretamente em "A Linha da vida". Segundo Anne Umland, Stephanie D'Alessandro e Josef Heifenstein, autores da introdução Magritte's essential surrealist years do catálogo, apesar do reconhecimento definitivo quanto à importância de sua histórica relação com o surrealismo, as primeiras contribuições de Magritte ao movimento ainda são bastante desconhecidas, assim como as características especiais de seus esforços criados sob o signo do surrealismo, começando com o trabalho que ele produziu em 1926 e 1927 para sua primeira exposição individual em Bruxelas, e concluindo em 1938 com o ano da "Li-

Litiere C. Oliveira, editor de A Relíquia em frente a tela L'assassin Menacé (O assassino) 1927, ost 150 x 195 cm

A Condição Humana, 1933 - ost 100 x 81 cm

sorvido as lições anti-ilusionistas do "avant garde". Sua primeira exposição individual, apresentada na Galerie le Centaure, em Bruxelas, de 23 de abril a 3 de maio de 1927, introduziu um René Magritte dramaticamente diferente. Incluía 49 pinturas e 12 "papiers collés", criados entre janeiro de 1926 e abril de 1927. Essas obras testemunham a decisão deliberada de Magritte para introduzir em suas pinturas, segundo o artista, "objetos com todos os detalhes que eles mostram na realidade". Magritte contextualizou essa mudança do semiabstrato à pintura figurativa em relação a vários fatotes: o próprio movimento surrealista, que, segundo ele assegurava, "clamava por uma liberdade similar àquela que nós temos nos sonhos"; os trabalhos de artistas como Giorgio de Chirico, Marcel Duchamp, Max Ernst e Pablo Picasso, os quais reconhecia como precursores-chave no "que é agora chamada pintura surrealista"; e a própria descoberta de Magritte e sua subsequente rejeição ao futurismo. Continua na página seguinte

A lâmpada do filósofo,1936 - ost 46 x 55 cm


A RELÍQUIA

26 - Outubro de 2013

Continuação da página anterior

O significado da noite, 1927, ost 139 x 105 cm

O curandeiro ,1937 - ost 92 x 65 cm

No limiar da liberdade, 1930 - ost 114 x 146 cm

Adicionalmente, Magritte notou que sua decisão de pintar objetos que poderiam "ser claramente compreendidos" foi precipitada por um específico momento de introspecção que o artista chamou de "uma prolongada experiência contemplativa", acontecido num restaurante despretencioso belga onde "eu estava no limiar da mente de tal maneira que os frisos de uma porta pareciam para mim imbutidos com uma misteriosa qualidade de existência e por um longo tempo eu permaneci em contato com a sua realidade". Ao final da década de 1930 descrições de tais encontros visuais catalíticos significaram uma mudança surrealista bem estabelecida. O tratado quase autobiográfico de Max Ernst "Além da Pintura" oferece um exemplo anterior daquilo que seguramente Magritte sabia. Uma parte do texto de Ernst foi primeiramente publicado em outubro de 1927, no periódico "La Revolution Surréaliste" (sob o título "Visions de Demi-Sommeil"), na esteira da mudança de Magritte para Paris. Foi novamente publicado em 1936, e novamente em 1937, um ano antes da palestra de Magritte sobre "A Linha da vida". "Além da Pintura" faz um paralelo entre Magritte e Ernst e chama a atenção para a característica altamente construída e seletiva de "A Linha da vida". Não é um relato transparente, direto e factual, mas principalmente um relato onde a ficção e a não ficção estão continuamente embaralhadas, no esforço do artista para aí projetar uma lógica consistente sobre seu próprio desenvolvimento como um pintor surrealista até 1938. As ligações entre os dois textos também sugerem que Magritte pode ter concebido sua palestra, ao menos uma parte dela, em resposta aos relatos de Ernst previamente publicados. Essas diferenças, assim como as similaridades das narrativas entre Magritte e Ernst, provocam compreensão nos enfoques dos dois artistas. As memórias de

Ernst abrem "Au delà de la peinture" com uma visão que teve do seu quarto quando era jovem, semiadormecido: "eu vejo adiante um painel toscamente pintado com linhas pretas profundas em um chão vermelho, parecendo um falso mogno, e lembrando fortes associações com formas orgânicas". Essa pintura literal de um painel de falsa madeira que provocou visões associativas de formas novas e imaginárias é seguida por outra imagem, a do pai de Ernst desenhando no mesmo painel com um "lápis grande" enquanto "pintava violentamente". Nas linhas do seu relato, Ernst identifica o momento como "a noite da minha concepção." Isso associa ao coito suas descrições elípticas da atividade e geração artística. Também, identifica o cenário total como uma rara cena "freudiana primitiva", na qual a criança observa seu próprio fazer. Em contraste, o tom desligado do relato de Magritte em sua "prolongada experiência contemplativa" no restaurante belga, além da característica relativamente prosaica, parece particularmente marcada quando confrontada com o texto psicossexual de Ernst. Magritte enfoca seu momento da revelação visual, não como um sentido sexual, na atmosfera íntima do seu quarto, mas em um despretencioso restaurante, um lugar de conversa e convívio, que capturou um olhar intenso e prolongado de Magritte. Olhando fixamente para os frisos por um período prolongado, ele conseguiu apreender um mistério comum, enfatizando sua convicção de "somente pintar objetos com todos seus detalhes visíveis." Contrariamente, o ato de olhar de Ernst para uma representação pintada de um painel de mogno produziu visões de novas coisas imaginárias. A partir deste momento, que ele descreveu como primeiro, primitivo, para buscar sempre mais novas possibilidades para gerar imagens automati-

camente, usando materiais usados, folhas e seus veios, pedaços rasgados de um pano de linho, e outras coisas mais. Em uma parte posterior de "Au delà de la peinture", Ernst cita o ensaio influente de Louis Aragon "La Painture au défi", que identifica Ernst como o primeiro a criar "as duas formas de colagem mais inspirada no princípio do "papier collé" - uma colagem fotográfica e uma colagem ilustrativa, como "evidência do seu próprio pioneirismo como o inventor da colagem surrealista." Algumas páginas depois, Ernst discrimina as várias conquistas da colagem, entre as quais, ele nota, uma "pintura surrealista", ao menos em um de seus múltiplos aspectos, que, entre 1921 e 1924, "eu era o único a desenvolver e no qual, depois, enquanto eu avançava sozinho, procurando meu caminho, até ainda enexploradas florestas de frottage, outros continuavam suas pesquisas" (Magritte, por exemplo, cujas pinturas eram colagens pintadas a mão, e Dalí). Tudo isso para sustentar a tese de Ernst de ter inventado não somente uma nova importante tradição artística, mas duas: colagem surrealista e pintura surrealista parecendo colagem. Magritte protestou contra a caracterização de Ernst de seu próprio trabalho, em carta que escreveu a André Breton, o líder dos surrealistas parisienses, provavelmente na primavera de 1937. Magritte pediu a Breton que escrevesse sobre ele e especificamente insistiu para que Breton corrigisse "o fácil comentário" de Ernst que a pintura de Magritte eram "colagens inteiramente pintadas à mão". Magritte queixou-se com Breton de que Ernst estava descaracterizando seu trablho ao afirmar que Magritte envolvia uma simples justaposiçao a verdadeiras caracteristicas de sua abordagem dos objetos, que envolvia o que Magritte descrevia intenciosamente como uma "operação mental". >>>


A RELÍQUIA

Outubro de 2013 - 27

Le Viol (A violação)/,1934 - ost 73 x 54 cm

O retrato, 1935 - ost 73,3 x 50,2 cm

Tempo paralisado,1938 - ost 147 x 99 cm

Embora não tivesse mencionado isso, o texto de Ernst também implicou que Magritte também era um conquistador, passivamente seguindo o caminho do trabalho iniciado por Ernst. Magritte mencionou na "Linha da vida" que para ele (assim como para a maioria dos artistas ligados ao surrealismo) "a colocação dos objetos fora do contexto" era um plano básico para desfamiliarizar o familiar. Justaposição, em outras palavras - como Ernst descrevia como colagem - cumpriam um papel fundamental. No entanto, outra coisa era sugerir, como Ernst fazia, que as pinturas de Magritte eram nada mais que seus prórios trabalhos de colagem, e tal afinidade com seus prórios trabalhos elimina as diferenças substantivas em estilo e estratégia que as fazem instantaneamente reconhecidas e completamentes únicas. Considere-se, por exemplo, a relação entre "Pietá ou La Revolution la Nuit", de Ernst (1923) e "Sens de La Nuit", de Magritte (1927). Esse é um dos inúmeros casos nos quais Magritte parece apontar diretamente para o artista mais velho com o intuito de corrigí-lo. A pintura de Magritte é muito mais simples do que a de Ernst; o uso da palheta é moderado, e há um grau de ilusionismo espacial que, à primeira vista, parece ser em linha reta, mas que numa outra inspeção revela ter sido sutilmente manipulado. Mais significativo, enquanto Ernst se apresenta a nós com 3 temas distintos, Magritte ofereceu um par de figuras idênticas aparentemente, apresentadas de costas uma em relação à outra. Enquanto esses jogadores de boliche viriam a ser anos depois influentes para o próprio Magritte - o artista burguês se encaminhando para o ofício da pintura de uma maneira deliberada, não passional - aqui, no seu momento de entrada na obra do artista, eles cumprem um papel diferente. A reiteração da figura força o reconhecimento meramente representativo. Não é "real", apesar de

suas formas modeladas tridimensionais. Mascarados como sempre, eles se revelam extraordinários; sua "normalidade", que faz a arte de Magritte tão extraordinariamente estranha. Todos aqueles que estudavam a vida e o trabalho de Magritte são reconhecidos pela vasta documentação e pelos comentários críticos reunidos e publicados por David Sylvester, autor de muitos ensaios, catálogos de exposições, livros sobre o artista e editor do catálogo comentado definitivo. Esse volume de referência é um modelo de sua espécie, estabelecendo um fundo cultural sobre no presente projeto , trazendo um foco intenso sobre grupos específicos de trabalhos de Magritte, feito em lugares específicos, em momentos específicos no tempo. O seu principal objetivo é posicionar trabalhos individuais criados por Magritte entre 1926 e 1938 dentro de uma estrutura ampla de relações. Complementarmente, os autores procuravam fazer uso das descrições obtidas, focalizando os trabalhos de Magritte com tutores, levando em conta as qualidades materiais dos objetos individuais, considerados como evidência primária da maior importâcia. Para focalizar as particularidades físicas de seu trabalho compreendido material e históricamente, para construir, quando possível, e olhando para objetos individuais dentro do contexto de seu tempo, Magritte repetidamente desconsiderou o significado daquilo que ele caracterizava como meros problemas técnicos, insistindo sempre que o que importava mais era a ideia e não o modo de realizá-la. Mais adiante, começando em 1946, o número de "variantes" que ele produziu para composições bem sucedidas aumentou dramaticamente - ainda que ele tenha começado essa prática antes de 1926, ela tornouse mais dirigida ao mercado nos anos pós-guerra. Como resultado, trabalhos dos anos 1920 e 1930 e variações dos anos de 1940, 1950 e 1960 são muitas vezes tratadas de maneira trocada na literatura sobre

Magritte, apesar de suas muitas diferenças de composição e escala, e as circunstâncias de sua feitura. A falta de atenção para o contexto histórico específico dessas variantes e a substituição de uma por outra tende a obscurecer a importância das intenções estratégicas do artista em repetir e duplicar. Ainda, lembremo-nos de que tudo pode ser dito para minar noções de "originalidade" e "raridade" de maneira consistente não somente junto à retórica surrealista, mas com o conceito de Duchamp sobre trivialidade, enfatizando a rica complexidade da moderna identidade artistica de Magritte. "Eu não quero pertencer ao meu próprio tempo, ou, mesmo, a nenhum outro", disse Magritte ao artista e crítico Suzi Gablik em 1966, um ano antes de sua morte. Cerca de trinta anos antes, na "linha da vida", ele tinha ideias diferentes e cuidadosamente se localizava em seu momento. "Surrealismo é revolucionário", disse Magritte em sua palestra, "porque é inexoravelmente hostil a todos os valores ideológicos burgueses que mantêm o mundo nas condições estarrecedoras em que se encontra hoje". Entre 1926 e 1938, sua arte compartilhou essas aspirações revolucionárias. Suas pinturas desse período dão convites para se olhar de perto e prestar atenção cuidadosa e crítica àquilo que se vê, tanto em cada imagem como no mundo que a cerca. Se a obra de Magritte foi realizada como ele pretendia, pode-se achar que, como Nougé escreveu de maneira memorável em 1931: "o mundo mudou. Não há mais coisas comuns." SERVIÇO Magritt: The Mystery of the Ordinary, 1926-1938 Período: Até 12 de janeiro de 2014 Local: MoMA - Museu de Arte Moderna de Nova Yorque Endereço: 11 W 53 Street - New York


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28 - Outubro de 2013

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30 - Outubro de 2013

Nasce o Memorial Erico Verissimo

O belo prédio amarelo de seis andares do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, no coração do Centro Histórico de Porto Alegre, abriga valioso acervo do autor de O Tempo e o Vento partir deste mês o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo convida para uma viagem pela vida e obra do escritor. Uma vasta coletânea com mais de três mil itens, divididos entre mais de 34 volumes originais, manuscritos, correspondências, desenhos, fotos, mapas, vídeos, filmes e fortuna crítica, compõe o rico acervo que vai ocupar dois dos seis andares do prédio construído entre 1926 e 1928, com influência da arquitetura francesa do século XX. Referência fundamental para quem quer conhecer a obra e o processo de criação do autor de O Tempo e o Vento e do também aclamado Olhai os Lírios do Campo, o Memorial Erico Verissimo reúne os acervos de dois amigos do escritor: o jornalista e bibliógrafo, Mário de Almeida Lima, e o doutor em Letras, Flávio Loureiro Chaves, este último tinha convivência muito próxima e foi quem organizou o segundo volume de memórias de Erico, Solo de Clarineta, deixado inacabado por ocasião de sua morte súbita, em 28 de novembro de 1975.

A

Originais, Linha do Tempo, mapas em 3D e espaço para público infantil No terceiro andar do Centro Cultural, os visitantes terão a oportunidade de conhecer originais de obras como Fantoches, uma coletânea de histórias que marcou a sua estreia em 1932, a novela Noite, o segundo livro da trilogia O Tempo e O Vento, O Retrato, publicado em 1951, o segundo

Mapa em 3D do Memorial Erico Verissimo

volume da autobiografia Solo de Clarineta, e o espaço Nanquinote, dedicado às crianças. Também será revelador conhecer detalhes do seu processo de trabalho, como as rasuras de seus textos feitas à mão, em diferentes cores a cada revisão. "Temos manuscritos todos com apontamentos, com avanços e recuos que nos permitem perceber que um livro não nasce pronto, é fruto de um trabalho minucioso que pode demorar muito, como O Tempo e O Vento, que levou 15 anos para ser concluído", exemplifica a doutora em Letras e professora da UFRGS, Márcia Ivana de Lima e Silva, coordenadora do projeto. Outra notável curiosidade que pode ser conferida sobre a maneira de delinear suas histórias, é o costume que o escritor tinha de desenhar personagens e lugares, a exemplo do mapa da cidade fictícia, onde se passa Incidente em Antares, e o mapa de El Sacramento, cenário de O Senhor Embaixador. A geografia dos lugares estará exposta em 3D, no centro deste andar, e lá será possível identificar, no caso de Incidente em Antares, o coreto, as mansões das famílias Vacariano e Campolargo e a loja do sapateiro comunista. "O pai

tinha mesmo esse costume de desenhar. Ao criar um romance, ele esboçava no papel as personagens para torná-las mais reais, palpáveis", relembra o filho, também escritor, Luis Fernando Verissimo. Ainda no terceiro pavimento será exibida uma linha do tempo, construída a partir de recursos iconográficos, que traça um paralelo entre acontecimentos históricos e a vida do escritor. A interatividade será estimulada por uma ilha de computadores e pelo acesso a vídeos, entrevistas, filmes e depoimentos. De acordo com o curador do projeto, o bibliófilo Waldemar Torres. "É um espaço para um público bastante amplo, para todas as idades. O objetivo é ousado, mas a ideia é bem essa: cada público vai absorver aquilo que é capaz", diz.

Biblioteca O Continente , lugar para pesquisas e mergulho na obra do escritor No sexto andar, o tradicional espaço de consulta do CCCEV, a Biblioteca O Continente, ganhou novas instalações e mobiliário, dedicados a exibir parte da coleção. É um espaço destinado a estudos e pesquisa tanto para acadêmicos como para o público em geral. "O Memorial tem características únicas pela tecnologia e democratização de materiais com a importância dos que disponibilizaremos de maneira presencial e virtual. Tudo está digitalizado e disponível também pela internet", explica Regina Leitão Ungaretti, diretora do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo. O Memorial, que apresenta um dos maiores ficcionistas brasileiros e um dos autores mais traduzidos no mundo, foi possível graças à iniciativa e ao envolvimento do CCCEV e aos patrocínios do Grupo CEEE, Gerdau e Pro-Cultura RS. A produção cultural é assinada pela Backstage.


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Outubro de 2013 - 31

Drink & Drama no Espaço Ernani

O

Espaço Ernani Arte e Cultura realizará a segunda edição do evento DRINK & DRAMA, que reúne grupo de artistas para uma exposição coletiva de pinturas sobre variadas situações em que bebidas e ações humanas se misturam nos mais variados contextos. Com apoio cultutal de A Relíquia, a mostra, com abertura dia 17 de outubro, contará com uma série de atrações, como os shows das bandas Divã Intergaláctico e Poesia On The Rocks, apresentação da peça de teatro "Bosque das Delicias" e uma mesa de debates sobre o tema Drinques e Dramas. Destaques para os artistas: Anderson Carvalho, Antonio Amador, Carolina Volpi, Douglas Luddens, Felipe Assuf, Fernando de Paula, José Carlos Soares, Leonardo Lazera, Liz Minelli, Luciana Farias, Marcelle Fagundes, Marcelo Magon, Marcio Couto, Mariana Agostinho, Nancy Telles, Paula Simor, Pamela Couto di Alencar, Regina Guimmarães, Renato Sha-

má, Ricardo Newton, Rodrigues Mello. Drink & Drama tem direção artística do pintor Ricardo Newton, autor do texto abaixo sobre o foco da exposição.

Copos, um tanto de álcool, tubos de tintas... "A bebida faz parte da história do homem desde tempos imemoráveis. Cerveja e vinho são companheiros fiéis em todas as circunstâncias, para o bem ou para o mal, como disse, certa vez, o genial escritor e boêmio de carteirinha Charles Bukowsky:'' Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom, bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa.'' Celebremos, portanto, esse belo acontecimento que é esta exposição coletiva de pinturas, realizada em espaço de grande tradição no cenário artístico de nossa cidade, e que reúne vários talentosos artistas que nos brindam com obras de grande qualidade."

Fernando de Paula

Leonardo Lazéra

Eucília Soares Informações: (21) 25494085 | 87802882 lilileiloeira@gmail.com Rua Siqueira Campos 143 Loja 86 - 2º piso - Copacabana - RJ

Pamela Couto di Alencar

Liz Mirelli

Felipe Assuf

Renato Shamá

Jóias de Prata "Manu Almeida" Exposição: Dia 3 (quinta-feira) de Outubro, das 14 às 21h. Leilão: Dias 04 e 05 de Outubro às 17h Caminho das letras Exposição: Dia 14 (segunda-feira) de Outubro, das 10 às 18h. Leilão: Dias 15, 16 e 17 de Outubro, às15h. Endereço: Praça Tobias Barreto, nº 7/Loja C Livros e Coleções: Exposição: Dia 21 (segunda-feira) de Outubro, das 14 às 21h Leilão: Dias 22, 23 e 24 de Outubro às 17h Artes, Antiguidades e Jóias Exposição: Dia 28 (segunda-feira) de Outubro, das 14 às 21h Leilão: Dias 29, 30 e 31 de Outubro às 17h

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