Edição 184 - Novembro 2012

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www.areliquia.com.br / jornalareliquia.blogspot.com / facebook.com “A Relíquia” / twitter.com/areliquia

INFORMATIVO DOS ANTIQUÁRIOS, LEILOEIROS, GALERISTAS E COLECIONADORES ANO XV - Nº 184 - NOVEMBRO DE 2012 - RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

O Impressionismo e a moda Vestido de verão de 1880 usado pela sra. Bartholomé

LEILÕES DE NOVEMBRO RIO DE JANEIRO • ALPHAVILLE • CAPADÓCIA • ERNANI • GODOFREDO FRANÇA • FAZENDA IMPERIAL • LEVY LEILOEIRO • ROBERTO HADDAD • VALDIR TEIXEIRA

O Impressionismo e a Moda no Museu d'Orsay apresenta obras de artistas como Manet, Degas, Monet, Renoir e Bazzile ao lado de roupas e acessórios antigos. Páginas 6, 7, 8 e 9

SÃO PAULO • ANDRE CENCIN • CASA 8 • LEILÃO DO BEXIGA • SALLES E VON BRUSKY

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Novembro de 2012 -

Espaço Ernani Arte e Cultura

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Estaremos lá, venha nos visitar nos dias 8 a11 de novembro, das 12 às 22 horas Centro de Convenções SulAmérica - Av. Paulo de Frontin, 1 - Cidade Nova Wwwfeiraartigo.com.br

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Novembro de 2012

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OBRAS DE:

pinturas e desenhos de

LEOPOLDO GOTUZZO ÂNGELO GUIDO LIBINDO FERRÁS PEDRO WEINGARTNER ADO MALAGOLI AUGUSTO LUIZ DE FREITAS FRANCISCO STOCKINGER

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A RELÍQUIA Circulação Nacional Publicação mensal da Sabor do Saber Editora

e dos artistas paranaenses

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Exposição: 24 e 25 de novembro de 2012 (sábado e domingo), das 15h às 22h Leilão: 26 e 27 de novembro de 2012 (segunda e terça-feira) a partir das 20h Estamos recebendo peças Local: Rua Pinheiro Machado, 25 loja B e C, Laranjeiras. Rio de Janeiro. Cep: 22231-090

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FUNDADORES

Litiere C. Oliveira Luiz Carlos Marinho

FEIRAS DE ARTE E ANTIGUIDADES

EDITOR

ART AND ANTIQUES FAIRS

Litiere C. Oliveira

- Reg.Prof. MTb 15109

e-mail: litiere@areliquia.com.br RIO DE JANEIRO Publicidade: Rua Siquira Campos, 143 - Sl 73 - Copacabana - RJ Tel.: 21 2265-9945 Redação / Arquivo / Distribuição Rua Esteves Júnior 9, casa 01 Laranjeiras - CEP 22231.160 - Rio de Janeiro Tel.: 21 2265-0188 / Tel / Fax: 2265-9945 Cel.: 9613-2737 / 8899-0188 e-mail: jornalareliquia@gmail.com SÃO PAULO Representante: Juliano Alves Tel: (11) 5666-6240 / 995981145 / 97389-3445 e-mail: areliquiasp@gmail.com PORTO ALEGRE Representante: Elisa Moog Tel: 51 2112-8038 / 9955-9962 DIAGRAMAÇÃO Felipe A. Oliveira CONSELHO EDITORIAL Itamar Musse, Fernando Braga, Luis Octávio Louro Gomes, Manuel Machado, Paulo Roberto S. Silva e Francisco P. Cunha, Ricardo Kimaid, Roberto Haddad, Rudinel Vicente do Couto, Hebert Gomes, Pedro Arruda e Virgínia Arruda COLABORADORES João Ubaldo Ribeiro ( ABL), Ferreira Gullar, Ledo Ivo (ABL), Paulo Coelho (ABL), Antônio C. Austregésilo de Athayde, Rosângela de Araujo Ainbinder, Ana Beatriz Gomes, Tatiana Maria Dourado, Rachel Brenner, Luiz Marinho, Paulo Scherer Tiragem desta edição: 15.000 exemplares Os conceitos e opiniões emitidas em colunas e matérias assinadas, são de responsabilidade única e exclusiva de seus autores.

Variados tipos de porcelana e cristal, joias, prataria, tapetes, objetos Art-Noveau e Art-Déco, entre outros, em exposição nas barracas montadas There is a wide variety of porcelain, crystal, jewellery, silverware and carpets, amongst other objects of interest. These are displayed and sold at stalls around the market tower.

RIO DE JANEIRO

SÃO PAULO

BELO HORIZONTE

SÁBADO - SATURDAY

SÁBADO - SATURDAY • Feira de Antiguidades da Praça Benedito Calixto - Pinheiros • Exposição de Antiguidades de Santos - Galeria 5ª Avenida, Pça Independência

• Feira de Antiguidades Tom Jobim Sábados, 10 às 17h - Av. Bernardo Monteiro - Santa Efigênia

• Shopping Cassino Atlântico Av. Atlântica, 4240 - Copacabana - Antique fair in air conditioned surroundings with a tea-shop and live music • Feira do Troca - Pça XV, em frente às Barcas (Bric-à-brac onde também se pode encontrar antiguidades). DOMINGO - SUNDAY • Praça Santos Dumont (em frente ao Jóquei) - Jardim Botânico • Feira de Antiguidades de Petrópolis - Praça Visconde de Mauá

BRASÍLIA Todo último final de semana de cada mês - Shopping Gilberto Salomão

DOMINGO - SUNDAY • Feira de Antiguidades do MASP - Vão Livre do Museu de Arte de São Paulo - Av. Paulista • Feira de Antiguidades do Bixiga - Praça Dom Orione - Bixiga • Feira de Antiguidades do MuBE (Museu Brasileiro da Escultura) - Av. Europa, 218 Jardins • Mercado de Antiguidades de Santos - Piso superior do Mercado Municipal. Praça Iguatemi Martins, s/n°, Vila Nova, Santos/SP.

PORTO ALEGRE • Feira do Caminho dos Antiquários - Pça. Daltro Filho - Sábados, 10 às 16h • Brique da Redenção - Domingos, 9 às 18h - Av. José Bonifácio sn. - Bom Fim • Feira do 5ª Avenida -Av. Mostardeiro, 120 - Todos sábados das 10h às 18h

SÃO LUÍS • Feira de Antiguidades de São Luís - Todo último sábado do mes no Tropical Shopping.Av. Colares Moreira, 440 - Renascença 2


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Feira de Arte ARTIGO Rio em novembro Feira acontece entre 8 e 11 de novembro, no Centro de Convenções SulAmérica e oferece obras de arte a preços acessíveis O Rio de Janeiro recebe entre os dias 8 e 11 de novembro a primeira edição da ARTIGO Rio, feira de arte contemporânea com obras a preços acessíveis, que reúne cerca de 30 galerias e coletivos artísticos nacionais e estrangeiros, no Centro de Convenções SulAmérica. Idealizada pelo curador e artista plástico Alexandre Murucci, a ARTIGO busca aproximar novos colecionadores do mundo das artes visuais, oferecendo obras de qualidade, de jovens artistas expoentes ou em meio de carreira, a um valor médio entre R$ 500,00 e R$ 3 mil e teto de R$ 17 mil o trabalho mais caro. "Há um nicho pouco explorado no Brasil, impulsionado pela expansão do circuito de arte e sua popularização para a classe média, mas que é tendência de mercado na Europa e nos EUA, onde já acontecem, com frequência, diversas feiras similares. E a ARTIGO vem para preencher esse espaço", defende Murucci. A feira apresenta um modelo transparente de

exposição das obras, em que cada galeria apresentará, de maneira clara e ao alcance do público, informações sobre os artistas e preços dos trabalhos expostos. Além disso, todos os participantes têm o compromisso de expor 70% das obras à venda com preço médio entre R$ 500,00 e R$ 3 mil. "Apesar do boom das artes no país, o brasileiro ainda vê a obra de arte como um objeto caro, inacessível. Por isso nossa proposta é oferecer obras com valores acessíveis e uma dinâmica de maior clareza nas informações e preços, pois a pessoa que vier à nossa feira tem que ter certeza de que não há preços flutuantes - é tudo como numa vitrine de shopping. Queremos que o público vá à ARTIGO para comprar de fato, e não apenas olhar, como num museu", explica o idealizador. Entre as galerias e coletivos de arte presentes estão nomes como as cariocas Artur Fildago, Öko Arte Contemporânea, Espaço Ernani Arte, a mineira Minas Contemporânea, a pernambucana Dumaresq, a estrangeira AVA Gallery, de

Helsinki (Finlândia), e o projeto virtual FaceArte. O transporte oficial do evento é o MetrôRio, cuja estação Estácio localiza-se próxima ao evento. O acesso ao local pode ser feito também por ônibus e carro, com estacionamento disponível no próprio Centro de Convenções SulAmérica. A ARTIGO promove ainda uma série de ações paralelas durante o evento. Mais informações na coluna Destaques

SERVIÇO ARTIGO Rio - Feira de Arte Contemporânea Data: de 8 a 11 de novembro, das 12h às 22h. Local: Centro de Convenções SulAmérica: Av. Paulo de Frontin, 1 - Cidade Nova Ingressos: R$ 10,00 (dez reais) - desconto de 50% para usuários do cartão pré-pago do MetrôRio. www.feiraartigo.com.br / https://www.facebook.com/artigorio


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O Impressionismo e a moda

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no Museu d'Orsay

o momento em que a mostra Impressionismo: Paris e a modernidade, Obras-Primas do Acervo do Museu d'Orsay de Paris, França provoca filas imensas, primeiro em São Paulo e agora no Rio de Janeiro, uma maravilhosa exposição acontece no templo da pintura impressionista: O Impressionismo e a Moda. Obras de artistas como Manet, Degas, Monet, Renoir, Bazille e Caillebotte e roupas e acessórios antigos, em fotos ou fisicamente, são apresentados lado a lado na mostra do Museu d'Orsay. Muitos trajes são os mesmos usados pelas pessoas que aparecem nas pinturas de mais de um século atrás. A mobilidade das silhuetas, ampliadas por jogos de luz sobre os têxteis, reconstitui a atmosfera da época. A cenografia é assinada pelo diretor de óperas Robert Carsen. A exposição O Impressionismo e a Moda coloca uma lente de aumento na moda em Paris na segunda metade do século XIX. Compara os impressionistas com a moda do seu tempo, revela como sua pintura absorveu a influência do vestuário contemporâneo e como registra o comportamento da época. Desde o despertar até os momentos de gala na noite parisiense, a burguesia clássica usava até seis roupas por dia. Mas os artistas da "nova pintura", como o impressionismo era chamado na época, não se limitavam apenas às burguesas, pintando também as mulheres comuns, como as vendedoras e garçonetes. A mostra foi organizada pelo Museu d'Orsay em parceria com dois dos maiores museus de arte dos Estados Unidos, o Metropolitan de Nova York o Instituto de Arte de Chicago. Os curadores são Philippe Thiébaut (curador geral), Guy Cogeval (presidente dos museus d'Orsay e de l'Orangerie), Susan Alyson Stein (Metropolitan) e Gloria Groom (Chicago). Foram reunidas mais de 70 pinturas e cerca de 40 peças de vestuário de um período que vai de 1860 a 1885. A exposição foi dividida em cinco módulos: Sortir en ville (Ir à cidade), Tenues D'intérieur (Trajes de casa - interior), Les hommes et la mode (Os homens e a moda), Sortie le soir (Sair à noite) e En plein air (Ao ar livre).

Ir à cidade

Philippe Thiébaut explica que Paris deve sua cara de capital moderna a Napoleão III e ao prefeito do departamento do Sena, Georges Eugène Haussmann. Entre 1855 e 1858 foram construídas duas grandes avenidas, uma atravessando Paris de norte a sul - o bulevar de Sebastopol

Fotos: Litiere C. Oliveira / reproduções

GUSTAVE CAILLEBOTTE - Rue de Paris; temps de pluie (1877), ost 212 x 276

Vista da exposição no Museu d’Orsay

prolongado pelo bulevar de Saint-Michel, outro de leste a oeste, a rue de Rivoli ligando a Place de l'Étoile a Place de la Bastille. Os bulevares interiores existentes foram completados por novas avenidas, a exemplo do bulevar Saint-Germain. Todas são arborizadas, dotadas de largas calçadas e ladeadas por edifícios monumentais. Jardins e praças se multiplicam e foram criados bosques e parques. Essses trabalhos de urbanismo - conta Philippe

- trouxeram um novo estilo de vida e novos padrões de comportamento em toda a cidade. A literatura fornece maiores detalhes de como as pessoas se comportavam na grande cidade. Como "La Curée" (1871) de Émile Zola que abre com o brilhante desfile de carruagens e de seus ocupantes vindos de uma bela tarde de outubro no lago do Bois de Boulogne: "Ela usava, sobre uma roupa de seda roxa, com avental e túnica, guarnecida de largos panos plissados, um pequeno casaco de pano branco, forrado de veludo roxo (...).” Esta renovação da imagem da cidade convida os artistas a sairem de seus ateliês. Sedentos de modernidade, os impressionistas se tornaram pedestres e flâneurs para melhor se impregnarem desta atmosfera e observarem os costumes de uma população numerosa e diversa. Édouard Manet fica literalmente fascinado pela cidade em transformação na qual se cruzam burgueses e operários, elegantes e meretrizes. Claude Monet, fica maravilhado por esta nova Paris, fazendo seus os espaços liberados por Haussmann, em volta do Louvre, antes da construção dos grandes bulevares e da gare de Saint-Lazare. >>>


A RELÍQUIA

ÉDOUARD MANET - La Parisienne (1875), ost 192 x 125 cm

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ÉDOUARD MANET - La Lecture (1875), ost 60,5 x 73,5 cm

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PIERRE AUGUSTE RENOIR - Madame Charpentier et de ses enfants (1878), ost 153,7 x 190 cm

Gustave Caillebotte poderia ser encontrado nas novos edifícios. As silhuetas masculinas se so- os vestidos são de lã e os fabricantes inventam primeiras lojas. Com efeito, seu pai construiu brepõem às femininas que em sua maioria dei- conjuntos estampados com motivos de cachemiuma mansão perto do bulevar Malesherbes e da xam para trás o mundo doméstico. E os guarda- ra, como os xales. Existem dois retratos feitos Place de l'Europe, onde o artista pintou uma séchuvas também lembram a utilidade deste aces- por Pierre Auguste Renoir de Camille Monet, vestida com um roupão desse tipo, azul com rie de quadros no final dos anos 1870. sório sob o céu parisiense. Nos seus quadros, os impressionistas repreFrançoise Tétart-Vittu, um dos autores da ex- grandes motivos de cachemira na frente. No vesentavam instantâneos da vida moderna, pedaposição (o outro é o curador Philippe Thiébaut), rão, os roupões de musseline com grandes manços da vida, tipos da sociedade contemporânea explica que no tempo dos impressionistas, os gas flutuantes fazem maravilha sob o pincel de que se mostravam ao olhar. De acordo com os preços praticados por todo o vestuário da moda Renoir, Monet ou Berthe Marisot, e a tranparênmanuais do saber-viver e dos tratados de eleeram praticamente iguais em todos os bairros. cia da musseline um jogo sutil de sombras sogância, a sobriedade do vestuário e dos comHavia numerosos jornais especializados que bre as dobras de tafetás amarelos ou azuis. Para essas roupas de interior, têm preferência os plementos se impõem tão logo a mulher vai ilustravam as criações das oficinas, moalgodões leves, enfeitados por finas rispara a rua Esta indumentária que ela passa distas, alfaiates, lojas e os ateliês de cas, flores, bolinhas ou fitas. As roupas a usar nas suas caminhadas e visitas, imnovidades. A partir do modelo brancas não podem ser usadas para periosamente complementada por um da casa Worth, criada em passeio nas ruas onde é preciso se veschapéu e por luvas, de acordo com um 1858, de renome internaciotir casaco, xale, chapéu e sombrinha. guia de 1859, caracteriza-se "pela simnal, nos anos 1875-1885, dáConfortáveis de usar, as vestes sem plicidade e uma espécie de castidade". se a proliferação das casas corpete são roupas "de négligé" que Saber caminhar, cuidados com o vestide alta costura e de alfaiaas amigas dos pintores gostavam do e os sapatos, saber se prevenir dos tes célebres. de vestir em festas campestres fagestos dos passantes descuidados, tumiliares, para ficar no jardim ou ler do isto constitui uma arte que distinTrajes de casa gue a parisiense de outras mulheres. A sob as árvores. Manet representou É o mesmo FrançoiParisiense (foto acima), pintada sob os Berthe Marisot no balcão com uma se Tétart-Vittu que traços da atriz Ellen André por Manet dessas roupas leves com largas mannos fala sobre os traem meio aos anos 1870, segurando cuigas em musseline, enquanto a seu lajes usados em casa. dadosamente a cauda do vestido com a do, Fanny Claus usa um desses peDiz ele que os immão esquerda, deixando aparecer a ponquenos costumes curtos tão práticos pressionistas procupara andar nas ruas da cidade. A ta de uma botina, testemunha este belo raram apresentar a mulher de Manet, sentada, sobre um comportamento. A obra que dá uma exmulher no interior canapé, veste praticamente a mesma celente ideia da rua parisiense dos de sua casa com uma roupa, a blusa cintada por uma fita. roupa matinal, no novos quarteirões burgueses é Naturalmente, essas roupas leves, jardim, ou com seguramente Rue de Paris; temps eram usadas por ocasião do calor roupa de tarde de pluie de Caillebotte (foto na do verão. mais elegante papágina 6). As vestimentas escura receber em seu ras dos passantes contrastam Vestido de tarde (1880-1881) Vestido de verão de1880 salão. No inverno, com a pedra cinza claro dos (Coleção particular) (Museu d'Orsay) Continua na página seguinte


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Continuação da página anterior

ÉDOUARD MANET - Naná (1877), ost 154 x 115 cm. O artista mostra a moda íntima. Foi recusado no salão de 1877.

PIERRE AUGUSTE RENOIR Danse à la ville (1882-1883), ost 179 x 90 cm

Para as estações menos clementes e para receber amigos para o chá, hábito inglês que se desenvolvia, era conveniente usar roupas de cidade, às vezes, muito elegantes, em seda, guarnecida de panejamentos e rendas, o que era a última moda e demandava um conhecimento de uma modista. Essas roupas podiam eventualmente ser usadas na saída para o teatro ou jantares onde se ia de carro, mas envoltas em uma capa ou xale. A silhueta da mulher é formado por dois acessórios característicos: o espartilho que afina a cintura e o sutiã que destaca o peito. Para combater as marcas na pele, a mulher coloca uma camisa por baixo. Ela iria esconder o espartilho sob uma peça de lingerie. Sobre suas pernas, ela usava meias presas por ligas no joelho, e uma saia com babados equipada com cordas para segurar. Às vezes, a cauda saía e a parte inferior seria destacável.

Sair à noite

FRÉDÉRIC BAZZILLE - Pierre Auguste Renoir (1867), ost 61 x 50 cm. Os dois pintores dividiram um studio e pintaram retratos um do outro

baile e um vestido para uma estréia na ópera seria usado com um chapéu, que precisava ser pequeno, para não bloquear a visão dos vizinhos. Anáguas eram usadas para armar os vestidos, que eram rebaixadas na frente, enquanto a parte traseira era inflada com almofadas. Vestidos de jantar e teatro não eram geralmente muito decotados, nem se usava despir os ombros, usando-se mangas três-quartos ricamente decorados à mão - ou rendas feitas na máquina, e qualquer costureiro poderia obter nas lojas uma vasta gama de adornos: pregas, listras, e franjas de duas cores enroladas. Para a noite de gala na ópera, o vestido poderia ter um decote redondo, o cabelo seria decorado com flores ou joias, ou outros acessórios. As cores escolhidas para estas peças de vestuário eram variadas, não sendo determinadas as preferências ao longo do tempo. As cores também variavam dependendo do gosto e da idade do cliente. Cor de rosa, azul e branco eram cores escolhidas pelas mulheres. O gosto pelo preto, comum em trajes na cidade, também foi encontrado em vestidos de noite, sendo considerado elegante, como no retrato Madame

Na época dos impressionistas, ao se vestir para um baile, uma noite na ópera ou teatro, toda ousadia era permitida à mulher. Para a noite, sob as luzes da rua ou dos candeeiros a gás - e ampliado pela moda - a beleza das mulheres torna-se completamente deslumbrante. A silhueta sinuosa com saias longas, os ombros descobertos e o rosto maquiado, emoldurado por um estilo de cabelo complicado, complementado por um decote amplo e muitas vezes quadrado. Havia uma série de roupas para cada grupo de idade e situação. Um vestido para participar de um banquete era bastante Conjunto de verão (1867), Museu de diferente de um vestido de Moda de La Ville de Paris

CLAUDE MONET - L'Homme à l'ombrelle (1867), ost 100 x 61 cm

Charpentier et de sés enfants (página 7), de Renoir. No verão, após a grande voga para o manto de seda durante 1865-70, passou a ser usado um lenço amarrado à moda de Maria Antonieta.

Os homens e a moda

"Os impressionistas, apaixonados pela modernidade, se interesam pela moda, fenômeno que estava nessa época em pleno auge, com o desenvolvimento das revistas especializadas e das grandes lojas", disse Gloria Groom, curadora da exposição. A presença masculina é marcante na pintura impressionista. Inicialmente nas pinuras se sobressaem grandes áreas de preto e cinza com manchas brancas. Para apreciar apenas em que medida o impressionista conseguiu reproduzir a silhueta e o comportamento do morador da cidade, apesar das dificuldades decorrentes da visão, temos de nos lembrar como foi realmente a moda masculina. O esboço geral e as cores de roupas masculinas mostram grande estabilidade. Ainda relevante durante as décadas que antecederam à Primeira Guerra Mundial, era este o comentário no Journal des modes d'hommes em janeiro de 1867: "Considere atentamente um cavalheiro muito inteligente de acordo com o gosto do nosso tempo, vestindo um casaco solto, e examine de perto as várias partes de sua roupa de baixo para cima: dois tubos retos contêm as pernas a se perder em um tubo coletor, dos quais dois anexos escapam, de novo com a forma de tubos em que os braços são colocados, e a coroa do edifício, uma calha que chamamos um Vestido de verão (1868) Acervo Les Arts chapéu". >>> Decoratifs (Paris)


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Dez anos mais tarde, Louis Ulbach's no Guide sentimental de l'étranger dans Paris foi cheio de conselhos para qualquer indivíduo do sexo masculino que desejasse passar como um verdadeiro parisiense e deslizar "para o meio-tom geral em que se move em Paris a alma espiritual". Depois de muitas recomendações, que foram lentamente seguidas, os homens passaram a usar cores claras, uma roupa mais casual, como o demi-toilette de Monet que oferece um exemplo luminoso com o seu Homme à l'ombrelle , retrato de Victor Jacquemont (página 8). Esta é a figura representativa que transmite um ideal masculino de urbanidade para os impressionistas na busca pela modernidade.

Ao ar livre

Dois grandes manifestos da pintura impressionista, ambos executados por Monet em 186567, glorifica a felicidade momentânea e fugaz beleza de um dia de verão. Primeiro pintou Le Déjeuner sur l'herbe na Floresta de Fontainebleau, em Chailly, e em seguida, Femmes au jardin, executado nos subúrbios de Paris, em Ville d'Avray (fotos embaixo). Com esta escolha de temas, Monet ficou à altura dos mestres da pintura ocidental: como integrar o tamanho real das figuras em uma paisagem. Ele escolheu para retratar, não os personagens mitológicos ou históricos, mas seus próprios contemporâneos, que passaram a ser elegantes moradores anônimos da cidade vestindo as últimas modas. Para retratar os diferentes protagonistas que entram na composição de Le Déjeuner sur l'herbe, o pintor usa duas pessoas: sua companheira Camille Doncieuxe e seu amigo, também um pintor, Frédéric Bazzille. No entanto, enquanto Le Déjeuner sur l'herbe aparece como a descrição objetiva de uma cena ao ar

FRÉDÉRIC BAZZILLE - Reúnion de famille (1867), ost 152 x 230 cm

livre (um piquenique), um momento de relaxamento de pessoas elegantemente vestidas, Femmes au jardin, ao contrário, produz uma sensação de sonho que, apesar das roupas, os afasta da realidade. É o desejo de pintar este jogo de luz, transmitindo transitoriedade e vitalidade, que acometeu os impressionistas, de abandonar qualquer pensamento de precisão e laboriosamente transcrever os detalhes do vestido, preferindo pinceladas amplas e pequenos toques, para

mostrar a renderização da textura do tecido, e para o jogo de luz e sombra, utilizar o chiaroescuro, ou a luz solar ofuscante. O quadro La Balançoire (abaixo), de 1876, de Renoir, passa a impressão que eles estão felizes, estas são as últimas palavras que vêm à mente de qualquer um que vê esse quadro encantador. A exposição O Impressionismo e a Moda no Museu d'Orsay, em Paris, fica em cartaz até o dia 20 de janeiro de 2013 e depois deve ir para o Metropolitan Museum de Nova York. Além de quadros, fotos, roupas e acessórios, a mostra também exibe cartazes, anúncios e publicações de jornais e revistas da época.

Vestido de verão (1869) Coleção particular

PIERRE AUGUSTE RENOIR - La Balançoire (1876), ost 92 x 73 cm

CLAUDE MONET - Femmes au jardin (1866), ost 255 x 205 cm

CLAUDE MONET - Le Déjeuner sur l'herb (1865-1866), ost 248 x 218 cm


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RICARDO KIMAID

A verdadeira Arte O Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB abriu no Rio de Janeiro o mais representativo evento de sua história dedicado às artes visuais, com inesquecível mostra das obras dos verdadeiros gênios da pintura, que marcaram com o movimento impressionista o marco mais importante do modernismo no mundo das artes plásticas. Quando surgem eventos desse quilate, que celebram a verdadeira Arte, o volume do comparecimento torna-se uma clara resposta a aqueles que são empreendedores do bizarro. Felizmente, muita, mas muita gente se emociona diante de uma tela, quando seu conteúdo nos toca a alma, quando ela representa algo que se comunica com o apreciador, quando, por fim, é interpretável aos olhos de todos e nos dão prazer. "Prazer e Emoção", palavras hoje em desuso e desprezadas nesse cenário patético apresentado nas feiras internacionais de arte contemporânea e nas Bienais, alimentadas pelos veículos midiáticos aculturados de comunicação, que nutrem a apologia dessa grande farsa, chamada "arte contemporânea". O desfile de algumas obras dos grandes gênios do impressionismo e pós-impressionismo, advindas do Museu D'orsay de Paris e exibidas no CCBB de São Paulo, e agora no Rio de Janeiro, mobilizam milhares de pessoas diariamente, que enfrentam filas quilométricas e se acotovelam para degustar do prazer de assistir diante dos seus olhos, ao vivo e a cores, as telas que imortalizaram seus autores, e autores que

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eternizaram suas obras. Aqueles que não tiveram o privilégio de conhecer obras de Claude Monet, Edgar Degas, Édouard Manet, Van Gogh, Paul Cezane, Renoir, Paul Gauguin, Édouard Vuillard, Pissarro, Morisot, entre outros grandes gênios da pintura não podem perder essa grande oportunidade. É um desfile de pérolas que consagraram os principais protagonistas desse movimento que mostrou ao mundo um novo caminho, com a descoberta que existe luz na sombra. Que colírio! Quando o mundo vive um momento em que só se celebra mediocridades, os Museus acertam em cheio ao estender seus acervos a povos distantes, trabalhando no sentido de disseminar cultura aos povos menos contemplados, para aqueles que não possuam recursos para viajar e conhecer pessoalmente obras de tal magnitude. Com certeza, esse tipo de iniciativa deverá incomodar grupos que trabalham arduamente no sentido de desmistificar históricos consagrados por uma cultura de fato e real conquistada, sentindo-se ameaçados de que isso possa diminuir suas possibilidades de manipular as novas gerações com propostas de um modernismo insípido, inodoro e incolor. Contudo, o avanço que o impressionismo proporcionou ao mundo cultural, não apaga as conquistas que o antecedeu, nem aviltaram a importância da pintura clássica, acadêmica e figurativa; cada nicho com sua importância e singularida-

de, e se manterão sempre como pilares culturais indestrutíveis da história no mundo das artes plásticas. Quiçá os demais Museus entendam o quanto será significativo dar prosseguimento a essa iniciativa do Museu D'orsay, e, com isso, abram suas portas para o mundo, tão carente de uma cultura sólida, e que muito contribuirá para melhorar a qualidade do ser humano, hoje, tão insensível. Ricardo Kimaid rkimaid@uol.com.br www.rembrandt.com.br

Exposição Eu, Rio A exuberância do Rio de Janeiro, reconhecida mundialmente, transparece na simplicidade das cores vibrantes e traços minimalistas da carioca Linda Valente. A artista se inspira em cenas típicas do cotidiano da cidade: o vendedor de Matte, o beijo em Ipanema, o jogo de altinho no Arpoador, as rodas de samba em botecos de esquina, o aplauso ao pôr do sol, o passeio de bicicleta nas curvas do calçadão... Esse é o Rio que ela ri. Fique à vontade para rir o seu.

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RIO DE JANEIRO: (21) 2265-0188

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A RELÍQUIA

Novembro de 2012 -

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A RELÍQUIA

- Novembro de 2012

O feitiço da Mona Lisa O

visitante vira à direita na altura da escultura "Vitória da Samotrácia", segue os cartazes que trazem uma seta sobre a face familiar e logo chega à sala superlotada, na qual, de frente para o grande e ignorado "As Bodas de Caná", de Veronese, ela se encontra, embutida em uma parede de concreto e protegida por duas camadas de vidro laminado a prova de balas: a Mona Lisa. Os grupos sempre têm no mínimo 12 pessoas sem expressão e silenciosas. O silêncio sugere mais vazio do que veneração. Todos já a viram em propagandas, em cartões postais engraçados e em produtos que vão de chocolates a "mouse pads", de forma que não há de fato uma necessidade de olhar o quadro. Na verdade, o objetivo do visitante - e isso fica evidente - não é apreciar a Mona Lisa, mas poder dizer que a viu. Ela não passa de uma parada em uma rota turística. "Não dá para ver o Louvre inteiro, já que existem mais de 6.000 objetos em exibição. Assim sendo, o turista vê uma única coisa. É como se fosse uma peregrinação", diz o historiador Donald Sassoon, que passou dois meses observando as pessoas que olhavam a Mona Lisa, e um ano e meio escrevendo o livro sobre como ela se tornou a pintura mais famosa do mundo. Professor de História Comparativa da Europa na Universidade de Londres, Sassoon nasceu no Cairo e estudou na Europa e nos Estados Unidos. Ele esteve em Paris para fazer uma pesquisa sobre a história do capitalismo, lançou um livro sobre Mussolini em dezembro e anos atrás dedicou 1.660 páginas à obra The Culture of the Europeans ("A Cultura dos Europeus"), um projeto de dez anos que descreve o desenvolvimento dos mercados culturais na Europa desde 1800. Sassoon conta que pretendia dedicar um parágrafo ao marketing da Mona Lisa, que seria um exemplo de como um artefato da alta cultura pode tornar-se popular. O parágrafo virou uma página, duas páginas e, em 2001, acabou tornando-se um pequeno livro, "Becoming Mona Lisa: The Making of a Cultural Icon" ("Tornandose a Mona Lisa: A Fabricação de um Ícone Cultural").

Foto: Litiere C. Oliveira

Ela demorou muito tempo para atingir este status. Mesmo no início do século 19 o valor do quadro era estimado pelo Louvre em 90 mil francos, um preço bem inferior ao de "A Bela Jardineira", de Rafael (400 mil francos). A técnica e a composição revolucionárias de Leonardo, assim como os mistérios que cercam o quadro (Por que não se encontrou nenhum esboço preparatório? Por que Leonardo sempre mantinha a pintura consigo?) foram todos resumidos em um enigma: o sorriso da Mona Lisa. Giorgio Vasari, um quase contemporâneo de Leonardo, nunca viu a pintura, mas em 1547 mencionou o sorriso ("mais divino do que humano"), dedicando menos espaço a este do que às sobrancelhas da Mona Lisa (cuja pouca espessura surpreenderia mais tarde Stendhal e George Sand). Segundo ele, a modelo seria Lisa, mulher de Francesco del Giocondo. Na França a pintura é chamada "La Gioconda". Foi a França que tornou "La Gioconda" famosa, embora isso tenha demorado muitos anos. Leonardo levou com ele a pequena pintura (ela mede apenas 77 por 53 centímetros) até a corte de Francisco I, onde morreu, supostamente nos braços do rei (embora François estivesse ausente no momento). Parte da coleção real, a Mona Lisa ficou dependurada em uma galeria lateral modesta em Versalhes. Em 1750, quando os 110 melhores trabalhos da coleção de Versalhes foram exibidos para uma platéia altamente selecionada, a Mona Lisa não estava entre eles. Com a Revolução Francesa, a coleção real foi transferida para um novo museu no Palácio Louvre, no qual a Mona Lisa tornou-se apenas parte de uma grande quantidade de

quadros pendurados nas paredes do Salon Carré. Se, conforme afirmou Andrés Malraux, os museus não se limitam simplesmente a exibir obras de arte, mas a criá-las, Sassoon acrescenta que é preciso escrever sobre elas, fazer propaganda, a fim de que atinjam uma condição icônica. E, em meados do século 19, na França, mais do que em qualquer outro lugar, homens e mulheres de letras escreviam bastante sobre as artes. Segundo Sassoon, a Mona Lisa foi reposicionada, poder-se-ia até dizer que renomeada pelo poeta e respeitado crítico de arte Théophile Gautier, que se referiu a ela como sendo uma esfinge perturbadoramente sorridente ("a boca sinuosa, serpentina, voltada para cima nos cantos, em uma penumbra violeta") e a transformou em figura da moda das décadas seguintes: a femme fatale. "Essa pintura me atrai, me comove, me consome, e sigo em direção a ela, apesar de mim mesmo, como o pássaro segue em direção à serpente", afirmou o historiador Jules Michelet. Do outro lado do canal, Ruskin desprezou Leonardo, chamando-o de autor de "alguns borrões apagados", mas em 1869 Walter Pater escreveu aquela que é sem dúvida a passagem mais famosa da crítica da arte ("Ela é mais antiga do que as pedras sobre as quais se encontra; assim como o vampiro, ela já esteve morta diversas vezes..."), um trecho tão influente que, em 1973, o historiador Kenneth Clark relembrou: "Há 50 anos nós todos já a conhecíamos de cor". A Mona Lisa não podia mais ser ignorada, mas se ela virou um ídolo, foi somente em 1911 que o quadro tornou-se verdadeiramente popular.

O incidente ocorrido naquele ano foi o roubo da obra por um italiano confuso chamado Vincenzo Peruggia, um fato ao qual a imprensa popular em ascensão deu ampla cobertura. O jornal "Le Petit Parisien" (com a sua tiragem de 1,4 milhão de exemplares) alegou que ela era parte da herança nacional francesa. O seu sorriso foi mencionado em quase todas as edições. Houve charges, cartões postais, e até mesmo um curta-metragem que foi visto por Kafka. Os italianos, que até então não tinham interesse pela pintura, adquiriram subitamente uma consciência a respeito "da sua Mona Lisa" quando Peruggia a deixou na Galeria Uffizi, e ela foi devolvida, com grande cerimônia, ao Louvre, em 1914. No ano seguinte, chegou ao mercado a Gioconda Acqua Purgativa Italiana, um laxante que, segundo se dizia, curaria também a malária. De acordo com Sassoon, o roubo significou uma grande ascensão na carreira do quadro. O próximo grande passo só ocorreu em 1962, quando ela visitou os Estados Unidos. "À época havia o uso sistemático da propaganda, de forma que o objeto era visto praticamente toda semana e todo mês", diz Sassoon. A Mona Lisa seguiu para os Estados Unidos de primeira classe no SS France, dentro de uma caixa flutuante e à prova d'água, já que o presidente Charles de Gaulle, devido ao apelo de Malraux, achou que ela suavizaria as perigosas relações franco-americanas. Ao final da turnê norte-americana, a Mona Lisa havia sido vista por 1,6 milhão de pessoas. A seguir houve viagens do quadro à União Soviética e ao Japão, e àquela altura a arte do merchandising já estava a todo vapor no mundo inteiro. A grandeza da pintura tornou-se secundária em relação à sua fama. "A universalidade não é inata; ela exige um suporte de marketing", argumenta Sassoon. "Isso não quer dizer que a qualidade também não prevaleça. Significa simplesmente que se algo como a Mona Lisa for pintado por um búlgaro e a pintura permanecer na Bulgária, ela não encontrará mercado. O quadro precisa ficar em um lugar como Paris". Mary Blume, de Paris


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LEIL√O DO BIXIGA Leilão de arte e antiguidades Dias 8 e 9 de novembro às 20:30 h e dia 10 de novembro às 15 h Exposição: De 3 a 7 de novembro das 10 às 21 h Local: Rua 13 de Maio, 717 - Bela Vista - São Paulo Informações: tels. (11) 3251.0066 - 7853.5225 e 99844.6317 Organização:

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A RELÍQUIA

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A RELÍQUIA

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GRANDE LEILÃO DE ARTE Leilão de Novembro

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Anton van Dyck (1599 - 1641) "Paola Doria, Marquesa de Lomelline" O.S.T. 122 x 92 cm. Ex-Coleção Jules Porgés. Adquirido em Paris em 1910

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A REL

- Novembro de 2012

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5º Grande Leilão da Temporada de 2012

Aproximadamente 1800 lotes de coleções particulares ao correr do martelo pela melhor oferta

" As

Exposição: 23, 24, 25 e 26 de novembro de 2012 Sábado e Domingo, de 15:00 às 22:00 h. Sexta e segunda-feira, das 10:00 às 22:00 h. CÍCERO DIAS (1908 - 2003) "Pão de Açúcar Rio de Janeiro", o.s.t. - 100 x 81. Assinado cid. Reproduzido no livro "Cícero Dias Oito Decadas de Pintura". Pág. 281

Raríssima tapeçaria AUBUSSON do séc. XVIII, representando "Cena campestre ao fundo palácio". Medindo 4,16 x 2,57 - 10,69 m²

DJANIRA da Motta e Silva - 1914-1979 Crianças Kanelas", o.s.t. - 130 x 97 cm Ass.e dat. 1960, intitulado e localizado Maranhão no verso, catalogado sob. nº 1387 do Acervo da Galeria Bonino no chassi

MABE, Manabu (1924 - 1997) "Abstrato", o.s.t. 51 x 51 cm. Assinado e datado 1986 cie e no verso assinado, datado e numero 4A 1 DI CAVALCANTI, Emiliano (1897 - 1976) "Carnaval", o.s.t. - 25 x 35 cm. Assinado e datado 1964 cid

BRUNO GIORGI (1940 2010) - "Torso". Escultura de mármore portugues de Estremoz. Assinada. Alt. 53 cm

CHIPARUS, Demetre H. (1886-1947) Adieu. Escultura de bronze patinado e marfim, cerca de 1925, rep. figura de mulher. Ref. Para outro exemplar deste modelo: Bryan Catley, P. 63. Alt. 36 cm

KRAJCBERG, Frans (1921) - Sombra. Escultura de parede com tronco de árvo frutas e pigmentos naturais, ass. com a iniciais pirografadas no verso. (c. 1970). M 170 x 93 x 30 (A X L X P )

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LÍQUIA

REYNALDO Fonseca (1925) "Banho", o.s.t. - 100 x 81 cm0. ssinado e datado 1993 cse e no verso: assinado, datado

Novembro de 2012 -

TERUZ, Orlando (1902 - 1984) "Teresópolis", o.s.t. - 92 x 73 cm. Assinado cid e verso e datado 1945 no verso

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INIMÁ de Paula (1918 - 1999) "Paisagem - plantações", o.s.chapa de madeira industrializada - 45 x 60 cm. Assinado cie. No verso: assinado, datado 1995, localizado MG e Reproduzida na p. 170, sob o n. PR0459, do livro Inimá - obras catalogadas, v. 2 (Belo Horizonte: Fundação Inimá de Paula, 2006) BIANCO, Enrico ( 1917) - "Natureza morta com figura feminina", o.s/chapa de madeira industrializada, assinado e datado 1994 cid e verso

BURLE MARX, Roberto (1909 - 1994) "Composição", aquarela - 50 x 66 cm. Assinado e datado 1983

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PARREIRAS, Antônio (1860 - 1937) "Paisagem com lago", o.s.t. - 39 x 62 cm. Assinado cid

BAPTISTA DA COSTA, João (1865 - 1926) "Marinha de Capri", o.s.t. - 31 x 40 cm. Assinado e datado 1878 cid

MOHALYI, Yolanda (1909 - 1978) "Composição", o.s.t. - 122 x 92. Assinado cid

Sopeira e presentoir de porcelana Cia das Índias do sec. XVIII, período Qialong. Decoração com esmaltes da Família Rosa. Presentoir 37 x 27 cm. Med sopeira 22 x 22 x 30 cm (A x L X P)

Extraordinário e raríssimo serviço de porcelana da Companhia das Índias do sec. XVIII, período Qialong com monograma Carlos ONeill (chefe da casa Real Irlandesa e seu chefe de Majestoso aparelho de jantar de porcelana Vieux Paris com monograma MAG ao centro, borda com filete em rosa realçado por quatro brasões. Total de 198 peças Clã, na cor de ouro ao centro, borda decorada com flores envoltas por acantos. Total de 71 peças

BURLE MARX, Roberto (1909 - 1994) "Panneau", tinta gráfica sobre tecido - 110 x 194 cm. Assinado e datado 1985 cid

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Portugal - Séc. XVIII/XIX. Imagem representando Santana e Nossa Senhora, entalhada em madeira, dourada e policromada. Alt. 61


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A RELÍQUIA

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O nosso Grito

Foto: Litiere C. Oliveira

"Certa noite eu caminhava por uma via, a cidade de um lado e o fiorde embaixo. Sentiame cansado, doente... O sol se punha e as nuvens tornavam-se vermelho-sangue. Senti um grito passar pela natureza, pareceu-me ter ouvido o grito. Pintei esse quadro, pintei as nuvens como sangue real. Açor uivava."

(Edvard Munch)

A

importância do artista norueguês Edvard Munch é tão imensa, que somente uma obra de sua autoria, O Grito, pintada em 1893, foi o tema escolhido por artistas brasileiros para uma exposição realizada no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1996. Na época, eram todos artistas contemporâneos (alguns já morreram), e muitos continuam sua produção plástica fazendo sucesso. Trinta e dois artistas participaram da exposição Grito, entre eles Ivan Serpa, Oswaldo Goeldi, Antônio Dias, Flávio de Carvalho, Rubens Gerchman, Adriana Varejão, Jorge Guinle, Rubem Grilo, Anna Maria Maiolino, Iberê Camargo, Ligia Teixeira, Cristina Salgado, Artur Barrio, Flávio Shiró, Jorge Duarte e Siron Franco. Na última edição de A Relíquia, a matéria de capa foi a exposição Edvard Munch - Um olhar moderno, que estava na Tate Modern, em Londres. O Grito não participou dessa mostra porque ela estava concentrada na sua obra depois de 1900, situando Munch mais como um artista modernista do século XX. O Grito, sua obra mais famosa, é uma pintura expressionista do século XIX. Janda Praia, na época Chefe da Divisão de Exposições do MNBA, escreveu sobre Munch no catálogo da mostra: "O vigor cromático e a violência plástica de sua produção buscam uma expressividade intensa.

Mesmo a paisagem não se limita a ser um mero cenário de fundo, ela assimila o desespero dos protagonistas, transformando-se na extensão da angústia humana. Essa natureza viva, tensa e dramática se constituiria posteriormente numa marca de todo o Expressionismo alemão. Imagens distorcidas refutam o ideal de beleza e harmonia clássica. A simplicidade de traços e uma estrutura clara conduzem o espectador para o tema principal a tragédia da condição humana. Em Munch, a "persona" (máscara) é destruída com radicalidade, revelando a farsa do teatro social. A arte não se coloca como enfeite da vida, alegoria da ordem e da beleza. A arte desnuda a realidade trazendo à tona a angústia, a solidão, a feiúra moral, o absurdo, a injustiça, e a impossibilidade do encontro... No momento em que a impessoalidade, o consciente distanciamento do espectador e a negação da emoção se colocam como tônica na produção plástica de determinadas tendências, a exposição "Grito" - concebida por jovens artistas contemporâneos - ressoa como eco do grito desferido por Munch, reafirmando sua pertinência cem anos depois." Janda escreveu isso em 1996, enfocando a contemporaneidade da época. Mas poderia, tranquilamente, ser escrito hoje. No mesmo catálogo, José Thomaz Brum discorre sobre o Grito Plástico. >>>

Ivan Serpa - Cabeça da fase negra, ost 200 x 180 cm

Jorge Duarte - Máscara para grito, acrílica s/papelmoldado, 32 x 22 x 85 cm

O Grito de Edvard Munch - 83,5 x 66 cm. Acervo do Museu Munch - Oslo

Rubem Grilo - Grito, xilogravura 16 x 65 cm


A RELÍQUIA Ele começa citando Lessing, quando este afirma que "a beleza, princípio da arte antiga, é incompatível com a expressão de um homem que grita"; e Schopenhauer, "que considerava o aspecto sonoro indissociável da representação adequada do grito, o grito plástico sendo uma impossibilidade". Um grito mudo, representado na tela ou na pedra, seria “ridículo”, “deslocado”. Escreveu Brum: "Ora, no fim do século XIX, em pleno apogeu das metafísicas do sofrimento (Kierkegaard, Nietzsche...) um norueguês melancólico pinta, com uma paisagem tumultuosa ao fundo, um movimento ansioso cheio de cores intensas e agitadas. "O Grito" de Edvard Munch de 1893, é como uma resposta nórdica do século XIX às reservas de Lessing no século XVIII. Se a arte antiga, inspiradora do classicismo alemão, louvou a beleza serena e ideal, a arte de Munch se quer proto-expressionista e cúmplice das distorções paisagísticas do místico El Greco de Toledo. Da visão sublime da serenidade antiga, que é uma idealização do "pathos" heróico, chegamos - com Munch às misérias de uma vida sem calma nem repouso: a vida que "treme com ansiedade". Precursor do "impulso expressionista", Munch pinta, em seu "Grito",

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Fotos: reproduções

Marcio Botner - Contrato, mista s/tela, 165 x 225 cm

a dor do isolamento, e o transtorno do afastamento. É o retrato de uma alma em convulsão". Grito foi uma exposição organizada por artistas contemporâneos da década de 1990, que se referiu ao O Grito, de Edvard Munch. Foi um painel da arte brasileira fazendo eco ao grito de Munch, exteriorizando a luta, a ansiedade, a perplexidade e a angústia do homem moderno diante da vida. Mudou alguma coisa?

Siron Franco - Outros Gritos, mista s/tela, 155 x 135 cm


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A RELÍQUIA

- Novembro de 2012

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Caixa de Ouro de Garibaldi vai a leilão

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m Porto Alegre, a Ponto de Arte Leilões vai leiloar uma importante obra de arte. Trata-se de ums caixa em ouro que presenteada a Giuseppe Garibaldi pela Camara dos Comuns de Londres, como um tributo de respeito ao mais generoso, bravo e desinteressado dos patriotas italianos em sua estadia de 3 dias na Inglaterra. A caixa possui um grande valor histórico sendo Giuseppe Garibaldi considerado a primeira celebridade da idade moderna política. Giuseppe Garibaldi teve uma vida excepcional, tendo lutado por seus ideais em diversos países. Veio para o Brasil em 1835 e lutou contra as tropas imperiais na Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul. Ficou Conhecido como "herói de dois mundos" por ter participado de conflitos na Itália e na América do Sul. No ponto alto de sua fama na década de 1860, ele era uma celebridade internacional e o nome de Garibaldi vendia jornais e livros em Londres, Paris, Berlim e Nova York, bem como na Itália. Neste período, incontáveis imagens de Garibaldi foram produzidas. Suas aparições tornaram-se ocasiões para celebrações em massa. Sua fama atingia a todas as classes sociais e em Londres ele foi recebido tanto pela nobreza como aclamado pelo povo. De acordo com o correspondente do jornal Times, sua visita a Londres em 1864 "resultou em uma cena como dificilmente pode ser testemunhado por duas vezes em toda a vida". Jovens voluntariaram para lutar e morrer com ele em uma longa série de guerras, e as cartas de adoração dos fãs em todo o mundo chegavam em sua casa na ilha de Caprera.

A Caixa

A caixa é feita em ouro maciço e pesa meio quilo de ouro. Possui contraste Garrard, tendo sido executada na tradicional joalheria iniciada em 1722, que fornecia para a realeza britânica. A caixa possui a gravação da homenagem que a Câmara dos Comuns, conforme transcrição anexa. O certificado da Câmara dos comuns que aparece na foto, acompanha a caixa.

Pequena biografia de Garibaldi

Conhecido como "herói de dois mundos" por ter participado de conflitos na Itália e na América do Sul, dedicou sua vida à luta contra a tirania. Ainda menino, tornou-se marinheiro e conheceu a vida no mar. Aos 25 anos chegou ao posto de capitão da marinha mercante, ao mesmo tempo que se aproximava do movimento "Jovem Itália", que lutava pela independência e unificação dos diversos Estados em que se dividia a península itálica. Foi condenado à morte e fugiu para a América do Sul, desembarcando no Rio de Janeiro em 1835. Logo, porém, segue para o Rio Grande do Sul e se junta aos republicanos da Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, destacando-se nos combates às forças imperiais. Juntamente com o general Davi Canabarro, tomou o porto de Laguna, em Santa Catarina, onde proclamaram a República Juliana. Em Laguna, Garibaldi conheceu Ana Maria de

Jesus Ribeiro, com quem se casaria. Ela se tornou sua companheira de lutas na América do Sul e na Europa e entrou para a história com o nome de Anita Garibaldi. Pouco antes do fim da Guerra de Farrapos, foi dispensado por Bento Gonçalves de suas missões e mudou-se para o Uruguai. Naquele país, em 1842, foi nomeado capitão da frota uruguaia na luta contra o ditador argentino Juan Manoel Rosas. No ano seguinte, exerceu papel fundamental na defesa de Montevidéu, impedindo que a cidade fosse tomada pelos argentinos. Em 1848, Garibaldi voltou à Itália para combater os exércitos austríacos na Lombardia (norte da Itália) e dar início à luta pela unificação italiana. Fracassou na tentativa de expulsar os austríacos e foi forçado a refugiar-se primeiro na Suíça e depois em Nizza (hoje Nice, na França). Visando conquistar Roma ao papado, os liberais italianos marcharam contra aquela cidade e a tomaram. Garibaldi partcipou da campanha com um corpo de voluntários e foi eleito deputado na Assembléia Constituinte da República Romana. Contudo, os franceses e os napolitanos cercaram a cidade, visando a restabelecer a autoridade papal. A cidade caiu em 1º. de julho de 1849. Gari-

baldi recusou um salvo-conduto do embaixador americano e empreendeu uma retirada com 4 mil soldados, sendo perseguido por três exércitos (franceses, espanhóis e napolitanos), que somavam dez vezes o seu número de homens. Ao norte da Itália, o exército austríaco, com 15 mil soldados, também aguardava Garibaldi. Durante os combates, Anita foi morta, em 4 de agosto de 1849. Condenado ao exílio, Garibaldi morou na África, em Nova York e no Peru. Entretanto, voltou à Itália em 1854, participando da Segunda Guerra de Independência contra os austríacos. O Conde de Cavour, primeiro ministro do Piemonte (norte da Itália), nomeou-o comandante das forças piemontesas e sob seu comando a Lombardia foi tomada à Áustria. Com isso, a Itália do norte estava unificada. Garibaldi voltou-se então para o centro do país, com o apoio de Vítor Emanuel 2º, rei do Piemonte, e de seu ministro Cavour. No centro da Itália, porém, a política e a diplomacia prevaleceram sobre as armas e os acordos com que Cavour e o rei cederam Nice e Savóia à França foram considerados uma traição por Garibaldi, que decidiu agir por conta própria. Seguiu para o sul, onde conquistou a Sicília e o reino de Nápoles. Governante absoluto do sul da península, Garibaldi promoveu um encontro de suas tropas com as de Vítor Emanuel, que se tornou o primeiro rei da Itália unificada, ou quase. Ainda faltava libertar Veneza dos Austríacos (1866) e Roma do papa, o que Garibaldi tentou em vão em 1869, sendo derrotado mais uma vez pelos franceses. Ainda assim, em 1871, uniu-se a eles na guerra Franco-Prussiana, onde venceu algumas batalhas, apesar das quais, a França perdeu a guerra. Não havendo aceitado o título de nobreza e a pensão vitalícia que o rei Vítor Emanuel lhe oferecera,Garibaldi retirou-se para sua casinha na ilha de Caprera, e lá permaneceu até o fim da vida, em 2 de junho de 1882.


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A Grande Cidade

A RELÍQUIA

O Espaço Ernani Arte e Cultura realizou a exposição"A Grande Cidade - Rio de Janeiro (1922 - 2012)", com a importância de um verdadeiro registro histórico da última década do século XX e primeiro do século XXI, sob a visão do grande artista Ricardo Newton, em óleo sobre tela em grandes formatos.

V

ale ressaltar, ícones representativos de um Rio de Janeiro que não volta mais, como o lendário "Caneco 70", grande ponto de boêmia carioca daquela época, no Leblon; assim como os antigos quiosques de Copacabana, que já foram trocados várias vezes neste pequeno período; a construção da Barra da Tijuca e a cena marcante dos ônibus coloridos que traziam e levavam os moradores de bairros menos favorecidos às praias, e alguns viajavam pelo lado de fora, pendurados e até brincando de surf. Para sua aberta, o Espaço Ernani Arte e Cultura buscou transmitir a descontração e estilo carioca retratados nas telas, com ambulantes de mate leão e biscoito Globo, pipoca e picolé e cons-

truiu um cenário com areia e cadeiras praia. Para encerrar esta incrível mostra, com o período de 16 a 27 de outubro, o Espaço Ernani Arte e Cultura produziu um Finissage, onde a galeria foi transformada em uma pista de dança, com som e iluminação de boate, para refletir o clima boêmio carioca, expressado em algumas telas. O importante desta exposição é mostrar ao público o quanto essa cidade é mutante, e mesmo com tantas alterações ela continua sendo " A Cidade Maravilhosa " independente da época. Nesta mostra conseguimos verificar a trajetória e evolução na forma de pintar e se expressar deste artista que também é professor de desenho e pintura da Escola de Belas Artes da UFRJ.

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Novembro de 2012

Maior mostra com venda das obras de Botero chega ao Brasil A galeria de arte paulistana Almeida e Dale celebrará os 80 anos de Fernando Botero com mostra do artista colombiano

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Em comemoração aos 80 anos de Fernando Botero, a galeria de arte Almeida e Dale traz para o Brasil a maior mostra com venda composta por 31 obras de diferentes séries do aplaudido artista colombiano, provenientes de galerias de diversos países como Alemanha, Colômbia, Coréia do Sul, Suíça, entre outros. Reconhecidas por suas figuras monumentais e volumosas, as peças, divididas entre esculturas, pinturas e desenhos, retratam desde seus desenhos lúdicos e naturezas mortas, como as obras "Trapezista" e "Natureza morta com espelho" até quadros e esculturas com viés sensual, como o quadro "Mulher se penteando". A exposição, que terá parceria com o marchand do artista, Fernando Padrila, será aberta ao público no dia 26 - as visitas, porém, deverão ser feitas com agendamento prévio. O Brasil recebeu recentemente a mostra itinerante Dores da Colômbia, cujo acervo foi doado pelo artista para o Museu Nacional da Colômbia e, em São Paulo, foi exibido no MuBE. A exposição tratava da explosiva relação do narcotráfico com o povo colombiano, também apontando o novo significado que Botero dá à beleza através da sua arte, marca registrada da obra do artista. Além da mostra em São Paulo, outras instituições ao redor do mundo também estão homenageando o artista, como o Museo de Bellas Artes de Bilbao, na Espanha, que reúne a maior exposição antológica do pintor, denominada Fernando Botero Celebración. A mostra reúne 80 das mais de 3200 obras já produzidas pelo artista colombiano e se estenderá até janeiro de 2013. "Eu não pinto gordos", disse Botero sobre a abertura da exposição em Bilbao. "Eu trato de expressar o volume

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como uma parte da sensualidade da arte". Fernando Botero espelha-se na arte clássica europeia ao mesmo tempo em que representa a arte figurativa moderna. Autodidata, Botero começou sua carreira profissional como ilustrador do jornal El Colombiano e apresentou sua primeira exposição individual em 1951 para, então, enveredar-se nos estudos e academias de arte. Um dos artistas mais relevantes do cenário da arte latino-americana, ele desafia todas as regras da natureza ao colocar a magnitude como principal vertente da sua obra, criando, paradoxalmente sua própria ordem e razão. O artista nascido em Medellin, segunda metrópole mais populosa da Colômbia, traz na sua obra uma bagagem dos modernistas mexicanos, da arte renascentista e do barroco.

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Juliano Alves

São Paulo: Arte & Estilo

Arte em Forma de Amor

O Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) sediará, no dia 3 de dezembro, a terceira edição da exposição beneficente "Arte em Forma de Amor", a partir das 19 horas, na capital paulista. Com a assessoria de Taro Kaneko e produção cultural de Clara Perino, a mostra contará com 54 obras de diversos estilos, técnicas e tendências, entre quadros, esculturas e cerâmicas, doadas por artistas plásticos de projeção no mercado atual, como Cecília Braun, Gilberto Salvador, Kazuo Wakabayashi, Kenichi Kaneko, Kimi Nii, Marli Pereira Oliveira, Newton Mesquita, Paulo Sayeg, Rafael Murió, Shoko Suzuki, Takashi Fukushima, Taro Kaneko, Tomoshige Kusuno, Vagner Aniceto, Val Santinho, Yugo Mabe e Yutaka Toyota, entre outros. A expectativa é receber colecionadores, críticos de arte, arquitetos, decoradores e compradores em geral que conhecem e compartilham da causa social com a preocupação de um mundo melhor. Na ocasião, as obras serão vendidas com até 50% de desconto, variando de R$ 200 a R$ 10 mil. A renda total será revertida para a Associação Nosso Sonho de Reabilitação e Integração de Pessoas com Deficiências (A.NO.S), que utiliza a arte como forma terapêutica para liberar a alma das crianças e jovens com paralisia cerebral e grave deficiência neuromotora, visando sua inserção na sociedade e no mercado de trabalho. Após o evento, as obras poderão ser adquiridas pelo site www.advendas.com/nossosonho, por um período de 30 dias. Serviço: Exposição Beneficente "Arte em Forma de Amor III" Data: 3 de dezembro Hora: a partir das 19 horas Local: MuBE Av. Europa, 218 - Pinheiros Informações: (11) 3564-0555 Entrada gratuita

Rodrigo Bueno investiga fragilidades da vida em individual no Estúdio Buck Artista cria ambientação viva e debate a valorização da natureza, e a sensibilização do espaço urbano com obras intermeiam o design e a ecologia. O Estúdio Buck apresenta até 15 de dezembro uma grande mostra individual do artista Rodrigo Bueno. Intitulada "Matuto ao Cubo" a mostra promete transformar os espaços internos e externos da galeria num grande laboratório de experimentações artísticas e ecológicas, com um jardim interno, pinturas e composições criadas com material descartado.

Kazuo Wakabayashi, uma das obras no MuBe

Graduado em comunicação e pós-graduado em Arte e Consciência na John F. Kennedy University da Califórnia, e na School of Visual Arts, em Nova York, Rodrigo repensa os valores da humanidade e da vida em obras de cores vivas, criadas sobre madeiras encontradas em caçambas de lixo espalhadas pela cidade de São Paulo. As cores marcantes presentes em suas pinturas são a representação da natureza, que o rodeia em seu ateliê-casa, localizado no bairro da Lapa. A estreita relação do artista com a ecologia o levou a criar obras de arte que demandam cuidados especiais, pois são organismos vivos - precisam ser regadas diariamente. Peças de mobiliário, como cadeiras e sofás, recebem mudas e sementes, que com o passar do tempo se transformam em pequenos eco-sistemas. No decorrer da exposição, o ateliê-casa do artista estará aberto a visitação (sob agendamento prévio). Por ter uma obra que debate a sustetabilidade, resgata os valores da natureza e flerta com o design, Rodrigo Bueno se tornou um artista requisitado, atualmente está em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM com a exposição "Encontros de Arte e Gastronomia", em cartaz até 16/12/12 A partir de 06/11/12 o artista participa de programa de intercâmbio cultural entre Brasil e Holanda, com exposições no MOTI (Holanda) e no Museu da Casa Brasileira (Brasil). Serviço: Individual de Rodrigo Bueno - Matuto Ao Cubo ATé 15 de dezembro de 2012. Estúdio Buck Itaim: Rua Lopes Amaral, 123, tel. (11) 3846 4028 e 3044 4575. Seg. a sex., das 11h/19h; Sáb., das 11h/14h. www.estudiobuck.com.br

Exposição de "Arte Centenária" O fascinante universo da arte do passado estará exposto na segunda semana de dezembro no Centro Empresarial de São Paulo. A mostra intitulada "Arte Centenária" apresenta uma diversificada coletânea de pinturas e gravuras que datam dos séculos 18, 19 e 20. Esse acervo organizado pela Tempo Antiguidades é o resultado de décadas de intenso trabalho e dedicação às artes e às antiguidades que acabaram dando origem a essa coleção. "Trata-se de uma mostra de caráter histórico que tem como intuito a preservação da memória", afirma Waldo Bravo, o curador da mostra. A exposição reúne uma seleção de 35 obras de diversos autores, entre pinturas e gravuras com temas variados: cenas do cotidiano, flora e fauna, personagens locais, paisagens, iconografia, além de mapas antigos e raridades de época. Todas as obras são originais e assinadas por renomados artistas. Em destaque algumas gravuras de viajantes ingleses do século 19 assinadas por W. H. Bartlett e Van Ingen Anyder. A exposição inclui ainda autores tais como: Juan De Korossy, François Boucher, J. Bosco Renaud, Leukart, Pierre Joseph Redouté, Giuseppe Rivaroli, Matthias Merian, V. L. Richter, entre outros. Tudo isso e muito mais poderá ser conferido na exposição aberta ao público no dia 10 de dezembro. Serviço: Exposição "Arte Centenária" Abertura: 10 de dezembro, segunda-feira, às 19h30. Exposição: 10 a 14 de dezembro. Local: Praça de eventos - Centro Empresarial de São Paulo - Endereço: Avenida Maria Coelho Aguiar, 215 - Jardim São Luis - Zona Sul. Horários: segunda a sexta, das 10h até 21h; sábado das 10h às 17h30.

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A RELÍQUIA

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Fotos: Litiere C. Oliveira/reproduções

Vista da Abadia de Westminster

Vista da fachada ocidental da Abadia de Westminster

Abadia de Westminster

A

Igreja do Colegiado de São Pedro em Westmisnter, mais conhecida como Abadia de Westminster (Westminster Abbey), é uma grande igreja em estilo gótico, sendo considerada a igreja mais importante de Londres, e, talvez, de toda a Inglaterra. Ao longo dos séculos a Abadia de Westminster vem sendo utilizada para as coroações dos monarcas britânicos e outras cerimônias religiosas da família real. A Abadia é considerada o coração da nação, estando localizada ao lado do Parlamento e das dependências do governo. É o símbolo da aliança entre a Igreja e o Estado. Serve à nação recebendo chefes de estado e outros dignitários em visita oficial, além de celebrar ofícios especiais para comemorar acontecimentos de júbilo e datas nacionais. Entre 1546 e 1556 obteve status de Catedral e atualmente é uma Royal Peculiar. Fundada como um grande monastério beneditino, a abadia do west minster (igreja do oeste) ainda conserva muito daquela tradição de vida disciplinada de oração, trabalho e estudo. Foi católica de 1050 a 1534, é Anglicana de 1534 aos dias atuais. Na Abadia se encontram enterrados ou festejados reis, nobres e muitos dos personagens históricos e intelectuais importantes da Grã Bretanha. Lá estão sepultados os corpos do famoso físico inglês Sir Isaac Newton, Charles Darwin, Charles Dickens e do ator Laurence Olivier, entre outros. Não se sabe exatamente quando se construiu

Vista da nave da igreja

a primeira igreja no local onde hoje se ergue a Abadia de Westminster, mas sabe-se que foi há mais de mil anos. Na época, aquela área era um

pântano inóspito. A igreja ficava numa ilha chamada Thorney Island (Ilha de Espinhos), rodeada por afluentes do rio Tamisa. Existem vários mitos e lendas acerca da origem da Abadia. Uma delas diz que o rei Seberto, falecido em 616 d.C., rei dos saxões do leste, fundou esta igreja em 604. No século XIV os monges, convencidos desse fato, desenterraram no claustro o que acreditavam serem os ossos do rei Seberto e os enterraram de novo ao lado do altar mor. Deixando as lendas de lado, a história conta que em 960 Dunstan, o bispo de Londres, trouxe 12 monges beneditinos de Glastonbury, para fundar um monastério em Westminster. Um século mais tarde o rei Eduardo, o Confessor, assim chamado por ser considerado um homem santo, fundou sua igreja neste lugar. Foi a primeira igreja construída na Inglaterra em formato de cruz. Eduardo nasceu na Inglaterra em 1005, mas foi expulso pelos dinamarqueses. Dizem que durante o seu exílio na Normandia, Eduardo fez uma promessa de que, se fosse reintegrado ao seu reino, iria em peregrinação a Roma. Quando finalmente recuperou seu trono em 1042, havia tantos distúrbios no reino, que foi aconselhado a não realizar tão perigosa viagem. O Papa lhe absolveu da promessa com a condição de que construísse ou restaurasse uma igreja em homenagem a São Pedro. A Abadia de Eduardo foi consagrada em 28 de dezembro de 1065, mas o rei não pode assistir porque se encontrava muito doente. Morreu poucos dias depois e foi sepultado diante do altar mor. >>>


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Tapeçaria de Bayeux mostra o corpo de Eduardo, o Confessor, sendo conduzido à Abadia para ser enterrado

As tapeçarias de Bayeux representam o cadáver de Eduardo sendo levado à sua igreja para ser enterrado. Também mostram como era a Abadia: tinha uma torre central, cruzeiros, pilares grandes e arcos semicirculares. No telhado se vê um homem colocando um cata-vento, significando que haviam terminado a obra. Os arqueólogos encontraram restos da igreja de Eduardo debaixo da Abadia e concluíram que esta era quase tão grande quanto a atual. Depois da morte de Eduardo sua reputação de santo se acentuou. Disseram que ocorreram milagres em sua tumba e em 1161 foi canonizado. O rei Henrique III (1207-72) venerava de tal modo O Confessor que decidiu construir um novo sepulcro em uma igreja maior de estilo gótico anglofrancês, com arcos estilizados e janelas maiores. As obras começaram em 1245. No extremo leste a nova Lady Chapel, que havia sido construída apenas 20 anos antes, permaneceu sem alteração, enquanto a nova Abadia continuava a crescer, avançando em direção oeste. O arquiteto de Henrique III foi Henry de Reyns, que pode ter sido francês ou inglês, mas que estudou na França, já

Retrato de Ricardo II, séc. XIV - o primeiro de um rei inglês

que sua obra mostra muitas características francesas. Em 1272 terminaram o presbitério, o coro e a primeira cúpula da nave, mas neste ano morreu Henrique III e as obras praticamente foram paralisadas. Durante a maior parte do século XIV a Abadia devia apresentar um aspecto estranho, com uma edificação gótica unida aos restos românicos anglo-normandos da igreja de Eduardo. Em 1376 se colocou a primeira pedra da nova nave, e durante os 140 anos seguintes, com doações de benfeitores ricos - entre eles o Cardeal Simon Langham, um antigo abade - e com a ajuda de Ricardo II e Henrique V, concluíram a nave. Em 1503, no extremo leste, demoliram a Lady Chapel de Henrique III, e começaram a levantar a Lady Chapel de Henrique VII que foi consagrada em 1516. No entanto, apenas 20 anos depois, os monastérios da Inglaterra sofreram uma grave crise. Henrique VIII, conhecido como Tudor Adultério, entrou em confronto com o Papa porque este se negou a anular seu casamento com Catalina de Aragon. O rei então se auto proclamou chefe da Igreja Anglicana, e em 1540 dissolveu os monastérios e

O altar mor, tendo à frente o mosaico que foi colocado no século XIIII

confiscou seus bens. A Abadia se saiu melhor que a maioria dos monastérios, talvez devido a seus contatos reais, e em lugar de ser saqueada, foi elevada a catedral. A nova constituição da Abadia, estabelecida por Henrique VIII, não durou muito tempo, pois em 1553 a rainha Maria Tudor sucedeu ao filho de Henrique VIII, Eduardo VI, e o catolicismo se tornou novamente a religião oficial. Converteu novamente a Abadia em monastério, e os monges regressaram. A agitação social e política continuava, já que sua sucessora, Isabel I, que subiu ao trono apenas cinco anos depois, em 1558, revogou as mudanças de Maria e renomeou a Abadia como Igreja Colegiada de São Pedro em Westminster, agora com um Deão que foi instruído a só prestar contas a ela como soberana. Assim sobrevive a Abadia, sem estar submetida à jurisdição de um bispo, como a maioria das igrejas, mas sob a jurisdição de uma rainha - uma instituição conhecida com o nome de Royal Peculiar.

A procissão dos cavaleiros da Ordem de Bath, Pintura de Canaletto (1749)

Continua na página seguinte

A tumba de Henrique V


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Continuação da página anterior Durante a guerra civil de 1642-49, que culminou com a execução de Carlos I e o estabelecimento, em 1649, da República de Cromwell, a Abadia sofreu danos quando os puritanos saquearam altares, destroçaram imagens e órgãos e confiscaram as joias da C0oroa. Queriam desaparecer com todos os símbolos de superstição religiosa, e ainda hoje se pode ver sinais da pilhagem. Durante esta época a Assembléia de Westminster - uma reunião de eclesiásticos e outras pessoas que professavam a Fé Presbiteriana - se reuniam na Abadia. Arquitetonicamente, outro marco importante ocorreu em 1745, quando se levantaram as duas torres ocidentais desenhadas por Nicholas Hawksmoor, aluno de Sir Christopher Wren. A Abadia tinha quase o mesmo aspecto que apresenta hoje, com exceção da fachada norte, que foi reformada no princípio do século XVIII, quando foi destruído o antigo pórtico, e novamente na época vitoriana, quando se construiu o pórtico triplo arqueado, e se redesenhou a roseta. A Abadia enfrentou um novo perigo durante a Segunda Guerra Mundial, mas milagrosamente sobreviveu aos bombardeios, embora as bombas tenham destruído o telhado do cruzeiro, a maior parte da reitoria, vários salas do Claustro Pequeno e o salão da Escola de Westminster (parte do antigo dormitório dos monges). Depois da guerra, o interior da Abadia estava escuro e sujo, e somente foi limpa na década de 1960, quando se revelou a verdadeira cor de avelã da alvenaria. Em 1995 foi concluída a penosa restauração da fachada e três anos mais tarde colocaram novas estátuas na fachada ocidental, incluindo-se as estátuas dos dez mártires do século XX. Os monarcas do Reino Unido têm sido consagrados na Abadia de Westiminster desde a coroa-

O imenso coro da igreja, onde antes oravam os monges

A cadeira da coroação de 1297, a peça de mobiliário mais antiga da Grã Bretanha. A pedra do assento fica na Escócia e só vem para a coroação dos reis Túmulo do "Soldado Desconhecido", enterrado ali em 1920

O magnífico teto da Lady Chapel

ção de Haroldo II, (exceto Eduardo V e Eduardo VIII que não tiveram cerimônia de coroação). Poucas vezes um monarca foi coroado fora desta abadia, sendo que Henrique III não pode ser consagrado aqui devido a tomada da cidade de Londres pelo rei Luís VIII de França e teve de ser coroado na Catedral de Gloucester. Tradicionalmente o monarca a ser coroado toma assento no Trono de Eduardo, o Confessor e quem preside a cerimônia é o Arcebispo de Cantuária. O Trono de Eduardo está no interior da abadia desde 1308, porém os reis da Escócia são coroados na Pedra de Scone. O rei Henrique III reconstruiu a abadia em honra de Eduardo, o Confessor, cujas relíquias foram guardadas em seu túmulo no interior da

abadia. Henrique III também foi sepultado na abadia onde, posteriormente, os monarcas da Inglaterra foram sepultados, entretanto, alguns foram sepultados na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor. O rei Jorge II da Grã-Bretanha foi o último monarca a ser enterrado na abadia em 1760; desde então os monarcas têm sido enterrados na Capela de São Jorge. No total, 17 monarcas estão sepultados nesta necrópole real convertida em mausoléu nacional com mais de 3.000 túmulos de algumas das figuras britânicas mais famosas em todos os âmbitos. Além da realeza, algumas personalidades destacadas no meio científico e cultural obtiveram a honra de serem enterradas na abadia.


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A RELÍQUIA

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Destaques

Por Litiere C. Oliveira

Exposições de três artistas no Paço Imperial Três artistas cariocas estão com exposições diversas no Centro Cultural Paço Imperial até 25 de novembro. Luiz Aquila apresenta"Quase tudo: a never ending tour" no primeiro pavimento da casa; Cristina Salgado apresenta a instalação "Ver para Olhar" no Terreiro do Paço e Roberto Magalhães ocupa todo o segundo pavimento com a mostra "Quem sou, de onde vim e para onde vou". O artista Luiz Aquila traça um panorama dos seus cinquenta anos de carreira. Sua exposição conta com 200 obras entre pinturas, gravuras, colagens, ilustrações, desenhos e outros, que ocupam sete salas do Paço Imperial. Além de marcar meio século de envolvimento com a arte plástica, a mostra também comemora 70 anos de idade de um dos artistas mais presente na arte brasileira. A exposição individual de Roberto Magalhães traz 174 trabalhos sobre o papel de 1958 a 2012 e

marca 50 anos de carreira do artista. Selecionados entre 3 mil obras da coleção particular de RM, os desenhos são feitos de diversas técnicas como óleo, guache, pastel, grafite, nanquim, entre outras. Um total de 28 cadeiras, poltronas e bancos alinhados em uma fila, constituem a instalação "Ver para Olhar" de Cristina Salgado. Caixas de madeira posicionadas em cima dos assentos recebem um facho de luz, em duas linhas horizontais, e uma lança de aço que as atravessam, ao final da fila de cadeiras uma poltrona rebate a luz e revela aimagem que percorreu o caminho e venceu os obstáculos a sua frente. Serviço Centro Cultural Paço Imperial - Praça XV de Novembro, 48 - Centro | Tel. 2215-2622 Até 25 de novembro | Terça a domingo, 12 às 18h/Entrada gratuita/www.pacoimperial.com.br

Feira ARTIGO e os eventos paralelos O Rio de Janeiro recebe entre os dias 8 e 11 de novembro a primeira edição da ARTIGO Rio, feira de arte contemporânea com obras a preços acessíveis, que reúne cerca de 30 galerias e coletivos artísticos nacionais e estrangeiros, no Centro de Convenções SulAmérica. Entre os dias 8 e 11 de novembro, o Centro de Convenções SulAmérica abriga o Fórum ARTIGO, série de debates e palestras dedicados ao mercado

O coquetel e noite de autógrafos realizado em outubro passado, na sede de Copacabana do Jornal A Relíquia, foi um sucesso, cerca de 200 pessoas estiveram presentes ou passaram no evento, superando a expectativa. Um dos livros lançados esgotou e o coquetel só terminou às 22h30min. Na foto os escritores Dalmo Ferreira (em pé, ao lado de Litiere C. Oliveira, editor do jornal) e Ronaldo Rego.

de arte, ao colecionismo e a jovens artistas, entre outros temas. O evento promove também o Prêmio ARTIGO de Arte Contemporânea, que premiará galerias e artistas participantes da feira em três categorias: Artista Revelação, para artistas iniciantes; Projeto Trajetória, para artistas em meio de carreira; Melhor Obra, para a galeria que apresentar a obra com melhor custo benefício e de maior impacto junto ao público (prêmio por votação popular).

Feiras de arte - um novo filão? Depois do "Salão de Arte de São Paulo", o mais tradicional (completa 20 anos em 2013), surgiu o "SP Arte" e mais recentemente a "ArtRio", duas feiras de arte contemporânea. Uma terceira acaba de acontecer em São Paulo, a "Parte". Agora em novembro, na mesma data (de 7 a 11 de novembro), acontecem mais duas feiras, uma em São Paulo (a SP-Arte/Foto ) e outra no Rio de Janeiro (a Artigo). E mais uma feira está programada para acontecer em São Paulo, ano que vem, paralelamente a SP Arte: trata-se da "Solo Art Fair", somente para artistas plásticos, sem a participação de galerias. Parece que descobriram um novo filão. E fica aqui uma sugestão: porque essa "Solo Art Fair" ou mesmo Alexandre Murucci da ARTIGO, não realiza uma feira somente para artista

Noite de autógrafos

plásticos paralelamente à ArtRio? Por falar na ArtRio, antes da realização do evento, os organizadores superestimaram tanto o número de visitantes, cuja previsão era de 60 mil, quanto o valor das vendas, que atingiria R$ 150 milhões. O público presente foi menor e as vendas nem chegaram perto do valor esperado. Outra coisa que nunca entendi: na divulgação das duas feiras, a organização da ArtRio informou que o evento seria feito nos moldes de diversas feiras de arte do exterior, e, inexplicavelmente, omitiu completamente o nome da SP Arte, que é a precursora das feiras de arte contemporânea no Brasil. Para mim são iguais, não tem diferença nenhuma, a não ser o estrelismo dos organizadores da ArtRio, que é imensamente superior aos dos organizadores da feira de São Paulo.

Lançamento do Livro da Sociedade Brasileira 2012 Os Salões do Copacabana Palace estavam cheios de sobrenomes ilustres, durante o lançamento do livro "Sociedade Brasileira" que lista, em seus 2.200 verbetes, nomes e endereços do mundo social, sob o comando de Lourdes Catão, irmã da autora Helena Gondim. Na listagem, Roberto Irineu e Karen Marinho, Olavo Monteiro de Carvalho, Afrânio de Mello Franco Nabuco, Lineu Paula Machado, Ivo Pitanguy, Antônia Mayrink Veiga, Bebel Klabin entre outros Vips. Na foto, o antiquário, Paulo Scherer, leia-se (Snob Antiguidades e Scherer Antiques) que faz parte da lista do livro há vários anos, em companhia de Lourdes Catão.


A RELÍQUIA

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Informe da ABA - Associação Brasileira de Antiquários

Feira da Gávea: as boas ideias de presentes exclusivos de Natal Um dos programas obrigatórios dos domingos para os cariocas, turistas do exterior ou para os brasileiros vindos de outros estados é a visita da Feira de Antiguidades da Gávea, que é montada, com qualquer tempo, de 9 às 18 h, na Praça Santos Dumont. Além de um passeio tranquilo, à sombra das árvores, numa praça atraente e que foi recentemente recuperada pela prefeitura carioca, ali podem ser encontrados pratarias, quadros, objetos de colecionismo e raros brinquedos movidos a corda. Muitos visitantes já procuram na feira seus presentes de Natal exclusivos para parentes e amigos, como uma rara peça de cristal, objetos de colecionismo, quadros de pintores famosos, ou mesmo um broche, pulseira ou um anel que nossas avós usavam no início do século 20. Para os colecionadores, podem ser encontrados na feira luminárias e máquinas de costura onde nossas mães e tias confeccionavam seus modelos. Até casacos antigos de couro e fantasias podem ser achadas por lá: são muitas as barracas que vendem roupas usadas exóticas, na maioria. Pulseiras de galalite, multicoloridas, fazem a alegria dos visi-

tantes assim como selos, medalhas de bronze e prata, moedas antigas e cédulas dos mais longínquos e menos conhecidos países do mundo encantam por seu design. Na feira existe ainda uma barraca especialidade em botões de futebol de mesa(botões), realizando, permanentemente, animados campeonatos reunindo apreciadores de todas as idades. A Feira de Antiguidades da Gávea, administrada pela Associação Brasileira de Antiquários, tem nomes de projeção entre seus freqüentadores assíduos, com destaque Marília Pera, Mariana Ximenes, Wagner Moura, Leandra Leal, Olivier Anquier, Jayme Monjardim, Sonia Braga, Débora Falabella, Zezé Motta, Déo Garcez, Marisa Monte, Flavia Alessandra, Haroldo Costa, Paulo Betti, Carla Camuratti e ainda Paulo José, Ricardo e Suely Stambowski, Ovidio Cavalheiro, Ricardo Cravo Albin e também colunistas consagrados como Hlldegard Angel, Anna Maria Ramalho, Joaquim Ferreira dos Santos, Elizabeth Orsini e Ancelmo Goes. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Antiquários, Marcos Freitas, a feira tem seus visitan-

tes do tipo "fã-de-carteirinha", que chegam bem cedo para arrematar as peças mais raras e valiosas Muitos estão à procura de desenhos e pinturas que merecem moldura e vidro anti-reflexo. Garrafas do lendário refrigerante Crush podem ser encontradas estão lá , assim como antigas fotos de família que remetem o público a um passado distante. Uma boa parte de seus frequentadores visitantes prefere sair garimpando curiosidades e uma boa parte do público gosta de contar que ali já conseguiu algumas peças fantásticas, verdadeiras pechinchas, como a escultura de bronze de um touro, de fundição francesa, tão perfeito no desenho de seus músculos que parece estar respirando. Outros gabamse de terem adquirido um buda deitado de lado, um deus africano simbolizando a fertilidade ou uma rara peça esculpida em madeira. Em muitas barracas podem ser encontradas muitas medalhas, algumas com mensagens religiosas ou efígies de Camões, Napoleão ou o ex-presidente americano John Kennedy. Outras peças podem ser adquiridas como raros presentes de Natal, como é o caso de uma faquinha de

madrepérola de Jerusalém e um terço oriental antigo, conhecido como masbaha (pronuncia-se masbarrá), em prata. Há várias barracas com brinquedos antigos, como caixinhas de música, bichinhos movidos a corda, casa de bonecas, carrinhos antiqüíssimos e antigos livros infantis. Existem ainda, como sugestão de presentes personalizados, telefones incríveis, alguns ainda um deles de manivela, do tempo em que se pedia à telefonista para fazer a ligação. As luminárias e os ventiladores em estilo retrô também fazem o maior sucesso e as bijuterias antigas são um caso à parte: há broches, brincos, anéis, colares e pulseiras belíssimos, em todos os tipos de material, nos mais diversos preços. Não é à toa que as figurinistas de teatro, cinema e TV vivem por lá à procura de peças antigas para produções de época, juntamente com chapéus, guarda-chuvas, polainas, botas. Tem gente que corre atrás de objetos exóticos para enfeitar vitrines ou para adornar suas residências com estatuetas, máquinas de escrever, rolos de esticar massa de pastel, e outras curiosidades dos velhos tempos. Luiz Carlos Lourenço


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A RELĂ?QUIA

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A RELÍQUIA

Novembro de 2012 -

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Leil„o Imperial EXPOSIÇÃO A partir do dia 15 de novembro de 2012 das 10 às 19 horas. LEILÃO Dias 30 de novembro de 2012 (sexta feira) e 1º de dezembro de 2012 (sábado) a partir das 20 horas. ANTONIO PARREIRAS - “Paisagem com marinha” ost colada em cartão Assinado e datado 1922. Med. 29 x 39 cm

ANTONIO PARREIRAS - “Nú em repouso” ost. Assinado e datado 1920. Med. 41 x 33 cm

LOCAL

Estrada União Indústria, 14999 - Cep.: 25750-221 Itaipava - Petrópolis - RJ Tels: 24 2222-2057 / 24 9951-3768

ORGANIZAÇÃO João Gibeiro

Mauricio Karan

Antiquário

Leiloeiro convidado

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