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CINEMA NA UNIVERSIDADE NOELI GEMELLI REALI (ORG.)
CINEMA NA UNIVERSIDADE
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.
Associação Brasileira de Editoras Universitárias
Noeli Gemelli Reali (Org.)
CINEMA NA UNIVERSIDADE possibilidades, diรกlogos e diferenรงas
Chapecรณ, 2007
Conselho Editorial
Elison Antonio Paim (Presidente); Priscila Casari (Vice); Alessandra Machado; Alexandre Mauricio Matiello; Antonio Zanin; Arlene Renk; Edilane Bertelli; Jacir Dal Magro; José Luiz Zambiasi; Juçara Nair Wollf; Maria Assunta Busato; Maria dos Anjos Lopes Viella; Monica Hass; Ricardo Brisolla Ravanello Coordenadora: Monica Hass
791.43 C574c
Cinema na Universidade: possibilidades, diálogos e diferenças / Noeli Gemelli Reali (Org.). - Chapecó: Argos, 2007. 155 p. - - (Debates) 1. Cinema. I. Reali, Noeli Gemelli. II. Título. CDD 791.43
ISBN: 978-85-98981-73-4
Catalogação: Yara Menegatti CRB 14/448 Biblioteca Central da Unochapecó
REITOR: Gilberto Luiz Agnolin VICE-R EITORA DE P ESQUISA, EXTENSÃO E P ÓS-GRADUAÇÃO : Maria Assunta Busato VICE-REITOR DE A DMINISTRAÇÃO: Gerson Roberto Röwer VICE-REITOR DE G RADUAÇÃO: Odilon Luiz Poli
SUMÁRIO
PREFÁCIO Ricardo Brisolla Ravanello | 7 APRESENTAÇÃO Noeli Gemelli Reali | 11 EXPERIMENTOS E SABORES: PROJETO CINEMA NA UNIVERSIDADE Noeli Gemelli Reali | 13 O QUE HÁ DE INTOLERÁVEL NA TOLERÂNCIA: NOTAS SOBRE O FILME TOLERÂNCIA ZERO (THE BELIEVER, 2001) Gerson Luís Trombetta | 25 O EU DILACERADO Mauro Gaglietti | 33 O DESERTO E SUA TRAVESSIA: INVENTANDO HISTÓRIAS, CONSTRUINDO O RELATO Márcia Helena Saldanha Barbosa | 45 O CRENTE Francisco Carlos dos Santos Filho | 61 DIFERENÇA, EXCLUSÃO E UM TOUR PELA MONGÓLIA: NOTAS SOBRE O FILME O OITAVO DIA Tatiana Bolivar Lebedeff | 71
A EXPERIÊNCIA DO PÓS-GUERRA: UMA PROPOSTA DE LEITURA DO FILME LADRÕES DE BICICLETA Augusto da Silva | 81 SÍNDROME DE DOWN: UM OLHAR PARA ALÉM DO “ENIGMA BIOLÓGICO” Tania Mara Zancanaro Pieczkowski | 91 CORPOS DÓCEIS: INOCÊNCIA E ENCANTAMENTO NO MUNDO DA DISNEY Noeli Gemelli Reali | 101 CINEMA: A AULA OUTRA Noeli Gemelli Reali | 127
PREFÁCIO
DA IMAGEM AO PENSAMENTO
Em nosso cotidiano, cada vez mais se firma a idéia de um mundo concreto, definido antes de nós, onde nossa participação se limita à atuação coadjuvante. Os modos de agir, fazer, vestir, se apaixonar, se alimentar, trabalhar, se relacionar etc. já foram todos experimentados, e uma porção deles já está pré-aprovada por uma série de normas institucionais, para nos servimos e vivermos nossa existência sem maiores questionamentos ou necessidade de reflexão. Pensar virou um esforço supérfluo em uma sociedade inflacionada de informação. O ganho de relevância da imagem na comunicação a partir do surgimento do cinema e em todo o século XX, e todas as novas possibilidades na transmissão da informação, dadas pelas emergentes tecnologias, fazem da imagem o espaço onde se travam disputas que vão da transformação dessa imagem em capital,
passando pela cultura, até a pedagogia pela imagem. Nesse sentido, uma suposta ingenuidade dos meios de comunicação precisa ser urgentemente denunciada. A esfera da mídia precisa ser encarada como campo pedagógico estratégico no presente; assim, a desconstrução da imagem deve revelar a sua intencionalidade, de quem ela está a serviço, e o mais importante: quais são as mensagens que ela transmite quase subliminarmente. Enquanto capital do século XXI, a imagem é o veículo pelo qual tudo transita. A estética da imagem do presente adquire um valor discursivo, sua construção não trata do belo ou do mau-gosto, trata de política, concepção de mundo, manipulação, campo de disputa pela legitimação de verdades. Mas pode tratar também de subversão, denúncia, ideologia, beleza, liberdade, resistência etc. Se é na imagem que se constrói o mundo do consumo, é na imagem que se pode subvertê-lo, ou ainda, se percebemos o mundo pela imagem, é também nela que podemos começar a transformá-lo. Enquanto linguagem híbrida, o cinema opera nas fronteiras da comunicação e da arte, tem essa capacidade peculiar de, ao mesmo tempo em que se apropria da cultura para gerar os seus conteúdos, também direciona essa cultura para os caminhos que seus patrocinadores definirem. Em muitos casos ainda, enquanto mídia, funciona por uma perspectiva apenas empresarial, configurando-se no que Adorno chamou inicialmente de indústria cultural. O cinema na universidade é uma forma de pensar essa arte para destituí-la, primeiro do uso mais corrente, sua redução ao entretenimento. Segundo, evitando que o espectador se limite
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à mera contemplação, por esclarecer sobre como travar uma batalha com tudo o que há no filme para extrair dele vários significados. Essa é a contribuição maior dos textos que seguem. Eles indicam aos exploradores iniciantes os caminhos para uma leitura mais complexa do filme, mostram algumas possibilidades que não as descritas nas sinopses, exploram toda a capacidade do cinema de fazer pensar a partir da abertura que as imagens proporcionam. Inserir a esfera midiática a partir do meio cinema como problemática do presente na educação promove um processo pedagógico preocupado com a construção do olhar, que deve lançar luz sobre como se constrói a imagem para fins pedagógicos e como se desconstrói a imagem para fins críticos, ou ainda, como ensinar através da imagem e como verificar os mecanismos e estratégias com os quais a imagem ensina através da mídia. Na época dos modelos pré-fabricados, de forma alguma os textos aqui indicarão algum tipo de fórmula, caminho que, se seguido, mesmo ao pé da letra, conduzirá para alguma revelação. Antes disso, o que se diz nas análises não tem pretensão de verdade absoluta, nem de pura abstração, mas de uma forma de ver que muitas vezes joga as coisas no limiar de fronteiras entre ficção e realidade, onde as próprias diferenças conceituais desses termos, ou dessas supostas fronteiras, não significam absolutamente nada, e os dois se fundem em uma possibilidade particular, circunstancial e legítima de discurso. Os textos, pretensiosamente, transitam da imagem em movimento ao movimento do pensamento. Ricardo Brisolla Ravanello Professor do curso de Publicidade e Propaganda da UNOCHAPECÓ Ricardo Brisolla Ravanello | 9
APRESENTAÇÃO
Muitas vozes. Muitas idéias. Esta poderia ser considerada a principal marca deste trabalho. Ele não foi pensado a partir de uma linha, um eixo, uma exclusividade. Mas sim, de possibilidades múltiplas de análise sempre inconclusas, inacabadas, à espera de mais uma janela a se abrir, à espera de mais uma cor nesta infindável tela de idéias. Este é, portanto, um projeto híbrido. Nada puro. Profano. Experimental. Este trabalho foi elaborado por uma estranha confraria de pessoas que – algumas – sequer se conheceram pessoalmente. Este grupo faz parte daquilo que se poderia chamar de irmandade intelectual, amorosa e louca. Intelectual, porque, além de usarmos o cinema como entretenimento, o transformamos numa espetacular ferramenta de trabalho. Amorosa, porque o que nos une é esta paixão pelo cinema. Louca, porque, sem sermos estudiosos nem críticos de cinema, nos autorizamos a escrever sobre ele. Isso significa que também podemos fazer um grande estrago. Nossos textos revelam nossas angústias diante deste
tempo de ansiedades, medos e incertezas. Nossos experimentos marcam também nossas posições e proposições. De qualquer forma, não é um texto para concordar. É um texto para dialogar, para experimentar, para criar desejos e novas linhas, novas possibilidades. É um texto, sobretudo, para convocar novas parcerias e fortalecer as antigas. É um texto. Uma ousadia.
Noeli Gemelli Reali
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Título
Cinema na Universidade: possibilidades, diálogos e diferenças
Autor
Noeli Gemelli Reali (Org.)
Assistente editorial Assistente administrativo
Hilario Junior dos Santos Neli Ferrari
Secretaria
Alexandra Fatima Lopes de Souza
Divulgação
Márcia Maciel e Josué Carvalho
Diagramação
Franciéli Roos
Capa
Hilario Junior dos Santos
Preparação e Revisão dos originais
Débora Vivian Jakeline Mendes Ruviaro Rosa Maria dos Santos
Formato Tipologia
Papel
16 X 23 cm CaslonOldFaceBT entre 7 e 15 pontos Capa: Cartão Supremo 350 g/m2 Miolo: Pólen Soft 80 g/m2
Número de páginas
155
Tiragem
800
Publicação
Impressão e acabamento
julho de 2007
Gráfica e Editora Pallotti - Santa Maria (RS)
Argos - Editora Universitária - UNOCHAPECÓ Av. Attilio Fontana, 591-E - Bairro Efapi - Chapecó (SC) - 89809-000 - Caixa Postal 747 Fone: (49) 3321 8218 argos@unochapeco.edu.br - www.unochapeco.edu.br/argos
9 788598 981734
Noeli Gemelli Reali Gerson LuĂs Trombetta Mauro Gaglietti MĂĄrcia Helena Saldanha Barbosa Francisco Carlos dos Santos Filho Tatiana Bolivar Lebedeff Augusto da Silva Tania Mara Zancanaro Pieczkowski