Formação humana na sociedade do Cechinel espetáculo RafaelAndré Rodrigo Mueller (Orgs.)
FORMAÇÃO HUMANA NA SOCIEDADE DO ESPETÁCULO
André Cechinel Rafael Rodrigo Mueller (Orgs.)
FORMAÇÃO HUMANA NA SOCIEDADE DO ESPETÁCULO
Chapecó, 2019
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ Reitor: Claudio Alcides Jacoski Vice-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão: Silvana Muraro Wildner Vice-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Márcio da Paixão Rodrigues Vice-Reitor de Administração: José Alexandre de Toni Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu: Claudio Machado Maia Coordenadora: Rosane Natalina Meneghetti Silveira Conselho Editorial Titulares: Clodoaldo Antônio de Sá (presidente), Cristian Bau Dal Magro (vice-presidente), Leonel Piovezana, Rosane Natalina Meneghetti Silveira, Cesar da Silva Camargo, Hilario Junior dos Santos, Ivo Dickmann, Claudio Machado Maia, André Luiz Onghero, Gustavo Lopes Colpani, Cleunice Zanella Suplentes: Rosana Maria Badalotti, Josiane Maria Muneron de Mello, Maria Assunta Busato, Rodrigo Oliveira de Oliveira, Reginaldo Pereira, Idir Canzi UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE Reitora: Luciane Bisognin Ceretta Vice-Reitor: Daniel Ribeiro Preve Conselho Editorial Dimas de Oliveira Estevam (presidente), Ângela Cristina Di Palma Back, Fabiane Ferraz, Marco Antônio da Silva, Melissa Watanabe, Merisandra Côrtes de Mattos Garcia, Miguelangelo Gianezini, Nilzo Ivo Ladwig, Reginaldo de Souza Vieira, Ricardo Luiz de Bittencourt, Richarles Souza de Carvalho, Samira da Silva Valvassori, Vilson Menegon Bristot
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorização escrita do Editor. Formação humana na sociedade do espetáculo / André F723f Cechinel, Rafael Rodrigo Mueller (Orgs.). - Chapecó, SC : Argos; Criciúma, SC : Ediunesc, 2019 362 p.: 23 cm. -- (Debates; 28 ) - Inclui bibliografias ISBN 978-85-7897-303-2 1. Formação humana. 2. Educação - Aspectos sociais - Brasil. I. Cechinel, André. II. Mueller, Rafael Rodrigo. III. Título. CDD: Ed. 23 -- 301.1 Catalogação elaborada por Roseli A. Teixeira CRB 14/631 Biblioteca Central da Unochapecó
Servidão Anjo da Guarda, 295-D Bairro Efapi – Chapecó (SC) 89809-900 – Caixa Postal 1141 (49) 3321 8218 argos@unochapeco.edu.br www.unochapeco.edu.br/argos
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Agradecimentos
O livro Formação humana na sociedade do espetáculo não teria sido possível sem as contribuições e o auxílio de algumas pessoas e instituições. Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer a todos os autores que participaram do volume, tanto pelos capítulos redigidos quanto pelo engajamento intelectual dedicado especificamente ao desafio de escrita lançado pela ementa proposta. Agradecemos, ainda, à Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), aos Grupos de Pesquisa Littera (Unesc) e FORMA (Formação humana na sociedade do espetáculo - Unesc), pela concessão de parte dos recursos que possibilitaram a publicação do volume, ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Unesc, bem como à Editora Argos, da Unochapecó, na figura de Rosane Silveira, que intermediou a parceria com a Ediunesc desde o princípio. Por fim, somos gratos à Editora da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Ediunesc), nas figuras de seu editor-chefe, Dimas de Oliveira Estevam, e de sua supervisora administrativa, Vanessa Marcos Medeiros, que receberam o projeto com entusiasmo e aceitaram o trabalho colaborativo com a Editora Argos.
Sumário
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Apresentação André Cechinel e Rafael Rodrigo Mueller
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I – “Não nos prendamos ao espetáculo da contestação, mas passemos à contestação do espetáculo” – Guy Debord, maio de 68 e a sociedade do espetáculo
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Debord: do espetáculo ao simulacro Celso Frederico
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A sociedade do espetáculo, cinquenta anos depois Anselm Jappe
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Trauma und Träume Eduardo Subirats
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Guy Debord e a psicanálise: versões do espetáculo Christian Haritçalde, Christian Ingo Lenz Dunker e Miriam Debieux Rosa
97
Meio século da sociedade do espetáculo Christian Ferrer
105
A sociedade, o espetáculo e o espectador: uma leitura de Guy Debord à luz de Jacques Rancière Gladir da Silva Cabral
145
II – “A ação não deve ser uma reação, mas uma criação” – Educação, mercadoria e heróis espetaculares
147
Tempos espetaculares: a educação como falso negativo André Cechinel e Rafael Rodrigo Mueller
173
O antiespetáculo da aula: notas sobre uma artesania num sistema fabril Cristiano de Sales e Joaci Pereira Furtado
195
O capital do espetáculo e um herói espetacular Imaculada Kangussu
219
Da educação como mercadoria ou os novos fetiches na educação: casos emblemáticos na sociedade brasileira Alex Sander da Silva
237
Claro enigma: o suicídio do reitor e a UFSC como espetáculo Fábio Lopes da Silva
255
III – “Corram, camaradas, o velho mundo está atrás de vocês” – Espetáculo, literatura, bem-estar e morte
257
Sobre a memória na sociedade da imagem Fabio Akcelrud Durão e Tauan Tinti
281
Circos romanos da felicidade: técnica, espetáculo e bem-estar Christian Ferrer
295
A didática da história: aprendizado, práxis e reconhecimento Fabrício Antônio Antunes Soares
319
Para uma teoria da burrice Matheus de Brito
341
Formação humana na sociedade do espetåculo: literatura e campo ampliado Keli Cristina Pacheco
355
Sobre os autores
Apresentação
Celebrar os 50 anos do maio de 1968 ou das manifestações que ocorreram em diferentes partes do mundo nesse mesmo ano muitas vezes significa relembrar, de modo nostálgico, um processo revolucionário de abertura que possibilitou, entre outros, a reivindicação dos direitos das mulheres e a consolidação do movimento feminista; a liberação sexual e a liberdade de expressão individual; a união entre os estudantes e a classe trabalhadora em nome de uma outra concepção de aliança popular; a luta pelo reconhecimento dos direitos humanos e contra os regimes autoritários e antidemocráticos; o surgimento de movimentos como o Black Power, os Panteras Negras e de diferentes formas de protesto e desobediência civil contra a discriminação e a violência racial; a disputa pela ampliação do acesso à educação e pela desierarquização e deselitização de seus processos; e, por fim, para concluir aqui esta lista apenas inicial e definitivamente incompleta, o embate contra as guerras imperiais e os impérios militares. Significa também relembrar – por que não dizer – a gradativa reintegração, reconciliação e pacificação de toda essa pluralidade e efervescência política e cultural sob a regra daquilo que Guy Debord chamaria mais tarde, em 1988, de “espetáculo integrado”, aquele que se confunde “com toda a realidade, ao irradiá-la” (Debord, 2017, Com. §IV, p. 199), e cuja mais alta ambição “[...] é que os agentes secretos se tornem revolucionários e que os revolucionários se tornem agentes secretos.” 11
(Debord, 2017, Com. §IV, p. 197). O ano de 1968 representa tudo isso, e é à sombra de seus resultados paradoxais que ainda vivemos. Menos que revisitar esse passado ou comemorar retrospectivamente o que poderia ser considerado um momento já distante ou uma data meramente alusiva ou festiva, o presente volume, intitulado Formação humana na sociedade do espetáculo, busca depreender de 1968 uma ideia de formação associada a algumas das premissas fundamentais que originaram as manifestações populares e que assinalam a sua singularidade radical e sempre presente, entre as quais vale destacar uma política de negação contínua das divisões e hierarquias sociais e, por conseguinte, uma ética democrática que afirma e defende a profunda igualdade entre todos os sujeitos e a arbitrariedade das diferentes formas de divisão e exclusão impostas pelo capitalismo. Como destaca Alain Badiou (2018) em um pequeno livro recém-publicado sobre a atualidade de maio de 68, intitulado On a raison de se révolter (Temos razão de nos revoltar), um dos traços permanentes daquele momento histórico está na recusa do gesto básico e arrogante do capitalismo, que tanto então como agora nos impõe “uma vida sem ideia”, uma vida de resignação cujo imperativo único e exclusivo é o do acúmulo material. Maio de 68 permanece sendo uma agressão à apatia do nosso momento e uma reafirmação inconveniente de que a vida sem um propósito outro que não o da sobrevivência individual não só não vale a pena ser vivida, como também conduz às catástrofes que temos vivenciado: desigualdades sociais gritantes, fluxos migratórios desesperados, guerras devastadoras e sempre iminentes, diferentes formas de intolerância, destruição ambiental irrefreável e uma racionalidade fraturada e impotente diante desse quadro. O livro apresenta-se dividido em três grupos que levam, segundo os seus temas, a inscrição de um dos lemas ou slogans fundamentais da Internacional Situacionista, frases que circularam em muros e cartazes 12
de Paris e que sinalizam a provocação constitutiva do movimento estudantil e dos protestos de 1968 na França e no mundo. A primeira seção do livro, intitulada “‘Não nos prendamos ao espetáculo da contestação, mas passemos à contestação do espetáculo’: Guy Debord, maio de 68 e a sociedade do espetáculo”, propõe-se a discutir pontualmente o lugar da figura de Debord no contexto de maio de 1968, bem como o legado e a atualidade do livro A sociedade do espetáculo (1967) passados cinquenta anos desde sua publicação. A segunda seção, “‘A ação não deve ser uma reação, mas uma criação’: Educação, mercadoria e heróis espetaculares”, busca investigar, por sua vez, a potência crítica da educação e o que significa falar em formação humana quando da crescente espetacularização e mercantilização dos espaços e processos educativos e formativos. A terceira e última seção, “‘Corram, camaradas, o velho mundo está atrás de vocês’: Espetáculo, literatura, bem-estar e morte”, por fim, volta-se em particular para a relação entre os estudos literários e a sociedade da imagem e do espetáculo, passando também por uma “teoria da burrice” e por reflexões acerca da didática da história. Apesar dessa organização em três blocos, todos os capítulos constituem uma resposta à ementa proposta quando do convite feito aos autores, o que significa que eles podem ser reordenados, logicamente, segundo os interesses de cada leitor. Para além dos 50 anos de maio de 1968, 2018 também constitui, na contramão do que comemoramos em referência a essa data, um ano de aprofundamento e acirramento de várias disputas e reformas educacionais que acentuam uma perspectiva privatista, individualista, competitiva e conservadora de educação: o movimento “escola sem partido”, a reforma do Ensino Médio e a nova Base Nacional Comum Curricular são apenas alguns exemplos dessa escalada reacionária e pré-teórica no Brasil. Curiosamente, muitos desses movimentos afirmam ter por horizonte a “formação humana” ou “integral” dos sujeitos, a
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promoção de um “espírito crítico”, ou mesmo uma “educação cidadã”. O objetivo deste livro, conforme veiculado desde o seu título, é colocar a ideia de “formação humana” em seu devido lugar, isto é, no âmbito do enfrentamento das desigualdades sociais e da promoção de uma criticidade verdadeiramente solidária ao outro, o que dificilmente se faz viável sem a recusa radical tanto do esvaziamento político e intelectual da educação quanto dos diferentes processos culturais e formativos excludentes impostos sob ares pseudodemocráticos e de uma linguagem que brilha muito, mas que não deve nos enganar quanto aos seus verdadeiros propósitos. André Cechinel Rafael Rodrigo Mueller Organizadores
Referências BADIOU, Alain. On a raison de se révolter. Paris: Fayard, 2018. DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Trad. de Estela dos Santos Abreu. 2. ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017.
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Sobre os autores
Alex Sander da Silva
Graduado em Filosofia-licenciatura (1996) pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), mestre em Educação (2005) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutor em Educação (2010) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. É professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). É autor de diversos artigos e organizador das obras Tessituras da produção discente (2009) e Educação, pesquisa e produção do conhecimento: abordagens contemporâneas (2013). Editor da revista Criar Educação (PPGE-UNESC). Atua nas seguintes linhas de pesquisa: Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, Ética e Estética na Educação; Educação e Relações Etnicorraciais. André Cechinel
Doutor em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Atua nas seguintes áreas de pesquisa: Educação e ensino de literatura, Literaturas estrangeiras modernas, Teoria literária e literatura comparada. Organizador do livro O lugar da teoria literária (Ed. da UFSC; Ediunesc, 2016) e co-organizador do volume O que significa ensinar literatura? 355
(Ed. da UFSC; Ediunesc, 2017). É autor do estudo O referente errante: The Waste Land e sua máquina de teses (Argos; Ediunesc, 2018), sobre o poema de T. S. Eliot. Anselm Jappe
Filósofo, ensaísta e professor. Nascido na Alemanha, estudou em Roma e Paris; é membro do grupo alemão Krisis, em cuja revista publicou diversos artigos. É autor dos livros As aventuras da mercadoria – para uma nova crítica do valor (Paris: Éditions Denoel, 2003), A vanguarda inaceitável: reflexões sobre Guy Debord (Paris: Éditions Léo Scheer, 2004), Crédito à morte (São Paulo: Hedra, 2013), La société autophage (Paris, La Découverte, 2017), entre outros. Celso Frederico
Professor da ECA-USP e autor, entre outros, dos seguintes livros: Sociologia da cultura. Lucien Goldmann e os debates do século XX (Cortez: 2006); O jovem Marx (Expressão Popular: 2009); A arte no mundo dos homens. O itinerário de Lukács (Expressão Popular: 2013); e, em colaboração com Francisco Teixeira, Marx no século XX (Cortez: 2008) e Marx, Weber e o marxismo weberiano (Cortez: 2010). Christian Ferrer
Sociólogo e professor da Universidade de Buenos Aires, onde leciona Ciências da Comunicação. Ao longo de sua carreira publicou vários ensaios sobre as estruturas de poder, controle social e anarquismo. Publicou recentemente os volumes Têtes d’orage (Editions Rue des Cascades, Lyon: 2011) e La mala suerte de los animales: Técnica y Padecimiento (Biblioteca Nacional: 2009).
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Christian Haritçalde
Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (2014) e pesquisador estrangeiro no programa de mestrado da UFR Sciences Humaines Cliniques da Université Paris Diderot - Paris 7 (2013). Em sua pesquisa deteve-se na apropriação de Guy Debord sobre a psicanálise para a constituição do texto de A sociedade do espetáculo, analisando para tal as notas disponíveis no Fonds Guy Debord da Biblioteca Nacional da França. Christian Ingo Lenz Dunker
Psicanalista, Professor Titular do Instituto de Psicologia da USP (2014) junto ao Departamento de Psicologia Clínica. Obteve o título de Livre Docente em Psicologia Clínica (2006) após realizar seu Pós-Doutorado na Manchester Metropolitan University (2003). Possui graduação em Psicologia (1989), mestrado em Psicologia Experimental (1991) e doutorado em Psicologia Experimental (1996) pela Universidade de São Paulo. Atualmente é Analista Membro de Escola (A.M.E.) do Fórum do Campo Lacaniano. Tem experiência na área clínica com ênfase em Psicanálise (Freud e Lacan), atuando principalmente nos seguintes temas: estrutura e epistemologia da prática clínica, teoria da constituição do sujeito, metapsicologia, filosofia da psicanálise e ciências da linguagem. Coordena, ao lado de Vladimir Safatle e Nelson da Silva Jr., o Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da USP. Em 2012 ganhou o prêmio Jabuti de melhor livro em Psicologia e Psicanálise com a obra Estrutura e constituição da clínica psicanalítica (Annablume, 2011). Em 2016 ganhou o segundo lugar no Prêmio Jabuti em Psicologia, Psicanálise e Comportamento com o livro Mal-estar, sofrimento e sintoma (Boitempo, 2015). Publicou ainda Por que Lacan? (Zagodoni, 2016), A psicose na criança (Zagodoni, 2014) e O cálculo neurótico do gozo (Escuta, 2002). 357
Cristiano de Sales
Professor de literatura na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Licenciado em Letras-Português (2004), mestre (2007) e doutor (2011) em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Estágio doutoral na Université Paris III – Sorbonne Nouvelle. Pesquisa literatura brasileira com ênfase nas poesia e narrativa do século XX, teoria literária e literaturas digitais. Organizou com André Cechinel o livro O que significa ensinar literatura? (2017). Eduardo Subirats
Nasceu em Barcelona em 1947, estudou em Paris e Berlim nos anos 1970, foi professor de filosofia, arquitetura, literatura e teoria da cultura em São Paulo e Caracas, além de Madrid, México e Princeton. É autor de mais de quarenta títulos, entre obras individuais e edições coletivas. Seus livros de maior destaque são La existencia sitiada (2006); Filosofía y tiempo final (2010) e Mito y literatura (2014). Atualmente é professor da New York University (NYU). Fabio Akcelrud Durão
Graduado em Português/Inglês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Teoria Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutor em Literatura pela Duke University. É professor livre-docente do Departamento de Teoria Literária da Unicamp. É autor de diversos livros, entre eles: Modernism and Coherence (2008), Teoria (literária) americana (2011), Fragmentos reunidos (2015) e O que é crítica literária (2016). Editor associado da revista Alea, publicou diversos artigos no Brasil e no exterior. Atua nas seguintes linhas de pesquisa: Escola de Frankfurt, o modernismo de língua inglesa e a teoria crítica brasileira. 358
Fábio Lopes da Silva
Doutor em Linguística (1999) pela Unicamp. Desde 1994, é professor da UFSC. Prefere se definir como ensaísta do que por referência a algum campo de especialidade. Organizou, com Heronides Moura, O direito à fala (Insular, 2000) e, com Kanavillil Rajagopalan, A Linguística que nos falhar (Parábola, 2009). Fabrício Antônio Antunes Soares
Graduado em história pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mestre em história pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutor em história pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) com estágio doutoral na Universidade Livre de Berlim (FU/Berlin), no Instituto de Estudos Latino Americanos (LAI). Pesquisa na área de teoria da história e história da historiografia. Gladir da Silva Cabral
Graduado em Letras pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (1991), é mestre (1996) e doutor (2000) em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina (Inglês e Literaturas Correspondentes). Atualmente é professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense, no curso de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Inglesa e Norte-Americana, atuando também na área de Teoria Literária e Educação. Desenvolve pesquisa principalmente nos seguintes temas: educação e identidade cultural; literatura, linguagem e escrita de si.
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Imaculada Maria Guimarães Kangussu
Leciona no Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, da Universidade Federal de Ouro Preto. Pesquisa com foco nas áreas de Teoria Crítica, Filosofia da Arte, Estética e Política. Coordena o grupo Arte e conhecimento (CNPq), é co-organizadora dos livros Katharsis (Ed. C/Arte, 2002), Theoria Aesthetica (Ed. Escrita, 2005), Dimensão Estética (Ed. ABRE – Associação Brasileira de Estética, 2006), O cômico e o trágico (Ed. 7letras, 2008), Estéticas do deslocamento (ABRE, 2008), Fantasia e Crítica (ABRE, 2012), A arte da vingança (ABRE, 2017), Estética moderna e contemporânea (Ed. Relicário, 2017); e autora de Sobre Eros (Ed. Scriptum, 2007) e Leis da liberdade (Ed. Loyola, 2008). Participa do GT Estética da Anpof e da organização da International Herbert Marcuse Society. Joaci Pereira Furtado
Graduado em história pela Universidade Federal de Ouro Preto, é mestre e doutor em história social pela USP. Autor de Uma república de leitores (prêmios Jabuti e Moinho Santista Juventude), organizou edição das Cartas chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga (Companhia das Letras). Foi editor na Globo Livros e nos selos literários Tordesilhas e Tordesilhinhas. Atualmente leciona nos cursos de arquivologia e biblioteconomia da Universidade Federal Fluminense. Keli Cristina Pacheco
Licenciada em Letras - Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2003), Mestra em Literatura, área de concentração em Literatura Brasileira (2005) e Doutora em Literatura, área de concentração em Teoria Literária, pela UFSC (2009), com um semestre de pesquisa realizada em Paris/FR (2006). Tem experi360
ência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária e Literatura Comparada, principalmente nos seguintes temas: literaturas de língua portuguesa; narrativa moderna e contemporânea; literatura e exílio. É pesquisadora dos grupos Subjetividade, Texto e Ensino - UEPG; Estudos Blanchotianos e do Pensamento do Fora - UnB e Estudos de Poéticas do Presente - UFRGS, no CNPq. É membra do GT de Literatura Comparada da ANPOLL desde 2014. Atualmente é professora adjunta de Teoria Literária e Literaturas de Língua Portuguesa, no Departamento de Estudos da Linguagem, e docente permanente do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG. Matheus de Brito
Licenciado em Português (2011) pela Universidade de Coimbra (Portugal), doutor em Teoria Literária (2017) pela Universidade de Coimbra e, sob cotutela, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Entre 2017 e 2019 colabora no Departamento de Teoria Literária do IEL-Unicamp como investigador pós-doutor com o projeto “O ethos do dissídio na lírica camoniana”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Tem publicado diversos artigos no Brasil e no exterior. Atua nas seguintes linhas de pesquisa: Teoria da literatura, Literatura portuguesa, Escola de Frankfurt. Miriam Debieux Rosa
Psicanalista, professora Associada do Programa de Pós-Graduação de Psicologia Clínica da USP, onde coordena o Laboratório Psicanálise e Sociedade e o Grupo Veredas: psicanálise e imigração. Pós-Doutorado pela Université Paris Diderot, PARIS 7. É autora do livro Histórias que não se contam: psicanálise com crianças e adolescentes (Editora 361
Casa do Psicólogo, 2010); co-organizadora do livro Debates sobre a Adolescência Contemporânea e o Laço Social ( Juruá Psicologia Editora, 2012) e do livro Desejo e Política: desafios e perspectivas no campo da imigração e refúgio (Editora Max Limonad, 2013). Publicou o livro A clínica psicanalítica face ao sofrimento sócio-político (Ed. Escuta/ Fapesp, 2016- primeiro lugar no prêmio Jabuti 2017, psicologia e psicanálise). Rafael Rodrigo Mueller
Mestre e doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGE/UFSC) e Professor dos Programas de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico (PPGDS) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Atua principalmente nos seguintes campos de estudo: Trabalho, Tecnologia e Educação (TTE); Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS); e Estudos Organizacionais Críticos. Traduziu recentemente para o português as obras Marxismo e Antropologia: o conceito de essência humana na filosofia de Marx (2015) e Lorenzo Milani: a Escola de Barbiana e a luta por justiça social (2016). Tauan Tinti
Graduado em Letras - Inglês pela Universidade Federal de São Carlos e Doutor em Teoria e História Literária pelo IEL-UNICAMP (bolsa CNPq), tendo feito mestrado na mesma instituição, com financiamento da FAPESP. Atua principalmente nos seguintes temas: modernismo de língua inglesa, prosa de ficção de língua inglesa, teoria crítica, crítica literária marxista.
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Argos Editora da Unochapecó www.unochapeco.edu.br/argos Título Organizadores Coleção Coordenadora
Formação humana na sociedade do espetáculo André Cechinel Rafael Rodrigo Mueller Debates, n. 28 Rosane Natalina Meneghetti Silveira
Assistente editorial
Caroline Kirschner
Assistente comercial
Luana Paula Biazus
Editor de textos Divulgação
Carlos Pace Dori Renan Zimmer de Almeida
Distribuição e vendas
Luana Paula Biazus Jiane Zorzi
Projeto gráfico
Alexsandro Stumpf
Capa
Caroline Kirschner
Diagramação
Caroline Kirschner
Revisão Formato Tipologia Papel
André Cechinel 16 X 23 cm Adobe Caslon Pro entre 10 e 14 pontos Capa: Supremo 280 g/m2 Miolo: Pólen Soft 80 g/m2
Número de páginas
362
Tiragem
500
Publicação Impressão e acabamento
2019 Gráfica e Editora Copiart
Há tempos que eu não via uma ideia tão boa quanto esta de um cruzamento entre educação e sociedade do espetáculo, ainda mais na encruzilhada dos cinquenta anos do clássico de Guy Debord e do famoso maio de 1968. Os organizadores de Formação humana na sociedade do espetáculo reuniram um conjunto de textos capazes de questionar aspectos fundamentais do funcionamento do nosso mundo educacional e de arrancar cada leitor da sua zona de conforto. Guy Debord foi um homem extraordinário com um profundo respeito pela vida ordinária. A releitura de sua obra produz estupefação: como foi possível a um homem mergulhado no seu tempo ver com tanta clareza as estruturas do sistema e as suas contradições? Em cada uma das suas famosas teses Debord descobre alguma coisa: destapa, dá a ver, faz emergir, desvela. O que revela profundamente Debord? Que a “sociedade não canta os homens e suas armas, mas as mercadorias e suas paixões”. Este livro desvela engrenagens. A sala de aula não pode se transformar numa mercadoria regida pela lógica do espetáculo para a qual não existe aluno, mas cliente ou consumidor. O que maio de 1968 trouxe à tona? Um universo, inclusive o educacional, autoritário, engessado e violento. Abriu-se uma brecha. Contestar o espetáculo em 2018 não significa necessariamente negar o prazer da cultura de massa. Implica, porém, uma visão de mundo que não se conforme com a falsa unificação das consciências. Este livro coeso certamente ajudará a compreender os desdobramentos do espetacular no último meio século. Debord vive. E nós? Vivemos diretamente ou sucumbimos ao simulacro da representação? Juremir Machado da Silva Professor do PPGCOM/PUCRS
ISBN 978-85-7897-303-2