Como se lê e outras intervenções críticas

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IDENTID ADE& DISCURSO IDENTIDADE& ADE&DISCURSO


É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.

Associação Brasileira de Editoras Universitárias

Argos - Editora Universitária - Fundeste - Campus Chapecó Av. Atílio Fontana, 591-E - Bairro Efapi - Chapecó - SC - 89809-000 - Caixa Postal 747 Fone: (49) 3218218 argos@unoesc.rct-sc.br - www.unoescchapeco.br/argos/


Maria José Coracini (Org.)

IDENTID ADE& DISCURSO IDENTIDADE& ADE&DISCURSO (des) construindo subjetividades

Chapecó, 2002


UNOCHAPECÓ Av. Senador Attílio Fontana, 591-E Fone/Fax (49) 321-8000 Cx. Postal 747 CEP 89809-000 - Chapecó - SC REITOR: Gilberto Luiz Agnolin VICE-REITORA DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO: Arlene Renk VICE-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO: Gerson Roberto Röwer VICE-REITORA DE ENSINO: Silvana Marta Tumelero

801 L756c

Link, Daniel, 1959Como se lê e outras intervenções críticas / Daniel Link ; trad. Jorge Wolff. - - Chapecó : Argos, 2002. 180 p. - - (Vozes vizinhas – Os melhores ensaios; v.2 )

1. Literatura - Teoria. I. Título. ISBN: 85-7535-022-6

Catalogação: Biblioteca Central Unoesc-Chapecó

EDITORA ARGOS Conselho Editorial: Cláudio Jacoski (Presidente); Arlene Renk; Marinês Garcia; Mary Neiva Surdi; Nedilso Lauro Brugnera; Odilon Luiz Poli; Valdir Prigol; Volnei de Moura Fão Coordenador: Valdir Prigol Assistente Editorial: Hilário Junior dos Santos Assistente Administrativo: Neli Ferrari Projeto gráfico e capa: Hilário Junior dos Santos Imagem de capa: Magritte


Aos professores de lĂ­ngua portuguesa e estrangeira e a todos os falantes de outra(s) lĂ­ngua(s)


Asneira? Impossível? Sei lá! Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu. Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir. (Fernando Pessoa)


SUMÁRIO

13 Apresentação Maria José Rodrigues Faria Coracini I – PROCESSOS

DE

SUBJETIVAÇÃO E IDENTIDADE LINGÜÍSTICO-CULTURAL

25 “Paroles d’entre temps sur le cours de la vie” ou “Pour une politique imaginaire de l’identité et du langage” Amanda E. Scherer, Gladys Morales & Hélène Leclercq 40 Determinações Identitárias do Bilingüismo: a eterna promessa da língua materna Elzira Yoko Uyeno 65 As Representações de Língua Portuguesa e as Formas de subjetivação Claudete Moreno Ghiraldelo 80 Contato-confronto com uma Língua Estrangeira: a subjetividade do sujeito bilíngüe Ernesto Sérgio Bertoldo


95 La Langue comme Vecteur Identitaire: le cas particulier du gallo en Bretagne Christian Leray II - LÍNGUA ESTRANGEIRA E CONSTITUIÇÃO

DE

SUBJETIVIDADES

110 Língua Estrangeira e Língua Materna: uma questão de sujeito e identidade Maria José Rodrigues Faria Coracini 125 O Debut, o inaugural, no Discurso do Professor de Português como Língua Estrangeira sobre sua Formação Profissional Silvia Inês Coneglian Carrilho de Vasconcelos 140 A língua estrangeira como refúgio Carmen Zink Bolognini 155 A Celebração do Outro Maria José Rodrigues Faria Coracini 170 Representação, Identidade e Aprendizagem de Língua Estrangeira Marisa Grigoletto III – O(A) PROFESSOR(A) DE LÍNGUA PORTUGUESA: ENTRE PERPLEXIDADES E (DES)ENCANTOS 185 Processos de Identificação do Sujeito-professor de Língua Materna: a costura e sutura dos fios Beatriz Eckert Hoff 200 Subjetividade e Identidade do(a) Professor(a) de Português (LM) Maria José Rodrigues Faria Coracini 215 A Denegação como possibilidade de ‘captura’ do não um Beatriz Eckert Hoff


240 Ser Ninguém-Ser Alguém: análise de discurso de uma narrativa de professor Regina Célia de Carvalho Pachoal Lima IV - INTERDISCURSO E IDENTIDADES 255 A Questão da Identidade na Mídia: reflexos na sala de aula Anna Maria Grammatico Carmagnani 270 As Representações do Saber Científico na Constituição do Sujeito-professor e no Discurso de Sala de Aula Maria José Rodrigues Faria Coracini 285 Identidade Transversal e Política de Verdades: políticas curriculares e a construção da identidade do professor de línguas estrangeiras Deusa Maria de Souza 300 O Discurso do Livro Didático de Língua Inglesa: representações e construção de identidades Marisa Grigoletto 315 O discurso da cultura e a questão da identidade nos Livros Didáticos de Francês Língua Estrangeira Ingrid Peruchi & Maria José Rodrigues Faria Coracini


APRESENTAÇÃO Maria José Rodrigues Faria Coracini

Nos últimos anos, o tema “Identidade” tem sido amplamente abordado e debatido na academia e fora dela, tanto por estudiosos da área das ciências sociais, quanto por aqueles que se interessam por questões de linguagem e de sujeito. Fala-se de perda ou de busca de identidade de um povo, de um indivíduo, de um grupo social. E qual seria a razão de tamanho interesse? Sem dúvida alguma, o interesse crescente está no fato de que estamos vivendo um momento privilegiado de questionamentos, problematização de tudo o que parece preestabelecido e plenamente justificado, momento de incertezas e de dúvidas inclusive quanto à(s) nossa(s) identidade(s) – individual, sexual, social, étnica, nacional –, cujos limites são fluidos e fugidios: perguntamo-nos a todo momento quem somos, qual a razão de nossas vidas, por que agimos desta e não daquela maneira, por que escolhemos esta ou aquela profissão... Vivemos, pois, um período que muitos acreditam se caracterizar como de crise da identidade provocada, em grande parte, pela ideolo-


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gia da globalização, que, ainda que o neguem seus defensores, pretende a centralização e a homogeneização de tudo e de todos: as diferenças só são respeitadas na medida em que elas garantem a manutenção ou a criação de um novo mercado de consumo. Em contrapartida, como que por um efeito de resistência, as línguas minoritárias ou os dialetos em vias de desaparecimento, os grupos marginalizados se rebelam, acirrando as diferenças, lutando por sua sobrevivência e por um espaço na sociedade. E é em meio a tantos questionamentos e à busca de uma compreensão de si e do outro - já que é lançando um olhar sobre os outros, sobre a história de outros, que nos reconhecemos e encontramos elementos de explicação de nossa própria condição (Scherer & alii) de falantes de uma língua estrangeira, de professores de língua portuguesa e/ou de uma outra língua - que inserimos nosso projeto de pesquisa, apoiado pelo CNPq, Interdiscursividade e Identidade no Discurso Didático-Pedagógico (língua Materna e língua estrangeira) de que resultou este livro, preocupado com questões de linguagem e de identidade, principalmente dos sujeitos professor e alunos de línguas, o que significa, de certa maneira, preocupado com nossa própria identidade enquanto professores que somos e enquanto falantes de uma língua que nos interpela como sujeitos (a língua dita materna) e de outra(s) que provoca(m) estranhamento (língua(s) dita(s) estrangeira(s)). Pensar a identidade do sujeito-professor numa época em que ela parece perdida, em meio a um contexto de perdas - perda de poder aquisitivo, perda de reconhecimento, perda de respeito, perda de ânimo - é um desafio que estamos enfrentando, não na busca de unidade, de características que, uma vez arroladas, nos levariam a definir, de uma vez por todas ou por um dado período de tempo, uma individualidade ou um grupo social; assim procedendo, talvez chegássemos a elencar as principais tarefas do professor enquanto profissional, mas jamais à subjetividade – não no sentido idealista do termo, diga-se de passagem - que se manifesta via imaginário na relação com o outro | 1 4 |


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(aluno) e consigo mesmo (auto-imagem) pela linguagem. Por essa razão, este livro põe em questão a identidade enquanto unidade, completude do ser para exibir a fragmentação, a descontinuidade, a impossibilidade de inteireza de qualquer sujeito e, particularmente, no nosso caso, do sujeito-professor. Cabe ainda um esclarecimento: se buscássemos arrolar características, estaríamos estudando a identidade (do lt. Idem = mesmo) como o mesmo, idêntico a si, como consciência, razão e não como diferença, descontinuidade, fragmentação. No primeiro caso, estaríamos situando nossas pesquisas numa perspectiva sociológica, que parece mais preocupada em definir a identidade de grupos – nacional, étnica, cultural, sexual, de gênero, profissional... Entretanto, se buscarmos compreender o sujeito como dispersão, sujeito cindido, dividido, atravessado pelo inconsciente, estaremos adotando seja uma perspectiva filosófica (derrideana), seja uma perspectiva discursiva que encontra na psicanálise seu ponto de apoio, voltada sobretudo para a constituição do sujeito do inconsciente que, imerso no discurso - que sempre provém do outro -, é mais falado do que fala (Lacan). Nessa perspectiva, não deveríamos falar de identidade, já que, como dissemos, o termo remete ao mesmo, ao uno, mas de identificações: é apenas momentaneamente que podemos flagrar pontos no discurso que remetem a identificações inconscientes, introjetadas sempre a partir do outro, mas que, por estarem já lá, provocam reações, atitudes de recusa ou de aproximação; quando os autores falam de identidade, é preciso compreendê-la sempre em movimento, em constante mutação. São, portanto, algumas emergências do inconsciente, via imaginário, no discurso de professores e alunos, que os textos desta coletânea pretendem flagrar, na ânsia de melhor compreender a constituição heterogênea dos sujeitos professor e aluno, lugar onde se entrecruzam e se confundem vozes emaranhadas, provenientes de inúmeras regiões de discurso, do passado em mutação e dos inúmeros contatos e experiências – individuais, sociais, profissionais - de uns e de outros. | 1 5 |


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É preciso, ainda, lembrar que, embora se insiram prioritariamente na visão discursiva de base psicanalítica, os textos que constituem este livro recorrem, em suas reflexões e na dependência do tema tratado, a outras correntes teóricas. Penso especificamente no texto de Christian Leray, centrado no dialeto falado na região da Bretanha (França) que vem conhecendo uma espécie de fortalecimento nos últimos anos. Quatro são as partes que compõem este livro: a primeira, intitulada Processos de Subjetivação e Identidade Lingüístico-cultural, traz à baila o processo de constituição da subjetividade, sobre o qual exercemos pouco ou nenhum controle, presos que estamos na rede emaranhada da fragmentação, do hibridismo, sujeitos em travessia entre a nossa língua que chamamos de materna e a língua do outro que chamamos de estrangeira; esta nos questiona o tempo todo, interroga-nos naquilo que temos (ainda que ilusoriamente) de mais seguro: nossa própria identidade, que se vê, no outro e pelo outro, abalada, posta em xeque, desestabilizada: se o texto de Scherer, Morales & Leclercq promove a busca das origens que [as] protegem contra a obscuridade, confessando que narrar(-se) é contar para o outro, avaliar-se... para (se) compreender, o texto de Uyeno nos remete à situação do imigrante (no caso, nipo-brasileiro), imerso no conflito constitutivo de ser e não ser brasileiro, ser e não ser japonês. Ambos os textos constituem verdadeiras confissões de quem ensina e fala a língua do outro que é ao mesmo tempo a nossa e que já é o outro (Scherer & alii). Completam esta parte mais três textos: o primeiro, de autoria de Ghirardello, que, a partir de uma pergunta básica – Se fosse possível, você escolheria outra língua materna? Por que? – busca compreender as representações da língua materna que emergem nas respostas de 80 alunos, provenientes das quatro regiões do Brasil, que justificam, mais uma vez, o conflito entre a imagem de si e o desejo do outro. O texto de Bertoldo apresenta um estudo de caso de um falante fluente de língua inglesa como língua estrangeira, que, por suas falas, revela o desejo de uma total identificação com o falante nativo dessa | 1 6 |


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língua. A análise mostra que, ao se inserir na discursividade da língua estrangeira está, na verdade, em confronto com a sua própria discursividade, o que aponta para a complexidade da subjetividade do bilíngüe que transita, inconscientemente, entre formações discursivas contraditórias. Finalmente, o texto de Leray, interessado pela inscrição identitária das línguas regionais da Bretanha e em particular do gaulês na AltaBretanha (França), lugar onde se assiste a um verdadeiro renascimento lingüístico nas últimas décadas, defende a idéia de que a língua é o primeiro vetor identitário que testemunha a diversidade sociolingüística das comunidades humanas e de que a construção identitária não pára nos limites de um território, mas se inscreve numa história híbrida de línguas e culturas. A segunda parte, denominada Língua Estrangeira e Constituição de Subjetividades, busca situar a língua estrangeira e seu aprendizado como um dos importantes elementos na constituição da identidade do sujeito aluno e/ou professor. As representações que habitam o imaginário de uns e de outros a respeito da língua e da cultura do outro apontam para a celebração do estrangeiro (no caso, francês) - mais culto, mais educado, respirando cultura por todos os poros – verdadeira Pasárgada, onde o que se deseja se encontra, lugar do gozo e da plena (embora ilusória) realização (ver textos de Coracini). A língua estrangeira constitui, pois, um lugar de promessa, mas também de refúgio, como mostra o texto de Bolognini, refúgio no qual os falantes de línguas diferentes, por exemplo, se sentem seguros: para não precisarem falar na língua materna do colega, língua que carrega inevitavelmente a cultura, a ideologia do outro, preferem, quando se encontram, falar em inglês (língua estrangeira para ambos), tranqüilizados pelo aparente nivelamento que [essa língua] lhes proporciona. Com o objetivo de investigar o modo de constituição da identidade de aprendizes de língua inglesa, através da análise de suas representações sobre a língua, o texto de Grigoletto, ao analisar as represen| 1 7 |


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tações dos alunos em torno do que é saber bem inglês, percebe, dentre outras coisas, que a representação dos sujeitos pode ser interpretada como um acidente ou capricho através do qual se expressa o desejo da transparência perfeita entre sujeito e língua, ou seja, uma vez que a posse de uma língua original e perfeitamente transparente é interditada ao sujeito na língua materna, manifesta-se o desejo da posse total da língua estrangeira. Finalmente, o texto de Vasconcelos, a partir de uma pesquisa baseada em história de vida como metodologia de construção de dados, apresenta algumas reflexões acerca de como os sujeitos professores de Português como língua estrangeira (PLE) discursam sobre suas primeiras experiências em ensinar língua portuguesa a falantes de outras línguas e quais representações imagéticas de si e do outro, a partir da construção de metáforas, é possível capturar no fio intradiscursivo. A terceira parte dá continuidade ao tema da identidade do professor, desta vez, de língua portuguesa (materna), como forma de melhor compreender esse sujeito, complexo e confuso, imerso na contradição e no conflito de quem deseja manter-se atravessado pelo discurso tradicional, que o valoriza enquanto missionário, digno de respeito, e a realidade da sala de aula onde se sente desrespeitado, economicamente desvalorizado, socialmente diminuído, o que traz uma forte dose de desânimo e frustração (cf. Coracini e Paschoal Lima). Os quatro textos abordam a identidade do professor de português como conflitante e contraditória, características assumidas como constitutivas e não como elementos a serem idealmente eliminados. Os dois textos de Eckert-Hoff buscam capturar no fio do dizer de professores, em situação de relato de sua história de vida, a emergência dessas contradições, analisando as denegações, num dos textos, e, no outro, enunciados do tipo não é... mas (é), que apontam para a constituição heterogênea da subjetividade. Finalmente, a quarta e última parte traz à baila o interdiscurso na constituição do imaginário do sujeito-professor, lugar onde se | 1 8 |


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entrecruzam vozes provenientes de outras regiões de discurso, dentre as quais os discursos jornalístico, científico, político-educacional e do livro didático. Vale observar que cada um desses discursos resulta de um embricamento de outros textos e discursos, de modo que à multiplicidade de um, soma-se a multiplicidade de outros, num enredar-se sem começo e sem fim. Em busca de resposta à pergunta: Como a mídia constrói a subjetividade, interferindo de maneira direta e indireta na formação do imaginário de professores e de alunos via materiais didatizados e/ou propostas pedagógicas diferenciadas?, Carmagnani observa a interferência do jornal na concepção que sujeitos-alunos de língua estrangeira no Brasil fazem de si e do outro – o estrangeiro (no caso, o falante de língua inglesa), sua língua e cultura. Conclui pela forte retomada de clichês que promovem a língua inglesa a um patamar de superioridade inquestionável, nas redações de alunos produzidas após a leitura e discussão de um artigo jornalístico, o que revela uma certa imposição, através da extensa exposição a essas ‘verdades’, [d]a imagem de um outro poderoso, inevitável e, portanto, ‘melhor’. O segundo capítulo desta última parte, de autoria de Coracini, trata do atravessamento do discurso da ciência e de sua modalidade de divulgação no imaginário de professor e alunos de aula de língua (materna e estrangeira), apontando, de um lado, para a manutenção de uma certa cientificidade, que determina uma (suposta) postura de isenção diante do saber, como se o professor não passasse de um porta-voz de um saber objetivo, universal e, por isso mesmo, não fosse contaminado por ideologias, ou melhor ainda, por relações de poder; de outro, em nome dessa mesma objetividade, constata-se uma tendência à objetificação da informação, ao apagamento do intertexto e de toda possibilidade de dúvida, de mudança, próprios do discurso da ciência, ao mesmo tempo em que evita todo tipo de valoração, em obediência estrita aos recortes de conhecimento, ao mesmo tempo impostos à instituição e por ela autorizados e reconhecidos. A seguir, buscando estudar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o texto de Souza busca compreender melhor (a partir da | 1 9 |


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análise de alguns dos seus documentos), os mecanismos que constituem as políticas curriculares em sentido mais amplo e suas práticas com implicações concretas para a escola e a prática pedagógica, ao mesmo tempo em que procura interpretar, com base nas teorias do discurso e da psicanálise, o que já é fruto de outro gesto interpretativo, aquele dos professores e alunos a respeito de sua formação, de sua história de vida, enfim, de suas representações. Gostaria, para terminar esta apresentação, de lembrar que organizar um livro constitui, dentre as inúmeras atividades acadêmicas, uma tarefa prazerosa, sobretudo quando se trata de uma obra inserida num projeto integrado de pesquisa sob nossa coordenação. Os autores que aqui depositaram sua contribuição estão direta ou indiretamente relacionados ao projeto, seja por constituírem o grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo com quem trabalhamos há mais de 7 anos – Anna Maria G. Carmagnani, Deusa Maria de Souza, Marisa Grigoletto -, seja por terem sido ou serem orientandos meus de mestrado, de doutorado ou de iniciação científica, seja ainda, por se inserirem no projeto através de um pós-doutoramento, como é o caso da Profª Drª Sílvia Vasconcelos, da Universidade Estadual de Maringá, ou por terem constituído importantes contatos tanto na França (Christian Leray, pesquisador na área da Educação na Universidade de Rennes 2; Hélène Leclercq, na ocasião em que escreveu o texto, adida lingüística em Portugal), quanto no Brasil (Amanda Scherer, colega e amiga da Universidade Federal de Santa Maria – RS). Nossos agradecimentos a todos os que colaboraram para a realização deste volume, em especial, ao CNPq e aos professores que se dispuseram a nos ceder entrevistas ou a responder questionários, permitindo, também, que seus alunos o fizessem.

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