Fausto dos Santos (Org.)
Filosofia e Teologia: irm茫s rivais Edvino A. Rabuske
Chapec贸, 2013
Reitor: Odilon Luiz Poli Vice-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão: Maria Aparecida Lucca Caovilla Vice-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Claudio Alcides Jacoski Vice-Reitor de Administração: Antônio Zanin Diretora de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu: Maria Assunta Busato
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorização escrita do Editor. 210.1 R117f
Rabuske, Edvino Aloisio, m. 2004 Filosofia e Teologia : irmãs rivais / Edvino Aloisio Rabuske ; Fausto dos Santos Amaral Filho (Org.). – Chapecó : Argos, 2013. 261 p. ; 23 cm. – (Grandes Temas ; 20) Inclui bibliografias ISBN: 978-85-7897-093-2 1. Teologia – Filosofia. 2. Filosofia e religião. I. Amaral Filho, Fausto dos Santos. II. Título. III. Série. CDD 210.1
Catalogação elaborada por Caroline Miotto CRB 14/1178 Biblioteca Central da Unochapecó
Todos os direitos reservados à Argos Editora da Unochapecó Av. Atílio Fontana, 591-E – Bairro Efapi – Chapecó (SC) – 89809-000 – Caixa Postal 1141 (49) 3321 8218 – argos@unochapeco.edu.br – www.unochapeco.edu.br/argos Coordenador: Dirceu Luiz Hermes Conselho Editorial: Rosana Maria Badalotti (presidente), Carla Rosane Paz Arruda Teo (vice-presidente), André Onghero, César da Silva Camargo, Dirceu Luiz Hermes, Maria Aparecida Lucca Caovilla, Maria Assunta Busato, Murilo Cesar Costelli, Tania Mara Zancanaro Pieczkowski, Valéria Marcondes
Sumário
Prefácio
11
Nota do autor
15
CAPÍTULO 1 Características do conhecimento filosófico
17
A contradição performativa
17
A experiência humana
19
A autoconsciência
20
A concordância entre conhecimento e realidade
22
Conceito unívoco e conceito análogo
24
Um teste: “o problema dos universais”
26
Introdução ao problema de Deus
30
CAPÍTULO 2 Pressupostos ontológicos da afirmação de Deus
33
O ser como o conteúdo da Metafísica
34
A analogia do ser
36
Crítica à Metafísica da essência
40
A diferença como perfeição
44
Um teste: o princípio da não contradição
46
O princípio metafísico da causalidade
48
As provas da existência de Deus
51
CAPÍTULO 3 A relação homem-Deus ao longo da Bíblia
55
Introdução
55
O Antigo Testamento
57
A lei Os profetas A sabedoria
Novo Testamento
Os evangelhos sinóticos S. Paulo S. João
Considerações finais
A Bíblia como “História da Salvação” As tensões principais Secundarização de problemas clássicos Pluralismo teológico moderado
57 59 61
62 63 64 65
66 66 68 69 70
CAPÍTULO 4 Razão e fé cristã no decurso da história
73
Introdução
73
O paradigma da integração
75
O paradigma da subordinação
76
O paradigma da divergência A justaposição A oposição O desconhecimento mútuo
Tentativas de uma nova aproximação A estrutura do discurso teológico Os axiomas O processo de comprovação
77 77 78 80
82 84 84 85
CAPÍTULO 5 A religião: modelo de consciência crítica
89
O problema
89
O que é “consciência crítica”?
92
A ambiguidade dos fenômenos e a necessidade da crítica A relação entre pensar e situação A ambiguidade histórica das situações e a tarefa de uma autocrítica da razão A ambiguidade histórica e a crise da consciência crítica O retrospecto sobre o caminho para a crise
94 97 102 109 115
A consciência crítica e o seu interesse pela Religião 120 A tarefa hermenêutica A tarefa dialética A crítica histórica A consciência da própria crise
120 121 122 123
CAPÍTULO 6 A fecundidade hermenêutica da categoria do Sagrado 127 A interpretação do Sagrado 127 A fecundidade hermenêutica do Sagrado 133 A hermenêutica religiosa como crítica 136
Considerações complementares
141
CAPÍTULO 7 Filosofia e Religião: irmãs rivais
143
Ataques mútuos
143
O conceito de Hermenêutica Paradoxo e racionalidade
Carência de questionamento A-historicidade Incapacidade de autocrítica radical Autoalienação
Retificação das esquematizações polêmicas
Carência de fundamento A-historicidade e incapacidade de autocrítica radical Autoalienação
História da relação entre Filosofia e Religião O despertar da consciência crítica O platonismo e a piedade filosófica A crítica filosófica à Religião na Idade Moderna
“Combate amoroso” Parentesco Divergência
Considerações complementares Nível epistemológico Nível ontológico Nível antropológico
141 142
144 144 145 146
147 147 148 149
151 151 153 156
158 159 160
160 161 161 162
CAPÍTULO 8 Imanência e transcendência
165
Introdução
165
A experiência transcendental Argumento básico: o princípio da não contradição performativa Articulação lógico-linguística: dialética implícito-explícito Princípio lógico-ontológico: a analogia do ser
166 168 169 170
Imanência e transcendência
172
Deísmo e panteísmo Pressupostos ontológicos Deus: imanente e transcendente
173 174 176
Considerações finais
177
O paradoxo fundamental e sua fecundidade Falar o inefável
177 179
CAPÍTULO 9 A compreensão da salvação
181
Introdução
181
A compreensão do ser como compreensão da salvação
182
A carência de salvação
185
Em geral A morte A culpa
185 186 188
A pré-compreensão da salvação
191
Orientação na esperança da salvação
194
CAPÍTULO 10 Se Deus não existe, tudo é permitido?
199
O problema da fundamentação na Ética
200
Kant Apel Habermas
200 203 205
A autofinalidade do homem como princípio da Ética com conteúdo
208
Ética e Teologia
211
A autonomia segundo a Teologia
215
CAPÍTULO 11 O tempo e a eternidade
219
A aporética do tempo
220
Aristóteles S. Agostinho Kant Husserl Heidegger Hegel
Uma solução parcial: a poética da narração O tempo histórico Historiografia e ficção A consciência histórica O presente histórico A identidade narrativa
A eternidade
O desejo de eternidade Como pensar a eternidade O mito A Bíblia A Filosofia
Referências
220 222 223 226 228 231
235 235 238 241 244 246
247 247 250 250 251 253
257
Prefácio
O autor deste livro, Edvino Aloisio Rabuske, poder-se-ia dizer, como de costume, já não está mais entre nós. No entanto, esta é uma frase que não consigo fazer assim, sem mais, mesmo sabendo que, desde o ano de 2004, seus restos mortais repousam lá, singelamente, ao lado dos seus genitores, a poucos metros do lugar onde nasceu, no interior do município de São Paulo das Missões (RS). Aqueles que nos formaram, abrindo-nos as portas de um mundo, dificilmente se afastam. Eles próprios tornam-se mundo. Com o que não são totalmente encobertos. Ainda que abraçados pela noite escura da terra, luzem continuamente conosco. É assim que agora vem à luz mais um livro de Edvino Aloisio Rabuske, este tem o título de Filosofia e Teologia: irmãs rivais. É a sua obra derradeira e, como tal, aponta para o fim de uma vida. Nosso autor, padre e professor, teólogo e filósofo, homem de fé e de razão, certamente viveu, no mais profundo do seu coração, o conflito que o título do seu livro abriga. Abrigar tal conflito demanda, além de competência intelectual para tanto, sobretudo coragem. A coragem de um missioneiro. Quando forçosamente Edvino Aloisio Rabuske abandonou a Universidade pelos cuidados que a vida lhe apresentou, deixou co11
migo duas caixas de papelão, cheias de papéis, tingidos com uma caligrafia preta acelerada. A maior parte deles era material de estudo: anotações, resumos de textos, preparações para aulas. Junto a tudo isso, dois volumes em espiral, desta maneira organizados, chamavam a atenção. Os dois pareciam iguais, um cópia do outro. Na primeira folha, como uma capa, escrito com a mesma caligrafia preta, constava em letras grandes: Filosofia e Teologia: irmãs rivais. Um pouco menor, logo a baixo, à direita: Edvino Rabuske; e, quase no pé da folha, ainda menor: texto a ser melhorado, antes da publicação. É claro que na hora, folheando aquelas cento e cinquenta páginas datilografadas de um dos exemplares, logo percebi o que tinha em minhas mãos: ora, um livro do Rabuske. Creio que não era segredo para ninguém o fato de Edvino Aloisio Rabuske, nos seus últimos anos na Universidade, estar preparando um livro. Escrever fazia parte das suas tarefas. Além dos seus artigos, publicados em diversas revistas especializadas, sobretudo de Filosofia e Teologia, conhecemos os seus livros: Epistemologia das Ciências Humanas; Antropologia Filosófica; Filosofia da Linguagem e Religião. O espantoso é que, agora, aquilo estivesse ali, em minhas mãos. Desde lá, até quando pude, sempre que pude, costumava perguntar alguma coisa sobre os textos para o professor. Era preciso arrumá-los para uma publicação! Os dois exemplares originais não estavam no mesmo estado. Principalmente um deles, com a mesma caligrafia acelerada, estava bem rabiscado, com anotações por quase todas as páginas. O que cortar? O que deixar? O que acrescentar? Diante dos textos, essa foi sempre a minha tríplice questão. No entanto, infelizmente, não parecia ser mais uma questão para o Rabuske. Cada vez menos. O que podíamos conversar, naquela época, muitas vezes era um longo silêncio. Nestes silêncios não deixava de
12
antever a minha tarefa, além de, certamente, continuar aprendendo muito com o professor. Tarefa esta que se constituiu como promessa, e que agora considero cumprida. São onze capítulos. Onze estudos nos quais o nosso autor, a partir dos autores que lhe formaram, tenta compreender a tradicional rivalidade entre Filosofia e Teologia. Não no intuito de achar uma possível possibilidade teórica para acabar, de uma vez por todas, com a dita rivalidade – como alguém apressadamente poderia pensar. Mas antes com o nítido propósito de, buscando a produtividade hermenêutica, fomentar o conflito; o conflito das interpretações. Tarefa que só se concretiza na fraternidade da busca. No amor comum do Mesmo. Entretanto, para que este livro estivesse hoje disponível, foi fundamental a participação da família Rabuske, cujo cuidado amoroso não abandona a necessidade dos seus. Agradeço a solicitude com que sempre me acolhem. Para terminar com o que me cabe, se me for permitido, gostaria de dedicar o trabalho que me coube para o aparecimento deste livro, não apenas ao seu próprio autor, Edvino Aloisio Rabuske, mas, conjuntamente, gostaria de dedicar o meu trabalho àqueles meus professores da PUCRS de outrora, cujas aulas da graduação reverberam em tudo o que faço. Assim o faço, dedicando-lhes como quem dá graças. Fausto dos Santos Amaral Filho Curitiba, abril de 2011
13
Nota do autor
Os autores que estão, imediatamente, atrás dos nossos capítulos são: Béla WEISSMAHR, cap. I, II e VIII. Félix PASTOR, cap. III e IV. Richard SCHÄFFLER, cap. V, VI e VII. Bernhard WELTE, cap. IX. Friedo RICKEN, cap. X. Paul RICOEUR, cap. XI.
15
Argos Editora da Unochapecó Site: www.unochapeco.edu.br/argos Título
Filosofia e Teologia: irmãs rivais
Autor
Edvino Aloisio Rabuske
Organizador Coleção Coordenador Assistente editorial Assistente de vendas Secretaria Divulgação, distribuição e vendas
Projeto gráfico e capa da coleção Capa desta edição
Diagramação
Fausto dos Santos Amaral Filho Grandes Temas – n. 20 Dirceu Luiz Hermes Alexsandro Stumpf Neli Ferrari Leonardo Favero Neli Ferrari Felipe Alison Zuanazzi Gissele Pedroso Alexsandro Stumpf Alexsandro Stumpf, a partir da obra “A criação de Adão” (1508-1512), de Michelangelo Caroline Kirschner
Preparação dos originais
Rodrigo Junior Ludwig
Revisão
Carlos Pace Dori Rodrigo Junior Ludwig
Formato Tipologia Papel
16 X 23 cm Minion Pro entre 10 e 14 pontos Capa: Supremo 250 g/m2 Miolo: Pólen Soft 80 g/m2
Número de páginas
261
Tiragem
800
Publicação Impressão e acabamento
2013 Gráfica e Editora Pallotti – Santa Maria (RS)
Este livro está à venda:
www.travessa.com.br
www.livrariacultura.com.br
Edvino Aloisio Rabuske (Cerro Largo-RS, 1 nov. 1932 – São Pedro do Butiá-RS, 3 out. 2004) foi um dos principais filósofos do Rio Grande do Sul, dos tempos da Grande Filosofia, tempos em que se esperava que o pensador demonstrasse domínio do conjunto do saber filosófico. Lendo os textos do prof. Rabuske, percebe-se que ele transitava com naturalidade por Aristóteles, Agostinho, Tomás de Aquino, Descartes, Kant, Hegel, Dilthey, Husserl e os contemporâneos, tanto analíticos quanto continentais. Suas aulas magistrais eram comentadas pelos alunos que elogiavam a clareza e a profundidade com que abordava novos temas ou retomava antigos. Elas constituíam rascunhos de capítulos de obras que viria depois a publicar. Assim foi com Antropologia Filosófica (cujas várias edições testemunham a importância do trabalho), com Epistemologia das Ciências Humanas, com Filosofia da Linguagem e Religião e, agora, com Filosofia e Teologia: irmãs rivais, livro que o empenho de Fausto dos Santos resgata postumamente. Prof. Dr. Luis Alberto De Boni
ISBN 978-85-7897-093-2