Revivendo o Turismo em São Luís

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REVIVENDO O TURISMO EM SÃO LUÍS: Políticas públicas municipais no período de 2013 a 2020


Produção Comissão Técnica da SETUR MARIA DO SOCORRO ARAÚJO (ORGANIZADORA) Aline Pinheiro Vasconcelos Ana Luíza Ferro Cunha Arlan Fábio Azevedo Mendes Sobrinho Brenda Rodrigues Coelho Leite Édipo Vinícius Costa Pinto Letícia Cynara Santos Silva Joquebede Veiga Machado Mendes Texto Aline Pinheiro Vasconcelos Ana Cristina Carneiro Dutra Ana Luíza Ferro Cunha Ana Valeska Antunes Arlan Fábio Azevedo Mendes Sobrinho Brenda Rodrigues Coelho Leite Bruna Rossana Sousa Santos César Martins Fernanda Cerqueira Cyntia Cristhina Aragão Pereira Édipo Vinícius Costa Pinto Letícia Cynara Santos Silva Enoque Oliveira Silva Esli dos Santos Oliveira Fernanda Maria Ericeira Batalha Frederick Michael de Oliveira Birino Jandira Miranda Joquebede Veiga Machado Mendes José Guilherme Guimarães dos S. Filho José Ribamar da Costa Filho Letícia Cynara Santos Silva Lúcia Regina Martins Aragão Rutti Suelma Cutrim Costa Silvia Regina Brito Targino Thainá Abreu Froz Projeto Gráfico Pablo Lins Correção e formatação dos artigos PLEH Consultoria Acadêmica Acervo Fotográfico A.BAETA Ana Luíza Ferro Arlan Azevedo Biné Moraes Maurício Alexandre Felipe Sobrinho

SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO

REVIVENDO O TURISMO EM SÃO LUÍS: políticas públicas municipais no período de 2013 a 2020


EDIVALDO HOLANDA BRAGA JUNIOR PREFEITO JULIO PINHEIRO VICE - PREFEITO MARIA DO SOCORRO ARAÚJO SECRETÁRIA MUNICIPAL DE TURISMO ISRAEL FERREIRA SECRETÁRIO ADJUNTO MUNICIPAL DE TURISMO

Dedicamos esta revista à cidade de São Luís, com seus habitantes e visitantes


SUMÁRIO 1. DESTINO SÃO LUÍS: promoção no mercado turístico Nacional e Internacional. 2. A IMPORTÂNCIA DO BEM RECEBER: hospitalidade no turismo 3. QUALIDADE E QUALIFICAÇÃO: processo chave para o desenvolvimento do turismo 4. SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO TURÍSTICA EM SÃO LUÍS/MA 5. AS POLÍTICAS PÚBLICAS DO TURISMO NAS OPERAÇÕES CULTURAIS 6. UMA RELEITURA DE BENS TOMBADOS: O caso do sobrado da Rua da Estrela nº 82 – Museu da Gastronomia 7. GASTRONOMIA, PATRIMÔNIO E TURISMO: Um olhar sobre o Museu da Gastronomia Maranhense na perspectiva da valorização cultura 8. IMPULSÃO DO TURISMO NA INCLUSÃO SOCIAL: Projeto Informante Anfitrião 9. TURISMO E PESQUISA: A importância para definição das políticas públicas de um destino


CONTANDO A NOSSA HISTÓRIA

Coordenação de Análise Mercadológica,

que tem como atribuição planejar e executar pesquisas junto às fontes primárias e secundárias, para levantamento de informações e procedimentos normativos necessários à operacionalização do Turismo Municipal, implantar e manter serviços de estatísticas, analisando o comportamento da oferta e da demanda turística, mensurando a possibilidade, eficiência e produtividade dos serviços turísticos existentes;

Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

Coordenação de Receptivo,

A Prefeitura de São Luís, sabendo do crescimento e o fortalecimento do setor turístico na cidade, instituiu, por meio da Lei n° 4.129 de 23 de dezembro de 2002, a Secretaria Municipal de Turismo (Setur), com a finalidade de planejar e executar o planejamento estratégico e a política municipal de turismo; incentivar atividades do setor de turismo com a ampliação e melhoria da infraestrutura de serviços de apoio; promover a articulação com os governos a níveis federal, estadual e entidades de iniciativa privada das programações inerentes às suas competências, priorizando as atividades de geração de emprego e renda; bem como exercer as funções de coordenação, supervisão, controle e avaliação das atividades do Sistema de Turismo. Ressaltase que a gestão da Setur incrementou o turismo e, com a |8

criação do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR), iniciou um processo de administração compartilhada, considerando que esse foi um marco histórico para as Políticas Públicas de Turismo da cidade. O COMTUR representa um meio de interlocução e parceria entre a sociedade civil e o poder municipal, na medida em que revela as aspirações e inquietações dos diversos segmentos do setor e possibilita o desenvolvimento de ações de interesse dos atores envolvidos na atividade turística. Ao longo de sua trajetória, a Secretaria Municipal de Turismo, comprometida com as diretrizes nacionais, elaborou o Planejamento Estratégico do Turismo (PET) com base no potencial cultural, ecológico/ rural, de eventos e de lazer de São Luís, mediante um processo participativo com o trade turístico

local. A estrutura programática está sistematizada no Programa de Desenvolvimento do Turismo, que contempla três ações: Marketing e Fomento ao Turismo; Qualificação para o Turismo e Segmentação e Estruturação de Produtos Turísticos. Portanto, o PET se configura como um instrumento norteador das ações do turismo municipal em prol do fortalecimento do destino São Luís. Além dos setores que trabalham com a manutenção e custeio do órgão, quais sejam, a Coordenação Administrativo Financeiro e Assessoria Jurídica, possui as Coordenações finalísticas que trabalham conjuntamente a estruturação, a dinamização e a consolidação do sistema turístico local, com a realização de ações estratégicas que favoreçam a melhoria urbanística e a geração de trabalho e renda, a fim de

contribuir para elevação da qualidade de vida da população e atender as expectativas dos visitantes. Estas Coordenações estão divididas em:

Coordenação de Planejamento,

que tem a competência de planejar, elaborar e coordenar a execução de estudos necessários para o desenvolvimento do turismo do município, além de assessorar na elaboração do Planejamento Estratégico do Turismo, em consonância com as demais unidades administrativas e instituições parceiras do setor com vistas à implementação contínua de melhorias no turismo municipal; Coordenação de Operações Turísticas, que tem como atribuição planejar, ordenar e supervisionar a execução de projetos que visem

que tem como competência planejar, executar e manter ações que visem o fortalecimento da hospitalidade do município, promover e zelar pela qualidade do Sistema de Informações Turísticas, por intermédio dos serviços de atendimento ao turista e à comunidade local em pontos estratégicos do município;

Coordenação de Comunicação e Marketing, que é responsável por propor, planejar e executar ações que promovam São Luís como Destino Turístico no âmbito Nacional e Internacional, desenvolver e operacionalizar canais de comunicação com o público interno e externo, para ampliação da difusão das ações implementadas, de forma a favorecer uma imagem positiva da instituição;

Coordenação Operacional do Centro Histórico,

o desenvolvimento de ações que valorizem e respeitem as dimensões sociais, culturais, ambientais e econômicas do Centro Histórico de São Luís, estimulando a participação e o engajamento efetivo da comunidade nos projetos desenvolvidos na região, com o objetivo de compartilhar interesses e benefícios junto à coletividade;

Coordenação de Qualidade e Qualificação,

que tem o propósito de elaborar e executar, em parceria com órgãos educacionais públicos e privados, programas de aperfeiçoamento da qualificação profissional de acordo com a demanda do setor de turismo do município, além de promover permanentes debates de assuntos pertinentes ao turismo da cidade, estimulando a participação da comunidade e dos setores afins. Este trabalho tem a intenção de expor as ações e projetos executados no período de 2013 a 2020, que corroboraram para que tivéssemos resultados relevantes no turismo municipal, como também a consolidação significativa da imagem do mercado turístico local. A credibilidade da Setur diante do empresariado e do setor público foi perceptível, pois foram concretizados trabalhos e contatos nas diversas áreas de atuação; equipamentos turísticos, melhoria de infraestrutura, realização e participação de eventos e capacitação profissional. Todas as atividades realizadas favoreceram a sensibilização e a valorização da comunidade diante do patrimônio natural e cultural de São Luís. As ações foram realizadas tomandose como base pesquisas diagnósticas e de opinião a fim de verificar a importância e os resultados das atividades.

que tem a competência de propor, planejar e coordenar

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o aproveitamento sustentável das potencialidades turísticas de São Luís, executando programas e ações de turismo social, com vistas à participação da comunidade no processo de valorização e conhecimento do patrimônio natural e cultural de São Luís;


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Maria do Socorro Araújo Secretária Municipal de Turismo de São Luís Nós estamos aqui para apresentar o trabalho desenvolvido pela Prefeitura de São Luís de 2013 a 2020, onde contamos os feitos dessa gestão que buscou o Patrimônio como matéria prima para desenvolver uma proposta de encantamento e pertencimento para todos nós. Apropriação, divulgação e vivência da cidade foram termos-chave para as ações desenvolvidas. Estampar São Luís como destino para os visitantes foi uma missão desafiadora, a qual nos colocamos a postos para cumprir. São Luís é uma cidade que pulsa história e alegria, e o turismo é uma atividade que traz desenvolvimento para a cidade, traz trabalho e renda, e, para isto, | 10

o visitante precisa conhecê-la para gerar emprego e renda. Todo mundo canta sua terra... E nós também cantamos a nossa. São Luís, Patrimônio Cultural da Humanidade, que amanhece sorrindo com o sol brilhante, dando boas-vindas aos ludovicenses e aos visitantes que chegam à nossa cidade. No entardecer, os raios do pôr do sol se encontram com o mar, iluminando São Luís e se despedindo com a sua energia que inebria todos os cantos, becos e ruas desta ilha encantada. Ilha das nossas ondas que levam e trazem nossas histórias, enriquecidas cada dia mais com o nosso Patrimônio, contando a história de um povo alegre, vibrante, onde o Bumba Meu Boi é Patrimônio Mundial e os tambores ressoam as vozes de mulheres e homens que lutam todos os dias para manter a nossa cultura viva.

Nos meses de maio, junho e julho, as nossas praças, largos e casas dão espaço para todos os maranhenses dançarem e cantarem com alegria e muita vibração. A arte toma conta da nossa cidade por meio da música, da poesia e das expressões culturais, mostrando a alegria de um povo com as festas populares que retratam o nosso viver. A batida do Tambor de Crioula, a representatividade do Reggae e muitas outras manifestações resultam em uma cultura apenas nossa. Única e incrível. Ao falar dos nossos festejos, é instintivo sentir o aroma da gastronomia, um outro grande atrativo que esta cidade possui. Frutos do mar, frutas nativas, Sabores da Terra que têm cor, cheiro e sabores que permitem você vivenciar esta região por meio do aroma, do gosto das

nossas caldeiradas, dos nossos beijus, bolo de macaxeira, tiquira, licores, casquinhos de caranguejo. Quantos Sabores da Terra São Luís possui! São Luís, cidade que encanta o visitante pela sua arte de bem-receber. É nesse contexto que a Prefeitura de São Luís, por intermédio da Secretaria Municipal de Turismo (Setur), desenvolve uma Política Pública de revitalização do Patrimônio Imaterial por meio dos seus projetos e ações que trabalham a promoção do Destino, convidando o Brasil e o mundo para viverem uma excelente experiência nesta Ilha Encantada. A Cidade foi fundada pelos franceses e colonizada por portugueses em 1612. Seu rico patrimônio começou a ser erguido a partir da segunda metade do século XVIII, deixando uma grande

herança também no âmbito cultural: a sua musicalidade, religiosidade e arte, traços fortes na nossa São Luís. Uma cidade brasileira de descendência europeia, africana e indígena, fato que permite que São Luís tenha características próprias, que você só encontra por aqui. A Setur teve como proposta desenvolver o olhar, o encantamento pelas ruas e praças, relembrar a história das nossas grandes personalidades e reafirmar a premissa de que o Patrimônio precisa ser cuidado. Como foi bom acompanhar o Programa Reviva Centro e ver as crianças se encantarem com as nossas personalidades, que escreveram e deixaram as suas memórias. Como foi bom contar a história dos casarões, das ruas e das pessoas que viveram naquela época e deixaram um grande

legado para a gente continuar... O projeto Reviva trouxe à tona um sentimento do passado acompanhado também pelo presente, neste mundo das tecnologias e das histórias contadas, agora, também nas redes sociais, mas que você não perdeu o contato com a beleza e com a encantaria de São Luís do Maranhão. A Ilha Encantada, repleta de lendas e mistérios – da assustadora Manguda à icônica Ana Jansen, de Maria Firmina, 1ª escritora negra maranhense que se fez ouvir pela sua escrita, à Arthur Azevedo, nome que foi homenageado dando vida ao maior teatro da cidade… A nossa capital é repleta de vida para todos conhecerem.

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MEMÓRIAS POÉTICAS DE SÃO LUÍS


A IMPORTÂNCIA DO BEM RECEBER:

hospitalidade e turismo José Ribamar da Costa Filho Cyntia Cristhina Aragão Pereira Brenda Rodrigues Coelho Leite

Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

Resumo: Este estudo tem como objetivo apresentar as ações de hospitalidade desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Turismo de São Luís (Setur), por intermédio da Coordenação de Receptivo. O trabalho tem abordagem metodológica descritiva, no que se refere os procedimentos adotados e qualitativa na análise dos dados. Em um primeiro momento abordou-se a hospitalidade no turismo, posteriormente a importância do Centro de Atendimento Turístico e suas ações nesse processo de receber bem os visitantes e turistas, com destaque para o Operações Boas Vindas.

1 HOSPITALIDADE NO TURISMO Hospitalidade é a arte ou técnica de bem receber um visitante em sua casa ou sua cidade, elemento essencial para a eficiência dentro da prática do turismo. Segundo Walker (2002, p. 04), o termo hospitalidade “[...] é tão antigo quanto a própria civilização [...]. Deriva da palavra de origem francesa ‘hospice’ e significa dar ajuda/abrigo aos viajantes”. | 12

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O CAT esteve por muito tempo localiza-

ranhenses, assim como os nordestinos em geral,

do na Praça Benedito Leite, no prédio do históri-

têm uma tendência natural para a boa acolhida,

co Hotel Central, onde, durante 23 anos, forneceu

abertos a novas culturas, a conhecer pessoas e

informações, mapas, entretenimento e outras

falar da cidade. De acordo com Gurgel (2017, on-

programações a moradores e visitantes. Estes

-line), “a mistura entre indígenas, negros e bran-

são exemplos das ações de bom atendimento e

cos e, posteriormente, imigrantes e brasileiros de

hospitalidade que são desenvolvidas, as quais se

outras regiões, fez dos nordestinos um povo di-

orientam no sentido de consolidar a boa recep-

ferenciado. O resultado dessa mistura é um bom

ção, influenciando positivamente na experiência

humor característico e a excelente hospitalidade”.

turística e consolidando o CAT como ferramenta da infraestrutura turística da cidade.

Este aspecto da cultura é, sem dúvida, um diferencial para encantar e atrair os visitantes,

Figura 1 – Central de Informações Turísticas

uma vez que ao viajar, queremos nos sentir bem recebidos, ver pessoas alegres, sorridentes e dispostas a nos ajudar quando precisamos de uma informação ou um serviço. Soma-se a esse fator os recursos humanos, ou seja, as pessoas que estão presentes na cadeia produtiva do turismo. No setor privado, podem ser aqueles empregados e empregadores que, direta ou indiretamente, prestam serviços aos visitantes. No setor público, estão profissionais do turismo também ligados à prestação de serviços, mas que atuam, paralelamente, nos processos de planejamento estratégico das atividades turísticas. Gestores municipais, Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

por exemplo, empenham-se nos estudos de caracterização dos visitantes, a fim de fornecerem

Fonte: Arlan Azevedo (2019)

serviços mais especializados, bem como na análise do fluxo turístico local.

Com o intuito de proporcionar um ambiente confortável e melhorar o atendimento, o

2 CENTRO DE ATENDIMENTO TURÍSTICO A Prefeitura Municipal de São Luís, por meio da Setur, tem à disposição do visitante e da

comunidade em geral seu Centro de Atendimento Turístico (CAT), que, além do serviço de informações turísticas, desenvolve outras ações voltadas à recepção/atendimento dos visitantes de nossa cidade e estado, como o Informante Anfitrião e a Operação Boas Vindas. | 14

CAT passou por uma grande reforma, com a recuperação dos detalhes originais da sala, instalação de móveis e pisos novos, peças decorativas, quadros, artesanatos, entre outros elementos da cultura popular maranhense, sistema de ar condicionado, assim como teve os banheiros e o pátio totalmente restaurados. No atendimento pelo CAT é realizada a tabulação do fluxo de turistas, com o objetivo de

acrescentar informações técnicas e estatísticas referentes ao perfil dos indivíduos que visitam nosso espaço, identificando as principais motivações e interesses dos turistas. Desta forma, enfatizou-se a análise detalhada do perfil desses turistas para ampliar e atualizar a base de dados existente sobre a demanda turística, tais como faixa etária, procedência, entre outras informações necessárias para conhecer o grau de satisfação em relação ao turismo estadual e municipal. Atualmente, o espaço do CAT funciona no Complexo do Museu da Gastronomia, numa localização estratégica dentro do conjunto histórico tombado pela UNESCO, que constitui nosso maior atrativo turístico. Entre as ferramentas de trabalho utilizadas pelos profissionais de informações turísticas, podemos destacar os mapas da cidade, os quais, apesar de todas as tecnologias contemporâneas, ainda são uma forma de conhecer e explorar uma localidade muito procurada pelos que chegam, o que se explica pela praticidade de uso do material impresso, sua familiaridade com os diversos públicos – uma vez que as faixas etárias mais avançadas nem sempre conseguem utilizar os mapas virtuais – além de ser um souvenir muito procurado por quem visita a cidade. Houve aquisição de mapas turísticos da cidade de São Luís com um layout mais moderno e de fácil compreensão, facilitando a orientação dos nossos turistas ou usuários oriundos da comunidade.

Figura 2 – Orientação por mapas

Fonte: A. Baeta (2020)

O CAT também informa sobre os demais polos de turismo do Maranhão, assim como das outras cidades do Polo São Luís. Essas informações podem ser repassadas inclusive em outros idiomas, como o inglês e o francês. O que é essencial devido ao aumento do interesse pelo destino Maranhão e da Rota das Emoções no mercado internacional de turismo, roteiros que possuem São Luís como um dos seus principais portões de entrada. Sobre o corpo técnico, o CAT possui profissionais de diversas áreas, com destaque para os turismólogos e guias de turismo, que realizam uma das ações sociais da SETUR – os passeios guiados ao Centro Histórico de São Luís. Estes passeios são direcionados à comunidade (associações de moradores, escolas públicas, entre outros) e têm como objetivo despertar o interesse pelo nosso rico patrimônio nas crianças, apresentando este mesmo acervo cultural aos adultos também, cumprindo um papel de apoio à educação patrimonial, essencial para a tarefa de despertar os cidadãos no que tange seus elementos identitários, assim como para a relevância deste patrimônio no desenvolvimento do turismo. A informação é elemento fundamental da hospitalidade na atividade turística e um fator-chave para a sensação de bem-estar na experiência do visitante, uma vez que a facilidade de acesso e a eficácia da informação recebida, entre outros fatores, contribuem para a percepção de acolhimento e definição de uma cidade hospitaleira (SANTIAGO; LANÇA, 2019, p. 02). 15 |

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Não é novidade para ninguém que os ma-


Figura 5 – Operação Boas Vindas

sobre a relevância da hospitalidade no processo turístico.

Fonte: Maurício Alexandre (2020)

Assim, o CAT tem um papel fundamental

O atendimento personalizado ao turista pode ser visto como uma maneira eficaz de oferecer hospitalidade. A hospitalidade é interpretada como a arte do bem--receber e do bem-servir com qualidade. O ato de ser hospitaleiro já está interligado com o elemento turístico. Conceitua-se pela qualidade excepcional expressa em uma recepção agradável ao turista, e conjuntamente, atendendo as suas necessidades e expectativas, com a preocupação de oferecer infraestrutura, serviços e ações que farão com que o hóspede se sinta à vontade e bem recebido (CASTRO JUNIOR et al., 2019, p.28).

na disseminação de informações turísticas em locais estratégicos da cidade. 3 OPERAÇÕES BOAS VINDAS Além dos atendimentos aos visitantes, o CAT desenvolve várias atividades culturais para, mais do que uma boa recepção, proporcionar o encantamento dos visitantes e da comunidade. Isto potencializa a percepção que os turistas e visitantes têm sobre a hospitalidade local.

a “Operação Boas Vindas”, que corresponde às recepções que acontecem nos meses de alta temporada, principalmente durante os festejos do carnaval e juninos e no mês de julho, período de férias escolares. Nas ações são convidados grupos da cultura popular para se apresentam nos “portões” de entrada da cidade (rodoviária e aeroporto,

possibilitando a participação do maior número de grupos culturais possível e uma variada oferta de

ou satisfação (SILVA; MARQUES JUNIOR, 2017, p. 108, apud CROTTS; MAGNINI, 2011).

Figura 4 – Atividade Cultural

Uma cidade é tida como hospitaleira a partir de três dimensões: acessibilidade, legibilidade e identidade (GRINOVER, 2006). São Luís oferece aos seus visitantes: acessibilidade urbana mediante fornecimento da infraestrutura turística adequada; legibilidade, associada à capacidade dos indivíduos em entender os elementos em volta deles; e, por fim, a identidade, com seus costumes, tradições, cultura e história autênticos e únicos. Tornando-se, assim, uma cidade hospitaleira, consoante aos elementos dimensionados pelo autor. Figura 6 – Interação no Operação Boas Vindas

nidade a vários grupos locais de se apresentarem,

ção que os clientes têm quando experimenfaz, mas fornece um nível imprevisto de valor

Fonte: Maurício Alexandre (2020)

principalmente) e no próprio CAT. É dada oportu-

Encantamento pode ser definido como a reatam um produto ou serviço que não só o satisSecretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

Dentre as ações executadas, destaca-se

atrativos folclóricos aos visitantes que chegam à Tambor de Crioula, Bumba-meu-boi, Cacuriá, Blocos Tradicionais, entre outros, incumbidos de receber as pessoas que chegam na cidade, interagir cio de que a estadia será cheia de alegria e encan-

Fonte: Arlan Azevedo (2020)

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

tamento, marcas do povo ludovicense. O CAT possui um livro de comentários onde os visitantes são convidados a expressar suas percepções sobre o atendimento e demais aspectos de suas experiências na cidade.

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Outro depoimento destaca: “Maravilhoso passeio. Povo gentil e educado” (Visitante 02). Já nesta fala o visitante, mesmo de forma concisa, não deixa de relatar sua satisfação com a forma como foi acolhido. O depoimento abaixo deixa claro o encantamento e a superação das expectativas do visitante, que, mais uma vez, destaca o caráter acolhedor do ludovicense, sempre disposto a bem receber, quando expressa: “Cidade bonita, limpa, pessoas prestativas. Ficou além de nossas expectativas. Se der, voltaremos, pois vale a pena” (Visitante 03). Estas falas coincidem com os dados do Observatório do Turismo do Maranhão, que, no período de 2013 a 2014, identificou taxa de 63% dos visitantes avaliando como positivas suas experiências turísticas referentes à hospitalidade da cidade (SÃO LUÍS, 2014, p. 13).

cidade. São grupos de danças tradicionais, como

com eles, garantindo uma chegada festiva, anún-

Fonte: Arlan Azevedo (2019)

ciam esse sentimento de hospitalidade: “O melhor do Maranhão, além de seus atrativos turísticos é o seu povo, extremamente acolhedor, educado, hospitaleiro, sempre com um sorriso para todos nós” (Visitante 01). Na fala torna-se evidente como o turista fica encantado com a hospitalidade do povo maranhense, destacando a alegria e disposição em bem receber.

Entre algumas falas colhidas dos frequentadores do CAT, selecionamos algumas que eviden-

Esta média evolui nas últimas pesquisas de satisfação realizadas pelo Observatório do Turismo do Maranhão, que chegaram aos números de 93,49% de satisfação dos turistas e visitantes durante o São João de 2019 e 85,56% no Carnaval 2020 (MARANHÃO, 2020, p. 02). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS São Luís tem conseguido manter um processo visível de crescimento nos índices de satisfação das experiências turísticas, com clara melhoria dessa percepção dos visitantes na última década. 17 |

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Figura 3 – Passeio no Centro Histórico

Castro Junior et al. (2019, p. 28), detalham


REFERÊNCIAS CASTRO JUNIOR, Deosir Flávio Lobo et al. Capacidade Turística e Desempenho. In: Revista Turismo em Análise [on-line]. v. 30, n. 1, p. 24-45, 2019. Disponível em: < http://www.revistas.usp.br/rta/

Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

article/view/145847>. Acesso em: 20 set. 2020. GRINOVER, L. A hospitalidade urbana: acessibilidade, legibilidade e identidade. In: Revista Hospitalidade, São Paulo, ano 3, n. 2, p. 29-50, 2006. Disponível em: <https://revhosp.org/hospitalidade/article/view/191>. Acesso em: 21 set. 2020. GURGEL, Geraldo. Orgulho arretado de ser nordestino. Ministério do Turismo, 2017. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/8227-orgulho-arretado-de-ser-nordestino.html>. Acesso em: 01 out. 2020. MARANHÃO. Secretaria de Estado de Turismo. Observatório do Turismo do Maranhão. Perfil e Satisfação do Visitante. São Luís: SETUR-MA, 2020. Disponível em:< https://observatorio.turismo.ma.

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gov.br/>. Acesso em: 22 set. 2020. MINISTÉRIO DO TURISMO. Infraestrutura Turística. 2015. Disponível em: http://www.turismo.gov. br/assuntos/77-institucional/snet/ 5003-infraestrutura-turistica.html. Acesso em ago.2020. MINISTÉRIO DO TURISMO. Glossário do turismo: compilação de termos publicados por Ministério do Turismo e Embratur nos últimos 15 anos. Brasília: Ministério do Turismo, 2018. OLIVEIRA, Hélida Vilela. A prática do turismo como fator de inclusão social. Revista de ciências gerenciais, v. 12, n. 16, p. 91-104, 2008. SANTIAGO, Patrícia Elizabeth de Souza; LANÇA, Viviane Soares. A importância do bem receber no espaço público: estudo de caso da empresa RIOTUR e seu serviço de informações turísticas. In: Caderno Virtual de Turismo [online]. Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, 2019. Disponível em: < http://www.ivt. coppe.ufrj.br/caderno/index.php/caderno/article/view/1355>. Acesso em: 28 set. 2020. SÃO LUÍS. Secretaria Municipal de Turismo. Observatório do Turismo da Cidade de São Luís. Anuário Estatístico da Cidade de São Luís. Setur, 2014. Disponível em:< https://sites.google.com/prod/ ufma.br/gptcp/obsturslz?authuser=0>. em: 25 set. 2020.

Acesso

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São números que comprovam nossa vocação turística, nossa competência em bem receber e trazem a responsabilidade de manter uma gestão eficaz do turismo, no sentido de consolidar a atividade turística enquanto fonte de geração de renda, emprego e desenvolvimento para nossa cidade. A SETUR tem feito parte deste esforço conjunto de aperfeiçoamento de nossa infraestrutura turística, pois disponibiliza serviços essenciais tanto em sua utilidade prática, que permitem a melhor exploração da cidade pelo visitante e comunidade, quanto pelas ações como as Operações Boas Vindas, que propiciam o encantamento, o enriquecimento da experiência turística e o consequente crescimento da cidade de São Luís como destino turístico.

SILVA, Fabíola Fernandes; MARQUES JÚNIOR, Sérgio. Fatores que afetam o encantamento do cliente do turismo de lazer a partir da experiência em parques temáticos. Turismo - Visão e Ação, vol. 19, núm. 1, jan-abr, 2017, pp. 103-127. Disponível em: < https://www.redalyc.org/articulo. oa?id=261056057006>. Acesso em: 25 set. 2020. WALKER, J. R. Introdução à hospitalidade. Tradução Élcio de Gusmão Verçosa Filho. Barueri: Manole, 2002.

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IMPULSÃO DO TURISMO NA INCLUSÃO SOCIAL:

projeto informante anfitrião Cyntia Cristhina Aragão Pereira Ana Luíza Ferro Cunha

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Resumo: A inclusão consiste na participação de pessoas com características especiais e que estejam excluídas dos sistemas sociais. O mercado do turismo, além de atuar como gerador de emprego e renda, possui capacidade de incluir os segmentos sociais e melhorar a qualidade de vida da população local. Por meio de metodologia qualitativa, descritiva, aplicada e etnográfica, o estudo tem o objetivo de demonstrar uma proposta de inclusão social efetiva no município de São Luís do Maranhão. A Prefeitura de São Luís, por intermédio da Coordenação de Receptivo da Secretaria Municipal de Turismo - SETUR, operacionalizou o Projeto Informante Anfitrião, caracterizado por atividades pedagógicas no âmbito social e do turismo. A partir da qualificação profissional voltada para o conhecimento na área da cidadania e do turismo, o projeto possibilita a inclusão de jovens como multiplicadores de informações turísticas e sociais.

1 INTRODUÇÃO O turismo contribui para o desenvolvimento econômico de um território, pois, desde que haja investimento adequado, é um grande gerador de receita. O setor tem se caracterizado por dar oportunidades e dinamicidade aos destinos, além de colaborar para geração de empregos diretos e indiretos. Dessa maneira, como setor gerador de emprego e renda, tem alcance social capaz de melhorar a qualidade de vida da população. | 20

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A inclusão social significa inserir na sociedade aqueles membros que, sob perspectivas econômicas, culturais, políticas e ambientais, foram excluídos da mesma (NASCIMENTO; SILVA, 2004). Consiste, ainda, na adequação de infraestruturas que possam garantir a efetiva participação de pessoas com características especiais nos sistemas sociais (KAMIO; SASSI, 2010).

Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

Pautado nisto, o presente estudo tem como objetivo apresentar o Projeto Informante Anfitrião, que se configura enquanto uma proposta de inclusão social efetiva no município de São Luís do Maranhão. De natureza aplicada, a pesquisa teve abordagem qualitativa, de caráter descritivo. De acordo com os procedimentos, fundamenta-se como estudo etnográfico. O procedimento para a coleta de dados foi a técnica observacional e os sujeitos do estudo foram selecionados sob o método de amostragem não-probabilística acidental, haja vista a escolha ocasional e de forma aleatória.

2 INCLUSÃO SOCIAL NO TURISMO Figura 1 – Secretária Socorro Araújo e jovens do Projeto Informante Anfitrião

zões para a expansão do mercado do turismo é a qualificação profissional, que está diretamente ligada à melhoria da qualidade dos serviços. A oportunidade de socialização e integração de jovens, especialmente os vulneráveis, a uma atividade educativa e cultural como turismo é de extrema relevância para balizar o futuro profissional e cidadão destes mesmos jovens (ARAÚJO, 2007). Figura 2 – Jovens atuando no Projeto Informante Anfitrião

Fonte: Biné Moraes (2020)

O turismo deve contribuir para uma sociedade mais sustentável, com qualidade de vida para os moradores locais e, ainda, qualidade de serviços para os turistas, devendo haver participação de todos, gerando assim mudanças socioestruturais (CORIOLANO, 2012). Fonte: Biné Moraes (2020)

De acordo com Oliveira (2008, p.28), o turismo é uma ferramenta motivacional, transformadora, criativa e viva, que quando utilizada de modo organizado pode induzir ao resgate da cultura local e favorecer a inclusão social das diversas esferas da comunidade.

Diante dessa afirmação, implementar políticas públicas de formação e qualificação profissional na área de turismo, que promovam um processo emancipatório e formativo, é uma condição indispensável para a inclusão social dos jovens no setor turístico.

Pode-se afirmar, portanto, que a inclusão social é um processo amplo, atrelado aos direitos da sociedade na qual venha a ser inserida.

2.2 INFORMANTE ANFITRIÃO Figura 3 – Adolescentes do Projeto Informante Anfitrião, 2020.

A Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH), da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (SEMCAS) e da Secretaria Municipal de Turismo (SETUR), contou com a parceria do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescentes de São Luís) para formalizar a operacionalização do Projeto Informante Anfitrião. Esse projeto se configurou como uma proposta educativa e formativa, visando a inserção de 60 jovens de 16 a 18 anos em situação de vulnerabilidade social. As atividades consistiam em capacitação e trabalho, objetivando viabilizar ao público-alvo o acesso às atividades pedagógicas, na área social e de turismo, para atuarem como multiplicadores de informações turísticas e sociais nos principais pontos turísticos da cidade, como igrejas, museus e locais de atendimento turístico. As atrações turísticas que faziam parte da área de atuação dos adolescentes eram aquelas com grande relevância histórica no centro de São Luís: o Museu do Tambor de Crioula, o Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, o Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, a Igreja Nossa Senhora da Vitória, o Museu de Arte Sacra, o Museu da Gastronomia, o Museu do Reggae, a Biblioteca Pública Benedito Leite, a Casa do Maranhão e a Central de Informações Turísticas.

2.1 INCLUSÃO SOCIAL DE JOVENS NO SETOR TURÍSTICO

Em depoimento, Ryan Victor Viégas, de 17 anos, jovem que atuou no projeto, ressalta:

Além de comunidades locais e/ou tradicionais, a parcela jovem da população também pode ser absorvida pela indústria turística. Este movimento de incorporação dos jovens nas atividades do turismo influencia no fortalecimento da atividade.

“Acho uma oportunidade muito boa. A gente tem aprendido muito com o programa e é bom porque percebi que frequentava muitos lugares que não conhecia a história, mas passei a saber. O que já aprendi aqui vou poder contar a amigos, familiares e quem mais perguntar sobre a nossa cidade”. Fonte: Maurício Alexandre (2020)

Isto acontece porque uma das principais ra| 22

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No Brasil, as políticas públicas fomentam que o turismo precisa estar pautado na inclusão social, com a finalidade de melhorias na qualidade de vida das pessoas envolvidas nas práticas turísticas. Assim, o papel dos gestores é articular os vários segmentos da sociedade para o planejamento de ações que se relacionem e se envolvam na construção de um ambiente turístico agradável e, mediante inclusão social, proporcione qualidade de vida aos turistas e à comunidade local.


Fonte: A. Baeta (2020)

O tipo de inclusão social presente neste modelo de intervenção visa inserir esses jovens no mercado de trabalho, proporcionar emprego e renda, sensibilizando para a relevância do patrimônio sobre os aspectos culturais, naturais e históricos da cidade de São Luís (ARAÚJO, 2007).

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Nesta proposta foram incluídas, também, atividades de monitoramento pedagógico e acompanhamento sociofamiliar, além de atividades de integração e formação continuada, a fim de potencializar a percepção do ambiente em que vivem os jovens e suas famílias e a importância no contexto urbano e social. De acordo com Rua (2006), o turismo pode contribuir decisivamente para o desenvolvimento sustentável e para a inclusão social, pois agrega um conjunto de dimensões favoráveis à solidariedade e à integração social. Neste contexto, o projeto realizou qualificação profissional voltada para o conhecimento na área da cidadania e do turismo. Além disso, as atividades eram direcionadas para o desenvolvimento pessoal e coletivo de cada participante. Ressalta-se que os adolescentes integrantes do projeto eram acompanhados pelos Centros de Referências de Assistência Social (CRAS) do | 24

Centro, Liberdade e da Casa do Bairro, unidades vinculadas à SEMCAS. Eram adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social, que vislumbraram um novo projeto de vida.

mente jovens em situação de vulnerabilidade, a exemplo do Projeto Informantes Anfitriões, são de grande relevância para o desenvolvimento turístico local.

Os locais selecionados para inserção dos adolescentes eram aqueles que possibilitavam segurança, bem-estar interno e externo, aspectos também verificados nas suas áreas de entorno. Cabe destacar que este projeto foi implementado de acordo com os preceitos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no quesito zelo pela integridade física, mental e moral dos jovens participantes do projeto.

REFERÊNCIAS

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Houveram inúmeros resultados alcançados pelo projeto Informante Anfitrião, dentre eles podemos destacar os seguintes: 60 jovens beneficiados, os quais se tornaram cidadãos anfitriões comprometidos com a preservação do patrimônio público e com a boa recepção dos turistas que visitam São Luís; jovens incentivados para serem empreendedores na cadeia produtiva, contribuindo diretamente com o desenvolvimento do turismo local; fortalecimento do turismo local; adolescentes e suas famílias com vínculos fortalecidos e que se percebem como sujeitos de suas histórias, capazes de identificar forças e não fragilidades em diversas situações de vida; formação de jovens participativos e famílias fortalecidas pela consciência coletiva de proteção social.

ARAÚJO, Maria do Socorro (Org.). São Luís, Turismo e Memória: uma década de experiências da gestão pública municipal. São Luís: Secretaria Municipal de Turismo, 2007. CORIOLANO, L. N. A contribuição do turismo ao desenvolvimento local. In: PORTUGUEZ, Anderson Pereira; SEABRA, Giovanni; QUEIROZ, Odaléia Telles M. M. (org.). Turismo, espaço e estratégias de desenvolvimento local. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2012. KAMIO, Lizandra; SASSI, Onofre Cleuber. Inclusão social no Turismo. In: Revista Multidisciplinar

da UNIESP–Saber Econômico, n. 9, p. 127-131, 2010. Disponível em: < http://uniesp.edu.br/sites/ presidenteprudente/revista.php?id_revista=19>. Acesso em: 19 set. 2020. NASCIMENTO, Maria Elenita; SILVA, Dilcéia. Ações Estratégicas para Inclusão do Turismo como Fator Social. Brasília: Centro de Excelência do Turismo, 2004. OLIVEIRA, Hélida Vilela. A prática do turismo como fator de inclusão social. In: Revista de ciências gerenciais, v. 12, n. 16, p. 91-104, 2008. Disponível em:< https://revista.pgsskroton.com/index. php/rcger/article/view/2644>. Acesso em: 20 set. 2020. RUA, Maria das Graças. Turismo e Políticas Públicas De Inclusão. In: BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo Social: diálogos do Turismo: uma Viagem de Inclusão. Instituto Brasileiro de Administração Municipal (org.). Rio de Janeiro: IBAM, 2006.

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Figura 4 – Atividade na Central de Informações Turísticas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que a inclusão social em atividades turísticas no Brasil encontra-se mais abrangente em comunidades tradicionais e que propostas pautadas em segmentos da sociedade, especial25 |


GASTRONOMIA, PATRIMÔNIO E TURISMO:

um olhar sobre o Museu da Gastronomia Maranhense na perspectiva da valorização cultural Bruna Rossana Sousa Santos Édipo Vinícius Costa Pinto Enoque Oliveira Silva Letícia Cynara Santos Silva Thainá Abreu Froz

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Resumo: O Turismo é uma atividade dinâmica que engloba vários segmentos e que possui uma forte ligação com a cultura gastronômica. Nesse sentido, o presente artigo tem o objetivo de fazer uma reflexão sobre a implementação do Museu de Gastronomia Maranhense, vinculado à Secretaria Municipal de Turismo (SETUR), enquanto equipamento cultural e turístico, pois consegue proporcionar conhecimento do patrimônio material e imaterial. Como fundamento metodológico deste trabalho foi utilizada uma pesquisa bibliográfica sobre turismo, gastronomia e museus, com fase documental, a partir de levantamento de documentos do museu, estatísticas em livro de registro, dentre outros. Os resultados da pesquisa constataram que o equipamento dispõe de uma rica área expográfica, na qual apresenta-se a miscigenação cultural das etnias, festas populares, utensílios da arte gastronômica, além de proporcionar interação educacional atuando como fonte de pesquisa para o âmbito acadêmico, juntamente com as capacitações que garantiram um grande número de visitações e apreciadores do instrumento.

1 INTRODUÇÃO O Turismo contribui para o desenvolvimento econômico e social de uma localidade (RICHARDS, 1996), pois possui uma variedade de segmentos e, dentre estes, uma forte ligação com a cultura ao revelar a diversidade de tradições, valores, folclore, lendas, danças, arte, culinária, artesanato, dentre outros, que em conjunto, formam a par| 26

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estando diretamente ligada à atividade turística (CORNER, 2006).

A gastronomia, ao aderir à culinária local como um fenômeno cultural e ao ser abordada na temática de museu, estes enquanto equipamentos culturais e turísticos, pode proporcionar a valorização do patrimônio cultural do destino turístico, além do resgate e valorização cultural local.

O patrimônio cultural é a ação conjunta de um grupo humano que dá sua identidade própria, logo, a forma de fazer, de cozinhar, de preparar, elementos distinguidos por sua intangibilidade, são destacados na gastronomia e no turismo (BARROCO, L.; BARROCO, H., 2008).

Deste modo, o referente artigo tem o objetivo de fazer uma reflexão sobre a implementação do Museu de Gastronomia Maranhense (MGM) na oferta turística ludovicense, na qualidade de equipamento museológico e atrativo cultural. Destaca-se a atuação do museu em atividades interativas que proporcionem desde o conteúdo histórico da parte expográfica, inserido em um espaço totalmente revitalizado e em pleno funcionamento no Centro Histórico de São Luís, até as capacitações das Oficinas de Sabores da Terra, com o aprendizado da culinária maranhense para a comunidade em geral, causando, assim, impacto na posição de resgaste e valorização do patrimônio imaterial junto à população local.

O Maranhão é um estado marcado pelo seu grande potencial no turismo gastronômico, tal fato se deve por apresentar vários pratos, presentes na culinária típica, que têm singularidades na preparação. Isso é o resultado da influência indígena, africana e europeia, que contribuíram na formação cultural do povo maranhense.

Portanto, para embasar o procedimento metodológico, aplicou-se análise quali-quantitativa dos dados obtidos durante a pesquisa bibliográfica e documental do Museu de Gastronomia Maranhense.

Essa contribuição étnica alcançou os diversos pratos típicos maranhenses que aqui serão apresentados. As iguarias que encantam o paladar maranhense, à base de frutos do mar de todas as espécies, apresentam-se sob as mais variadas formas, desde o famoso arroz de cuxá até o peixe frito, da típica peixada maranhense à caldeirada de camarão, às tortas de sururu e caranguejo, dentre tantas outras opções. Os doces são admirados pela composição dos frutos agregados aos temperos e modo de preparo, além das tortas, bolos e cremes originais de frutas típicas locais, como o bacuri e o cupuaçu.

2 A GASTRONOMIA MARANHENSE COMO PATRIMÔNIO CULTURAL

2.1 Museus e Turismo

A Gastronomia é também uma área enriquecedora e diferenciada por retratar as origens alimentares, hábitos, gostos e tradições que levaram à formação dos pratos locais, formas de preparo, forma tradicional de chamar frutos, dentre outras características que diferenciam a culinária típica de um local para o outro e, portanto, pertencente ao patrimônio cultural de um povo,

Os museus são instituições que possuem grande representatividade social, pois são fontes de resgates memoriais significativos na demonstração de provas sobre a formação da identidade cultural de um povo, com a pretensão de transmitir um diálogo no qual o passado atue com o presente, possibilitando ao espectador um sentimento de conhecimento e afeto pela cultura a ser revelada.

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Segundo Castro (2007), as coleções, ao serem abertas ao público, configuram uma estrutura orgânica de informação e comunicação. O objeto museológico passa a representar um papel social, caracterizando-se como um dos elementos formadores da identidade cultural e como mediador entre o homem e o mundo, carregado de signos e revelador de desejos e de aspirações sociais. Na contemporaneidade, os museus vêm adquirindo traços temáticos que também dialogam com verdadeiros resgastes da história, os quais diversificam-se fazendo uso de variados temas (ARAS; TEIXEIRA, 2001). De modo bastante visível, os museus estão em movimento e já não são apenas casas que guardam marcas do passado, são territórios muito mais complexos, são práticas sociais que se desenvolvem no presente e que estão envolvidas com criação, comunicação, afirmação de identidades, produção de conhecimentos e preservação de bens e manifestações culturais (NASCIMENTO JÚNIOR; CHAGAS, 2006). Como discorre Gimenes-Minasse (2006), a gastronomia típica merece destaque não apenas por se constituir como um bem cultural, mas também por proporcionar, no olhar do turismo, uma importante inter-relação entre o turista com a realidade visitada, seus ritos, valores e tradições locais. O museu de gastronomia, configurado como equipamento cultural e turístico, consegue compreender tudo isso.

museu está em um sobrado localizado na Rua da Estrela, nº 82, região da Praia Grande, sendo parte integrante do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico, tombado em nível federal e situado em área inscrita como Patrimônio Mundial pela UNESCO em São Luís, capital do Maranhão, Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. Figura 1 – Museu de Gastronomia Maranhense

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo, 2019.

O Museu de Gastronomia maranhense possibilita ao visitante, de forma interativa, conhecer e vivenciar os elementos, folguedos e personagens que representam a história da culinária raiz do estado. A exposição do acervo está organizada em temas que remetem o visitante às questões históricas, culturais e sociais formadoras dos sistemas alimentares do Maranhão. Figura 2 – Banquete com a representação das etnias e de pratos tradicionais advindos da miscigenação cultural formadora do povo maranhense

2.2 O Museu de Gastronomia Maranhense Na busca pela valorização e resgaste referente ao patrimônio material e imaterial, no que tange à culinária maranhense, foi inaugurado o Museu de Gastronomia Maranhense em 13 de junho de 2019. Como equipamento cultural e turístico, o espaço oferta, além da interação com o rico acervo e espaço expográfico, capacitações referentes à gastronomia, realizadas na forma de oficinas. O

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo (2019)

Na exposição do acervo também são apresentados folguedos que trazem a diversidade 29 |

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ticularidade na identidade cultural de um povo (BANDUCCI; BARRETTO, 2001).


folclórica maranhense, representada em danças e brincadeiras possuidoras de uma forte relação com a arte gastronômica, que enriquece a criatividade da cultura local e abrange grande atratividade turística e econômica. Figura 3 – Cenário da Festa do Divino Espírito Santo e do Bumba-Meu-Boi com a representação de instrumentos e da comensalidade das iguarias de pratos utilizados nos folguedos

fidelizar seus clientes, além das bases que, em meados da década de 70, iniciavam seu trabalho de oferecer pratos tradicionais no espaço simples de casa como pequenos restaurantes e fizeram sucesso pela originalidade nas produções dos pratos típicos locais.

Figura 7 – Representação de frutos do mar e pescados advindos em sua maioria de pesca artesanal

Figura 5 – Representação da Casa das Tulhas representando a variedade de bebidas artesanais, produtos alimentícios e artesanais Fonte: Secretaria Municipal de Turismo (2019)

Figura 8 – Representação das bases que fizeram sucesso na década de 70

2.3 A riqueza das oficinas “sabores da terra” no museu de gastronomia O Museu de Gastronomia Maranhense, no intuito de tornar o acervo algo palpável na prática, realiza oficinas de gastronomia abertas para o público em geral. Tanto a comunidade quanto os turistas que visitam a cidade podem fazer. São turmas com, em média, 25 alunos, que recebem capacitação teórica e prática sobre a nossa cultura, patrimônio e gastronomia, com o objetivo de ampliar a qualificação na área gastronômica, refletindo, assim, em geração de trabalho, renda e valorização do patrimônio gastronômico. Figura 10 – Oficinas Sabores da Terra

Fonte: Jornal Imparcial (2019)

Figura 6 – Representação do pregoeiro vendedor de sorvete de coco

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo (2019)

O funcionamento do MGM é de segunda a sexta das 8:00 às 18:00 e aos sábados das 08:00 às 12:00. As visitações são gratuitas e podem ser guiadas por mediadores ou autoguiadas com auxílio das placas, sendo uma escolha opcional do visitante; ao fim da visitação pode, ainda, fazer a degustação da cachaça artesanal. Fonte: Secretaria Municipal de Turismo (2019)

Por conseguinte, no roteiro expográfico, o visitante pode conhecer e sentir o aroma natural de produtos que enriquecem a culinária maranhense, se deparar com a representação da riqueza dos frutos do mar e pescados, bem como personagens que contribuíram com a comercialização e viabilidade de produtos alimentícios no Maranhão, como os pregoeiros, que assim denominavam-se por atribuir o ato de pregoar com a fala como instrumento de trabalho e uso de repetições em rimas e brincadeiras para conseguir | 30

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo (2019)

Figura 9 – Cachaça degustativa do Museu

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo (2019)

A realização de cada oficina é feita em dois dias, sempre no turno da tarde. No primeiro dia são desenvolvidas aulas teóricas, com os seguintes temas: Atrativos Históricos e Atrativos Culturais, afim de proporcionar aos visitantes uma visão mais ampla sobre o patrimônio Cultural de São Luís, em seguida é realizada uma visita guiada no Museu da Gastronomia Maranhense e finaliza-se com o city tour pelo Centro Histórico de São Luís. No segundo dia são aplicadas aulas teórico-práticas direcionadas para a elaboração de pratos a partir de elementos que compõem a gastronomia maranhense.

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo (2019)

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Figura 4 – Casinha da Roça, folguedo carnavalesco e representa tradições interioranas de fazer farinha, peneirar arroz demostrando utensílios e alimentos usados

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo (2019)


Fonte: Secretaria Municipal de Turismo (2019)

As oficinas são escolhidas de acordo com o fruto local da estação vigente. A lista das oficinas está apresentada na tabela a seguir. TABELA TABELA OFICINA Milho (fruto) Macaxeira Vinagreira (planta medicinal) Bacuri (fruto) Camarão Jabiraca (peixe local) Juçara (fruto) Sururu (marisco) Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

Manga Jaca Buriti

Abacaxi Caranguejo Abóbora Jenipapo

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PRATOS Manuê, Canjica e Pamonha. Bolo de macaxeira, Beiju e Mingau de tapioca. Arroz de Cuxá e Geleia da flor de vinagreira. Creme de bacuri, doce de bacuri e bombom de bacuri. Torta de camarão, Vatapá e Arroz Branco. Torta de jabiraca, Escondidinho de jabiraca e Arroz com cheiro verde. Bolo de Juçara, Brigadeiro de Juçara e Creme de juçara. Torta de Sururu e Sururu ao leite de coco. Rocambole de manga, Geleia de manga e Pavê de manga. Estrogonofe de jaca, Empadão de jaca e Fricassê de jaca. Tartaletes com recheio de buriti, Bolo de buriti e Creme de buriti. Creme de abacaxi, Compota de abacaxi e Geleia de abacaxi. Casquinho de Caranguejo. Creme de Abóbora com carne de sol. Licor e Compota de Jenipapo.

3 DISCUSSÕES E RESULTADOS Como resultados, a pesquisa constatou que o Museu de Gastronomia Maranhense conseguiu atrair um grande número de visitantes no âmbito nacional e internacional. Com a experiência de visitação interativa guiada para reconhecimento da história da culinária maranhense, totalizou a visitação de 22.700 pessoas desde sua inauguração até o período antecedente à pandemia do novo Corona vírus (Covid-19), que paralisou o funcionamento de várias instituições. Diante da situação de pandemia, as oficinas Sabores da Terra estão sendo realizadas por meio de “lives” nas redes sociais, atingindo, assim, um número ainda maior de espectadores. A oficina Sabores da Terra também atraiu um grande número de participantes, pois observou-se que em todas as capacitações realizadas obtemos 100% do preenchimento das vagas ofertadas. Assim, o público atingido chegou a 980 pessoas até o presente momento, uma vez que as oficinas ainda estão sendo realizadas por meio das lives online. Tanto na parte de visitação de acervo como nas oficinas abertas ao público, o MGM conseguiu transmitir a sua importância enquanto equipamento para o turismo, para a cultura e para o engajamento da comunidade local; e pretende continuar cumprindo essa função. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste sentido, o MGM é um instrumento de grande dimensão que atua como um espaço de referência regional sobre a gastronomia maranhense, na pesquisa e exposição dos sabores e saberes gastronômicos, na integração social com capacitações gratuitas sobre a produção de pratos típicos maranhenses e tendências gastronômicas. Dessa forma, contribui para o resgate

cultural da simbologia de valores e tradições da culinária maranhense, capaz de promover a geração de trabalho, renda, aprendizado e formar cidadãos conscientes de sua importância social para a valorização e fortalecimento da identidade maranhense, além do espaço ser aproveitado para cunho educacional, a ser utilizado por acadêmicos e profissionais de áreas afins.

CASTRO, Ana Lucia. MUSEUS E TURISMO: Uma rela-

A instituição é consciente de sua responsabilidade social enquanto um espaço para fins de estudo, educação, fruição, lazer e salvaguarda de conhecimentos tradicionais no âmbito de suas finalidades, onde os seus usuários, independentemente de seus lugares de origem, serão levados à experiência da alteridade e ao despertar do sentimento de pertencimento identitário.

CORNER, Dolores Martin Rodrigues. A Gastronomia

REFERÊNCIAS

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ção delicada. In: VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 2007. Anais Eletrônicos. Bahia: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia (PPGCI/ UFBA), 2007. Disponível em: <http://www.enancib. ppgci.ufba.br/artigos/DMP--257.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2020.

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ARAS, L. M. B.; TEIXEIRA, M. G. S. Os museus e o ensino

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de História. In: Anais do IV Seminário Perspectivas

Universidade do Estado do Ceará, 2014. Disponível

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Disponível em: <http://www.ichs.ufop.br/perspecti-

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BANDUCCI Jr., Álvaro; BARRETTO, Margarita. (Org.). Tu-

NASCIMENTO JÚNIOR, José do; CHAGAS, Mário. Museu

rismo e identidade local: uma visão antropológica.

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Campinas: Papirus, 2001.

SIL. Ministério da Cultura. Instituto do Patrimônio His-

BARROCO, Lize Maria Soares; BARROCO, Helio Estrela. A Importância da Gastronomia como Patrimônio Cultural, no Turismo Baiano. In: Revista Turydes. vol. 1. nº 2, 2008. Disponível em: < https://www.eumed.net/rev/ turydes/02/sbb.htm>. Acesso em: 25 ago. 2020.

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Figura 11 – Oficinas Sabores da Terra


Promoção no Mercado T urístico Nacional e Internacional

Rutti Suelma Cutrim Costa Arlan Fábio Azevedo Mendes Sobrinho Frederick Michael de Oliveira Birino Lúcia Regina Martins Aragão Aline Pinheiro Vasconcelos

Resumo: Turismo é a troca de coletivos comuns – viajante e anfitrião, hospitalidade e reciprocidade – e é no marketing de destinos turísticos que estão as principais ferramentas para promover o diálogo positivo entre comunidade, trade e turista, estabelecendo um fluxo produtivo e abundante no engajamento do setor, o qual atuará como mobilizador da aceleração econômica e fomento nas áreas social, cultural e ambiental, comunicando a vocação turística da cidade de São Luís e fortalecendo o posicionamento estratégico desta como destino competitivo no presente mercado.

1 INTRODUÇÃO

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A promoção e o marketing turístico são peças fundamentais para o incremento da atividade turística, pois valorizam a imagem sobre determinado destino e, por meio da promoção em maior escala, consolidam o posicionamento deste no mercado. Mota (2009, p. 09), corrobora ao ressaltar que “o Marketing Turístico tem como finalidade promover um destino ou empreendimento, fortalecer a imagem deste destino, assim como favorecer sua venda no mercado de viagens”. É importante ressaltar que o cliente tem o poder de escolha diante de um vasto campo de destinos turísticos, o que nos leva a entender que a ação do marketing turístico é responsável por criar um imaginário positivo ao atrair o turista em potencial e que por sua vez acaba colaborando, substancialmente, no movimento de consolidação da atividade turística, sendo esta, dentre ou| 34

tros aspectos, atrelada aos elementos que mais surpreendem o turista, seja o ambiente natural, a estrutura turística, os equipamentos de lazer, atrações, além de aspectos culturais como o patrimônio material e imaterial. Como viés impulsionador do produto turístico, a atividade de promoção e do marketing turístico, na medida em que trabalham os diferentes segmentos e particularidades da região, desenvolvem tanto o Turismo Interno quanto o Turismo Externo, uma vez que alcancem um posicionamento positivo via comunicação assertiva do real potencial que o destino turístico dispõe. “No setor público, da mesma maneira como ocorre nas empresas privadas, busca-se maior visibilidade do produto, inclusive o turístico [...]” (SOUZA; KOVACS, 2009, p. 205). Isto posto, especialmente na iniciativa pública, a promoção e o marketing, aliados a uma análise de mercado e conectados às oportunas ferramentas de mídias que revolucionaram o relacionamento com o eixo focal da comunicação estratégica do marketing do destino [o turista], geram-se ações promocionais que proporcionam a divulgação da atividade turística em períodos de alta e de baixa sazonalidade, potencializando o fluxo turístico, e convertendo-se, assim, em ferramentas elementares para o fomento dessa atividade, a qual possui expressivo destaque como propulsora da economia dos municípios, uma vez que esta viabiliza a movimentação de diversas atividades comerciais de uma localidade, ou seja, fortalece o relacionamento produtivo junto aos empreendedores ligados direta e indiretamente ao trade turístico. 2 A ARTE DE COMUNICAR O DESTINO SÃO LUÍS A Secretaria Municipal de Turismo (SETUR) promoveu e divulgou os encantos desta Ilha para 35 |

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DESTINO SÃO LUÍS:


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Somos um Destino Turístico Indutor1 e, com honra e a devida observância dos critérios do Ministério do Turismo no que se refere aos aspectos que implicam na competitividade entre os destinos brasileiros, trabalhamos as variáveis das dimensões estratégicas do Marketing de Destino Turístico – Planejamento de marketing; Participação em feiras e eventos; Promoção do destino; e Web Site do destino (MTUR, 2015, p. 14) – comunicando com reverência e maestria a criatividade envolvente da Grande Ilha do Maranhão. Entre os anos de 2013 e 2019, realizamos ações de fomento e marketing de relacionamento, surpreendendo o público final e os parceiros estratégicos de vendas – agências e operadoras – com a utilização estratégica e assertiva dos oportunos recursos dinâmicos – presenciais e virtuais - do universo do marketing de destino, por intermédio de experiências sensoriais e degustativas, vivência sonora, estética e lúdica, bem como a promoção dos saberes e sabores da Ilha. Assim, buscamos as melhores estratégias e ações personalizadas, dentro do possível e das oportunidades disponíveis, com foco em fortalecer o relacionamento com os principais líderes de mercado e alcançar um posicionamento satisfatório neste mundo, em termos literais, de fantástica variedade de oportunidades que é o universo do Turismo. 1 Os destinos indutores do desenvolvimento turístico regio-

nal são considerados aqueles que possuem infraestrutura básica e turística e atrativos qualificados, que se caracterizam como núcleo receptor e/ou distribuidor de fluxos turísticos (Observatório de Turismo de Minas Gerais, 2020).

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Figura 1 – Ação nacional no Mercado Municipal de

São Paulo Fonte: Arlan Azevedo [20--] 2.1 CONEXÕES DIGITAIS Uns dos fenômenos mais impactantes na era digital são as redes sociais na internet, as quais se fazem presente na vida da maioria das pessoas. Seguindo a tendência mundial de inserção no meio digital, a SETUR buscou estar bem posicionada na internet de várias maneiras – site, aplicativo móvel e redes sociais. Por meio destes, foram alcançados públicos de diversas regiões do Brasil e do mundo. Até o mês de dezembro de 2017, o destino São Luís recebia conteúdo apenas em perfis das redes sociais da Prefeitura, passando, a partir deste momento, a ter suas próprias contas para publicizar conteúdos. As redes sociais do turismo são fundamentais para apresentar o Destino globalmente, alcançando mais pessoas. Os perfis nas redes sociais Facebook (Turismo São Luís), Instagram (@turismo.saoluis) e Twitter (@turismosaoluis) compartilham cenas cotidianas e imagens de locais turísticos da cidade, que provocam o imaginário do viajante dos nossos canais para ser um viajante em nosso Destino. Os conteúdos passam por avaliação da Assessoria de Comunicação e da Coordenação de Promoção Turística, para estar alinhada com a imagem que a SETUR deseja comunicar aos seus

seguidores. Além disso, também mantém um relacionamento próximo com o Trade Turístico local e com Conselho Municipal de Turismo, trocando recomendações para direcionar a comunicação da diversidade, além das possibilidades de Turismo que a capital maranhense possui. Trabalhando o potencial dos nossos principais produtos, ao longo dos anos foram compartilhados conteúdos que exploram a competência turística dos nossos produtos e promovem a tangibilidade das diversas ferramentas digitais. O Bumba Meu Boi recebeu destaque nas postagens de cultura, dividindo espaço com o Tambor de Crioula e o Reggae. Além disso, elementos de Sol e Praia e o Centro Histórico protagonizaram o feed das redes sociais para contar a história de São Luís e, este último, o propósito do seu reconhecimento como Patrimônio Mundial da Humanidade. Fortalecendo o valor de troca do Marketing Digital, movimentamos os stories do Instagram e do Facebook com as marcações dos seguidores que, além de compartilhar nas suas próprias redes, também recebiam repostagens nas redes do Turismo – movendo o alcance exponencial e natural da comunicação a um público amplo. No ano de 2020, vivemos um extraordinário cenário insólito que, devido à necessidade de biossegurança, acabou por estreitar o relacionamento digital mundial e, consequentemente, reafirmar a importância do posicionamento no marketing turístico digital. Apesar do isolamento social, o Turismo de São Luís manteve o seu engajamento nas mídias sociais e no relacionamento com o trade local e nacional por intermédio do e-mail marketing, preservando a sua imagem fortalecida no imaginário e nas expectativas dos seus seguidores e parceiros, fazendo, deste modo, bom uso da oportunidade da presença virtual a nível global do momento.

Durante os dois anos de funcionamento das redes sociais, foram compartilhados também, via stories, os eventos de cunho promocional da SETUR e/ou aqueles que ressaltavam a ideia de Destino para o público-final. Os destaques foram para a cultura, produtos maranhenses (juçara, beiju, Guaraná Jesus, Tiquira), religiosidade presente nas festas populares, entre outros temas que agregaram para a construção de uma imagem positiva de São Luís no ambiente digital. 2.2 IMPRENSA: SÃO LUÍS EM PAUTA Espaços cativos na mídia também foram conquistados, a fim de garantir a cabida notoriedade das ações da SETUR e divulgação das suas atividades. Por meio da Assessoria de Comunicação em colaboração com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura Municipal, foram enviados releases, aviso de pauta e matérias especiais sobre os eventos, tanto como convite ao público, pois a comunidade local é presença cativa nas ações da SETUR realizadas na Ilha, quanto para descrever como foram os trabalhos. Entrevistas, participação em programas e matérias publicadas ocorreram de forma periódica e contínua desde 2013. A mídia interna foi feita com os meios de comunicação de televisão, jornal impresso e digital e também revistas. Durante eventos nacionais, houve também a divulgação deles em outros Estados, como o Pará e São Paulo – chegando a ter eventos divulgados no jornal O Estado de São Paulo e na afiliada da Rede Globo em São Paulo. 2.3 TURISMO.COM: A RELEVÂNCIA DO SITE DO DESTINO A Promoção Institucional Digital do Destino colabora significativamente na jornada de compra do viajante, sobretudo observando as oportunidades do cenário atual com o surgimento da pandemia junto a dados de pesquisas recentes publicados pelo site Panrotas sobre a inspira37 |

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o mercado brasileiro e exterior por meio de ações articuladas com parceiros estratégicos – desde a rede de comercialização até os hábeis destinos emissivos – para conquistar os potenciais visitantes que movimentaram, de forma ascendente, o fluxo receptivo em nossa Ilha nas últimas temporadas.


Projetando expectativas positivas para 2020, em 2015 o MTur, versando em suas diretrizes sobre as variáveis competitivas de um destino turístico, já destacava:

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[...] a relevância da internet para divulgação do destino, como condição preponderante para a existência e/ou permanência do destino no imaginário do cliente como possibilidade de compra e viagens (MTUR, 2015, p. 13).

Assim, o site eletrônico www.turismosaoluis.com.br reporta, como mensageiro anfitrião, genuínas informações de São Luís, possibilitando ao visitante da página uma experiência interativa e de estreitamento à tangibilidade, tornando-se uma estratégia oportuna e necessária no relacionamento e oferta turística aos seus potenciais visitantes, entregando um menu amplo de informações em termos históricos, culturais e naturais da llha, sua rica diversidade de atrativos e produtos, além dos principais eventos que movimentam a cidade, alcançando, assim, visibilidade nos mais variados segmentos da atividade turística. Figura 2 – Site www.turismosaoluis.com

Fonte: Frederick Birino [20--]

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2.4 FORTALECIMENTO DOS PRODUTOS: A MARCA TURÍSTICA DE SÃO LUÍS São Luís é um destino turístico que milhares de pessoas visitam anualmente em busca dos seus destaques culturais, gastronômicos e históricos; atrativos únicos que já conquistaram até mesmo o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. A oportunidade de reunir todos esses elementos em um só lugar foi um dos princípios para a criação da nova marca turística da cidade. Sensível aos desejos, sentimentos, intenções e expectativas do público-alvo, a Prefeitura de São Luís, por meio da SETUR, criou a marca pensando no seu acervo arquitetônico, sua rica cultura e beleza natural singular. Os elementos da marca dão vida à palavra “São Luís”, endossada pela representatividade do seu título, “Patrimônio da Humanidade”, que traduzem a vivacidade do povo ludovicense por meio das cores e bordados incomparáveis, típicos da cidade. A imagem, mensagem e marca do destino deve ser reconhecida, aprovada e disseminada pela comunidade como um todo. É a consolidação da cidade como produto turístico para os turistas com o aporte da comunidade local (MTUR, 2015, p.16).

Uma marca de conexões e alcance de segmentos variados, que promove um fluxo abundante de receptividade, por acolher e ser acolhido localmente na representatividade dos elementos genuinamente identitários de quem faz a cidade acontecer – os ludovicenses – atribuindo troca de experiências positivas e desejadas dualmente – viajante e local – que o destino oferece, explorando e fortalecendo o distinto benefício da ferramenta e o valor de troca do marketing, oportunamente movido pela estratégia de promoção da hospitalidade expansiva que a cidade entrega. A pluralidade dos seus elementos gráficos dialoga, ainda, com o lugar estratégico do seu

território, conferindo à cidade a qualidade de ser a porta de entrada para outros polos turísticos do estado do Maranhão, expandindo uma favorável relação de hospitalidade e reciprocidade. Figura 3 – Marca do Destino São Luís

nação de Promoção e Marketing do Destino São Luís do Maranhão (PROMOTUR), criteriosamente, trabalhou com legitimidade a vocação dos seus produtos nas diversas oportunidades em que as ações de promoção ocorreram, integrando representantes autênticos dos fenômenos culturais que traduzem a envolvente criatividade produtiva do ludovicense e alcançando com encanto, não só o público final, mas também líderes de mercado; empregando com firme continuidade o valor da troca do marketing de destinos turísticos. 3.1.1 Cultura

Fonte: Prefeitura de São Luís [20--]

3 DESTINO SÃO LUÍS PRESENTE A Prefeitura de São Luís trabalhou com um viés muito sólido durante 8 (oito) anos: consolidar e fortalecer o Destino São Luís como uma potencialidade e um lugar receptivo, alegre e que merece não somente ser conhecido, como especialmente reconhecido entre os destinos turísticos brasileiros qualificados. No que se refere à promoção do Destino, nos dedicamos na realização e participação em uma série de ações que expressaram o melhor da capital maranhense para milhares de pessoas do Brasil e do Mundo. 3.1 PROMOÇÃO TURÍSTICA Escolher quais produtos levar para representar o nosso legado material e imaterial, construído ao longo dos séculos, certamente não é uma tarefa fácil, pois São Luís possui uma efervescência cultural que é latente e notória para quem tem a oportunidade de conhecê-la. Com este olhar abrangente e inclinados, empaticamente, à relação intrínseca de troca afetiva e produtiva entre o turista, a comunidade e o trade, e a seu poder mobilizador de hospitalidade e reciprocidade, a SETUR, por meio da Coorde-

O Bumba Meu Boi, e toda a sua riqueza que o fez receber o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, recebeu destaque nas atividades fora de São Luís. Além disso, o Cacuriá, o Tambor de Crioula e o Reggae também tiveram representações de grupos culturais locais levados para outros estados, difundindo a cultura e os costumes ludovicenses. 3.1.2 Patrimônio da Humanidade A cidade de São Luís é Patrimônio Cultural da Humanidade pelo grande acervo histórico-arquitetônico de tradições portuguesas, considerado o maior da América Latina, com cerca de 3.500 casarões tombados. Esta história não poderia deixar de ser contada. Encantamos e ampliamos o portfólio dos públicos B2B e B2C, compartilhando todo o valor histórico e cultural que São Luís possui. 3.1.3 Sol e praia Durante os trabalhos de Promoção realizados fora de São Luís, também foi ressaltado a virtude de sermos uma Ilha – a natureza generosa é um convite permanente à prática de atividades e esportes como caminhada, passeio náutico, surf e kitesurf, que podem ser praticados nas praias do Calhau, São Marcos, Ponta d’Areia, Olho d´Água e 39 |

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ção para a escolha dos destinos ainda em 2020, na qual a busca na internet é o principal entre os canais de informação, (28%, junto à recomendações de amigos para viajantes latino americanos, e 33% para brasileiros), comparado a outros potenciais canais como agentes de viagens (14%), redes sociais e influenciadores e blogueiros de viagem (ambos com 8%), entre outros (MONACO, 2020).


3.1.4 Gastronomia Em diversos momentos durante o ano de 2013 a 2020, entregamos a experiência gastronômica dos sabores das comidas típicas de São Luís para a degustação em outros Estados. A culinária, misto de tradição europeia, africana e tupinambá, se destaca pela variedade dos pratos, cores, sabores e pela leveza. As iguarias que encantam o paladar, ricas em frutos do mar de todas as espécies, se apresentam das mais diversas formas, do arroz de cuxá ao peixe frito, da típica peixada maranhense

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à caldeirada de camarão, tortas de caranguejo e sururu, além de outros saborosos pratos cheios de nutrientes. Os doces são admirados pela composição dos frutos da região, caracterizados pela área de transição entre Norte e Nordeste.

João de São Luís e Rodada de Negócios, 2015 (Fortaleza/CE); Feijoada do Maranhão, 2017 (São Luís/ MA); Caravana São João de São Luís - Vagão Social do Trem da Vale, 2018 (Belém/PA). 3.2.1 Caravana São João de São Luís Na Caravana São João de São Luís - Vagão Social do Trem da Vale, por exemplo, foi realizada uma grande ação, começando e finalizando nos percursos São Luís - Parauapebas e Marabá - São Luís, com apresentação do Bumba Meu Boi dentro do vagão em viagem. Além do trem da Vale, também houve apresentações no Partage Shopping, em Parauapebas, e no Shopping Pátio Marabá, em Marabá. Os ambientes também foram decorados com o tema São João e todos foram convidados para a nossa festa no mês de junho. Ao todo, o público estimado foi de mais de 5 mil pessoas, com potencial de visita à São Luís durante o período junino. Figura 4 – Ação no Mercado Municipal de São Paulo

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Fonte: Frederick Birino (2019)

Figura 5 – Ação no Mercado Municipal de São Paulo

A participação em eventos de cunho nacional se deu em momentos oportunos para por o Destino São Luís em evidência, colaborando para uma visibilização distinta da nossa cidade diante do cenário nacional. Fazem parte desta lista: RoadShow, 2017 (Rio de Janeiro/RJ); Capacitação de Agentes de Viagem do trade local, 2018 (SÃO PAULO/SP); Capacitação de Agentes de Viagem CVC, 2019 (SÃO PAULO/SP); Semana Municipal de Turismo, 2019 (Caxias do Sul/RS). 3.3.1 Mercado Municipal de São Paulo Para além desses, houve a participação em eventos de grande alcance, como no Mercado

Fonte: Arlan Azevedo [20--]

Figura 6 – Ação no Mercado Municipal de São Paulo

Municipal de São Paulo nos anos de 2017, 2018 e 2019, nos quais a Prefeitura promoveu o destino para milhares de pessoas que ali passavam e, arrebatadas pelo som, cores e aromas da Ilha, paravam para vivenciar as apresentações culturais regadas a bumba meu boi e cacuriá, degustação gastronômica de arroz de cuxá e do regional Guaraná Jesus. Nas edições dos eventos anuais, centenas de pessoas de todo o Brasil que visitam o turístico Mercado Municipal de São Paulo presenciaram toda a festividade do nosso São João, representado por diversos grupos parafolclóricos, abrilhantando os dias no espaço decorado, especialmente, com bandeirinhas de São João e totens contendo a marca turística de São Luís. Além disso, como ação promocional complementar, foram distribuídos brindes – matracas e maracás – como uma lembrança de São Luís para quem postou fotos marcando os perfis do turismo nas redes sociais – Instagram (@turismo.saoluis), Facebook (Turismo São Luís) e Twitter (@turismosaoluis).

3.2 ESTADUAL E ENTORNO A Prefeitura buscou e recebeu convites para marcar presença em espaços e em diferentes locais para expor os produtos turísticos de São Luís. Os profissionais habilitados da SETUR participaram de Feiras, Exposições, Eventos, dentre outras modalidades de ação. Dentre os locais e eventos que participamos estão: Rotas das Emoções, 2014 (Barreirinhas/MA); Caravana São João da Ilha, 2015 (Codó; Caxias/MA, Parnaíba, Teresina/PI); Rotas das Emoções, 2015, 2018 e 2019 (Jericoacoara/CE); Rodada de Negócios, 2015 (Belém/ PA); FECOIMP, 2015 (Imperatriz/MA); Caravana São

3.3 NACIONAL

Fonte: Arlan Azevedo [20--]

3.3.2 Convenções BWT A SETUR também participou de duas edições da Convenção BWT, promovida pela operadora de turismo Best Way Trips Agência de Viagens e Turismo, atuante no mercado há 38 anos, com roteiros personalizados, sejam eles nacionais ou internacionais, sendo referência em qualidade, credibilidade e diversidade em serviços, atuando no ramo de distribuição de produtos e serviços de turismo com tecnologia, eficiência, valorização do agente de viagem e sustentabilidade. No ano de 2018, a convenção foi realizada no Paraná, organizada pela própria BWT, uma das maiores operadoras do Brasil. Durante o evento, foram feitas 41 |

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Araçagi. O Estado do Maranhão possui o segundo maior litoral do Brasil, com 640 km de extensão, compreendidos entre o Delta do Rio Parnaíba, na fronteira com o Piauí, até a foz do Rio Gurupi, fronteira com o Pará. A ilha de São Luís está localizada na área central, no Golfão Maranhense. Devido a esse fator, a ilha possui um excelente potencial para as atividades e esportes náuticos, com ventos fortes propícios para este tipo de prática. Na Ilha, o sol brilha quase o ano inteiro.


Figura 8 – New It

Figura 7 – Convenção BWT Fonte: Divulgação [20--]

3.4 AÇÕES INTERNACIONAIS

Fonte: Arlan Azevedo [20--]

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3.3.3 Feiras e encontros Durante estas ações, estreitamos o relacionamento com o público e com o trade local, que também marcam presença nestes encontros, apresentando São Luís para milhares de pessoas que passavam pelo nosso espaço. Estão nesta lista a FESTURIS, 2013 (Gramado/RS); ABAV, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018 (São Paulo/SP); ABAV + Espaço Braztoa – 2019 (SÃO PAULO/SP); 6º Salão Mineiro do Turismo, 2016 (Belo Horizonte/MG); Feijoada do Maranhão, 2017 (Belo Horizonte/MG); WTM, 2017, 2018, 2019 (SÃO PAULO/SP) e NEW IT, 2019 (Rio de Janeiro/RJ).

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A Secretaria de Turismo de São Luís, engajada na responsabilidade de promover o município como um destino turístico internacional de qualidade, uniu-se às cidades de Alcântara e Barreirinhas para a realização da Campanha de Promoção Internacional do Roteiro Integrado: São Luís – Alcântara – Barreirinhas, nos Mercados Europeu e da América Latina. A promoção turística internacional do roteiro proposto esteve em consonância com o alinhamento estratégico do Plano Aquarela, que teve como foco principal traçar metas e objetivos para preparar o Brasil que receberia os maiores eventos esportivos do mundo na época: a Copa em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Baseado em estudos e pesquisas, o plano contribuiu para ampliar a promoção do país como destino turístico, com estratégias e ações para aumentar o número de turistas estrangeiros e, a partir da visitação de outros destinos brasileiros, também aumentar a permanência dos mesmos no país, além de trabalhar a imagem do Brasil na mídia internacional. Tendo em vista o poder mobilizador do Turismo entre os

mais diversos setores produtivos de receitas, as adequadas promoções, que expuseram São Luís, Alcântara e Barreirinhas à apreciação dos estrangeiros, significaram transformações econômicas, sociais e culturais, impulsionando novas atividades de desenvolvimento dos negócios na região e gerando um movimento de atração de novos investimentos do exterior para o Brasil. A união dos atrativos de São Luís – a capital agitada, criativa e modernizada – Alcântara – a pacata e intacta cidade histórica – e Barreirinhas – que revela a natureza como principal nutriente da vida – transforma uma viagem de 3 a 6 dias pelo Maranhão em uma experiência inesquecível, em que o visitante revisita valores pessoais e usufrui do estilo de vida simples, saudável, alegre e muito rico do povo maranhense. É uma reunião de Sons, Cores e Sabores que surpreendem os turistas brasileiros e estrangeiros. 3.4.1 Roteiro integrado, imagem internacional Concebida por técnicos da SETUR e da EMBRATUR, fruto da parceria entre as Secretarias Municipais de Turismo e o Governo Federal, como parte concêntrica do movimento que é comandado não somente por uma, mas por todas as entidades relacionadas aos atrativos e serviços turísticos do Maranhão e de estados lindeiros, a ação proposta foi desenvolvida com o foco no apoio à comercialização dos produtos turísticos dos municípios de São Luís, Alcântara e Barreirinhas, assim como o fomento da cadeia produtiva dos destinos nos mercados da Europa e América Latina, abrangendo França, Argentina, Peru e Colômbia. Isto ocorreu por meio da promoção e realização de Famtours, Presstrips, Workshops e shows, os quais demonstram a diversidade cultural do Maranhão, bem como a realização de Intercâmbios Gastronômicos, onde foram convidados os principais players e formadores de opinião dos

mercados turísticos que pretendíamos alcançar, abrangendo também o público final. A escolha dos destinos deu-se com base no Plano Aquarela 2020, que visa a consolidação dos produtos turísticos do Brasil na América do Sul, devido à proximidade e laços comerciais, e Europa, pelo fato dos maiores emissores se localizarem neste continente, com intuito de aumentar o fluxo de visitantes oriundos destas localidades. Portanto, a escolha do formato que compôs a campanha promocional internacional da SETUR configurou-se como a mais adequada, em razão da visibilidade que os eventos e ferramentas de marketing escolhidas puderam proporcionar, corroborando com os objetivos do Plano Aquarela. 3.4.2 Workshop “Roteiro: São Luís, Alcântara e Barreirinhas: Uma Explosão de Sensações” O Workshop “Roteiro: São Luís, Alcântara e Barreirinhas: Uma Explosão de Sensações” foi realizado nos destinos internacionais prioritários, visando capacitar o Trade Internacional sobre os produtos turísticos que viabilizam a comercialização de São Luís, integrado com a oferta de Barreirinhas e Alcântara, no mercado estrangeiro, focando no diferencial de sermos zona de transição entre o Norte e Nordeste do Brasil, na diversidade cultural, no cross-selling – cultural; sol e mar – dos produtos formatados e ofertados, bem como em apresentações culturais, como oportunidade de contato direto, e treinamento de agentes e operadores de turismo, jornalistas e imprensa especializada sobre o roteiro São Luís, Alcântara e Barreirinhas. 3.4.3 Realização de Famtour e Presstrip A razão da realização do Famtour consistiu em oferecer, aos agentes e operadores de 43 |

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apresentações sobre São Luís para agentes de viagens de todo o país, tornando o destino ainda mais conhecido e consolidado na preferência dos viajantes. Em 2019, foi realizada na cidade de Cabo Santo Agostinho, a cerca de uma hora de distância de Recife, em Pernambuco, para mais de 400 agentes de turismo de todo o Brasil. O objetivo desta ação foi apresentar a cidade para os responsáveis pela comercialização dos destinos, impulsionando, desta maneira, a entrada de turistas na capital maranhense.


Figura 9 – Famtour e Presstrip

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Fonte: Felipe Sobrinho [20--]

3.4.4 Mostra Gastronômica do Maranhão Imbuídos do interesse de promover o turismo cultural por meio da valorização da herança sociocultural de São Luís, levando em consideração a relevância deste segmento turístico, que proporciona o contato com o modo de vida tradicional da comunidade e todo o conjunto de manifestações, crenças, rituais, expressões e valores da localidade, ressalta-se a importância dessa ação de divulgação com o intuito de apresentar os diversos produtos característicos da gastronomia maranhense, promovendo, também, a valo| 44

rização da identidade cultural local. Como afirma Moletta e Goidanich (2000, p. 09-10), “o Turismo Cultural é o acesso ao patrimônio cultural, ou seja, à história, à cultura e ao modo de viver de uma comunidade”. Nessa categoria tipológica destaca-se o Turismo Gastronômico, um nicho de mercado que, embora se configure como atrativo complementar à toda planta turística de uma localidade, revela-se como instrumento de divulgação e valorização do patrimônio cultural do destino turístico. Gradativamente, no âmbito do Turismo Gastronômico, visitantes e turistas buscam o conhecimento e experimentação dos produtos típicos da cidade, como forma de compreender os costumes, os saberes e fazeres tradicionais. Consciente de que a gastronomia é um ponto forte de nossa cidade, a Mostra Gastronômica do Maranhão dedicou-se em fazer do Destino São Luís uma referência gastronômica nacional – agregada à gastronomia do Estado, com destaque para as cidades de São Luís, Alcântara e Barreirinhas, além de nossas fronteiras – e ressaltá-la como um diferencial turístico do roteiro em tela. Para isso, os chefs de São Luís foram convidados para eventos gastronômicos que ocorreram no mesmo período dos Workshops, em países da América do Sul (Peru, Colômbia, Argentina) e na Europa (França), onde os mesmos apresentaram técnicas, temperos e receitas típicas aos convidados. Os participantes eram, além dos operadores, agentes de viagens, jornalistas, críticos de gastronomia e demais autoridades que se fizeram presentes, como as Embaixadas Brasileiras convidadas pela Setur. Figura 10 – Degustação dos pratos típicos

Figura 11 – Marca da Campanha “Uma Explosão de Sensações”

Fonte: Felipe Sobrinho [20--]

3.4.5 Material Promocional A confecção do Material promocional serviu para municiar os agentes de viagens, operadores de turismo, jornalistas e mídia especializada sobre informações do roteiro proposto no plano. Todas as peças foram entregues aos Operadores e Agentes de Viagens, bem como para jornalistas e mídias especializadas. Fez-se necessário a produção do material nos idiomas inglês, espanhol e francês. A escolha dos agentes de viagens, operadores de turismo e jornalistas foi feita em parceria com a EMBRATUR, bem como por empresas locais que indicaram seus parceiros. O kit foi composto por Card drives, catálogos, sacolas em fibra de buriti, folders e bloco de anotações. Para uma melhor visualização e venda do Roteiro proposto, foram produzidos vídeos mostrando toda a diversidade de atrativos dos municípios envolvidos no Destino.

Fonte: Divulgação [20--]

3.4.6 As performances populares da Cultura viva! A cidade de São Luís é um lugar de grande singularidade cultural, destacando-se em diversas artes, como poesia, música, literatura e culinária. As manifestações culturais são um destaque à parte pela sedução e atração do visitante. A beleza da cultura popular é o que faz do maranhense um povo naturalmente alegre. E não podia ser diferente, pois São Luís é uma cidade onde o sol brilha quase o ano inteiro e a cultura popular pulsa forte na veia de seus habitantes. A diversidade de manifestações culturais faz com que, de janeiro a dezembro, a cidade viva em clima de festa. Mas é no mês de junho que São Luís se transforma em um imenso arraial para homenagear São João, Santo Antônio, São Pedro e São Marçal. É quando todos querem brincar Bumba Meu Boi, a mais expressiva manifestação popular, além de apreciar a gastronomia típica do período. Durante o jantar da Mostra Gastronômica, os participantes puderam vivenciar um pouco de toda essa singularidade cultural que o Estado apresenta. 45 |

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viagens, ofertas diferenciadas e diversificadas de roteiros, com foco na história e cultura aliadas ao ecoturismo e ao turismo de aventura, dentro da proposta de roteirização da EMBRATUR. Quanto à realização do Presstrip, foram convidados jornalistas e imprensa especializada dos destinos prioritários para conhecer e divulgar eventos, roteiros, atrativos culturais e naturais de São Luís, Alcântara e Barreirinhas, estreitando o relacionamento com os players, a fim de viabilizar reportagens positivas e exclusivas sobre o nosso potencial como destino turístico, o que rendeu boas matérias nos quatro países escolhidos2. Ocorreram Rodadas de Negócios durante a realização do Famtour, pensadas para estreitar e fortalecer os laços entre os profissionais convidados e as empresas do setor local.


Fonte: Felipe Sobrinho [20--]

4 DISCUSSÕES E RESULTADOS

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A Setur divulgou o Destino São Luís levando a nossa marca turística e o significado da capital – mediante o título de Patrimônio Cultural da Humanidade sobre várias dimensões, incluindo cultura, sol e praia, gastronomia e patrimônio. Ao longo da gestão, a Setur marcou presença em mais de 30 (trinta) eventos, dentre convenções, rodadas de negócios, feiras, capacitações, caravanas, eventos internacionais, regionais e locais. A Campanha Internacional, promovida em consonância com do Plano Aquarela e com o foco na Copa (2014) e nos Jogos Olímpicos (2016), contribuiu para o incremento da promoção internacional do Maranhão, favorecendo a promoção turística, não somente de São Luís, como também de Alcântara e de Barreirinhas, além de proporcionar a apreciação de nossos pacotes turísticos por estrangeiros nos mercados da Europa e América Latina, abrangendo França, Argentina, Peru e Colômbia. A ação revelou como os principais atores deste cenário puderam colaborar para a promoção eficiente de uma imagem internacional do Maranhão, colocando em marcha e imprimindo o ritmo da promoção ainda no ano de 2013, que permanece colhendo resultados na parceria entre as Secretarias Municipais de Turismo e o Governo | 46

Federal, como parte concêntrica do movimento que é comandado não somente por uma, mas por todas as entidades relacionadas aos atrativos e serviços turísticos do Maranhão e de estados lindeiros. Apresentamos o nosso potencial turístico e patrimônio material e imaterial para inúmeros agentes de viagens e empreendedores que movimentam a economia do turismo nacional, possibilitando, assim, a captação de parceiros e um aumento de visitantes ao nosso destino. Mantivemos o contato estreito com o trade nacional realizando campanhas semanais por meio de e-mail marketing, nas quais alcançamos mais de 500 (quinhentos) contatos, dentre estes, instâncias locais, agências, operadoras, hotéis, pousadas em todo o Brasil, resultado do marketing de relacionamento realizado nos eventos. Utilizamos o marketing turístico digital mediante o uso das mídias sociais – site, aplicativo móvel, redes sociais, lives – com mais de 16.300 seguidores no Facebook (Turismo São Luís), Instagram (@turismo.saoluis) e Twitter (@ turismosaoluis). As nossas ações de marketing turístico também vislumbraram a divulgação de nossos eventos culturais promovidos pela Setur, dentre os quais estão, o Passeio do Reggae, o Programa Reviva, o Sarau Histórico, o Passeio Serenata e Conheça São Luís nas Férias, o que possibilitou o alcance de inúmeros participantes pela estimativa de 54 edições realizadas.

ção e competitividade do Destino São Luís diante dos destinos já consolidados do Brasil. 5 CONCLUSÃO A Secretaria Municipal de Turismo conseguiu, nos anos de 2013 a 2020, firmar e valorar sua atuação no mercado turístico nacional e internacional. As realizações das atividades de promoção do Destino foram incrementadas e foi perceptível um aumento progressivo do interesse de visitantes e da comunidade local pela cidade de São Luís. A otimização do plano de divulgação do destino fez com que os recursos fossem melhor aplicados em ações previamente planejadas. O desenvolvimento de um bom relacionamento com o Trade foi significativo neste processo, uma vez que as ações, tanto nacionais como internacionais, foram planejadas e executadas com parcerias de diversos setores do Turismo local. Empresários tiveram a oportunidade de negociarem os produtos do Destino diretamente com Operadores e Agentes de Viagens. Matérias jornalísticas foram amplamente divulgadas nos destinos trabalhados. Com as redes sociais e a consolidação da marca do Destino São Luís, foi possível um alcance maior do público final. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Turismo. Marketing de Destinos Turísticos. Brasília: Ministério do Turis-

mo, 2015. Disponível em: <http://www.turismo. gov.br/publicacoes/item/60-marketing-de-destinos-turisticos.html>. Acesso em: 20 set. 2020. Destinos Indutores. Observatório do Turismo de Minas Gerais, 2020. Disponível em: <https:// www.observatorioturismo.mg.gov.br/?p=4739>. Acesso em: 23 set. 2020. MOLETTA, Vânia Florentino; GOIDANICH, Karin Leyser. Turismo Cultural. 3. Ed. Porto Alegre: Sebrae, 2000. MONACO, Juliana. 46% dos latino-americanos planejam viajar ainda em 2020. Portal Panrotas, 2020. Disponível em: < https://www.panrotas.com. br/mercado/pesquisas-e-estatisticas/2020/06/ 46-dos-latino-americanos-planejam-viajar-ainda-em-2020_174478.html>. Acesso em: 28 jul. 2020. MOTA, Keila Cristina Nicolau. Marketing Turístico. (Coord.) Cassandra Ribeiro Joye. Fortaleza: UAB/IFCE, 2011. SOUZA, Anderson Gomes de; KOVACS, Michelle Helena. Marketing Turístico e Promoção: uma análise sobre as ações de comunicação empreendidas pela empresa de turismo de Pernambuco. In: Revista Turismo Visão e Ação – Eletrônica, v. 11, nº 2, 2009. p. 201 – 217. Disponível em: < https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rtva/article/view/1263>. Acesso em: 15 set. 2020.

Assim, as ações de marketing realizadas pela Setur proporcionaram ao nosso público final – agentes, operadoras, comunidade – um conhecimento mais amplo sobre os saberes, os eventos culturais e as formas de expressão de nossa sociedade ludovicense, além de promover a sustenta47 |

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Figura 12 – Apresentação do grupo Parafolclórico


(PROMOTUR)

Depoimentos “A forma de descobrir a culinária maranhense foi incrível, vivenciar a prática de escolher o caranguejo, limpar, até ser servido na mesa, foi magnífico. Achei exótico e original descobrir a gastronomia por meio de um tour. E as pessoas daqui são muito hospitaleiras. São Luís possui um patrimônio riquíssimo, uma culinária deliciosa. É realmente uma cidade que tem muito a contar e mostrar. O roteiro por completo é belíssimo.” Pauline Breteche Operadora de Turismo da França “Que comida gostosa e variada! E a experiência do manejo e preparo do camarão e caranguejo foi muito interessante. As sobremesas e sucos são muito diferentes. Adorei!” Claudia Ugarte Jornalista do Peru

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“Lindo! Esse colorido. A forma de dançar contagia, arrepia.” Juliana Ramirez Jornalista da Colômbia “O que é esse arroz de cuxá e o suco de bacuri?! Que delícia! Um sabor único. Dizer que estou encantado é pouco diante desse patrimônio cultural, da arquitetura de São Luís, da rica história.” Juan Uribe Jornalista da Colômbia “Aqui em São Luís, a gente parece ter voltado ao passado com os casarões históricos que vocês possuem. A comida também é muito diferente, muito marcante. É uma cidade extremamente linda.” Griselda Martinez Jornalista da Argentina “Bela cidade! Gostei muito de conhecer a capital.” Gonçalo Chaves Operador de Turismo da Argentina | 48

“São Luís tem muito a oferecer aos argentinos, porque gostamos de ambientes diferentes. Não só as praias, mas gostamos também da cultura e da história. E esta cidade é muito rica neste sentido.” Mônica Martin Jornalista da Argentina

MERCADO MUNICIPAL DE SÃO PAULO “Um espaço como esse para apresentar a cidade oportuniza que nós, profissionais responsáveis por vender o destino, tenhamos muito mais informações sobre a cidade. Fica muito mais fácil vender um destino quando se conhece mais sobre ele.” Cora Torlai Gerente da Agência de Viagens Abreutur, com sede em São Paulo. “Lindo! Adorei as cores, a vibração do maranhense. E no São João tem muito mais pessoas se apresentando. Deve ser maravilhoso.” Brenda Figueirêdo Turista de Minas Gerais “Sempre tive muita vontade de conhecer São Luís. A gente vê na TV que é uma cidade muito bonita. Gostei das informações de vocês, agora deu até vontade de me programar para ir lá, nas férias.” Jaqueline Moura Turista de Imperatriz - MA

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PROMOÇÃO INTERNACIONAL

ABAV “É diferente você pesquisar na internet, falar com alguém que não conhece o destino. Quando você tem um contato mais próximo, como nesse caso, fica muito mais fácil vender o destino para o público final, as pessoas que buscam a nossa agência.” Fabiano Oliveira Agente de turismo da CVC de São Paulo

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SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO TURÍSTICA EM SÃO LUÍS/MA Ana Luíza Ferro Cunha Jandira Miranda Resumo: Este artigo tem o objetivo de apresentar a importância da sinalização turística, além de analisar o Projeto de Sinalização Turística aplicado na cidade de São Luís, desenvolvido pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Turismo, e executado pela Coordenação de Planejamento - COPLAN. A pesquisa possui caráter teórico empírico, com abordagem metodológica fundamentada em pesquisa bibliográfica, somada ao levantamento da sinalização indicativa e direcional existente, implantada pela Prefeitura no período de 2013 a 2020; e posterior análise dos dados obtidos na aplicação de formulários semiestruturados com grupos específicos de turistas e visitantes, a fim de saber o grau de satisfação acerca da sinalização. Os resultados desta pesquisa indicam que o projeto de sinalização turística, desenvolvido e aplicado pela Secretaria de Turismo de São Luís, foi importante na comunicação turística e acessibilidade para os usuários.

1 INTRODUÇÃO

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A prática do turismo é uma das principais atividades econômicas do mundo contemporâneo, abrangendo dimensões econômicas, sociais, políticas, culturais, ambientais, entre outras. Essencialmente, é um movimento de pessoas e atendimento às suas necessidades, impulsionando o mercado em diversos setores, gerando emprego e renda para a comunidade. Para Barretto (1991), é um fenômeno de interação entre o turista e o núcleo receptor, e de todas as atividades decorrentes dessa relação. Nesse contexto, é necessário ressaltar a importância de uma estrutura adequada para o atendimento das necessidades básicas do turista. Planejar essa estrutura é fundamental para melhorar a qualidade da permanência do turista no destino escolhido, pois ações planejadas resultam na minimização de impactos advindos do desenvolvimento das práticas turísticas. | 50

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Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

Nesse sistema viário, a sinalização turística se apresenta como um elemento fundamental, seja na indicação de trânsito, como também na orientação turística, auxiliando e direcionando os visitantes para os destinos pretendidos com objetividade e segurança, melhorando suas experiências no local, além de concretizar a interação entre o turista e o destino. Sabendo que a sinalização turística é fundamental para o desenvolvimento turístico local, esse artigo se propõe a discutir a importância da Sinalização de Orientação Turística para um destino e analisar o Projeto de Sinalização Turística desenvolvido pela Secretaria de Turismo de São Luís-MA, apresentando os equipamentos implantados. Esta pesquisa possui caráter teórico empírico, com procedimento metodológico que consiste na pesquisa bibliográfica, levantamento da sinalização indicativa e direcional existente, implantada pela Prefeitura no período de 2013 a 2020, e análise dos dados obtidos na aplicação de formulários semiestruturados com grupos específicos de turistas e visitantes, a fim de compor resultados sobre o grau de satisfação acerca da sinalização. 2 TURISMO E SINALIZAÇÃO O turismo implica o deslocamento temporário de pessoas para fora do seu local de residência habitual, as quais, afastadas de seu ambiente cotidiano, se deparam com locais e situações que | 52

não lhe são comuns, pois no destino da viagem não são encontradas as suas referências de vivência diária, como paisagens, ruas, praças, edificações, equipamentos urbanos e elementos de sinalização, colocando os turistas em situações que os fazem necessitarem de atendimentos específicos. A ausência de novos referenciais durante o percurso e no local visitado compromete diretamente a qualidade da viagem, podendo influenciar negativamente na avaliação da imagem do destino visitado. Esses novos referenciais de sinalização no destino, que se apresentam por meio de placas, devem acontecer da forma mais abrangente possível e em total conformidade com os demais sistemas de circulação e sinalização viárias locais. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) alerta para a importância dessa comunicação – sinalização – estar integrada, de forma harmônica, aos espaços urbano e rural, com o mínimo de interferência sobre o meio, especialmente, os visuais e os relacionados à livre circulação de pedestres e veículos. Nesse sentido, a implantação de um Sistema de Sinalização Turística adequado às características do destino é de fundamental importância, pois garante que informações básicas de orientação sejam fornecidas, auxiliando o deslocamento em territórios desconhecidos. Para Souza (2006, p. 168), a sinalização turística: [...] está comprometida em tornar o lugar compreensível para os visitantes, explicável e passível de ser percebido individual e coletivamente.

A Sinalização Turística, portanto, é uma importante ferramenta de informação. Uma alternativa para melhorar os deslocamentos dos turistas e, consequentemente, a sua experiência na região de destino, sendo indispensável na infraestrutura turística das localidades.

3 SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO TURÍSTICA Segundo o Guia Brasileiro de Sinalização Turística do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Sinalização de Orientação Turística é: [...] a comunicação efetuada por meio de um conjunto de placas de sinalização, implantadas sucessivamente ao longo de um trajeto estabelecido, com mensagens escritas ordenadas, pictogramas e setas direcionais (IPHAN, 2001).

A Sinalização de Orientação Turística tem como objetivo informar os usuários sobre a existência de atrativos, serviços turísticos e outros referenciais, além da distância e os melhores percursos de acesso para se chegar ao local pretendido, possibilitando o consumo dos espaços turísticos com segurança e autonomia. Tem função indicativa e educativa, difundindo mensagens que contribuem para a divulgação e conhecimento dos atrativos. Possibilita, ainda, a democratização do acesso ao bem cultural ou natural e sua consequente valorização pela comunidade. É de grande importância para o desenvolvimento da atividade turística, pois quando elaborada de forma planejada, colabora na definição de uma identidade no mercado, definindo os segmentos que se deseja atingir. Na elaboração de um projeto de sinalização turística, deve-se estar atento à dinâmica da região ou da cidade a ser sinalizada, seu plano de ordenamento e as diretrizes turísticas locais. Deve-se, também, atentar para a importância de um levantamento criterioso dos atrativos existentes na localidade, identificando seu potencial turístico e suas condições para recebimento do público-alvo. De acordo com o IPHAN (2013), na elaboração dos projetos de Sinalização Turística, vários aspectos precisam ser levados em consideração para garantir sua homogeneidade e eficácia. Entre eles, podemos destacar:

Legalidade: Cumprir o estabelecido no Código de Trânsito Brasileiro – CTB, nas Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) – e na legislação de preservação de sítios tombados pelo IPHAN. Padronização: Seguir os padrões preestabelecidos acerca das formas, cores, letras, tarjas, setas, pictogramas e aplicações. Visibilidade, Legibilidade e Segurança: As informações devem ser lidas a uma distância segura para tomada de decisão em tempo hábil. Deve-se garantir a integridade dos monumentos e sítios onde as placas serão instaladas, além da segurança dos usuários na seleção dos trajetos. Suficiência: As mensagens devem atender às necessidades de deslocamento dos usuários. Continuidade e Coerência: Assegurar a continuidade das mensagens até atingir o destino pretendido de forma coerente, precisa e confiável. Segundo o Guia Brasileiro de Sinalização Turística, para estabelecer um sistema de sinalização de orientação turística, que atenda o deslocamento do maior número de usuários, motorizados ou a pé, é necessário identificar quais os elementos básicos que permitem uma maior eficiência na comunicação com esses usuários, para, assim, definir estratégias de sinalização turística, ou seja, basicamente definir, por meio da escolha dos melhores trajetos, como pedestres e usuários de veículos podem utilizar a infraestrutura local para atingir os atrativos existentes. Duas etapas devem ser consideradas na definição dessas estratégias: o diagnóstico da situação atual, que consiste no levantamento e análise das informações regionais, municipais e locais; definição da lógica a ser adotada, que contempla o diagnóstico da rede viária para veículos e pedestres, bem como dos atrativos turísticos. 53 |

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Assim, investir em serviços básicos, como energia elétrica, água, esgoto, transporte, segurança, meios de hospedagem, alimentação e comunicação, devem ser prioridades. A infraestrutura do sistema viário e de transporte local é especialmente relevante para o desenvolvimento do turismo em um destino, pois sem condições básicas de acesso e meios de transporte, o turismo não é capaz de existir.


O IPHAN (2013), ressalta que a sinalização turística para pedestres, quando bem formulada e integrada às políticas locais, contribui para a diminuição do número de veículos em áreas congestionadas ou inadequadas ao trânsito intenso, a exemplo dos centros urbanos e núcleos históricos como o Centro Histórico da cidade de São Luís.

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4 SINALIZAÇÃO TURÍSTICA DE SÃO LUÍS – MA A Secretaria de Turismo de São Luís-MA, no ano de 2014, realizou um levantamento sobre os equipamentos de sinalização na cidade e constatou que os principais corredores turísticos, além da maioria dos atrativos, não eram sinalizados, ou seja, que a sinalização existente não atendia, satisfatoriamente, a comunidade local e os visitantes. Com o objetivo de sanar essa deficiência, a Secretaria de Turismo de São Luís desenvolveu o projeto Sinalização Turística, a partir de um trabalho criterioso de pesquisa documental e de campo, onde se levou em consideração a natureza do local e os bens a serem sinalizados, buscando, por meio de recursos próprios e junto ao Ministério do Turismo, sua viabilidade. No ano de 2015, a Secre| 54

taria iniciou a elaboração de processos licitatórios para contratação de empresas especializadas na confecção e instalação de equipamentos e instrumentos de sinalização turística. O projeto de sinalização da Setur São Luís foi pautado nas especificações contidas no Guia de Sinalização Turística elaborado pelo Ministério do Turismo e, diante do fato de São Luís ser Patrimônio Cultural da Humanidade, devido a importância do seu acervo arquitetônico construído entre os séculos 18 e 19, também foi utilizado, como fonte de pesquisa na construção do projeto, o Guia de Sinalização para Sítios Históricos elaborado pelo IPHAN. Os equipamentos de sinalização turística foram instalados em diversos pontos da cidade, mas com atenção especial ao local onde incide o tombamento federal. Dentre os equipamentos adquiridos e instalados, podemos destacar: a) Totens verticais para identificação de entrada no sítio Os totens verticais têm como missão identificar, de forma rápida e a uma visão distante, o acesso ao sítio. Foram instalados 7 totens nas principais entradas da cidade. Figura 1 – Totens verticais

b) Placas interpretativas de pedestres As placas de pedestres têm como objetivo orientar o turista na condição de pedestre. Foram instaladas 21 placas dentro do Centro Histórico da cidade.

selecionados 34 atrativos para receberem as placas, instaladas na área externa dos monumentos.

Figura 4 – Placas interpretativas (Monumentos)

Figura 2 – Placas interpretativas

Fonte: BAETA (2020)

Fonte: BAETA (2020)

c) Placas interpretativas para mapas e planos Essas placas possuem duas faces, sendo uma com o mapa e informações da cidade, e outra com o mapa de uma área selecionada contendo o sítio considerado Patrimônio Mundial. Foram instaladas 19 placas.

e) Placas de sinalização turística vertical de direção São placas com sinalização vertical de indicação de vias e locais de interesse, tem a função de orientar condutores de veículos quanto aos destinos e distâncias. Foram instaladas 56 unidades nas principais vias da cidade. Figura 5 – Placas de sinalização

Figura 3 – Placas Interpretativas (mapas)

Fonte: BAETA (2020)

Fonte: BAETA (2020)

Fonte: Ana Luíza Ferro (2020)

d) Placas interpretativas para as fachadas dos monumentos

f) Pórticos de sinalização turística Pórticos com placas indicativas de direção. Foram instalados 14 pórticos em diversos pontos da cidade.

Destinadas à indicação de um monumento considerado Patrimônio da Humanidade. Foram 55 |

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Outro fator importante a ser considerado é que a sinalização turística, destinada a orientar o ocupante do veículo motorizado, muitas vezes não atende os usuários quando estes estão na condição de pedestre. Na sinalização para pedestres também devem ser garantidos os melhores percursos, priorizando a integração e conexão entre os atrativos, suas características relevantes, distâncias e localização dos principais pontos de interesse turístico. Além de disso, é importante oferecer informações úteis por meio de placas direcionais, placas interpretativas contendo informações históricas e visuais, como mapas e desenhos. Na elaboração do projeto, deve-se atentar para os percursos com limitações de deslocamento a pé.


Fonte: BAETA (2020)

g) Mapas turísticos Foram confeccionados 100.000 mapas turísticos, disponibilizados nos principais pontos de atendimento ao turista – Centrais de informações turísticas, agências de viagens, hotéis e pousadas, etc. Figura 7 – Mapas Turísticos

-MA, foi construído a partir de um levantamento criterioso da sinalização existente, onde se percebeu a grande necessidade de melhoria e ampliação do sistema de sinalização de orientação turística da cidade. O projeto foi implementado consoante os princípios da Padronização, Legalidade, Visibilidade, Segurança, Suficiência Continuidade e Coerência, garantindo uma sinalização homogênea e eficaz. Todas as áreas consideradas turísticas foram sinalizadas a contento. Observando os gráficos a seguir, podemos afirmar que houve um aumento considerável no grau de satisfação acerca da sinalização turística existente em São Luís. Em 2018, aproximadamente 33% dos turistas consideravam a sinalização da cidade entre Excelente e Bom. Em 2019, já com 80% dos equipamentos instalados, esse percentual aumentou para 56% de aprovação.

Figura 9 – Infográfico sobre Sinalização 2019

Figura 8 – Infográfico sobre Sinalização 2018

Fonte: Infográfico SETUR (2019)

Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fonte: Ana Luíza Ferro (2020)

5 DISCUSSÕES E RESULTADOS A sinalização turística de um destino é de grande importância, pois é capaz de influenciar diretamente na experiência do visitante. Compreender a relevância que a sinalização exerce no deslocamento do turista é imprescindível para a tomada de decisão dos gestores locais. O projeto de Sinalização, desenvolvido e aplicado pela Secretaria de Turismo de São Luís| 56

Fonte: Infográfico SETUR (2018)

Pode-se afirmar que o projeto de sinalização da Secretaria de Turismo de São Luís cumpriu o seu objetivo, tendo em vista as alterações significativas ocorridas devido à implantação dos diversos equipamentos de sinalização nos espaços da cidade, refletindo de forma positiva na comunicação turística e acessibilidade dos usuários.

REFERÊNCIAS BARRETTO, M. Planejamento e organização em turismo. Campinas: Papirus, 1991.

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Brasília: IPHAN, 2013. 44 p., il. Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/ arquivos/Manual_Sinalizacao_Patrimonio_Mundial.pdf>. Acesso em: 25 set. 2020. BRASIL. Ministério do Turismo. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Guia Brasileiro de Sinalização Turística. Brasília: Ministério do Turismo; IPHAN, 2001. Disponível em: < http:// www.turismo.gov.br/publicacoes/item/41-guia-brasileiro-de-sinalizacao-turistica.html>. Acesso em: 26 set. 2020. SÃO LUÍS. Secretaria Municipal de Turismo. Boletim do Turismo. São Luís: Setur, 2018. Disponível em: < https://www.saoluis.ma.gov.br/setur>. Acesso em: 25 set. 2020. SÃO LUÍS. Secretaria Municipal de Turismo. Boletim do Turismo. São Luís: Setur, 2019. Disponível em: < https://www.saoluis.ma.gov.br/setur>. Acesso em: 25 set. 2020. SOUZA, M. E. A. Sinalização turística e percepção do espaço geográfico. In: Turismo – Visão e Ação, Itajaí, v.8, n.1, 165-176, 2006. Disponível em: < https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rtva/article/view/504>. Acesso em: 25 set. 2020.

BRASIL. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Sinalização do Patrimônio Mundial no Brasil: orientações técnicas para aplicação / 57 |

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Figura 6 – Pórticos de sinalização


O TURISMO E A PESQUISA:

Importância para definição das políticas públicas de um destino

Brenda Rodrigues Coelho Leite Édipo Vinícius Costa Pinto Esli dos Santos Oliveira Letícia Cynara Santos Silva

Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

Resumo: Este artigo tem o objetivo de apresentar as informações referentes às pesquisas que foram realizadas pela Secretaria Municipal de Turismo (Setur), com o apoio da Coordenação de Análise Mercadológica (Cooam) e em parceria com outras entidades públicas e privadas, durante os anos de 2013 a 2020, as quais buscaram identificar o perfil do turista/visitante. A identificação do perfil dos turistas colabora para a concepção das políticas públicas, além de tornar o destino São Luís-MA mais competitivo em relação ao turismo desenvolvido na cidade. Portanto, os dados apresentados nesse estudo, analisados sob o método quali-quantitativo, advém da aplicação de questionários nos períodos festivos da cidade e feriados nacionais prolongados, de pesquisas na alta e baixa temporada, além da taxa do Boletim de Ocupação Hoteleira – BOH.

1 INTRODUÇÃO As pesquisas científicas, sejam elas quantitativas ou qualitativas, têm grande importância e impacto na sociedade. É por meio delas que podemos gerar conhecimento. Para Azevedo (1998), o conhecimento adquirido é fruto de questionamentos até então não elucidados. Demonstrando que toda e qualquer área que houver indagações se beneficiará de uma pesquisa. Dentre os diversos campos de estudo, destaca-se aqui, o Turismo, área multi e interdisciplinar, | 58

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O Turismo é uma atividade socioeconômica que gera impacto na sociedade, os quais podem ser positivos ou negativos. Dessa forma, a pesquisa no turismo tende a beneficiar a todos os envolvidos nessa atividade, como o Governo e Sociedade Civil – por meio das políticas públicas – o trade turístico e os próprios turistas. Diante desse panorama, este artigo tem como objetivo apresentar as ações realizadas pelo setor da Cooam, vinculada à Setur, durante a gestão do prefeito vigente, no período de 2013 a 2020.

Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

As pesquisas aqui apresentadas foram se moldando ao longo dos anos para buscar responder as principais dúvidas e necessidades do mercado turístico de São Luís, como por exemplo: o perfil do turista, a ocupação da rede hoteleira, os principais atrativos da cidade, entre outras questões, ao mesmo tempo em que acompanha as principais tendências de pesquisa do mercado turístico nacional, tornando-se o termômetro para o desenvolvimento das políticas públicas da cidade. Dessa maneira, este artigo divide-se em seções que discutem a relevância da pesquisa no turismo, em seguida, descrevem o setor e a importância deste para o desenvolvimento de pesquisas no turismo, com ênfase no âmbito municipal de São Luís, culminando na apresentação descritiva das ações realizadas e divulgadas em diversos meios, notadamente, em mídias eletrônicas. 2 A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NO TURISMO Toda pesquisa requer uma estruturação prévia para buscar responder as “perguntas chaves” e, então, se tornar uma fonte dados confiáveis. Segundo a literatura: [...] toda pesquisa de fato se inicia quando o pesquisador questiona, interroga a realidade, quando aborda questões que visem ao seu | 60

desvelamento. É mediante esse questionamento que o pesquisador transforma o tema da pesquisa num objeto científico, ou seja, num problema de pesquisa (LEAL; HOSTINS, 2000, p. 11).

Assim, conforme descrito pelos autores, o pesquisador deve questionar, interrogar e, por fim, transformar em dados científicos. Diante disso, as pesquisas realizadas no turismo não são diferentes, pois se percebe que há necessidade de perpassar por esses caminhos para desenvolvê-las. Segundo Rejowski (1998, p.13): Na área do turismo, como em qualquer outra área do conhecimento (nas ciências humanas e sociais ou nas ciências exatas e naturais), o processo de desenvolvimento está estreitamente ligado à pesquisa e ao ensino.

Desse modo, as pesquisas realizadas no campo do turismo são diversificadas. As informações coletadas podem ajudar em diversas atividades, tais como orientar no planejamento turístico, auxiliar em futuros investimentos, conhecer o público consumidor (visitantes) e, principalmente, melhorar a prestação de serviços para que seu cliente esteja sempre satisfeito. Com isso, será possível avaliar os diferentes aspectos do turismo, dando suporte à tomada de decisão e a efetiva criação de políticas para o setor. (MINAS GERAIS, 2018)

Dentre uma variedade de indicadores, a Setur trabalha, principalmente, com o levantamento de informações nos boletins informativos, com dados sobre a oferta e demanda turística, que engloba pesquisas de carnaval, pesquisas da festa junina, pesquisas de alta temporada e baixa temporada, ocupação de hotéis, entre outros. 3 AS PESQUISAS EM TURISMO A realização de pesquisas no segmento do turismo é necessária para identificar e buscar melhorias para o local em que está sendo desenvolvido. Seus resultados tornam-se norteadores das ações contidas nas políticas públicas realizadas por esta secretaria.

Desta forma, há vários tipos de pesquisas realizadas pelo setor turístico, por exemplo, pesquisa de demanda, pesquisa em eventos, pesquisa na hotelaria, pesquisa nos transportes, pesquisa em marketing turístico e outras. A Setur realiza três dessas tipologias de pesquisas, as quais são primordiais para o desenvolvimento de políticas públicas na localidade – a pesquisa de demanda, a pesquisa em eventos e a pesquisa na hotelaria. A pesquisa de demanda turística envolve aspectos relevantes para traçar o perfil do turista e/ou visitante de uma localidade, uma vez que ela gera dados sobre a alta e baixa temporada. Assim, ela faz um levantamento dos motivos da viagem, o nível socioeconômico do visitante, a infraestrutura da cidade e os principais produtos consumidos em sua estadia e, também, analisa o perfil e gasto médio de cada um. A pesquisa em eventos é uma maneira de entender qual é o público participante e o perfil desse consumidor, que pode acontecer de duas formas: o turismo interno e o turismo externo. Além disso, servem para avaliar os eventos culturais, gastronômicos, festejos religiosos e diversas feiras que movimentam a economia local. A pesquisa na hotelaria é realizada por meio do Boletim de Ocupação Hoteleira (BOH), que é um relatório preenchido pelos diversos meios de hospedagem de uma localidade, conforme estabelece o Ministério do Turismo (MTUR), e enviado mensalmente à secretaria de turismo local. O BOH contém as principais informações para verificar o fluxo turístico de uma cidade, como taxa de permanência média, taxa de ocupação hoteleira, número de leitos ocupados diariamente, entrada e saída de hóspedes, entre outros aspectos. A coleta dos dados é feita via BOH, seguida da realização de análise desses dados para planejar ações de fomento do turismo local. O Sistema de Informação relacionado à atividade turística contempla, ainda, um banco

de dados, composto por todas as informações referentes ao turismo municipal, tais como contatos de agências e operadoras turísticas; meios de hospedagem e empresas ou instituições afins que, direta ou indiretamente, estão ligadas à atividade. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES De 2013 a 2020, a Cooam realizou diversas pesquisas de demanda turística. As pesquisas foram desenvolvidas pelo próprio corpo técnico da Setur, com a parceria e apoio dos estagiários, universidades/faculdades, institutos federais, observatórios municipal e estadual do turismo, além de empresas privadas. Nos primeiros anos (2013 - 2016), as realizações das pesquisas de demanda tiveram como apoio a contratação de uma empresa privada ou parcerias de universidades, como mostram os quadros a seguir. Quadro 1 – Pesquisas da COOAM em 2013 2013 Pesquisa realizada Demanda Turística - Carnaval (1) Demanda Turística - Baixa Estação (2) Demanda Turística - Festa Junina (3) Demanda Turística - Alta Estação (2) Demanda Turística - Baixa Estação (2) Demanda Turística - Aeroporto (2)

Mês de Aplicação Fevereiro maio Junho Julho Novembro Dezembro

Fonte: Setur (2020)

Quadro 2 – Pesquisas da COOAM em 2014 2014 Pesquisa realizada Demanda Turística - Alta Estação (2) Demanda Turística - Baixa Estação (2) Demanda Turística - Festa Junina (4) Demanda Turística - Alta Estação (2) Demanda Turística - Baixa Estação (2)

Mês de Aplicação Janeiro Maio Junho julho Novembro

Fonte: Setur (2020)

Quadro 3 – Pesquisas da COOAM em 2015 2015 Pesquisa realizada Demanda Turística - Alta Estação (2) Demanda Turística - Baixa Estação (5) Demanda Turística - Festa Junina (5) Demanda Turística - Alta Estação (5) Demanda Turística - Aeroporto (2) Demanda Turística - Baixa Estação (5)

Mês de Aplicação Janeiro Maio Junho Julho Agosto Setembro Novembro

Fonte: Setur (2020) 61 |

Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

que perpassa pela Economia, Administração, Cultura, Geografia, Meio Ambiente, Gastronomia, entre outros campos do Saber.


2016 Pesquisa realizada Demanda Turística - Alta Estação (2) Demanda Turística - Festa Junina (5)

Mês de Aplicação Janeiro Junho

Fonte: Setur (2020)

Quadro 5 – Pesquisa da COOAM em 2017 2017 Pesquisa realizada Demanda Turística - Festa Junina (2)

Mês de Aplicação Junho

Fonte: Setur (2020)

Quadro 6 – Pesquisas da COOAM em 2018 2018 Pesquisa realizada

Mês de Aplicação

Perfil de turista - CAT (6) Demanda Turistica-Alta Temporada (7) Demanda Turistica-Baixa Temporada (7) Demanda Turistica (Alta Temporada) - São João (7)

Janeiro - Dezembro 19 a 21 de Janeiro 13 a 15 de Abril 21 a 30 de Junho 28 a 30 de Julho

Demanda Turistica-Alta Temporada - Férias (7)

13 a 15 de Julho

Demanda Turistica-Baixa Temporada (7)

Todas as pesquisas tiveram parceiros e apoio1 de empresas, instituições de ensino e órgãos públicos, entre outros, sinalizados nas referidas pesquisas. Os resultados encontram-se para acesso público em relatórios documentados na Setur. Além desses relatórios, os resultados foram compactados em um anuário de pesquisa, exposto na figura abaixo, que foi distribuído de forma gratuita para o trade turístico. Figura 1 – Foto da capa do Anuário Estatístico: Perfil do Turista 2013 - 2014

Quadro 7 – Pesquisas da COOAM em 2019 Carnaval - Aeroporto (7) Passeio Serenata (8) Sarau histórico (8) Festa Junina (7) Demanda Turistica-Alta Temporada (7) Demanda Turística - Carnaval (7) Demanda Turística - Semana Santa (7) Demanda Turistica (Baixa Temporada) (7)

Secretaria Municipal de Turismo (Setur) 2013 a 2020

Demanda Turistica (Alta Temporada) - São João (7) Demanda Turistica (Alta Temporada) (7) Semana da Pátria (7) Demanda Turistica (Baixa Temporada) (7) Demanda Turística - Reveillon (7)

Fonte: Setur (2020)

Quadro 8 – Pesquisas da COOAM em 2020 2020 Pesquisa realizada

Perfil do Turista (Alta estação) (7) Carnaval (Ação de Boas Vindas) - Aeroporto (7) Demanda Turistica (Alta Temporada) (7) Demanda Turística - Carnaval (7)

Fonte: Setur (2020)

Quadro 9 – BOH 2018-2019

Fonte: BOH (2018-2019)

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Mês de Aplicação Janeiro Fevereiro 17 a 19 de Janeiro 26 de Fevereiro

4.1 Pesquisa de Demanda A pesquisa de demanda turística acontece no primeiro semestre, geralmente no mês de janeiro (alta) e maio (baixa) e no segundo semestre, no mês de julho (alta) e novembro (baixa). Estas pesquisas são realizadas nos principais portões da ci-

As principais informações coletadas do perfil do visitante foram a procedência, dados socioeconômicos, meios de hospedagem e transporte utilizados, o gasto médio, tempo de permanência média e infraestrutura da cidade.

Mês de Aplicação Fevereiro Outubro e Novembro Outubro a Dezembro Junho 25 a 27 de Janeiro 06 de Março 21 de Abril 03 a 05 de Maio 21 a 23 de Junho 27 a 30 de Junho 19 a 21 de Julho 08 de Setembro 25 a 27 de Outubro 29 e 30 de Dezembro

Todas as pesquisas realizadas surgem a partir da necessidade de obtenção de informações sobre o turismo na cidade de São Luís, como mostra as descrições seguintes sobre a pesquisa de demanda, a pesquisa de eventos e a pesquisa na hotelaria.

dade, que são o Aeroporto Marechal da Cunha Machado, Terminal Rodoviário de São Luís, Ferry-Boat, Porto do Itaqui e Trem de Passageiros da Vale.

23 a 25 de Novembro

Fonte: Setur (2020)

2019 Pesquisa realizada

informações contidas nele” (MINAS GERAIS, 2018).

Fonte: Setur (2020)

Devido à parceria firmada com o Observatório de Turismo, vinculado ao Grupo de Pesquisa “Turismo, Cidades e Patrimônio” da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e à Secretaria de Cultura e Turismo do Maranhão (SECTUR-MA), a partir de 2018, a Setur ampliou suas pesquisas, atualizando sua forma de divulgação dos dados e entrando na era digital, com o desenvolvimento de infográficos. “O infográfico serve como uma ferramenta para facilitar a compreensão do leitor. Trata-se de uma união de informações e elementos visuais (imagens, desenhos e demais elementos gráficos). [...] priorizando a compreensão das

Em sua maioria, os turistas e visitantes provém do estado de São Paulo, seguido do Rio de Janeiro, Pará e Ceará. Em relação ao gasto médio, há uma variação consoante o período que é realizado, pois na baixa estação chega até R$100,00 (cem reais) e na alta estação ultrapassa o valor de R$200,00 (duzentos reais). Essas e outras informações estão presentes nos infográficos disponibilizados por meio dos sítios eletrônicos (site do observatório de turismo) e mídias sociais (instagram e site da prefeitura).

Diante desse cenário, verificou-se que há necessidade de realização de pesquisas nesses eventos já consolidados no calendário da atual gestão, dentre os quais estão o Festejo Junino, conhecido a nível mundial, e o Projeto Reviva – Sarau Histórico e Passeio Serenata – que é promovido pela Setur com o intuito de desenvolver o sentimento de pertencimento e preservação do patrimônio local, resgatando a memória por intermédio das canções e histórias que são cantadas e contadas pelas ruas do Centro Histórico de São Luís-MA; e que vem atraindo milhares de pessoas a cada edição. Esses eventos que acontecem na cidade colaboram para o fomento do turismo local, sendo relevante entender a satisfação em relação à organização e promoção dos mesmos. As pesquisas aplicadas durante os eventos do Sarau Histórico e Passeio Serenata, realizados no ano de 2019, revelam que seu público é proveniente, em grande parte, do próprio estado (94,12%), demonstrando a grande aceitação e interesse da população sobre sua cultura e história, seguido de visitantes de outros estados como Acre, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo. Destaca-se que o público presente nestes eventos os considera excelente/bom (97,06%) em relação à qualidade das apresentações. Gráfico 1 – Potencial de sensibilização dos eventos em relação ao Patrimônio Histórico

4.2 Pesquisa em Eventos São Luís é uma cidade de efervescência cultural, atraindo muitos turistas e visitantes.

Fonte: Setur (2020)

Com base nas informações anteriores, percebe-se que o Projeto Reviva fomenta o turismo local, apoia a cultura na cidade, além de es63 |

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Quadro 4 – Pesquisas da COOAM em 2016


Já durante o São João, temos uma mudança no perfil do visitante, uma vez que o número de turistas e visitantes aumenta consideravelmente neste período. Observa-se, a partir dos dados fornecidos no sítio eletrônico da Infraero, que o número de voos é maior. Com isso, a cidade recebe, principalmente, turistas e visitantes dos estados de São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Pará e Rio Grande do Sul. Destaca-se, também, o tempo de permanência média, que tem aumentado nessa data de 1 a 5 dias por estadia, além do gasto médio diário no valor de R$201,00 (duzentos e um reais). Um outro aspecto é a experiência dos turistas e visitantes, que teve 85,72% de aprovação da programação cultural do período, sendo que 79,52% participou pela primeira vez e teve uma experiência encantadora com a cultura e história local, apresentadas nos pontos culturais da Ilha de São Luís.

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4.3 Pesquisa na Hotelaria Atualmente, a Cooam trabalha com 31 meios de hospedagem, que enviam mensalmente o BOH para a Setur, todos com registro no Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos (CADASTUR). Por meio do BOH, é realizado a análise dos principais dados – taxa de ocupação hoteleira, tempo de permanência média, leito e unidades habitacionais ocupadas –, desenvolvida com o auxílio do sistema Banco de Cálculo dos Indicadores (BCI), criado pela Setur com base nos indicadores de cálculo do MTUR. Assim, mensalmente, os dados supracitados são disponibilizados para o trade turístico da cidade. Ainda em relação ao BOH, aponta-se que,

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ao longo desses anos, a capital maranhense apresentou um aumento gradativo na taxa de ocupação hoteleira, notadamente, nos períodos de feriado, como por exemplo, durante o Carnaval, conforme mostra o Gráfico 02. Gráfico 2 – Taxa de ocupação dos períodos carnavalescos de 2018-2020

Fonte: Setur (2020) Ademais, pontua-se que, durante as festividades do final de ano, a cidade tem atraído cada vez mais turistas e visitantes, principalmente, para os meios de hospedagem que estão localizados na orla da cidade, pois estes chegam a quase 100% de ocupação das suas unidades. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo apresentou as principais pesquisas realizadas pela Setur durante os anos de 2013 a 2020, expondo a importância das atividades de análise e diagnóstico, seja qual for sua abordagem, para a promoção e desenvolvimento do turismo da cidade. Ao longo desses anos, percebe-se que as experiências dos turistas e visitantes na cidade de São Luís - MA são cada vez mais exitosas, o que pode ser comprovado na exposição dos dados referentes às pesquisas apresentadas. Portanto, mostra-se importante evidenciar o aumento da satisfação do turista – expresso aqui como a “experiência na cidade” – e o aumen-

to da taxa de ocupação na rede hoteleira, em particular nos períodos festivos, os quais são incessantemente divulgados pelas ações de promoção e escolhidos a partir dos dados coletados sobre o perfil do turista. REFERÊNCIAS AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes para a elaboração de trabalhos acadêmicos. 6 ed. Piracicaba: UNIMEP, 1998. BARROS, A. J. da S.; LEHFELD, N. A. de S. Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2000. LEAL, Elisabeth J. M. e HOSTINS, Regina, C. L. Tema e problema. In: FERRI, Cássia, LEAL Elisabeth J. M. e HOSTINS, Regina C. L.(orgs.). Pesquisa na universidade: elaboração de projetos e relatórios.

Balneário Camboriú: Universidade do Vale do Itajaí, 2000. P.8-14. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Observatório de Turismo de Minas Gerais. Metodologias de Pesquisas em Turismo. Minas Gerais: SECULT, 2018. Disponível em: < https://www.observatorioturismo.mg.gov. br/?p=5323>. Acesso em: 20 set. 2020. REJOWSKI, Mirian. Turismo e pesquisa científica – Pensamento internacional x situação brasileira. 2.ed. Campinas, SP: Papirus, 1998. VALLS, Josep-Francesc Giménez. Gestão integral de destinos turísticos sustentáveis. FGV Editora, 2006.

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tar consolidado como uma programação cultural durante esta gestão.


UMA RELEITURA DE BENS TOMBADOS:

o caso do Sobrado da Rua da Estrela n 82 Museu da Gastronomia

Joquebede Veiga Machado Mendes Ana Luíza Ferro Cunha

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Resumo: Este artigo trata de um edifício histórico que foi revitalizado e agora abriga o Museu da Gastronomia Maranhense. O museu teve seu projeto escrito e executado pela Prefeitura de São Luís, por meio da Coordenação de Planejamento (COPLAN) da Secretaria Municipal de Turismo (Setur). O objetivo do estudo é apresentar a história, a riqueza arquitetônica e a engenharia preservadas no sobrado, assim como informações detalhadas, e ainda desconhecidas pela comunidade local, do primeiro proprietário do casarão, responsável por sua construção. Desse modo, foi realizada pesquisa bibliográfica sobre o assunto, visitas in loco para levantamento dessas informações e análise dos estudos da arquiteta Margareth Figueiredo, os quais acrescentaram informações particulares do casarão e de suas áreas adjacentes.

1 INTRODUÇÃO As edificações ao redor do ser humano, em qualquer local do mundo, quando preservadas e conservadas, podem ser usadas como referência na contextualização das técnicas que eram utilizadas na época de suas construções. Entretanto, quando se observa as edificações dos séculos XV ao XIX, podemos observar características em co| 66

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De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), existem cerca de 4.000 imóveis tombados em São Luís-MA. Desses, exatamente 370 são do século XIX, período de grande ascensão para a cidade. Esses últimos, em sua maioria, foram habitados por personalidades ilustres, desde políticos até ricos comerciantes.

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Neste artigo será destacado o sobrado da Rua da Estrela de nº 82, pois abriga, no momento atual, o Museu da Gastronomia Maranhense. A escolha deste edifício histórico como objeto de estudo se deu, ainda, devido ao fato de ter sido propriedade de um comerciante com relações comerciais além-mar, uma vez que este não tinha sócios, e certamente negócios, apenas na cidade, mas também em outras partes do país e até mesmo em sua terra natal – Portugal. Dessa forma, pontua-se a singularidade da pesquisa em destacar o primeiro proprietário do imóvel, haja vista a sua posição como personalidade ilustre para o Maranhão e responsável pela construção do sobrado. A pesquisa considerou a localização do sobrado em um bairro histórico da cidade, bem como seus proprietários posteriores, usos e características arquitetônicas e de engenharia. Para isso, somadas à uma ampla pesquisa bibliográfica e documental, foram realizadas visitas in loco, bem como análise dos estudos da arquiteta e urbanista Margareth Figueiredo. 2 LOCALIZAÇÃO NO CONJUNTO ARQUITETÔNICO DE SÃO LUÍS O sobrado está localizado na zona de tombamento federal da cidade, no antigo Bairro Praia Grande, Centro Histórico de São Luís. | 68

Figura 1 – Localização do Museu da Gastronomia

comercial realizada na sua parte inferior, seus andares superiores serviam como moradia residencial de seus proprietários. Ele está entre os casarões históricos do

Fonte: Adaptado do Google Maps (2020)

3 CARACTERÍSTICAS DO SOBRADO Sua arquitetura remonta do século XIX, com uma engenharia inovadora e rica em detalhes, contribuindo para a eficácia do projeto, que utilizou diferentes materiais para sustentação, estrutura, acabamento e embelezamento da construção. Os destaques envolvem a taipa como material para as paredes, onde as técnicas são bastante peculiares. Conforme cita Azevedo (2010), em seu estudo focado nas construções de alvenaria e taipa, após uma evolução do processo iniciado em 6.000 anos antes do nascimento de Cristo, seguido da inclusão da madeira e argila para tijolo seco ao sol em 4.600 A.C., somente no século XVIII a taipa passa a ser utilizada, sendo considerado um material barato, durável e salubre. A fachada principal do sobrado apresenta vãos com verga em arco abatido, portas grandes e pesadas, além de outras imponentes portas para as sacadas dos andares superiores. Uma das suas singularidades está na associação do poder aquisitivo ao número de pisos ou andares de um casarão (VIEIRA, 2011). Ademais, era comum a parte térrea ser utilizada para atividade comercial. Nesse sentido, esse casarão é classificado como multifamiliar, uma vez que, além da atividade

conjunto arquitetônico tombado, os quais apenas 370 imóveis são do século XIX. De acordo com o registro de Certidão de Imóvel R- 03107778, do Cartório da 1ª Circunscrição, datada em 09 de outubro de 2003, tem construção em pedra e cal, sendo 18,70 metros de frente, do lado do nascente, e 11,44 metros de fundo, para o poente, possuindo área total de 780,04m², em alvenaria de pedra. Nesse documento existe a discriminação do uso de cada pavimento. A parte térrea foi descrita com dois compartimentos para o comércio e escritório. O primeiro piso dispunha de quatro quartos de frente e mais dois que não tiveram sua localização especificada, sendo atribuída apenas as suas existências, além de WC e banheiro, cozinha, varanda, piso assoalhado e porta com saída para a atual Rua de Nazaré. No piso acima foram registradas duas salas, dois quartos, um corredor grande, WC e banheiro. Acredita-se que a referência a WC remete a lavabos ou lavatórios de mãos. No terceiro piso havia uma sala, um salão grande, escada, um corredor, cozinha, WC e banheiro forrados, assoalhos, instalação elétrica e um pequeno saguão. 4 PARTICULARIDADES DE SEU PRIMEIRO PROPRIETÁRIO O primeiro proprietário, de acordo com documentos da época, foi o Comendador Caetano José Teixeira. De acordo com a inscrição na fachada do sobrado, comum nos casarões do Centro Histórico da cidade, sua construção é do século XIX. Embora possa ser feita uma especulação, visando encontrar essa data, como alguns aspectos que podem ser acrescentados à história do casarão e do seu proprietário, ressalta-se a imprecisão

na data diante dos danos causados à inscrição. Todavia, isto não impede a busca por informações mais precisas sobre a edificação. Dentre elas, informações relevantes de familiares e data de nascimento do primeiro proprietário do sobrado. Assim, em 1760 nascia Caetano José Teixeira, filho dos portugueses Francisco José Teixeira e Francisca Gonçalves, na cidade do Porto, em Portugal. Inicia sua atuação no estado no final do século XVIII, especificamente em 23 de fevereiro de 1788, aos 28 anos de idade, na região de Grajaú, onde recebeu, por meio da lei de sesmaria, o correspondente a uma légua de comprimento e três de fundo no rio Mearim, na qual tinha como objetivo estabelecer lavouras. No requerimento que resultou nas terras já mencionadas, o comendador declara que não possuía terras, aspecto que indicava sua chegada recente no país. Posteriormente, em 1790, seus êxitos em atividades comerciais ficam mais evidentes, quando ele foi considerado um dos maiores e mais influentes comerciantes da praça comercial de São Luís. Suas atividades envolviam a venda de mercadorias, bem como de escravos e expedições de navios (MIRANDA, 2017). Esse rico comerciante tinha ampla atividade dentro do Maranhão – Alcântara e Tutóia – e fora do país, haja vista o seu sólido contato com a cidade do Porto. Uma de suas particularidades reside no fato de ter passado por diversos portos, desde os localizados no Brasil – Ceará, Rio Grande, Pará e Rio de Janeiro – seguidos pelos de Portugal e até outras cidades em países e continentes diversos – Londres, Liverpool – e na costa africana, como Cabo Verde e Bissau. O comerciante recebeu a Comenda da Ordem de Cristo, que era recebida por administradores de terras conquistadas. Além disso, era responsável em receber o dízimo, a décima parte dos produtos da terra, visando pagar as des69 |

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mum como portas, janelas, fechaduras, pisos e telhados, que registram técnicas e materiais que marcaram uma época imponente.


Em 1790, casou-se em Alcântara com Rosa Maria Serra, filha de Bertolo de Deus Dourado, 10 anos mais jovem que o comendador. Dessa união nasceram Honório José Teixeira e Maria Teresa Teixeira. Mais tarde, ambos tiveram destaque na sociedade ludovicense. Honório, embora com menor êxito, tornou-se comerciante como o pai e detinha títulos de comendador e coronel de milícias, além de ter sido um dos baluartes na Independência do Maranhão, tendo estudado em Londres e Portugal. Sua irmã, Maria Teresa, após realizar união com a família Belfort, continuou a ser membro da sociedade ludovicense, pois casou-se com o coronel José Joaquim Vieira Belfort.

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O comendador Caetano teve convívio com os genitores de Maria Firmina dos Reis, pois o pai da autora, João Pedro Esteves, era seu sócio em negócios e sua mão Felipa, mulata forra, foi antes sua escrava (ADLER, 2018). Em 1801, segundo Miranda (2017), sua casa comercial realizava transações comerciais de compra e venda com Portugal; e também o transporte e venda de escravos, esses últimos a preços exorbitantes. Inúmeros detalhes demonstram a riqueza do comendador, como o fato de possuir as embarcações denominadas Victoria e São Pedro Águia, ambas utilizadas no tráfico de escravos. Era o representante do Banco do Brasil no Maranhão. Essas informações evidenciam o poder dos portugueses no Estado, bem como revelam os fatores determinantes para as similaridades e imponência dos casarões e sobrados em São Luís. 5 HISTÓRIA DO SOBRADO NO SÉCULO XXI Até anos recentes foi comprovado que a propriedade do imóvel pertenceu a duas famílias, a do comendador e seus herdeiros; e a família de | 70

Evandro Bessa de Lima, herdeiro do espólio de Odisséia Maria Bessa Lima, de acordo com Certidão de Imóvel R-03107778, do Cartório da 1ª Circunscrição, datada em 09 de outubro de 2003. Essa certidão foi emitida após o juiz de direito da Comarca de São Luís Dr. Othon Melo ter julgado a partilha homologada em fevereiro de 1968. Posteriormente, de acordo com dados encontrados no projeto de Intervenção para conservação, restauro e adaptação do imóvel, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Turismo, esse sobrado, por meio do Processo n.º 454-T-57, foi inscrito no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, sob o nº. 64 às folhas nº. 15 e no livro de Belas Artes, Volume 1, sob o n.º 513 às folhas nº.93, ambas as inscrições foram feitas em 13 de março de 1974, conforme determina o Decreto - Lei Federal n.º 25, de 30 de novembro de 1937. Outra informação importante do imóvel é a sua posição como parte do conjunto arquitetônico tombado pelo Governo do Estado por intermédio do Decreto 11.592 de 12 de outubro de 1990, publicado no Diário Oficial do Estado em 24 do mesmo mês e inscrito no Livro do Tombo nº. 050, folha 11, em 29 de novembro de 1990. De acordo com o Diário Oficial de São Luís de 01/08/2008 (um de agosto de dois mil e oito) em 07/05/2008 (sete de maio de dois mil e oito), com fundamentação legal na lei nº 8.666/93 art. 24 inc. X e com pagamento no valor de 60.000 (sessenta mil reais) a aquisição foi assinada pelo então presidente da FUMPH, José Antonio Viana Lopes, e pelo Fernando Sóvio Andrade de Lima, representante legal do vendedor e proprietário espólio de Evandro Bessa de Lima. Figura 2 – Sobrado da Rua da Estrela nº 82

Patrimônio Histórico (FUMPH) e do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), firmou o compromisso de implantar o Museu da Gastronomia Maranhense, como forma de celebrar a titulação de Cidade Patrimônio Mundial. Durante o acompanhamento das obras de restauração foram identificadas fragilidades, aspectos da arquitetura e engenharia. Em cada andar foram encontradas informações úteis para preservar e manter um relacionamento com as construções do século XIX. No térreo foram preservadas as estruturas dos arcos, paredes e locais de portas – as portas originais não foram mais encontradas. Entretanto, as novas portas utilizadas não ficaram desarmoniosas com a arquitetura do sobrado. Fonte: Setur (2017)

A aquisição desse imóvel pela FUMPH resultou, anos mais tarde, precisamente em 2019, na inauguração do Museu da Gastronomia. Figura 3 – Museu da Gastronomia, Sobrado da Rua da Estrela nº 82

Fonte: Baeta e Maurício (2020)

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES No intuito de revitalizar o casarão para uso público, a Secretaria Municipal de Turismo (Setur), com o apoio técnico da Fundação Municipal de

As suas paredes mestras ou externas apresentam dimensão de 1,30 metros, ao passo que as internas são de 60 centímetros. O material delas, de acordo com Figueiredo (2014), é pedra e cal, taipa e adobe. Em todos os seus quatro andares foram preservadas as estruturas das paredes que são de 60 cm, em algumas delas houve a necessidade de obras de reparos nos rebocos, com cimento, argamassa e areia, diante da impossibilidade de utilizar as técnicas do século XIX. É importante ressaltar que das cinco escadas existentes, somente a escada principal do casarão foi preservada em sua totalidade, além de parte de uma outra escada, esta última é usada apenas para embelezar a atual estrutura do museu. Assim, existe apenas a escada principal no Museu da Gastronomia Maranhense, mas isso não alterou, significativamente, a estrutura do sobrado. A localização de duas dessas escadas era de acesso nas laterais e as outras ficavam dentro 71 |

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pesas da ordem e a propagação da fé e do culto cristão (LENCART, 2015).


Nas adaptações realizadas no sobrado para abrigar o Museu da Gastronomia, tanto na área expositiva de suas peças como nas salas do setor administrativo, tentou-se preservar a antiga fachada do sobrado. Nesse sentido, apesar de haver aparelhos de ar condicionado instalados, não houve prejuízo externo que deixasse à mostra compressores, nem tampouco na parte interna, não havendo grandes perfurações nas paredes. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

de negócios e dispunha de casa para moradia. Ademais, sua relevância é constatada pelo fato de ter adquirido a comanda da Ordem de Cristo, importante no século XIX, e ser representante do Banco do Brasil no Estado. Em vários aspectos, desde sua estrutura até o seu uso atual, o sobrado da Rua da Estrela preserva sua imponência e destaque no conjunto arquitetônico dos bens tombados de São Luís do Maranhão. REFERÊNCIAS ADLER, Aragão Dilercy. Maria Firmina dos Reis: Consolidando a ressignificação de uma precursora. In: Revis-

Um grande projeto foi realizado para nos

ta Estudos Linguísticos e literários. nº 59. Salvador,

dias atuais ao ser instalado o Museu da Gastronomia no Sobrado da Rua da Estrela, nº 82. Ainda que alguns detalhes, como referência de todos os seus proprietários, não sejam de conhecimento, é fundamental destacar sua preservação ao longo

2018. pp. 217-222. Disponível em:< https://portal-

de décadas.

turas de Alvenaria de Pedra, Taipa e Adobe com

seer.ufba.br/index.php/estudos/article/view/28875>. Acesso em: 26 set. 2020. AZEVEDO, Hélder Daniel De Sousa. Reforço de Estru-

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elementos de Madeira Maciça. 2010. 106 f. Disserta-

Cada etapa de execução desse projeto e seu uso, que beneficia a preservação do patrimônio histórico, demonstra o valor do registro histórico e documental, úteis a pesquisadores e profissionais de diferentes formações, tais como engenheiros, historiadores, arquitetos, dentre outros.

ção (Mestrado Integrado em Engenharia Civil) Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2010. Centro Histórico de São Luís (MA). Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), 2019. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/

Foi possível identificar as características de uso multifamiliar para o sobrado e as técnicas de construção únicas, que atravessam séculos e encantam gerações.

detalhes/34>. Acesso em: 21 set. 2020. FIGUEIREDO, Margareth Gomes de. Valorização do

de Pedro Álvares Seco. In: População e Sociedade -

de intervenção para conservação restauro e adap-

CEPESE, Porto, vol. 24, 2015, p. 37-57. Disponível em:

tação do imóvel situado à Rua da Estrela n° 82 em

< file:///C:/Users/ib/Downloads/O_Livro_das_Comen-

Museu da Gastronomia. São Luís: Setur, 2013. 46p.

das_da_Ordem_de_Cristo.pdf>. Acesso em: 13 set. 2020.

VIEIRA, K. Massignan Grassi; ONO, M. Mitsuko. Portas de moradias no cotidiano da sociedade. In: IV Simpó-

MIRANDA, Reginaldo. Caetano José Teixeira. Diálogos

sio de Tecnologia e Sociedade: Ciência e Tecnologia

com a história. Portal Entretextos, 2017. Disponível

Construindo a Igualdade na Diversidade, 2011. Anais

em: https://www.portalentretextos.com.br/post/cae-

Eletrônicos. Curitiba: UTFPR, 2011. Disponível em:

tano-jose-teixeira. Acesso em: 12 set. 2020.

http://www.esocite.org.br/eventos/tecsoc2011/cd-anais/arquivos/pdfs/artigos/gt018-portasde.pdf . Aces-

SÃO LUÍS. Secretaria Municipal de Turismo. Projeto

so em: 15 set. 2020.

sistema construtivo do patrimônio edificado. 2014. 00 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Departa-

Somado a isso, foi possível identificar que o seu primeiro proprietário, além de comendador, foi uma personalidade ilustre para o Estado do Maranhão, que coordenava transações comerciais nacionais e internacionais. Embora fosse natural de Portugal, o mesmo residia com sua família na cidade de Alcântara e em São Luís, onde tratava

mento de Engenharia Civil, Universidade Aveiro, Portugal, 2014. Disponível em: <https://www.passeidireto. com/arquivo/77882893/valorizacao-do-sistema-construtivo-do-patrimonio-edificado-1/15>. Acesso em: 09 set. 2020. LENCART, Joana. O Livro das Comendas da Ordem de Cristo (1563). Elementos para a compreensão da obra

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do casarão, onde uma delas só dava acesso ao primeiro andar, ao passo que a outra se estendia em todos os pisos.


AS POLÍTICAS PÚBLICAS DO TURISMO NAS OPERAÇÕES CULTURAIS Fernanda Maria Ericeira Batalha José Guilherme Guimarães dos S. Filho Ana Valeska Antunes César Martins Fernanda Cerqueira

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Resumo: O turismo cultural pode ser um vetor importante para geração de emprego e renda. O poder público, compreendendo essa realidade, visa potencializar esse processo por meio de políticas públicas que promovam ações de fortalecimento da atividade turística local, firmando parcerias com a cadeia produtiva do turismo. Com esse intuito, a Prefeitura de São Luís, por intermédio da Secretaria Municipal de Turismo (Setur), desenvolve vários projetos voltados à conscientização e valorização do patrimônio, como o Programa Reviva, o Projeto Férias Culturais e o Turismo Educativo, executados pela Coordenação de Operações Turísticas (COOTUR) da Setur. Este artigo tem o objetivo de descrever e pontuar, com base em pesquisa bibliográfica e documental, a importância desses projetos, que buscam sempre inserir a comunidade local e os visitantes, promovendo a sensibilização patrimonial, o lazer e a propagação histórico e cultural da cidade.

1 INTRODUÇÃO A atividade turística vem se desenvolvendo no mundo com grande força. São evidentes os benefícios que esse fenômeno proporciona, refletido em diversos destinos que nos permitem sensações de contentamento, bem-estar e satisfação, agregando conhecimentos e valiosas experiências aos turistas. | 74

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São Luís é uma cidade privilegiada, pois possui grande diversidade cultural herdada de seus antepassados – indígenas, franceses, portugueses e africanos. Essa diversidade contribui para o consumo e apreciação no turismo cultural.

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Segundo Isaac (2008), o turismo cultural é reconhecido como uma forma de turismo onde a cultura é a base ou motivação para atrair turistas. O crescimento do turismo cultural constitui uma resposta às características e mudanças da sociedade pós-moderna e, também, representa a importância dos destinos que apresentam relevância patrimonial (CARVALHO, 2010). Pensando nisso, a Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, desenvolve atividades culturais e turísticas, sensibilizando a comunidade local sobre a importância de conhecer, preservar e valorizar o nosso patrimônio, além de incentivar o resgate à memória e acolher, de forma dinâmica e interativa, os turistas. Desse modo, este artigo tem o objetivo de descrever e pontuar, embasado em pesquisa bibliográfica e documental, a importância desses projetos, bem como os seus valores e abrangência dentro do setor de turismo da cidade.

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2 IMPORTÂNCIA DAS OPERAÇÕES TURÍSTICAS NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS

desenvolvidas por meio de projetos que serão discorridos adiante.

Os fatores que contribuem para o desenvolvimento do turismo cultural e a sua crescente procura perpassam, principalmente, pelo aumento da questão educacional, o rendimento disponível, as tecnologias de informação e comunicação, a mudança de papéis na sociedade e pela maior consciência do processo de globalização (RICHARDS, 1996; SILBERBERG, 1995).

3 AÇÕES DE POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS

Dito isso, e também tomando como base o estudo do Moesh (2002), pode-se pontuar o turismo como uma combinação complexa de inter-relacionamentos entre produção e serviços, que integra-se à prática social com base cultural e com a herança histórica, meio ambiente diversificado, relações sociais de hospitalidade e troca de informações interculturais, o que “gera um fenômeno recheado de objetividade/ subjetividade, consumido por milhões de pessoas, como síntese: o produto turístico. ” (MOESH, 2002, p. 09). Esse somatório que o turismo representa reflete nas escolhas dos turistas, os quais costumam viajar na expectativa de acontecimentos memoráveis que marquem suas vidas de alguma forma. Esses acontecimentos são chamados de experiências e podem representar momentos únicos, especiais ou extraordinários. Segundo Pérez (2009), a experiência turística integra sons, odores, cores, relações, diversão, hospitalidade, atividades das mais diversas, enriquecimento – inclusive intelectual –, relação custo-benefício, acessibilidade, entre outros fatores que compõem os atrativos de um destino. Nesse sentido, a Secretaria de Turismo executa ações que incentivam o desenvolvimento da atividade turística, a produção cultural local e o incremento de suas atividades. Essas ações são operacionalizadas pelo corpo técnico da SETUR,

A Secretaria de Turismo, por intermédio da Coordenação de Operações Turísticas, atua em três grandes ações: o Programa Reviva, o Projeto Férias Culturais e o Turismo Educativo. Algumas são voltadas para os visitantes e comunidade em geral, outros para públicos específicos, mas sempre com grande apreciação do processo histórico-cultural da cidade de São Luís e com viés educacional e informativo. 3.1 Programa Reviva O Programa Reviva, como o próprio nome já expressa, consiste em reviver épocas áureas da nossa cidade, por meio de músicas, poesias, memórias de personagens históricos, curiosidades acerca das nossas ruas e edificações e de fragmentos da nossa cultura popular, reunindo um grande público. Estas ações ensinam ao público de São Luís e aos turistas sobre a história do acervo arquitetônico e sobre a cultura da cidade, proporcionando educação patrimonial, além de apresentações culturais e musicais, peças teatrais e informações turísticas. Dividido em três grandes projetos, sendo eles o “Passeio Serenata”, o “Sarau Histórico” e o “Roteiro Reggae Caminho das Pedras”, este Programa abrange, de forma lúdica, várias vertentes da nossa cultura e história, promovendo noites de pura nostalgia, diversão e alegria.

Histórico. Como roteiro mais usual, tem saída a partir da Praça Benedito Leite, passando pela Igreja da Sé, antiga Casa de Ana Jansen, Prefeitura de São Luís, Palácio dos Leões, Praça da Criança, Beco Catarina Mina, finalizando na Praça dos Catraeiros. O guia descreve fatos importantes das nossas ruas, fala de personagens marcantes da nossa história, comenta curiosidades de denominações de objetos históricos, as quais falamos coloquialmente, mas muitas vezes não imaginamos a origem, e interage com o público, tornando todo o processo de fornecimento de informações prazeroso e divertido. Há sempre a entoação de músicas antigas intercalando as falas do Guia de Turismo, executadas com maestria por grupos musicais locais. Também acontecem intervenções de pessoas caracterizadas de personagens históricos nos diversos pontos importantes pelos quais o passeio percorre. Os personagens remetem à épocas passadas, fazendo com que, por alguns minutos, o público sinta-se em uma viagem temporal. Figura 1 – Passeio Serenata no Centro Histórico

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No Brasil, vários municípios possuem potencial turístico devido às suas características peculiares. Na capital maranhense, uma das maiores forças do turismo é o atrativo cultural, que movimenta pessoas de todas as faixas etárias. Esse segmento, geralmente realizado em espaços públicos, permite às pessoas conhecerem o lazer e a cultura de um povo, estreitando o laço entre turistas e moradores e dando oportunidade de desenvolvimento econômico à comunidade receptora.

Fonte: A. Baeta (2019)

3.1.1 Serenata Histórica O Projeto Passeio Serenata é uma programação cultural em formato de passeio coletivo, que consiste no compartilhamento de informações históricas por um Guia de Turismo durante um percurso, previamente definido, pelo Centro 77 |


Figura 2 – Sarau Histórico na Praça Benedito Leite

Fonte: Felipe Sobrinho (2016)

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O Sarau Histórico é um grande baile da corte Maranhense, repleto de personalidades da sociedade de vários momentos da nossa história, tais como Ana Jansen, Baronesa de Anajatuba, Gonçalves Dias, Ana Amélia, La Ravardiére, entre outros, representados em figuração por funcionários da Secretaria Municipal de Turismo, que transitam por entre o público nas principais praças do Centro Histórico de São Luís, como Deodoro e Benedito Leite, ou no Teatro Arthur Azevedo.

O guia lidera o roteiro falando sobre as curiosidades do ritmo, sua chegada à capital maranhense e incorporação à nossa cultura. Fala, ainda, dos principais nomes do reggae jamaicano e das famosas radiolas, com seus paredões de som tão característicos das festas de reggae do Maranhão. O DJ entoa as “pedras” nos intervalos das falas dos guias e o público segue cantando e dançando alegremente, aprendendo os passos com o grupo de dança que se mistura a eles, no bailado solo ou agarradinho, características da dança de reggae que só existe no Maranhão.

3.1.3 Roteiro no Caminho das Pedras O Roteiro Reggae Caminho das Pedras | 78

Dentro do Férias Culturais, acontece o Conheça São Luís e o Passeio Serenata, que têm como ponto de partida a Praça Benedito Leite, localizada no Centro Histórico de São Luís, onde centenas de pessoas percorrem os principais pontos turísticos da capital, dentre os quais estão a Igreja da Sé, o Palácio Episcopal, Avenida Dom Pedro II, Casarão da Ana Jansen, Casa de Graça Aranha, entre outros, acompanhados da famosa bicicletinha e do grupo musical com suas canções dos séculos XIX, além de um guia explanando sobre alguns relatos acontecidos na sociedade contemporânea da Velha São Luís. Figura 4 – Público nos Férias Culturais

3.2. Projeto Férias Culturais Realizado no mês de julho, compreendido como férias escolares e no qual existe maior fluxo de visitantes na cidade, o projeto tem como principal objetivo oferecer aos visitantes e moradores da cidade de São Luís um atrativo cultural diversificado, pois em um só projeto existem diversas

O projeto Turismo Educativo é uma realização da Setur em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED). O projeto apresenta uma proposta educativa diferenciada, com estratégias lúdico-pedagógicas para discentes do ensino básico da rede pública municipal, incluindo o público da educação infantil e o ensino fundamental (1º a 9º ano), direcionado para a valorização da cultura e história, bem como elementos naturais que compõem e fazem parte do contexto de São Luís, despertando a valorização da identidade e do sentimento de pertencimento nos discentes, aproximando-os, assim, da cidade em que vivem. Como bem afirma Martins (2003, p. 42), “[...] esse sentido de pertencer que as pessoas trazem enquanto seres simbólicos que são. Esse ser de algum lugar pertence a algum grupo, sente afinidade como algo que lhe resgata algo seu [...]”.

Para os turistas, o evento é uma oportunidade de adquirir mais conhecimento sobre São Luís e se encantarem com a riqueza cultural da cidade. Como pode ser obervado no relato de uma turista pernambucana. “Eu cheguei de viagem aqui ontem e tinha separado hoje para conhecer o Centro Histórico. Quando passava por uma das praças, encontrei o Passeio e segui com ele até o final. Nossa, achei muito diferente a proposta e adorei os personagens. Deu pra conhecer bem mais sobre a cidade” (Informação verbal, Ludmila Santos).

Nas palestras sobre turismo e cidadania, ministradas aos alunos do 6º ao 9º ano, são abordados aspectos conceituais sobre turismo, turista, atrativos turísticos, oferta turística, dinâmica do efeito multiplicador do turismo, importância am-

Fonte: Maurício Alexandre (2020)

Fonte: Maurício Alexandre (2019)

3.3 Turismo Educativo

A operacionalização das atividades propostas pelo Turismo Educativo é executada por estagiários dos cursos de Turismo, Letras, Pedagogia, Serviço Social, Teatro, História e Educação Artística, que se encontram entre o 4º e 7º períodos, advindos de faculdades particulares e universidades públicas. Para fazerem parte do projeto passam por um processo de recrutamento, nos quais são selecionados e treinados por um período de dois meses, para que estejam aptos ao desenvolvimento de palestras sobre turismo e cidadania, apresentação de teatro de fantoches, exibição de vídeos e realização de City Tour pelo Centro Histórico, este último com acompanhamento de um guia de turismo.

Figura 3 – Roteiro Reggae

É sempre apresentada ao público uma peça, pautada em temas históricos, com personagens históricos e contextualização em épocas festivas do ano, ou outros temas relevantes diversos. Cada edição traz uma por uma companhia teatral diferente, pertencente à cidade de São Luís. No ano de 2019, o projeto Sarau Histórico foi premiado na 1ª edição do Prêmio de Turismo do Maranhão. O prêmio tem o objetivo de identificar, reconhecer e condecorar iniciativas e práticas inovadoras, além de casos de sucesso do turismo e profissionais que tenham inovado ou trabalhado de forma proativa para o desenvolvimento do setor.

ações e atrações, como o Conheça São Luís, Passeio Serenata e Roteiro Reggae. Esse projeto visa alcançar o despertar do olhar das pessoas para as belezas e riquezas do patrimônio histórico e cultural da cidade de São Luís.

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3.1.2 Sarau Histórico

consiste em um passeio guiado e embalado ao som do famoso reggae, executado em uma estrutura de som móvel da Setur. Suas “pedras” (nome dado às melodias jamaicanas) inspiraram o título deste roteiro, juntamente com as pedras de cantaria das ruas e ladeiras da Praia Grande, sobre as quais se caminha durante o percurso que culmina em uma oficina de dança na Praça do reggae.


O momento destinado ao teatro de fantoches é direcionado aos alunos do 1° ao 5° ano. São abordados os temas turismo, atrativos históricos, culturais e naturais e preservação das belezas e riquezas históricas da cidade, como forma de incentivar os alunos a conhecerem e valorizarem a memória da cidade. Para ambos os públicos mencionados é exibido um vídeo com um tour virtual pela cidade, visando despertar a valorização do patrimônio local. Por fim, como experiência prática e conferência in loco sobre os conhecimentos apreendidos durante a execução dessas atividades mencionadas, realiza-se um city tour, com foco na visitação dos principais pontos turísticos do Centro Histórico de São Luís.

com a Secretaria de Estado Extraordinária de Juventude (SEEJUV), que já realizava o projeto “Tour Jovem Cidadão”, o Turismo Educativo apresentou palestras para cerca de 2.550 alunos do ensino médio. Com apoio financeiro do Conselho Municipal da Criança e Adolescente (CMDCA), reestabeleceu-se parceria com as universidades e faculdades, para que universitários operacionalizassem o projeto. Os estudantes do ensino superior foram recrutados e treinados com a perspectiva de desenvolverem o trabalho em 40 escolas municipais. Figura 5 – Projeto Turismo Educativo

Fonte: Felipe Sobrinho (2016)

4 DISCUSSÕES E RESULTADOS

REFERÊNCIAS ARROYO, M. A. Educação Patrimonial ou a cidade como espaço educativo? In: Revista Outro Olhar – revista de debates. Belo Horizonte, vol. 4, n. 4, 2005.

Quanto ao Programa Reviva e o Projeto Férias Culturais, o número de pessoas que participavam dos projetos foi crescendo de forma exponencial, chegando a atingir uma média de 150.000 espectadores, ocasionando a busca de espaços mais amplos, membros técnicos e equipamento específicos, para melhor acomodar os admiradores das ações. O fator resultante deste grande público foi a disseminação dos projetos, que ocorreu por intermédio do próprio público, com o marketing “boca a boca”, e pela divulgação em mídias sociais.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nessa perspectiva, Arroyo (2005), sugere que o trabalho de valorização do patrimônio cultural, aliado à perspectiva educacional sobre a importância de valorizar a cidade, deva ser estabelecido por meio de uma postura consciente, participativa e de envolvimento por parte das escolas. Trata-se de que as escolas assumam seu papel de ressignificar as relações entre os educandos enquanto cidadãos e a cidade, sua memória, sua história, seu passado e seu presente [...]. (ARROYO, 2005, p. 33).

Levando-se em consideração o dinamismo e evolução do projeto, foram estabelecidas novas parcerias e encaminhamentos quanto a sua continuidade, sob a perspectiva de novos olhares. Nesse contexto de inovações, surgiram parcerias com as escolas privadas. Nos anos 2016 e 2017, em uma parceria | 80

Os projetos conseguiram atingir um público satisfatório nas suas edições. No Turismo Educativo, houve aproximadamente 10.142 alunos que participaram do projeto, entre escolas públicas – municipais e estaduais – e escolas privadas. O Turismo Educativo demonstra cumprir um papel relevante na disseminação, tanto nos alunos quanto nos professores e gestores, dos valores, encantos, testemunhos de história de vida e do patrimônio urbano da cidade, entre outras questões. Isso é apontado e comprovado com o depoimento da professora de Arte, Flora Martins. “Fico feliz com a iniciativa. A escola costuma receber poucos projetos externos. Os alunos ainda nem estudaram sobre a História do Maranhão e já tiveram durante esses dias um ótimo aprendizado. Além disso, é muito importante que eles possam conhecer a valorizar a história da terra deles.” (Informação verbal, Flora Martins).

Evidencia-se que todas essas atividades educativas têm como principal objetivo a sensibilização dos alunos em relação à importância do turismo como instrumento de valorização do patrimônio histórico, cultural e natural da cidade de São Luís, estimulando, assim, a interação e o conhecimento sobre os atrativos da capital, bem como despertando o sentimento de pertencimento nas pessoas que fazem parte desse processo de ensino-aprendizagem sobre o patrimônio histórico-cultural ludovicense. Todos os projetos, planejados e realizados pela Setur e secretarias parceiras, levaram e disseminaram conteúdos significativos tanto para os visitantes quanto para a sociedade local, consolidando-se como políticas públicas de importante valor sociocultural.

CARVALHO, P. “Turismo cultural, património e políticas públicas em territórios rurais de baixa densidade: eixos vertebradores de revitalização e de construção de novas identidades?”. In: SANTOS, M. (Org.). Turismo cultural territórios e identidades. ed. Afrontamentos. Porto: IPLeiria, 2010. p. 123-158. ISAAC, R. Understanding the behaviour of cultural tourists: towards a classification of Dutch cultural tourists. Netherlands: NHTV International Higher Education Breda, 2008. MARTINS, Clerton (Org.). Turismo, cultura e identidade. 1 ed. São Paulo: Roca, 2003. MOESH, Marutschka Martini. A produção do saber turístico. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2002. PEREZ, Xerardo Perreiro. Turismo Cultural: uma visão antropológica. Tenerife-ES: Aca y Pasos, RTPC, 2009. RICHARDS, G. Cultural Tourism in Europe. Wallingford: CAB International, 1996. SILBERBERG, T. Cultural Tourism and Business Opportunities for Museums and Heritage Sites. In: Tourism Management. vol. 16, ed. 05, 1995. p. 361–365. Disponível em: < https:// www.sciencedirect.com/science/article/abs/ pii/026151779500039Q>. Acesso em: 25 set. 2020.

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biental, cultural e econômica da atividade turística e, ainda, ênfase na relação da cidadania com o turismo, demonstrando como os cidadãos podem, de forma responsável e comprometida, cuidar e valorizar a cidade em que vivem.


QUALIDADE E QUALIFICAÇÃO:

processo chave para o desenvolvimento do turismo

Ana Cristina Carneiro Dutra Letícia Cynara Santos Silva Silvia Regina Brito Targino

Resumo: A qualificação e a capacitação no turismo têm sido utilizadas para melhorar os produtos e serviços turísticos em muitos municípios e estados. Por isso, o objetivo desse artigo é descrever as ações da Coordenação de Qualidade e Qualificação da Secretaria Municipal de Turismo de São Luís (Setur), que desenvolve e atua em projetos na capital, realizando eventos, capacitações, cursos e oficinas para a comunidade em geral e para pessoas ligadas direta e indiretamente ao turismo. Metodologicamente, como ponto de partida, foi realizado uma pesquisa bibliográfica sobre turismo, qualidade e experiência turística, somada a uma análise documental dos programas e projetos da Setur. Os resultados demonstram que as ações foram importantes e necessárias para a população, mediante uma boa execução e um alcance satisfatório de pessoas envolvidas.

1 INTRODUÇÃO A cidade de São Luís possui uma diversidade cultural bastante significativa. Essa diversidade advém do processo histórico-social construído | 82

83 |


A atividade turística que se desenvolve em São Luís, juntamente com sua riqueza cultural, é consumida e apreciada por visitantes e residentes, sendo fortalecida por meio do apoio dos órgãos e setores que realizam projetos voltados para essa área. O turismo, como vetor de desenvolvimento sustentável de um determinado local, pode contribuir para a articulação e mobilização comunitária em prol da melhoria de suas condições de vida, gerando aprendizado e desenvolvendo o espírito empreendedor, baseando-se nas economias e enaltecendo o sentido do lugar (YÁZIGI, 2001).

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É nesse panorama, que a gestão pública de turismo, juntamente com os membros que a constitui, deve representar as aspirações da sociedade e abordar aspectos estruturais e culturais, com sensibilizações e capacitações. Isto acontece na Coordenação de Qualidade e Qualificação – Qualidade da Secretaria Municipal de Turismo de São Luís (Setur), vinculada à Prefeitura de São Luís, que possui como finalidade agregar conhecimentos, fortalecer a atividade turística local e proporcionar à comunidade ludovicense o sentimento de pertencimento local, por intermédio de eventos, treinamentos, cursos e oficinas. Ou seja, qualificar e capacitar agentes diretos e indiretos do turismo. Esse artigo tem como objetivo evidenciar a importância da qualidade no setor turístico, bem como destacar e descrever os projetos realizados pela Coordenação de Qualidade e Qualificação Qualidade, utilizando o recorte temporal de 2013 a 2020. Discussões e resultados também serão apontados no final desta produção, afim de reforçar o entendimento de que o setor é necessário | 84

para a Setur e para o turismo de São Luís, assim como propagar o conhecimento para futuras pesquisas. 2 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE E QUALIFICAÇÃO NO SETOR DE TURISMO Pérez (2009), destaca que a experiência turística é um apanhado de sons, odores, relações, atividades, enriquecimento, entre outros fatores que compõem os atrativos de um destino e o fazem ser único para o turista. A satisfação do turista depende das experiências vivenciadas nos atrativos de um destino, sendo inclusa nestas, a qualidade dos serviços prestados, baseada nas percepções e avaliações que os clientes fazem a respeito do serviço, o que pode acontecer durante ou após a sua prestação (GIANESI; CORRÊA, 1994). A qualidade em turismo pode ser observada a partir de uma perspectiva individual – qualidade do entorno físico, qualidade de uma pousada, qualidade de serviços públicos, etc. – ou de uma perspectiva geral – qualidade do transporte aéreo, qualidade do local turístico, etc. –, ou seja, perpassa por vários setores do destino. Portanto, ao município cabe o adequado planejamento do desenvolvimento turístico, estimulando e qualificando os recursos e a oferta, bem como gerando emprego e renda aos munícipes. Crescimento, informação e capacitação dos recursos humanos tornam-se fatores fundamentais para o desenvolvimento do turismo de uma região (PINTO; RICCI, 2006). A relevância da qualidade no turismo também é reconhecida e apontada no Plano Nacional de Turismo, no qual elucida-se que o mercado deve ser diversificado, assim como os produtos e destinos que oferecem. O governo federal e os demais entes que compõe o setor “devem realizar um esforço para incrementar a qualidade e a competiti-

vidade do turismo brasileiro” (BRASIL, 2003, p. 08).

dos e informações.

A qualidade do serviço turístico possui características como a heterogeneidade e a intangibilidade, ligadas à experiência turística (CUTRIM, 2011), e é justamente essa intangibilidade que é trabalhada e transmitida na qualificação e capacitação.

A Coordenação de Qualidade e Qualificação é responsável pelos projetos Semana Gastronômica; Cursos de Informações Turísticas e Qualidade no Atendimento; Sabores da Terra; Café com Trade e Todos Por São Luís. Sendo todos esses, exceto o Café com Trade, inseridos dentro do QUALITUR – Plano Municipal de Qualificação em Turismo.

Como exemplo, pontua-se a relação entre o turismo e a gastronomia, que emerge a busca do conhecimento sobre novas culturas, sabores e saberes, seja para identificação dos aspectos da cultura material, seja das sensações da cultura imaterial (CORNER, 2006). Essa relação do turismo com a gastronomia é um ponto-chave da Qualidade, que aqui será abordada.

É possível visualizar a relação da Coordenação e os projetos executados pela mesma na figura abaixo.

Figura 1 – Coordenação de Qualidade e Qualificação e os projetos ligados a ela

Portanto, a agregação de valores no conhecimento da comunidade, por meio dos projetos, assim como a introdução de profissionais mais capacitados, tende a dinamizar de forma decisiva esse mercado, estimulando ativamente e com eficiência as relações de consumo necessárias ao desenvolvimento da cultura e economia, gerando renda e o aperfeiçoando o turismo em São Luís do Maranhão. 2.1 Coordenação de Qualidade e Qualificação A Setur, com experiência em capacitação em turismo há mais de 20 anos e por meio de atividades diversificadas, desenvolve ações desta natureza, cujo foco é a melhoria na prestação de serviços e fornecimento de produtos vinculados ao setor turístico na cidade de São Luís. Assim, a qualificação e a capacitação contribuem, de maneira significativa, para a empregabilidade e dinamização da economia. 3 DISCUSSÕES E RESULTADOS Destacam-se aqui os principais projetos realizados pela Coordenação de Qualidade e Qualificação no decorrer dos anos, além de seus da

Fonte: SETUR (2020)

O QUALITUR obteve a proposta de otimizar produtos e serviços turísticos, de modo a fortalecer a cadeia produtiva local, além de oferecer cursos e oficinas, contribuir para a melhoria do atendimento, promover educação patrimonial e ambiental, valorizar os empreendimentos, fortalecer o caráter hospitaleiro e integrar as ações de qualificação. 85 |

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pelos grupos étnicos: branco, negro e indígena (CUTRIM, 2011). Essa diversidade contribui para o desenvolvimento de diversos setores, inclusive o turismo.


3.1 Curso de Informações Turísticas O Curso de Informações Turísticas é o principal projeto da Coordenação de Qualidade e Qualificação, voltado para a comunidade em geral e profissionais relacionados direta e indiretamente ao turismo, como por exemplo os estudantes, comunidade em geral, policiais, taxistas, representantes do trade turístico, entre outros, e também para os funcionários que trabalham dentro da própria Secretaria.

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No curso há ministrações dos seguintes módulos: Noções de Turismo, Atendimento ao Turista, Atrativos Turísticos, Atrativos Culturais e Atrativos Naturais, todos ministrados por membros graduados e capacitados da Setur. O último módulo é o City Tour, no qual um guia de turismo apresenta os principais pontos turísticos do Centro Histórico de São Luís para os envolvidos. Informações detalhadas sobre o curso e sobre como participar são compartilhadas pelas redes sociais da Prefeitura, que é responsável pela divulgação dos projetos e serve, na maioria dos casos, como plataforma de inscrição.

Fonte: A. Baeta [20--]

3.2 Semana Gastronômica Idealizada pela Coordenação de Qualidade e Qualificação, a Semana Gastronômica foi realizada em duas edições, nos anos de 2017 e 2018. Teve como objetivo divulgar os pratos típicos, como forma de promoção do turismo em São Luís, além da valorização da gastronomia maranhense por meio da demonstração de práticas dos saberes e fazeres locais, a fim agregar valores e incentivar a capacitação qualitativa em relação aos pratos típicos do Maranhão. A Semana Gastronômica aconteceu em um intervalo de quatro dias em 2017 e três dias em 2018, alcançando um público de quase 1000 (mil) pessoas nas duas edições.

É importante ressaltar o apoio da Coordenação de Qualidade e Qualificação nas oficinas gastronômicas intituladas Sabores da Terra, um projeto realizado em parceria com o SENAC/MA, que começou em 2019, logo após a inauguração do Museu de Gastronomia Maranhense. As oficinas acontecem quinzenalmente, com média de 20 alunos por turma. No primeiro dia ocorre a aula teórica, abordando o turismo, sua ligação com a gastronomia e as atrações culturais ao redor do Museu. No segundo dia realiza-se a parte da manipulação de alimentos e a elaboração do prato do dia. Geralmente são três tipos de pratos originados de algum alimento típico regional.

Os bairros contemplados pelo Programa Todos por São Luís estão destacados na cor vermelha na figura 04.

Figura 5 – Bairros de São Luís onde ocorreu o Todos por São Luís

3.3 Todos Por São Luís O objetivo do programa Todos por São Luís, levado aos bairros da capital, foi aperfeiçoar os canais de diálogo e interlocução com a população, na perspectiva de fortalecimento da cidadania local. A programação inclui a realização de cursos, palestras, oficinas e serviços de saúde, além de uma vasta programação desportiva e cultural. A Setur atuou desde a primeira edição como Posto de Informações do Evento, e na Edição de nº 09, iniciou-se a Oficina de Culinária Típica Maranhense, onde foram realizados o total de 30 Oficinas. Figura 4 – Público do Todos por São Luís

Figura 3 – 2º Semana Gastronômica

Figura 2 – Curso de Informações Turísticas ministrado para a Companhia de Polícia de Turismo (CPTUR)

Fonte: A. Baeta [20--] Fonte: Maurício Alexandre (2018)

Houve oficinas de Torta de Camarão, Torta de Caranguejo, Arroz de Cuxá, Arroz de Maria Isa| 86

bel, Arroz Baião de Dois, Vatapá, Caruru, Purê de Macaxeira com Carne de Sol, Bobó de Camarão, entre outros, sendo todos estes alimentos caracterizados como comidas típicas regionais e locais.

Fonte: Mapa da Prefeitura/Setur (2020)

É possível visualizar no mapa que foi atingido um número satisfatório de bairros, cabendo destacar, principalmente, que conseguiu-se ultrapassar barreiras e possibilitar aprendizados a pessoas de todas as idades e gêneros. É importante ressaltar que a gastronomia representa a identidade cultural de uma localidade, ao mesmo tempo que retrata as origens, evolução e modo de vida de um povo. Por isso merece ser conservada e divulgada. A gastronomia está atrelada ao turismo, sendo este a melhor maneira de divulgar e desfrutar dos costumes e tradições de uma comunidade. Dessa maneira, o turismo pode ter na gastronomia um instrumento de marketing, utilizando-o como aspecto diferencial entre muitas ofertas. 87 |

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Ainda dentro do QUALITUR, houve diversas programações para o público ludovicense, como Harmonização de Alimentos e Bebidas, Relações Interpessoais, Marketing e Vendas, Circuito Praças Históricas e apoio na Via Sacra em São Luís.


Devido à grande oferta de insumos na área gastronômica, a cidade de São Luís convive com a existência de deliciosos pratos típicos nas mesas da população, que são comercializados durante todo o ano, seja no cotidiano, seja nas épocas de festividades. Logo, muito se deve ao fato da qualificação e capacitação estar quase sempre atrelada à gastronomia.

Figura 6 – Público do Todos por São Luís na culminância

de São Luís e seus moradores, pois acredita‑se que seja primordial reconhecer a importância dos grupos sociais que interagem com o turismo, a fim de traçar “novos usos e perspectivas de interação com a sociedade, que o define a partir de elementos que compõem sua identidade cultural” (RIBEIRO, 2005, p. 111). A qualidade inter-relacionada ao Turismo dá atenção à cultura, à valorização do autêntico e do intangível, abre portas e expande os horizontes de possibilidades. As oficinas, cursos, eventos, entre outros, aqui citados foram pensados e produzidos através de um planejamento e compromisso com o setor de turismo e a comunidade. A intenção que baliza estas iniciativas é o fortalecimento do turismo por meio da qualificação, da sensibilização e da capacitação.

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A estimativa do público que participou do Todos Por São Luís, Sabores da Terra, Qualidade e Capacitação, Café com Trade e Semana Gastronômica foi de 10.000 (dez mil) pessoas. É importante salientar que, mais do que números, a qualificação e capacitação busca trabalhar a dimensão qualitativa dos processos, que foca na informação, no ganho imaterial, no saber e fazer, como destaca Beni e Moesch (2016), quando discorrem sobre o fato de que o estudo turístico requer o questionamento de tudo que envolve o fazer-saber turístico, e do que se quer fazer.

REFERÊNCIAS CORNER, Dolores Martin Rodrigues. A Gastronomia como atrativo no Turismo Cultural. In: VI Seminário de Pesquisa em Turismo do Mercosul, 2006. Anais Eletrônicos. Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul, 2006. Disponível em: < https:// www.ucs.br/ucs/tplSemMenus/eventos/seminarios_semintur/semin_tur_4/arquivos_4_seminario/GT03-6.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2020. CUTRIM, Klautenys Dellene Guedes. PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE: a edificação discursiva da cidade de São Luis nas políticas de preservação do Estado. 2011. 188 f. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa). Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa, Universidade Estadual Paulista Júlio De Mesquita Filho, Araraquara, 2011.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

GIANESI, Irineu. G. N.; CORRÊA, Henrique Luiz. Administração estratégica de serviços: operações para a satisfação do cliente. São Paulo: Atlas, 1994.

Portanto, os diversos projetos que a Coordenação de Qualidade e Qualificação idealizou e atuou são de extrema importância para a cidade

BENI, M. C; MOESCH, M. M. Do discurso sobre a ciência do turismo para a ciência do turismo. In: Revista Turismo e Desenvolvimento. n. 25, 2016. p. 09-30. Disponível em: < http://revistas.

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Fonte: A. Baeta [20--]


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