Trabalho Final de Graduação - Arquitetura Modular - Caderno Resumo

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UNIVERSIDADE DA REG IÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – 2° ETAPA

DE JOINVILLE - UNIVILLE

orientação: Prof. Msc. JOÃO BARBA NETO Joinville SC, novembro de 2017

ARQUITETURA MODULAR UM COMPLEXO GASTRONÔMICO E DE CONVIVÊNCIA

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acadêmico: BRUNO BRAZ


/// ARQUITETURA MODULAR /// UM COMPLEXO GASTRONÔMICO E DE CONVIVÊNCIA

AGRADECIMENTOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade da Região de Joinville – Univille, como requisito final para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

A caminhada até este momento é longa e árdua. A presença e apoio de algumas pessoas é fundamental, durante este trajeto.

Orientador: Prof. Msc. João Barba Neto

A todos os docentes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Univille, que em todos os momentos, até nos puxões de orelha, evidenciavam a mensagem do aprendizado, em primeiro lugar. Também àqueles que não entregavam o ouro, incentivando o acadêmico à caminhar por conta própria. Em especial, ao professor Naum Alves de Santana, por sempre me inspirar, e meu orientador, que plantou a semente deste resultado.

Joinville – SC 2017 Dedico este trabalho a todos que cooperaram direta e indiretamente para sua conclusão, e a todos que dele puderem tirar proveito para o enriquecimento da Arquitetura.

Agradeço imensamente a minha esposa Josiane Braz, pela compreensão aos momentos de ausência durante o desenvolvimento deste trabalho, bem como os momentos de manifestações de stress, devidamente por você apartados, além dos 5 esforçados anos de faculdade, vencidos juntos. Obrigado!

Aos colegas de turma que compartilharam tantos momentos de esforço, diversão e satisfação. Aprendendo juntos o real significado do termo dead line, e compartilhando atividades enriquecedoras tanto para a graduação em Arquitetura e Urbanismo, quanto pela edificação (sem gracinha) da própria persona.

Por fim, ao Grande Arquiteto do Universo.

BRAZ, BRUNO. Arquitetura Modular: Um Complexo Gastronômico e de Convivência. [Monografia] Joinville: Universidade da Região de Joinville – Univille, 2017.

BRAZ, BRUNO. Modular Architecture: A Gastronomic and Coexistence Complex. [Monograph] Joinville: Universidade da Região de Joinville – Univille, 2017.

RESUMO

ABSTRACT

Este trabalho apresenta o histórico da utilização da Arquitetura Industrializada, especificamente da Arquitetura Modular, aplicada em edificações. Através de revisão bibliográfica e análise de estudos de caso, evidencia a eficiência dos métodos construtivos modulares perante os métodos convencionais, principalmente no quesito sustentabilidade. A produção arquitetônica desta pesquisa visa evidenciar e fomentar a utilização de sistemas modulares no Brasil, onde ainda predomina o tijolo e argamassa. Para tal, se utiliza técnicas, conceitos e propriedades necessárias, pertinentes a Arquitetura e Urbanismo.

This work presents the history of the use of Industrialized Architecture, specifically of Modular Architecture, applied in buildings. Through bibliographic review and analysis of case studies, it shows the efficiency of the modular constructive methods before conventional methods, mainly in the sustainability question. The architectural production of this research aims to highlight and promote the use of modular systems in Brazil, where bricks and mortar still predominate. For this, it uses techniques, concepts and necessary properties, pertinent to Architecture and Urbanism. Key words: Modular Architecture - Container Modules - Sustainability

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Palavras-chave: Arquitetura Modular – Módulos Container - Sustentabilidade


A Arquitetura Modular é o principal tema desta pesquisa, onde o objetivo final é a elaboração de anteprojeto de um Complexo Gastronômico e de Convivência. Construções modulares ainda não representam um significativa parcela dos métodos construtivos utilizados no Brasil, apesar da sua inegável eficiência. Entende-se por Construções Modulares aquelas concebidas total ou parcialmente fora do local da obra, através de processos industrializados. O Container Marítimo foi inicialmente a primeira opção estrutural para a composição desta pesquisa, mas foi descartado frente suas limitações técnicas e ergonômicas. Containers marítimos não foram concebidos para a escala humana e não oferecem conforto térmico e acústico adequados, necessitam ainda de reformas, pois são descartados somente quando deixam de oferecer condições mínimas exigidas no transporte marítimo, requerem vistorias e emissão de laudos de higienização e descontaminação, que permitam sua reutilização em construções. Para fins arquitetônicos, onde haverá fluxo regular de pessoas, o que exige confiabilidade e segurança, deve se utilizar módulos de estrutura metálica, similares ao container, onde os materiais utilizados são necessariamente novos e a estrutura final é originalmente concebida para este fim, como será apresentado nesta pesquisa O método construtivo modular pode ser favorável no aspecto de eficiência energética e ambiental das construções, e certamente, procura trazer a construção de edifícios para uma base mais sofisticada. O pensamento mais nobre da sustentabilidade é satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades. Na Arquitetura, a utilização de métodos construtivos mais sofisticados pode promover a redução da produção de resíduos de construção. Em comparação com os métodos de construção convencionais vigentes no Brasil, o tijolo e a argamassa, sistemas modulares se sobressaem no quesito geral de tempo, eficiência e economia, e seu potencial deve ser aproveitado para favorecer as necessidades humanas quanto aos ambientes construídos A edificação abordada nesta pesquisa trará as funcionalidades da arquitetura modular aliada, convenientemente, a dois principais fatores presentes na cidade de Joinville: • Atividade Gastronômica - Uma vez que é um setor característico e celebrado anualmente através do festival gastronômico da cidade, regido pela Câmara Setorial de Gastronomia e Entretenimento, possuindo vários sub-eventos de gastronomia celebrados em diferentes épocas do ano. • Setor Metal-Mecânico – A cidade é um dos grandes polos industriais do sul do Brasil, com o qual grandes investidores estrangeiros buscam parcerias, visto a significativa oferta e qualidade dos serviços. O segmento de caldeiraria, comportaria com técnica e eficiência a demanda pela fabricação das unidades abordados nesta pesquisa, módulos metálicos abertos enrijecidos.

OBJETIVOS /// METODOLOGIA Dessa forma, o objetivo geral desta pesquisa visa integrar uma edificação de Arquitetura Modular de atividade Gastronômica e de Convivência na cidade de Joinville – SC. Para tal, os objetivos específicos para o desenvolvimento do TCC1 foram previamente definidos: • Estudar o histórico da arquitetura industrializada; • Aprofundar os conhecimentos dos métodos de aplicações dos sistemas modulares na Arquitetura; • Investigar estudos de caso relacionados;

• Escolher e avaliar um lugar para implantação; • Pesquisar as legislações vigentes, as condicionantes projetuais e normas de segurança; • Propor estudo de apropriação do lote, apresentando volumetria

Delimitação do Tema e Procedimentos: Serão estudados e compreendidos os sistemas das construções modulares, bem como os métodos projetuais que os são característicos. Em seguida serão investigados estudos de caso relacionados ao tema, de forma a fundamentar a escolha adequada das particularidades arquitetônicas da edificação que será concebida. Posteriormente serão investigadas as legislações vigentes aplicáveis a edificações que comportam atividades gastronômicas, bem como as normas de segurança que as englobam. Seguindo, será escolhido um lugar para a implantação condizente com a atividade exercida na edificação, e que ofereça fatores que promovam seu sucesso. Por fim, será concebido um estudo volumétrico prévio que norteie o desenvolvimento do projeto seguinte, representando o teor dos itens supracitados, de acordo com os pensamentos e anseios da Arquitetura no contexto atual.

A fim de atingir os objetivos determinados para este trabalho, será necessário seguir diversos procedimentos e técnicas. Inicialmente, será realizada revisão bibliográfica, com leituras e fichamentos de arquivos físicos e virtuais, a fim de compreender a origem e desenvolvimento da utilização de sistemas modulares na arquitetura. Na continuidade, será feita nova pesquisa bibliográfica que possibilite a análise de estudos de caso das edificações comerciais e seus programas de necessidade, bem como das características dos locais onde estão instaladas. Por fim, para a etapa de concepção volumétrica, serão recordados os ensinamentos aprendidos em sala, relacionados com as pesquisas anteriores, referentes à projeto arquitetônico.

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INTRODUÇÃO /// CONTEXTUALIZAÇÃO /// JUSTIFICATIVA


/// A ORIGEM DA ARQUITETURA PRÉ-FABRICADA /// O conceito de Arquitetura pré-fabricada, precursora da arquitetura modular teve início entre os séculos XVI e XVII, durante as grandes navegações de colonização Britânicas, com a criação da placa weatherboard para revestimento de abrigos rápidos. Tão logo desenvolveu-se, ainda na Grã Bretanha, um resquício de construção em woodframe, feita com postes ranhurados, piso em placas e cobertura treliçada, todos em madeira pré-fabricada. Esta iniciativa favoreceu e engrenou as colonizações Britânicas até o século XIX, sendo ainda a estrutura precursora do posterior sistema pré-fabricado americano, o Balloon Frame, muito difundido no Oeste deste país Outra contribuição que surgiu do movimento colonial britânico foi o emprego da do ferro na construção de edifícios. Componentes como vergas, janelas, colunas, vigas e treliças foram produzidos em fundições e acabados em oficinas. Os componentes eram trazidos para o local de trabalho e montados em sistemas de estrutura e fechamento.

O conceito foi muito explorado na Grande Exposição de 1851 na Inglaterra, onde exclusivamente para esta, foi concebido o Palácio de Cristal, estrutura pré-fabricada com elementos repetitivos em ferro O grande salto do movimento da préfabricação foi a adaptação dos fechamentos em painéis metálicos ondulados, que proporcionavam uma estrutura autoportante, leve e resistente, além de facilmente transportável e manipulável por menor e menos especializada mão de obra. Surge então o conceito de construção efêmera ou temporária

Palácio de cristal

Nos anos de 1800, com a Corrida do Ouro americana, estima-se que 500 kits de abrigos em metal ondulado foram enviados da Inglaterra para a cidade americana de São Francisco. A difusão deste elemento alcançou desde a concepção de abrigos personalizados, e sob encomenda através de revistas, até abrigos e alojamentos portáteis militares, utilizados na 1° e 2° Guerra. Posteriormente, mas não diferente, a compra de casas pré-fabricadas sob encomenda continua. Com a vinda do progresso da indústria, as construções americanas préfabricadas em madeira, Balloon Frame, adquirem nova característica, passando a ser construídas com metal leve no lugar de madeira, surge então o conceito de Steel Framing e Light Steel Framing

Alojamento portátil 2° guerra mundial

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Coalbrookdale Bridge


/// INDUSTRIALIZAÇÃO /// As inovações ficavam a cargo das novas companhias que entenderam o advento da produção em massa alinhado à construção de edificações. Elas acreditavam que casas e edifícios poderiam ser solicitadas por encomenda através de catálogos.

Este período serviu para testar a eficiência da produção em massa do Fordismo. Frente aos fatos, as edificações pré-fabricadas posteriores adotaram novo modelo estético, rompendo com as tradições do passado e valorizando a forma resultante do processo de fabricação, este modelo foi chamado de Habitação Pós-guerra. Na tentativa de trazer processos fabris para o canteiro de obras, algumas empresas aliaramse e produziram bairros inteiros de casas pré-fabricadas, porém, todas eram unicamente similares, sem apelo arquitetônico, ou conforto térmico acústico adequados Na Califórnia, o Arquitetp Joseph Eichler desenvolveu um método sistematizado para a construção no próprio canteiro de obras, e preocupou-se principalmente com o apelo estético e arquitetônico de suas concepções, para tal contratou arquitetos na costa oeste americana para projetar modelos com amplas aberturas em vidro e diferentes modulações internas

Casa modelo Design Industrial

Este foi um marco para a produção de edificações pré-fabricadas, onde, pela primeira vez, uma edificação com estética moderna e significativo apelo arquitetônico era construída mais rapidamente e à menor custo do que as edificações convencionais. Casa modular de Joseph Eichler

Catálogo da Aladdin Homes em 1906

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O conceito de produção em massa, criado por Ford, foi logo adaptado às construções pré-fabricadas, onde as peças eram fabricadas e montadas em linha de produção. Em certos casos, as mesmas peças proporcionavam diferentes tipos de concepções arquitetônicas, por serem padronizadas para este método específico.


/// PRÉ-FABRICAÇÃO NA MODERNIDADE /// Na Europa, Walter Gropius pensava a Arquitetura através de dois ideais principais: industrialização e igualdade social. Influenciado por Behrens, criou uma arquitetura que expressava função absoluta, e em 1919, fundou a escola de design Bauhaus, cuja missão central era a produção industrial. Seu interesse em pré-fabricação era implícito, aproveitando a tecnologia de fabricação offsite para reduzir o custo das habitações.

A parecia dos dois parecia ser a combinação perfeita para produzir um produto tão necessário para a indústria da habitação durante e após a guerra. Em 1942, a equipe projetou um sistema de painéis usando um conector patenteado de quatro vias desenvolvido por Wachsmann. Todos os componentes das casas foram produzidos em fábrica e seriam montados no local Gropius tornou-se pai do modernismo e teve grande influência na cultura da arquitetura. A mensagem deixada era de que arquitetos poderiam projetar desde a concepção até a produção, da mesma forma que Brunelleschi, séculos antes

Gropius e Konrad Wachsmann

As contribuições da Mies para a pré-fabricação não estão no desenvolvimento de novas tecnologias ou elementos modulares, mas sim na integração da estética moderna na aceitação social, através da torre de aço e vidro. A sensibilidade estética dos pavilhões de Mies em Barcelona e Farnsworth House em Illinois são, em muitos aspectos, a encarnação do minimalismo que encontrou ressurgimento na arquitetura residencial, no final do século XX e início do século XXI.

Farnsworth House

Hoje, muitas casas pré-fabricadas concebidas por arquitetos são modernas pela implementação de materiais simples, linhas limpas e alto nível de transparência. A influência de Mies na compreensão e expressão da arquitetura, especialmente na pré-fabricação, continua tendo significativo impacto Já Corbusier, não necessariamente abraçava os métodos préfabricados, mas acreditava que o arquiteto poderia criar um sistema de construção baseado em racionalização através da padronização. A Citrohan House ligou o início dos cinco pontos da arquitetura de Le Corbusier, incluindo The Domino, esqueleto de concreto que possibilitava liberdade na locação de paredes. Janelas, portas e brises préfabricados cobriam usualmente em seus edifícios.

The Domino

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Em uma colaboração, Gropius e Konrad Wachsmann produziram, talvez, a contribuição mais conhecida para o pensamento da arquitetura pré-fabricada; A "Casa empacotada" em massa, projetada para o mercado americano como uma proposta de habitação em tempos de guerra.


A casa Wichita foi um sucesso, sendo fabricada com os mesmos materiais de aeronaves, chapas de alumínio fixadas com rebites, o que lhe proporcionava ótima aerodinâmica e ventilação. A divisão da casa era em formato de torta, onde o centro era a recepção e circulação principal, e os cômodos estavam ao seu redor. O peso total da casa era de 2720 quilos, lhe proporcionando fácil transporte, em apenas um caminhão, podendo ser montada em apenas um dia.

/// PRÉ-FABRICAÇÃO NA MODERNIDADE /// Frank Lloyd Wright era extremamente cético quanto à pré-fabricação, pois achava que ela não oferecia qualidades táteis, e questionava ainda a real autoria do projeto, considerando que os elementos já eram pré-definidos. Entretanto estava avançado em suas ideias de que através da pré-fabricação, edifícios poderiam se estender tornando-se organismos vivos. O arquiteto ainda experimentou modelos em madeira e metal, baseados no Balloon Framing, posteriormente criando o protótipo Usonian, com intuito de que fossem construções economicamente acessíveis. Entretanto foram insucessos consecutivos, pois Wright não abria mão de seus minuciosos detalhes arquitetônicos feitos à mão, possíveis apenas com emprego de métodos convencionais, o que tornava suas concepções extremamente caras e inacessíveis para a população geral.

Casa Wichita

Casas Meudon

No programa Case Study House, casas foram projetadas, com elementos estruturais préfabricadas e com painéis de preenchimento, por arquitetos como Richard Neutra, Craig Ellwood, Raphael Soriano e Pierre Koenig, onde ocorreu a personificação da pré-fabricação, explicitamente na House 8, do casal de arquitetos Charles e Ray Eames, que eram visivelmente interessados na arquitetura influenciada pelo design moderno.

Ainda que os designers Buckminster Fuller e Jean Prouvé não tenham recebido instrução como arquitetos, sua influência na arquitetura pré-fabricada é altamente considerada. Em 1928, Fuller patenteou a módulo Dymaxion, um trailer com estética de aeronaves, com sistema estrutural de cabos. Mais tarde, em 1936 projetou uma unidade de banheiro pré-fabricada para este. No ano de 1944, Fuller consolidou sua reputação por seus projetos inovadores em habitação pré-fabricada produzida em massa, impulsionando-o à fabricação da casa Wichita.

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Usonian Homes

O arquiteto ainda experimentou modelos em madeira e metal, baseados no Balloon Framing, criando o protótipo Usonian, com intuito de que fossem construções economicamente acessíveis. Entretanto foram insucessos consecutivos, pois Wright não abria mão da minúcia nos detalhes arquitetônicos, realizados apenas através de métodos convencionais, o que tornava suas concepções extremamente caras e inacessíveis para a população geral.

Prouve projetou e fabricou abrigos de suprimentos militares para os franceses e depois produziu suas habitações para o período do pós-guerra, todos pré-fabricados leves e facilmente erguidos, usados como uma solução de habitação temporária. Seus projetos possuíam estrutura de aço formada a frio e telhados de madeira com painéis de preenchimento, como nas 25 casas experimentais que foram erguidas em um subúrbio perto de Paris, conhecidas como casas Meudon.

House 8


Na World Expo de 1967, Moshie Safdie, teve seu primeiro projeto construído, The Habitat, onde 158 casas foram montadas a partir de 354 unidades modulares. Haviam 18 tipos de módulos em concreto pré-fabricado reforçado. Os módulos foram empilhados sobrepostos, formando vazios entre eles, utilizados como jardins decks ao ar livre.

A década de 1960 trouxe os “Metabolistas” japoneses, utilizando sistemas modulares em que as unidades eram conectadas a um núcleo estrutural e de serviços. O projeto de maior repercussão foi a Nakagin Capsule Tower (figura 22), concebida pelo arquiteto Kurokawa, acreditando que os módulos poderiam ser extraídos tão facilmente quanto eram conectados, quando houvessem mudanças dos proprietários ou grandes reformas internas. Ironicamente, nenhuma unidade modular foi removida até hoje e, se fosse o caso, novos módulos teriam de ser fabricados, atualizando os sistemas de ancoragem, hoje defasados. O investimento inicial para erguer seu núcleo estrutural em aço superou e muito os investimentos necessários de um mesmo edifício com sistema construtivo convencional

The Habitat

Nakagin Capsule Tower

Considerações: Seguindo os acontecimentos históricos do emprego de sistemas modulares na Arquitetura Industrializada, entende-se que houveram sucessos e insucessos, e que ambos são necessários para a plena evolução deste sistema. O sistema é característico de países desenvolvidos, mas uma vez que a indústria brasileira vem se desenvolvendo, se faz necessária a reflexão e o amadurecimento para utilização de métodos construtivos sustentáveis e eficazes. A eficácia dos métodos construtivos industrializados modulares nos países desenvolvidos deve ser gradualmente adotada no Brasil. As preocupações quanto as questões ambientais já atingiram grau de amadurecimento suficiente, em grande parte dos países da Europa, fazendo-os adotar sistemas construtivos que degradam menos o meio ambiente, são mais eficientes e otimizam as construções.

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/// PRÉ-FABRICAÇÃO NA MODERNIDADE///


/// ARQUITETURA MODULAR /// A Construção Modular tornou-se uma técnica empregada principalmente para se conseguir redução de custos, melhor qualidade de projeto, e menor tempo de construção, sendo utilizada regularmente como método padrão em alguns países.

O Módulo é uma unidade de montagem padronizada podendo ter diferentes tamanhos e níveis de acabamento, sendo que unidades maiores podem, ao mesmo tempo que restringem a flexibilidade volumétrica da edificação, oferecer grande nível de acabamento final, o oposto das unidades menores.

As grandes produtoras de unidades modulares categorizam em residencial e comercial os tipos de módulos fabricados, sendo os residenciais, divididos em efêmeros ou permanentes, e ambos feitos em metal, madeira, concreto ou polímeros. Não há restrições quanto à finalidade das edificações, somente questões quanto a sua engenharia estrutural, no caso de grandes edifícios.

Os módulos em madeira são geralmente utilizados em edificações residenciais, através de unidades pequenas. Devido à grande densidade do material, os módulos se tornariam muito pesados, prejudicando tanto as etapas de fabricação e transporte, quanto as de montagem em loco, sendo o gabarito máximo de 3 níveis, para este material. A madeira aplicada na Arquitetura oferece inúmeras qualidades, destacando-se primeiramente as de estética, durabilidade, conforto, versatilidade trabalhabilidade. Outro importante fator que favorece sua utilização é da sustentabilidade, de forma que se gasta menos energia de produção, para se obter a matéria prima da madeira, do que em outros elementos construtivos, como o aço ou o concreto. Nas construções modulares, o emprego da madeira se dá através de seu frame ou módulo estrutural, de fechamentos ou módulos de parede, e ainda por meio da combinação dos dois, gerando grandes módulos já finalizados e prontos para locação na edificação. Uma das empresas pioneiras na compatibilização da madeira aos sistemas modulares é a portuguesa Modular System. Suas unidades modulares são versáteis e adaptáveis em outros projetos, sem que haja grandes alterações. No projeto House In Touril, em Santiago do Cacém, tanto seu frame estrutural quanto fechamentos foram concebidos com o mesmo perfil, minimizando gastos e tempo de produção, ao mesmo tempo que descarta a utilização de isolamentos termo acústicos.

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O Modular Building Institute (MBI) define construção modular como uma demanda de projeto offsite, usada para construir edificações regulamentadas em um sistema de qualidade controlada, em menos tempo e com menor desperdício de materiais.

/// MÓDULOS DE MADEIRA ///

House In Touril


/// MÓDULOS METÁLICOS /// Módulos metálicos são geralmente estruturas fabricados em vigas ou perfis tubulares em aço, com reforços e fechamentos também em metal. Seu formato é convenientemente cúbico ou retangular. Há três tipos básicos de módulos metálicos:

/// MÓDULOS DE CONTAINER MARÍTIMO /// As facilidades que o Container proporcionou ao transporte de cargas pelo globo, o tornou o elemento mais utilizado para tal, como consequência, cerca de 125 mil Containers abandonados atualmente obstruem os portos britânicos e quase 700 mil nos portos dos estados unidos. Este fato revela a importância da sua reutilização, e uma das destinações mais recorrentes é seu emprego na Arquitetura. O Container revelou-se ideal para a Arquitetura pré-fabricada, pois pode ser transportado através de diferentes modais, por meio de seu característico chassi empilhável.

Em média, Containers simples usados podem custar de 3 mil a 5 mil reais, mas os preços variam de acordo com a localidade e a integridade da unidade no momento da aquisição. Container são elementos muito versáteis, possuindo vários tipos e modelos de acordo com a carga que transportaram em sua utilização, outro fator que determina seu valor de compra

Desvantagens: • A manipulação estrutural do Container pode propriedades às quais foi concebido. • Suas dimensões não foram concebidas para a escala humana • Sua estrutura em aço promove alta condutibilidade térmica. • O aço também favorece a transmissão de ruídos • Restrição na distribuição das instalações de serviço, como elétrica, hidráulica e esgoto. • Sua instalação necessita grandes áreas de manobra. Container City

• Módulos fechados: Além de seu frame, as paredes também possuem função estrutural • Módulos (total ou parcialmente) abertos: Todas as funções estruturais são concentradas nos frames, os fechamentos possuem maior flexibilidade. • Pods (não empilháveis): Geralmente unidades padrão com funções de serviço, podem ser adicionados ou removidos da edificação principal, sem comprometer sua estrutura. Módulo fechado

Estas três formas construtivas são utilizadas de acordo com a demanda de aplicação, e conforme a disposição das células da edificação principal. Os módulos fechados, por exemplo, podem compor um pavimento tipo de dormitórios de um hotel, enquanto módulos abertos podem fornecem amplos espaços para uma grande recepção

Os módulos total ou parcialmente abertos tendem à ser estruturas mais resistentes aos módulos fechados. O fato deve-se à sua concepção, com colunas feitas em perfis tubulares quadrados, laminados à frio. Os vãos entre as colunas, em seu comprimento, variam de 6 a 12 metros, sendo que as seções podem variar de 15 a 35 centímetros, tanto em altura quanto em largura Módulo aberto

Devido às grandes seções das vigas, os espaços gerados entre pisos e forros são amplos, possibilitando boa área para locação das instalações de serviço, como elétrica, hidráulica e refrigeração. Colunas intermediárias podem ainda ser adicionadas entre as principais, para fins de transporte, ou para projetos específicos onde as seções das vigas devem ser menores.

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Os módulos abertos podem ser fabricados ainda como uma armação rígida completamente soldada, com perfis tubulares quadrados. Este método construtivo proporciona o emprego de janelas com pé-direito total, bem como melhores alinhamentos de suas faces, consequentemente, acabamentos mais eficientes e fachadas mais harmoniosas.

Ainda que Containers possuam tais desvantagens, seu uso em construções tem evoluído consideravelmente, principalmente quando um dos objetivos da obra é a sustentabilidade. Sua utilização passou de experimental à viável na Arquitetura, como demonstra o projeto Container City.


Localizado na George Street 99 Croydon, Londres – Reino Unido, é um complexo que se desenvolve junto à praça de uso misto Ruskin Square, e ao lado da estação East Croydon, realizando a conexão entre estes com eventos gratuitos, e atividades comerciais e gastronômicas. O design proposto pelo escritório de Arquitetura BDP, cria um salão comercial semifechado, portanto, há um foco em seu núcleo, com as unidades dispostas em seu torno, bem como espaços de terraço ao ar livre. A mudança de nível entre o acesso e a estação Dingwall Road possibilita o acesso de pessoas por múltiplas entradas e níveis, gerando uma provocação espacial e movimento pelos fluxos da estação. Foram utilizados ao todo 96 Containers e toda a montagem se deu como um grande quebra-cabeça 3D. Devido ao empilhamento não regular dos Container, as colunas para absorver cargas eventuais foram adicionadas às unidades inferiores.

/// REFERÊNCIAS PROJETUAIS ///

Contribuição: O Boxpark Croydon foi selecionado como estudo de caso devido suas características comerciais. A edificação como um todo encontra-se em um ponto nodal de grande fluxo, gerado pela estação de trem, sendo uma edificação predominantemente térrea. O Container é evidentemente o principal elemento do partido arquitetônico, combinado com grandes decks e lounges em madeira. Sua modularização é visivelmente geometrizada, buscando eficiência e economia. Conforme se vê na planta de térreo, para cada 5 unidades de restaurante há uma unidade de serviço, com espaços de preparo e armazenamento de alimentos, gerando combinações de 6 unidades, somando170 m². Para os banheiros se dedicou uma área de aproximadamente 55 m², enquanto os escritórios e atividades administrativas ocupam 85 m².

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Boxpark Croydon

A praça de alimentação no pavimento térreo, ocupa uma área de aproximadamente 625 m², enquanto as superiores distribuem-se juntas em 340 m². Nos fundos, duas unidades recebem suprimentos para posterior distribuição. No programa de necessidades, há setores e fluxos típicos de restaurantes, como docas de carga e descara, estoques alimentícios, câmaras refrigeradas de higienização e preparo, grandes áreas de circulação, e praças de alimentação.


/// REFERÊNCIAS PROJETUAIS ///

A Open School APAP Seul, é uma estrutura em contêineres concebida como espaço aberto, posicionada à beira do rio local, para incentivar o espaço recreativo da orla e permitir que os usuários sejam visitantes, espectadores e atores da edificação. O espaço foi concebido utilizando 8 Containers, rotacionados à 45 graus, formando uma grande flecha, apoiada em pilotis, 3 metros sobre a margem do rio. Abaixo da edificação estrategicamente segue uma grande circulação de pedestres, passando pela área de encontros, ambientes de repouso, contemplação e reuniões. A sombra produzida pelos Containers gera no espaço um microclima agradável, tirando proveito também da topografia, que gera um anfiteatro público, com vista da orla do rio. O acesso é convidativo, através de um Container inclinado. Em seu ponto mais alto há outra área de contemplação e apresentações, com espaços de socializações para a comunidade.

No primeiro pavimento, artistas residentes possuem dois ateliês à sua disposição, voltados para a área de exposições. Próximo ao acesso principal, há uma parede sólida com várias furações em diferentes níveis, que proporcionam uma breve espiada da paisagem. O encaixe em 45 graus dos Containers permite ótima ventilações cruzada, através das bandeiras instaladas em suas faces menores. O terraço conta com acesso através de Container inclinado, gerando expectativa ao observador, que ao acessá-lo, é imediatamente surpreendido pela vista. Ao lado do rio, os transeuntes têm o olhar atraído para a edificação, com suas cores amarelo industrial vibrante e preto, além de sua volumetria peculiar, tornando-a ponto de referência na localidade.

Contribuições: A APAP Open School foi selecionada como estudo de caso pela forma peculiar com a qual se apropriou das unidades de Container, com seções em ângulo e acessos inclinados, gerando um elemento de certa forma orgânico. Apesar de estar ligeiramente obstruída pela vegetação que margeia o rio, suas cores e formas a tornam um elemento de destaque. A edificação possui interiores que evidenciam a contemplação da paisagem, apesar de não possuir grande fluxo de usuários. Com as unidades apoiadas sobre uma estrutura metálica robusta, se conseguiu melhor aproveitamento das áreas inferiores, proporcionando diferentes usos sociais.

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LOT-EK: Escola Aberta da APAP (Anyang Public Art Project OpenSchool)


/// REFERÊNCIAS PROJETUAIS ///

AXIS ARCHITECTS: Citizen M Hotel

Conforme se vê em planta, o térreo possui área de convivência de aproximadamente 590 m², enquanto as áreas funcionais, de apoio, serviço e armazenamento ocupam 480 m².

A edificação buscou otimizar áreas internas sociais, para tal, os módulos foram dispostos alinhados em sequência, formando um corredor circundante e um pátio interno central. Se buscou permeabilidade através do vidro e integração social, bem como terraços e jardins semifechados.

O partido arquitetônico da edificação parte do tijolo de areia dos antigos galpões que compunham a malha do bairro, estes estão representados no revestimento externo e na própria sobreposição aleatória dos cômodos na fachada. No primeiro pavimento de acomodações, 42 módulos de 2,5x6,8 distribuem-se em uma área de 730 m², enquanto as circulações geram 250 m². Os módulos foram ordenados espelhados, combinando os shafts das redes de utilidades dos banheiros, apropriando-se também de parte do forro para esta função. A edificações está harmoniosamente inserida na malha de edifícios que a circunda, as molduras de 2,5x3,0 metros geram ritmo e continuidade ao alinhamento predial.

Os acessos principias ocorrem através de portais em madeira, seguindo a tipologia da fachada. Ambientes internos sociais proporcionam diferentes momentos aos hóspedes, tanto para trabalho, quanto para o lazer. Todas as acomodações possuem o mesmo padrão de qualidade.

O método construtivo modular da edificação acaba quase que camuflado perante ao mesmo sistema adotado pelas edificações do entorno, uma vez que o Reino Unido é o berço das construções modulares.

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É um hotel da rede de mesmo nome, cujo conceito focou-se na concentração das necessidades realmente úteis dos clientes durante uma viagem, todas as outras funções de luxo deram lugar à funcionalidade. O hotel possui 192 acomodações de 14 m² cada, sendo unidades modulares pré-fabricadas, anexadas à edificação. Localiza-se em uma área pós-industrial de Londres, referenciada através dos tijolos de areia que compunham a localidade.

Contribuição: O Citizen M Hotel foi escolhido como estudo de caso por evidenciar seu método construtivo modular. Na fachada se vê os módulos metálicos empilhados, apoiados sobre estrutura de pilares e paredes de concreto, buscando eficiência estrutural e padronização das acomodações.


/// DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERESSE /// A Cidade O lote escolhido para a proposta localiza-se na cidade de Joinville, sendo esta, a maior do estado de Santa Catarina. A cidade ainda é o terceiro maior polo industrial da região sul do Brasil. Entre as atividades mais desenvolvidas da indústria, destacam-se os setores da metalurgia, metal-mecânico, têxtil e químico. Joinville contempla ainda a maior região de expansão metropolitana do norte/nordeste do estado. O Bairro A área de interesse localiza-se no bairro América, cuja densidade populacional estimada é de 2,74 mil habitantes por km². A população tem renda média mensal de 5,74 salários mínimos (~R$5.378,4), dos quais 52,9 são mulheres e 47,1 homens. Estima-se que a população atual esteja na casa de 13 mil habitantes, distribuídos em sua malha urbana delimitada de 4,54 km²

Os principais acessos à cidade ocorrem através das rodovias, BR-101, SC-418, BR280, e SC-108. O principal acesso se dá através do pórtico da cidade, localizado na rodovia BR-101, mais precisamente na divisa entre os bairros Glória e Vila Nova. Acessos: Joinville Bairro a Bairro 2017

Limite Bairro América: Joinville Bairro a Bairro 2017

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O bairro passou a ser conhecido por sua atual denominação por volta de 1980, a região que compreende o Bairro América era denominada Centro, e mudou para o atual nome somente quando as novas instalações do América Futebol Clube, que em seus primórdios foi conhecido por Foot Ball Club Teotona, foram concluídas na Rua Visconde de Mauá


/// DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERESSE /// Estabelecimentos Gastronômicos

População e Usos Conforme gráficos a seguir, quanto ao uso do solo, observa-se que o bairro é predominantemente residencial, onde as atividades de comércio e serviço ocupam apenas 13,6% do total dos lotes analisados, contra 80,4% dos residenciais. A faixa etária predominante no bairro é a dos 26 aos 59 anos de idade, aproximadamente 7,2 mil pessoas. Acessos: Joinville Bairro a Bairro 2017

Faixa Etária: Joinville Bairro a Bairro 2017

Uso do Solo: Joinville Bairro a Bairro 2017

Estabelecimento Gastronômicos e Fenômeno de Via Gastronômica A escolha do lote baseou-se, entre outros fatores, na quantidade de estabelecimento Gastronômicos em determinadas vias da cidade, e no Fenômeno de via Gastronômica que ocorre não somente em Joinville. Um breve levantamento desta quantidade foi realizado com intuito de se comparar com a via que recebe atualmente o título de via Gastronômica de Joinville, a rua Visconde de Taunay. Neste levantamento foram considerados estabelecimentos comerciais gastronômicos, que servem refeições em horário de almoço e/ou janta, como bares e restaurantes, e foram excluídos da análise as casas de shows e estabelecimentos fechados de entretenimento noturno. Por critério de exclusão, a única rua que se assemelha, em quantidade de estabelecimentos gastronômicos, com a atual via gastronômica, é a rua Max Colin, no bairro América. A tabela a seguir contabiliza estes estabelecimentos.

Rua Visconde de Taunay Confeitaria XV Paddock's Lanches Paiol Choperia R7 Bar e Restaurante -Seattle Rock Café -Buena Vibra Café e Bar -Prime Dog Hot Dog Vegas Bowling O Fornão Pìzzaria Fatirella Pìzzaria -Hullen Pizzaria -Chimarrão Churrascaria -OPA Pizza -Didge Steake House Água Doce Cachaçaria Madrileño Cocina Internacional Slice Pizza Restaurante Arte em Café Hōsu Sushi Alles Gute Hamburgueria Zum Schlauch Subway Guacamole Dona Francisca Choperia Rubicon Wine & Emporium Kib's Cozinha Arabe Pinus Restaurante e Choperia La Taska Restaurante Bar Nhac Temaki Biergarten Hummm Pizza na Pedra Joinville LaPadocca Extensão (km) 1 estabelecimento a cada

n° 45 136 230 146 166 206 240 299 343 368 398 420 440 465 523 550 555 662 702 788 856 874 1000 1136 1174 1183 1223 1241 1400 m 43,75 m

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Rua Max Colin n° 1 Pizzaria do Fritz 2560 2 Hamburguês Hamburgueria 2560 3 Petisqueria Caxias 2535 4 Capitão Space 5 Rodrigues Lanches 2058 6 Mistura Fina 2048 7 Mais Bier Brewpub 1950 8 Rocki'n Bier 1914 9 Don Boni 1901 10 Brothaus Pães e Doces 1828 11 -OPA Boteco 1589 12 -Niu Sushi 13 -Villa Pescara 14 -Nono Mio 15 -Don Barcelo 16 -Bistrô do Grão 17 -OPA Grill 18 Strike 7 1531 19 Restaurante Emmendörfer 1483 20 Bar e Restaurante Marabá 1524 21 Brasileirinho Delivery 1246 22 OPA Store / Garagem OPA Bier 1195 23 Palatare Restaurante 1000 24 Mosteiro Pub 776 25 Totens Pizzaria 635 26 Alles Picanha 441 27 Barão Choperia 441 28 Bruthus Hamburgueria 349 29 Futuro Burguer King 30 31 32 Extensão 2600 m Média de 1 estabelecimento a cada 89,66 m

QT


/// DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERESSE /// Unidades Gastronômicas Visconde de Taunay

Pode se dizer que o título de via Gastronômica de Joinville é atribuído a rua Visconde de Taunay, entre fatores históricos, devido a concentração destes estabelecimentos gastronômicos, em maior evidência no trecho entre as ruas Duque de Caxias e Henrique Meyer. Duque de Caxias x Henrique Meyer : Google My Maps

Usos Gastronômicos Nota-se que a rua Visconde de Taunay, que leva o título de Via Gastronômica de Joinville, possui poucos estabelecimentos gastronômicos a mais em relação a rua Max Colin, e que alguns destes estabelecimentos estão agrupados no mesmo lote. Sua distribuição é regular na atual via Gastronômica, enquanto na Max Colin, ocorre em pontos dispersos.

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Unidades Gastronômicas Max Colin


Torna-se evidente a demanda por estabelecimentos gastronômicos em ambas as vias. Da mesma forma, a proporção destes pela extensão da via, menor no caso da Max Colin, sendo esta, a via escolhida para a implantação da proposta tema desta pesquisa. A implantação de um Complexo Gastronômico e de Convivência na rua Max Colin poderá promover a atividade dos demais estabelecimentos do mesmo uso, podendo esta via, ter notoriedade igual ou superior à Via Gastronômica de Joinville. A implantação desta edificação poderá beneficiar o setor gastronômico da cidade como um todo, sendo o Festival Gastronômico associado ao setor turístico da cidade, vide sua agenda combinada com o Festival de Dança; bem como às datas das suas maiores atrações. O lote escolhido para a implantação da edificação, localiza-se em um ponto intermediário entre os já consagrados points gastronômicos da rua Max Colin, podendo promover uma regularidade e continuidade desta atividade no decorrer da via.

/// DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERESSE /// O Lote A escolha do lote, baseou-se também no entorno imediato. O lote escolhido é uma parcela de um terreno desocupado desde o ano de 2013, disposto na altura do n°804 da rua Max Colin. Como se pode observar, optou-se pela junção das áreas de dois lotes que estão voltadas para esta faixa viária.

Points Gastronômicos: Max Colin

Como se observa, as duas vias estão próximas em um raio de 500,0m e não possuem separação física espacial significativa. A proximidade dessas centralidades Gastronômicas é fundamental para o setor.

Raio de 500,0m

Centralidades Gastronômicos: Google My Maps

A área correspondente ao lado direito da seleção em vermelho pertence ao lote de inscrição imobiliária nº 13-20-32-06-0919, enquanto a área ao lado esquerdo, pertence ao lote nº 13-20-32-06-1065.

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Entorno do Lote Escolhido: SIMGEO


/// DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERESSE /// A Justificativa baseia-se, entre os fatores já citados, na atual característica destas duas parcelas de lote. Enquanto o lote 13-20-32-06-0919, na esquina das ruas Max Colin e Araquari, comporta uma edificação em ruína; o lote 13-20-32-06-1065 é categorizado como baldio desde o ano de 2013, atualmente utilizado como estacionamento pelos comerciantes do entorno imediato.

Ruína, Max Colin x Araquari, lote 13-20-32-06-0919 : Do Autor

Lote Resultante ESC.: 1:650 - Do Autor

Como se observa, a junção das parcelas dos dois lotes cria um último lote, agora de esquina. Considerando que a edificação em ruína será demolida, uma vez que resta dela apenas as paredes que compõe seu perímetro, a cobertura já não existe.

Baldio, Max Colin lote 13-20-32-06-1065 : Do Autor

• • • • • •

Área de 2528,0 m² testada de 58,16+7,86+34,93m, Largura de 63,42m, fundos de 40,11m Perímetro de 204,5m Totalmente na cota de elevação +5,0m Topografia plano

Quanto aos Índices Urbanísticos: • • • • • • •

Zoneamento AUAE AS-05 Coeficiente de Aproveitamento 1,0 Taxa de Ocupação máx. 60% Taxa de Permeabilidade 20% Gabarito máx. 9,0m Recuo Frontal 5,0m Afastamentos laterais e fundos 1,5m

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As Características do lote resultante são as seguintes:


/// DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERESSE /// Clima A área escolhida encontra-se em uma região classificada como predominantemente úmida mesotérmica, com microclima classificado como super-úmido, apresentando umidade relativa média anual de 76%. As temperaturas médias anuais ficam em torno de 21°C, com máximas de 32°C e mínimas de 11°C. Em sua face leste, o terreno ainda possui sua cobertura vegetal original, do tipo floresta submontana. Conclui-se que a edificação será desenvolvida com a preocupação quanto a integridade de sua estrutura sob a ação da umidade. A Nova Lei de Ordenamento Territorial descreve o zoneamento onde o lote está inserido como:

Área urbana de adensamento especial (AUAE): regiões que não apresentam predominantemente fragilidade ambiental, possuem boas condições de infraestrutura, sistema viário estruturado, transporte coletivo, equipamentos públicos comprovadamente capazes de absorver a quantidade de moradores desejada, mas que apresentam predominância de características paisagísticas, históricas, e/ou de residências unifamiliares, não sendo recomendáveis para o adensamento populacional pleno

Incidência Solar e Eólica A velocidade média dos ventos predominantes na região está na média de 10km/h, variando sua orientação conforme as mudanças de temperatura das estações do ano. No verão, predominam os ventos Leste/Nordeste, no inverno, os ventos Sul/sudeste. A área encontra-se orientada, em sua maior dimensão, no sentido Leste-Oeste. Como está no hemisfério sul, a face que recebe maior parcela de luz solar é a fachada norte, bem como, na parte da tarde, a fachada oeste. A graduação mínima e máxima da trajetória solar, de acordo com os solstícios e equinócios, está representada nas figuras abaixo.

Apesar de os Índices Urbanísticos permitirem a implantação de um empreendimento de grande porte, de forma a aproveitar todo seu potencial, o objetivo da edificação proposta está focado na qualidade do ambiente de transição entre público e privado, e não no simples e deliberado aproveitamento total dos índices.

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Quanto aos Requisitos Urbanísticos para Uso do Solo, a atividade de Alimentação é permitida, desde que em Faixa Viária, até 100m em vias perpendiculares à esta.


/// DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERESSE /// Tráfego Com a conclusão das obras da rua Timbó, paralela imediata à Max Colin, o conjunto das duas ruas passou a atuar como um Binário, no qual a rua Timbó segue em direção ao centro, e a Max Colin no sentido bairro. Outro fator de relevante importância é a caracterização da rua Max Colin como um eixo comercial e de serviços, com forte característica gastronômica. O acesso ao lote selecionado poderá ocorrer convenientemente através da rua Araquari, e com saída para a rua Max Colin. Transporte Público, Circulação Pedonal e Ciclo viária Quanto à cobertura de transporte público coletivo, há no entorno imediato quatro pontos de parada, que ficam à curtas distâncias a pé, do local escolhido. Oito linhas alimentadoras cobrem os pontos de parada na rua Max Colin, proporcionando tempo mínimo de espera de 10 minutos. A rua oferece também boa qualidade das circulações de pedestres no raio de ação definido, com surpreendente continuidade dos níveis de calçadas.

O maiores fluxos ocorrem na rua Max Colin, caracterizada com uma via arterial, que distribui o tráfego na direção centro-bairro, fato que promove boa visibilidade para o lote. Quanto ao tráfego de veículos, a região pode apresentar transito lento nos horários de pico, podendo em certos casos, congestionar a rua Max Colin em mais da metade de sua extensão, durante o período entre às 17:30 e 19:00 horas

/// ENTORNO IMEDIATO /// Em seu entorno imediato pode-se constatar a diversidade de categorias de uso e ocupação do solo, apresentando edificações comerciais, gastronômicas, residenciais, de serviço, institucionais, e de lazer e entretenimento. Entre as edificações mais significativas destacam-se: Brothaus Pães & Doces, Parque Opa Bier, Opa Boteco, Strilke 7, Sociedade Cultural Lírica, Garagem Opa Bier, Bezerro Grill, e o Ginásio Ivan Rodrigues. Estas edificações possuem atividades voltadas para a gastronomia, lazer e entretenimento, que contribuem para gerar um fluxo regular de pessoas, vindas de vários locais da cidade em diferentes horários.

Rua Max Colin: Street View

Rua Timbó: Street View

Há uma grande variedade de usos relacionados à comercio e serviços nesta faixa viária. As edificações que comportam estas atividades possuem variadas proporções, desde pequenos estabelecimentos instalados anteriormente à lei de recuo frontal, até pequenos centros comerciais.

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A rua oferece também boa qualidade das circulações de pedestres no raio de ação definido, com razoável continuidade dos níveis de calçadas. No binário as circulações apresentam boas qualidades, com as devidas sinalizações instaladas. Há também, sistema de controle de velocidade dos automóveis, onde a velocidade máxima permitida é de 60 km/h


/// USOS NO ENTORNO IMEDIATO /// O levantamento ao lado apresenta as manchas das edificações dispostas no raio de ação de 500,0m onde o lote escolhido encontra-se no centro. Além da grande diversidade de usos para o atendimento de pessoas, há também os usos residenciais, ocorrendo em sua maioria, através de casa térreas isoladas. Grandes prédios residenciais também estão dispostos no decorrer da rua, representando grande parte do consumo das atividades ali oferecidas. Esta característica é favorável uma vez que pode oferecer um regular fluxo de consumo gastronômico que será oferecido na edificação.

LOTE ESCOLHIDO RESIDENCIAL COMERCIAL SERVIÇOS INSTITUCIAL ENTRETENIMENTO DESOCUPADO

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Usos no Entorno Imediato ESC.: 1:3000

• • • • • • •


Quanto à Arquitetura, algumas edificações apresentam características marcantes, que podem ser levadas em consideração na composição da proposta. A diversidade de modelos também é ampla, poucas edificações apresentam estilos visivelmente definidos, são na maioria dos casos, edificações pensadas para serem funcionais, através de uma estrutura com menor custo possível. As edificações indicadas a seguir, apresentam certo apelo arquitetônico, uma vez que atraem a atenção do observador através de suas formas não convencionais. B

A

A

D

/// CONDICIONANTES PROJETUAIS /// Quanto aos sistemas de segurança de prevenção e combate a incêndio, a regulamentação se dá pelo órgão do Corpo de Bombeiros Voluntários De Joinville. Quanto as leis de uso e ocupação de solo, são regulamentadas pela Secretaria de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável da cidade de Joinville. Recentemente a regulamentação foi atualizada para a LEI COMPLEMENTAR Nº 470, de 09 de janeiro de 2017 que, redefine e institui os instrumentos de controle urbanístico. Quanto a legislação pertinente às questões construtivas da edificação, são aplicadas as instruções apresentadas no Código de Obras da cidade de Joinville, LEI Nº 667/1964. Para elaboração das áreas gastronômicas foi consultado o Roteiro pra Implantação de Restaurante popular. Para as questões de circulação, foram consultadas as normas ABNT 9050 e 9077.

Diretrizes

/// PROPOSTA ///

A proposta de edificação para esta pesquisa nasceu primeiramente da inquietação quanto aos métodos construtivos em voga no Brasil, o tijolo e a argamassa, uma vez que os métodos construtivos modulares são mais eficientes.

A - A Idelli Ambientes apresenta sua fachada com elementos modernos, em vidro e concreto. Com efeito de estreitamento do frame externo da estrutura. A composição é atrativa e convidativa, apresentando grande permeabilidade para o interior. B - O prédio da AMUNESC é com certeza a edificação mais destoante da região. Como uma “locomotiva” com ornamentos que remetem os galpões industriais, ela descansa com sua fachada ovalizada voltada para a rua. C - A edificação da atual concessionária Chevrolet, a Metronorte, apresenta a estética fabril dos antigos galpões industriais da cidade de Joinville. A cobertura em estilo shed, é o elemento de maior identificação, com sobreposições para captação de luz natural. D - O centro veterinário Cães e Gatos apresenta uma estética similar à da proposta, ainda que somente em sua fachada. As colunas distribuídas uniformemente, dão a leve impressão de modulação. Sem uso evidente, o segundo nível da fachada tornou-se apenas uma circulação.

Posteriormente se buscou a integração da proposta com o setor gastronômico da cidade de Joinville, procurando oferecer “mais”, entregando uma concepção que mesclasse gastronomia e convivência.

Se propôs uma relação íntima com o entorno, para que a edificação se torna-se convidativa, permeável e acessível, um rompimento gradual do público com o privado. Se buscou ao máximo aproveitar a ventilação e iluminação naturais, manipulando os eixos da edificação para a otimização destes fatores, uma vez que se optou por um edificação térrea com subsolo. Se busca a valorização da mão de obra e serviços tecnológicos de Joinville, e o enriquecimento do setor gastronômico.

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C

Outra importante questão foi a sustentabilidade ambiental, diretamente relacionada com o método construtivo, outra vez desfavorável nos métodos convencionais.


Conceito e Partido Arquitetônico

/// PROPOSTA ///

O Estar, a Refeição, e o descanso. Quando se frequenta um restaurante ou quando se busca simplesmente um local para realizar uma refeição, a maioria das B pessoas encontra exata e simplesmente isto, o momento da refeição em si, e nada mais, se segue para as atividades no restante do dia. Em contrapartida, quando se frequenta um bar ou pub, se espera uma atmosfera compatível com a atividade. A edificação proposta busca relacionar estas atividades, e integrá-las A com o momento de estar, da refeição, e o momento de conviver e A descansar. Não simplesmente se alimentar, e seguir seu caminho. O momento ante o pós refeição pode ser um momento contemplativo, um momento reservado, dando o real sentido a importância da refeição.

D

Restaurantes geralmente são edificações térreas, por uma questão de fluxos e pela questão do convite, permeabilidade e acessibilidade, o “adentrar” ao alcance dos olhos. Se busca neste estudo, um rompimento gradual do público com o privado, onde uma praça realiza o convite à edificação sem muros. Um local onde o usuário possa ter um momento reservado, não das outras pessoas, mas das atividades C alheias ao momento da refeição, do estar, e do descanso. A Modulação, Container Marítimo e o movimento das embarcações.

Oque? - Complexo Gastronômico e de Convivência. Para se encontrar, estar, se alimentar e descansar à sombra de uma árvore, ou ao lado do espelho d’água. Onde? - Joinville, bairro América, predominantemente residencial, com via arterial mesclada de comércio, serviços, gastronomia. Para quem? - Para quem precisa se alimentar, e tirar proveito de um ambiente de qualidade, antes e depois da refeição. Para quem gosta de se encontrar em um lugar diferente, para quem quer simplesmente estar, sem compromisso.

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A modularidade da edificação por si só já a conceitua, o módulo metálico é o sucessor do container, leia-se container marítimo. A homenagem é natural, o conceito do módulo aqui utilizado está intrinsecamente relaciono com o container marítimo. A referência ocorre nas sobreposições, nos reflexos dos espelhos d’água, no modal de transporte marítimo, onde a edificação descola-se do terreno, flutuando sobre os espelhos d’água e ainda nos ângulos das embarcações e no design marítimo.


/// PROPOSTA /// O Programa de necessidades para a edificação proposta baseou-se nas recomendações do Roteiro para implantação de Restaurante Popular, que estabelece as condições e configurações mínimas para projetos deste segmento, como segue a imagem abaixo. Restaurante Popular O Fluxograma a seguir apresenta os fluxos de clientes, entre térreo e subsolo.

O Programa de necessidades proposto aborda, além dos itens citados, ambientes de convivência e descanso, e bares que complementam as atividades da edificação em diferentes turnos, bem como os setores eventuais e de apoio da edificação.

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O Fluxograma a seguir apresenta os fluxos de serviço, entre térreo e subsolo.


/// PROPOSTA /// Estudo volumétrico Setorização

TÉRREO

e

No ensaio volumétrico a importância da orientação dos eixos da edificação já foi posta em prática, considerando os fatores ambientais como ventilação, e a visibilidade de quem circula pela principal via de acesso, Max Colin.

SUBSOLO

RECORTE Perspectiva sem escala

O recorte do terreno para comportar o subsolo foi pensado para que integrasse também um ambiente aberto, semicoberto pela projeção do pavimento térreo.

Se definiu 7 setores principais, partindo das diretrizes e do resultado do estudo volumétrico, como se vê na legenda ao lado. A setorização apresentada busca gerar encontros através da disposição das circulações e das unidades gastronômicas.

• • • • • • •

UNIDADES GASTRONÔMICAS REFEIÇÕES INTERNA LOUNGES/CONVIVÊNCIA APOIO REFEIÇÕES/CONVIVÊNCIA EXTERNA CIRCULAÇÕES VERTICAIS SANITÁRIOS/VESTIÁRIOS

Setorização no Subsolo ESC.: 1:225

O recorte do terreno foi regido também pelo conceito, onde a edificação descola-se do terreno. Todo o complexo se dispôs orientado na direção nordeste, aproveitando toda a testada do terreno de esquina, como se verá na implantação.

RECORTE Perspectiva sem escala

T+S+R

À área de estacionamento e circulação de veículos se destinará os fundos do lote, ao sul, buscando romper com a tradicional disposição usualmente à frente das edificações Quanto aos acessos, se buscará um alinhamento em cruz, paralelo ao eixo nordeste do lote.

Perspectiva sem escala

Setorização no Térreo ESC.: 1:225

A setorização foi regida também pelos fluxos típicos de estabelecimentos gastronômicos

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TÉRREO +SUBSOLO


/// IMPLANTAÇÃO /// Como se pode ver, toda a área de testada do lote é aproveitada comportando as áreas de estar e de convivência externas, uma praça que envolve a edificação. A transição do público com o privado passa despercebida. A calçada pública invade os limites do lote, tornando-se uma extensão desta, preenchendo esta área com equipamentos de permanência. A sombra da árvores sobre os bancos. 1-O estacionamento foi locado aos fundos, para não interferir no contato da edificação com a circulação nas calçadas e na rua. A disposição das vagas segue os eixos do projeto.

1

2-Os eixos acompanham o sentido natural do campo de visão do transeunte, no sentido oeste. Quando este vê a edificação como um todo, se depara com a fachada principal, nordeste, voltada para si. 3-A cobertura vegetal foi disposta protegendo a fachada norte, que recebe a maior parcela de iluminação, oferecendo também um clima agradável às áreas de convivência externas.

6

5-Os dois acessos principais à edificação ocorrem junto à esquina das ruas Max Colin e Araquari. A ponte de acesso ao térreo fica ao lado da escala para o subsolo.

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4-A modulação é visível em toda a testada, os módulos foram sobrepostos, como se estivessem “navegando” no sentido nordeste. Os jardins sob as árvores complementam o movimento como se fossem marolas.

6-Na eventualidade de expansão, que se apropriará da área de cobertura, a disposição dos novos módulos será realizada por guindaste nesta área.

3

Implantação ESC.: 1:200


/// SUBSOLO /// 1-Na elaboração da planta de subsolo se buscou integrar a área de refeições interna com o pátio externo, onda há uma atmosfera livre do ruído do trânsito, com sombra proporcionada pela projeção do térreo, harmonizada com os espelhos d’água e jardins. Para tal, não há paredes que separam estes dois ambiente, apenas esquadrias com pé direito total, grandes aberturas para proporcionar ventilação cruzada e permanente, uma vez que se trata de um subsolo. 2-Os acessos foram dispostos cruzados, uma forma de proporcionar encontros, uma vez que há 3 unidades gastronômicas no subsolo. O acesso ao térreo, pelo interior do subsolo, é realizado através da escada do lounge, onde naturalmente haverá a troca de olhares.

3-O subsolo e o térreo integram-se através de conexões verticais, rasgos nas modulações permitem a troca de olhares entre os dois níveis. 4-Os sanitários dos clientes ficam reservados das outras atividades, e foram dimensionados para comportar uma lotação de 100 pessoas no subsolo. 5-Como há uma unidade gastronômica com cocção independente, se fez necessária a instalação de um duto para exaustão através de ventilação forçada.

5

Durante o dia, a unidade gastronômica do restaurante leste demanda maior uso e atividade. No período da noite, os bares, que possuem a agradável característica de estar no subsolo, regem os fluxos, ainda que possam ocorrer usos simultâneos.

4 3

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3

3

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Subsolo ESC.: 1:125


/// TÉRREO /// 1-O acesso principal à edificação ocorre no térreo através de uma ponte, remetendo ao marítimo. O transeunte que se aproxima sente a edificação solta do terreno, mas só percebe o subsolo ao adentrar a área de convivência externa. 2-Assim como no subsolo, grandes aberturas preenchem a fachada ao alcance imediato dos olhos, promovendo permeabilidade. A rua vê o que ocorre em seu interior, que por sua vez, retribui. 3-As aberturas vistas acima do observador no subsolo, agora se invertem, dando continuidade aos encontros.

4-O Acesso à edificação através do estacionamento é centralizada, tanto na disposição do próprio acesso, quanto o momento da edificação que este revela. 5-Quem acessa o subsolo tem a vívida a sensação do que ocorre no térreo enquanto desce as escadas, sendo provocado à acessá-lo, agora através da escada do lounge. 6-Apesar de segregado pelas aberturas do subsolo, as áreas de convivência estão imediatamente à vista das alas de refeição.

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8-Os fluxos da principal unidade gastronômica ocorre conforme planta de fluxos (prancha 10).

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7-A disposição dos módulos nos sanitários (3x7,5m) viabiliza a eventualidade de expansão, atuando como módulos POD, sendo replicados neste momento. O mesmo ocorre com as circulações verticais.

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Térreo ESC.: 1:150


/// CORTES TRANSVERSAIS /// 1-Os brises atuam de três maneiras: protegendo a fachada norte da maior parcela de luz; gerando movimento e um convite ao subsolo; e remetendo as formas dos navios de containers. 2-As conexões verticais entre térreo e subsolo permitem ampla visibilidade dos pontos chave das atividades da edificação. 3-Seguindo a tendência de se acompanhar o modo de preparo das refeições, as áreas de cocção tornaram-se permeáveis aos olhos do usuário.

5-Os equipamentos de estar das áreas de convivência externas estão combinadas com o paisagismo, dispostos sempre que possível, abaixo da sombra da copa das árvores.

4-Da mesma forma, a sala de administração/nutrição, possui visão integral das atividades da área de cocção.

6-No subsolo, a disposição do espelho d’água com os jardins, promove a sensação de perspectiva, orientando os planos, para que não haja a sensação de enclausuramento.

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Cortes ESC.: 1:150

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/// CORTES LONGITUDINAIS /// 1-O reservatório de água comporta a improvável capacidade de 100 pessoas no térreo e 100 pessoas no subsolo, considerando o consumo de 25 litros por refeição. Dessa forma foi estabelecido um reservatório de 5mil litros em Polietileno, uma vez que é um material mais leve. 2-Apenas 1 acesso, o oeste, não se relaciona imediatamente com o subsolo, recebendo um ornamento no sentido contrário dos que ao subsolo convidam. 3-Quem circula pelas áreas de convivência externas possui visão tanto das atividades do térreo quanto do subsolo, com mais intensidade para com este último, uma vez que possui um pátio externo. O guarda-corpo exigido por lei, é convenientemente aproveitado no conceito marítimo da edificação.

5-As calhas de capação de água pluviais, nos níveis mais baixos, estão estrategicamente posicionadas sobre o eixo das colunas estruturais dos módulos, de forma à comportar no interior da própria estrutura, os tubos responsáveis pela sua destinação.

4-As circulações verticais internas, 1 de clientes e 1 de serviço, conectando as duas maiores unidades gastronômicas, ocorre através escada balanceada, nos moldes da NBR-9077

6-As aberturas para as janelas dos sanitários do subsolo possuem contenção no nível das circulações, e fundo permeável.

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6-As aberturas para as janelas dos sanitários do subsolo possuem contenção no nível das circulações, e fundo permeável.

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Cortes ESC.: 1:150

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Os materiais e tecnologias definidas para o projeto integram-se com o método construtivo. Como os módulos são metálicos, há flexibilidade e liberdade na fixação dos componentes. Os brises metálicos são compostos pelos mesmo materiais dos módulos, tubos estruturais de seção quadrara. Os elementos filtrantes são os mesmos materiais vistos no guarda-corpo, tubos SCH10s em inox, diâmetro de 42,0mm agora pintados na cor cinza acetinado.

As esquadrias em sistema Heiki permitem abertura total, e foram definidas com vidros transparentes, aproveitando a luminosidade natural e revelando as atividades do interior da edificação.

/// FACHADAS /// O complexo não tem restrições quanto ao público alvo, mas se busca, através das cores, atrair a juventude e as tribos urbanas. O tom de amarelo utilizado provoca emoções como alegria, estimulação, calor, positividade e inovação, contrastando com os tons de cinza dos módulos e da textura de concreto das placas cimentícias de revestimento externo.

Fachadas ESC.: 1:150

Nas áreas de estacionamento, os revestimentos escolhidos foram o paver, para as circulações, e Pisograma para as vagas, ambos sendo permeáveis. Para o preenchimento de grama, se optou pela tradicional grama esmeralda (Zoysia japonica), a mesma que compõe os jardins.

Nas áreas de circulação do estacionamento foi escolhido um piso em concreto, com formato quadrado, mas disposto alternadamente, como as formas dos módulos da edificação.

Para compor o paisagismo das áreas de convivência externas, se optou pela arvoreta Aroeira Salva (Schinus molle), uma vez que é tipicamente utilizada em arborização urbana. Possui ótima adaptabilidade em diferentes climas, produz eficiente sombra, e sua copa atinge diâmetros de até 6 metros.

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Na estrutura, se utilizaram diferentes modulações, partindo da seção de 3x3 metros, com diferentes comprimentos. Resultando em 24un de 3m, 16un de 6m, 4un de 7m, 6un de 7,5m, 4un de 9m e 5un de 12m, distribuídas em ambos níveis da edificação.

Nas calçadas se optou pelo tradicional revestimento em paver. Este, adentra o limite imaginário do lote e se intercala gradualmente com o piso das áreas de convivência externas, em concreto frisado, com formas que remetem a sobreposição dos módulos.


/// DETALHES CONSTRUTIVOS /// Drenagem do subsolo

Brise ESC.: 1:30

Calhas

Detalhes Construtivos ESC.: 1:20

Rufos

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Estrutura do mรณdulo


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/// PERSPECTIVAS PRELIMINARES ///


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