Iniciação Científica

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Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho, Tatuí, SP: pré-inventário arquitetônico de habitações do complexo fabril.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo Relatório Final de Atividades- Bolsa CNPQ/ Unicamp- SAE Bolsista: Maíra de Camargo Barros Orientadora: Profª. Drª. Regina Andrade Tirello Julho-2008


INTRODUÇÃO SUMÁRIO

1) 2) 3) 4)

Introdução......................................................................................................................2 Objetivos........................................................................................................................3 Justificativa.....................................................................................................................3 Breve histórico da cidade de Tatuí.........................................................................................4 4.1) Martinho e Manoel Guedes Pinto de Mello, os fundadores....................................................4 5) Contextualização...............................................................................................................5 6) Metodologia.....................................................................................................................6 7) Resultados.......................................................................................................................8 8) Bibliografia.....................................................................................................................18 9) Perspectivas de continuidade ou desdobramento do trabalho...................................................18 10) Agradecimentos............................................................................................................19 IDENTIFICAÇÃO Projeto: ESTUDOS DE PATRIMÔNIO INDUSTRIAL PAULISTA: A CIA. DE FIAÇÃO E TECELAGEM SÃO MARTINHO DE TATUÍ, SP. Bolsista: Maíra de Camargo Barros RA: 044946 Orientadora: Profª Drª Regina Andrade Tirello Local de Execução: Tatuí-SP Vigência: fevereiro a julho de 2008. 1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos o patrimônio industrial paulista edificado, vem sendo progressiva e intensamente destruído ou descaracterizado por restaurações amadorísticas, o que vem despertando maior interesse por parte do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e órgãos de tutela estaduais e municipais brasileiros na preservação desta categoria de bem cultural. Há atualmente um número expressivo de profissionais empenhados na consolidação de política de incentivo ao desenvolvimento de trabalhos e pesquisas voltadas à preservação dos exemplares ainda existentes. A Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho, objeto de estudo desta de iniciação científica vai ao encontro destes interesses preservacionistas. Afinal, hoje, os poucos documentos existentes sobre o conjunto fabril atentam para os fatos históricos e para seus personagens ícones, não havendo quaisquer dados relativos aos aspectos arquitetônicos e urbanísticos deste. A Companhia fundada no ano de 1881, foi a primeira indústria de Tatuí-SP e promoveu, através de seus fundadores Manoel e Martinho Guedes Pinto de Mello, profundas e importantes transformações sociais que incidiram diretamente no desenvolvimento econômico e urbano da cidade. Além de sua indiscutível relevância na história de Tatuí, o conjunto, composto de cerca de 45 edificações, ocupa cerca de 10 mil metros quadrados de terrenos localizados na região central da cidade. As edificações que integram o complexo fabril distribuem-se ao longo de cinco quadras e correspondem à galpões fabris, o casarão do proprietário da fábrica, uma casa destinada ao abrigo de técnicos e 39, de menor porte, que atendiam aos operários da Companhia e suas famílias. Possuindo características marcantes que o inserem no quadro da arquitetura industrial paulista do final do século XIX, ainda hoje, o conjunto fabril apresenta-se com estado de conservação bastante razoável e integridade quanto à configuração espacial e ao uso do lote, no entanto, boa parte dele há tempos encontra-se abandonado, fator que vem contribuindo para a rápida deterioração desses edifícios singulares.

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JUSTIFICATIVA Sendo assim, propôs-se enfocar os aspectos de linguagem formal e programa das habitações pertencentes ao conjunto, através de registros fotográficos, levantamento histórico, de plantas e fachadas das propriedades, organizados em fichas de catalogação especialmente desenvolvidas para este trabalho, seguindo padrões e diretrizes dos órgãos nacionais e internacionais mais respeitados atualmente. Estas fichas pretendem assegurar um registro bastante fiel das edificações habitacionais existentes no local, evidenciar a importância do conjunto não só do ponto de vista histórico mas também arquitetônico, inserindo-o na primeira fase da revolução industrial paulista e produzindo material pertinente à futuras iniciativas de preservação patrimonial. 2. OBJETIVOS Teve-se como objetivo principal pré-inventariar os edifícios habitacionais componentes do conjunto fabril da Companhia, estudando seus aspectos formais, estilísticos e técnicos, identificando assim, características representativas e relevantes as quais o inserem no quadro da arquitetura industrial paulista, datado de finais do século XIX e início do século XX. Especificamente, visando atender a tal objetivo, elaborou-se fichas de catalogação contendo dados relevantes como, proprietários atual e original, ano estimado de construção, foto sem distorção, perspectivada, implantação, descrição do objeto, entre outros dados julgados importantes e diferenciais de cada objeto estudado. 3. JUSTIFICATIVA Partindo dos paradigmas da Carta de Nizhny Tagil(1) que afirma que (...) “o patrimônio industrial compreende os vestígios da cultura industrial que possuem valor histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou científico” e que (...) “os exemplos mais significativos e característicos devem ser inventariados, protegidos e conservados”, e também da Carta de Veneza(2) que define patrimônio como “testemunho das tradições seculares”, concluímos que o complexo da Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho é digno de destaque, estudo e preservação. Trata-se da primeira indústria de Tatuí, protagonista de inúmeras e significativas mudanças tanto sociais quanto urbanísticas da cidade e suas adjacências, o que agrega valores históricos e culturais ao conjunto de edifício, que precisam ser preservados também para as futuras gerações. São destacados também os valores simbólicos deste conjunto de edifícios, na medida que significam e representam um pouco da história da própria industrialização do Estado das últimas décadas do século XIX. Industrialização essa que alterou o curso da história econômica e social não só daquela região, mas também do país. Acreditamos que o estudo de um conjunto arquitetônico desta importância não interesse somente a história da arquitetura, mas também a outras várias disciplinas, tais como a antropologia, sociologia, história das ciências, das técnicas, da engenharia e das cidades. No entanto, apesar da relevância da cidade como pólo algodoeiro e tecnológico-fabril no final do século XIX e princípio do XX, bem como no beneficiamento do mesmo, ocorrido não só na Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho, como também na Fiação Santa Izabel e na Fábrica Santa Cruz, não se conhecem estudos sobre a cidade que enfoque aspectos relativos à sua configuração urbana e arranjos arquitetônicos decorrentes deste ciclo econômico específico. As pesquisas a que se teve acesso sobre o complexo fabril tatuiense é predominantemente memoralista. Abordam fatos e feitos de personagens da cidade e não os aspectos construtivos e arquitetônicos, que podem interessar mais diretamente a projetos futuros de preservação física dos imóveis históricos, em especial, os da Companhia. Por isto consideramos que os estudos propostos nesta iniciação científica vêem em momento oportuno. Sua realização significou a organização de estudos voltados à valorização da história da localidade em sentido mais amplo, abordando aspectos culturais e arquitetônicos e, em conseqüência, contribuindo para inserir Tatuí no mapa do patrimônio industrial paulista e nacional. No aspecto arquitetônico, simboliza a arquitetura industrial novecentista paulista tanto pela sua estrutura formal quanto pelas relações de trabalho ali estabelecidas através da hierarquização dos espaços. Ainda destaca-se por ser hoje um dos poucos conjuntos remanescentes da época, conciso e em razoável estado de conservação.

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HISTÓRICO Deste modo, pré-inventáriar este “testemunho das tradições seculares” significa documentar parte importante da história da industrialização paulista, da cidade de Tatuí, do desenvolvimento da cultura algodoeira no país e também da arquitetura industrial novescentista. 4. BREVE HISTÓRICO DA CIDADE DE TATUÍ Tatuí, localiza-se a 120Km da capital do estado, São Paulo, apresentando atualmente cerca de 110 mil habitantes. Vive-se lá de serviços e agricultura, sendo uma cidade pouco industrializada. Hoje, a cidade fundada em 11 de agosto de 1826 por Brigadeiro Jordão, é notadamente conhecida pelo Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”. De posse do governo estadual, o qual tem por volta de 3000 alunos, sendo o maior da América Latina. No entanto, a cidade natal do poeta Paulo Setúbal, já apresentou um passado industrial bastante significativo. Por volta de 1860 chegaram à cidade as primeiras sementes de algodão herbáceo, importadas dos Estados Unidos da América, que mudariam para sempre sua história. As mudas adaptaram-se tão bem ao clima, e receberam tão boa aceitação por parte dos agricultores, que, em poucos anos, segundo historiadores, Tatuí tornou-se o maior centro produtor de algodão do sul do país. O “Algodão Tatuí”, ou ainda, o Ouro Branco, passaria a ser a segunda riqueza do Brasil, depois do café. Em conseqüência desta nova e próspera cultura, surgem estas três importantes tecelagens na cidade, a Fiação Santa Isabel, a Fiação Santa Cruz e a Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho, foco deste trabalho de iniciação científica, as quais alavancaram seu desenvolvimento e foram responsáveis pela manufatura do algodão na “Cidade Ternura” simultaneamente ao início da industrialização paulista. A partir dessa organização fabril a produção do algodão desenvolve-se tão rápida e vultosamente que, em 1889, a Estrada de Ferro Sorocabana chegou à cidade, facilitando o transporte da carga, antes feito em lombos de burros até o Porto de Santos. A estrada de ferro trouxe muita prosperidade, que se refletiu diretamente no processo de urbanização da cidade e conferiu-lhe características arquitetônicas e culturais próprias. Apesar da atual desindustrialização da cidade, o patrimônio fabril construído no final do século XIX continua lá, a testemunhar fisicamente o pioneirismo industrial da cidade. E, apesar das mudanças de uso sofridas pelos imóveis do conjunto, estes se encontram em razoável estado de conservação, possibilitando estudos de interesse para a história da arquitetura regional. 4.1) Martinho e Manoel Guedes Pinto de Mello, os fundadores A história do crescimento da cidade de Tatuí é indissociável do personagem que o promoveu, o Sr.Martinho Guedes Pinto de Melo, responsável pela introdução da cultura do algodão na cidade. Nascido em 1827 na Freguesia de Sobre-Tamega em Portugal, refugiou-se no Brasil devido ao quadro político de seu país de origem à época. Mesmo pertencendo a nobre família portuguesa Manoel Alves de Almeida Lima, o Sr. Martinho Melo escolheu Tatuí como sua nova morada e iniciou-se no comércio de artigos manufaturados. Foi na década de 1860 que começou a importar as sementes de algodão herbáceo e a distribuí-las entre os agricultores locais. Dava-lhes as sementes, ensinava-lhes o plantio e dividia com eles os lucros da produção. Sua primeira fazenda produtora deste tipo de algodão, a Fazenda Pederneiras, hoje pertence à Ford do Brasil SA. Para facilitar o manuseio da grande quantidade de algodão cultivado mecanizou as instalações, produzindo maquinaria adequada para a limpeza e prensagem do algodão. Era o início de seu projeto de construção de uma fábrica de fios e tecidos em Tatuí. Com o falecimento de Martinho Mello, Manoel, um de seus filhos assume os negócios da família e, mantendo espírito empreendedor do pai, inaugura no ano de 1881 a Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho. A Companhia já na sua inauguração formava um grande conjunto arquitetônico na área central da cidade: o edifício principal da fábrica, com 3776m² (segundo dados obtido no cartório local), um amplo casarão destinado à residência do proprietário e de cerca de vinte casas operárias, que serviam aos funcionários mais antigos e com melhor cargo, formando um importante complexo fabril. Para que esse objetivo fosse alcançado, houve muitos sacrifícios e superações. Técnicos norte-americanos foram contratados. Os equipamentos e maquinário foram transportados em carros-de-boi de Santos até Tatuí, levando, esse trajeto, até seis meses.

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O CONJUNTO Dentro da cidade transportava suprimentos para a fábrica na conhecida Maxambomba, sendo esta a primeira máquina de tração motorizada do país que se tem notícia. Segundo dados do Almanach Tatuhyense(4) a tecelagem iniciou sua produção com 54 teares, sendo que, em 1900, já possuía 264 funcionários, 60 homens, 144 mulheres e 60 crianças, trabalhando 10 horas por dia cada. Em 1911, sempre buscando modernizar sua fábrica, Manoel Guedes Pinto de Melo, inaugura a Companhia de Força e Luz de Tatuí, que acabou por beneficiar toda a cidade, sendo que no ano de 1920, a estação localizada na Fazenda Vitória, na cidade de Cerquilho, já servia também as vizinhas Pereiras e Conchas. Além deste novo empreendimento, o empresário possuía ainda, a Fábrica de Manilhas, que fornecia tubos para a instalação do esgoto na cidade de São Paulo, a Fábrica de Sabão e Óleo Vitória, que se aproveitava dos resquícios da produção da tecelagem, a Fábrica de Telhas Francesas e Cerâmicas, além de um armazém sem fins lucrativos para atender a seus funcionários. Manoel Guedes ainda adquiriu o primeiro aparelho de projeções de filmes do Estado, e o segundo automóvel do Brasil. A Santa Casa de Misericórdia de Tatuí está ainda hoje localizada em um edifício doado por Manoel Guedes, sem falar no seu maior feito, a construção do Teatro São Martinho, demolido em 1953(5). Nele eram corriqueiras as exibições de filmes, espetáculos e peças de teatro, tornando-se bastante conhecido no meio artístico da época. Após seu falecimento em 1927, seus filhos assumem a direção da fábrica até sua venda para a família Dario Meirelles, que adquire todas as construções que formavam o complexo da Companhia. Hoje, a família Chamas é a proprietária de todo o conjunto fabril. 5. CONTEXTUALIZAÇÃO DO CONJUNTO FABRIL Área do conjunto fabril Centro antigo Região Central da cidade Praça do Museu (antiga cadeia) Praça da Matriz Igreja da Matriz Conservatório Estadual Rua XI de Agosto (rua do comércio)

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METODOLOGIA 6. METODOLOGIA: “Recorte do objeto de estudo” A princípio objetivou-se inventariar todo o conjunto fabril, incluindo os galpões e edifícios fabris. No entanto, ao iniciar o trabalho in situ, foi possível constatar que a dimensão do conjunto, com suas características e tipologias programáticas bastante diversificadas - de fábricas à pequenas casas transcenderiam os objetivos de uma iniciação cientifica, ainda que não os inviabilizasse. Para aplicação da metodologia de pré-inventário proposto inicialmente optamos por selecionar as unidades habitacionais, vistas como exemplares característicos dos tipos de residência industrial que se construía à época no interior e capital e ainda, porque são elas que promovem características mais evidentes e marcantes ao conjunto e simbolizam, de maneira mais significativa os hábitos, costume e a arquitetura do final do século XIX. Interessou-nos investigar/comparar unidades do conjunto fabril de Tatuí com tipos estudados pelo professor Carlos Lemos. Para tanto, optamos por dividi-las em cinco tipos, chamados aqui de grupos, de acordo com seu grau de rebuscamento, ornamentação, peculiaridades construtivas, dimensões e ao uso do lote. Etapas de desenvolvimento da pesquisa: Em atendimento ao cronograma proposto, de fevereiro a julho de 2008- tempo de duração da bolsa PIBIC- foram desenvolvidas as seguintes atividades de pesquisa: 1) ETAPA 1.1)Pesquisa histórica documental e iconográfica (fevereiro- março) Procurou-se reunir o máximo de informações possíveis sobre o objeto de estudo. Foram pesquisados na cidade de Tatuí: o cartório de registros, a Biblioteca Pública Municipal, a Prefeitura e acervo particulares, examinando-se também o processo de tombamento do conjunto fabril, na sede do CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico)(6) na cidade de São Paulo. Ao final desta etapa pudemos constatar que toda documentação existente a respeito da Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho têm caráter memorista, abordando a relevância das personagens de Manoel e Martinho Guedes para o desenvolvimento da cidade. As poucas imagens antigas referentes à Companhia existentes, encontram-se no acervo particular de Erasmo Peixoto, amante da fotografia, hoje pertencente a sua família. O processo de tombamento, datado do ano de 1994, iniciado pela arquiteta Anna Villanueva, baseou-se exclusivamente em fotografias contemporâneas ao processo e na importância histórica do conjunto. 1.2) Pesquisa bibliográfica (março) Foram estudados títulos referentes a história da arquitetura brasileira e sistemas de inventário para fomentar e embasar as avaliação dos edifício da Companhia , dentre os quais destacamos as obras “A República Ensina a Morar (Melhor) e “Cozinhas” de Carlos Lemos e “Quadro da Arquitetura no Brasil” de Nestor Goulart Reis Filho, constantes na bibliografia e encontrados principalmente na Biblioteca Central da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas). Estas obras propiciaram um melhor entendimento da função e articulação destas moradias, em especial das operárias, mostrando-nos que estas habitações localizadas na cidade de Tatuí em muito se assemelham com as localizadas nos bairros industriais paulistanos, como Mooca, Bexiga e a Vila Maria Zélia, no que diz respeito ao programa e implantação em relação ao lote. 1.3) Visitas e registros fotográficos preliminares: (abril) Visando identificar e qualificar as unidades habitacionais pertencentes ao conjunto, foram iniciadas as visitas a campo. Neste momento objetivamos levantar as fachadas das unidades habitacionais com o mínimo de distorções possíveis, não individualmente, mas em conjunto, obtendo assim um maior entendimento das relações existentes entre as habitações e delas com a região em que estão inseridas. A partir disto, foi possível desenvolver comparações de fachadas quanto a dimensões, vãos e extensão, notando, que apesar de pequenas alterações sofridas, em âmbito geral, as casas operárias 6 ainda apresentam-se bastante semelhantes. Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho, Tatuí, SP: pré-inventário arquitetônico de habitações do complexo fabril- Maíra de Camargo Barros- RA 044946


METODOLOGIA Usou-se nesta etapa como instrumento de trabalho, desenhos à mão e câmera digital para o levantamento fotográfico. 1.4) “Organização do arquivo de imagens e execução de levantamentos métricos” (abril) Para os levantamentos métricos, a fim de obter a planta baixa das edificações, além do uso de trena para as medições foi indispensável o uso de croquis. Para a sistematização das imagens foram usados os seguintes programas computacionais: Autopano, Corel Draw X3, Corel Photo Paint X3, os quais permitiram a montagem das fachadas das unidades habitacionais em quadras, garantindo assim uma melhor visualização do conjunto e contextualização do mesmo. ETAPA INTERMEDIARIA: Seleção dos edifícios exemplares a estudar (maio) 2) ETAPA: Os primeiros registros gráficos e fotográficos indicaram que em razão da diversidade tipológica da amostragem, e pelas velozes transformações que as unidades habitacionais vêm sofrendo nos últimos anos, o prazo de dois meses seria insuficiente para cumprir o levantamento completo de todas as construções das cinco extensas quadras. Como já mencionado, a opção pelo registro geral das unidades habitacionais possibilitaria que se obtivesse uma amostragem mais objetiva das diferentes categorias de unidades habitacionais dali: duas correspondentes as residências operárias pequenas, uma contendo as habitações com uma janela frontal e a outra com duas, os edifícios de usos misto (comércio e habitação) localizados nas esquinas, a casa destinada ao abrigo dos técnicos e um palacete que corresponde a residência do dono da fábrica. Os edifícios fabris serão abordados em futuras pesquisas que pretendemos desenvolver. O critério para eleição dos modelos exemplares a estudar foi o seguinte: a) Estabelecer as categorias de edificação por grupos classificados grupo 1, grupo 2, grupo 3, grupo 4 e grupo 5 - assim categorizados por reunirem modelos específicos de construções com as mesmas dimensões de fachadas, números de vãos, estrutura, cobertura e ornamentações. b) Levantar as características peculiares das unidades habitacionais grandes isoladas, representadas pelo casarão do proprietário, pela casa dos técnicos e as casas de esquina de programa mais complexo. A sistemática para eleição do modelo de cada grupo a ser registrado, na “Ficha de pré-inventário”, teve como princípio o do bom estado de integridade física em relação a uma suposta configuração original, ou seja, as casas que sofreram poucas alterações nos seus elementos componentes (esquadrias e ornatos), nos vãos (diminuição ou aumento das envasaduras), adição ou subtração de volumes, foram selecionadas com “casas tipo”, como se notará nas imagens comparadas com os exemplos estudados por Carlos Lemos. c) Avaliar as residências a luz de outros modelos habitacionais do período: tendo como referência os exemplos estudados em “A República Ensina a morar (Melhor)”, pudemos estabelecer características bastante semelhantes entre as casas operárias de Tatuí, pertencentes a Companhia e a casas contemporâneas instaladas nos bairros industriais paulistanos. 2.1) Elaboração de fichas de pré-inventário das unidades residênciais da Companhia Após seleção dos objetos exemplares foram desenvolvidos dois tipos de ficha de inventários, as quais se buscou adequar às características das unidades estudadas contendo os seguintes tópicos: - descrição sumária da história do edifício; - localização (através de endereço e infográfico) - data de construção e de intervenções posteriores; - funções atribuídas a edificação original e atualmente; - construtor da obra; - proprietários original e atual; 7 - características construtivas gerais; Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho, Tatuí, SP: pré-inventário arquitetônico de habitações do complexo fabril- Maíra de Camargo Barros- RA 044946


RESULTADOS análise formal baseada na literatura de Carlos Lemos; - vistas frontal, lateral e perspectivada; - planta baixa dos pavimentos pertencentes a unidade habitacional. Para a elaboração destas, foram usados os seguintes softwares: Corel Draw X3, Corel Photo Paint X3; para o trabalho de imagens; Vector Works; para a desenho gráfico das plantas baixas; Word, para a produção dos textos e Corel Draw X3 para a diagramação das fichas. 7. Resultados 7.1) O Conjunto

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RESULTADOS 7.2) Divisão tipológica Analisando-se as casas operárias do conjunto fabril, foi possível subdividi-las em cinco grupos, os quais reúnem exemplares com características semelhantes quanto ao uso do lote, dimensões de fachada e vãos, cobertura e estrutura.

Grupos

Sigla

N° de unidades

Descrição:

Grupo 1

G1

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São os modelos arquitetônicos mais simples do conjunto. Têm apenas recuo aos fundos do lote, o que permite somente vãos para a rua ou para o quintal da habitação. PAVIMENTOS: térrea com porão não habitável. TELHADO: cobertas por telhados de duas águas com telhas francesas, com a cumieira em sentido transversal. FACHADAS: Suas fachadas não ultrapassam os 5m de extensão, com ausência de ornamentos e apenas dois vãos: um destinado à porta e outro a janela, sendo estas, originalmente, em madeira. MATERIAIS CONSTRUTIVOS: construídas em tijolos e madeira, apresentam algumas paredes em taipa.

Grupo 2

G2

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São casas idênticas as pertencentes ao primeiro conjunto, no que diz respeito ao uso do lote, ao tipo de cobertura, ao porão não habitável e a ausência de ornamentos. PAVIMENTOS: térrea com porão não habitável. TELHADOS: cobertas por telhados de duas águas com telhas francesas, com a cumieira em sentido transversal. FACHADAS: São fachadas com 6m de extensão, na qual agora existem 3 vãos, sendo dois destinados às janelas e um a porta de entrada, todas em madeira. MATERIAIS CONSTRUTIVOS: construídas em tijolos e madeira, apresentam algumas paredes em taipa.

Grupo 3

G3

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Como as casas dos grupos 1 e 2, estas também não possuírem recuos laterais e frontais, têm porão não habitável e são térreas. Porém, seus quintais são mais amplos e o tamanho das edificações é maior. PAVIMENTOS: térreas com porão não habitável. TELHADOS: Telhados de quatro águas em telhas francesas, que por vezes recobrem também a casa ao lado. FACHADAS: São fachadas com aproximadamente 6m de extensão, que se expandem lateralmente por toda a extensão do lote. Apresentam além das janelas frontais, janelas laterais. Algumas apresentam duas portas, fator que sugere uso comercial. Sobre estas notam-se discretos ornamentos. MATERIAIS CONSTRUTIVOS: Construídas em tijolos e madeira.

Modelo tipo:

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RESULTADOS Grupo 4

Grupo 5

G5

3 G4

Neste grupo encontram-se as únicas casas do conjunto fabril que apresentam platibanda, excluindose o palacete do proprietário. Tratam-se da casa destinada ao abrigo dos técnicos e de outras duas bastante diferenciadas do restante do conjunto e encontradas a periferia dele. Já apresentam recuos laterais. PAVIMENTOS: são térreas, com porão habitável TELHADOS: telhados de quatro águas embutidos em platibandas conforme mencionado ORNAMENTOS: os ornamentos fazem-se presentes, sobre as portas e janelas e nas platibandas que recobrem os telhados. Há pequeno uso de serralheria trabalhada, nos gradios dos porões e em portões. FACHADAS: Com extensão considerável, ainda margeiam as ruas. MATERIAIS CONSTRUTIVOS: construídas em tijolos e madeira.

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Apresentando configuração espacial bastante diferenciada, implantada no centro do terreno, com recuos de todos os lados, podemos considerar esta a casa ícone do conjunto fabril, com maior quantidade de ornamentos e peculiaridades construtivas. Pode ser considerada uma típica casa burguesa, com programa complexo e diferenciado. PAVIMENTOS: sobrado com porão habitável. TELHADO: Telhado composto embutido em platibanda ornamentada. ORNAMENTOS: Os ornamentos ecléticos encontram-se em estuque, madeira e serralheria. FACHADAS: a varanda, que cerca parte do perímetro do palacete, tem guarda-corpos em serralheria ornamentada e parafusada. O mesmo desenho de serralheria se repete nos guarda-corpos da varanda e do muro de fechamento da residência. As portas de acesso à área interna, são todas de duas folhas, sendo algumas de vidro e ferro pintado e outras de vidro e madeira pintada. AMBIENTES INTERNOS: com exceção das áreas de serviço e sanitários, que são revestidos de piso hidráulico, todos os demais cômodos têm pisos em ripas de madeira que foram desenhos específicos em cada um dos ambientes. As portas internas, almofadadas, são de madeira envernizada e as janelas são de madeira pintada. MATERIAIS CONSTRUTIVOS: edificada em madeira e tijolos, a casa apresenta algumas poucas madeiras em taipa.

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RESULTADOS 7.2) Fichas de pré- inventário Optando-se, devido a complexidade do conjunto, nos propusemos a elaborar duas fichas de pré-inventário, uma contendo o palacete do proprietário e outra a ”casa tipo”, por nos escolhida por conservar o maior número de características originais, no que diz respeito a configuração espacial, uso do lote, vãos e dimensões e por apresentar tipologia bastante semelhante as habitações operárias estudadas pelo professor Carlos Lemos, em “Cozinhas”.

Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho: Pré inventário de habitações do conjunto fabril “Casa tipo”: Grupo 2

Ano do levantamento: 2008

Descrição:

Localização:

Casa térrea com porão não habitável localizada em lote com 6,6m x 25,9m de profundidade. Sem recuos laterais e Endereço: Praça Antônio Prado, nº 62 frontais, tem duas janelas e uma porta em sua fachada, em madeira pintada. Seu telhado de duas águas, em telhas francesas, apresenta cumieira em sentido transversal ao lote.

Data de construção: décadas de 20 e 30 Construtor: desconhecido Proprietários: - Original: Família Guedes - Atual: Família Chamas

Vista Frontal

Funções atribuídas: - Originalmente: uso residencial - Atualmente: uso residencial Características Construtivas: com estruturas de madeira e alvenaria de tijolos, tem algumas paredes em taipa. Intervenções Posteriores: nota-se somente foi agregado um banheiro a edificação (observar planta), pois se localiza aos fundos da edificação, com materiais construtivos contemporâneos.

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RESULTADOS Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho: Pré inventário de habitações do conjunto fabril Palacete proprietário- Grupo 5

Ano do levantamento: 2008

Descrição:

Localização:

Sobrado avarandado com porão habitável. Implantado com recuos em todas as direções, apresenta programa bastante complexo e diferenciado.

Endereço: Praça Antônio Prado, nº 62

Data de construção: início do século XX Construtor: desconhecido Proprietários: - Original: Família Guedes - Atual: Família Chamas Funções atribuídas: - Originalmente: uso residencial - Atualmente: uso residencial Características Construtivas: com estruturas de madeira e alvenaria de tijolos, tem algumas paredes em taipa. Suas esquadrias são em madeira e vidro ou em ferro e vidro, quando externos, pintados. O telhado composto, de telhas francesas, encontra-se embutido em platibanda. Os ornamentos ecléticos fazem-se presentes nas almofadas das portas, nos estuques da fachada, na serralheria de guarda-corpos, portas e gradios. Intervenções Posteriores: nota-se possíveis ampliações na planta, reforçadas pela alteração da linearidade supostamente original da planta e porque correspondem a áreas de sanitários e serviços, sabidamente com menor destaque e importância no ínicio do século, período de construção do palacete.

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RESULTADOS

7.4) Comparação Comparando-se a planta da “casa tipo” selecionada dentre as 41 habitações que compõem o conjunto fabril da Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho; escolhida por apresentar estado de conservação mais próximo do original; com uma das casas levantadas em pesquisas relatadas nos livro “Cozinhas” do professor Carlos Lemos(7), pudemos constatar que estas duas plantas em muito se assemelham. Nota-se que ambas tem o corredor lateral como acesso a residência e articulador dos espaços internos. No entanto, na planta da Companhia, o corredor, enclausurado, somada a inexistência de recuos laterais, permitem que existam poucas aberturas na casa- apenas na fachada e aos fundos- tornando o local escuro e pouco ventilado. Os dormitórios, localizados no centro da edificação, são alcovas inóspitas. Já a casa operária paulistana, construída no ano de 1893, a partir dos códigos de postura já vigentes na capital, os quais continham preceitos mínimos para garantir a salubridade das residências, tem um corredor lateral aberto, que propicia que o dormitório tenha aberturas destinadas à ventilação. Nesta, as condições de moradia são, notadamente, mais saudáveis. Portanto, apesar de apresentarem plantas bastante semelhantes, vê-se que, o corredor aberto é um grande diferencial nas condições higiênicas das habitações, refletindo as preocupações sanitárias da época, em especial, nas cidades de maior porte e, grande crescimento populacional devido a indústria, como São Paulo.

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RESULTADOS

NOTAS: (1) Carta de Nizhny Tagil sobre o patrimônio industrial, TICCIH, 2003. (2) CARTA de Veneza, ICOMOS, 1964. (3) Carta de Nizhny Tagil sobre o patrimônio industrial, TICCIH, 2003. (4) Porto, Affonso G.”Almanach Tatuhyense”. São Paulo: Tipografia Andrade Mello & Comp, 1900. (5) Camargo, Renato F. de. “Achegas para a História de Tatuí”. Tatuí: Gráfica PJ, 2000. P.37 (6) Processo nº: 31887/94. (7) LEMOS, Carlos. “Cozinhas, etc.” Um estudo sobre as Zonas de Serviço da Casa Paulista. São Paulo: Editora Perspectiva, 1976. p 132.

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BIBLIOGRAFIA 8) BIBLIOGRAFIA: CAMARGO, Renato F. de. Achegas para a História de Tatuí. Tatuí: Gráfica PJ, 2000. PORTO, Affonso G. Alamanach Tatuhyense. São Paulo: Tipografia Andrade Mello & Comp, 1900. CALDEIRA, João N. Álbum de Tatuhy. São Paulo: Bentivegna & Netto, 1934. CARVALHO, Maria C. W. de. Ramos de Azevedo. São Paulo, Edusp, 2000. Tatuí, Rotary Club de. Biografias de Martinho Guedes Pinto de Mello e Manoel Guedes Pinto de Mello. 1953. REIS FILHO, Nestor G. Quadro da Arquitetura no Brasil. São Paulo, Perspectiva, 1978. IPAC-MG. Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Minas Gerais Fabris, Annateresa. Ecletismo na Arquitetura Brasileira. São Paulo, Nobel, 1987. ANDREATTA, Margarida. Arqueologia histórica industrial. Diário oficial do estado de São Paulo (Suplemento), 2003, v. 113, n. 18. BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. Cotia: Ateliê, 2004. CARTA de Veneza, ICOMOS, 1964. www.vitruvius.com.br/documento/patrimonio/patrimonio05.asp, 16 de abril de 2007. Carta de Nizhny Tagil sobre o patrimônio industrial, TICCIH, 2003. www.manactec.com/TICCIH/imgenes/pdf/NTagilPortuguese.pdf, 15 de abril de 2007. CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Unesp, 2001. DE DECCA, Edgar. O nascimento das fábricas. São Paulo: Brasilienses, 1991, 8ª ed. FABRIS, Annateresa (org). Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo: Nobel/Edusp, 1987. LEMOS, Carlos C. Arquitetura brasileira. São Paulo: Melhoramentos/Edusp, 1979. LEMOS & CORONA, Dicionário da Arquitetura Brasileira. São Paulo: Edart – São Paulo livraria Editora Ltda., 1972. KÜHL, Beatriz Mugayar. Arquitetura do ferro e arquitetura ferroviária em São Paulo, reflexões sobre a sua preservação. São Paulo, Ateliê, SEC, FAPESP, 1998. RUFINONI, Manoela Rossinetti. A preservação do patrimônio industrial na cidade de São Paulo. O bairro da Mooca, São Paulo. FAUUSP, Dissertação de Mestrado, 2004. SAES, Flávio Azevedo Marques de. As ferrovias TIRELLO, Regina. A ruína, o restauro e as pinturas murais oitocentistas do Vale do Paraíba Paulista. Tese de doutoramento: São Paulo: FAU-USP, 1999 Processo de Tombamento: 31887/94.

9) PERSPECTIVAS DE CONTINUIDADE DO TRABALHO Visa-se prolongar esta iniciação científica para levantar e produzir fichas de catalogação para os demais grupos aqui catalogados. Ainda, objetiva-se pré- inventariar o palacete de modo mais especifico, ressaltando seus aspectos construtivos internos, cadastrando as peculiaridades do edfício, quanto a pisos, forros e esquadrias. Complementando-se esta primeira etapa de estudos a respeito das unidades habitacionais da Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho, será possivel obter documentação hábil e bastante completa para contribuir significamente com futuras iniciativas de preservação e restauro arquitetônico.

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AGRADECIMENTOS 10)AGRADECIMENTOS Agradeço agência financiadora da pesquisa, CNPQ- PIBIC- UNICAMP, por tornar possível este estudo de caso. Lembro aqui também a todas as pessoas que contribuiram com este trabalho, seja cedendo informações, abrindo seus arquivos pessoais ou ainda emprestando literatura pertinente. Ainda, agradeço especialmente a minha orientadora, professora Regina Tirello, que desde o principio confiou em mim e apoiou minha proposta de estudo e a meus pais, grandes companheiros de visitas à campo.

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