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REPORTAGEM - Saneamento básico: a casa comum ainda em risco

Saneamento básico: a casa comum ainda em risco

No Rio Grande do Norte, dados estão abaixo da média no atendimento total de esgotos

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Por Vitória Élida

Quando falamos em saneamento básico, imediatamente associamos aos esgotos e ao abastecimento de água nas cidades. Porém, o saneamento básico está relacionado a uma série de cuidados considerados fundamentais para a manutenção da qualidade de vida humana e do meio ambiente em geral. Segundo a Lei 11.445/07, o saneamento básico pode ser definido como “o conjunto de serviços, infraestruturas

e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas”.

Dessa forma, a preocupação com a qualidade da água e de se sua distribuição é uma necessidade a fim de evitarmos proliferações de agentes infecciosos, possibilitando a qualidade de vida. Porém, ainda há muitas cidades sem acesso a esses serviços de direito, trazendo problemas às populações. Dados do Instituto Trata Brasil (ITB) relatam que mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgotos, e mais de 35 milhões não têm acesso à água potável. No Rio Grande do Norte esses dados estão abaixo da média nacional. Segundo o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR), apenas 23,85% do Estado tem atendimento total de esgotos. De acordo com o Engenheiro Ambiental, Gilbrando Medeiros Trajano, esses números refletem uma série de consequências para a saúde pública. “Quando se tem as infraestruturas de saneamento consolidadas, os índices de saúde pública e qualidade de vida das pessoas tende a aumentar. Isso porque, quando não se tem locais dotados por essas infraestruturas umas das coisas que acontece é a proliferação de vetores, como ratos, baratas e mosquitos, como o Aedes aegypti”, comenta.

Em 2016, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou uma Campanha da Fraternidade que desejava chamar a atenção para o déficit de saneamento básico no Brasil e suas consequências para a vida das pessoas, mostrando assim, o papel fundamental da Igreja nas discussões de temas relevantes para a sociedade. Esse ano, ao tratar sobre “Fraternidade e vida: dom e compromisso”, a CNBB também destaca a importância de se promover atitudes responsáveis que garantam a dignidade humana.

A falta de saneamento traz além de problemas ambientais, questões de ordem econômica e social. Um exemplo disso é a situação do abastecimento de pescados, “que é diminuída a partir do momento que não se tem um sistema de drenagem adequado, que lava a cidade, levando todas as impurezas encontradas, inclusive os esgotos, atuando diretamente na qualidade dos mananciais”, destaca Gilbrando Medeiros. Além disso, o Estado do Rio Grande do Norte sofre com a destinação de resíduos sólidos, visto que apresenta apenas dois aterros sanitários funcionando. Isso chama a atenção para aspectos sociais e ambientais importantes, como os lixões, que representam um risco para a qualidade da água que é captada de forma subterrânea, bem como aumenta a exposição a situações de risco por parte dos catadores.

Diante desse cenário, é preciso que as populações assumam um papel de vigilância, a fim de acompanhar a esperada concretização dos Planos Municipais de Saneamento Básico, protegendo assim, a casa comum, que tanto sofre com o descaso.

Incenso: simbologia e significado

Sentir o cheiro do incenso nos remete às celebrações solenes, na Igreja. Mas, por que a Igreja utiliza o incenso, especialmente nos momentos mais festivos? O seminarista Yago Carvalho, aluno do 4º ano do Curso de Teologia, no Seminário de São Pedro, explica as curiosidades acerca dessa substância aromática.

Por que a Igreja usa incenso nas missas? Pode usar em todas as missas? (Cosme Bezerra – Paróquia de Santa Rita de Cássia – Santa Cruz) O incenso simboliza nossas orações que se elevam a Deus, conforme atesta o salmo 141, 2. Aquilo que é incensado é sinônimo de sagrado, e pode ser utilizado em todas as Santas Missas. O incenso é utilizado durante a procissão de entrada, no começo da Santa Missa, para incensar o altar, antes da proclamação do Evangelho; na preparação das oferendas, para incensar a cruz, o altar, o sacerdote e os fiéis. Além de nos recordar a realidade celestial.

A partir de quando a Igreja passou a utilizá-lo? (Fredson Wesllen – Paróquia de Nossa Senhora da Conceição – Canguaretama) Houve um grande processo, até chegarmos como o utilizamos nos tempos atuais. O seu início deu-se no século IV, pois tinha medo de confundir-se com práticas paganistas; no século IX começou a ser utilizado no início da Santa Missa, e, posteriormente, no séc. XI, o altar começou a ser incensado. Lembremos também de que foi um dos presentes recebidos pelo menino Jesus (Mt 2,11).

Qual o significado do incenso? (Fernanda Santos – Paróquia de São João Bosco – Gramoré – Natal) O incenso é um sacramental utilizado para santificar, abençoar e venerar. A fumaça é um símbolo do mistério de Deus. A medida em que se eleva, sua imagem e seu cheiro expressam a doçura da presença de Nosso Senhor. Conforme a sua fundamentação bíblica em Ap 8,3- 4, como também em Ex 30,8, além de muitas outras passagens da Sagrada Escritura.

De que o incenso é feito? (Adriano Israel – Paróquia de Nossa Senhora da Conceição – Ceará-Mirim) É feito de resinas aromáticas. Provém de árvores da família das bosuélias (boswellias), originárias do Oriente.

Existem critérios para escolher a essência do incenso para utilizar nas celebrações? (Albanise Souza – Paróquia da Imaculada Conceição – Loteamento Aliança – Natal) Não. Vai de acordo com o gosto; porém são escolhidos os de agradável odor e aqueles que são confeccionados para utilização na Santa Missa, ou seja, fabricados na intenção de serem utilizados em celebrações litúrgicas.

Por que, normalmente, o turíbulo com o incenso é balançado três vezes? (Adeize Bezerra – Paróquia de Santa Clara – Pitimbu – Natal) É uma norma que está contida na Introdução Geral do Missal Romano (IGMR). Alguns remetem o significado à Santíssima Trindade. Caso deseje se aprofundar, recomendo o olhar a IGMR nos números 276 e 277.

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