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Semanário da Arquidiocese de Goiânia – XII Edição – 9 de agosto de 2014

Mês Vocacional: Família, santuário da vida e do amor Na última semana abrimos o mês de agosto, dedicado às vocações, com a vocação para o ministério ordenado. Continuamos, agora, aprofundando o tema e apresentamos a vocação para a vida familiar. pág. 5

MISSÃO

PARÓQUIA

PALAVRA DE DEUS

Cinco paróquias da Arquidiocese de Goiânia acolheram seminaristas em ação missionária preparatória ao Mês Vocacional.

Há pouco mais de cem anos começava a história da paróquia Santa Rita de Cássia, em Araçu, no interior de Goiás.

Na leitura orante da Bíblia desta semana, Dom Waldemar convida todos a se aproximarem do texto do Evangelho que relata a Festa da Assunção de Maria. pág.

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Arquidiocese de Goiânia

PALAVRA DO ARCEBISPO

O domingo, dia primordial

DOM WASHINGTON CRUZ, CP Arcebispo Metropolitano de Goiânia

PALAVRA DO ARCEBISPO

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EDITORIAL

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esde os inícios do cristianismo o domingo é um dia primordial para os cristãos. Adquire uma relevância absoluta. O próprio Jesus lhe dá essa proeminência entre todos os dias da semana ao ressuscitar no domingo. Para reafirmá-lo aparece aos domingos. No primeiro dia da semana, ao nascer do sol, apareceu a Maria Madalena, no mesmo dia apareceu aos discípulos de Emaús e a Pedro (cf. Lc 24,1335). Também na tarde do primeiro dia da semana, estando fechadas as portas, apareceu aos discípulos reunidos no cenáculo, faltando Tomé. “Transcorridos oito dias”, de novo se faz presente estando Tomé. Com certeza o Senhor se manifestou no domingo para fazê-lo o dia primordial dos cristãos (cf. Lc 24,36-43; Jo 20,19-20 e 26-29). A preponderância do domingo descobre-se nas cartas de São Paulo e nos Atos dos Apóstolos. Paulo estando em Trôade, antes de par-

tir para Jerusalém, se despediu da comunidade reunida “no primeiro dia da semana para partir o pão”. Pede aos cristãos de Corinto que “cada primeiro dia da semana”, quer dizer, o domingo, seja um dia muito especial no qual, entre outras coisas, se faz uma coleta para ajudar os cristãos de Jerusalém (cf. 1Cor 16,2). Escreve isso em torno do ano 55, estando ainda fresca a memória dos que viram o Senhor Ressuscitado. Portanto, o domingo já é uma tradição apostólica (SC 106). Historicamente, o domingo manteve um valor fundamental. No período pós-apostólico, os primeiros ensinamentos dos apologetas cristãos e dos santos padres da Igreja definem o domingo como algo original e essencial na vida. Diz São Justino, do século II (Ap I, 66,1-2): “No dia que se chama “dia do sol” (o domingo) se reúnem todos os cristãos do campo e da cidade”. “Reunidos cada dia dominical do Senhor”, diz o livro dos ensinamentos dos Apóstolos (Didaquê 9, 1). Santo Inácio de Antioquia recorda que os cristãos não celebram o sábado e sim o domingo. Justamente por isso nós celebramos o dia oitavo com regozijo, por ser o dia em que Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de manifestado, subiu aos céus. Essas citações, selecionada entre muitas outras, demonstram que há uma constante reiteração da prá-

tica dominical desde as origens até os nossos dias. O domingo nasce na comunidade de Jerusalém como resposta a uma vontade do Senhor, deduzida de suas aparições, e que chegou até aos nossos dias. Ao longo dos séculos foi se desenvolvendo e enriquecendo a teologia do domingo. A reunião dominical, antes de tudo, aparece como um momento imprescindível para a coesão, a vitalidade e o testemunho das comunidades. Neste dia se mantêm vivos os valores originários do ser cristão. Houve épocas em que se perdeu o fundamento espiritual do domingo e se caiu na casuística e na moral, no âmbito do direito eclesiástico. A partir do Concílio Vaticano II recuperam-se os valores da primeira tradição com uma rica teologia do domingo. A constituição sobre a Sagrada Liturgia e a repercussão positiva que ela teve é uma mostra do início de uma reconquista do autêntico sentido do domingo que deve continuar cada vez com maior empenho. A definição teológica e pastoral do domingo descobre-se na quantidade de nomes que recebeu. Cada apelativo mostra uma faceta da riqueza do conteúdo e significado do domingo. Chama-se: primeiro dia da semana, dia primeiro, dia senhoril, o senhor dos dias, o dia do sol, o oitavo dia, dia da ressurreição. Esses nomes se referem

a Cristo. Para a Igreja, é o dia da assembleia, da Palavra de Deus e da Eucaristia, dia da Ressurreição. Esses nomes se referem às funções que cumpre esse dia de congregar, instruir, alimentar e enviar a comunidade. Com relação aos crentes se chama: festa dos cristãos, dia da alegria e libertação, dia do descanso, dia da caridade, dia da família. Essas reflexões e dados históricos sobre a importância do domingo são necessários para compreender o que celebramos, como celebramos, a que compromete o domingo, que função irrenunciável cumpre na vida cristã. Herdamos o tesouro do domingo. Temos que recuperar o sentido do domingo lá onde se tenha perdido e melhorar a qualidade das celebrações para oferecer também em nossos dias a riqueza que contém. Há, pois, motivos para dizer que “o dia do Senhor” é o “senhor dos dias”. Quem recebeu a graça de crer no Senhor ressuscitado pode descobrir o significado desse dia semanal com emoção vibrante que faz São Jerônimo dizer: “O domingo é o dia da ressurreição; é o dia dos cristãos; é nosso dia. Essa é efetivamente para os cristãos a ‘festa primordial’ instituída não apenas para medir a sucessão do tempo, mas para pôr em relevo seu sentido mais profundo” (SC 2).

EDITORIAL

“Para fazer a paz (...)

Caro leitor

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stamos concluindo a edição do jornal Encontro Semanal em meio à terrível onda de assassinatos de mulheres na capital do estado de Goiás. Neste ano, já foram mortas 45 mulheres vitimadas pelas mais diversas formas de violência. Ao menos 12 delas morreram em circunstâncias similares, o que tem aumentado a desconfiança de que são vítimas de uma mesma pessoa. Mas a violência contra as mulheres nos provoca a refletir sobre o que está também por trás de outras violências. Não é de hoje que a vida tem se tornado cada vez mais um bem de menor valor. Matam-se seres hu-

é preciso coragem para dizer sim ao encontro e não à briga; sim ao diálogo e não à violência; sim às negociações e não às hostilidades.” (Papa Francisco. 8/6/2014)

manos por motivos banais e, até mesmo, sem motivo algum. A violência tem ganhado os noticiários e, para piorar, estamos perdendo a sensibilidade diante de tantas tragédias que parecem não mexer muito com as pessoas. Se não nos move o que vem a “conta-gotas”, nos assustam os números. A cada estatística publicada percebe-se que estamos como que numa zona de guerra. E vidas são ceifadas, pessoas se tornam incapacitadas, e a espiral

Publicação semanal da Arquidiocese de Goiânia cujo objetivo é informar e formar sobre as atividades e ações da Igreja no Brasil e no mundo. Sugira, dê suas opiniões ou sugestões de pauta pelo e-mail jornal@arquidiocesedegoiania.org.br

da violência é cada vez maior. Na origem de tudo, uma devastadora perda da humanidade na vida em sociedade. Adquirimos a noção do que é viver em rede, mas estamos perdendo a capacidade de viver em comunidade. Seja a macro violência com suas guerras sem sentido, seus narcotraficantes, tráfico de pessoas, perseguições políticas e religiosas, seja a micro violência gerada em corações ásperos e humores azedados com a qual nos deparamos em nossas

Responsável: Dom Waldemar Passini, bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia e vigário episcopal para a Comunicação Coordenador do Vicom: Pe. Warlen Maxwell Silva Reis Coordenador do jornal: Pe. Elenivaldo Manoel Santos Jornalista Responsável: Fúlvio Costa (MTB 8.674/DF) Redação: Fúlvio Costa Revisão: Jane Greco e Thais de Oliveira

relações, ambas nos remetem a um quotidiano permeado de guerras. O que aparece nas estatísticas e nos noticiários nasceu no coração de pessoas que se esqueceram do que é ser gente que vive com gente. Mas é possível reconstruir a imagem do homem perdida em algum lugar, com uma nova proposta que há mais de dois mil anos nos foi apresentada pelo Homem, Jesus de Nazaré, em sua mensagem de paz. “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz” (cf. Jo 14,27).

Diagramação e planejamento gráfico: Ana Paula Mota Tiragem: 50 mil exemplares Impressão: Gráfica Scala Publicidade: Edmário da Silva Contatos: jornal@arquidiocesedegoiania.org.br / encontrosemanal@gmail.com Fone: (62) 3229-2683/2673


Arquidiocese de Goiânia

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IGREJA

Curso à distância prepara lideranças para atuar com a juventude nas dioceses anos, que sejam lideranças (arqui) diocesanas engajadas na evangelização da juventude, consagrados e leigos que exercem serviço entre os jovens nas dioceses, novas comunidades, movimentos, pastorais e congregações religiosas, como também catequistas de crisma. No próximo ano, serão abertas novas vagas para outros assessores e interessados no trabalho com juventude. O curso é motivado a partir das orientações do Documento 85 da CNBB “Evangelização da Juventude – desafios e perspectivas pastorais”. De acordo com a Comissão, há necessidade de capacitar adultos para acompanhar adolescentes e jovens, após os frutos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Brasil. Informações: cepj.cursos@gmail. com ou www.jovensconectados.org.br

Missão Vocacional

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ns P com Jove contro da EV En é ar az s de N róquia Jesu Reunião Pa

eminaristas da Arquidiocese de Goiânia, sob a supervisão do coordenador da Pastoral Vocacional, padre Luiz Henrique, foram enviados em missão para cinco paróquias da Arquidiocese entre os dias 18 e 26 de julho. O evento, que se deu em preparação ao Mês Vocacional, teve como objetivo organizar e criar juntamente com os padres, religiosos e leigos, as Equipes Vocacionais Paroquiais (EVPs), extensão da Pastoral Vocacional na paróquia. Os seminaristas participaram de vários eventos dentro da própria dinâmica da paróquia e também criaram espaços que envolveram toda a comunidade em momentos de reflexão, escuta e partilha da palavra, animação, pregação, leitura orante da Bíblia, espiritualidade, adoração ao santíssimo e reuniões com as EVPs. O ponto fundamental da missão foi anunciar Jesus como o Senhor que chama e o homem como aquele que responde. Receberam a Missão Vocacional as paróquias São Pio X, no Setor Fama; Nossa Senhora da Libertação, do Jardim Liberdade; Jesus de Nazaré, no Setor Urias Magalhães; Sagrada Família, na Vila Canaã e Rainha do Povo, na Vila Regina. Mais informações, fotos e vídeos sobre a missão no site www.vocacionalgoiania.com.br

Semana da Família

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os dias 10 a 17, a Paróquia Sagrada Família, da Vila Canaã, realiza a Semana da Família. O evento conta com Santa Missa sempre às 19h30, pregações, barraquinhas e show acústico com Rodrigo Ferreira (Missão Louvor e Glória), no dia 16. Encerra no domingo, 17, com uma carreata em louvor à Sagrada Família. Participe.

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BRASIL

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Comissão Episcopal para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) organizou um curso com duração de três meses, em modalidade à distância, que oferece capacitação para gentes que atuam em atividades com a juventude nas (arqui) dioceses. A formação tem início no próximo mês de setembro e as inscrições já podem ser feitas no site dos Jovens Conectados. Em janeiro de 2015, a etapa presencial será de sete dias, no formato seminário, em Brasília (DF). Serão abordadas diferentes temáticas, entre elas vocação, espiritualidade, afetividade e sexualidade, projeto pessoal de vida, Palavra de Deus, mídia, cidadania. O curso é reconhecido como Extensão pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná. Podem participar pessoas acima de 24

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Arquidiocese de Goiânia

PARÓQUIA: COMUNIDADE DE COMUNIDADES

Paróquia Santa Rita de Cássia, uma história centenária em Araçu Apesar de viver na história e no tempo, a Igreja se destina à eternidade

(CNBB/Doc. 100)

ARQUIDIOCESE DE GOIÂNIA

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nstalada em 28 de abril de 1968 pelo então arcebispo da Arquidiocese de Goiânia, Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, a paróquia Santa Rita de Cássia do município de Araçu (GO), que fica a 71 km da capital do estado, tem uma longa e rica história que começa por volta de 1914. Naquela época, os fiéis se encontravam conforme as primeiras comunidades cristãs, “eles mostravam-se assíduos aos ensinamentos dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações” (At 2,42). Uma capela ganhou o nome de São Sebastião de Salobro, padroeiro que ainda é lembrado pelos araçuenses. De acordo com relatos de paroquianos, tudo ali “era mato e roçado”. Os primeiros dirigentes da comunidade foram Suemir Barbosa da Cruz, catequista e dirigente das orações na capela; depois chegaram o Sr. Miguel Nowogrodzki – polonês – e sua esposa dona Charlotte – alemã, e, ainda, o Sr. Francisco Pimenta e sua esposa. Diversos nomes fizeram parte da história da paróquia que, contando das reuniões das primeiras comunidades até hoje, faz exatamente 100 anos. A Liga Católica de Araçu, que teve como fundador o cônego Victor Arantes Vieira, foi uma importante comissão funda-

da congregação das franciscanas Rainha da Paz, que viveram por sete anos no município. da para fazer linha de frente pela construção da primeira igreja. A Conferência São Vicente de Paulo nasceu em seguida, em 17 de julho de 1965, para dar continuidade à igreja que já havia sido levantada e precisava ser concluída. São bastante lembradas a religiosa Isabel, que morou dezoito anos em Araçu, e a irmã Benjamina Ghiriard, que viveu ali por dois anos, além da irmã Aracy e Maria Augusta. Todas irmãs dominicanas do Santo Rosário. Também as irmãs Sônia, Simone e Norma Lúcia,

Sacerdotes e congregações religiosas Mais de treze sacerdotes já passaram pela paróquia, desde padre Luís Laes da Nóbrega, que assinou a pedra fundamental do altar em 1962, passando pelo primeiro vigário paroquial, padre Vitório Lovato em 1968, ao atual administrador paroquial, padre Márcio Celestino da Silva. As congregações religiosas também fazem parte dessa história: Maria Imaculada, Dominicana do Santo Rosário, Franciscanas Rainha da Paz, Catequistas Nossa Senhora da Visitação e tantas outras.

“Somos uma comunidade simples, mas perseverante, o que impulsiona ao ardor na oração, formação e evangelização”, comenta o padre Márcio Celestino. A paróquia conta com grupos de terço em família, terço dos homens, movimento de cursilho, Legião de Maria e Apostolado da Oração, ministros da Palavra e Eucaristia, juntamente com as pastorais do Batismo, Dízimo, Esperança e Catequese. Dois momentos importantes da vida paroquial têm destaque em Araçu: a festa em louvor a São Sebastião, sempre nos mês de janeiro, e a tradicional festa da padroeira Santa Rita de Cássia, no mês de maio; há ainda a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, com novenas celebradas semanalmente. Expediente da Secretaria 2ª-feira, das 13h às 17h 3ª a 6ª-feira, das 8h às 11h e das 13h às 17h Missas Domingo, às 9h30 2ª-feira, no Centro Comunitário São Vicente de Paulo, às 19h 5ª-feira, na matriz Sta. Rita de Cássia, às 19h Tel.: (62) 3527-1140 Admin. Paroquial: Pe. Márcio C. da Silva E-mail: matrizsantarita@hotmail.com

NESTA SEMANA CELEBRAM-SE Santa Clara de Assis – Dia 11 Nasceu em Assis, em 1193. Conterrânea de São Francisco, Clara foi sua discípula. De família nobre, dotada de extraordinária beleza e possuidora de muitas riquezas, Clara, aos 18 anos, fugiu de casa para se consagrar a Deus, mediante uma vida de absoluta pobreza, a exemplo de Francisco. Juntamente com Inês, sua irmã mais jovem, e outras companheiras, Clara instalou-se no oratório de São Damião. Era o início das Clarissas. Procuravam em tudo viver o ideal franciscano da pobreza. Atualmente somam cerca de 19 mil religiosas, espalhadas por todo o mundo.

S. Maximiliano Maria Kolbe – Dia 14 Nasceu na Polônia, em 1894. Morreu num campo de concentração nazista. Era franciscano conventual. Ensinou teologia em Cracóvia. Devotadíssimo de Nossa Senhora, fundou, na Polônia, a Milícia

da Imaculada. E para maior divulgação da devoção à Imaculada, criou a Revista Azul, destinada aos operários e camponeses, alcançando, em 1938, cerca de 1 milhão de exemplares. A “Cidade da Imaculada” abrigava 672 religiosos e um vasto parque gráfico. Foi precursor das comunicações. Foi preso pelos nazistas devido à influência que a revista e publicações marianas exerciam. Levado para Auschwitz, foi condenado a trabalhos forçados. Foi ali que se ofereceu para morrer no lugar de Francisco Gajowniczek. Maximiliano resistiu por quinze dias à fome, à sede, ao desespero na escuridão do cárcere. Morreu com uma injeção de fenol que lhe administraram. Era o prisioneiro com o nº 16.670. Foi no dia 14 de agosto de 1941. Beatificado por Paulo VI em 1971, foi canonizado por João Paulo II, em 1982.

São Tarcísio – Dia 15 Vítima da perseguição do imperador

Valeriano, em Roma. Tarcísio era acólito do papa Xisto II. Nas prisões, os cristãos desejavam receber o conforto final da eucaristia. Mas era impossível entrar. Foi quando Tarcísio pediu ao santo papa que o deixasse tentar, pois não entregaria as hóstias a nenhum pagão. Ele tinha doze anos de idade. Comovido, o papa Xisto II abençoou-o e deu-lhe uma caixinha de prata com as hóstias. Mas Tarcísio não conseguiu chegar à cadeia. No caminho, foi identificado e, como se recusou a dizer e entregar o que portava, foi abatido e apedrejado até morrer. Depois de morto, foi revistado e nada acharam do sacramento de Cristo. Seu corpo foi recolhido por um soldado, simpatizante dos cristãos, que o levou às catacumbas, onde foi sepultado. O papa Dâmaso foi quem mandou colocar na sua sepultura uma inscrição com a data de sua morte: 15 de agosto de 257. Atualmente seu corpo está depositado embaixo do altar principal da basílica de São Silvestre, no Vaticano.

Assunção de Nossa Senhora – Solenidade. Dia 15. No Brasil, transferida para o domingo seguinte, 17 de agosto


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CAPA

Vocação Matrimonial:

“a alegria do sim para sempre”

Centro da Família Coordenado pelas Irmãs do Instituto Coração de Jesus, o Centro da Família que leva o mesmo nome está localizado na Rua 55, no centro da capital. Começou suas atividades em 2009 em três frentes: formação, espiritualidade e atividades permanentes. O Centro é responsável pelo setor de formação e espiritualidade da família, na Arquidiocese de Goiânia. Irmã Eunice Pereira de Carvalho, coordenadora do Centro, explica que o objetivo da entidade é

favorecer a santificação e fortificar o fundamento espiritual da família a fim de que ela se torne uma Igreja doméstica. “Nossa missão é fortalecer a família em sua caminhada inalienável de educadora, prestando ajuda na formação de famílias cristãs, ajudando em suas necessidades morais e materiais”. Cerca de 200 famílias são atendidas. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (62) 3087-7702. Semana da Família 2014 Com o tema “Espiritualidade Cristã na Família: um casamento que dá certo”, o diácono Joviano Carneiro Filho, assistente eclesiástico da Pastoral Familiar na Arquidiocese, explica a proposta do tema na Igreja particular de Goiânia. “A celebração desta semana quer conclamar todas as famílias para uma profunda reflexão sobre a vocação matrimonial e procurar colocar em prática mais concretamente a Palavra de Deus, vivendo, acima de tudo, o amor”. Saiba mais Em 1994 o lema da Campanha da Fraternidade foi “A Família, como vai?” cuja proposta foi redescobrir os valores da família: Lugar de encontro, espaço de vivência humana, ponto de partida de um mundo mais humano e de acordo com o Plano de Deus. Ao mesmo tempo, a Campanha da Fraternidade se propôs a colaborar na criação de condições sociais e políticas objetivas para que a família realizasse sua missão.

ereira Ir. Eunice P

“A família

lhor convivência a dois, a oração, o diálogo, a sexualidade cristã e o caminhar juntos com a Igreja. Está sendo uma ótima experiência, pois ainda somos novos e temos muito a aprender com os agentes da Pastoral Familiar”, relata Damaris. Estão também na Arquidiocese as Equipes de Nossa Senhora (ENS), movimento internacional presente em 86 países. Criado em 1938, pelo padre francês Henri Caffarel, a proposta das Equipes é ajudar os casais a descobrir as riquezas do sacramento do matrimônio e viver a espiritualidade conjugal. “Através do seu exemplo, os casais das Equipes querem ser testemunho do casamento cristão na Igreja e no mundo”, explica o casal responsável Luiz Antônio e Vera Lúcia. Atuam na mesma linha da família, na Arquidiocese, o Encontro de Casais com Cristo (ECC), presente em diversas paróquias.

Liandro e Maurinete

Pastoral Familiar - Encontro na Paróquia Santa Luzia, dia 3 de agosto

Rafael e Damaris

Equipe d e Coord enação Nossa S das Equ enhora ipes de

VOCAÇÃO

P

elos caminhos da Igreja Arquidiocese na década de 1990; passa a família; natural- está implantada em 35 paróquias mente, também, a organi- e em fase de implantação em mais zação da sociedade. Como 12, além de desenvolver trabalhos alicerce desta, a família tem em seu no Centro da Família Coração de horizonte a união, quando prevale- Jesus, em Goiânia. ce a moral e os bons costumes. Os O casal coordenador da Pastoreflexos do seio familiar, portanto, ral, na Arquidiocese, Liandro Rosejam eles positivos ou negativos drigues e Maurinete Aparecida, desencadeiam um efeito dominó comentam como são desenvolvino mundo que cabe a cada um das as atividades. “Visitamos as fazer do matrimônio “a alegria do sim para sempre”, conforme o contexto do encontro do papa Francisco com é a base da os noivos em fevereiro sociedade e o lugar onde deste ano, na Praça São aprendem pela primeira vez Pedro, no Vaticano. os valores que lhes guiem O Catecismo da Igreja Católica desdurante toda vida”. creve que a família é a (São João Paulo II) imagem de Deus. Daí carregar a marca da Trindade e o modelo do amor de Cristo por sua Igreja, na qual os esposos são paróquias e formamos agentes convocados a uma “íntima comu- com o objetivo central de evangelinhão de vida e de amor conjugal zar, tendo sempre como referência que o Criador fundou e dotou com as orientações do Santo João Paulo suas leis. O próprio Deus é o autor II”. do matrimônio”. Os noivos Rafael Gomes, 23 Na segunda semana de agosto anos, e Damaris Val Casio Rezena Igreja celebra a Vocação Fami- de, 24 anos, pretendem se casar no liar. Pode-se dizer, sem sombra de próximo mês de setembro. Conhedúvida, que é uma das mais belas ceram a Pastoral Familiar no itinevocações da humanidade. Por essa rário da catequese matrimonial, importância é que a Igreja desde na paróquia Santa Maria, em Goisempre se preocupou com a evan- ânia. Desde então têm continuado gelização da família. No Brasil, a os encontros de formação. “Estar Conferência Nacional dos Bispos na Pastoral tem nos proporciodo Brasil (CNBB) aprovou em 2004 nado a meo Diretório da Pastoral Familiar, documento que orienta e dinamiza as ações dessa pastoral. Esse documento assinala, entre tantas outras coisas, a finalidade do matrimônio firmada em dois pontos principais: o amor conjugal e a integração das personalidades do marido e da mulher; a procriação dos filhos, a paternidade e a maternidade responsáveis e os métodos naturais de planejamento familiar. Na Arquidiocese de Goiânia, pastorais e movimentos trabalham em conjunto para a formação e evangelização das famílias. Atividades que o arcebispo Dom Washington Cruz chama de “autênticos serviços da Igreja junto às famílias, atuando cada qual, segundo sua espiritualidade e orientação próprias”. A Pastoral Familiar, por exemplo, teve início na

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100 anos da Primeira Guerra Mundial

MUNDO

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á cem anos a Europa avançava para os campos de batalha de um conflito que marcaria o século 20. Com os exércitos da Áustria-Hungria e da Rússia mobilizados, a Alemanha seria a próxima potência a mover suas peças no tabuleiro geopolítico mundial. A partir daí se formariam alianças entre países, o que culminaria na chamada Grande Guerra. A França entraria em ação após um ataque alemão às suas tropas na Bélgica, dois dias antes de o Reino Unido anunciar a entrada na guerra. O

evento durou quatro anos e transformou o mundo. Causou o colapso de um império e o surgimento de novos países. Sobre o centenário, o papa Francisco disse em discurso no Vaticano, após a oração do Angelus, no dia 28 de julho, que espera que os erros do passado não se repitam. “Que no centro de cada decisão não coloquem interesses particulares, mas o bem comum e o respeito pela pessoa. Lembrem-se que tudo está perdido com a guerra e nada se perde com a paz”, disse o pontífice aos fiéis reunidos na Praça São Pedro.

Relator da ONU denuncia “graves violações da liberdade religiosa” no Vietnã

O

relator especial da ONU, Heiner Bielefeldt, denunciou que a liberdade religiosa, um direito humano, continua sendo violada pelas autoridades comunistas do Vietnã. Na conclusão de sua visita oficial àquele país no dia 1º de agosto, o funcionário da ONU indicou que se reuniu com autoridades locais e representantes das comunidades religiosas. Bielefeldt fez referência “ao comportamen-

Trégua na Faixa de Gaza

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mundo reza para que a trégua de 72 horas entre Israel e o movimento islamita Hamas seja duradouro na Faixa de Gaza. O cessar-fogo temporário entrou em vigor no

dia 5 de agosto, após uma intensa pressão internacional para acabar com um conflito que, em 29 dias, deixou quase 1.900 mortos no território palestino. Os israelenses anunciaram a saída das tropas que haviam en-

trado em Gaza para a operação destinada a acabar com o lançamento de foguetes do Hamas e destruir os túneis usados pelos islamitas para infiltrar-se em território israelense. “Todas as nossas forças saí-

to geralmente desdenhoso, negativo em relação aos direitos das minorias e indivíduos que praticam a religião fora dos canais institucionais”, aos “limites em matéria de direitos humanos” assim como às “formulações vazias dentro do código penal em matéria de abusos das liberdades democráticas”. O relator apresentará as suas conclusões e recomendações ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2015.

ram de Gaza”, declarou o general Moti Almoz à rádio militar. A trégua, porém, se mostra fragilizada, já que as partes prosseguiram com os combates quase até o momento do início do cessar-fogo, às 2h (horário de Brasília). Com Agência Fides, Aleteia e BBC Brasil


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IR. MYRIAN APARECIDA PEREIRA

Instituto Coração de Jesus

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Rosário, em cuja recitação se usa o instrumento tradicional do terço para contar as Ave-Marias, é uma oração de contemplação. E a humanidade de hoje precisa de contemplação à qual não se chega sem a experiência do silêncio. A redescoberta do valor do silêncio é um dos segredos para a prática da contemplação e da meditação. Entre as limitações duma sociedade, onde predomina fortemente a técnica, conta-se o fato de se tornar cada vez mais difícil o silêncio. Tal como na Liturgia se recomendam momentos de silêncio, assim também na recitação do Rosário é oportuno fazer uma pausa depois da escuta da Palavra de Deus, enquanto o espírito se fixa no conteúdo do respectivo mistério. Publicidade

Maria guardava as recordações de Jesus estampadas na sua alma. Em cada circunstância, Maria era levada a percorrer novamente com o pensamento os vários momentos da sua vida junto com o Filho Jesus. De certo modo, foram essas recordações que constituíram o “rosário” que Ela mesma recitou constantemente nos dias da sua vida terrena. Maria viveu com os olhos fixos em Cristo e guardou cada palavra sua: “Conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração” (Lc 2,19; cf. 2,51). Precisamente por causa da experiência de Maria, o Rosário é uma oração marcadamente contemplativa. Privado dessa dimensão, perderia o sentido, como sublinhava

Paulo VI: “Sem contemplação, o Rosário é um corpo sem alma e a sua recitação corre o perigo de tornar-se uma repetição mecânica de fórmulas e de vir a achar-se em contradição com a advertência de Jesus: ‘Na oração não sejais palavrosos como os gentios, que imaginam que hão de ser ouvidos graças à sua verbosidade’ (Mt 6,7). Por sua natureza, a recitação do Rosário requer um ritmo tranquilo e uma cer-

Rosário vem de rosa. Cada Ave-Maria é uma rosa do buquê a ser oferecido a Jesus e a Maria. Por ser a contemplação dos mistérios da vida de Jesus, nos mistérios gozosos, dolorosos, luminosos e gloriosos, o Rosário é Cristocêntrico e não Mariocêntrico, como nos ensinou São João Paulo II. Ele é, também, de índole comunitária e se nutre da Sagrada Escritura. Na medida em que o vamos rezando e contemplando, ele nos abre um “painel catequético e bíblico” da his“Sem contemplação, o Rosário é um tória da salvação. Somos obrigados a corpo sem alma e a sua recitação rezar o Rosário? Não. É corre o perigo de tornar-se uma uma devoção. Mas entre repetição mecânica de fórmulas .“ os que o rezam não ha(Papa Paulo VI) verá ninguém que ignore sua validade. Milhões e milhões de pessoas pelo mundo inteiro o reta demora a pensar, que favoreçam, zam em todas as línguas e idades. naquele que ora, a meditação dos Feita com devoção e piedade, essa mistérios da vida do Senhor”. As- prece tão preciosa tem alcançado sim, podemos através do coração muitas graças. Por ela, a Igreja sudaquela que mais de perto esteve perou grandes crises em sua hisem contato com o Senhor, chegar às tória ao longo dos séculos, e ainda suas insondáveis riquezas. continua superando.

FORMAÇÃO MARIANA

Rosário, um tesouro a descobrir

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DOM WALDEMAR PASSINI DALBELLO

Bispo Auxiliar de Goiânia

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Festa da Assunção de Nossa Senhora, que celebraremos no próximo domingo. Esse trecho do Evangelho diz que Maria foi uma jovem, uma mulher feliz, cheia de alegria por sua comunhão com Deus, com seus familiares, com seu povo. A alegria de Maria contagia outras pessoas, pois ela se tornou uma via de comunhão com a Palavra de Deus, uma missionária da Boa Nova. Inclua no ambiente de sua leitura orante nessa semana uma pequena imagem ou estampa de Maria. Ela é a discípula que se faz missionária. Do Céu, ela acompanha cada um dos filhos que lhe são dados por Jesus. Com o ambiente preparado para a oração, sob o olhar materno de Maria, tome o evangelho indicado, inicie sua oração com o “Sinal da Cruz” e a oração ao Espírito Santo. Texto para a oração: Lc 1,39-56 (página 1270 – Bíblia das Edições CNBB).

Siga os passos para a leitura orante: 1.

Leia o texto uma primeira vez. Observe a alegria desses encontros que o Evangelho narra: encontro de parentes, de mulheres de fé, de duas mães, encontro de gerações, encontro de crianças ainda em gestação. Silencie, se coloque nesse encontro em meio a tanta alegria;

2.

Releia o texto, saboreando as expressões. Veja o espírito de gratidão e de louvor a Deus presente na oração de Maria (o Magnificat), versículos 47 a 55;

3.

O que na oração do Magnificat você pode assumir como oração pessoal? De quais palavras e afirmações você pode se apropriar, reconhecendo a presença e ação de Deus? Fale com o Senhor espontaneamente e, depois, recite o Magnificat em voz alta.

Deus envolveu Maria, dia após dia, com sua Palavra e com seu Amor, e assim ela foi elevada até o Céu. Toda em Deus, Maria agora pode estar bem perto dos que o amam. Conclua, rezando: - Ave Maria, cheia de graça... Amém! (Ano A, Festa da Assunção de Nossa Senhora. Liturgia da Palavra: Ap 11,19a; 12,1.3-6a.10ab; Sl 44 (45); 1Cor 15,20-27a; Lc 1,39-56)

PUC Goiás inicia semestre com olhar para o futuro divisão de cursos de graduação, pós-graduação e extensão da universidade entrará em vigor em substituição ao atual regime de departamentos de curso. Separadas por áreas de conhecimento, as escolas trarão maior integração entre os cursos e fortalecerá a cultura da interdisciplinaridade. Os atuais 22 departamentos da universidade serão convertidos em 10 escolas. Os alunos já começam a perceber a mudança na prática a partir deste semestre letivo. Durante a 35ª Semana de Integração Acadêmica e Planejamento (Siap) da PUC Goiás, de 31 de julho a 2 de agosto, foram discutidos os projetos pedagógicos das escolas, buscando a articulação e integração no ensino, da pesquisa PUC Goiás

PALAVRA DE DEUS

O

encontro com Jesus Cristo na oração renova a visão da própria existência. Quando Deus toca e assume a história, universal e pessoal, faz dela uma história de salvação. Passe a observar sua vida a partir da oração, reconhecendo as intervenções de Deus em seu favor e se alegrando com o cuidado de Deus para com seu Povo, do qual você faz parte. Quem não reza, fica com a visão ofuscada, embaçada, e permanece com horizontes muito curtos, com grande risco de um realismo limitado, sem reconhecer que Deus é bom e que a sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem (Lc 1,50). As palavras acima citadas são de Maria, uma mulher de oração. Quero convidar você a se aproximar do texto do Evangelho da

Arquidiocese de Goiânia

PUC GO

N

a última semana, mais de 27 mil alunos e professores voltaram às salas de aula na PUC Goiás. Antes do retor-

no, porém, professores e gestores acadêmicos se reuniram para planejar o futuro da universidade: as escolas. Implantadas neste ano, começando pelas Escolas de Direito e Relações Internacionais e de Formação de Professores e Humanidades, em junho, a nova

e da extensão, tanto na graduação como na pós-graduação. “Esse projeto vai ser construído coletivamente. A antiga estrutura tinha um projeto pedagógico para cada curso, com a mudança precisamos de um projeto integrado”, explicou o diretor da Escola de Direito e Relações Internacionais, José Antônio Lobo, durante o evento. Após a Semana de Planejamento, os alunos do primeiro semestre foram recebidos na Calourada. No evento, os estudantes receberam informações sobre o perfil profissional, os campos de atuação e a matriz curricular dos cursos, além dos processos avaliativos e principais aspectos do Manual do Aluno, documento que oferece informações aos calouros sobre a vida universitária (mapas ilustrados, endereços e horários de funcionamento das unidades acadêmico-administrativas). As aulas seguem até a segunda semana de dezembro, com previsão de término no dia 20.


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