Cristoepedraviva

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Cristo é a pedra viva PALAVRA DO ARCEBISPO DOM WHASHINGTON CRUZ POR OCASIÃO DA DEDICAÇÃO DO ALTAR DO MOSTEIRO MÃE DA SANTA ESPERANÇA

22 de fevereiro de 2014

Queridos irmãos e irmãs em Cristo: as nossas relações com o próximo jamais podem ser de ódio, de rancor, ou de vingança, mas sim de amor, porque a santidade de Deus deve se refletir na vida concreta de seu povo: “Não tenhas ódio contra teu irmão, não procures vingança, nem guardes rancor”. “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”, ouvimos na primeira leitura, tirada do livro do Levítico. Mas com se fosse pouco o que já ouvimos, São Mateus vem propor-nos, lá na montanha, uma expressão explosiva e magnífica: “Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito.” São as palavras de Jesus convidando seus discípulos a romper a escalada da violência, que incentiva a vingança e que acaba deixando o coração cheio de ódio e ressentimento. A lei antiga que buscava proteger o mais fraco e que exigia olho por olho e dente por dente, não resolvia o problema de fundo da violência, porque o coração cheio de rancor não permite encontrar a paz. Cristo foi chamado de louco, ao propor essas soluções, mas são as únicas que de verdade podem acabar com a violência. Cristo nos convida a realizar coisas “extraordinárias”. A vocação do cristão é vocação à loucura e também ao extraordinário.

Na segunda leitura, 1Cor 3,16-23, Paulo convida os cristãos de Corinto – e os cristãos de todos os tempos e lugares – a serem o lugar onde Deus reside e Se revela aos homens. Para que isso aconteça, eles devem renunciar definitivamente à “sabedoria do mundo” e devem optar pela “sabedoria de Deus” (que é dom da vida, amor gratuito e total).


Desejo dirigir uma cordial saudação ao prezado irmão, Dom Carmelo Scampa, a quem agradeço o convite para vir a São Luís nesta ocasião. Saúdo as monjas passionistas, os presbíteros, as pessoas consagradas e todos aqui reunidos para a consagração deste novo altar, peça central nesta capela. O altar é sinal de Cristo. Sobre ele, Cristo, Palavra viva do Pai, se aproxima de nós tornando presente para nossa salvação os mistérios de sua Morte sacrifical e de sua Ressurreição gloriosa, fontes de nossa salvação.

Olhemos para este altar. Ele é de pedra. Cristo é a pedra viva em torno da qual nós crescemos como templo santo. Cristo é a pedra fundamental, sobre a qual é possível construir uma casa que não desmorona; Cristo é a rocha da qual brota para nós – como para o povo hebreu no deserto – a água viva. Aqui, como sobre um trono, é colocado o Cordeiro imolado. Aqui, na oferta eucarística é sempre vivo o Bom Pastor que ofereceu a vida por suas ovelhas e por seu rebanho padeceu a morte. Podemos dizer que o altar é o sinal por excelência do Calvário, onde se celebra a ação redentora. No mistério eucarístico, que se renova em cada altar, Jesus se torna realmente presente. A sua presença dinâmica arrebata-nos para nos fazer seus, para nos assimilar a si. Atrai-nos com o vigor do seu amor, levando-nos a sair de nós mesmos para nos unirmos a Ele, fazendo de nós uma só coisa com Ele: “Quando eu for levantado da terra atrairei todos a mim. Jesus falava assim para indicar de que morte iria morrer”. Demos graças a Deus porque nos concede participar, nesta tarde, de tão importante celebração. Peçamos ao Senhor que nos ajude a considerar o Altar em toda sua riqueza; a valorizar a dignidade que lhe corresponde; a venerá-lo com religiosa unção; e a aproximar-nos a dele com o gozo e a esperança de quem sabe que vai encontrar-se com o Senhor, preparando-nos no banquete eucarístico para a felicidade eterna na glória junto a Deus Pai, Filho e Espírito Santo.



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