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Foto: Thiago Leon

Semanário da Arquidiocese de Goiânia – 58ª Edição – 28 de junho de 2015

Eucaristia: fonte da comunhão da Igreja

PALAVRA DO ARCEBISPO

IDEOLOGIA DE GÊNERO

CATEQUESE DO PAPA

Dom Washington Cruz relata episódios em que cristãos são vítimas da violência e explica o sentido da Eucaristia dominical, como alimento da fé. pág.

Nesta edição, o padre Luiz Henrique explica o que é a Ideologia de Gênero, em discussão no Brasil nas últimas semanas, e por que ela é uma ameaça à família. pág.

Francisco se sensibiliza com a dor das famílias que perdem um ente querido. Segundo ele, é nessa experiência que as pessoas devem gerar solidariedade e se fortalecer na fé. pág.

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Arquidiocese de Goiânia

EDITORIAL

PALAVRA DO ARCEBISPO

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Foto: Reprodução

DOM WASHINGTON CRUZ, CP Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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Igreja tem muito claro que sua vitalidade depende da Eucaristia. Celebra-a, sempre com alegria e grande fruto, as comunidades que se reúnem, escutam a Palavra e se alimentam do Corpo de Cristo. São João Paulo II, ao iniciar o novo milênio, manifesta com veemência a importância da Eucaristia: “Devemos dar um realce particular à Eucaristia dominical e ao próprio Domingo... é um dever irrenunciável, que se há de viver não tanto para cumprir um preceito, mas como necessidade de uma vida cristã verdadeiramente consciente e coerente” (Novo millenium ineunte, nº 35-36). Como puderam conservar a fé os antigos cristãos nas perseguições? Em nossos dias, como se mantêm as comunidades cristãs que vivem na clandestinidade e os que vivemos em sociedades secularizadas? O cardeal vietnamita Van Thuan nos deixou um testemunho impressionante contando como celebrava a Eucaristia nos treze anos em que esteve na prisão por causa da fé que professava em Cristo. Fazendo do cálice a concha de sua mão depositava umas gotas de vinho e no dedo indicador um pouco de pão. Os fiéis que o visitavam haviam conseguido trazer para o cárcere como se fora um remédio. Não só foi medicina, mas alimento poderoso de mártires. A Eucaristia faz a Igreja e a Igreja a Eucaristia. Essa expressão do Pe. Henri de Lubac se verifica de forma evidente onde faltam sacerdotes, ministros dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia. Em nossas periferias, os fiéis esperam ansiosamente ouvir as palavras do perdão que Deus dá por meio do sacerdote: “Eu te absolvo de teus pecados...”. E mais vivamente ainda desejam e pedem poder receber a comunhão eucarística. Sem esse alimento as comunidades definham na fé, quando chegam as tentações perdem a batalha, se esquecem do Evangelho e se paganizam. Por isso urge que se suscitem as vocações necessárias para servir as comunidades pelo caminho do sacerdócio. Disse Deus ao Profeta Jeremias: “Eu vos darei pastores segundo o meu coração” (Jr 3,15). O povo, verdadeiramente cristão, tem experiência de que essa profecia não fica sem efeito. Os cristãos antigos estavam convencidos da importância e necessidade da Eucaristia dominical. Sem ela perdemos a fé e deixamos de existir. Quem a deixa pouco a pouco vai se esfriando e deixa de ser cristão. “Se não nos sentirmos necessitados da misericórdia de Deus, se não nos sentirmos pecadores, melhor seria não irmos à Missa! Nós vamos à Missa porque somos pecadores e queremos receber o perdão de Deus, participar na redenção de Jesus e no seu perdão” (Papa Francisco, 12/02/2014). O cristão ou se sustenta da Eucaristia ou fenece como cristão. Sem Cristo em nossas vidas, estamos fadados ao fracasso.

Publicação semanal da Arquidiocese de Goiânia cujo objetivo é informar e formar sobre as atividades e ações da Igreja no Brasil e no mundo. Sugira, dê suas opiniões ou sugestões de pauta pelo e-mail encontrosemanal@gmail.com

Caros Amigos “A Eucaristia faz a Igreja e a Igreja a Eucaristia”, conforme o padre Henri de Lubac. Dom Washington Cruz, na Palavra do Arcebispo, cita essa frase para explicitar que tudo gira em todo da Sagrada Eucaristia e seus mistérios. De acordo com ele, sem esse Sacramento perdemos a fé e consequentemente deixamos de ser cristãos. Continuando nossa série sobre a Eucaristia, apresentamos o tema Comunhão Eclesial, cuja centralidade está na fração do pão no altar do Senhor e na vida cotidiana. Ainda na reportagem de capa, um destaque que merece atenção: a unidade da Igreja não existe sem a comunhão entre os irmãos. Na página 4, trouxemos a íntegra do texto do

responsável do Centro Vocacional São João Paulo II, padre Luiz Henrique Brandão, proferido na audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Goiânia, sobre a inclusão da Ideologia de Gênero no Plano Municipal de Educação (PME). A novíssima seção do Instituto Católico de Desenvolvimento Empresarial e Social (IDES) convida a comunidade de empresários católicos a vivenciarem o amor de Cristo de modo a praticar o respeito à pessoa humana nas empresas em que atuam. Em sua catequese semanal, o papa continua as reflexões sobre a família. Desta vez, trata do luto e de como esse sofrimento humano pode tornar os vínculos familiares ainda mais fortes. Boa leitura!

NESTA SEMANA CELEBRAM-SE Dia 29 – São Pedro e São Paulo Depois da Virgem Santíssima e de São João Batista, Pedro e Paulo são os santos mais comemorados no ano litúrgico. Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, a festa da cátedra de São Pedro; e 18 de novembro, reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo. A morte de Pedro pode ter ocorrido em 64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma, enquanto a de Paulo, no ano 67. Com certeza o martírio deles aconteceu durante a perseguição de Nero. São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele Jesus disse: “Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja”. São Paulo, que foi escolhido para levar o nome de Cristo diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o “Apóstolo dos Gentios”. Juntos, Pedro e Paulo fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro. No Brasil, por determinação da CNBB e autorização da Santa Sé, a solenidade é celebrada no domingo entre 28 de junho e 4 de julho.

Foto: Reprodução

PALAVRA DO ARCEBISPO

Foto: Losservatore Romano

A importância e necessidade da Eucaristia

Dia 30 – Santos primeiros mártires da Igreja Romana Dia 3 de julho – São Tomé DATAS COMEMORATIVAS – 29 (28): Dia do Papa / 29: Dia do Pescador e Dia da Telefonista / 2/7: Dia do Bombeiro

Coordenador do Vicom e do Jornal: Pe. Warlen Maxwell Silva Reis Jornalista Responsável: Fúlvio Costa (MTB 8.674/DF) Redação: Fúlvio Costa, Sarah Marques e Talita Salgado Revisão: Jane Greco Diagramação: Ana Paula Mota Tiragem: 50 mil exemplares Impressão: Gráfica Moura

Contatos: encontrosemanal@gmail.com Fone: (62) 3229-2683/2673


Arquidiocese de Goiânia

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ARQUIDIOCESE EM MOVIMENTO

Pastoral Carcerária participa de palestra sobre serviço voluntário ximo, o reconheço como outro e o amo assim”, explicou Wellington. Para o coordenador da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Goiânia, diácono Ramon Curado, a palestra vem reforçar e motivar os agentes da pastoral. “Antes de as pessoas se doarem ao trabalho da Pastoral Carcerária, primeiro passam por uma formação. A palestra de hoje reforça aquilo que aprendemos e motiva a continuarmos esse serviço”, disse. Dejanete Neves de Almeida, 30, é agente da Pastoral Carcerária há seis meses. Para ela, a palestra foi motivadora. “É muito impor-

Escola de Ministérios Cerca de 600 pessoas compareceram ao Centro Pastoral Dom Fernando, na manhã do último sábado, 20, para a Escola de Ministérios: Encontro Arquidiocesano de Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão. Para iniciar o evento, o coordenador arquidiocesano para a ação evangelizadora, padre Rodrigo de Castro Ferreira, explicou sobre os documentos pós-sinodais, o primeiro sobre a Palavra e o segundo sobre a Caridade e a importância de se estudar esses documentos e aprofundar na palavra de Deus. “Nós sabemos que se a palavra deve

estar presente na vida do homem e da mulher arquidiocesanos; ela também deve estar na vida dos nossos ministros da Sagrada Comunhão. Por isso, é importante tratarmos desse tema com vocês, para que estejam afiados com essa comunhão diocesana”. A missionária da Comunidade Nova Aliança, Layla, falou sobre a importância da evangelização e de estar preparado para a missão de levar a Eucaristia. “É preciso ser dócil à missão que Deus lhe confiou, pois você é aquele que leva Jesus àqueles que precisam da sagrada comunhão”.

tante nos aperfeiçoarmos naquilo que gostamos de fazer” e comentou o que a levou a servir na pastoral. “Foi um chamado de Deus, por isso faço com amor e carinho; quero levar àquelas pessoas o amor de Deus”. Para se tornar voluntário de

qualquer serviço, segundo Wellington, é muito simples. “Basta ter tempo, disponibilidade, consciência, talento e satisfação”, concluiu. Os interessados podem conhecer a Pastoral Carcerária na Cúria Metropolitana de Goiânia, na Rua 10, no Centro da capital.

Audiência sobre Ideologia de Gênero

Em audiência pública realizada na quinta-feira, 18, a partir das 9 horas, na Câmara Municipal de Goiânia, foi discutida a inclusão da Ideologia de Gênero no Plano Municipal de Educação (PME). Convocada pela vereadora municipal Celia Valadão, a audiência contou com a presença de muitos representantes da Igreja Católica, como padres, alguns grupos principalmente da Pastoral Familiar, jovens e crianças. Em seu discurso, a vereadora se posicionou contra a inclusão da ideologia no PME e alertou quem estava presente para essa problemática. “Naturalmente a criança distingue o sexo dos irmãos, do pai e da mãe; seria um choque para ela chegar às escolas e receber uma orientação equivocada sobre o assunto, desconsiderando o que determina a fisiologia humana, macho e fêmea, porque pela ideologia de gênero não existe essa distinção”.

Padre Luiz Henrique, responsável pelo Centro Vocacional João Paulo II, fez explanação acerca do assunto e demonstrou o claro posicionamento da Igreja contra a ideologia, “Em poucas palavras, a ideologia de gênero afirma que o ser humano nasce com um sexo biológico, mas isso não significa dizer que ele é homem ou mulher, pois o ser homem ou mulher é imposto culturalmente. Seria como dizer que o ser humano nasce como um ser “genérico” e depois o seu sexo é definido pela sociedade. (...) Para difundir suas ideias, os autores dessa ideologia propõem uma verdadeira desconstrução da sociedade, iniciando pela família, que passa a não ter um formato pré-estabelecido pela natureza, pois a construção do gênero despreza as diferenças dos sexos e as bases, tanto biológicas quanto psicológicas, da complementariedade entre o homem e a mulher”.

Instituto Católico de Desenvolvimento Empresarial e Social HUGO PRUDENTE

Engenheiro e coordenador do IDES

O IDES tem como uma de suas atividades centrais a Comunidade de Empresários Católicos, formada por um grupo de pessoas ligadas ao meio empresarial, não necessariamente só de empresários, que se encontram semanalmente (*) para praticar a escuta da Palavra de Deus, partilhar a vida; aprofundar o conhecimento sobre a Doutrina dos Apóstolos e abordar temas do interesse do mundo dos negócios. O documento 100 da CNBB, “Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia” registra que “A comunidade cristã é a casa da Palavra, na qual o dis-

cípulo escuta, acolhe e pratica a Palavra” (n. 179). Iluminados pela escuta da Palavra, os membros são convidados a vivenciar o amor de Cristo em suas realidades profissionais, fazendo com que cada discípulo contribua para a humanização das empresas em que atuam, com base nos princípios católicos de respeito à pessoa humana e nos fundamentos éticos e sociais envolvidos nas relações de qualquer natureza entre os diferentes integrantes da empresa. Para fortalecer o sentimento de pertença à Comunidade e à Igreja, serão realizadas formações ao longo do ano, ministradas pelo bispo auxiliar de Goiânia, Dom

Levi Bonatto, que irá tratar sobre diversos temas relacionados à Doutrina Social da Igreja e suas interações na realidade profissional e pessoal de cada membro. “Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e

cada membro está ligado a todos os outros.” (Rm 12, 4-5). A Igreja é o Corpo de Cristo e cada cristão é um membro desse Corpo, com funções específicas, que variam de acordo com a realidade em que vivem. Dessa forma, o IDES busca congregar os membros que têm a missão de evangelizar e levar Cristo às realidades empresariais presentes na sociedade.

(*) Empresário católico, participe do IDES! Encontros semanais às segundas-feiras, 19h30, na sede do IDES. Endereço: 1ª Avenida, nº 656 – Setor Universitário, Goiânia-GO – Fones: 3946-1006-1007 – e-mail: ides.contato@hotmail.com. (Mesmo local da SGC – Sociedade Goiana de Cultura, mantenedora da PUC-GO).

IGREJA DE GOIÂNIA

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gentes da Pastoral Carcerária participaram na manhã de quinta-feira, 18, da palestra “Capacitando Voluntários”, promovida pela Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e proferida pelo gerente do Centro Goiano de Voluntários, Wellington Divino Fassa. A formação tem o objetivo de mostrar às pessoas a importância do serviço voluntário como promotor da cidadania e transformador da sociedade. “A partir do momento que eu sou voluntário, eu exerço a minha cidadania e, quando a exerço, eu dou valor ao pró-

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Arquidiocese de Goiânia

IGREJA DE GOIÂNIA

Ideologia de gênero e a falácia do seu fundamento

SOCIEDADE

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as últimas semanas, os municípios de todo Brasil estão vivendo um momento importante: a aprovação do Plano Municipal de Educação para os próximos dez anos. Uma leitura atenta do texto desse plano nos chama a atenção para a introdução de um termo em particular: “gênero”. De onde vem este termo e porque ele aparece no supracitado plano? Teria fundamento o uso desta terminologia? É de conhecimento público que, em 2012, foi proposta a introdução da palavra “gênero” no Plano Nacional de Educação através da PLC 103/2012, mas tal propositura não foi aprovada pelo congresso em 2013. O que pode parecer somente uma simples mudança terminológica, na verdade traz por detrás a chamada “Ideologia de Gênero”. A Ideologia de Gênero se difundiu a partir da década de 60-70 e foi introduzida de modo maciço no cenário internacional em 1995, na Conferência da ONU realizada em Pequim. Ela sustenta, fundamentalmente, que a feminilidade e a masculinidade não seriam determinadas basicamente pelo sexo, mas pela cultura. As diferenças entre o ser homem e o ser mulher não corresponderiam, portanto – além das óbvias diferenças corporais –, a sua natureza biológica, mas seriam meras construções culturais, “plasmadas” sobre os papéis e estereótipos que em cada sociedade se atribui aos sexos. Sendo assim, cada um poderia “inventar-se” a si mesmo. Judith Butler, defensora dessa ideologia, no seu texto “O problema do gênero: feminismo e subversão da identidade”, afirma: “O gênero é uma construção cultural; por conseguinte, não é nem o resultado casual do sexo nem é tão aparentemente fixo como o sexo (...). Teorizando que o gênero é uma construção radicalmente independente do sexo, o próprio gênero torna-se um artifício livre de vínculos; consequentemente, homem e masculino poderão ser referidos tanto a um corpo feminino como a um masculino; mulher e feminino, seja a um corpo masculino, seja a um feminino” (J. BUTLER. Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity, Routledge, New York 1990, p. 6). Em poucas palavras, a ideologia de gênero afirma que o ser humano nasce com um sexo biológico, mas isso não significa dizer que ele é homem ou mulher, pois o ser homem ou mulher é imposto culturalmente. Seria

como dizer que o ser humano nasce como um ser “genérico” e depois o seu sexo é definido pela sociedade. Mudando o termo “sexo” para “gênero”, se criaria então uma chave de compreensão do ser humano e, consequentemente, no modo de orientar a sua educação. Para difundir suas ideias, os autores dessa ideologia propõem uma verdadeira desconstrução da sociedade, iniciando pela família, que passa a não ter um formato pré-estabelecido pela natureza, pois a construção do gênero despreza as diferenças dos sexos e as bases, tanto biológicas quanto psicológicas, da complementariedade entre o homem e a mulher. Depois, eles também defendem a desconstrução da educação, como se lê no discurso que a presidente da Islândia, Vigdis Finn-bogadottir pronunciou numa conferência preparatória à Conferência de Pequim, organizada pelo Conselho Europeu em fevereiro de 1995. Ela

ser feitas, então, são: Essa ideologia poderia ser aceita como algo razoável? Ela teria bases científicas que sustentassem sua validade e, portanto, a possibilidade de propô-la como chave de leitura do homem e de sua educação? O cientista social norueguês Harald Eia, em um documentário chamado “Lavagem cerebral – O paradoxo da igualdade” (Cf. https://goo.gl/0omig1), se propôs a confrontar as pesquisas de diversos cientistas conhecidos internacionalmente e as afirmações dos ideólogos do gênero, para verificar a razão das igualdades e desigualdades entre homens e mulheres. Enquanto os defensores da Ideologia do Gênero mantinham-se irredutíveis na sua posição, mas não ofereciam argumentos científicos e razoáveis para sua teoria, os cientistas entrevistados afirmaram e provaram o contrário. Cientistas como o Dr. Simon Baron-Cohen, Professor do Departa-

Foto: Caiocezr

PE. LUIZ HENRIQUE B. DE FIGUEIREDO

Centro Vocacional São João Paulo II

diz: “A educação é uma estratégia importante (...). A perspectiva de gênero deve ser integrada nos programas” (COUNCIL OF EUROPEU. Equality and Democray: Utopia or Challenge?. Palais d’Europe, Strasburg, 9-11 de fevereiro de 1995, p. 38). Por isso, foi proposta a introdução do termo “gênero”, no lugar de “sexo”, fundado na homônima ideologia, no Plano Nacional de Educação e, como não foi aprovado, agora tenta-se introduzi-lo sorrateiramente no Planos municipais de educação. Por fim, também querem a desconstrução da religião e da fé dos povos, pois a Igreja Católica e as diversas comunidades cristãs sempre foram contra esta ideologia e salvaguardaram o modelo de família fundado na união do homem e da mulher e a compreensão do homem baseado na sua natureza. Mas as perguntas que devem

mento Experimental de Psiquiatria do Trinity College da Universidade de Cambridge, Dr. Richar Lippa, Professor de Psicologia da Universidade do Estado da Califórnia, EUA, Dr. Trond Diseth, Professor de Psiquiatria infantil do Hospital Nacional da Noruega e a Dr.ª Anne Campbell, Professora do Departamento de Psicologia da Universidade de Durham, da Inglaterra, demonstraram em suas pesquisas, por meio de métodos cientificamente qualificados, que, desde o nascimento, as crianças que, pela idade, ainda não sofreram significativa influência cultural, mostram pelo seu comportamento que são homem ou mulher e que as diferenças sexuais estão fundadas na sua natureza biológica, tanto física quanto psíquica. Do mesmo modo, cientistas como o Dr. Simon Baron-Cohen, já citado, que estudam o desenvolvimento intrauterino do ser humano afirmam

que os hormônios sexuais, que são diferentes no nascituro masculino e feminino, em virtude dos cromossomos sexuais e não da cultura, provocam o assim chamado “imprint cerebral” que tem papel significante na formação do ser homem e mulher. Sendo assim, não se poderia, de modo algum, dizer que o ser homem ou mulher são construção socioculturais impostas sobre a pessoa, ainda que a cultura colabore no processo de formação da identidade pessoal e sexual. Pelo contrário, o sexo está profundamente enraizado na natureza humana. A falta de razoabilidade da Ideologia de Gênero, provada por Harald Eia em seu documentário, fez com que o “Conselho Nórdico de Ministros”, uma comissão internacional formada por representantes dos governos da Noruega, Suécia, Dinamarca e Islândia, decidisse encerrar o “Instituto Nórdico de Gênero” (NIKK), não destinando mais verbas para sustentar a difusão da Ideologia de gênero. Se países como Noruega, Suécia, Dinamarca e Islândia, que há praticamente quatro décadas promoviam essa ideologia, estão voltando atrás, vendo que a experiência não é razoável e nem oferece ganhos sociais, por que nós deveríamos iniciar um processo que já se mostrou inválido? Por que deveríamos aceitar que uma ideologia sem bases razoáveis e em contradição com as mais renomadas pesquisas sobre o tema ditasse o modo de ver o homem e a sua educação em nossos planos municipais de educação? Isso me parece sem nenhum sentido! Se o termo “gênero”, com a sua ideologia, forem introduzidos nos Planos Municipais de Educação, então a estrada estará livre para que se usem materiais didáticos que ensinem nossos filhos que socialmente falando, não são homens ou mulheres, mas podem escolher qualquer opção sexual que quiserem e podem usar livremente de sua sexualidade. É urgente que todas as esferas da sociedade se manifestem, dentro da ordem e segundo as leis, contra a aprovação da palavra “gênero” nos Planos Municipais da Educação. Todos fazemos parte de uma sociedade que possui valores sólidos, provados e comprovados cientifica e existencialmente há mais de milênios, quanto à vida, à família e à educação das crianças e da juventude. Por isso, todos devem se comprometer a colaborar juntos às esferas políticas de nosso país para salvar nossa sociedade da supracitada Ideologia de gênero.


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A unidade da Igreja

Foto: Thiago Leon

Na edição anterior, ficou evidente que a Eucaristia não é o fim, mas o início da caminhada missionária, “A missa termina... e a missão começa” (Edição 57). Missão essa, conforme o CIC, que passa pela oração e pela Eucaristia, de modo que para estar em comunhão perfeita, é indispensável estar em união com o próximo. “Para

de

Leitura

bém tu, faze o mesmo” (Lc 10,37). O administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida de Goiânia, padre João Batista de Lima, explica que a comunhão da Igreja tem como centro a Eucaristia. “É a Eucaristia, por excelência, a geradora da comunhão da Igreja, pois toda

a vida eclesial gira em torno dela”. Ele cita o Catecismo da Igreja Católica (CIC) para justificar a afirmação. “Comungar é receber o próprio Cristo que se ofereceu por nós. Portanto, a Comunhão eclesial se realiza a partir do altar onde Cristo perpetua no tempo e na história sua ação salvífica” (1382).

Deus, a mais bela obrigação é nossa paz, nossa concórdia, a unidade no Pai, no Filho e no Espírito Santo de todo o povo fiel” (2845). De acordo com o padre João Batista, isso é necessário porque “da comunhão eucarística nasce o compromisso solidário especialmente com os pobres”. Ele volta a citar o Catecismo. “A Eucaristia compromete com os pobres. Para receber na verdade o Corpo e o Sangue de Cristo entregues por nós, devemos reconhecer o Cris-

to nos mais pobres, seus irmãos” (1397). A unidade da Igreja, completa o padre, “nos coloca também em comunhão com a Igreja celeste”, conforme explica o nº 1370 do CIC. “À oferenda de Cristo unem-se não somente os membros que estão ainda na terra, mas também os que já estão na glória do céu: é em comunhão com a santíssima Virgem Maria e fazendo memória dela, assim como de todos os santos e santas, que a Igreja oferece o Sacrifício Eucarístico”.

Fortaleza O padre João Batista ainda explicou que cabe às comunidades dar o seu testemunho de comunhão a partir da Eucaristia. “É preciso vencer o isolamento e o individualismo e realmente fazer de nossas igrejas verdadeiras casas e escolas de comunhão”. Citando a Carta Encíclica do papa Francisco, A Alegria do Evangelho, ele destacou que “a relação com o nosso Pai exi-

Nesta semana indicamos para melhor entendimento da matéria a quinta Carta Pastoral do Arcebispo Dom Washington Cruz, à Arquidiocese de Goiânia, Igreja – Casa e Escola de Comunhão, publicada em 2006. Com 20 páginas, é um texto objetivo de fácil leitura que aborda justamente o tema comunhão eclesial. “Quando nos propomos a enfrentar o desafio de construir em nosso tempo, em nossa cidade, uma Igreja que seja casa e escola de comunhão, encontramos na Eucaristia a fonte e o sustento desse propósito e o ápice de toda essa experiência. De fato, a ideia de um único corpo, fundamento da vida de comunhão, está contida na experiência do pão partilhado” (Pág. 14 e 15). A Carta Pastoral pode ser lida no site da Arquidiocese de Goiânia, neste link http:// goo.gl/n0LEKR

ge e incentiva uma comunhão que cura, promove e fortalece os vínculos interpessoais. Enquanto no mundo, especialmente em alguns países, se reacendem várias formas de guerras e conflitos, nós, cristãos, insistimos na proposta de reconhecer o outro, de curar as feridas, de construir pontes, de estreitar laços e de nos ajudarmos ‘a carregar as cargas uns dos outros’”. (cf. Evangelii Gaudium n° 67 e Gl 6,2).

HÁ COMUNHÃO ECLESIAL SEM EUCARISTIA? A “Eucaristia faz a Igreja”, portanto, sem esse Sacramento não existe comunhão eclesial. É em torno dele que gira toda a vida eclesial. Mesmo aqueles que estão impedidos de participar integralmente da Eucaristia recebendo o Corpo de Cristo, estão em comunhão com a Igreja pela fé que têm no Sacramento, embora seu estado os impeça de receber sacramentalmente a Eucaristia. A eles é recomendado que comunguem espiritualmente, e vivam na comunhão da Igreja e recebam dela, que é mãe e mestra, a devida atenção. (Pe. João Batista)

DOUTRINA

O

que é necessário para ser cristão? Na parábola do Bom Samaritano (Lc 10,29-37), entendemos que é ter disponibilidade diante do irmão que sofre. O ensinamento de Jesus deixa claro que não nos é permitido passar adiante, com indiferença e deixar a sofrer a pessoa que está “caída”. São João Paulo II, em sua Carta Encíclica O Sentido Cristão do Sofrimento Humano, diz que “bom samaritano é todo o homem que se detém junto ao sofrimento de um outro homem, seja qual for o sofrimento. Parar, nesse caso, não significa curiosidade, mas disponibilidade”. Temos sido cristãos? Ser cristão é ainda ser fraterno, estar em relação, em comunhão com toda a Igreja. Dessa forma, é possível seguir a mesma atitude do bom samaritano e obedecer ao ensinamento de Jesus. “Vai, e tam-

Foto: Assessoria de Imprensa CNBB

Não há comunhão eclesial sem união com o irmão

Iniciação Cristã

CAPA

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CATEQUESE DO PAPA

Na fé, a experiência do luto gera vínculos familiares mais fortes Queridos irmãos e irmãs!

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o percurso de catequeses sobre a família, hoje inspiramo-nos diretamente no episódio narrado pelo evangelista Lucas, que há pouco ouvimos (cf. Lc 7, 11-15). Trata-se de uma cena muito comovedora, que nos mostra a compaixão de Jesus por quantos sofrem ‒ neste caso, uma viúva que perdeu o seu único filho ‒ e nos manifesta também o poder de Jesus sobre a morte. A morte é uma experiência que

diz respeito a todas as famílias, sem exceção alguma. Faz parte da vida; e, no entanto, quando atinge os afetos familiares, a morte nunca consegue parecer-nos natural. Para os pais, sobreviver aos próprios filhos é algo de particularmente desolador, que contradiz a natureza elementar das relações que dão sentido à própria família. A perda de um filho ou de uma filha é como se o tempo parasse: abre-se um abismo que engole o passado e também o futuro. A morte, que leva embora o filho pequeno ou jovem, é uma bo-

SANTA SÉ

Culpar a Deus não é a solução

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Nesses casos, a morte é como um buraco negro que se abre na vida das famílias e ao qual não sabemos dar explicação alguma. E às vezes chega-se até a dar a culpa a Deus! Quantas pessoas ‒ entendo-as ‒ ficam com raiva de Deus e blasfemam: “Por que me tiraste o filho, a filha? Não há Deus, Deus não existe! Por que me fez Ele isto?”. Muitas vezes ouvimos frases como essa. Mas a raiva é um pouco aquilo que provém do cerne de uma grande

dor; a perda de um filho ou de uma filha, do pai ou da mãe, é uma dor enorme! Isso acontece continuamente nas famílias. Em tais casos, como eu disse, a morte é como que um buraco. Mas a morte física possui “cúmplices” que são até piores do que ela, e que se chamam ódio, inveja, soberba, avareza; em síntese, o pecado do mundo que trabalha para a morte, tornando-a ainda mais dolorosa e injusta. Os afetos familiares parecem as vítimas predestinadas e

O amparo na fé gera solidariedade

Nessa fé, podemos consolar-nos uns aos outros, conscientes de que o Senhor venceu a morte de uma vez para sempre. Os nossos entes queridos não desapareceram nas trevas do nada: a esperança assegura-nos que eles estão nas mãos bondosas e vigorosas de Deus. O amor é mais forte do que a morte. Por isso, o caminho consiste em fazer aumentar o amor, em torná-lo mais sólido, e o amor nos preservará até ao dia em que todas as lágrimas serão enxugadas, quando “já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor” (Ap 21,4). Se nos deixarmos amparar por essa fé, a experiência do luto poderá gerar uma solidariedade de vínculos familiares mais forte, uma renovada

abertura ao sofrimento das outras famílias, uma nova fraternidade com as famílias que nascem e renascem na esperança. Nascer e renascer na esperança, é isso que nos propicia a fé. Contudo, gostaria de ressaltar a última frase do Evangelho que ouvimos hoje (cf. Lc 7,1115). Depois que Jesus restituiu à vida esse jovem, filho da mãe que era viúva, o Evangelho reza: “Jesus entregou-o à sua mãe”. Esta é a nossa esperança! O Senhor irá restituir a nós todos os nossos entes queridos que já partiram, e nos encontraremos todos juntos. Essa esperança não desilude! Recordemos bem este gesto de Jesus: “Jesus entregou-o à sua mãe”, assim fará o Senhor com todos os nossos amados familiares!

fetada às promessas, aos dons e aos sacrifícios de amor jubilosamente confiados à vida que fizemos nascer. Muitas vezes vêm à Missa em Santa Marta pais com a fotografia de um filho, filha, criança, rapaz, moça, e dizem-me: “Ele foi-se, ela foi-se!”. E o seu olhar está cheio de dor. A morte acontece, e quando se trata de um filho, fere profundamente. A família inteira permanece como que paralisada, emudecida. E algo semelhante padece também a criança que permanece sozinha, com a perda de um dos pais, ou

de ambos. E pergunta: “Mas onde está o meu pai? Onde está a minha mãe?” ‒ Está no Céu!” ‒ “Mas por que não o vejo?”. Essa pergunta oculta uma angústia no coração da criança que permanece sozinha. O vazio do abandono que se abre dentro dela é ainda mais angustiante porque ela nem sequer tem a experiência suficiente para “dar um nome” àquilo que lhe aconteceu. “Quando volta o meu pai? Quando volta a minha mãe?”. Que responder, quando a criança sofre? Assim é a morte em família.

indefesas desses poderes auxiliares da morte, que acompanham a história do homem. Pensemos na absurda “normalidade” com que, em certos momentos e lugares, os acontecimentos que acrescentam horror à morte são provocados pelo ódio e pela indiferença de outros seres humanos. O Senhor nos livre de nos habituarmos a isto! No povo de Deus, com a graça da sua compaixão conferida em Jesus, muitas famílias demonstram

concretamente que a morte não tem a última palavra: trata-se de um verdadeiro ato de fé. Todas as vezes que a família em luto ‒ até terrível ‒ encontra a força de conservar a fé e o amor que nos unem a quantos amamos, ela impede desde já que a morte arrebate tudo. A escuridão da morte deve ser enfrentada com um esforço de amor mais intenso. “Meu Deus, ilumina as minhas trevas!”, é a invocação de liturgia da noite.

Essa fé protege-nos da visão niilista da morte, assim como das falsas consolações do mundo, de tal maneira que a verdade cristã “não corra o risco de se misturar com mitologias de vários tipos, cedendo aos ritos da superstição, antiga ou moderna” (Bento XVI, Angelus de 2 de novembro de 2008). Hoje é necessário que os Pastores e todos os cristãos exprimam de modo mais concreto o sentido da fé em relação à experiência familiar do luto. Não se deve negar o direito de chorar ‒ devemos chorar no luto ‒ pois até Jesus “começou a chorar” e sentiu-se “intensamente comovido” pelo grave luto de uma família que Ele amava (Jo 11,33-37). Ao contrário, podemos haurir do testemunho

simples e vigoroso de numerosas famílias que souberam ver, na dificílima passagem da morte, também a passagem certa do Senhor, crucificado e ressuscitado, com a sua promessa irrevogável da ressurreição dos mortos. O esforço amoroso de Deus é mais forte do que a obra da morte. É desse amor, precisamente desse amor, que nos devemos tornar “cúmplices” laboriosos, com a nossa fé! E recordemos aquele gesto de Jesus: “Jesus entregou-o à sua mãe”; assim fará Ele com todos os nossos entes queridos e também conosco, quando nos encontrarmos, quando a morte for derrotada definitivamente em nós. Ela é vencida pela cruz de Jesus. Jesus irá restituir nos todos à família!


Arquidiocese de Goiânia

Junho de 2015

CELEBRAÇÃO

24 de junho: Dia Mundial de Ex-alunos (as) Salesianos (as)

Filhas de Maria Auxiliadora. Em 1956, foi elaborado o 1º Estatuto para articular a união dos grupos organizados em todos os níveis (nacional e mundial). Quem são esses ex-alunos? São todos aqueles que passaram por uma obra salesiana e dela tiram ou tiraram elementos formativos para viverem na sociedade como bons cristãos e honestos cidadãos: escolas, oratórios, centro juvenis, centros de formação ‒ como o Cesam ‒ , universidades, paróquias etc... Mas, para ser considerado membro de fato desse grupo, é preciso se engajar, participar do movimento dos ex-alunos por meio da associação, comprometendo-se com a missão salesiana no mundo. O Projeto So-

VIDA CRISTÃ

E

m 2008, Pe. Pascual Chávez, Reitor Mor da Congregação Salesiana, escreveu: “Eduquemos com o coração de Dom Bosco, visando o desenvolvimento integral da vida dos jovens, sobretudo dos mais pobres e necessitados, promovendo os seus direitos”. Isso leva a crer que uma boa educação se faz com o coração. O coração é símbolo do amor. Jesus Cristo resumiu os mandamentos em dois: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Seguindo esse princípio de amor é que se formaram os grupos de ex-alunos salesianos. Há muito tempo, porém, não se fala mais em ex-alunos (as) salesianos (as), mas em ex-alunos (as) de Dom Bosco e ex-alunos (as) das Filhas de Maria Auxiliadora. A formação desses grupos teve sua origem a partir de uma visita feita a Dom Bosco conduzida por Carlos Gastini, no dia 24 de Junho de 1870. Daí começaram a surgir as Uniões (Associações) locais, inspetoriais e mundiais. No ano de 1908, Pe. Felipe Rinaldi propôs que se formassem os grupos de ex-alunos de Dom Bosco e de ex-alunos das

pos acontece nos congressos, encontros, informativos, celebrações de festas de Dom Bosco, Nossa Senhora Auxiliadora, São Domingos Sávio, Dia Mundial de Ex-alunos (as), Circulares etc. O movimento dos ex-alunos não é um espaço vazio, mas exercício de cidadania em prol do social. É compromisso, é perseverança, é organização, é relacionamento, é amor, é vida. “Cida-

Foto: Reprodução

ERNESTINO ARNALDO DE ARRUDA

Pres. da Associação de Ex-alunos Salesianos em Goiânia

Dom Bosco, “Pai e Mestre da Juventude”, fundador da Pia Sociedade de São Francisco de Sales (Salesianos) foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento da educação infanto-juvenil e o ensino profissional

cial Centro Juvenil São Domingos Sávio, por exemplo, é uma obra social mantida pela Associação de Ex-alunos Salesianos de Goiânia, que atende 64 crianças em situação de vulnerabilidade social, em Aparecida de Goiânia. É uma obra de Deus, criada por membros da família salesiana e amigos de Dom Bosco. Em Goiânia, a formação aos gru-

dania se faz com amor”. Dom Bosco acreditava e ensinava que é pela educação que vem a realização. Como ele acreditou nos exemplos de São Francisco de Sales, também a Associação de Ex-alunos salesianos acredita na pedagogia do amor de Dom Bosco. É com ela que se abraça a missão no campo religioso e no campo social.

Primeira etapa da Ação Solidária é concluída no Residencial JK A primeira etapa da ação solidária no Residencial JK, em Goiânia, foi concluída dia 13 de junho. A força-tarefa mobilizou a comunidade acadêmica da PUC Goiás, por meio dos cursos de Medicina e Enfermagem, além da Escola de Circo Dom Fernando, Coordenação de Arte e Cultura e Paróquia Universitária, com serviços prestados na área de saúde e entretenimento. “Faço um balanço muito positivo. Iniciamos um trabalho bem humilde, com muito cuidado, sem conhecer a comunidade e sem saber a aceitação das pessoas que aqui vivem, mas fomos conquistando a cada dia, fazendo a diferença com as crianças e as mães”, avaliou a coordenadora do curso de Enfermagem, profa. Vanusa Claudete. Na ocasião, os estudantes de

Fotos: PUC-GO

PUC GO

Projeto, que mobiliza toda a comunidade acadêmica, será retomado em agosto

Medicina, coordenados pela professora Isabel Francescantônio, realizaram aferição de pressão e exame de eletrocardiograma e entrega de medicamentos. Já na parte dos cuidados em enfermagem, crianças e adolescentes de nove a 14 anos receberam vacina contra o HPV, disponibilizada pela Secretaria Municipal de Saúde.

A professora Isabel avaliou como positiva a adesão dos estudantes, que ficaram sensibilizados com a situação dos moradores do JK. Para a aluna Luciana de Araújo, a participação foi uma experiência única. “Como ser humano, é uma realidade chocante, pois estamos acostumados a viver nos setores mais próximos do centro. A população aqui

precisa de um cuidado não só nosso, mas dos governantes. E a universidade tem um papel importante, pois é uma boa iniciativa para a população e para os estudantes”, relatou. As próximas etapas da ação solidária ocorrerão no próximo semestre, com o retorno às aulas. Promovido desde março pela universidade no Residencial JK, ocupação irregular da região noroeste de Goiânia, o projeto tem como pano de fundo a Campanha da Fraternidade da CNBB, que traz o tema Igreja e Sociedade e o lema “Eu vim para servir”.

7


Junho de 2015

DIÁC. JOEL GOMES M. DE SOUZA

Seminário S. João Maria Vianney

PALAVRA DE DEUS

“... De onde recebeu ele tudo isso? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria ...?” (Mc 6,2-3)

U

m dos grandes obstáculos para perceber os sinais e a presença de Deus é a dureza do coração. O homem fechado em si mesmo, em seus conceitos, orgulhos, normas, próprias vontades e ideias

é incapaz de entrar em sintonia com Deus e, sobretudo, perceber a sua ação no meio da comunidade. No Evangelho, Jesus encontra a mesma situação. Muitos estavam presos aos seus conceitos humanos, família, profissão, parentesco e, por isso, não eram capazes de dar um passo, ir além, acreditar na ação de Deus que supera tudo. Por outro lado, mesmo diante da rejeição do homem, Deus não cessa de manifestar o seu amor e sua bondade aos seus. Envia constantemente pessoas para ser sinal do seu amor e de sua fidelidade ao ser humano, independentemente de sua recusa ao sagrado. Diante dessa realidade somos convidados a refletir sobre a nossa condição, enquanto povo pertencente a uma comunidade, e testemunhar com nossa vida aquilo que cremos e professamos, acolhendo as exortações de nossos pastores para a nossa edificação e edificação de todo o povo de Deus.

Arquidiocese de Goiânia

Siga os passos para a leitura orante: Texto para a meditação: Mc 6,1-6 (página1249 – Bíblia das Edições CNBB) Passos para a leitura orante: 1. Procure um lugar tranquilo onde esteja mais à vontade; peça o auxílio do Espírito Santo; peça espontaneamente a Deus a graça de ouvi-lo. 2. Leia o Evangelho; depois, leia mais uma, duas ou o quanto achar necessário; 3. Repita várias vezes os versículos, as palavras que mais lhe chamaram a atenção e reze com elas; 4. Reflita sobre a sua vida em comunidade; interrogue-se sobre suas ações, seu jeito de ser, qual testemunho tem dado; 5. Terminando, agradeça a Deus pela sua vida, pela sua caminhada; se for preciso, peça perdão e a graça de testemunhá-lo no dia a dia. Reze um Pai nosso. (ANO B, XIV Domingo Comum. Liturgia da Palavra: Ez 2,2-5 ; Sl 122 (121), 1-4; 2Cor 12,7-10; Mc 6,1-6).

8 INTENÇÕES DO PAPA PARA O MÊS DE JULHO

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Universal: Política e caridade

Pela Evangelização: Os pobres na América Latina

Para que a responsabilidade política seja vivida em todos os níveis como uma forma elevada de caridade.

Para que, diante das desigualdades sociais, os cristãos da América Latina deem testemunho do amor pelos pobres e contribuam para uma sociedade mais fraterna.


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