anos 1957 - 2017
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Evangelize: passe este jornal para outro leitor Foto: Rádio Vaticano
Edição 137ª - 01 de janeiro de 2017
Dia Mundial da
PAZ
“Façamos da não violência ativa o nosso estilo de vida’’ Em sua tradicional Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o papa convida todos a colocarem em prática as políticas de não violência ativa, ou seja, derrotar o mal com o bem. Segundo o pontífice, abrir o coração à misericórdia de Deus é um caminho. Ele aponta também que essas políticas devem começar em família para depois se difundir pela sociedade. pág.
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ARQUIDIOCESE
VOCAÇÃO
VIDA CRISTÃ
União de Juristas atua no âmbito do Direito e da Justiça
65 anos de sacerdócio a serviço da Igreja de Goiânia
A Igreja está presente em todas as etapas das nossas vidas
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Arquidiocese de Goiânia
PALAVRA DO ARCEBISPO Foto: Jhonathan Coelho
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m dos sonhos mais fecundos que Deus guarda para o gênero humano certamente é o da convivência pacífica entre os povos. Tanto é que a Bíblia, sobretudo no livro dos Salmos, traz uma série de expressões que dizem respeito a uma espécie de assembleia dos povos, como vemos no Salmo 7 (8,10): “Reúna-se ao DOM WASHINGTON CRUZ, CP Arcebispo Metropolitano de Goiânia redor de ti a assembleia dos povos e, por cima dela, remonta-te ao alto. O Senhor julga os povos. Julga-me, Senhor, de acordo com a minha justiça e conforme a integridade que há em mim. Cesse a maldade dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, provas o coração e os rins”. A Igreja esteve e estará, por missão, sempre atenta ao destino dos povos. E, por conseguinte, atenta também ao destino das pessoas. A vida, tanto nas relações internacionais, quanto nas relações interindividuais, deve ser, acima de tudo, preservada como bem supremo. A ninguém cabe o direito de decidir sobre a morte de outrem. No entanto, vemos todos os dias as guerras que não cessam no Oriente Médio e os ataques terroristas que tiram milhares de vidas, muitas delas reivindicadas pelo autodenominado Estado Islâmico. Isso é inconcebível. Como vimos na citação do Salmo acima, somente a Deus, Supremo doador da vida, cabe o cuidado e a decisão sobre o destino da vida humana. A morte de milhares de pessoas todos os dias, sobretudo em países como a Síria, deveria ser um elemento provocador de uma nova leitura acerca da relação entre os povos, entre as nações. Todos esses conflitos deveriam envolver mais os países e mexer mais com a sociedade. A indiferença faz muito mal ao mundo. É urgente a necessidade da formação efetiva da grande “comunidade internacional”. A convivência entre as nações deve se pautar pelos mesmos valores que marcam a convivência entre os seres humanos: a verdade, a justiça, a solidariedade e a liberdade, como ensinou o papa João XXIII, na Carta Encíclica Pacem in Terris, publicada em 1963. Aqui está um princípio fundamental dos Direitos Humanos, que estão diretamente vinculados aos Direitos Sociais e aos Direitos Internacionais. Uma verdadeira e estável paz começa no seio familiar para depois se difundir na sociedade, como afirmou o papa Francisco em sua mensagem para este dia 1º de janeiro, Dia Mundial da Paz. O direito internacional humanitário deve ser observado pelos países envolvidos em conflitos e “as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não violentos de construção da paz. Desde o nível local e diário até ao nível da ordem mundial” (Mensagem pelo Dia Mundial da Paz, nº 2). Também em sua tradicional bênção Urbi et Orbi (para a cidade e para o mundo), no último dia 25 de dezembro, o papa Francisco recordou as regiões em guerra, incentivou as negociações aos países que buscam a concórdia e afirmou veementemente que “é tempo que as armas se calem definitivamente”. O pontífice declarou que o grande sonho da humanidade está no cessar do espírito armamentista, da guerrilha fratricida. O sonho de um mundo de paz em que não haja personagens no cenário internacional que materializem o ódio em suas ações, seja no Ocidente, seja no Oriente. Um mundo onde se respeitem os limites necessários para uma saudável relação entre pessoas, grupos, comunidades, etnias, culturas, nações. Uma sociedade calcada no princípio maior: “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).
Editorial Paz para quem perdeu uma pessoa querida por causa de brutais atos de terrorismo, que semearam pavor e morte no coração de muitos países e cidades. Paz – não em palavras, mas real e concreta. (Mensagem Urbi et Orbi, papa Francisco)
Adotar a não violência ativa como um estilo de vida. Esse é o centro da Mensagem do papa Francisco para o 50º Dia Mundial da Paz. No longo texto, o pontífice diz que a violência só gera mais violência e sofrimento, como migrações forçadas e subtração de recursos daqueles que mais precisam. “A violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado”, afirma (pág. 4 a 6). Nesta edição, o nosso arcebispo Dom Washington Cruz reflete sobre as guerras e ataques terroristas que tiram milhares de vidas em todo o mundo. “A ninguém cabe o direito de decidir sobre a morte de outrem”,
diz ele e pede que, no novo ano que se inicia, o sonho de um mundo de paz possa se concretizar. Em Arquidiocese em Movimento, divulgamos o lançamento do Documento Pós-Sinodal sobre a Liturgia; as iniciativas de Natal que aconteceram em algumas comunidades da Arquidiocese, e a celebração dos 65 anos de sacerdócio do monsenhor Jean Biraud e dos 10 do frei Messias Chaves. Aproveite o conteúdo da primeira edição do Encontro Semanal em 2017. Boa leitura!
União dos Juristas Católicos é fundada na Arquidiocese No dia 20 de dezembro de 2016, foi indicada nova diretoria da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Goiânia - Unijuc, com aprovação do novo estatuto e o registro civil. Esse ato histórico, que certamente terá grandes repercussões nesta Igreja particular, ocorreu em assembleia da Comissão Pró Criação da Unijuc, presidida pelo bispo auxiliar, Dom Levi Bonatto, na sede da Cúria Metropolitana. A exemplo de entidades semelhantes no Brasil e no mundo, a de Goiânia nasce como uma associação de fiéis subordinada aos dispositivos pertinentes às leis civis e canônicas, sendo de direito privado, natureza religiosa, social e cultural, sem fins econômicos. Seu objetivo geral é “a integração entre os profissionais que atuam no âmbito do Direito e da Justiça, favorecendo o testemunho coletivo de fé católica, promovendo a inserção desses no processo de transformação social”. A diretoria da Unijuc cumprirá mandato de dois anos e foi assim composta: Dom Levi Bonatto (presidente); Rita de Cássia Nunes Machado, advogada (vice-presidente); Lorraine Carla Vieira Nascimento, advogada (diretora de secretaria); Emanuel de Oliveira Costa Júnior, advogado (diretor financeiro) e Marina Ribeiro da Silva Valadão, advogada (diretora executiva de Comunicação Social e Relações Públicas). Foto: Rudger Remígio
Os direitos humanos e as políticas para a paz
Que venha a paz, fruto do diálogo e da harmonia entre os povos. Diretoria da Unijuc: Dra. Rita (vice-presidente), Dra. Lorraine, Dom Levi (presidente), Dra. Marina e Dr. Emanuel
Um feliz e abençoado 2017 a todos!
Arcebispo de Goiânia: Dom Washington Cruz Bispos Auxiliares: Dom Levi Bonatto e Dom Moacir Silva Arantes Coordenadora de Comunicação: Eliane Borges (GO 00575 JP) Consultor Teológico: Pe. Warlen Maxwell Jornalista Responsável: Fúlvio Costa (MTB 8674/DF) Redação: Fúlvio Costa e Talita Salgado (MTB 2162/GO) Revisão: Thais de Oliveira Diagramação: Carlos Henrique
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Colaboração: Edmário Santos, Marcos Paulo Mota Tiragem: 20.400 exemplares Impressão: Gráfica Moura Contatos: encontrosemanal@gmail.com Fone: (62) 3229-2683/2673
DATAS COMEMORATIVAS
01: Dia Mundial da Paz; Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria / 04: Dia Nacional da Abreugrafia e Dia Nacional do Portador de Hemofilia / 06: Dia dos Reis Magos / 07: Dia do Leitor
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ARQUIDIOCESE EM MOVIMENTO
Publicado Documento Pós-Sinodal sobre Liturgia Para o “aprofundamento da nossa fé, considerando a Igreja e o Amor de Cristo”, é que foi realizado o Sínodo Arquidiocesano de Goiânia, em 2012, marcado por intensa fase preparatória (2009 - 2011) e pelo grande acontecimento das sessões sinodais. A síntese dos estudos e reflexões dessa caminhada foi registrada no Documento Pós-Sinodal, publicado em três volumes, que abordam os grandes temas orientadores do Sínodo: a Palavra, a Caridade e a Liturgia. “A Liturgia - Na vida e na missão da Igreja particular de Goiânia” é como intitula-se a terceira e última parte do Documento Pós-Sinodal, que acaba de ser publicada e foi entregue primeiramente ao clero, na reunião do dia 15 de dezembro de 2016, presidida pelo bispo auxiliar Dom Levi Bonatto. “Rogamos a Deus que esta última parte do Documento Pós-Sinodal nos faça rever nossas práticas pastorais e litúrgicas e nos ajude a buscar, com ardente anseio, a unidade visível desejada pelo Senhor”, conclamou o arcebispo, Dom Washington Cruz.
Interessados podem adquirir o documento sobre Liturgia no Secretariado para Ação Evangelizadora, na Cúria Arquidiocesana. Tel.:3223-0758
O arcebispo emérito de Goiânia, Dom Antonio Ribeiro, presidiu, no dia 22 de dezembro, na Paróquia Santo Antônio, do Setor Pedro Ludovico, os 65 anos de ordenação
presbiteral do monsenhor Jean Biraud, que tem 89 anos de idade. Em sua homilia, o presidente da celebração comentou as leituras sobre o mistério do nascimento de Jesus. Também foi homenageado o frei Messias Chaves Braga, OFMCap, pelos seus 10 anos de sacerdócio. “Hoje nos reunimos para um momento de profunda gratidão a Deus pelo dom do sacerdócio”, disse o arcebispo aos padres. Ele ainda lembrou que frei Messias foi paroquiano do monsenhor Jean e também seu secretário paroquial.
“Maria teve a grande missão de trazer Jesus ao mundo e o padre tem semelhante grandeza de apresentar esse Cristo às pessoas”, disse Dom Antonio. O emérito também destacou que é missão primordial do padre o carinho e predileção pelos mais pobres. “Não somos padres apenas para o serviço da caridade, mas, à medida que somos chamados, levamos o amor ao seio do povo que se traduz também em serviço”, afirmou. Após a missa, Ana Luiza, que é ministra da Eucaristia, fez uma homenagem aos aniversariantes, em nome da comunidade paroquial. Um jantar fechou a noite de celebrações. Participaram ainda da festa familiares, amigos e vários religiosos franciscanos capuchinhos.
Missas de Natal
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Comunidade homenageia aniversariantes com orquídeas
Natal com as crianças Foto: Ascom OSR
oferecer presente de Natal ao menino que chora pelo seu pai que está preso?”, disse lembrando-se também dos encarcerados. Por fim, pediu que o espírito natalino esteja em nossas vidas. “Quem ouviu a voz dos anjos esta noite? Quem se deixou iluminar pela estrela de Belém? O melhor que o Natal nos dá é a capacidade de trazer o filho de Deus para as nossas vidas”. Foto: Rudger Remígio
Na noite do dia 24 de dezembro, o arcebispo Dom Washington Cruz presidiu a Missa de Natal, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Leopoldo de Bulhões (GO). Na manhã de Natal, 25, ele celebrou na Catedral Metropolitana, onde fez uma longa homilia em que relatou o sentido espiritual do nascimento de Jesus. “Estamos em festa. É Natal, o filho tão esperado nasceu e com ele começa a cumprir-se o sonho de Deus para fazer de nós, filhos dispersos, uma única família”, disse na homilia. Dom Washington também rezou pelas famílias e pediu orações para as pessoas que sofrem com os horrores das guerras, de modo especial em Berlim, na Alemanha; em Aleppo, na Síria; e em Paris, na França. “Como
Foto: Rudger Remígio
Foto: Rudger Remígio
Monsenhor Jean Biraud celebra 65 anos de sacerdócio
Missa de Natal na Catedral Metropolitana
Mais de 1,3 mil assistidos pelas Obras Sociais Redentoristas foram convidados a participar, no dia 18 de dezembro, em Trindade, da Novena de Natal, com momentos de oração e aprendizado sobre o nascimento de Jesus. Para as crianças, também em dezembro, houve distribuição de brinquedos, alimentação, momentos de brincadeiras e orações. As famílias atendidas em Goiânia também rezaram a Novena de Natal, que começou em novembro. “Esse é um momento importantíssimo para a Igreja, é a celebração do nascimento de Cristo, do nascimento do nosso Redentor, daquele que recebemos, no batismo, a missão de anunciar”, disse o diretor das Obras Sociais Redentoristas de Goiás, padre Reinaldo Martins, C.Ss.R.
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CAPA
A não violência: estilo de u Foto: Rádio Vaticano
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o início deste novo ano, formulo sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado e de governo, bem como aos responsáveis das Comunidades Religiosas e das várias expressões da sociedade civil. Almejo paz a todo homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos essa “dignidade mais profunda” [1] e façamos da não violência ativa o nosso estilo de vida. Essa é a Mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz. Na primeira, o beato papa Paulo VI dirigiu-se a todos os povos – e não só aos católicos – com palavras inequívocas: “Finalmente resulta, de forma claríssima, que a paz é a única e verdadeira linha do progresso humano (não as tensões de nacionalismos ambiciosos, nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras duma falsa ordem civil)”. Advertia contra o “perigo de crer que as controvérsias internacionais não se possam resolver pelas vias da razão, isto é, das negociações baseadas no direito, na justiça, na equidade, mas apenas pelas vias dissuasivas e devastadoras”. Ao contrário, citando a Pacem in terris do seu antecessor São
João XXIII, exaltava “o sentido e o amor da paz baseada na verdade, na justiça, na liberdade, no amor”. [2] É impressionante a atualidade dessas palavras, não menos importantes e prementes hoje do que há 50 anos. Nessa ocasião, desejo deter-me na não violência como estilo duma política de paz, e peço a Deus que
nos ajude, a todos nós, a inspirar na não violência as profundezas dos nossos sentimentos e valores pessoais. Sejam a caridade e a não violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da
violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não violentos de construção da paz. Desde o nível local e diário até ao nível da ordem mundial, possa a não violência tornar-se o estilo caraterístico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas as suas formas.
Enquanto o século passado foi arrasado por duas guerras mundiais devastadoras, conheceu a ameaça da guerra nuclear e um grande número de outros conflitos, hoje, infelizmente, encontramo-nos a braços com uma terrível guerra mundial aos pedaços. Não é fácil saber se o mundo de hoje é mais ou menos violento que o de ontem, nem se os meios modernos de comunicação e a mobilidade que caracteriza a nossa época nos tornem mais conscientes da violência ou mais rendidos a ela. Seja como for, essa violência que se exerce “aos pedaços”, de maneiras diferentes e a variados níveis, provoca enormes sofrimentos de que estamos bem cientes: guerras em diferentes países e continentes; terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos
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sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano; a devastação ambiental. E para quê? Porventura, a violência permite alcançar objetivos de valor duradouro? Tudo aquilo que obtém não é, antes, desencadear represálias e espirais de conflitos letais que beneficiam apenas a poucos “senhores da guerra”? A violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado. Responder à violência com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e a atrozes sofrimentos, porque grandes quantidades de recursos são destinadas a fins militares e subtraídas às exigências do dia a dia dos jovens, das famílias em dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da terra. No pior dos casos, pode levar à morte física e espiritual de muitos, se não mesmo de todos.
Omran Dagneesh, de 5 anos, virou um símbolo do horror causado pela guerra em Aleppo, na Síria, que já dura a mesma idade que tem o menino e já matou mais de 400 mil, segundo dados de fevereiro de 2016, do Centro Sírio de Pesquisa Política
Foto: AFP
Um mundo dilacerado
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e uma política para a paz
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A Boa Nova
O próprio Jesus viveu em tempos de violência. Ensinou que o verdadeiro campo de batalha, onde se defrontam a violência e a paz, é o coração humano: “Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos” (Mc 7,21). Mas, perante essa realidade, a resposta que oferece a mensagem de Cristo é radicalmente positiva: Ele pregou incansavelmente o amor incondicional de Deus, que acolhe e perdoa, e ensinou os seus discípulos a amar os inimigos (cf. Mt 5,44) e a oferecer a outra face (cf. Mt 5,39). Quando impediu aqueles que acu-
savam a adúltera de a lapidar (cf. Jo 8,1-11), e na noite antes de morrer, quando disse a Pedro para repor a espada na bainha (cf. Mt 26,52), Jesus traçou o caminho da não violência que Ele percorreu até ao fim, até à cruz, tendo assim estabelecido a paz e destruído a hostilidade (cf. Ef 2,14-16). Por isso, quem acolhe a Boa Nova de Jesus, sabe reconhecer a violência que carrega dentro de si e deixa-se curar pela misericórdia de Deus, tornando-se assim, por sua vez, instrumento de reconciliação, como exortava São Francisco de Assis: “A paz que anunciais com os
lábios, conservai-a ainda mais abundante nos vossos corações”. [3] Hoje, ser verdadeiro discípulo de Jesus significa aderir também à sua proposta de não violência. Essa, como afirmou o meu predecessor Bento XVI, “é realista, pois considera que no mundo existe demasiada violência, demasiada injustiça e, portanto, não se pode superar essa situação, exceto se lhe contrapuser algo mais de amor, algo mais de bondade. Esse “algo mais” vem de Deus”. [4] E acrescentava sem hesitação: “a não violência para os cristãos não é um mero comportamento
tático, mas um modo de ser da pessoa, uma atitude de quem está tão convicto do amor de Deus e do seu poder que não tem medo de enfrentar o mal somente com as armas do amor e da verdade. O amor ao inimigo constitui o núcleo da “revolução cristã”. [5] A página evangélica – amai os vossos inimigos (cf. Lc 6,27) – é, justamente, considerada “a magna carta da não violência cristã”: essa não consiste “em render-se ao mal (…), mas em responder ao mal com o bem (cf. Rm 12,17-21), quebrando dessa forma a corrente da injustiça”. [6]
nerosidade e dedicação, tocando e vendando cada corpo ferido, curando cada vida dilacerada. A não violência, praticada com decisão e coerência, produziu resultados impressionantes. Os sucessos alcançados por Mahatma Gandhi e Khan Abdul Ghaffar Khan, na libertação da Índia, e por Martin Luther King Jr contra a discriminação racial nunca serão esquecidos. As mulheres, em particular, são muitas vezes líderes de não violência, como, por exemplo, Leymah Gbowee e milhares de mulheres liberianas, que organizaram encontros de oração e protesto não violento (pray-ins), obtendo negociações de alto nível para a conclusão da segunda guerra civil na Libéria. E não podemos esquecer também aquela década epocal que terminou com a queda dos regimes comunistas na Europa. As comunidades cristãs deram a sua contribuição através da oração insistente e da ação corajosa. Especial influência exerceu São João Paulo II, com o seu ministério e magistério. Refletindo sobre os acontecimentos de 1989, na Encíclica Centesimus annus (1991), o meu predecessor fazia ressaltar como uma mudança epocal na vida dos povos, nações e Estados se realizara “através de uma luta pacífica que lançou mão apenas das armas da verdade
e da justiça”. [10] Esse percurso de transição política para a paz foi possível, em parte, “pelo empenho não violento de homens que sempre se recusaram a ceder ao poder da força e, ao mesmo tempo, souberam encontrar aqui e ali formas eficazes para dar testemunho da verdade”. E concluía: “Que os seres humanos aprendam a lutar pela justiça sem violência, renunciando tanto à luta de classes nas controvérsias internas, como à guerra nas internacionais”. [11] A Igreja comprometeu-se na implementação de estratégias não violentas para promover a paz em muitos países solicitando, inclusive aos intervenientes mais violentos, esforços para construir uma paz justa e duradoura. Esse compromisso a favor das vítimas da injustiça e da violência não é um patrimônio exclusivo da Igreja Católica, mas pertence a muitas tradições religiosas, para quem “a compaixão e a não violência são essenciais e indicam o caminho da vida”. [12] Reitero-o aqui sem hesitação: “nenhuma religião é terrorista”. [13] A violência é uma profanação do nome de Deus. [14] Nunca nos cansemos de repetir: “jamais o nome de Deus pode justificar a violência. Só a paz é santa. Só a paz é santa, não a guerra”. [15]
Foto: Divulgação
Mais poderosa que a violência
Madre Teresa de Calcutá recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1979, em reconhecimento por seu trabalho ao redor do mundo para ajudar os pobres e plantar a não violência
Por vezes, entende-se a não violência como rendição, negligência e passividade, mas, na realidade, não é isso. Quando a Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979, declarou claramente qual era a sua ideia de não violência ativa: “Na nossa família, não temos necessidade de bombas e de armas, não precisamos destruir para edificar a paz, mas apenas estar juntos, nos amarmos uns aos outros (…). E poderemos superar todo o mal que há no mundo”. [7] Com efeito, a força das armas é enganadora. “Enquanto os traficantes de armas fazem o seu trabalho, há pobres pacificadores que, só para ajudar uma pessoa, outra e outra, dão a vida”; para esses obreiros da paz, a Madre Teresa
é “um símbolo, um ícone dos nossos tempos”. [8] No passado mês de setembro, tive a grande alegria de a proclamar Santa. Elogiei a sua disponibilidade para com todos, “através do acolhimento e da defesa da vida humana, a dos nascituros e a dos abandonados e descartados. (…) Inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes – diante dos crimes! – da pobreza criada por eles mesmos”.[9] Como resposta, a sua missão – e nisso representa milhares, antes, milhões de pessoas – é ir ao encontro das vítimas com ge-
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CAPA
A raiz doméstica duma política não violenta Se a origem donde brota a violência é o coração humano, então é fundamental começar por percorrer a senda da não violência dentro da família. É uma componente daquela alegria do amor que apresentei na Exortação Apostólica Amoris laetitia, em março passado, concluindo dois anos de reflexão por parte da Igreja sobre o matrimônio e a família. Esta constitui o cadinho indispensável no qual cônjuges, pais e filhos, irmãos e irmãs aprendem a comunicar e a cuidar uns dos outros desinteressadamente e no qual os atritos, ou mesmo os conflitos, devem ser su-
perados, não pela força, mas com o diálogo, o respeito, a busca do bem do outro, a misericórdia e o perdão. [16] A partir da família, a alegria do amor propaga-se pelo mundo, irradiando para toda a sociedade. [17] Aliás, uma ética de fraternidade e coexistência pacífica entre as pessoas e entre os povos não se pode basear na lógica do medo, da violência e do fechamento, mas na responsabilidade, no respeito e no diálogo sincero. Nesse sentido, lanço um apelo a favor do desarmamento, bem como da proibição e abolição das armas nucleares: a dissuasão nuclear e a ameaça
duma segura destruição recíproca não podem fundamentar esse tipo de ética. [18] Com igual urgência, suplico que cessem a violência doméstica e os abusos sobre mulheres e crianças. O Jubileu da Misericórdia, que terminou em novembro passado, foi um convite a olhar para as profundezas do nosso coração e a deixar entrar nele a misericórdia de Deus. O ano jubilar fez-nos tomar consciência de como são numerosos e variados os indivíduos e os grupos sociais que são tratados com indiferença, que são vítimas de injustiça e sofrem violência. Fa-
zem parte da nossa “família”, são nossos irmãos e irmãs. Por isso, as políticas de não violência devem começar dentro das paredes de casa para, depois, se difundir por toda a família humana. “O exemplo de Santa Teresa de Lisieux convida-nos a pôr em prática o pequeno caminho do amor, a não perder a oportunidade duma palavra gentil, dum sorriso, de qualquer pequeno gesto que semeie paz e amizade. Uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo”. [19]
O próprio Jesus nos oferece um “manual” dessa estratégia de construção da paz no chamado Sermão da Montanha. As oito Bem aventuranças (cf. Mt 5,3-10) traçam o perfil da pessoa que podemos definir feliz, boa e autêntica. Felizes os mansos – diz Jesus –, os misericordiosos, os pacificadores, os puros de coração, os que têm fome e sede de justiça.
Este é um programa e um desafio também para os líderes políticos e religiosos, para os responsáveis das instituições internacionais e os dirigentes das empresas e dos meios de comunicação social de todo o mundo: aplicar as Bem aventuranças na forma como exercem as suas responsabilidades. É um desafio a construir a sociedade, a comunidade ou a empresa de que são responsáveis com o estilo dos obreiros da paz; a dar provas de misericórdia, recusando-se a descartar as pessoas, danificar o meio ambiente e querer vencer a todo o custo. Isso requer a disponibilidade para “suportar o conflito, resolvê-lo e transformá-lo no elo de um novo processo”. [20] Agir dessa forma significa escolher a solidariedade como estilo para fazer a história e construir a amizade social. A não violência ativa é uma forma de mostrar que a unidade é, verdadeiramente, mais forte e fecunda do que o conflito. No mundo, tudo está intimamente ligado. [21] Claro, é possível que as diferenças gerem atritos: enfrentemo-los de
forma construtiva e não violenta, de modo que “as tensões e os opostos possam alcançar uma unidade multifacetada que gera nova vida”, conservando “as preciosas potencialidades das polaridades em contraste”. [22] Asseguro que a Igreja Católica acompanhará toda a tentativa de construir a paz, inclusive através da não violência ativa e criativa. No dia 1º de janeiro de 2017, nasce o novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que ajudará a Igreja a promover, de modo cada vez mais eficaz, “os bens incomensuráveis da justiça, da paz e da salvaguarda da criação” e da solicitude pelos migrantes, “os necessitados, os doentes e os excluídos, os marginalizados e as vítimas dos conflitos armados e das catástrofes naturais, os reclusos, os desempregados e as vítimas de toda e qualquer forma de escravidão e de tortura”. [23] Toda a ação nessa linha, ainda que modesta, contribui para construir um mundo livre da violência, o primeiro passo para a justiça e a paz.
homens e mulheres de boa vontade (cf. Lc 2,14). Peçamos à Virgem Maria que nos sirva de guia. “Todos desejamos a paz; muitas pessoas a constroem todos os dias com pequenos gestos; muitos sofrem e suportam pacientemente a difi-
culdade de tantas tentativas para a construir”. [24] No ano de 2017, comprometamo-nos, através da oração e da ação, a tornar-nos pessoas que baniram dos seus corações, palavras e gestos a violência, e a construir comunidades não violentas, que cuidem da
casa comum. “Nada é impossível, se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podem ser artesãos de paz”. [25]
Foto: Rádio Vaticano
O meu convite
Papa Francisco em uma de suas visitas aos doentes, na Itália. Atitude é uma das obras de misericórdia em que o pontífice pede atenção e prática por parte dos cristãos
A construção da paz por meio da não violência ativa é um elemento necessário e coerente com os esforços contínuos da Igreja para limitar o uso da força através das normas morais, mediante a sua participação nos trabalhos das instituições internacionais e graças à competente contribuição de muitos cristãos para a elaboração da legislação a todos os níveis.
Em conclusão Como é tradição, assino esta Mensagem no dia 8 de dezembro, Festa da Imaculada Conceição da Bem Aventurada Virgem Maria. Nossa Senhora é a Rainha da Paz. No nascimento do seu Filho, os anjos glorificavam a Deus e almejavam paz na terra aos
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Vaticano, 8 de dezembro de 2016.
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VIDA CRISTÃ
FAMÍLIA: via da Igreja Foto: Caio Cezar
LEODOLFO E MÔNICA
Círculo de Amigos Instituto Coração de Jesus
S
ão João Paulo II nos afirma que “a família é a via da Igreja. Antes, porém, ele diz: “O homem é a via da Igreja”. Ainda nos diz nosso querido santo: “A Igreja toma parte nas alegrias e nas esperanças, nas tristezas e nas angústias do caminho cotidiano dos homens, profundamente convicta de que foi o próprio Cristo quem a introduziu em todas estas sendas: foi Ele que confiou o homem à Igreja; confiou-o como via da sua missão e ministério”. Dentre essas numerosas estradas, a primeira e a mais importante é a família. Com efeito, normalmente, cada ser humano vem ao mundo no seio de uma família, podendo-se dizer que a ela deve-se o próprio fato de existir como homem. Se a Igreja passa por nossa família, que tipo de via ela encontra? Uma estrada livre ou cheia de obstáculos? Pensamos que uma maneira simples de exemplificar como passa a Igreja por nossa família são pelos Sacramentos. É maravilhoso o fato de existir um Sacramento para cada momento importante da existência humana: o Batismo,
“
Paróquias da Forania São Lucas no encerramento da Semana da Família 2016, com caminhada no Lago das Rosas, em agosto
logo após o nascimento; a Eucaristia, quando a criança atinge a idade da razão; na adolescência, o Crisma; a Penitência, para o perdão e a cura da alma; a Unção dos Enfermos, quando estamos com a saúde debilitada; a Ordem, para responder ao chamado de oferecer a vida em função da família humana; e o Matrimônio, para o estabelecimento de uma nova família. Ainda que as pessoas insistam em dizer que somos exagerados por
Ficamos pensando: se a Igreja não transitasse por nossa família, não sentiríamos a falta de algo importante?’’
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muito frequentarmos nossas comunidades, de fato é a Igreja quem quer transitar abundantemente em nossas vidas. Por exemplo: é verdade que os Sacramentos são ministrados geralmente na comunidade, mas também é verdade que as graças conferidas pelos Sacramentos vão acompanhar a pessoa que o recebeu durante toda a sua vida. Recentemente pudemos vivenciar em nossa família a presença carinhosa da Igreja quando por mais de uma vez o sacerdote veio até a casa da mãe da minha esposa para ministrar o Sacramento da Unção dos Enfermos. Ficamos pensando: se a Igreja não transitasse por nossa família,
não sentiríamos a falta de algo importante? É significativo o fato de Jesus realizar seu primeiro milagre numa festa de casamento. Certamente aquela família das bodas de Caná permaneceu para sempre uma via aberta para Jesus e Maria. Que o Emanuel que prometeu estar conosco todos os dias da nossa vida possa, através da sua Igreja, caminhar na nossa história. Neste tempo favorável, que a graça do Menino Deus possa fazer de nossas famílias uma estrada livre de obstáculos por onde transite a Igreja, distribuindo abundantemente as riquezas que nela estão depositadas.
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Janeiro de 2017
Arquidiocese de Goiânia
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LEITURA ORANTE
VILMAR A. BARRETO (SEMINARISTA)
Siga os passos para a leitura orante:
Seminário São João Maria Vianney
Manifestação do Senhor
‘‘Encontraram o menino com Maria, sua mãe’’
N
o próximo domingo, a Igreja celebra a Epifania do Senhor, a manifestação de Jesus a todos os homens. O nascimento do menino Deus foi causa de alegria para muitos e os magos experienciaram essa verdadeira alegria. Eles viram uma estrela (Mt 2,2) e a seguiram. Ao passarem por Jerusalém, a estrela se apagou; ao saírem, voltou a brilhar e os levou até o menino Jesus. Jesus Cristo é essa grande luz que traz alegria ao coração do homem. Quando, pelos nossos pecados, deixamos de olhar para essa Luz, ficamos cegos como Herodes (Mt 2,7). Por isso, é necessário voltar o olhar para Aquele que é o caminho, a verdade e a vida. Quando os magos vi-
ram novamente a estrela, se encheram de alegria. Assim também é a experiência cristã quando nos voltamos para Cristo e o adoramos de “todo o coração, de toda a inteligência e com toda a força” (Mc 12,33). Ao verem Jesus, os magos ofereceram-lhe ouro, incenso e mirra. Os primeiros padres da Igreja reconheceram nesses sinais a realeza (ouro), a divindade (incenso) e a paixão (mirra) de Jesus Cristo. Neste ano que se inicia, voltemos nosso olhar para as “Coisas do Alto”, guiados pela nova estrela, Nossa Senhora, que nos leva a Jesus. E, a exemplo de Maria, ofereçamos nosso Sim cristão ao mundo, para que o menino Deus possa fazer morada e manifestar-se em nossa vida, na nossa família e na sociedade.
Texto para a oração: Mt 2,1-12 (página 1202 - Bíblia das Edições CNBB) 1. Crie um ambiente de oração: uma posição cômoda e um local agradável. Silencie inclusive o coração. Procure pensar em Deus e invoque o auxílio do Espírito Santo; 2. Leitura atenta da Palavra: leia o texto mais de uma vez, tente compreender o que Deus quer lhe falar; 3. Meditação livre: reflita sobre o que esse texto diz a você. Procure repetir as frases ou palavras que mais lhe chamaram atenção. 4. Oração espontânea: converse com Deus, peça perdão. Louve, adore, agradeça, faça seu pedido de filho e filha muito amado, fale com Deus como a um amigo íntimo; 5. Contemplação: imagine Deus em sua vida, ao seu lado, abraçando você e lhe dando forças para seguir em frente. Lembre-se daquilo que ele falou com você nessa Palavra que acabou de ler. Se possível, escreva os frutos dessa oração/contemplação; 6. Ação: para que a sua Lectio Divina seja frutuosa, é necessário que você realize algo concretamente (como ajudar o próximo, pedir perdão, falar sobre o amor de Deus, visitar um doente, etc.) e que isso seja resultado de sua oração. (Solenidade da Epifania do Senhor – Ano A. Liturgia da Palavra: Is 60,1-6; Sl 71, 1-2.7-8.10-11.12-13 (R. cf. 11); Ef 3,23a.5-6; Mt 2,1-12)
ESPAÇO CULTURAL
Sugestão de leitura No dia 1º de janeiro, a Igreja celebra a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. Em diversos momentos de seu pontificado, o papa Francisco tem falado da importância de Nossa Senhora na vida da Igreja. Este livrinho reúne alguns pensamentos do Santo Padre sobre a Mãe de Deus, retirados de suas homilias, discursos, cartas e encíclicas. Uma leitura inspiradora para iniciar o ano. Editora: Paulus
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Imagem Peregrina de N. Sra. Aparecida visita nossas paróquias Nesta semana, a imagem peregrina de N. Sra. Aparecida que visita nossa Arquidiocese, marcando os 300 anos de sua aparição, passará pelas seguintes paróquias:
JANEIRO
1 a 2 – Imaculado Coração de Maria – Setor Central 3 a 6 – Cristo Rei – Parque Atheneu 7 a 9 – Nossa Senhora Auxiliadora – Catedral Metropolitana – Setor Central
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