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Edição 152ª - 16 de abril de 2017
Evangelize: passe este jornal para outro leitor Foto: Reprodução
Tempo Pascal
o grande Domingo do Senhor
O Tempo Pascal, dez dias a mais do que o Tempo da Quaresma, conclui o ciclo da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, em Pentecostes. Com este último acontecimento, colocamo-nos diante da Profissão de Fé, com a vinda do Espírito Santo, e entendemos que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo, e completase, portanto, a sua revelação no calendário das sete semanas da Páscoa. pág.
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PALAVRA DO ARCEBISPO
REUNIÃO MENSAL
REGIONAL
O Tempo Pascal precisa ser redescoberto
Documento Pós-Sinodal sobre Liturgia continua a ser estudado
Bispos de Goiás e do DF convocam o povo a rezar pelo Brasil
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Arquidiocese de Goiânia
PALAVRA PALAVRADO DOARCEBISPO ARCEBISPO
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celebração da Páscoa engloba a morte e a ressurreição do Senhor, melhor ainda, a morte, que é passagem para a ressurreição. Não se admira, por isso, que, no início, sobretudo, a palavra Páscoa pudesse ter dito tanto da morte como da ressurreição. Assim, tempo houve em que o que hoje chamamos Semana Santa foi chamado semana da Páscoa, a semana em que DOM WASHINGTON CRUZ, CP “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado”. Hoje Arcebispo Metropolitano de Goiânia damos o nome de Tempo da Páscoa ou Tempo Pascal (é esse precisamente o nome oficial) aos 50 dias que vão do Domingo da Ressurreição (na origem, da Eucaristia da Vigília) até o Domingo do Pentecostes. Mas foi todo este espaço de 50 dias que recebeu, no início, a designação de Pentecostes, ou Cinquentena, como a palavra significa, a Cinquentena da alegria pascal, latíssimo patim. Esse espaço de alegria é, na realidade, uma grande oitava de domingos, envolvendo sete semanas, e terminando, de novo, com o domingo, tal como cada semana começa com o Dia do Senhor e vai, de novo, encontrá-lo no oitavo dia. Mas o Calendário Romano vai mais longe e diz que “os cinquenta dias que vão do domingo da Ressurreição ao domingo de Pentecostes se celebram na alegria e no júbilo, como um único dia de festa, mais ainda como “um grande domingo”, citando nesta última expressão uma palavra de Santo Atanásio. O Tempo Pascal nasce da Vigília; aí se faz a passagem do luto à alegria, do jejum ao banquete, da tristeza à festa, da morte à vida. Tempo de alegria, de ação de graças, de aprofundamento do sentido do mistério cristão e da vida em Cristo, do mistério da Igreja e consequentemente do mistério da comunidade dos cristãos, o Tempo Pascal é o tempo espiritual, por excelência, do ano litúrgico. É o tempo em que o Ressuscitado dá o Espírito: “Recebei o Espírito Santo”, e que se conclui precisamente com a efusão do Espírito Santo sobre os discípulos, que, uma vez “cheios do Espírito Santo”, aparecem no mundo como a “Igreja de Deus” da “Nova Aliança”. Cristo ressuscitado, “Primogênito dentre os mortos”, é, por isso mesmo, “Cabeça do Corpo da Igreja” (Cl 1,12ss). De fato, na Páscoa “unem-se o céu e a terra, o divino e o humano”.. O Tempo Pascal precisa ser redescoberto. A reforma litúrgica não parece ter levado às últimas consequências o que, nos princípios, dele afirmou! Mas recuperou a sua unidade e o ritmo dos seus oito domingos, todos eles agora claramente chamados Domingos da Páscoa.
Vida Pascal
A vida cristã é uma Vida Pascal, porque é vida dos que foram sepultados com Cristo, no Batismo, para viverem, com Ele, uma vida nova, como se exprime o presidente da assembleia, na Vigília, antes da renovação das promessas do Batismo. Essa vida nova é a vida de Cristo ressuscitado, a vida d’Aquele que, por ter oferecido a vida até Se entregar à morte, vive agora na glória do Pai, exaltado com o nome divino de Senhor (Fl 2,11). Vida com Cristo em Deus, é ainda, sobre a Terra, uma vida escondida, vivida na fé e na esperança, vivificada pelo Espírito, que é Amor. Vida nova, porque vida do homem novo, que é o Senhor ressuscitado, ela anima toda a existência cristã e exprime-se em tudo o que é vitória sobre o pecado e a morte. Essa novidade de vida em Cristo é uma das notas mais postas em realce nos textos da liturgia do Tempo da Páscoa. Como já foi referido, a Páscoa é celebrada, no dizer de Santo Agostinho, como um mistério, de maneira sacramental, não tanto como uma história que se evoca, mas como um mistério tornado presente de maneira sacramental para nele se poder participar. É assim que, na Vigília, ocupa lugar central a celebração dos sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia, os sacramentos da vida nova. Por meio desses sacramentos nascem os novos filhos de Deus. Eles são a humanidade nova, que a liturgia saúda como “crianças recém-nascidas”, “cordeiros recém-nascidos”, “nova prole da Igreja, multidão renovada”. Em cada ano e em todo o mundo, muitos são os que, na noite da Páscoa, nascem como nova geração do povo de Deus. São Paulo, partindo da sugestão fornecida pelo pão ázimo próprio da Páscoa judaica, pede aos seus leitores que, purificados do fermento velho, sejam uma nova massa, para celebrarem a festa pascal. E a liturgia pede que, na Páscoa, todos os sinais, dos mais importantes aos mais simples, sejam a partir de elementos novos: a água e os santos óleos para o Batismo; o pão para a Eucaristia, para que não venha a ser necessário recorrer ao pão consagrado guardado no sacrário desde antes do Tríduo Pascal; a luz que há de acender o Círio e iluminar a celebração durante a noite de Vigília; a ornamentação do altar, que foi desnudado antes da celebração; e, mais que tudo, “o coração, as vozes e as obras”: seja tudo novo, para que, “renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos para a luz da vida”, como pede a coleta do Domingo da Ressurreição. Anualmente repetida em cada primeiro Domingo que se segue à Lua cheia do equinócio da primavera europeia e asiática, a Páscoa surge sempre nova, como sempre nova é a vida imortal do Senhor ressuscitado. E aquela Lua, que enche sempre de claridade a noite santa da Páscoa, continua a ser, em cada ano e desde há tantos séculos, dessa solenidade da vida nova, a “testemunha fiel no firmamento” (SI 88,38).
Editorial Nesta edição, trazemos reportagem especial de capa sobre o Tempo Pascal, celebração da vitória de Cristo sobre a morte, que começou no Domingo de Páscoa do Senhor e segue até Pentecostes, no dia 4 de junho. Esse período é um prolongamento da alegria da Ressurreição do Senhor, o qual traduz para a Igreja, na vivência atenta da escuta da Palavra e na celebração das próximas sete semanas, em um único e prolongado dia de festa. É manifestado com o canto do “Aleluia”, que ressoa repetidamente na liturgia e manifesta o júbilo desse período (pág. 5). Em sua Palavra, Dom Washington Cruz também reflete sobre o Tempo
Pascal: “passagem do luto à alegria, do jejum ao banquete, da tristeza à festa, da morte à vida”, explica ele em um trecho. Fique por dentro também das temáticas estudadas na Reunião Mensal de Pastoral, sobre o Documento Pós-Sinodal A Liturgia. Os bispos do Regional Centro-Oeste da CNBB, reunidos no fim de março, prepararam uma oração pelo atual momento do Brasil. Na Arquidiocese de Goiânia, de modo particular, o arcebispo pede que todos rezem essa oração em suas comunidades, durante todo o Tempo Pascal. Boa leitura!
Colégio Dom Fernando celebra 46 anos O bispo auxiliar de Goiânia, Dom Levi Bonatto, presidiu, no dia 5 de abril, uma missa em ação de graças pelos 46 anos da Escola Dom Fernando, que fica em Aparecida de Goiânia. Em sua homilia, ele falou sobre o primeiro arcebispo de Goiânia, que dá nome à unidade de ensino. “Dom Fernando foi o bispo da educação. Ele tinha essa visão e sabia que era preciso formar e educar as pessoas pelo conhecimento, porque isso iria libertá-las”. Falando diretamente aos alunos, o bispo disse o quão é importante aos alunos zelarem pela escola. “A coisa mais bonita que um aluno pode dizer é: ‘essa escola é minha’, por isso deve cuidar e ajudar a conservá-la, preservá-la sempre limpa”. De acordo com o diretor da escola, padre Vitor Simão, a unidade conta com 1.116 alunos. Foi fundada em 1971, como Escola Agrícola, por desejo e determinação de Dom Fernando, e o objetivo da escola sempre foi promover a zona rural dessa região em Goiás, profissionalizando os jovens do campo. A diretora pedagógica, profa. Mirian Maria de Jesus, disse que a escola tem mostrado seu valor e importância ao longo dos anos pelos alunos que já estudaram na unidade de ensino. “Vemos na sociedade a contribuição do nosso trabalho para o crescimento pessoal de tantos que já passaram por aqui”, afirmou. Gabriela Bandeira Martins, que cursa o 9º ano, vê, como diferencial da instituição de ensino, a promoção dos princípios cristãos. “É muito importante ter celebrações na escola e o ensino da fé católica que nos influencia nos estudos e promove seu papel evangelizador”. Foto: Rudger Remígio
O Tempo Pascal
DATAS COMEMORATIVAS
17/4: Dia Mundial do Portador de Hemofilia / 18/4: Dia Nacional do Livro Infantil 19/4: Dia do Índio; Dia do Exército / 21/04: Dia de Tiradentes; Dia do Policial Civil e Militar 22/4: Dia do Descobrimento do Brasil (517º ano) / 23/4: Festa da Divina Misericórdia
Arcebispo de Goiânia: Dom Washington Cruz Bispos Auxiliares: Dom Levi Bonatto e Dom Moacir Silva Arantes Coordenadora de Comunicação: Eliane Borges (GO 00575 JP) Consultor Teológico: Pe. Warlen Maxwell Jornalista Responsável: Fúlvio Costa (MTB 8674/DF) Redação: Fúlvio Costa e Talita Salgado (MTB 2162/GO) Revisão: Thais de Oliveira Diagramação: Carlos Henrique Colaboração: Edmário Santos, Marcos Paulo Mota
Estagiárias: Hérica Alves e Isabel Oliveira Fotografia: Rudger Remígio Tiragem: 25.000 exemplares Impressão: Gráfica Moura Contatos: encontrosemanal@gmail.com Fone: (62) 3229-2683/2673
LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO
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ARQUIDIOCESE EM MOVIMENTO
Feira da Solidariedade
se organiza para melhor atender ao público Foto: Rudger Remígio
FÚLVIO COSTA
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s pastorais e obras sociais da Arquidiocese de Goiânia se reuniram na manhã do dia 7 de abril, no auditório da Cúria Metropolitana, para ajustar detalhes dos seus estandes na Feira da Solidariedade e na Praça de Alimentação da Jornada da Cidadania. O evento, promovido pela Arquidiocese e a PUC Goiás, acontecerá de 24 a 27 de maio, no Câmpus II da Universidade, que fica no Jardim Mariliza, na capital. “É verdade que ainda temos bastante tempo até o início da Jornada, mas nos antecipamos para oferecer um evento bem organizado e aconchegante ao público”, destacou em sua fala o coordenador da Feira da Solidariedade, padre Max Costa. De acordo com ele, neste ano são esperadas cerca de 150 mil pessoas. No ano passado, o evento acolheu 102 mil visitantes e foram realizados mais de 500 mil atendimentos. Além da feira, a Jornada da Cidadania disponibiliza centenas de atividades e serviços gratuitos, como oficinas, assessoria jurídica, Estação Saúde e Parque da Criança. Fazem parte da programação da Jornada, também, a Semana de Cultura e Cidadania e os Jogos Universitários da PUC Goiás.
No dia 6 de abril, o Clero da Arquidiocese de Goiânia, reunido no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), estudou o Diretório Arquidiocesano de Catequese e Iniciação Cristã. O documento foi apresentado pelo coordenador de Catequese, padre Arthur da Silva Freitas, capítulo por capítulo. “Nosso diretório está rico em conteúdo porque foi produzido sob a inspiração de vários documentos da Igreja, inclusive a primeira parte do Documento Pós-Sinodal da Arquidiocese”, disse. Logo no início da apresentação, padre Arthur chamou a atenção dos sacerdotes presen-
Foto: Rudger Remígio
Padres estudam o Diretório Arquidiocesano de Catequese
tes para a importância da catequese como uma das tarefas primordiais da Igreja e lembrou que Dom Washington pede às paróquias que dediquem a ela seus maiores esforços e seus melhores recursos. Ainda em
sua fala, acrescentou que os Sacramentos continuam a ter seu lugar na catequese, mas não como finalidade. “A catequese tem o papel de edificar a pessoa como cristão. Não é curso, mas processo de vida que leva à for-
mação, porque é o ensino progressivo da fé”, explicou. Para o coordenador do Clero, mons. Luiz Gonzaga Lôbo, o encontro é oportuno para a pastoral de conjunto. “Sem dúvida, aqui exercitamos a pastoral orgânica, segundo as normas da Arquidiocese”, afirmou. Dom Washington Cruz também avaliou o encontro como indispensável para estreitar os laços fraternos entre os padres. “Além da importância dos documentos que estudamos, valorizamos muito a fraternidade sacerdotal, a comunhão dos padres, promovida pela alegria do encontro”, declarou.
Foto: Rudger Remígio
Paróquia São Pio X acolhe Encontro da Pastoral Familiar
Um encontro da Pastoral Familiar marcou o dia 26 de março, na Paróquia São Pio X, no Setor Fama. O evento, que reuniu cerca de 150 pessoas, teve orientação do bispo auxiliar e coordenador arquidiocesano para a ação evangelizadora, Dom Moacir Arantes, que refletiu sobre a
Missão de servir a Deus e a seus propósitos. O objetivo desse encontro, que deve acontecer em todas as paróquias da Arquidiocese, é oferecer formação às famílias sobre o papel da Pastoral Familiar. “Nossa tarefa foi apresentar a pastoral, levar a mensagem de que a Arquidiocese está próxima e, caso
não tenha a Pastoral Familiar organizada – como é o caso desta paróquia, que mantém um movimento de casais –, começar a assumir as atividades de cuidar da família para transformar-se em pastoral”, explicou. Em sua fala, o bispo questionou os presentes se eles estão satisfeitos com as suas colheitas e orientou: “Para ter boas colheitas, às vezes é preciso mudar o que estamos plantando”. Ele disse também que é fundamental a obediência, a fé, e estar disposto a servir, como fizeram os serventes nas Bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12). Dom Moacir também pediu atenção às famílias para os valores cristãos que se perdem com o tempo. “É preciso recorrer à Palavra para enfrentar a crueldade mundana, a falta de amor nas famílias”. Ele ressaltou
ainda que as famílias precisam estar atentas aos sinais de Deus. “Ele se manifesta por amor, pela graça e salvação, e o Espírito Santo conduz as famílias para entenderem o momento de cada um em seu íntimo, pois a família é o seu esplendor”. Outro ponto a ser considerado, ainda segundo o bispo, “são os sinais das doenças: depressão, tristeza, angústia, que degradam as famílias”. Por fim, Dom Moacir disse que a missão da família é servir, assim como os serventes descritos no Evangelho. “Os serventes atendem primeiro a Maria por não saberem quem é Jesus e, atendendo Maria, eles olham para ele. Numa família, nossa missão é sermos serventes uns dos outros, termos a atenção de Maria e o acolhimento e disposição de Jesus”.
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COMUNIDADES
Reunião Mensal de Pastoral TALITA SALGADO
O
Sacramento do Batismo foi o tema central da Reunião Mensal de Pastoral deste mês de abril, dando continuidade ao estudo da parte III do Documento Pós-Sinodal “A Liturgia na vida e na missão da Igreja particular de Goiânia”. Como já é tradição, a reunião se iniciou com as Laudes, ou louvores da manhã, dentro da Liturgia das Horas. Logo após, foi rezada a oração dos bispos do Regional Centro-Oeste, que, diante da realidade sociopolítica e econômica do Brasil, colocam-se em oração e convidam todos os fiéis a, em comunhão, suplicar em favor do Brasil. Dom Levi Bonatto, bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia, fez explanação sobre a introdução da Teologia da Graça, que fundamenta o estudo dos sacramentos. O bispo, logo no início, salientou que é preciso entender a graça de Deus presente, para que não se corra o risco de cair no legalismo, no “pode ou não pode”, que não é bom em nenhuma instância. Dom Levi recordou que a própria definição dos sacramentos indica que eles são sinais sensíveis da graça de Deus. “A graça é uma participação na vida divina; introduz-nos na intimidade da vida trinitária”, disse o bispo, citando o Catecismo da Igreja Ca-
tólica. Ele ainda destacou que não se deve apenas pensar em não estar em pecado mortal, mas sim em estar aberto à ação de Deus. O bispo ponderou que a compreensão da graça alcançada por meio de cada sacramento contribui para o entendimento da preocupação da Igreja na preparação e administração de cada um deles. Padre Antônio Donizeth, coordenador arquidiocesano de Liturgia e Arte Sacra e responsável por orientar o estudo do Documento Pós-Sinodal, iniciou sua participação retomando a importância geral do documento apresentado na Reunião Mensal de março. Além disso, ele assinalou como leitura base para o estudo do Sacramento do Batismo algumas disposições da Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja, capítulo III – A constituição hierárquica da Igreja e em especial o episcopado, assim como o Múnus de Santificar. Padre Antônio, com base na Constituição, salientou a unidade entre os documentos da Igreja, que trazem conteúdos intrínsecos, sem se contradizerem ou se chocarem, mesmo quando, à primeira vista, possa parecer que se referem a realidades diferentes. “Os documentos se ‘trançam’ com uma coerência que só pode ser obra divina, sem a menor possibilidade de ser uma obra majestosa de controle humano, como os críticos da fé
Pastoral da Aids Neste mês, a pastoral convidada a se apresentar foi a Pastoral da Aids, representada pela coordenadora Nilva Diolinda de Jesus e pela irmã Margaret Hosty, coordenadora regional, que fez explanação sobre a atual realidade da pastoral, principalmente da presença e dos trabalhos desenvolvidos. Segundo ela, a Pastoral da Aids se faz presente em mais de 100 dioceses no Brasil. Na Arquidiocese de Goiânia, a pastoral trabalha em parceria com o grupo AAVE (Aids: Apoio, Vida, Esperança), uma organização não governamental, criada em 1995, com intuito de “responder ao grito do portador do vírus HIV/Aids”, que recebe apoio da Arquidiocese de Goiânia.
A Pastoral da Aids tem como missão, em comunhão com a Igreja, evangelizar homens e mulheres. Atenta às necessidades das pessoas que vivem com HIV, visa trabalhar na prevenção e contribuir com a sociedade na contenção da epidemia, envolvendo todos os cristãos na luta contra a Aids. O grupo AAVE trabalha com o intuito de resgatar a integridade da pessoa que vive com HIV/Aids, por meio de acolhimento, respeito, orientação, esperança, além de promover atividades informativas/preventivas junto à sociedade. No decorrer da apresentação, foram informadas estatísticas e foi feita uma breve exposição sobre os sintomas da doença e os desafios enfrentados, além de emocionados depoimentos de pesso-
Foto: Rudger Remígio
propõe o Sacramento do Batismo como principal reflexão
Estudo do Documento Pós-Sinodal sobre a Liturgia segue nas próximas reuniões
fazem. Por isso, não podem ser vistos como leis e normas meramente, e nem apresentados dessa forma”. O padre ressaltou que eles existem para que toda a graça possa ser aproveitada, compreendida e vivenciada. Os documentos, assim como o Documento Pós-Sinodal, apontam iniciativas que precisam ser tomadas nesse sentido. No decorrer da sua explanação, outro ponto forte que o padre evidenciou foi a urgência em se refletir e melhorar a constituição e o trabalho das pastorais do Batismo nas paróquias e comunidades, seja na formação dos agentes, no zelo com os instrumentos sagrados e na acolhias com HIV, que compartilharam suas experiências de coragem e superação, no intuito de que as pessoas, ao conhecerem, abandonem preconceitos e percebam a importância do papel de cada um nessa luta. Irmã Margaret ainda ressaltou a importância de todos fazerem o teste de HIV, uma vez que o diagnóstico precoce aumenta a eficácia do tratamento. Um dos grandes desafios ainda é o preconceito, por isso é preciso que a sociedade se informe cada vez mais sobre o HIV e como ele age nas pessoas. O respeito e o apoio fazem a diferença. É compromisso cristão a luta pela vida e pela defesa da dignidade humana. Informações: Rua Iporá, nº 170, Qd 19, Lt15 – Bairro N. Sra. de Fátima – St. Cidade Jardim – Tel.: 3271 4510
da dos fiéis. Antes de apresentar as normas e regras, como muitas vezes é feito a priori, é preciso principalmente assumir o compromisso de auxiliar e buscar todas as formas de resolver os impedimentos que possam existir para que a pessoa que deseja e busca receba o sacramento e entre na graça. O responsável pela Reunião Mensal de Pastoral, Padre Vitor Simão, salientou que, devido à abrangência do tema e à importância do aprofundamento, o estudo do sacramento do Batismo continuará na reunião do próximo mês, junto com a introdução do Sacramento da Confirmação, ou Crisma.
A oração dos bispos do Regional Centro-Oeste pode ser conferida na página 6 deste Jornal e no site e nas redes sociais da Arquidiocese de Goiânia e do Regional Centro-Oeste.
ORIENTAÇÕES: Na próxima Reunião Mensal, levar o Documento Pós-Sinodal “A Liturgia na vida e a missão da Igreja particular de Goiânia.” Dúvidas podem ser enviadas para o e-mail: arquidiocesedegoiania@gmail.com
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CAPA
Os 50 dias de alegria e esperança na Ressurreição do Senhor
“Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade” FÚLVIO COSTA
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Foto: Rudger Remígio
elebrado o “grande inverno” da Quaresma, tempo de oração, jejum, penitência e esmola, longo período litúrgico (40 dias) de preparação para a celebração anual do Mistério Pascal, a Igreja viveu intensamente, nos últimos dias, a Semana Santa, na qual está inserido o Tríduo Pascal (duração de três dias), que começou na missa vespertina da Quinta-feira Santa (Última Ceia) e foi até o Domingo de Páscoa do Senhor – centro da gravidade do Ano Litúrgico. O Tempo Pascal que se inicia é o período de “recomeçar, regenerar, rebrotar”, conforme explicação do coordenador arquidiocesano de Liturgia, padre Antônio Donizeth do Nascimento. Isso porque trata-se de uma festa genuinamente judaica criada para celebrar a festa das primeiras colheitas, portanto, tem uma espiritualidade contemplativa das obras da criação. De acordo com o liturgista, o período casaria bem com os meses de setembro e outubro no Brasil, ou seja, período em que começam as primeiras chuvas e que aparece o esplendor do Cerrado. “O Tempo Pascal seria como que sair de um grande inverno e entrar na Primavera”. A partir dessa reflexão, ele faz uma ligação interessante da Campanha da Fraternidade deste ano com a espiritualidade da Páscoa do Senhor. “Pela temática da CF podemos olhar para a criação como a primeira obra, o primeiro livro que Deus escreveu, que nos conta a sabedoria divina”. Sobre a liturgia da Igreja, padre Antônio diz que é importante as pessoas entenderem que ela é organiza-
da em ciclos: Natal, Comum e Pascal. Este último, o qual estamos vivendo, começou na Quarta-feira de Cinzas, no dia 1º de março, e segue até a Solenidade de Pentecostes, no dia 4 de junho. Mas o Tempo Pascal propriamente dito, começa neste Domingo de Páscoa do Senhor e segue até Pentecostes, portanto, 50 dias. “É um único mistério que celebramos. Não existe
O Tempo Pascal nas comunidades Como viver nas comunidades um tempo tão profundo que norteia toda a vida da Igreja? Segundo padre Antônio, é indispensável não separar a alegria e a exultação da Páscoa do caminho quaresmal. Na prática, isso quer
não mancha nem murcha, porque é uma alegria que não experimenta o ocaso, que não é vencida, mas é imbatível, fruto da entrega generosa do Pai que nos deu seu Filho, e do seu Filho que é obediente à vontade do Pai, que se deu em sacrifício de amor e reconciliação para nós”. Ainda conforme ele, a “a alegria da Páscoa não pode ser uma alegria que se distrai e se esquece da cruz”.
Oitava da Páscoa
Quaresma por si só e não existe Páscoa por si só. O mistério da Páscoa na Paixão, sofrimento, no caminho da penitência, é uma dimensão pascal. Ainda não festiva, é claro, mas já é uma dimensão pascal de conversão, tomada de consciência do pecado, do propósito de mudança, do compromisso com as causas solidárias, como a Campanha da Fraternidade, que reflete sobre o zelo pela criação”, explicou.
dizer que um se entrelaça ao outro. A Quaresma é um período de recolhimento, jejum, penitência, prática de caridade, esmola, tempo forte de disciplina maior de escuta da Palavra e de um olhar profundo das realidades da vida da Igreja, da família e da sociedade. E o Tempo Pascal dá seguimento a esse caminho. “A alegria da Páscoa é fruto de um caminho de conversão, por isso, não é uma alegria banal de um salão de festas, de um bar que você entra e sai, mas é a consequência da experiência da cruz, da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo – grande marco que deve determinar a nossa alegria”. A alegria da Páscoa deve ser evidenciada nesse longo Domingo Pascal, conforme padre Donizeth, pelos elementos simbólicos dos cânticos e na forma de preparar o ambiente. Para muitos fiéis, por exemplo, é curioso que Jesus crucificado esteja no altar o ano inteiro, inclusive no Tempo Pascal. Não tem nenhum dia que se tira a cruz do altar, mesmo que alguns achem desconfortável. Sua permanência, conforme padre Antônio, “quer reclamar à nossa consciência de que a nossa alegria
Na Oitava da Páscoa, isto é, os oito dias que se sucedem ao Domingo da Páscoa do Senhor, prolongamento da Vigília Pascal que vai até o pôr do sol do segundo domingo após a Ressurreição, os cristãos devem vivê-lo como se fosse aquela única e grande alegria da Ressurreição do Senhor. “Nesta semana, que corresponde ao mesmo período em que Deus se preocupou em realizar a obra da criação, somos chamados a celebrar e cantar o louvor a ele e professar a alegria da fé no cotidiano da vida”. A Via Lucis (Caminho da Luz) é um exemplo importante de prática de piedade popular em que a Via Sacra é estendida e contempla as grandes iluminações que Cristo, na sua obra no mundo e na sua Morte e Ressurreição, traz para a humanidade. Para os nossos dias, de modo especial neste período de crise por que passa o Brasil, padre Antônio diz ser um elemento importante de contemplação. “A Via Lucis nos ajuda a não ficarmos apenas no campo da tragédia, da fatalidade, da dor, da opressão e da realidade do pecado que nos domina. Ela nos ajuda a levantar o olhar para além da cruz, visualizar a Ressurreição, a Ascenção do Senhor que se senta à direita de Deus Pai todo Poderoso, intercedendo por nós e aguardando a sua vinda”, destacou. Com a Solenidade de Pentecostes, completa o liturgista, completa-se o Ciclo do Mistério Pascal. “Por isso cada domingo é chamado de Páscoa Semanal. No sexto dia Deus terminou a obra e no sétimo ele descansou, por isso nós celebramos em sete semanas e sete domingos, até a vinda do Espírito Santo, no Pentecostes, a contemplação do esplendor da regeneração”. A partir disso, todo domingo é sempre uma volta à fonte do Batismo, ao Domingo da Ressurreição, Dia do Senhor, daquele que tem o senhorio de tudo”.
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Bispos convocam o povo de Deus a rezar pelo atual momento do Brasil
Reunidos no Conselho Episcopal Regional (Conser), de 27 a 30 de março, os bispos do Regional Centro-Oeste da CNBB prepararam uma oração pelo atual momento do Brasil. No texto, eles convocam todas as Igrejas particulares de Goiás e do Distrito Federal a terem discernimento e coragem para construir um novo mundo possível. Os bispos lembram, na oração, que a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” é um momento importante de renovação do compromisso em defesa da vida. Eles também refletem sobre a Páscoa e rezam para que o Senhor nos liberte das trevas deste mundo: medo, desesperança, violência, descrédito, corrupção, desconfiança. Por fim, pedem a intercessão de Nossa Senhora, para que rogue pelo país e por seu povo, cravado nas dioceses espalhadas por todo o país.
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Oração
enhor, confiaste-nos o pastoreio nas Dioceses do Regional Centro-Oeste. Unidos a Ti, ó supremo e misericordioso Pastor, e movidos pelo Teu desejo de unidade e de colegialidade, nos encontramos para rezar juntos e para refletir sobre a caminhada de nossas Igrejas diocesanas e sobre o atual momento brasileiro. Com os nossos corações unidos pela oração, Te pedimos que as nossas palavras venham primeiro de Ti e que ajudem a lançar luzes de discernimento e coragem para construir um novo mundo possível ao nosso Brasil. Pai Eterno, de Tuas mãos todas as coisas foram criadas. Como o oleiro com a obra de sua arte, nos deste a figura de Tua imagem e semelhança. Movidas pela cobiça e pela ganância, avançam sem limites as fronteiras da monocultura e a idolatria do mercado, destruindo os biomas brasileiros, privatizando o controle das sementes, secando rios e nascentes, devastando o jardim da criação divina e desfigurando a vida humana. Por isso, com a Campanha da Fraternidade, que estamos promovendo e incentivando, renovamos nosso compromisso de defesa da vida no Cerrado brasileiro, com suas águas, sua biodiversidade e com o povo que aqui habita, em sua dignidade, cultura e fé, na defesa da vida. Senhor Jesus, Verbo eterno feito carne, amor de todos os amores, nosso redentor e salvador, que um dia nos chamaste a segui-lo e nos enviaste em missão! Hoje, compartilhando com os sofrimentos e encruzilhadas de nosso país conflagrado, meditamos sobre a Tua cruz: a falta de uma casa onde pudesses nascer; a fuga apressada de Teus pais, contigo ao colo, para protegê-lo da fúria de Herodes, ameaçado em seu poder; as investidas que enfrentaste dos fanatismos farisaicos e daqueles que manipulavam o povo para Te crucificar; o julgamento tendencioso que Te condenou à pena de morte no meio de dois ladrões, também julgados pelas autoridades que oprimiam e expropriavam o povo.
Senhor Jesus, como ao cego Bartimeu, ajuda-nos a enxergar e a contribuir para compreender melhor a realidade de nosso querido Brasil. Faze com que a nossa política brasileira seja o lugar de autêntico empenho pelo bem comum, com a construção de consensos coletivos e de atenção preferencial aos mais vulneráveis, superando as lutas fratricidas pelas derrubadas e conquistas do poder. Ajuda-nos na reconstrução da ética e da democracia, vencendo a corrupção que dilacera o Estado, a sociedade e cada pessoa. Orienta os brasileiros para edificarmos um judiciário imparcial e sem corporativismo, para elaborarmos uma reforma política capaz de conduzir às escolhas honestas e limpas, para formularmos uma previdência e uma legislação trabalhista que protejam os idosos, os mais pobres, e os trabalhadores do campo e da cidade. Divino Espírito Santo, que és a força de vida na criação do mundo, a fecundidade no ventre de Maria, a coragem da Igreja pascal impulsionada em Pentecostes! Envia-nos a tua luz para iluminar os caminhos da nossa fé, os rumos de nossa pastoral, as saídas para a recuperação sustentável de nossa economia, as possibilidades éticas para a reconstrução política de nossa pátria, a defesa da vida humana desde a sua concepção no ventre materno até o seu declínio natural, a proteção da família como fundamento para a existência da sociedade e da civilização. Liberta-nos das trevas do medo, da desesperança, da violência, do descrédito, da corrupção, da desconfiança, da falta de horizontes de futuro e dos atentados ideológicos contra a natureza e a identidade do homem e da mulher. Ajuda-nos a ver e a fazer ver um novo Brasil, justo, fraterno e solidário. Ó Maria, que no coração da Trindade Santa és coroada como a Rainha do céu e da terra! Ó advogada nossa, neste ano lembramos o centenário de tua aparição em Fátima e os 300 anos do achado de tua imagem em Aparecida. Roga ao teu Filho pelo nosso Brasil. Roga pelas nossas dioceses. Roga por nós, agora e na hora de nossa morte! Amém!
Foto: Fúlvio Costa
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Arquidiocese de Goiânia
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SETOR JUVENTUDE
Lectio Divina com os jovens Alegria do retorno é maior que a dor do pecado Foto: Rudger Remígio
FÚLVIO COSTA
A
última Lectio Divina (Leitura Orante da Bíblia) promovida pelo Setor Juventude da Arquidiocese de Goiânia, durante a Quaresma, aconteceu no dia 8 de abril, sob orientação do bispo auxiliar Dom Moacir Arantes. Os seis encontros tiveram o objetivo de preparar os jovens para a vivência da Quaresma, bem como para a Semana Santa. “Em tudo aquilo que vivemos, somos chamados a voltar para a casa do Pai”, começou falando Dom Moacir ao refletir sobre a parábola do filho pródigo (Lc 15,11-32). Ele comentou que, por mais confortável que seja um lugar, não há no mundo melhor aconchego do que o lar. O filho pródigo, ou o filho gastador, tinha um coração inquieto porque não havia encontrado a Deus. Conforme o bispo, nós somos seduzidos pelas experiências do mundo, como o protagonista da parábola. Em seu coração inquieto, ele fez um percurso existencial que nós fazemos também. “O filho deixa o lugar da graça, onde tem tudo e nada falta, e vai para o mundo, toma a herança que não é sua e segue seu caminho. O que ele fez foi tomar a vida que não é sua, que não lhe pertence, e o pai, no imenso amor que tem, o permite ir”, refletiu Dom Moacir, que continuou: “O amor de Deus é tão grande que ele nos permite amá-lo e não querê-lo, embora ele nos ame e nos queira”.
Um momento forte da Lectio Divina foi a Celebração Penitencial em que os jovens se confessaram
Ao sair em busca da “vida plena” que deseja, o jovem encontra amigos, gasta o dinheiro, vive os prazeres do mundo. Mas quando o dinheiro acaba, tudo o que ele tinha também se finda: saúde, alegria, graça, amigos. “A alma do moço se esvazia porque ele não está mais ligado à fonte, que é o pai. As coisas não têm sabor, a vida não é mais vida. Ele vive na penúria, na fome, e sofre a pior realidade que um judeu pode imaginar”. Mas nem tudo estava perdido porque o jovem caiu em si (v.17), lembrou-se da casa do pai. Dom Moacir traduziu aquela que poderia ter sido a reflexão do jovem naquele momento. “Existe um lugar onde há vida; talvez eu não consiga viver nele, mas pelo menos ir ao redor, poder sentir o cheiro, viver como empregado, escravo de meu pai”. Neste momento, o moço sai em oração, ensaiando como dizer ao pai que está arrependido. “É uma oração porque ele faz como nós, ao se preparar para a confissão: “Pai, eu tenho fome e necessidades, preciso de ti”.
Dom Moacir disse que o pecado está sempre a conspirar contra nós. “O filho decide voltar, mas o pecado coloca em seu coração muitos medos e ele se lembra do relacionamento que tinha com o irmão, com os empregados que tratava mal”. O pai, por sua vez, está todo dia a esperar o filho, da mesma forma que Deus nos espera. “Será que ele volta hoje? Será que ele agora vai abandonar o caminho dos porcos? O filho não sabia que aquele seria o último dia de trevas e tristeza em sua vida. Judeu não tem o hábito de correr, mas, no dia do encontro, ele corre porque Deus rompe todas as barreiras para nos ter. “Quantas vezes as pessoas desistem na última hora, por isso o pai corre, não espera. Não dá tempo nem de o moço rezar a oração que tanto ensaiou no caminho”. A alegria da volta do filho é muito maior que a dor que o pecado lhe causou. Segundo Dom Moacir, o pior momento dele foi o melhor de Deus. A festa foi a consequência
de tudo. O filho mais velho, porém, não entrou na casa. Ver o irmão voltar depois de esbanjar os bens do pai lhe provoca a ira. O novilho cevado que o pai manda matar ao filho mais novo era cobiçado pelo mais velho (v.27). “O pecado nos faz juízes, nos faz querer ser melhor que os outros. E o pai sai duas vezes para recuperar os filhos. O filho mais velho, entretanto, mesmo morando com o pai, está distante dele, não faz as suas vontades”. Segundo o bispo, o mais velho não foi capaz de buscar o mais novo. “Hoje somos chamados a vencer o pecado que há no irmão mais velho”. O filho mais velho é ainda “aquele eu contaminado pelo pecado que não quer que o eu busque o pai”. Dom Moacir também refletiu sobre o que seria o pensamento do pai ao reencontrar o filho: “Não sei por onde andou, quais foram seus pensamentos, olhares, palavras, desde a última confissão. Mas sei de uma coisa: não importa aonde andou, mas onde quer estar. E é isso que Deus pede: voltar para casa”. Independentemente de qualquer pecado, Deus nos quer e só o amor é capaz disso. Precisamos permitir que o Pai nos coloque as sandálias, o anel, as roupas novas”, completou. Como proposta de ação para a semana, o bispo pediu a vivência profunda da Semana Santa, de modo que o tempo de trabalho espiritual seja redobrado. Ele disse também que não é justo transformar em lazer essa semana, porque para os cristãos não se trata de feriado”.
Abril de 2017
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Arquidiocese de Goiânia
LEITURA ORANTE
PE. NIXON FÉLIX
Formador no Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney
E
stamos com toda a Igreja, jubilosos, pois Aquele no qual colocamos a nossa esperança, “ressuscitou, como havia dito!” (Mt 28,6). No Evangelho do próximo domingo, o da Misericórdia, acompanharemos duas visitas do Ressuscitado aos apóstolos, que estavam reunidos no primeiro dia da semana. A Tomé, o Senhor pedirá a fidelidade da fé. Para nós, ele reservará uma palavra que nos enche de alegria: “Bem-aventurados os que não viram, e creram!” (Jo 20,29b). De fato, nós não vimos o Senhor, mas, mesmo assim, o amamos, reconhecemos sua presença entre nós, sobretudo quando nos reunimos para celebrar a Santa Missa dominical! O Ressuscitado se alegra com nossa fé, que precisa crescer sempre mais, fazendo-nos viver intensamente a vida de comu-
nidade, pois é nela que, de maneira toda especial, encontramo-nos com Ele. Que Jesus, Vencedor do pecado e da morte, aumente nossa fé, perdoe nossas ofensas e conceda-nos a sua paz e o seu maior Dom: o Espírito Santo que Dele e do Pai procede!
Siga os passos para a leitura orante: Foto: Reprodução
“Bem-aventurados os que não viram, e creram!” (Jo 20,29b)
Texto para a oração: Jo 20,19-31 1. Leitura da Palavra de Deus: depois de um momento de silêncio, de ter feito o sinal da Cruz e invocado o Espírito Santo, devagar, com atenção, leia o texto bíblico quantas vezes for necessário. Procure identificar as coisas importantes desse trecho da Bíblia: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. É importante que você identifique tudo isso com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. 2. Meditar a Palavra de Deus: é o momento de descobrir os valores e as mensagens espirituais da Palavra de Deus. É hora de saboreá-la e não apenas estudá-la. Que palavra, ou frase, chamou a sua atenção, tocou o seu interior? 3. Rezar a Palavra de Deus: é o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Não se preocupe em preparar palavras. Fale o que permanece no coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. 4. Contemplar a Palavra: dessa etapa a pessoa não é dona: pertence a Deus e à sua presença misteriosa. Coloque-se em silêncio diante do Senhor. Se Ele conduzir você à contemplação, louvado seja Deus! Se der a você apenas a tranquilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você for um momento de esforço para ficar na presença de Deus, louvado seja Deus! (ANO A, II Domingo da Páscoa. Liturgia da Palavra: At 2,4247, Sl 117(118), 1Pd 1,3-9, Jo 20,19-31)
ESPAÇO CULTURAL Sugestão de leitura Em cinco capítulos, o pregador da Casa Pontifícia, o frade franciscano Raniero Cantalamessa, traz quatro meditações sobre o mistério pascal. O conteúdo foi apresentado na presença do papa São João Paulo II, cardeais, bispos e prelados da Cúria Romana, na Quaresma do ano de 2004. No livro, o autor acrescentou também a homilia feita na Basílica de São Pedro, na Sexta-feira Santa do mesmo ano, durante a liturgia da Paixão, presidida pelo Santo Padre. Neste volume de 71 páginas, Cantalamessa aborda o assunto da Páscoa do Senhor na perspectiva pastoral e espiritual, mas seguindo um caminho novo e diferente, sugerido pela doutrina tradicional dos quatro sentidos da Escritura: histórico, cristológico, moral e escatológico. Autor: Pe. Raniero Cantalamessa Onde encontrar: Livraria Paulinas – Av. Goiás, 636, Setor Central Telefone: (62) 3224-2329
Imagem Peregrina de N. Sra. Aparecida visita nossas paróquias Nesta semana, a imagem peregrina de N. Sra. Aparecida que visita nossa Arquidiocese, marcando os 300 anos de sua aparição, passará pelas seguintes paróquias:
ABRIL
16 e 17 18 19 20 e 21 22 23
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Nossa Sra. da Boa Esperança – Jd. Atlântico Visita ao Hiper Moreira – St. Coimbra Nossa Sra. Auxílio dos Cristãos – St. Sudoeste São Vicente Pallotti – Res. Monte Carlo Nossa Senhora do Rosário – Bairro Goiá Santa Maria – Pq. Industrial João Braz