Jornal da
ARQUIDIOCESE
FLORIANÓPOLIS, nº 233
Azambuja
ABRIL DE 2017
Seminário celebra 90 anos | 9
Sínodo dos Bispos
Juventude é o tema do encontro | 11
Nossa Senhora Fátima
Imagem peregrina emociona devotos | 12
“Por que procurais entre os mortos
aquele que vive?”
Jornal da Arquidiocese, Abril de 2017
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opinião Maria e a ressurreição de Cristo
“Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé” O Jornal da Arquidiocese (JA) deste mês convida o leitor a conhecer mais sobre a ressurreição de Cristo. O cristão que deixa Jesus ressuscitar dentro de si, confirma a sua fé. Além disso, o JA falou com alguns fiéis da Arquidiocese de Florianópolis para saber o que significa a ressurreição na vida deles. No artigo do arcebispo, você entra na relação de Maria com a ressurreição. “Primeiro a relação era marcada pelo sangue e afeto. Depois, com o Cristo da fé”. Na página 03, você pode conferir como foi a sessão especial alusiva à Campanha da Fraternidade 2017, realizada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. A cerimônia marcou a semana de lançamento da campanha. O que você acha de ajudar os projetos sociais da Arquidiocese? Na página 10 você entende mais sobre a Coleta da Solidariedade que ocorre no final de semana do Domingo de Ramos, dias 08 e 09 de abril, em todas as paróquias e comunidades. E tem mais! Você também vai verificar a prestação de contas do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade. A contracapa desta edição, página 12, finaliza a sua leitura com chave de ouro. É claro que o JA não ia deixar de falar da tão esperada visita da imagem jubilar de Nossa Senhora de Fátima. Ela ficou pouco mais de uma semana no Santuário de Fátima, no Estreito, em Florianópolis, onde atraiu fiéis e principalmente devotos de diversas comunidades, foranias e até de outras dioceses. De crianças a pessoas mais idosas, a imagem jubilar foi acolhida e admirada por fiéis de todas as classes e idades, pastorais e movimentos e organizações eclesiais. Boa leitura e feliz Páscoa!
Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Chama atenção que os Evangelhos descrevem o encontro de Cristo ressuscitado com várias pessoas – as mulheres, os apóstolos. Mas não falam do encontro de Cristo ressuscitado com sua mãe. Apresentam Maria presente diante de Cristo crucificado, mas não de Cristo ressuscitado. O encontro com Cristo ressuscitado foi decisivo para a transformação na vida dos apóstolos. Repensaram e reinterpretaram tudo o que ouviram de Jesus, bem como o que tinham vivido no relacionamento com Ele – as parábolas, os ensinamentos, os milagres, a postura diante das instituições e autoridades judaicas. Passaram desta forma, do encontro com Cristo histórico com o Cristo da fé, o pascal, que liberta do pecado e da morte. E como Maria, a mãe de Jesus, vivenciou o relacionamento com Cristo ressuscitado? Foi com a mesma intensidade com que vivenciou a anunciação do anjo e a encarnação do Filho
de Deus, a perda e o encontro do menino no templo, a condenação e a crucificação. Ela guardava estas coisas e as meditava em seu coração. O mesmo Espírito Santo que a tornou cheia de graça, fez com que entendesse e vivenciasse a ressurreição de Cristo. Também ela fez um caminho. Primeiro a relação era marcada pelo sangue e afeto. Depois da ressurreição, o relacionamento era com o Cristo da fé. A ressurreição de Jesus é a mensagem central do Evangelho, e Maria é o primeiro fruto da Páscoa. Mesmo que o Evangelho não relate, há um consenso de que Maria é a primeira testemunha da ressurreição. “Se Cristo não ressuscitou, vã é nossa fé” (1Cor 15,14). Da mesma forma que na crucificação a dor transpassou a sua alma, na ressurreição a alegria tomou conta do seu coração. A comunidade cristã se forma em torno de Cristo vivo e ressuscitado. Não há comunidade cristã se aí não for semeada a
Nos caminhos de Francisco
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Nas redes
“Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona: mesmo quando pecamos, espera com paciência que retornemos a ele”.
Vídeo institucional da Arquidiocese de Florianópolis Você sabia que a arquidiocese atinge uma região metropolitana com mais de 1,6 milhão de habitantes? E que conta com 71 paróquias e um clero composto por mais de 300 integrantes? Conheça neste vídeo dados fascinantes da igreja arquidiocesana.
05 de março, no Twitter
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“A cruz cristã não é uma mobília da casa ou um ornamento para vestir, ela é um chamado ao amor com o qual Jesus se sacrificou para salvar a humanidade do mal e do pecado”.
youtube.com
12 de março, no Angelus
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@pontifex_pt
17 de março, no Twitter
22 de março, na Audiência Geral
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Dom Wilson recebe título de Cidadão Honorário
“Jejum não é só renunciar ao alimento, mas a todo apego mórbido, sobretudo ao pecado”. “A consolação é a graça de saber perceber e manifestar a presença e a ação compassiva de Deus, em todas as circunstâncias, mesmo quando marcadas pela decepção e sofrimentos. Deste modo nos tornamos fortes, a fim de poder permanecer próximos aos irmãos mais fracos, ajudando-os em suas fragilidades”.
alegria do Senhor ressuscitado. Como Maria, somos chamados a viver a ausência de Deus no silêncio e na oração. O caminho do cristão é viver a alegria da vida nova que só é possível no encontro com o ressuscitado. Maria é modelo de como se relacionar com Cristo ressuscitado e companheira na caminhada do cristão. Reuniu-se com os apóstolos medrosos no Cenáculo e sobre eles desceu o Espírito Santo. Da mesma forma se dispõe a acompanhar o cristão no caminho de lutas e incertezas.
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“Se aprendermos a ler tudo com a luz do Espírito Santo, perceberemos que tudo é graça”. 28 de março, no Twitter
“O jejum é fecundo se acompanhado do amor concreto pelo próximo, especialmente em dificuldade”. 24 de março, no Twitter
A Câmara de Vereadores da Capital realizou no 23 de março, uma sessão solene em homenagem aos 344 anos de fundação de Florianópolis. Dom Wilson recebeu o título de Cidadão Honorário de Florianópolis. facebook.com/arquifloripa
Por que minhas orações não funcionam? “Por que minhas orações não funcionam? Por que eu não consigo o que eu quero de Deus?” Esta é uma pergunta difícil de responder, especialmente quando a pessoa começa a ler Lucas 18,35-43. twitter.com/arquifloripa
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O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.
DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Gabriela Fernandes, Gilmar Schmitz e Mateus Peixer. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben
DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis
Jornal da Arquidiocese, Abril de 2017
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#compartilha Alesc realiza sessão especial alusiva à Campanha da Fraternidade Franklin Machado / CNBB SUL 4
Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal
Oração
A cerimônia foi transmitida pela emissora oficial da Assembleia Legislativa (TVAL)
No dia 06 de março, foi realizada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis, uma sessão especial alusiva à Campanha da Fraternidade 2017, que tem como tema “Biomas brasileiros e defesa da vida”. A Sessão contou com a presença de todos os bispos das dioceses de Santa Catarina: Dom Rafael Biernaski (Blumenau), Dom Severino Clasen (Caçador), Dom Odelir José Magri (Chapecó), Dom Jacinto Inácio Flach (Criciúma), Dom Mário Marquez (Joaçaba), Dom Onécimo Alberton (Rio do Sul), Dom Wilson Tadeu Jönck (Arquidiocese de Florianópolis), Dom João Francisco Salm (Tubarão e presidente da CNBB Sul 4), Dom Nelson Westrupp (Administrador apostólico de Lages) e também o Pe. Adenir José Ronchi (Administrador dioceseno de Joinville). Pastorais e movimentos da Arquidiocese também estiveram presentes na solenidade. O biólogo Dr. Ademir Reis defendeu um novo entendimento entre natureza e
ser humano, e ressaltou a importância da atitude de cada um: “O homem ainda não sabe conviver com os ecossistemas, mas todos têm de cumprir seu papel, o que significa o compromisso de aprender a viver em harmonia com a natureza”. O deputado estadual, Pe. Pedro Baldissera, propositor da sessão especial, ressaltou a importância de defender as maravilhas que Deus fez: “Temos de cuidar da casa comum, cultivar e guardar a obra da criação. A natureza não é algo separado, desvinculado de nós, não estamos sozinhos, somos e fazemos parte de um todo, há uma relação de reciprocidade”. Dom João Francisco Salm afirmou que o cenário necessita de atenção. Apesar disto, o bispo se demonstrou esperançoso e crente na mudança de atitude da sociedade, citando o livro do profeta Isaías: “A terra voltará a ser um grande jardim”, desde que cada um faça a sua parte, “governos, empresários, famílias e cidadãos”.
Senhor, livrai-nos da escuridão que mata e dai-nos a luz que vivifica. Não nos deixeis guardar o que deve ser dado, não permitais que a luz que está em mim se apague, mas ajudai-me a propagá-la e levá-la a quem precisa. Sendo necessário, apague-me eu e resplandeça quem estava nas trevas. Dai-me a graça de ser reflexo de vós, verdade eterna, luz que não se apaga, sol sem ocaso. Dizei também para mim: “Façase a luz!” (Gn 1,3). E que a luz se faça em mim. E vós possais ver que a luz é boa (cf. Gn 1,4) e ilumina aqueles que desde sempre, na terra, me destes para iluminar, a fim de que brilhe vossa glória santa e eu me santifique. Amém.
Relógio
Os ponteiros do relógio, tanto o grande quanto o pequeno, marcam sempre a mesma hora, embora os ritmos não sejam iguais: este é mais lento, aquele, mais veloz. Nem o maior se vangloria nem o menor se sente inferior. Trabalham afinados, um dependendo do outro para avançar. Assim deveriam ser os cristãos, tanto os ‘grandes’ quanto os ‘pequenos’, trabalhando num só Corpo, em ritmos diferentes, para edificar o Reino!
Botão
Imitemos o botão, que é fiel companheiro de tantas roupas sem se preocupar se veste mendigos ou príncipes.
Arquidiocese promove primeiro encontro com políticos Foto: Pe. Domingos Volney Nandi
Casal Vendrúscolo celebra Bodas de Ouro Foto: Arquivo pessoal
O casal é natural do Rio Grande do Sul
Em 17 de março, o casal João Flávio e Leda Cassol Vendrúscolo comemorou 50 anos de matrimônio com Missa de Ação de Graças no Santuário de Fátima, em Florianópolis, presidida pelo Arcebispo e concelebrada pelo bispo auxiliar emérito, Dom Vito Schlickmann, e por vários padres.
Dom Wilson falou da fé em Deus, da vida de oração e do aprender com a Palavra. “Atitudes que marcaram a vida do casal. Os grandes troféus que vocês apresentam a Deus são os filhos e os netos”. “Em nossa caminhada de 50 anos, contamos com a graça do Sacramento do Matrimônio. Passamos dificuldades e desafios, que superamos, alicerçados no amor, no diálogo, na oração, pela Palavra de Deus e Eucaristia. Mas tivemos realizações e alegrias, dentre as quais nossos três filhos. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora, que pertencemos, ajudou na nossa vivência e espiritualidade conjugal”, acrescentou Leda.
Autoridades políticas estiveram presentes no evento
Ocorreu na Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC) o primeiro encontro de prefeitos, vice-prefeitos e presidentes de câmaras dos municípios da Arquidiocese de Florianópolis. O evento iniciou na tarde da quarta-feira, 15 de março, e contou com a presença de representantes de quase todos os 30 municípios que fazem parte da jurisdição da Arquidiocese, além de padres da região e professores da FACASC. O objetivo foi apresentar uma reflexão propositiva, centrada em
valores humanos e cristãos, no cuidado e na gestão dos municípios, a casa comum de todos os cidadãos. O Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, falou sobre “A política como uma nobre vocação”. Ele ressaltou que “fazer política é diferente de buscar projeção pessoal, interesses particulares, distribuição de favores e privilégios”. O trabalho dos vereadores, vice -prefeitos e prefeitos “é um serviço em prol do bem comum”, finalizou Dom Wilson.
Jornal da Arquidiocese, Abril de 2017
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#compartilha Setor de Música e Canto Litúrgico promove o primeiro encontro de formação em abril Foto: Divulgação
da preparação e, desta forma, possam exercer corretamente o ministério. Em 2017, o Setor de Música e Canto Litúrgico realizará os seguintes encontros de formação em nível arquidiocesano: - Encontro de Canto Litúrgico Pastoral - Encontros formativos de um dia para enNeste ano acontecem três encontros de formação em nível arquidiocesano saios de músicas litúrgicas, nos dias 30 de abril e 29 de outubro. Ambos O Setor de Música e Canto Litúrgico é um dos acontecerão no salão paroquial da Paróquia Sasetores da Comissão Arquidiocesana de Liturgia, grados Corações, em Barreiros, São José, das e realiza trabalhos na Arquidiocese de Florianópo08h às 17h. lis buscando responder aos apelos da realidade - Escola de Música Ritual Litúrgica - Formação litúrgico-musical, através da orientação e formavoltada para os músicos, regentes, cantores, insção específicas. Cabe ao Setor de Música e Canto trumentistas, isto é, todos aqueles que fazem parLitúrgico zelar para que todos os que fazem parte te do ministério litúrgico-musical. Ocorre entre os dos ministérios litúrgico-musicais tenham a devi-
FACASC realiza Seminário de Gestão Eclesial A Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC) promove, juntamente com os acadêmicos do curso de pós-graduação em Gestão Eclesial, o Seminário em Gestão Eclesial, no dia 28 de abril, no auditório da instituição. O evento é voltado para os párocos, vigários paroquiais, diáconos e membros dos Conselhos Paroquiais de Pastorais (CPPs) da Arquidiocese, administradores e secretárias/os paroquiais, bem como integrantes e dirigentes de entidades do Terceiro Setor. Palestrantes credenciados vão abordar temas relevantes para a boa gestão das paróquias e entidades, e evidenciar a necessidade de adequação à legislação vigente e às boas práticas de contabilidade e de administração no âmbito eclesial e voluntário. Após cada palestra, haverá tempo para perguntas aos palestrantes. Serviço Seminário em Gestão Eclesial 28 de abril Das 19h30 às 22h, no Auditório da FACASC Inf.: (48) 3234-0400
Padre Miro completa 25 anos de sacerdócio em abril
dias 08 a 10 de setembro, na Casa de Retiros do CEAR, em Governador Celso Ramos. Inscrições limitadas. Ajude a divulgar estes encontros! O Setor também está organizando o Hinário Litúrgico da Arquidiocese de Florianópolis. Este projeto vem sendo constantemente trabalhado e estudado pelos assessores e pela equipe de reflexão do setor. Espera-se que este hinário sirva como base para que todos exerçam conscientemente, de acordo com a liturgia, a função do ministério litúrgico-musical. O Setor de Música e Canto Litúrgico está à disposição para encontros de formação nas comunidades, mediante agendamento prévio e disponibilidade dos assessores. Entre em contato por meio de nosso e-mail semuarfloripa@gmail.com. Por Luiz Eduardo Silva Assessor do Setor de Música e Canto Litúrgico
CONESPA: Música ajuda a vivência pascal
Foto: Arquidiocese de Florianópolis
Atualmente Pe. Miro é Vigário Forâneo de Itajaí
No dia 25 deste mês, o pároco da Paróquia de São João Batista, em Itajaí, Pe. Valmir Debarbi (Pe. Miro), celebra 25 anos de Ordenação Presbiteral. Uma Missa de Ação de Graças será realizada no 23 de abril, às 10h, na igreja matriz. Todos estão convidados. O Jornal da Arquidiocese conversou com o Pe. Miro e ele falou sobre a emoção de celebrar o Jubileu de Prata: “Comemorar os 25 anos é um convite à reflexão da caminhada. O tempo passa e a gente aprende a ser padre. Ao longo dos anos vamos cometendo menos erros e mais acertos. Buscamos mais a misericórdia de Deus em nossas atitudes, deixando de viver a arrogância e o convencimento de que somos e que sabemos mais, de querer ser visto e notado por todos. A vida e a caminhada nos ensinam a ser pessoas melhores. Isso eu agradeço a Deus”.
No dia 19 de abril, às 08h, o Coral Santa Cecília promove, na Catedral Metropolitana, o Concerto Espiritual de Páscoa (CONESPA). O evento é realizado desde 1986 e neste ano acontece a 30ª edição. Além disso, outros sete corais irão se apresentar no dia. O objetivo do evento é ajudar na vivência da Páscoa. Padre Ney Brasil, que foi regente do coral por mais de quatro décadas, será homenageado neste ano. Ele faleceu no dia 04 de janeiro de 2017. Pedro Cabral Filho é o atual regente do Coral Santa Cecília e conta como era sua relação com Pe. Ney. “Eu fui coralista dele por mais de 40 anos e nos últimos 20 fui seu assistente. Padre Ney foi responsável pela minha formação musical e moral. Além de formador, nós tínhamos uma relação de muita amizade”, lembrou Pedro . Imagem: Divulgação Coral
O concerto ocorre há 30 anos
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nossa fé
Casar-se por amor
Leigo e leiga: sal da terra
Padre Vitor Galdino Feller
Fernando Anísio Batista
Nos tempos atuais muitos jovens se questionam a respeito da instituição do casamento. Por que casarse? Por que mostrar para os outros uma realidade tão íntima como é o amor dentre duas pessoas? Muitos jovens juntam os trapos, como se diz, e passam a morar juntos, sem nenhuma formalidade. Não se casam nem no religioso nem no civil. Temem que alguma exterioridade de seu amor venha prejudicar sua intimidade. Sobre essa questão trata o Papa Francisco na Exortação Apostólica póssinodal Amoris Laetitia. O caráter social do casamento A instituição matrimonial, a configuração visível e social ou a exteriorização da união conjugal traz muitas vantagens para o casal: canaliza a estabilidade do amor, promove um crescimento real e concreto de ambos, mostra a serieda-
de da identificação com o cônjuge, indica a superação do individualismo do adolescente e a maturidade do jovem adulto, expressa a firme opção da pertença mútua, evita fazer do matrimônio algo puramente privado ou uma mera associação espontânea, promove a solidez, a concretização e a profundidade da união conjugal, faz com que a série de obrigações brote de um amor decidido e generoso que não tem vergonha de mostrar-se ao mundo. A essência da instituição matrimonial, diz o Papa, “está radicada na própria natureza da pessoa humana e do seu caráter social” (AL, 131). A decisão de casar-se Juntar dois caminhos em um só, casando-se diante de Deus e na Igreja e também diante da sociedade, é algo sério. Não pode ser uma decisão precipitada, mas também não pode Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br
ser adiado indefinidamente. Precipitação indica irresponsabilidade. Adiamento indefinido indica medo do amor. Em qualquer caso está por trás o peso do egoísmo, pois “a recusa de assumir tal compromisso é egoísta, interesseira, mesquinha; não consegue reconhecer os direitos do outro e não chega jamais a apresentá-lo à sociedade como digno de ser amado incondicionalmente” (AL, 132). A confiança do amor É claro que, diz ainda o Papa, “comprometer-se de forma exclusiva e definitiva com outrem sempre encerra uma parcela de risco e de aposta ousada” (AL, 132). Mas, além da confiança no cônjuge e na comunidade dos familiares e amigos, há sempre a confiança em Deus, que é a fonte e o ápice do verdadeiro amor. Em Deus, o amor se manifesta e cresce continuamente. Compartilhe ArquiFloripa
O sal é destinado para dar ção sincera, especialmente gosto à comida. Basta uma por meio a leitura orante da pequena pitada que a comida Palavra de Deus e da particise reveste de outro sabor. O pação nos sacramentos. sal não é a comida, mas um Como cristãos, os leigos ingrediente que em pouca são chamados a inspirar fé quantidade faz toda diferença e amor nos ambientes e reaem seu sabor. lidades em que vivem e traAssim também é a Igreja balham. Em meio à missão, na sociedade. Ela não é a so- como “sal, luz e fermento”, ciedade, trata-se de uma pe- buscam testemunhar sua quena parcela que identidade cristã se destina a dar como “ramos na gosto de vida nova videira” na comu“Só é sal da às pessoas que nidade de fé, oraterra quem são chamadas a ção w partilha. seguir Jesus CrisO Concílio Vatitem vivência to de forma autêncano II recomenda de fé e está tica e verdadeira. que os leigos alicheio do De forma prámentem sua espiEspírito Santo” ritualidade na Patica, não há como ser tempero se lavra de Deus e na não tem gosto, isto Eucaristia, “fonte e é, só é sal da terra quem tem centro de toda a vida cristã”. vivência de fé e está cheio do Nela, os cristãos apresentam Espírito Santo. Esse testemu- a Deus, por Jesus Cristo, o nho é fruto de um processo louvor de suas vidas, nutrem de conversão que surge no a fé, a esperança e a caridaencontro pessoal com Jesus de, expressam a fraternidade Cristo, cultivado diariamente e são enviados novamente à através da dedicação à ora- missão.
Jornal da Arquidiocese, Abril de 2017
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capa
A Páscoa da
RESSURREIÇÃO “Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé”. Todo cristão sabe, no fundo de sua consciência, que o núcleo central da fé cristã é a afirmação da ressurreição de Jesus de Nazaré e a esperança de nossa própria ressurreição. Esta frase, muito conhecida e repetida, é uma breve síntese de outras expressões mais elaboradas de São Paulo em sua Primeira Carta aos Coríntios. Diante da comunidade, que duvidava da ressurreição de Cristo, por ser algo por demais extraordinário e fora do comum, São Paulo declara com firmeza: “Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também é a vossa fé” (1Cor 15,14). E logo adiante: “Se Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor e ainda estais nos vossos pecados” (v. 17). E, de maneira bem taxativa: “Se é só para esta vida que pusemos a nossa esperança em Cristo, somos, dentre os homens, os mais dignos de compaixão” (v. 19). Acontece que esta afirmação central da fé cristã começa a ser posta em dúvida, não apenas por ateus ou pessoas sem religião, mas até mesmo por muitos cristãos, principalmente católicos. Como se trata de algo que não se prova racionalmente, pois estamos diante do mistério da vida após a morte, há muitos que tentam explicar essas realidades apelando para a reencarnação. Os espíritas, por exemplo, acreditam que o ser humano é só espírito encarnado provisoriamente em um corpo. Com a morte, esse espírito se desencarna. E, se ele permaneceu com dívidas ou manchas espirituais, terá de se reencarnar em outro corpo. E, assim, de reencarnação em reencarnação, vai se purificando até alcançar a vida em Deus. Nesse caso, a morte redentora de Cristo não tem nenhum valor. A misericórdia e o perdão de Deus não têm sentido. Pois é o próprio espírito que deve se purificar, por sua própria conta. A reencarnação é a negação da ressurreição de Cristo e de nossa própria ressurreição. Outra explicação é dada pelos materialistas. Ensinam que existimos só para este mundo. O ser humano é só uma realidade material. O espírito humano é só uma expressão exterior das realidades físicas cerebrais. Com a morte tudo se acaba e o ser humano torna-se nada. Quando muito, fica na memória dos seus descendentes e na história de sua comunidade. O Tempo Pascal é oportunidade para voltarmos ao núcleo de nossa fé: Cristo morreu e ressuscitou. Como Cristo, nós também morreremos e seremos ressuscitados. Pela força do Espírito Santo seremos transformados, transfigurados, glorificados. Além de nossa alma, que é imortal, também nosso corpo, que é corruptível, será transformado em corpo incorruptível, celeste, totalmente espiritual. Por isso, somos chamados a cuidar bem de nossa vida – corpo, alma e espírito –, pois todo o nosso ser será transfigurado em Deus. Como Cristo fez a sua Páscoa (= passagem) da morte para a vida, nós também, cada um em seu momento, faremos nossa Páscoa definitiva. Até lá, somos convidados, a todo instante, a passar do pecado para a graça, do egoísmo para a comunhão, da morte para a vida. São as ressurreições de cada dia que nos preparam para a última e definitiva ressurreição. Por Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral
O que significa a ressurreição
na minha vida? O Jornal da Arquidiocese buscou a resposta desta pergunta, junto aos fiéis de diversas paróquias. Com as enquetes e o artigo do Pe. Vitor, medite e testemunhe a fé no Cristo Ressuscitado que passou pela cruz. “A ressurreição representa vida nova. Deixar para trás tudo que é velho, mágoas, sentimentos ruins. Quando lembramos da ressurreição começamos tudo de novo, pensando em coisas boas, distribuindo mais amor. A ressurreição vem avivar em nós a caridade para com o próximo, mais devoção à Eucaristia e aumenta nossa fé”. Vera Lucia Medeiros Paróquia Nossa Senhora de Lourdes — Itajaí
“Para mim, significa a vitória. Se ele não tivesse ressuscitado, não teria valor ter nascido. Um grande pregador que foi crucificado. A ressurreição é tudo. Para nós e àqueles que querem mudar de vida representa o exemplo de deixar para trás tudo que é ruim e ter mais participação nas coisas boas da comunidade. A ressurreição também nos leva a meditar sobre a destruição da natureza. Deus entregou o mundo para que o homem cuide, e este, em vez de zelar desse dom, o destrói cada vez mais” Clotilde Bonomini Paróquia Senhor Bom Jesus — Major Gercino
“É a maior prova de amor que alguém pode dar pela humanidade, por nós, e muitas vezes, a gente não reconhece, pois nossa fé é pequena. As pessoas não acreditam que todo sofrimento de Cristo foi por nós. Um dia vamos também ressuscitar e nos encontrar com ele. É a esperança na ressurreição de Cristo, o motivo maior da nossa existência. Enquanto estamos caminhando neste mundo devemos agradecer todo sofrimento de Cristo por nós, ajudando os irmãos que sofrem, amenizando seus sofrimentos”. Luzia Wloch Paróquia Santíssimo Sacramento — Itajaí
“Deus, no seu imenso amor, enviou seu único Filho para nos salvar. Jesus se entregou na cruz por amor a nós. Através da ressurreição de Cristo, toda humanidade teve vida nova. Jesus veio para todos. A Páscoa é vida nova e através desta, devemos demonstrar amor, esperança e fé. Ressurreição é conversão, mudança de atitudes, ser mais misericordiosos, solidários, fraternos, praticando a paz e a justiça. Isso é o que Jesus tanto almeja de nós”. Leonor Hilda Sagás Paróquia N. Sra. dos Navegantes — Gov. Celso Ramos
“A ressurreição de Jesus na minha vida é um marco libertador. Há uma doação de amor para curar todas as feridas causadas pelo pecado, em que Cristo me dá a oportunidade de contemplar novamente a face de Deus. A morte não é um fim, mas um momento de uma continuidade para esta contemplação, para a vida eterna. Aquilo que nós perdemos com Adão é restituído com Cristo”. Pe. Silvano Borba, scj Paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro — Guabiruba
“É a nossa ressurreição também. A ressurreição representa paz, fé, esperança, amor, misericórdia, é tudo que eu sinto. Jesus está conosco todos os dias. E todo dia é uma ressurreição, é a compaixão com o próximo, tê-lo como irmão, para ter Cristo conosco também. Jesus subiu ao céu por nosso amor e vai fazer acontecer também a nossa ressurreição”. Eorly Tavares de Souza Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Leoberto Leal
“Todos nós nascemos como se estivéssemos espiritualmente mortos. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do seu grande amor por nós, nos deu vida juntamente com Cristo. A ressurreição de Jesus torna possível que você e eu recebamos o dom da vida espiritual por meio da graça de Deus, que alcança e restaura o nosso relacionamento com ele”. Silvana Gonçalves Paróquia Senhor Bom Jesus - Camboriú
“Ressurreição para mim é uma vida sem males, sem choro, em que não há mais espaço para a morte! É a realização do sonho mais profundo de uma vida sem fim e eternamente realizada! É o renascer da esperança que não se cansa de esperar por um mundo mais humano, justo e fraterno”. Ir. Andréia Godinho, Irmãzinha da Imaculada Conceição (ciic) Santuário Santa Paulina – Nova Trento
“A ressurreição é vida, alguém que ofertou sua vida por nós. É nessa oferta que vem o amor, o sentimento mais intenso da vida. E nos foi dado por Cristo. A ressurreição traz em mim os sentimentos de amor, muita alegria, paz, perdão, misericórdia. Busco viver a ressurreição diariamente. A nossa paróquia vive uma páscoa bem intensa, onde as pessoas vão atrás da ressurreição, através do Sacramento da Reconciliação e do viver em comunidade”. Mariléia Bambinetti Gianesini Paróquia São José – Botuverá
“É a certeza da nossa salvação, para nós que temos fé e acreditamos. O momento principal da Páscoa é a certeza da vida eterna, da nossa salvação. A Páscoa para nós é uma glória, a maior festa católica do mundo. Jesus diz que para alcançar a vida eterna junto com ele, é preciso passar pela porta estreita, que é deixar as coisas do mundo. Dinheiro, inveja, rancor, não entram na vida eterna. É preciso deixar isso. Praticar o bem, a partilha, o amor, isso é ressurreição”. Renato José da Silva Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos – Porto Belo
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bíblia Lectio Divina
No caminho de Emaús Dois discípulos, um caminho de tristeza, um viajante que surge e se põe a conversar, as Escrituras, um convite para ficar, a partilha do pão. A passagem bíblica de Lc 24,13-35 surge diante de nós com plasticidade e beleza: podemos imaginar os passos dos caminhantes rumo a Emaús, voltando de Jerusalém, onde ocorrera a crucifixão do Mestre; onde haviam sepultado, junto ao corpo de Jesus, sua esperança de vida melhor para todo o Israel. “Nós esperávamos que fosse ele a libertar Israel; mas, com tudo isso, faz três dias que todas essas coisas aconteceram!” (Lc 24,21). Nisso, o estranho se põe a falar, dando sentido aos fatos a partir das Escrituras. Os discípulos ainda eram lentos para perceber o novo instaurado naquele momento. Mas, no convite para entrar e cear com eles e no partir do pão, abrem-se os olhos e se revela o sentido daqueles últimos dias em Jerusalém: é Jesus presente, vivo, ressuscitado. Não há como conter o coração. “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio inte-
Padre Wellington Cristiano da Silva
rior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (EG 1). Voltam a Jerusalém, com esperança renovada e força para anunciar a Páscoa do Senhor. Escritura, Eucaristia, saída missionária e vida em comunidade. Estas são marcas dos discípulos de Jesus, que ouvem sua Palavra, celebram sua memória, anunciam sua salvação. No processo da Iniciação à Vida Cristã, o texto de Lc 24,13-35 é emblemático. Aí Jesus faz os seus caminharem na fé, até chegarem ao encontro que faz arder o coração. Jesus mesmo inicia os discípulos à novidade pascal. Eles o reconhecem no pão partido, no sinal que revela o Mistério: “seus olhos se abriram e eles o reconheceram” (Lc 24,31). E ninguém pode conter um discípulo que recebeu a força do Ressuscitado. Ele se torna missionário. “Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp 29). Paulo Stippe Schmitt Seminarista da Arquidiocese
Lectio (leitura) “Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo” (Jo 20,34).
Meditatio (meditação) Pedro e o Discípulo Amado, depois do encontro com Madalena, correm até o jardim. É o primeiro dia da semana (20,1), o domingo, dia da ressurreição do Senhor. O Discípulo Amado corre mais e chega antes, pois quem ama chega antes. “Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou” (20,5). Pedro tem a missão de entrar e ver por primeiro. O Discípulo Amado entrou depois, viu e acreditou (20,8). Lá no túmulo estão dispostos as faixas de linho e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus. Estes dados revelam que a ressurreição de Jesus é diferente daquela de Lázaro. Lázaro veio para fora amarrado e precisou ser desatado. Jesus sai sem as “amarras” da morte. O Jesus ressuscitado é livre. Isso mostra também que o corpo de Jesus não foi roubado. Os ladrões não arrumam a casa ao fugir, mas saem depressa deixando tudo desorganizado. Estes são sinais que apontam para algo novo, ainda incompreensível aos olhos dos discípulos. O túmulo está vazio é só há uma explicação para isto: o Senhor ressuscitou verdadeiramente.
Oratio (oração) Este é do dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
Contemplatio (contemplação) O túmulo, lugar de morte, tornase lugar de vida e de encontro com o Deus vivo. O Discípulo Amado olhou para o túmulo vazio com os olhos do amor. O amor é o caminho da verdadeira contemplação. O amor vence a morte e manifesta a vida.
Missio (missão) Assim como Madalena, Pedro e o Discípulo amado, é preciso correr para anunciar esta grande alegria: a Ressurreição de Jesus. Quem ama não perde tempo, mas corre a anunciar boas novas. Em nossa maratona da fé, queremos espalhar sinais de vida e ressurreição, principalmente naquelas realidades mais difíceis e desafiadoras. A esperança no amor é fruto da experiência com o Ressuscitado. Nossa missão é viver todos os dias uma verdadeira pastoral do consolo e da esperança.
Conhecendo o livro dos Salmos Padre Gilson Meurer
Salmo 137 (136) – Sobre os rios da Babilônia... “Sobre os rios da Babilônia” é considerada por muitos estudiosos a obra prima da poesia hebraica, pelas suas ideias simples e maravilhosamente expressas. Até o poeta português Luis Vaz de Camões (1524-1580) dedica-lhe uma ampla reelaboração lírica: Sôbolos Rios. O salmo tornou-se quase o lamento oficial de um dos momentos mais trágicos da história de Israel antigo: a destruição de Jerusalém e o exílio na Babilônia (587 aC). De fato, ele se distingue do saltério porque, mais do que uma oração, trata-se de um lamento, de uma canção nostálgica pela perda de um grande bem: “se eu me esquecer de ti, Jerusalém, que me seque a mão direita!” (vv. 5-6).
O salmo encabeça uma coleção (Sl 138145, a terceira série “de Davi”) que aborda principalmente o tema da oração contra os inimigos, que aqui são nomeados: Babilônia e Edom (1.7.8). Esses inimigos, além da destruição, provocam os exilados a cantar “cantos de Sião” (v. 3), como em um espetáculo ou curiosidade folclorística. Mas a cítara e a boca do salmista se calam, pois não há como cantar em terra estrangeira os “cantos do Senhor” (4). Ao invés, o salmista responde com a imprecação final (8-9), que exprime a dimensão da dor que eles lhes infligem. A sua estrutura é ternária: 1-4 lamentação; 5-6 auto-maldição; 7-9 imprecação final; e uma palavra chave é “recordar’
(1.6.7). Mesmo distante, ou em ruínas, a recordação de Jerusalém deve permanecer como uma resistência à perda da própria identidade. Leia o salmo e reflita: 1) Por que esse salmo se destaca no saltério? 2) Qual evento da história de Israel exprime esse salmo? 3) Qual a palavra central do salmo?
Você também pode conferir este e todos os outros salmos no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.
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evangelização
Iniciação à Vida Cristã é o tema central da Assembleia Geral dos bispos Inicia no dia 26 de abril a 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, São Paulo. Reconhecida como urgência, a Iniciação à Vida Cristã (IVC) será o tema central. Essa preocupação da Igreja no Brasil é resposta ao contexto de mudança de época, que torna a transmissão da fé o grande desafio para a Igreja e exige um novo paradigma para a iniciação cristã. “Ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristo e convidando-as para segui-lo, ou não cumpriremos nossa missão evangelizadora” (DAp 287), reconheceram os bispos em Aparecida. A constatação é que “a identidade cristã de muitos dos católicos é fraca e vulnerável. Há uma multidão de batizados e não evangelizados” (DAp 286). O modelo catequético atual é ineficiente e não tem favorecido o encontro com Jesus Cristo. A resposta é um movimento de volta às fontes. Uma rica experiência dos primórdios da Igreja está sendo revalorizada: o catecumenato primitivo. Existe também um amplo acervo documental relativo à transmissão da fé. Nesse interim, a inspiração para o novo modelo está no Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA). Solicitação do Concílio, além de ritual, descreve o caminho mistagógico catequético a ser percorrido pelo iniciante. Espera-se que a Assembleia Geral dê indicações efetivas às dioceses no assumir a IVC. Alguns pontos
Foto: Divulgação Regional Sul 4
Padre Márcio Rosa foi um dos assessores do Conselho Regional de Pastoral, realizado em Blumenau, no mês de março
fundamentais precisarão ser garantidos, tais como: a catequese querigmática e mistagógica; a recuperação da unidade dos sacramentos da iniciação cristã, com a possível revisão da ordem dos mesmos (Batismo, Crisma, Eucaristia); o envolvimento de toda a comunidade no caminho de iniciação; o uso adequado das Sagradas Escrituras, com o método da Leitura Orante; a união entre catequese e liturgia; a formação dos catequistas e demais agentes; a atenção às diferentes situações e contextos, especialmente os adultos.
Seminário de Azambuja celebra 90 anos Neste ano, o Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes, de Azambuja, Brusque, comemora 90 anos de criação. Para celebrar a data, será lançado um devocionário na Missa de Ação de Graças, no dia 21 de abril, em Azambuja, Brusque. A obra – “Devocionário Vale das Graças” - foi compilada pelo formador do seminário, Pe. Eder Claudio Celva e tem 90 páginas. Vai ser distribuído gratuitamente aos participantes que estiverem nesta celebração. A história O Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes ou Semi-
nário Metropolitano da Arquidiocese de Florianópolis, foi criado por Dom Joaquim Domingues de Oliveira, em 11 de fevereiro de 1927. Visa o aprofundamento da vocação cristã, o discernimento da vocação presbiteral, leva em conta o ser humano e fornece educação abrangente em todos os sentidos. Segundo o autor do devocionário, seminário é uma sementeira, onde cada seminarista é formado para, como uma planta, crescer no amor. “Seminarista quer dizer semeador, aquele que vai semeando a boa semente do Evangelho nos canteiros da história, da vida, do ser, de uma comunidade, para depois
A Igreja no Brasil reconhece na Iniciação à Vida Cristã uma das chaves para a conversão pastoral e sua consequente saída missionária. Não haverá cristãos maduros na fé enquanto não se assumir um robusto processo de IVC. A Assembleia Geral aponta nessa direção. Por Pe. Márcio Martins Rosa Assessor para Animação Bíblico Catequética Diocese de Caçador – SC
estar à frente dela. Os primeiros passos acontecem no íntimo da pessoa, onde Deus trabalha amorosamente. Família e vida de comunidade ajudam muito no processo da decisão, discernimento e amadurecimento”, afirmou Pe. Eder. No início da caminhada se destaca a Pastoral Vocacional, com o Grupo de Orientação Vocacional, que conduzem para o Seminário Menor (para os que estão ainda cursando o ensino médio)
ou para o Propedêutico (para os que já terminaram o ensino médio). Desde 2014, o Seminário de Azambuja acolhe, além dos candidatos à vida presbiteral da Arquidiocese, também os seminaristas da Diocese de Tubarão. “Uma obra humana que deu certo, porque assistida pelo amor de Deus, pulsante em cada vida que, de alguma forma, deu sua contribuição à Azambuja”, lembrou Pe. Eder. Foto: Divulgação
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evangelização
Tríduo Pascal: paixão, morte e resurreição de Jesus Confira a síntese elaborada pelo Pe. Valter Goedert sobre os três principais dias da Semana Santa O Domingo de Ramos, que este ano será no dia 09 de abril, abre a Semana Santa, período em que se lembra e medita sobre a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus. Para bem viver o ápice do cristianismo, Pe. Valter Goedert elaborou uma síntese dos três principais dias deste período que se conhece por Tríduo Pascal. Quinta-feira Santa O dia da Quinta-feira Santa faz parte dos tempos litúrgicos diferenciados: com a “missa na Ceia do Senhor”, abre-se o Tríduo Pascal. No rito da Ceia, que Jesus nos mandou celebrar em sua memória, deu-nos ele seu sacrifício pascal. A Igreja repete a Ceia para perpetuar a Páscoa. Celebrar a Páscoa significa fundamentalmente celebrar o rito eucarístico. Sexta-feira Santa A Sexta-Feira Santa, que a Igreja
Caridade social
A Coleta da Solidariedade amplia o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS), o que possibilita aumentar o apoio a projetos sociais. Ela será realizada nos dias 08 e 09 de abril, Domingo de Ramos, nas paróquias e comunidades. É o gesto concreto da Campa-
celebra hoje, é uma composição de vários elementos de estilo e procedência bem diversos. A Igreja não vê esse dia como de pranto e luto, mas como de amorosa contemplação do sacrifício cruento de Jesus, fonte de nossa salvação. Ela não faz na Sexta-Feira Santa um funeral, mas celebra a morte vitoriosa do Senhor. Por isso, fala-se de paixão “beata” e “gloriosa”. O elemento fundamental e universal da liturgia desse dia é a proclamação da Palavra, dado que a Igreja, por antiquíssima tradição, não celebra hoje a Eucaristia. Compõe-se o rito de três partes: a liturgia da Palavra, a adoração da cruz e a cerimônia da comunhão. Sábado Santo Poucas celebrações litúrgicas são tão ricas de conteúdo e simbolismo
Imagem: ClipartFest
como a da Vigília Pascal. O núcleo de todo o ano litúrgico, de que nasce qualquer outra celebração, é essa vigília que culmina na oferenda do sacrifício pascal de Cristo. Nessa noite santa a Igreja celebra, do modo sacramental mais pleno, a obra da redenção e da perfeita glorificação de Deus como memória, presença e espera. A primeira parte da vigília celebra a luz do mundo que é Jesus na glória de sua res-
surreição (cf. Jo 1,9; 9,12; 12,35-36). Também nós, que participamos de seu mistério pelos sacramentos da iniciação cristã, somos, por nossa vez, “luz no Senhor” (Ef 5,8). Sequência dos ritos: a) A bênção e a procissão do Círio. b) A liturgia da Palavra. c) A liturgia batismal. d) A liturgia eucarística.
Um gesto concreto de solidariedade nha da Fraternidade e se destina integralmente ao apoio de projetos sociais na Arquidiocese e no Brasil, através dos fundos solidários. No ano de 2016, foram arrecadados pouco mais R$ 286 mil nas paróquias e comunidades da Arquidiocese, sendo que deste valor, 40% foram encaminhados para ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) e 60%, destinados ao Fundo Arquidiocesano de Solidariedade, para apoiar projetos sociais e de geração de trabalho e renda nas comunidades. Através deste recurso foram apoiados 29 projetos sociais no decorrer de 2016 e premiadas três entidades sociais, com o Prêmio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues. Números Valores referentes à coleta de 2016: R$ 171.688,23.
Valores aplicados em projetos pelo FAS: R$ 184.460,74. Despesas administrativas do FAS (Material informativo, serviço de contabilidade pessoal e acompanhamento aos projetos): R$ 42.407,55. Valores disponíveis no FAS para início de 2017 (Valores da Coleta da
Solidariedade de anos anteriores): R$ 17.634,01. Colabore com outros projetos através do depósito bancário: Banco do Brasil Agência: 3174-7 Conta Corrente: 8910-9 Foto: ASA
Oficina de Elaboração do FAS, realizada em 2016, em Campinas, São José
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evangelização Juventude é tema do Sínodo dos Bispos “Jovens precisam de acompanhamento no despertar e amadurecer da fé” Imagem: Santa Sé
Cronograma de março 01/04 | Oficina de Elaboração de Projetos Sociais do FAS | Sagrados Corações 02/04 | Procissão do Senhor dos Passos 03/04 | Encontro de Secretárias (os) | Faculdade São Luiz - Brusque 04/04 | Encontro de Secretárias (os) | Campinas - São José 07-09/04 | Retiro de Semana Santa | Divino Oleiro - Gov. Celso Ramos 08/04 | Jornada Arquidiocesana da Juventude | Palhoça 09/04 | Domingo de Ramos 13-16/04 | Retiro de Semana Santa | Shalom - Centro Evangelização Florianópolis 14/04 | Paixão de Cristo 16/04 | Páscoa 19/04 | 32ª CONESPA, Concerto Espiritual da Páscoa | Catedral 21/04 | 90 anos do Seminário de Azambuja | Azambuja 23/04 | Festa da Divina Misericórdia | Gov. Celso Ramos 25/04 | Jubileu de Prata Presbiteral do Pe. Valmir Debarbi | Itajaí 29/04 | Escola de liturgia | Barreiros 30/04 | Encontro de Canto Litúrgico Pastoral | Barreiros 30/04 | Escola Catequética | Itapema
Evangelização através da arte “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Este será o tema da próxima Assembleia do Sínodo dos Bispos (reunião de representantes do episcopado de diversas partes do mundo com o Papa para auxiliá-lo na reflexão de algum tema específico). O documento preparatório explica a escolha do tema: “a Igreja decidiu perguntar-se sobre como acompanhar os jovens para reconhecer e acolher o chamado ao amor e à vida em plenitude, e também para pedir aos próprios jovens para ajudá-la a identificar as modalidades hoje mais eficazes para anunciar a Boa-Nova”. O Papa Francisco traz os jovens no coração, e quis que eles estivessem no centro das atenções. Nesse caminho de preparação para o Sínodo, que envolve o recolhimento de dados e a elaboração de questionários, toda Igreja deve dirigir um olhar especial à realidade juvenil e à cada jovem em particular. É tempo de “colocar-se à escuta de sua voz, sua sensibilidade, de sua fé, e até mesmo de suas dúvidas e críticas”. O documento é uma espécie de bússola para ajudar na reflexão, que terá seus frutos maduros ao final do caminho sinodal.
O mundo atual, caracterizado pela constante mudança, enfrenta o drama da incerteza. Por isso, os jovens precisam de acompanhamento no despertar e amadurecer da fé, que deve ser expressa nas escolhas concretas de sua vida. Aqui, entra o necessário, o dom do discernimento para responder com generosidade ao chamado que o Senhor faz. Nosso desejo pastoral é de “encontrar, acompanhar e cuidar de cada jovem, sem exceção”. Somos chamados a caminhar com os jovens e, a exemplo de Jesus, sair, ver e chamar. Para tanto, é necessária uma adequação da linguagem eclesial e uma atenção dedicada ao percurso da fé de cada um. Neste Ano Mariano, confiemos o caminho do Sínodo à Maria, jovem de fé e de discernimento que soube acolher o projeto de Deus para sua vida. Para a pastoral: Que tal fazer chegar a carta do Papa Francisco aos jovens de sua comunidade e escutar suas impressões? Você pode encontrá-la no site do Vaticano. Por Guilherme dos Santos Seminarista do 4º ano de Teologia
Foto: Divulgação
Jovens da Enseada de Brito, Palhoça, também promovem a encenação todos os anos
No período quaresmal que a Igreja vive, muitas paróquias têm a oportunidade de acompanhar as encenações sobre a Paixão de Cristo. Isto proporciona aos elencos, em sua maioria jovem, revelar o lado artístico que muitas vezes está adormecido. Além disso, a comunidade tem a oportunidade de vivenciar pessoalmente um pouco do que Jesus fez por todos. Um exemplo é o Movimento Água Viva Jovens, da Paróquia Nossa Senhora de Loreto, localizado dentro da Base Aérea de Florianópolis. Há nove anos, mais de 40 jovens se reúnem para apresentar a encenação nos bairros Saco dos
Limões, Costeira e Carianos, localizados em Florianópolis. Em 2014, eles foram convidados para fazer também a encenação na Catedral Metropolitana, para mais de duas mil pessoas. Tradição que se mantém até hoje. Em 2017, o grupo espera o mesmo público, com objetivo de evangelizar e mostrar todo o amor de Cristo para as pessoas. Está aberto para todos os jovens que tem o interesse de participar da peça. Você pode conferir todas as encenações da Paixão de Cristo das outras paróquias e movimentos, no site da Arquidiocese de Florianópolis. Acesse: www.arquifln.org.br
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geral Imagem peregrina de Fátima emociona os devotos em Florianópolis “É uma grande graça, desperta no povo sentimentos que estavam adormecidos” Foto: Divulgação Santuário
Diversos padres da forania marcaram presença no Santuário
“Nunca tinha presenciado a imagem de Nossa Senhora tão de perto. Nas missas de que participei fiquei bastante emocionado com todas as leituras e o que falaram sobre Maria”. Estas palavras do estudante e membro do coral da paróquia - David Machado Schmidt, 11 anos, resumem a emoção que foi a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, no santuário que leva o seu nome, no Estreito, em Florianópolis. Um grupo de fiéis da paróquia foi até o Santuário de Nossa de Fátima, no Rio de Janeiro, no dia 09 de março, para buscar esta réplica da imagem original de Portugal. Assim, de 12 a 20 de março, uma extensa programação envolveu as paróquias da Forania Florianópolis-Continente. No passado, todas elas juntas constituíam uma só paróquia, a de Nossa Senhora de Fátima, no Estreito. Agora, todas estiveram de volta, durante estes dias em que a imagem permaneceu no Santuário de Fátima. “É uma grande graça, desperta no povo sentimentos que estavam adormecidos, a oração do rosário, o culto mariano”, explicou o pároco e reitor do santuário, Pe. José Artulino Besen. A participação foi contínua durante o dia e maior à noite. “A experiência foi uma bênção para mim e para o povo também. Todos esperavam a visita da imagem peregrina com muito amor e carinho. A Mãe de Jesus é tudo para nós, é nossa intercessora”, afirmou a funcionária pública aposentada da Paróquia de Capoeiras, Maria Figueiredo, 62 anos. O pároco da Paróquia Nossa Senhora da Glória,
Pe. Tarcísio Vieira, esteve com os paroquianos no Santuário, presidiu uma das missas e destacou que a devoção a Maria, especialmente Fátima, está no coração do povo. “Em um período de guerra e crise, somente compreende quem tem um coração de criança, como Nossa Senhora que apareceu aos três pastorinhos. Estamos vivendo um importante momento para toda a Igreja da Arquidiocese”, destacou Pe. Tarcísio. Para melhor viver a visita da imagem peregrina, Pe. José Besen lançou o livro - Nossa Senhora de Fátima – O meu Coração Imaculado vos conduzirá até Deus. Com 43 páginas, o livro é prático, narra a história da aparição em Portugal, apresenta os quatro mistérios do Rosário e a Oração Jubilar de Consagração, neste Ano Mariano que vive a Igreja no Brasil. “É uma visita missionária, traz um despertar religioso e mariano”, ressalta o reitor. “A visita da Mãe neste santuário representou uma fortaleza. Trouxe alegria e promoveu momentos de muita espiritualidade. Com certeza, muitas coisas boas irão acontecer daqui para a frente também, em função desta vinda. Só temos a agradecer a Deus essa oportunidade ímpar de ter essa Mãe peregrina aqui no santuário, derramando as suas bênçãos sobre a nossa comunidade”, disse o comerciante e paroquiano atuante do santuário, Jorge Luis Linhares, 60 anos.
Paulo II, Bento XVI e, neste ano, Francisco. Canonizações Para alegria de toda a Igreja, no dia 23 de março o Papa Francisco aprovou um milagre obtido pela intercessão de Jacinta e Francisco. Deste modo, falta apenas marcar a data para a canonização e serão invocados, Santa Jacinta e São Francisco. E, no mesmo dia, foi aprovado um milagre pela intercessão dos Protomártires do Brasil, vítimas dos holandeses calvinistas no Rio Grande do Norte, em 1645. Com isso, o Brasil recebe a graça de 29 Santos: André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, presbíteros, e 28 companheiros leigos. Colaboração Fernanda Cardoso Gil Catequista do Santuário de N. Sra. de Fátima Foto: Erlon Costa
Foto: Divulgação Santuário
Jovens estiveram no santuário para conhecer a imagem peregrina
Aparição No dia 13 de maio, a Igreja celebra os 100 anos das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, em Fátima, Portugal. O pequeno povoado se tornou centro internacional de devoção e peregrinação. Sua legitimidade é atestada pelas visitas dos papas Beato Paulo VI, São João
A réplica esteve oito dias na Arquidiocese