Jornal da
ARQUIDIOCESE
FLORIANÓPOLIS, nº 244
Senhor dos Passos
Procissão reúne 65 mil pessoas | 3
ABRIL DE 2018
Vocação
Quatro seminaristas serão ordenados diáconos | 4
“A PAZ
ESTEJA
”
CONVOSCO (Jo 20,19)
Amor ao próximo
Pastoral do Povo de Rua | 10
Jornal da Arquidiocese, Abril de 2018
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opinião Viu e acreditou
Cristo ressuscitou e está no meio de nós!
Dom Wilson Tadeu Jönck, scj
O Jornal da Arquidiocese (JA) deste mês traz na matéria principal, páginas 06 e 07, uma reportagem com católicos de diversos setores da sociedade, que mostram como vivem, no dia a dia, a ressureição nas profissões que exercem. Na página 03, o JA faz o balanço da 252º Procissão do Senhor dos Passos, em Florianópolis. Tradição entre os católicos do litoral, acontece sempre 15 dias antes da Páscoa. Em 2018, 65 mil fiéis participaram do cortejo pelas ruas da Capital, segundo a Polícia Militar. Neste Ano do Laicato, quatro leigos decidiram ofertar sua vida para a construção do Reino de Deus. A ordenação diaconal de Guilherme dos Santos, Paulo Sérgio Chaves, Philipe Valdenô Damazo e Sérgio Luís Pedrotti será no dia 21 de abril, na Paróquia Santa Teresinha, em Brusque. A editoria Caridade Social, na página 10, aborda o trabalho da Pastoral do Povo de Rua (PPR). Uma Pastoral que desde 2013 atua como um verdadeiro abraço de esperança àqueles que tiveram seus vínculos familiares comprometidos e hoje moram nas ruas. Na contracapa desta edição, página 12, o leitor vai conferir todas as informações sobre o II Simpósio Canônico do ISDCSC (Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina), que vai tratar de “Questões seletas de Direito Matrimonial e Penal Canônico”. Uma abençoada Páscoa para você, leitor amigo do Jornal da Arquidiocese!
A palavra transformação possibilita entender o significado da ressurreição. Na ressurreição, tudo o que está morto e estragado em nós, Deus transforma em vida. Os Evangelhos apresentam alguns passos desta transformação na vida das pessoas. As mulheres vão ao sepulcro e levam perfumes para embalsamar o corpo de Jesus. Jesus não se deixa encontrar no túmulo. Havia ressuscitado. Aprendemos que não é no túmulo que encontramos Jesus. A vida não consiste em levar perfume para embalsamar corpo em decomposição. A pedra que cobria o túmulo representa as muitas pedras que carregamos na nossa vida. Não permitem que os sonhos de vida que brotam em nós se tornem realidade. A pedra sobre nós impede de sair de nós e ir ao encontro dos outros. A pedra pode ser a preocupação com o futuro, o desejo de acumular bens materiais, o medo de se expor ao ridículo, a inseguran-
ça que não deixa que enfrentemos determinadas situações da vida. Enquanto a pedra não for retirada, sempre haverá algo apodrecendo na nossa vida. E como acontece o caminho da ressurreição? São Lucas, no seu Evangelho, diz que é necessário entrar no túmulo dos nossos medos, tristezas, das nossas sombras e trevas. Aquela sepultura onde enterramos tudo que escondemos de nós mesmos. Podemos entrar porque Jesus já rolou a pedra. Já não é um lugar de horrores. Ao contrário, quando entramos em profundidade no túmulo da nossa existência, encontramos anjos com roupas reluzentes que anunciam que Cristo não está ali, ressuscitou. Para todos é decisivo o encontro com o ressuscitado. É a partir deste encontro que aparece a transformação em nossa vida. São Pedro vai ao encontro da prisão de suas convicções e argumentos. Entra no túmulo. “Viu e acreditou”. Maria Madalena vai em busca de um
Nas redes
Nos caminhos de Francisco
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defunto e encontra Cristo ressuscitado no jardim. Tomé que estava preso às suas ideias e convicções, toca as chagas de Cristo e descobre que deve fazer da sua vida um dom. Os discípulos reconhecem Cristo na saudação “a paz esteja convosco”. Os dois de Emaús caminham com ele e o reconhecem ao partir o pão. Todos estes episódios mostram que a morte não teve a última palavra, mas a vida, o amor, a fé, a paz.
“O exercício da esmola nos ajuda a descobrir que o outro é meu irmão: o que eu tenho nunca é só meu”.
03 de março, no Twitter
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““Nós não devemos nos desencorajar quando vemos os nossos limites, os nossos pecados, as nossas fraquezas: Deus está ali, Jesus está na cruz para nos curar. Este é o amor de Deus. Olhar para o Crucifixo e dizer dentro: ‘Deus me ama’” 11 de março, no Angelus
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Viver o encontro com Jesus é abrir-se ao cotidiano alvoroço da graça”.
@pontifex_pt @franciscus
12 de março, no Twitter
“O mistério de Jesus, como vemos em cada missa, é mistério de amor humilde e se compreende somente fazendo-se pequenos”. 17 de março, no Instagram
“Enquanto nos unimos a Cristo, separando-nos de nossos egoísmos, a comunhão nos abre e une a todos aqueles que são um só nele. Eis o prodígio da comunhão: nos tornamos aquilo que recebemos”! 21 de março na Audiência Geral
Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99673-1266
Assessoria de Comunicação
O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.
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CRAI recebe 320 imigrantes no primeiro mês de funcionamento
Centro de Tratamento Recanto Silvestre comemora 18 anos de fundação
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Arquidiocese de Florianópolis acolhe novos religiosos
Padre Vitor Feller fala sobre Marcelo Câmara
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Queridos jovens, não se cansem de ser instrumentos de paz e alegria entre os seus coetâneos”! 25 de março, no Twittter
DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista e Mateus Peixer. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben
DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br
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#compartilha Procissão do Senhor dos Passos reúne 65 mil pessoas nas ruas de Florianópolis
Retalhos do Cotidiano Professor Carlos Martendal
Foto: Everton Marcelino
Vingança
A ‘vingança’ de Jesus é sempre o seu perdão, a sua ternura, a sua humildade, o seu amor, que vê o melhor que cada um de nós tem.
Humildade
Quantos, no meio dos mais simples e pobres, parecem ser grandes parecem aos próprios olhos... -, mas quando estão no meio de gente ‘grande’, fazem-se pequenos. Jesus sempre foi verdadeiro: com os fortes era forte, com os fracos se fazia fraco!
Tolice
Fiéis lotaram o entorno da Catedral
Tradição entre os católicos do litoral catarinense desde 1766, a Procissão do Senhor dos Passos celebrou, no dia 18 de março, a sua 252ª edição. Realizada anualmente, sempre 15 dias antes da Páscoa, neste ano, segundo a Polícia Militar, contou com 65 mil fiéis que participaram do cortejo pelas ruas do centro de Florianópolis. O forte calor não desanimou os milhares de fiéis que estiveram presentes na caminhada, com orações, pedidos, agradecimentos e cantorias, que expressavam a fé da multidão. As homenagens ao Senhor Jesus dos Passos iniciaram logo pela manhã, na Catedral, com a missa presidida pelo Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj. No período da tarde, o Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, falou para a multidão que se aglomerava em frente à Catedral.
História Há 252 anos, a Procissão do Senhor dos Passos ganha as ruas do centro da capital catarinense. A festividade iniciou em 1766, dois anos depois de ter atracado na Ilha do Desterro uma embarcação com destino à cidade do Rio Grande do Sul (RS) trazendo a imagem baiana de Senhor Jesus dos Passos. Por vontade divina, assim acreditaram os católicos da Ilha, por causa de tempestades, a embarcação não conseguiu ir a seu destino, e ficou aqui a escultura que rememora o sofrimento de Jesus crucificado. Tornou-se, assim, símbolo de devoção da cidade. A imagem é atribuída ao escultor baiano Francisco das Chagas. Hoje, a Procissão do Senhor dos Passos é Patrimônio Cultural Imaterial de Santa Catarina, conforme Decreto n° 2.504, de 2006, e está com um processo em andamento para que seja registrada como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Setor de Música e Canto Litúrgico promove encontro de formação Foto: Divulgação
No dia 03 de março, o Setor de Música e Canto Litúrgico promoveu o primeiro Encontro de Canto Litúrgico Pastoral deste ano. O evento ocorreu em Governador Celso Ramos e contou com aproximadamente
70 participantes de diversas foranias da Arquidiocese. Foi assessor do encontro o pároco da Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, da Ponte do Imaruim, Palhoça, Pe. Murilo Guesser. O tema central foi o Ciclo da Páscoa, que contempla os tempos da Quaresma, Semana Santa, Tríduo Pascal e Páscoa. O dia se dividiu entre estudo litúrgico de documentos e orientações da Igreja e ensaios de cantos. O próximo encontro de Canto Litúrgico Pastoral será no dia 09 de junho e terá como o tema o Tempo Comum.
Tolice querer ser o que não se é, tolice ser ora cara, ora coroa. Não somos moeda de troca que o maligno, jogando, declara: “cara, ganho eu; coroa, perdes tu”!
Vida
O que de fato nos dá vida, nos faz viver bem, em paz? Amontoar para nós ou distribuir para os irmãos, ter tempo para nós ou entregar o tempo para eles, fugir ou ir ao encontro? Lembremo-nos, pelo menos vez por outra, do que Jesus diz no Evangelho de Mateus 25,31-46. São palavras de vida ou morte eterna, recompensa ou castigo pela vida que levamos, que guardamos ou oferecemos.
Amor
O amor quer ter pressa, mas também sabe esperar!
ALESC realiza Sessão Especial sobre a CF 2018 Foto: Franklin Machado / CNBB Regional Sul 4
Fiéis marcaram presença no plenário da Assembleia Legislativa do Estado
No dia 05 de março, no plenário Deputado Osni Régis, da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), em Florianópolis, ocorreu a Sessão Especial sobre a Campanha da Fraternidade 2018 (CF). A solenidade foi uma proposição do deputado estadual padre Pedro Baldissera (PT-SC), e contou com a presença dos bispos do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padres, religiosos, seminaristas e leigos vindos
de todo estado. Na ocasião foram homenageadas entidades que colaboram com a superação da violência, entre elas, o Regional Sul 4, as dez dioceses catarinenses, pastorais e movimentos sociais. A Comissão Parlamentar de Segurança Pública e a CNBB promovem uma audiência pública, a realizar-se no dia 8 de maio, também na ALESC, para discutir a violência e os caminhos para a superação.
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#compartilha
Quatro seminaristas serão ordenados diáconos neste mês Neste Ano do Laicato, quatro leigos decidiram ofertar sua vida para a construção do Reino de Deus. A Arquidiocese de Florianópolis anuncia com grande alegria a ordenação diaconal dos seminaristas Guilherme dos Santos, Paulo Sérgio Chaves, Philipe Valdenô Damazo e Sérgio Luís Pedrotti. A Missa será presidida pelo Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, no dia 21 de abril, às 09h30, na Paróquia Santa Teresinha, em Brusque. “O importante ao discernir um chamado, uma vocação, é saber qual é o nosso ideal como cristãos. Esse ideal é o próprio Deus, isto é, buscar o Senhor diariamente. Assim, junto do Senhor, quando chegar a hora, ele falará ao nosso coração o que quer especificamente de nós e, a partir disso, não tenhamos medo de dizer sim a ele”. Paulo, 36 anos, entrou no seminário em 2010
Apostolado da Oração promove retiro espiritual no CEAR De 20 a 22 de abril, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos, ocorre o retiro espiritual arquidiocesano do Apostolado da Oração (AO). Sendo o Ano do Laicato e com o movimento em processo de recriação, o retiro tem como tema “Um caminho com Jesus em disponibilidade apostólica” e o lema “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14). Com investimento de R$ 230, será assessorado pelo diretor espiritual arquidiocesano do AO, Pe. Otmar Schwengeber, sj. Tem início às 18h da sexta-feira, dia 20, e encerra com o almoço no domingo, 22. As inscrições podem ser feitas com a coordenação arquidiocesana: Tânia Zimermann Meurer (48) 99912 5870 ou Nelson Regi (47) 99639-8808.
“O importante é estar atento ao caminho que construímos junto com Deus, ao longo da vida. É buscar responder, através de uma experiência profunda de encontro diário com o Senhor Jesus, àquele chamado, àquela vocação específica na qual podemos melhor colaborar com a missão de Deus. É cooperarmos com sua graça naquelas realidades para as quais o Senhor nos envia, no meio do povo”. Sérgio, 46 anos, entrou no seminário em 1984
Alegria em comunidade: VI Festival da Família será em maio Foto: Mateus Peixer
A chuva não desanimou as famílias no evento em 2017
Vem aí a sexta edição do Festival da Família, que acontecerá no domingo, 06 de maio, na Beira Mar de São José, das 09h às 18h. O encontro, promovido pela Comissão Arquidiocesana para a Vida e Família (CAVF), tem o objetivo de celebrar o Dia Internacional das Famílias. Com uma programação recheada de atrações, o festival tem seu ápice na missa das 10h, seguido de um piquenique às 12h. Os alimentos serão vendidos por food truck’s. À tarde, a partir das 12h30, começam as apresentações musicais, atividades recreativas para crianças e barracas com atividades dos grupos do Setor Vida e Família da Arquidiocese.
“O despertar e o perseverar de uma vocação é envolvido por dois olhares: o de Jesus, que nos olha com amor, seduz-nos e nos convida a segui-lo, e o olhar do povo que espera desejoso por pastores e desperta o zelo de doar a vida. Daí brota uma resposta generosa, expressa na vida entregue através do ministério ordenado”. Guilherme, 24 anos, entrou no seminário em 2009 “Sou muito feliz e realizado na vocação à qual Deus me chamou. Convido os jovens para dar o seu sim, simples e generoso, para o chamado que Deus sempre faz”. Philipe, 32 anos , entrou no seminário em 2010
Arquidiocese e FACASC organizam Encontro com Vereadores “Ide também para a política e lutai pela justiça e pela dignidade humana, sobretudo dos mais pobres!” – Papa Francisco A Arquidiocese de Florianópolis, em parceria com a Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), promove no dia 26 de abril, em Florianópolis, o Encontro de Vereadores dos 30 municípios da jurisdição arquidiocesana. O evento ocorre das 15h até às 18h, na FACASC, e tem como objetivo refletir sobre os valores cristãos na política e na superação da violência. Cuidada com a Casa Comum Esta não é a primeira vez que a Arquidiocese e a FACASC promovem um encontro com autoridades políticas. No ano de 2017, a parceria entre as duas instituições resultou em um encontro de prefeitos, vice -prefeitos e presidentes das Câmaras Municipais da área da Arquidiocese. Naquela ocasião foram abordados os valores humanos e cristãos no cuidado e na gestão dos municípios, a casa comum dos cidadãos.
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nossa fé
O mundo globalizado
Igreja e a defesa dos Direitos Humanos
Padre Vitor Galdino Feller
Fernando Anísio Batista
O mundo de hoje não é mais o mundo de cem ou cinquenta anos atrás. “Vivemos num mundo definitivamente globalizado” (n. 66), adverte o documento 105 da CNBB, sobre o ser e a ação dos cristãos leigos. É um mundo marcado por muitas mudanças, cuja característica principal é o acento dado ao mercado, à produção, comércio e consumo dos bens (n. 68). Em vez de uma atitude condenatória, medrosa ou insegura diante do mundo, “o cristão leigo, como sujeito no mundo, é chamado a agir de forma consciente, responsável, autônoma e livre” (n. 66). Centralidade no mercado No mundo globalizado tudo gira ao redor do mercado. Uma nova religião, voltada para o deus Mamon (o Dinheiro), que é sustentada por um sistema tecnológico, informacional, jurídico, financeiro, sociocultural, socioespacial (n. 68 a-f), muito
bem montado sobre a lógica individualista da alienação, da acomodação e da indiferença (n.71). Esta religião se expande por todo o mundo e subjuga as pessoas à sua lógica de exclusão. Fala-se de globalização da indiferença, em contraste com a sonhada globalização da solidariedade.
bem-estar com o menor esforço, a lógica individualista produz satisfação individual e indiferença pelo outro, inclusão de alguns cada vez mais ricos e exclusão de maiorias cada vez mais marginalizadas.
Mundo de constrastes
Esse regime socioeconômico encontrou sua lógica no desejo humano de consumir. Todas as propagandas do mercado trabalham para que simples desejos se tornem necessidades. Aí, as pessoas se veem quase que obrigadas a comprar. “A alma do mercado entra na alma humana” (n. 72) e faz que cada ser humano se torne adorador, servidor e propagador do deus Dinheiro. “Esse é o ápice do processo da globalização econômica: o consumo se torna o modo de vida comum cada vez mais universalizado” (n. 72).
De um lado, esses sistemas, com suas tecnologias avançadas, “revelam a grandeza criadora do ser humano e as possibilidades reais de uma sociedade de vida mais plena” (n. 69). Por outro lado, na realidade, produzem um “bem-estar ilusório, que excita as satisfações humanas e faz com que as pessoas se iludam com as felicidades momentâneas” (n.69). Com isso, geram “déficits em relação aos direitos comuns das pessoas e dos povos” (n. 70). Na busca de maior Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br
A lógica do desejo
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Um tema controverso hoje em sua criatura. na sociedade se relaciona A defesa da vida passa aos direitos humanos. Há uma pela defesa dos direitos hudistorção, por vezes proposi- manos, não há como dissotal, de sua definição e finali- ciá-las. A Igreja é defensora dade. Erroneamente, muitos da vida, desde o momento da cristãos e católicos partici- sua concepção até ao seu fim pam de críticas infundadas ao natural. Sendo que neste inque deveria ser um consenso tervalo (concepção e morte), dentre os que bustoda pessoa deve cam a dignidater sua dignidade de pertencente a garantida, ao poncada ser humano, “Pedra miliária to que possa respois todos são fiplandecer a sua no caminho lhos de Deus. imagem e semedo progresso O Papa São lhança com Deus moral da João Paulo II de(Gn 1,26). finiu os direitos Para a Igreja, o humanidade” humanos como a tema dos direitos “pedra miliária no é também assuncaminho do proto dos deveres do gresso moral da humanida- ser humano, conforme afirma de”. A Igreja entrevê em tais São João XXIII: “os que reidireitos a extraordinária oca- vindicam os próprios direitos, sião que nosso tempo ofere- mas se esquecem por comce para que, mediante o seu pleto de seus deveres ou lhes afirmar, a dignidade humana dão menor atenção, assemeseja mais eficazmente reco- lham-se a quem constrói um nhecida e promovida univer- edifício com uma das mãos salmente como característica e, com a outra, o destrói” (Paimpressa pelo Deus criador cem in terris, 30).
A RESSUREIÇÃO QUE GERA PAZ Foto: Mateus Peixer
Foto: Arquivo pessoal
Padre Vitor Feller
Priscila Nicolazi
“E erguendo os olhos, viram que a pedra já fora removida. Ora, a pedra era muito grande. Tendo entrado no túmulo, elas viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram cheias de espanto. Ele, porém, lhes disse: ‘Não vos espanteis! Procurais Jesus de Nazaré, o Crucificado. Ressuscitou, não está aqui’” (Mc 16,3-6). Este trecho do Evangelho da Vigília Pascal, a mãe de todas as vigílias, é bastante claro: Cristo Ressuscitou! Sim, verdadeiramente ressuscitou! O Vigário Geral, Pe. Vitor Feller, recordando a verdade central da fé – Cristo morreu e ressuscitou – afirma que os cristãos, também, fazem este caminho. “Como Cristo fez a sua Páscoa (=passagem) da morte para a vida, nós também, cada um em seu momento, faremos nossa Páscoa definitiva. Até lá, somos convidados, a todo instante, a passar do pecado para a graça, da morte para a vida. São as ressurreições de cada dia que nos preparam para a última e definitiva ressurreição”, acrescentou Pe. Vitor. A ressurreição gera esperança, alegria e paz, porque significa vida. E a paz começa no mais íntimo de cada ser humano, no seu coração. “Guarda o teu coração acima de tudo, porque dele provém a vida” (Prov. 4,23). As ressurreições diárias, citadas pelo Vigário Geral, são de dentro para fora. É um exercício diário e interior. Neste artigo, “Do lado de dentro”, a psicóloga clínica, Priscila Nicolazi, explica que “a morada mais íntima da vida humana está do lado de dentro”. Do lado de dentro de Cristo Ressuscitado, precisamente do seu lado esquerdo, há mais de dois mil anos jorrou sangue e água, para hoje jorrar amor e misericórdia em abundância para o mundo.
Do lado de dentro No mundo moderno é comum encontrar o ser humano sem esperança, com a mente inquieta e sem paz interior. Como o ser humano se relaciona consigo mesmo, com o mundo, com as pessoas, propõe novas aprendizagens capazes de gerar novas expressões, ardor e coragem, assim como dor, sofrimento e angústia. A vida humana passa por conflitos familiares, conflitos nas relações, perdas e luto, violência humana, guerras entre os povos, dependência química, fome do pão físico, humano e espiritual, entre tantas outras situações que tiram a paz do coração. Nem sempre é fácil dar um novo sentido, começar e se abrir para a reconciliação interior e com a vida, assim como uma árvore frondosa que nasce, cresce, reproduz e morre. “Hoje semeia-se, muitos dias depois a semente germina; e, passados muitos meses, faz-se a colheita. Não existem saltos, mas sim passos” (Frei Ignácio Larranaga) Esse semear pode ser comparado ao diálogo entre a videira e o ramo, buscando as habilidades da escuta e da fala interior, desbravando novas descobertas sobre o anúncio da vida para viver! A morada mais íntima da vida humana está do lado de dentro. Como seivas vivas fertilizando o amor, fortalecendo a comunhão, motivando o sentido de viver e caminhando para uma vida mais harmoniosa. A intimidade humana é como um recinto sagrado, que nasce (despertando) de dentro para fora e morre de fora para dentro. Onde se encontra a esperança e a paz, ali se encontra o amor grato pela vida. A gratidão é uma semente silenciosa num solo adubado pela esperança e florida pela paz gerando vida. Por Priscila Nicolazi Psicóloga clínica especialista na abordagem na pessoa e na dependência química e outras adicções
A ressurreição no cotidiano da profissão Assim, dia a dia, cada pessoa desenvolve como pode para colher esta paz interior que gera ressurreição. O Jornal da Arquidiocese quis saber de alguns leitores, de diferentes cidades, como vivem cotidianamente a ressurreição nas profissões que exercem.
- Zulmira Aparecida Alves - 59 anos - Auxiliar de limpeza - Nova Trento
“Nesse período da Páscoa vivo na tranquilidade, na paz. Sempre com Deus nesse tempo de reflexão sobre a Ressurreição de Cristo. Aqui no Santuário Santa Paulina busco manter a calma, silêncio e colaborar com minhas parceiras de trabalho, que há muito tempo estamos juntas. Nossa convivência é ótima! Na minha família procuramos sempre nos redimir e pedir perdão pelos nossos erros e cada um faz seu momento de reflexão”.
- Carlos André da Silva - 50 anos - Motorista - São José
“Para nós cristãos, acreditar na ressurreição é uma condição de existência: acreditamos que Jesus vive e é nosso único mediador. Sou motorista, e minha profissão exige muita paciência e atenção. Vivemos em um trânsito muito conturbado, vivo a ressureição sendo gentil com todos, respeitando as leis de trânsito e promovendo a paz”.
- Divo Antonio dos Santos - 72 anos - Ginecologista - Governador Celso Ramos
“Atuando como médico desde 1976 e com especialidade em ginecologia e obstetrícia, exerci a profissão até 2012, e continuo esporadicamente nos dias atuais. A atividade médica sempre esteve sobre olhar de Deus e de Maria, principalmente em momentos difíceis, de situações graves que exigiam uma postura imediata. Tinha consciência de que eu era apenas um instrumento nas mãos de Deus. Vivi uma fase dos primeiros anos de trabalho com uma preocupação apenas médica, diria técnica, na medicina. Em 1991 tive o meu primeiro contato com o movimento da Igreja Católica denominado de Focolares. A partir deste fato, conheci o significado de ser sinal de ressurreição e comecei a ter um olhar diferenciado dos meus pacientes. Aos poucos me libertava dos cifrões, para dar lugar à importância da pessoa humana, já não me considerava o doutor, mas sentava na cadeira do paciente e procurava entendê-lo. Não permanecendo somente no aspecto físico da doença, mas em uma compreensão holística do seu problema conseguia dialogar sobre a importância e o significado de Deus em nossas vidas. Destaco ainda a importância dos relacionamentos, principalmente quando vamos ao encontro da dor do outro e assumimos como nossa, despertamos nele a esperança e a credibilidade no seu processo de cura”.
- Vilmar Dal Bó - 35 anos - Professor - Florianópolis
“Experimento a ressurreição pelos caminhos do diálogo, da reciprocidade e da unidade. Em uma sociedade marcada pela divisão e pela intolerância (religiosa, política, cultural), acredito que ressuscitar é superar os conflitos. Ressuscitamos a cada dia quando superamos os nossos próprios limites e respeitamos os limites dos outros. Ressuscitar na sala de aula é respeitar os limites e potencializar superações”.
- Geni Corrêa - 37 anos - Serviços gerais - São José
“Eu vivo a ressurreição com pequenos gestos de carinho, de reconhecimento. Quando passo por alguma tribulação, sempre tem alguém para amparar e acolher. Os amigos que tenho me proporcionam momentos de ressurreição, a começar pelas pequenas coisas. Meu local de trabalho é via de ressurreição, também por ser dentro da Igreja, um local abençoado e agradável”.
- Raphael de Souza - 34 anos - Policial militar - Palhoça
“Neste tempo de Quaresma é necessário nos voltarmos para mais perto de Jesus, para que possamos, junto dele, ressuscitar no domingo de Páscoa. Mesmo com a violência que temos hoje podemos ter a experiência da ressurreição, todos os dias. No serviço policial, nem sempre é fácil, uma vez que lida quase sempre com problemas, violências mundanas que costumam levar para longe de Deus. Porém, algumas vezes há a possibilidade durante os atendimentos de ocorrência, de levar a ressurreição para aqueles que necessitam, através de palavras de apoio, ajudando em determinadas situações, ou seja, sendo um verdadeiro cristão. Para o policial, assim como todos os cristãos, há a necessidade de estar intimamente ligado com o Senhor, para conseguir alcançar a paz e vivenciar a cada dia a ressurreição de Deus em seu coração. Em toda a vida de cristão, só tem sentido quando seguimos os passos de Jesus Ressuscitado, e isso deve transparecer em nosso dia a dia. Mesmo em situações de adversidades, as pessoas que conversam o policial devem ver nele um cristão. E para isso, ele deve ter uma vida de oração, adoração e entrega à obra de Jesus. E, nesta vida de entrega a Cristo, possamos ressuscitar com ele a cada dia. Vivendo a verdadeira paz que vem de Deus”.
- Tiago Hillesheim - 26 anos - Pedreiro - São Pedro de Alcântara
“Na minha profissão aparece muita gente desempregada querendo trabalhar, outros apresentam algum tipo de adicção, como álcool, por exemplo. Então dou uma oportunidade de emprego e acolho estas pessoas. E isto gera ressurreição na vida delas, porque para muitas, mesmo que o trabalho seja somente por uma ou duas semanas, é um dinheiro que elas vão ter para comprar comida para suas famílias. Deus dá o dom da profissão. Por isso, capricho e tento fazer o máximo possível para que as pessoas fiquem satisfeitas com o meu serviço. Afinal, um simples elogio ao final é sinônimo de missão cumprida e isto gera ressurreição”.
Jornal da Arquidiocese, Abril de 2018
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bíblia
A Ressurreição do Senhor
Lectio Divina Padre Wellington Cristiano da Silva
Lectio (leitura) “Mas Tomé disse-lhes: ‘Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei’” (Jo 20,25).
Meditatio (meditação)
A Páscoa é o aniversário do triunfo de Cristo. É a feliz conclusão do drama da Paixão e a alegria imensa depois da dor. E dor e alegria que se fundem, pois se referem na história ao acontecimento mais importante da humanidade: a redenção e libertação do pecado da humanidade pelo Filho de Deus. São Paulo nos diz: “Aquele que ressuscitou Jesus Cristo devolverá a vida a nossos corpos mortais”. Cristo, ao celebrar a Páscoa na Ceia, deu à comemoração tradicional da libertação do povo judeu um sentido novo e muito mais amplo. Não é um povo, uma nação isolada que Ele liberta, mas o mundo inteiro, a quem prepara para o Reino dos Céus. A Páscoa cristã - cheia de profunda simbologia - celebra a proteção que Cristo não cessou nem cessará de dispensar à Igreja até que Ele abra as portas da Jerusalém celestial. A festa da Páscoa é, antes de tudo, a representação do acontecimento chave da humanidade, a Ressurreição de Jesus depois de sua morte consentida por Ele para o resgate e a reabilitação do homem caído. Este acontecimento é um dado histórico inegável. Além de que todos os evangelistas fizeram referência.
Este é o dia da esperança universal, o dia em que em torno ao ressuscitado, unem-se e se associam todos os sofrimentos humanos, as desilusões, as humilhações, as cruzes, a dignidade humana violada, a vida humana desrespeitada. A Ressurreição nos revela a nossa vocação cristã e nossa missão: aproximá-la a todos os homens. O homem não pode perder jamais a esperança na vitória do bem sobre o mal. Creio na ressurreição, em minha vocação e missão cristã, creio na ressurreição futura. A mensagem redentora da Páscoa não é outra coisa que a purificação total do homem, a libertação de seus egoísmos, de sua sensualidade, de seus complexos, purificação que, ainda que implique em uma fase de limpeza e saneamento interior, contudo se realiza de maneira positiva com dons de plenitude, com a iluminação do Espírito, a revitalização do ser por uma vida nova, que transborda alegria e paz - soma de todos os bens messiânicos-, em uma palavra, a presença do Senhor ressuscitado. Por Pe. Valter Mauricio Goedert Professor da Faculdade Católica de Santa Catarina
Na primeira aparição do Ressuscitado aos seus discípulos, Tomé não estava presente. O testemunho de seus companheiros não é ainda capaz de convencê-lo que o Senhor venceu a morte. Tomé precisará fazer a experiência do toque da fé para reconhecer que o Crucificado está vivo e atuante na comunidade de discípulos. Estar em comunhão com os irmãos de caminhada será fundamental para o seu despertar na fé. A comunidade é o lugar em que recebemos, professamos e alimentamos a nossa fé. As dúvidas e os questionamentos de Tomé representam também nossas interrogações. Temos dificuldades de crer. Assim como Tomé, vamos crescendo na fé, dando um passo após o outro, a ponto de professarmos: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20,28). Neste peregrinar na fé, o Senhor se manifesta a nós e revela o seu amor.
Oratio (oração) Senhor, eu creio, mas aumentai a minha fé!
Contemplatio (contemplação) No sinal das chagas de Jesus
contemplamos a profundidade do amor de Deus. Com os olhos da fé, façamos a experiência da bem-aventurança: “Bem-aventurados os que creram sem terem visto” (Jo 20,29)!
Missio (missão) É preciso estar na comunidade para reconhecer a presença do Ressuscitado. Fora da comunhão eclesial, somos cegos à manifestação de Deus. Crer nas testemunhas de Jesus é professar a fé no Cristo vivo que presente está em nosso meio. Vencendo nossas incredulidades, estaremos dispostos a viver a fé que recebemos como dom. Nossa missão consiste em transmitir a fé recebida na comunidade. A fé nos aproximará de Deus e nos impulsionará a tocar e curar as chagas de tantos irmãos e irmãs feridos pelo caminho.
Conhecendo o livro dos Salmos Padre Gilson Meurer
Salmo 148: “Louvor cósmico” O Salmo 148 é um hino de louvor, mas, diferentemente do Salmo 136 que multiplica os motivos, esse salmo multiplica os convidados. A sua estrutura é repartida em duas partes que se repetem: A: convite ao louvor (vv. 1-4); B: louvem o nome do Senhor (v. 5); C: porque... (v. 5-6); A’: convite ao louvor (vv. 7-12); B’: louvem o nome do Senhor (v. 13); C’: porque... (v. 1314); Cada parte corresponde ao lugar de origem dos seres: “Desde o céu... nas alturas”: anjos, exércitos (a coorte celeste), sol e lua, estrelas, céu dos céus, águas do alto céu (vv. 1-6). “Desde a terra... abismos”: monstros ma-
rinhos / raios, granizo, neve e bruma, vento, / montes, colinas, / árvores frutíferas, cedros, / feras e animais domésticos, répteis, aves, / reis, povos, príncipes, chefes, jovens, donzelas, velhos, crianças (vv. 7-14). O coro celeste (7 seres, e 7 convites “louvai-o”) aparece hierarquizado, enquanto o coro terrestre (22 seres, número de letras do alfabeto hebraico) aparece em crescimento (seres humanos são maioria). O salmo exprime na sua forma toda a harmonia do universo. Para o salmista, tudo o que está no céu e na terra, isto é, todo o universo, é obra de Deus e chamado a exaltá-lo, pois seu “nome é sublime” e Ele está acima de toda criatura (vv. 5-6.13-14). No Novo Testamento, S. Paulo exprime
esse louvor ao nome de Cristo: “Por isso Deus soberanamente o elevou e lhe conferiu o nome que está acima de todo nome, a fim de que ao nome de Jesus todo joelho se dobre – nos céus, na terra e no abismo – e toda língua proclame, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor” (Fl 2,9-11). Leia o salmo e reflita: 1) O que o salmista exprime convidando todos os seres ao louvor? 2) Quão próximos estão esse salmo e Dn 3,51-90?
Você também pode conferir este e todos os outros salmos no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.
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Jornal da Arquidiocese, Abril de 2018
evangelização
CasaLar Emaús: 25 anos de fé e ação safios. Assim, o propósito das ações pode atuar como um indutor de realização em diversos campos da vida e da carreira. Neste sentido, os Caçadores de Bons Exemplos buscaram mudar o olhar, inspirar, conectar e valorizar pessoas. Há mais de sete anos, um casal de Divinópolis, no Centro-Oeste do estado de Minas Gerais, resolveu abrir mão da vida cômoda na cidade para poder viajar pelo mundo em busca boas histórias e bons exemplos. “Chega de notícias ruins”, foi assim que pensaram Iara e Eduardo Xavier. Durante quatro anos percorreram todos os estados do Brasil, em 225.806 km, com mais de 1.160 projetos catalogados, que impactam positivamente suas comunidades. Ao colecionar histórias emocionantes e ideias inspiradoras, continuam na estrada moImagem: CasaLar Emaús
Uma vida com propósitos e consciência do porquê fazemos o que fazemos traz melhores experiências em seus diferentes ciclos e de-
tivados pelo desejo e o propósito de descobrir uma sociedade mais humana e ativa, na construção de um mundo melhor para se viver. Em comemoração aos 25 anos da Casa Lar Emaús, uma instituição de acolhimento de meninos localizada no bairro Santa Mônica, em Florianópolis, promove-se uma noite beneficente de crescimento e troca de experiências. Venha repensar seus propósitos de vida, ao conhecer de perto os três palestrantes: Alexandre Espíndola e o casal Iara e Eduardo Xavier - os Caçadores de Bons Exemplos. O evento é beneficente, com renda revertida para a manutenção da CasaLar Emaús. Serviço O quê: Palestra “Por que fazemos o que fazemos”, com os Caçadores de Bons Exemplos Iara e Eduardo Xavier e Alexandre Espíndola Data: 25 de abril Local: Teatro Pedro Ivo Horário: 19h30 (abertura do teatro às 19h) Ingressos: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia -entrada). À venda nas bilheterias dos teatros Pedro Ivo, Centro Integrado de Cultura (CIC), Teatro Álvaro de Carvalho (TAC) e pela Blueticket * Assentos não numerados.
“Ministro da Comunhão”: o guardião do projeto vocacional na comunidade Foto: Canção Nova
No início deste ano, as dioceses dos três estados do sul do Brasil começaram a ação evangelizadora “Cada Comunidade Uma Nova Vo-
cação (CCUNV)”, que engloba algumas iniciativas simples, porém profundas. Uma delas é o compromisso de cada comunidade rezar uma
dezena do terço antes de cada um dos encontros e celebrações, nas intenções das vocações sacerdotais religiosas. “A messe é grande, mas os operários são poucos” (Mt 9,38). Dentro deste projeto, um grupo de lideranças vai ter uma missão importante. Os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão estão presentes em todas as partes da Arquidiocese. Eles são chamados a serem os guardiões da CCUNV. Muitos deles, além das visitas aos doentes para a distribuição da Eucaristia, também dirigem os cultos dominicais e outros momentos de oração nas comunidades. “Os ministros precisam se imbuírem de espírito de muito zelo e
oração para as vocações religiosas, e devem recordar às comunidades este compromisso que temos de rezar pela vocações”, ressalta o coordenador da Pastoral Vocacional, Pe. Vânio da Silva. A Pastoral Vocacional Arquidiocesana promoverá a Hora Santa Vocacional com os ministros. Será uma grande vigília pelas vocações, que vai ocorrer no dia 19, simultaneamente em cada uma das 13 foranias.
Informe-se na sua paróquia sobre o local dessa vigília.
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evangelização
Infância e Adolescência Missionária completa 25 anos na Arquidiocese Em 1992, Padre Paulo de Coppi iniciou essa obra Foto: Arquivo IAM
Muitas crianças participaram da IAM
No ano de 1992, durante sua missão na Arquidiocese de Florianópolis, Pe. Paulo de Coppi percebeu o grande número de crianças e adolescentes que havia na região. Sem demorar muito, ele começou a conversar com as pessoas para implementar a Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária (IAM). O padre encontrou nas crianças
Caridade Social
uma grande sede de conhecer Jesus e se viu na obrigação de preparar os assessores que conduziriam os futuros grupos da IAM. Então, em 1993, deu-se início ao grupo em Paulo Lopes. Logo depois, foi criado o grupo do Aririú, em Palhoça. A cozinheira, Maria Aparecida Campos, 53, foi assessora do grupo do Aririú desde o começo. Ela conta que
te que participa de um grupo tem um diferencial. Torna-se exemplo de amor e responsabilidade para as outras. Além disso, ela consegue com mais facilidade evangelizar os amiguinhos”, ressalta a professora aposentada. Para fazer parte da Infância e Adolescência Missionária, basta entrar em contato com a coordenação: (48) 99621-3770. Foto: Arquivo IAM
Mini Congresso e Caminhada Vocacional em 1997
Pastoral do Povo de Rua: um abraço de esperança Foto: Pastoral do Povo de Rua
Alguns agentes de pastoral da Arquidiocese reunidos
Desde o ano de 2013, a Arquidiocese de Florianópolis, através da Pastoral do Povo de Rua, desenvolve um trabalho voltado aos moradores de rua em diversas cidades de Santa Catarina. Ela tem atuado como um verdadeiro abraço de esperança àqueles que tiveram seus vínculos familiares comprometidos. Para a pedagoga Evania Cunha de Medeiros, de Biguaçu, coordenadora
conheceu a IAM através do então seminarista Alcides Albony Amaral, hoje padre e pároco da Paróquia de Santo Antônio, no bairro Campinas, em São José. “Na Infância Missionária, a gente se coloca de prontidão, não só no sentido de missão, mas também estar presente dentro da igreja, colocando-se à frente e assumindo responsabilidades”, explica Maria. Já são quase 25 anos que a obra prepara as crianças e adolescentes da Arquidiocese para serem apóstolos de Jesus, orientando na vocação e na escolha da profissão. Umas das orientadoras do IAM é a professora aposentada Marlene dos Anjos Tourinho, 56. Em 2014, ela estava prestes a se aposentar, quando uma colega de profissão a convidou para participar de uma formação da Infância Missionária. Marlene afirma que a IAM é fundamental para as crianças dentro e fora da Igreja. “Toda criança ou adolescen-
arquidiocesana, o trabalho da pastoral a alegra muito. Era um desejo que tinha de trabalhar com o povo da rua. As palavras do Papa Francisco confirmam que ela está no caminho certo, quando fala da Igreja em saída, que sai em busca de quem ficou pelo caminho. “Ali acolhemos, rezamos juntos e fazemos amigos”, afirma. “Somos evangelizados a cada en-
contro com o Cristo no rosto nos pobres. Eles nos ensinam a partilha fraterna e a simplicidade da vida”, comenta Caê Martins, vereador de São José, que há oito meses promove a Pastoral de Rua aos domingos à noite, na Paróquia do Centro Histórico de São José. Ele diz que ir ao encontro das pessoas em situação de rua foi a forma que encontrou de cultivar relações e buscar transformar suas vidas. Marcelo Alexandre da Gama, 41 anos, natural de Florianópolis, separado, pai de dois filhos, há dez anos vive nas ruas da capital. Conta que por causa das drogas foi parar nas ruas. Relata que o trabalho dessa pastoral é muito importante. “É um socorro diante das necessidades que passo”, diz. De acordo com Martins, o desafio é “transpor a realidade, mostrar para a sociedade que somos co-responsáveis
pela realidade da vida, não julgar e acolher”. Saiba mais e seja um voluntário da Pastoral de Rua! Envie e-mail para: evaniacunha@yahoo.com.br Por José Allison Santos Assessor de Comunicação da ASA Foto: Pastoral do Povo de Rua
Preparação das marmitas
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evangelização Centro Educacional Marista São José promove Celebração de Páscoa Educandos foram sensibilizados pela vivência da semana pascal Foto: Marista São José
Cronograma de abril 07/04 | Reunião Arq. Agentes Paroquiais da Pastoral Familiar | Tijucas 12/04 | Seminário Projeto Rios | Par. São Luiz Gonzaga - Brusque 14/04 | Reunião do COMIDI | Tijucas 14/04 | Pastoral da Pessoa Idosa – Form. Facilitadores / Capacitadores | Biguaçu 14/04 | Reunião Arq. Coord. de Forania do GBF e Eq. de Redação | Biguaçu 19/04 | Hora Santa Vocacional com MESCE | Foranias 20 a 22/04 | Apostolado da Oração – Retiro Arquidiocesano | Gov. Celso Ramos 21 e 22/04 | PJ – Acampamento Arquidiocesano | Sítio Beija Flor 21 e 22|04 | Encontro Projeto de Vida | Seminário Propedêutico 21/04 | Ordenações Diaconais | Brusque 26/04 | Encontro Arquidiocesano com Vereadores | FACASC 28/04 | 46ª Assembleia da ASA | Biguaçu 28/04 | Encontrão da Pastoral da Saúde | Aririú - Palhoça 29/04 | Escola de Formação Catequética para Multiplicadores – ECAM | Itapema
Pastoral da Juventude organiza acampamento arquidiocesano Crianças do Marista ajudaram a produzir bolachas
O Centro Educacional Marista São José, por meio do núcleo de pastoral, realizou na última semana do mês de março, formações, intervenções e gestos concretos, com todos os alunos e educadores da escola. O assunto abordado foi a Páscoa, com explicações sobre a história e o significado, além de uma partilha com a comunidade educativa. Durante a semana, os educandos foram sensibilizados pela vivência da semana pascal, tendo participado de vivências e rodas de conversa sobre a temática. Nas reflexões as turmas do Centro Educacional Marista produziram bolachas em formato de coração, que após serem enfeitadas, empacotadas e colocadas junto a uma mensagem, foram distribuídas por todo o território escolar pelos próprios educandos. Tal vivência tenta fazer memória da última ceia, onde Jesus Cristo partilha com os discípulos o pão. A bolacha para os educandos simbolizava esse pão da vida, da par-
tilha e da conexão com a comunidade. O encerramento das ações de Páscoa foi realizado no dia 24 de março com atividades voltadas para os colaboradores da unidade. A vivência tinha como objetivo relembrar a semana pascal através de um itinerário da Semana Santa. O dia se iniciou com uma animada acolhida feita pelos pastoralistas da unidade, recordando o Domingo de Ramos, e seguiu com a mística do Lava-pés, relembrando um dos últimos gestos de Jesus. Os próprios colaboradores lavaram os pés uns dos outros em sinal de serviço apostólico, amor ao próximo e caridade. Após o lava-pés, foram convidados às visitas às casas em que moram as crianças e adolescentes atendidas pelo Marista. Por fim, ao retornar a unidade, se fez uma grande partilha e uma reflexão sobre a ressurreição, o renascer de todo dia, junto ao tema da Campanha da Fraternidade 2018: “Vós sois todos irmãos”.
Imagem: Pastoral da Juventude
Para buscar maior integração entre os participantes da Pastoral da Juventude (PJ) da Arquidiocese de Florianópolis, a coordenação arquidiocesana e as lideranças da pastoral promovem, nos dias 21 e 22 de abril, o Acampamento Arquidiocesano da PJ, na praia da Guarda do Embaú, em Palhoça. De acordo com o coordenador arquidiocesano da PJ, Gabriel Carlos Souza, o encontro, além de unir os jovens de diferentes Foranias da Arquidiocese, busca promover a troca de experiências vividas nos grupos de base. “Esta troca fortalece a caminhada, já que os jovens encontram seus anseios, alegrias e frustrações também nos outros grupos de
base. O evento também aproxima os jovens da Pastoral da Juventude e, consequentemente, da Igreja, através das dinâmicas e místicas realizadas”, explica. O jovem Lucas Amaral, 18, da Paróquia São Judas Tadeu, de São José, espera que o acampamento seja oportunidade de novos conhecimentos e novas amizades. “Eu desejo que consigamos nos divertir, fazer novos amigos e fortalecer mais ainda os nossos laços com Deus”, destaca. A inscrição do Acampamento Arquidiocesano tem o custo de R$ 50. Além de diversas atividades, será preparado um luau no dia 21. Informações: (48) 9 9645-0312.
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geral No mês de maio acontecerá o II Simpósio Canônico do ISDCSC
O tema desta segunda edição será “Questões seletas de Direito Matrimonial e Penal Canônico” 2016, na Arquidiocese de Florianópolis, ofere- Brasil – Santa Sé. Neste ano, buscou-se oferece o Curso de Mestrado Eclesiástico em Direito cer uma reflexão voltada para o direito procesCanônico, acolhendo clérigos, consagrados e sual matrimonial e penal, áreas de atuação do leigos de diversas regiões do Brasil. Prof. Dr. Pe. Manuel Jesús Arroba Conde. Dentre os objetivos do ISDCSC está a formação de um número maior de especiaProgramação listas em Direito Canônico, seja para O Pe. Arroba Conde proferirá o serviço nos Tribunais Eclesiásti- O objetivo do sim- oito palestras, ocupando-se de alcos, nos serviços administrativos, de pósio é tratar dos guns temas de direito processual assessoria e consultoria nas cúrias e penal. “Estamos conaspectos atuais e matrimonial diocesanas ou em outros âmbitos da vencidos de que os temas escolhivida eclesial, seja para o ensino e o mais significativos dos são muito importantes e atuais desenvolvimento da ciência jurídico- do Direito Matrimo- e, portanto, certos de que este encanônica. contro com o Pe. Arroba Conde posnial e Penal No cumprimento dos seus objetisibilitará para os canonistas e outras Canônico vos institucionais, o ISDCSC organiza pessoas interessadas conhecimento anualmente um simpósio com temas especializado e favorecerá uma merelevantes para a formação permanente daque- lhor atuação de todos os que se ocupam dos les que atuam nos tribunais eclesiásticos e nas processos matrimoniais e penais”, destacou o cúrias diocesanas, a fim de poderem qualificar diretor do ISDCSC, Pe. Tarcísio Pedro Vieira. ainda mais o serviço que prestam à Igreja. A programação completa com os temas das Em 2017, em parceria com a Conferência Na- conferências, investimento, hospedagem e as cional dos Bispos do Brasil (CNBB), o ISDCSC inscrições, você pode obter no site do Instituto: organizou um Seminário (Simpósio) que tratou www.isdcsc.org.br. Outras informações: Outras de uma série de questões relativas ao Acordo informações: (48) 99151-8514. Foto: Everton Marcelino
Estão abertas as inscrições para o II Simpósio Canônico do ISDCSC (Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina): “Questões seletas de Direito Matrimonial e Penal Canônico”, que neste ano ocorre nos dias 08 e 09 de maio, no centro de eventos da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), em Florianópolis. O objetivo do simpósio é tratar dos aspectos atuais e mais significativos do Direito Matrimonial e Penal Canônico, tanto na dimensão substancial quanto processual. O conferencista será o renomado canonista, processualista, prof. Dr. Pe. Manuel Jesús Arroba Conde, CMF, missionário claretiano, Presidente do Institutum Utriusque Iuris da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma. Dentre tantas funções, Pe. Manuel foi nomeado pelo Papa Francisco como membro da III Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que se ocupou dos desafios pastorais da família. O Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina (ISDCSC), criado em julho de
Em 2017, o Seminário Acordo Brasil – Santa Sé recebeu mais de 300 participantes Foto: Everton Marcelino
O Seminário do ano passado contou com a presença do Cardeal Dom Damasceno (segundo da esquerda para direita)