Jornal da
ARQUIDIOCESE
FLORIANÓPOLIS, nº 215
Pastoral da Criança
30 anos em Santa Catarina | 4
AGOSTO DE 2015
Mons. Augusto Zucco
Livro sobre o grande líder de Tijucas | 10
Corridas do Bem
Ajuda a entidades beneficentes | 12
Chamados a servir!
Jornal da Arquidiocese, Agosto de 2015
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opinião
Casamento em Jericó
No sim a Deus, encontro a felicidade plena Agosto, mês dos padres, diáconos, religiosos e religiosas, leigos, catequistas, da família. O mês, enfim, que a Igreja celebra as vocações. Como sempre lembra o coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional, Padre Vânio da Silva, “vocação acertada, vida feliz”. O Catecismo da Igreja Católica cita que o verdadeiro desenvolvimento abrange o ser humano como um todo. “O que importa é fazer crescer a capacidade de cada pessoa de responder à sua vocação, portanto, ao chamamento de Deus” (n. 2461). Todos são chamados a uma vocação. Nas páginas centrais da edição de julho do Jornal da Arquidiocese, você conhecerá a história dos jovens Gabriel e Irmã Marilis, que deram sim ao chamado de Deus. Como ainda do casal Cláudia e Celso Zancanaro, felizes nos 29 anos de matrimônio. Diferentes chamados, mas uma mesma resposta: um sim, sem volta. Com a certeza de que a felicidade está em fazer a vontade de Deus. Nesta edição você confere o lançamento do livro “Monsenhor Augusto Zucco – Centenário de seu nascimento (1915-2015)”, escrito pelo Diácono Eder Claudio Celva e o Padre Sérgio Giacomelli. Um homem que disse seu sim ao povo de Tijucas, onde lá permaneceu por 45 anos. Nas páginas 10 e 11, o trabalho de instituições e jovens que se dedicam ao cuidado de meninos e meninas em situação de risco. E encontram em abrigos seguros, o direito à cidadania e o amor de voluntários. Evangelize com o Jornal da Arquidiocese! Leia e ajude a distribuir para seus amigos, vizinhos e familiares. Feliz mês vocacional!
Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Ao comentar a Parábola do Bom Samaritano, os Santos Padres chamam a atenção para o fato de que o homem que foi assaltado fazia a estrada de Jerusalém para Jericó. Jerusalém é o lugar do encontro com Deus. Jericó é a cidade que oferece as coisas do mundo. Na vida, quem faz esta viagem é invariavelmente assaltado por muitas coisas que o deixarão como morto. Não é diferente no matrimônio. Como seria um casamento buscando as coisas que “Jericó” oferece? Fixando o olhar na atualidade dos nossos dias é possível destacar alguns traços. Uma das características do casamento em “Jericó” é viver a sexualidade sem procriar. Uma gravidez é vista como ameaça, como indesejável. Há muito mais esforço em evitá-la do que em buscá-la. Este modo de viver a sexualidade não constrói vínculos duráveis, não leva a construir uma família. A relação sexual é vivida como um jogo, desvinculado
de qualquer responsabilidade. Outra característica do casamento em “Jericó” é a procriação separada do exercício da sexualidade e do amor – a fecundação artificial. Desta forma, a procriação se torna uma atividade produtiva que segue a lógica capitalista. O filho deixa de ser um dom de Deus e do amor conjugal para se tornar um produto de tecnologia. A cultura moderna dá sempre mais ênfase à realização individual sem interferência de outros. Levanta suspeita sobre a possibilidade de construir uma vida de comunhão com outros. O outro já foi definido como lobo (Hobbes) e como inferno (Sartre). É muito exaltada a imagem do vampiro e do predador que destrói as outras pessoas para poder viver. O possível vínculo com outra pessoa é visto como uma amarra indesejável. O ideal é ficar livre de qualquer relacionamento mais profundo. Na “Jericó” de todos os tempos reina a mentalidade que o outro é um adversário que deve
Nos caminhos de Francisco
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Um grande desafio: deixar de arruinar o jardim que Deus nos confiou para todos poderem gozar dele.
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Aquilo que nos dá a verdadeira liberdade e a verdadeira felicidade é o amor compassivo de Cristo.
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Nas redes Artigo sobre ideologia de gênero ganha destaque O texto do Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, publicado no Jornal da Arquidiocese de julho teve repercussão na web. Compartilhado muitas vezes, apresentou um bom número de visualizações na FanPage.
02 de julho, no Twitter
04 de julho, no Twitter
facebook.com/arquifloripa
Deus está sempre a favor de tudo o que ajuda a levantar e melhorar a vida dos seus filhos.
Primeira reunião de Liturgia da Arquidiocese @pontifex_pt
11 de julho, durante viagem apostólica ao Paraguai
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Quando tudo se desmorona, só isto sustenta a esperança: Deus ama-nos, ama a todos! 17 de julho, no Twitter
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O Continente latino-americano possui enormes capacidades humanas e espirituais, preserva valores cristãos profundamente arraigados, mas vive também graves problemas sociais e econômicos.
ser derrotado. Só assim se consegue afirmar a sua dignidade. Prevalece também a mentalidade utilitarista que reduz o outro a um mero instrumento da própria conveniência. Oferece ainda uma cultura da banalidade que vende a ideia de que é possível fazer da vida uma constante diversão. Anuncia estas precariedades como grande conquista. Na realidade geram grande sofrimento. Quem busca a estrada de Jericó para a sua vida, certamente será assaltado e ferido de morte. Não é diferente com o casamento construído com as coisas de “Jericó”.
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Quem ajuda os doentes e necessitados toca a carne de Cristo, vivo e presente no meio de nós. 23 de julho, no Twitter
No dia 04 de julho, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Itapema, aconteceu o 1º encontro do Setor de Pastoral Litúrgica, da Comissão Arquidiocesana de Liturgia, sob a coordenação de Pe. Wellington Cristiano, na área norte da Arquidiocese. facebook.com/arquifloripa
Jovens recordam vigília da JMJ Rio2013 O Setor Juventude publicou, no dia 27 de julho, no Instagram uma imagem comemorativa dos dois anos da vigília que reuniu pessoas de diversas nacionalidades na praia de Copacabana durante a Jornada Mundial da Juventude.
19 de julho, no Angelus
instagram.com/juventudefln
Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463
Assessoria de Comunicação
O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.
DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, A. Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Jean Ricardo Severino, Olga Oliveira e Roberson Pinheiro. JORNALISTA RESPONSÁVEL: A. Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben
DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO: Roberson Pinheiro COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa@arquifln.org.br e comunicacao@arquifln.org.br SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis
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#compartilha Santa Catarina presente no Mutirão de Comunicação em Vitória
Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal
Amor
O amor é dom, é gratuito, é sem reservas. Dá-se inteiramente e sabe que pode nada receber em troca; dá-se porque ama! O amor sabe ficar pendido para poder erguer quem está caído; o amor sabe morrer para que o amado possa viver!
Simplicidade
Os simples têm o espírito de criança, que se admiram com as coisas pequenas, que riem com coisas mínimas, que se alegram com o menor gesto de amor. Bem-aventurados os simples!
Honestidade
Participaram representantes da Arquidiocese de Florianópolis e das Dioceses de Tubarão, Joaçaba, Joinville e Blumenau
A Missa no Convento da Penha, na tarde de sábado, 18, encerrou o 9º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom) que teve início no dia 15, em Vitória, Espírito Santo. Quinhentos comunicadores de todo Brasil, entre jornalistas, padres, seminaristas, religiosos, leigos e voluntários, reuniram-se no Centro de Convenções para debater a “Ética nas Comunicações”. O Arcebispo da Arquidiocese de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, abriu o evento na quarta-feira e lembrou que todos precisam ser bons comunicadores. Em seguida, na primeira palestra do Muticom, o padre salesiano e doutor em comunicação, Gildásio Mendes, disse que “toda ética na comunicação passa por um Deus criador”. Na quinta-feira, 16, o Bispo auxiliar de Aparecida (SP) e presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Darci José Nicioli, presidiu a Missa logo no início da manhã, concelebra-
da por bispos e padres presentes no evento. “Nós não comunicamos uma ideologia, mas Jesus Cristo”, afirmou Dom Darci na homilia. Um dos momentos mais esperados foi a palestra do jornalista da Rede Globo, Caco Barcelos, que com seus 40 anos de profissão falou sobre a espetacularização da notícia. Durante as tardes, os comunicadores participaram de grupos de trabalhos em diversas áreas da comunicação. O Muticom acontece a cada dois anos e o próximo será em Joinville, em 2017. A Arquidiocese de Florianópolis esteve representada pelo diretor das rádios Católica AM, de Balneário Camboriú, e Conceição FM, de Itajaí, Sedemir Melo; pela coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Comunicação (Pascom), Olga Oliveira, e os jornalistas da Assessoria de Comunicação da Arquidiocese, Carol Denardi e Roberson Pinheiro.
Assessores da Infância Missionária da área norte recebem formação Com o objetivo de formar novos assessores para a Infância e Adolescência Missionária e atualizar os que já fazem esse trabalho nas paróquias, aconteceu nos dias 04 e 05 de julho, o Encontro de Formação para Assessores da Infância e Adolescência Missionária – EFAIAM. Teve como local a Igreja da Paróquia São Vicente de Paulo, em Itajaí. Além da equipe regional, estiveram presentes assessores das paróquias de Itajaí, Balneário Camboriú, Brusque, Camboriú e da Diocese de Joinville, em um total de 28 participantes.
Entre as atividades propostas no encontro, foram repassadas orientações quanto à formação de novos grupos da Infância e Adolescência Missionária (IAM) e enfatizada a necessidade de se trabalhar o carisma: oração, sacrifício e solidariedade. “Tudo isso, num clima de alegria, otimismo e seriedade”, explicou a coordenadora da IAM do setor norte da Arquidiocese, Maria de Fátima da Costa Demartino. No dia 22 de novembro acontece o encontro de assessores dos setores norte e sul, em Itajaí.
Quem fica com o que não lhe pertence um dia ficará sem pertencerse a si próprio.
Murmúrio
Quantos têm o hábito ruim de murmurar, de reclamar de tudo, não vendo as coisas boas que acontecem. Por exemplo: a beleza de uma flor que cresce no meio da sujeira acumulada numa rua qualquer, a graça do voo da andorinha, a riqueza de cores quando nasce o dia e quando ele se vai, a exuberante trajetória de um raio, a esplêndida sincronia com que as águas do mar vão chegando à praia, o traçado original dos montes que sobem e descem na sua silhueta esverdeada/azulada, as formas diferentes do mamão e da laranja, o gosto suave da uva amassada que se transforma em suco...
Arquidiocese participa de missões no sertão da Bahia Foto: Pe. Vânio da Silva
Conhecer as necessidades das famílias foi uma das prioridades no trabalho missionário
Depois de três dias de viagem, as Irmãs Franciscanas de São José chegaram à cidade de Oliveira dos Brejinhos (BA) para mais uma temporada de missões. Estiveram acompanhadas de um grupo com mais de 40 pessoas das Arquidioceses de Florianópolis e Curitiba. O Padre Vânio da Silva também esteve lá. As missões tiveram início em 02 de julho e se estenderam até o dia 12. Os participantes percorreram o povoado fazendo visitas às
famílias e escolas, além de promover encontros com jovens e crianças. “Comunidade e Família” foi o eixo central das missões das Irmãs Franciscanas, mas também o tema vocações teve destaque durante os encontros na região. A Diocese da Barra, na Bahia, volta a ser visitada nos dias 20 a 26 de setembro por missionários da Arquidiocese de Florianópolis, através das missões organizadas pelo Conselho Missionário Diocesano (COMIDI).
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#compartilha Pastoral da Criança comemora 30 anos em Santa Catarina Nos dias 14 a 25 de agosto, a Pastoral da Criança, organismo social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), comemora 30 anos de ações de apoio às crianças e às gestantes em Santa Catarina. Iniciativas nas áreas de saúde, educação e resgate da cidadania têm sido o foco da atividade dos mais de um milhão e meio de voluntários, em todo o país. Eles levam a mística desenvolvida pela médica, Dra. Zilda Arns, falecida em 2012, aos 27 estados da federação e mais de 17 países da África, Ásia, América Latina e Caribe. As mais de 150 comunidades, distribuídas em oito municípios, de 12 paróquias que contam com as ações da Pastoral da Criança na Arquidiocese de Florianópolis, vão comemorar a passagem dessa data com várias atividades como: panfletagens, pedágios e Celebrações Eucarísticas. Para a coordenadora arquidiocesana, Irmã Terezinha Medeiros, da Congregação Franciscana de São José, “esses 30 anos de caminhada marcam o empenho de tantos homens
Inscrições abertas para o Mutirão Ecumênico 2015 Florianópolis foi escolhida para sediar o Mutirão Ecumênico 2015 – Sulão VIII, de 28 a 30 de agosto. É um evento que ocorre a cada dois anos e abrange os três estados do Sul e São Paulo. Com o tema, “A missão da Igreja no estado laico” será assessorado pelo Senador da República, Pedro Simon; pelo secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner e o representante da Presidência da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB), Pastor Oneide Bobsin. Entre os objetivos do encontro estão a reflexão sobre o tema central, os avanços e incentivos na unidade, o ecumenismo e os novos compromissos entre as igrejas cristãs.
Informações e Inscrições:
mutiraoecumenico. blogspot.com.br.
e mulheres que dedicaram um pouco do seu tempo para apoiar mães e crianças a melhorar de vida”. A Pastoral da Criança, com 138 voluntários na Arquidiocese, atendeu no primeiro trimestre de 2015, 1.399 crianças, de zero a seis anos, em visitas que costumam ser mensais, algumas até semanais. Os voluntários registram dados sobre a saúde, a educação e o desenvolvimento da criança, orientam quanto à vacinação, alimentação e cuidados que a mãe precisa ter em cada faixa etária dos filhos. Uma campanha em circulação nacional fortalece a decisão de que toda gestação dura “mil dias”, correspondente aos nove meses de vida uterina e mais os dois primeiros anos de vida. Segundo pesquisas, nessa fase, as crianças precisam de atenção redobrada diante de todas as fragilidades a que são expostas, pois comprometem uma vida inteira.
*Colaboração de Andréa Barros
Sacerdotes celebram jubileu de prata e ouro presbiteral
Da esquerda para a direita: Padres Lino, Celso e Lauro
Em agosto e setembro, celebra-se com gratidão o jubileu de prata presbiteral dos padres Celso Marquetti (02/09) e Lauro Roque Mittelmann (18/08), e o de ouro do Pe. Lino Fistarol, SDB (1º/08). No dia 18 de agosto, às 19h, na Igreja São João Bosco, e no domingo, 23, às 09h30, na Igreja Matriz São Vicente de Paulo, ambas em Luiz Alves, Pe. Lauro celebrará os 25 anos de sacerdócio. Ordenado na Arquidiocese, ele trabalhou aqui aproximadamente 20 anos, quando então passou para a Diocese de Blumenau. O vigário da Paróquia São João Bosco, em Itajaí, Pe. Lino, presidirá a Missa em Ação de Graças pelo jubileu de ouro presbiteral no dia 1º de agosto, às 19h, na Capela do Colégio Salesiano, no centro da cidade. Até o fechamento desta edição, ainda não havia sido divulgado o local da Missa do Pe. Celso.
Foto: Divulgação / Pastoral
Seja um voluntário! Informações: (48) 9959-0365 / (47) 9941-0627
Brusque será sede do Congresso Estadual da RCC Entre os dias 04 e 06 de setembro acontece a 15ª edição do Congresso Estadual da Renovação Carismática Católica (RCC) de Santa Catarina. O evento pretende reunir cinco mil pessoas na Arena Multiuso, em Brusque. Outras estruturas complementares devem ser montadas no Pavilhão da Fenarreco. Sobre a organização, o presidente do conselho estadual da RCC, Adriano José Mendes, destaca que “na cidade a gente percebe o apoio maciço da prefeitura e das paróquias. E, com certeza, o povo de Brusque é muito acolhedor”. Presença confirmada da presidente do conselho nacional da RCC, Kátia Zavaris, e do Bispo da Prelazia de Marajó, Dom José Luiz Azcona. A animação fica por conta do cantor Eugênio Jorge. As inscrições podem ser feitas online no site rccsc.com.br até o dia 25 de agosto.
Serviço 04 a 06 de setembro Arena Multiuso | Brusque Inscrições: rccsc.com.br
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nossa fé
Comunidade de vocações e ministérios Pe. Vitor Galdino Feller
A inspiração que vem de Francisco Fernando Anísio Batista
Toda comunidade cristã precisa de pessoas disponíveis ao serviço. Para que a revelação do ser e do agir de Deus alcance pessoas e povos, é preciso que algumas pessoas, escolhidas pelo próprio Deus, disponhamse ao serviço específico do culto a Deus, da pregação da Palavra e da animação da comunidade. No seu desígnio amoroso, Deus quis precisar de pessoas que colaborem na realização de seu plano de salvação.
Cuidado vocacional O Documento 100 da CNBB – “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. A conversão pastoral da paróquia” – ensina que “a paróquia é, por excelência, o lugar do cuidado vocacional”. E citando o decreto Optatam totius (n. 2), do Concílio Vaticano II sobre a formação presbiteral, acrescenta: “O dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade dos fiéis, que as deve promover mediante uma vida plenamente
cristã. Para isso concorrem não só as famílias que, animadas pelo espírito de fé, de caridade e piedade, são como que o primeiro seminário, mas também as paróquias, de cuja vida fecunda participam os adolescentes” (n. 309). As vocações são dom de Deus. Ele não deixará faltar vocações e ministérios para que o seu plano de salvação se expanda sobre a terra. Ele se serve de famílias e comunidades e paróquias vivas para fazer surgir nelas os escolhidos para missões especiais. Supõe-se, portanto, que paróquias e comunidades marcadas pela vitalidade da fé, terão como fruto o surgimento de muitas vocações. Ao contrário, se essas não surgem, pode-se dizer que falta aí o dinamismo da oração e o espírito de fé.
Pluralidade de ministérios A Igreja sempre contou com uma pluralidade de ministérios. Junto com Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br
a vocação específica dos ministros ordenados (bispos, padres e diáconos) e das pessoas consagradas (mulheres e homens pertencentes a ordens, congregações ou institutos religiosos), a Igreja é o lugar da diversidade dos ministros leigos. Diz o Documento 100 da CNBB: “Para que as comunidades (e paróquias) possam ser bem servidas e crescer na fé, é necessário estimular a participação de leigos nos diferentes ministérios e serviços” (n. 307). Esses ministros partilham do serviço do próprio Cristo. São missionários: fundam novas comunidades eclesiais, levam o Evangelho aos ambientes profissionais, garantem presença nos novos areópagos (política, comunicação, universidades, saúde etc.). Enfim, fazem a ponte entre a Igreja e o mundo. Enriquecem as comunidades e paróquias com a beleza de sua presença e missão. Compartilhe ArquiFloripa
O chamado é o mesmo para todas as pessoas: viver na simplicidade, encontrar a verdadeira felicidade, estar em sintonia com o Criador e com sua criação. Poucos são aqueles que escutam o chamado, menos ainda os que o aceitam. Francisco de Assis, um jovem orgulhoso, vaidoso e rico, entendeu o chamado de Deus e se tornou um místico e peregrino, viveu com simplicidade em plena harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo. No exemplo de Francisco fica claro como são inseparáveis a preocupação pela natureza, a justiça para com os pobres, a participação na sociedade e a paz interior. A Encíclica do Papa Francisco – Louvado Sejas – apresenta a responsabilidade coletiva na restauração da casa de Deus, a casa da humanidade Dele, pois “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Ele apresenta que o mundo é mais que um problema, mas é preciso viver a dimensão do mistério gozoso de habitantes
da criação divina, falar a língua da fraternidade e da beleza, na alegria e no louvor da relação com a criação. Assim como fez São Francisco de Assis, aproximando-se da natureza e do meio ambiente com abertura para a admiração e o encanto. É uma proposta de uma Igreja ecológica, que chama todos os seres da terra de “irmãs e irmãos”. O cuidado com a casa comum requer mudanças profundas “nos estilos de vida, nos modelos de produção e consumo, nas estruturas consolidadas de poder que hoje regem as sociedades”. O apelo do Papa Francisco pede para cada um colaborar, como instrumentos de Deus, com o cuidado com a criação, cada um a partir da sua cultura, experiência, iniciativas e capacidades, passando do consumo ao sacrífico, da avidez à generosidade, do desperdício à capacidade de partilha. Apela para libertarmo-nos do medo, da avidez e da dependência.
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capa
Vocação: uma resposta de amor O Batismo, a Confirmação e a Eucaristia são os Sacramentos iniciais da vida cristã, “a base da vocação comum de todos os discípulos de Cristo, vocação à santidade e à missão de evangelizar o mundo”, explica o Catecismo da Igreja Católica. Em agosto, mês em que a Igreja reflete sobre as vocações, Cláudia Maria Zancanaro compreende bem as palavras do catecismo. Coordenadora paroquial da catequese da Paróquia de São João Batista (SC), e há cerca de dez anos nesta missão, ela explica que o Batismo é a porta de entrada da fé cristã, recebida pelos pais e padrinhos. “É o primeiro dom que Deus nos dá a oportunidade de salvação”, comenta. Cláudia diz que em seguida, a comunidade se envolve novamente com a catequese, pela Eucaristia. “Ao receber este Sacramento, as crianças têm a consciência do que é o Corpo e o Sangue de Cristo. Por fim, a partir da Crisma, os jovens se tornam cristãos maduros na fé”, conclui Cláudia, que também é Ministra Extraordinária da Sagrada Comunhão, juntamente com o esposo Celso. No Sacramento Inicial à Vida Cristã o chamado para a santidade Os leigos, como o casal Zancanaro, de São João Batista, são enviados para se comprometerem na sociedade, para que o Reino de Deus possa crescer no mundo. Segundo o Catecismo Jovem, o Youtcat, “o leigo empenha-se para que as pessoas do seu meio (escola, faculdade, família e profissão) aprendam a conhecer e a amar Cristo”. Na carta aos consagrados e às consagradas, Papa Francisco ressalta o papel desses fiéis, “que, com os consagrados, partilham ideais, espírito e missão”.
PRIMEIRO
Vocação para o mini conos, padres e bispo acontece, pois em 04 de do patrono dos padres, o Cura
SEGUNDO
Vocação para a vida em dos Pais celebrado no ago
TERCEIRO
Vida sacerdotal e religiosa Segundo o Catecismo da Igreja Católica, os Sacramentos da Ordem e do Matrimônio, estão ordenados à salvação de outrem. “Conferem uma missão particular na Igreja”. No mês das vocações, Gabriel Blanger, 15 anos, é outro exemplo de quem busca aprofundar o conhecimento de sua vocação. Em fevereiro deste ano, os pais o levaram de Itajaí para o Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes, em Azambuja, Brusque. Como o pai, Juarez Blanger, é diácono na Paróquia São Vicente de Paulo, em Itajaí, Gabriel foi muito atuante na Igreja. Conta que pensava como é que vive um padre e se imaginava no lugar dele, no presbitério. Sempre teve o desejo pela vocação sacerdotal. Após uma conversa com os pais, tomou a decisão. “Vejo que é um tempo propício de formação. Mesmo com algumas dificuldades, é para meu crescimento A alegria de Gabriel que oferta a juventude por amor a Deus e amadurecimento espiritual. Período ótimo de estudo, oração, trabalho, liturgia e conhecimento do que a Igreja oferece para a boa formação dos futuros padres”, afirma o mais jovem seminarista da Arquidiocese. A graça de Deus envolveu o casal Cláudia e Celso, atraiu o estudante Gabriel e como cita no Youcat, ela vem ao encontro do ser humano, procura-o e o apoia em toda liberdade. “A graça não força. O amor de Deus quer o nosso livre consentimento”. Vocação é graça, é dom, é a identidade mais profunda do ser humano.
Os jovens que desejarem aprofundar o discernimento vocacional poderão aproveitar os serviços oferecidos pela Pastoral Vocacional: a direção espiritual personalizada, os Retiros Projeto de Vida, os encontros dos grupos João Paulo II (para garotos) e Madre Tereza (para garotas) e os materiais disponíveis no site pvflorianopolis.org.br. “A experiência de ser acompanhado por alguém mais maduro na vida cristã é muito importante para que os jovens façam as suas escolhas vocacionais com serenidade, alegria e generosidade” Pe. Vânio da Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional
Vocação à vida cons religiosas e congregaçõ também nas novas com domingo, celebra-se a A lher toda consa
QUARTO D
Vocação cristão leigo e viço do Reino nas suas famílias e na
QUINTO D
Vocação do catequista quinto domingo, ele é r dação dos catequistas pensável serviço no anú crianças, adolescentes comun
Abertura arquidiocesana Caminhada e Missa no Santuário Santa Paulina 02/08, 08h30 às 12h
Retiro vocacional Projeto de V (para rapazes) Seminário Propedêutico 06/08
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DOMINGO
istério ordenado (diáos). Essa comemoração e agosto celebra-se o dia São João Maria Vianney, a D’Ars.
DOMINGO
m família, devido ao Dia o segundo domingo de osto.
E assim, com um sim livre e total a Deus, Marilis Moresco, hoje, Irmã Marilis, ofertou toda sua vida. Nascida no dia 21 de dezembro de 1982, em Biguaçu, é a filha caçula de sete irmãos do casal Domingos e Helena Moresco. Uma família católica que a educou com valores cristãos. Ela sonhava em casar e ser mãe. Como os caminhos de Deus são diferentes, na preparação para a Crisma, Irmã Marilis participou de um encontro para os crismandos na Igreja Matriz de Biguaçu. Tudo mudou. “O que até então nunca havia pensado começou a inquietar meu coração. Ser religiosa, seguir Jesus, entregar minha vida a Ele para servi-lo nas pessoas”, afirma. Isto porque, naquele dia, as Irmãs Carmelitas do Divino Coração de Jesus, de “Deus me chamava para ser uma carmelita”, Irmã Marilis Palhoça, estavam presentes. Ao ver as irmãs, percebeu que “o coração ardia e se encantava com a alegria delas. Deus me chamava para ser uma carmelita também. Aproximei-me de uma das religiosas e disse que desejaria ser como ela”, observou. Tinha namorado, gostava do Figueirense (risos), mas dias depois foi conhecer a casa das irmãs. Iniciou uma caminhada vocacional de um ano e seis meses até que entrou para o Carmelo, no dia 19 de março de 2000. E no ano de 2011 fez os votos perpétuos. Ser mãe para os que não têm mãe, como pedia a fundadora, e poder viver em uma vida de profunda oração unida ao apostolado, que é o carisma da Congregação. “Sou muito feliz e grata a Deus pela vocação que me chamou, por poder realizar a sua vontade, em servi-lo, exercendo minha maternidade sendo mãe daqueles que o Senhor coloca em minha vida, principalmente apresentando esses filhos diariamente nas mãos do Senhor”, declara Irmã Marilis. Para viver intensamente o Ano da Vida Consagrada, o Papa traçou três objetivos: “olhar para o passado com gratidão, viver o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança”. Assim vive Irmã Marilis, na alegria de uma vida ofertada sem volta.
DOMINGO
sagrada (religiosos e ões de vida apostólica e unidades). Porque neste Assunção de Maria, muagrada a Deus.
DOMINGO
e leiga, chamado ao sercomunidades de fé, nas a sociedade.
DOMINGO
a. Quando agosto tem um reservado para a recors que exercem o indisúncio da Palavra para as s, jovens e adultos das idades.
o de
Vida
E sobre o matrimônio?
Mais uma vez, Cláudia, casada há 29 anos com Celso Zancanaro, dá a dica. Ela explica que, como família, é preciso mostrar um bom exemplo, pois primeiramente quem vê e sabe tudo é Deus. Mostrar através de atitudes. “Quando escolhemos o matrimônio, recebemos o dom de ser pais e mães, não vivemos mais sozinhos. É como a própria Palavra diz, somos uma só carne. A partir do momento que casamos somos três, ou seja, deixamos Deus agir, temos tudo. Claro que há discussões, mas sempre o Divino age dentro do casamento, onde um não dorme de costas para o outro. Aí há respeito e cumplicidade”, enfatiza Cláudia. Vale lembrar que em outubro acontecerá o Sínodo Ordinário da Família. Terá como tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. E no Brasil, de 09 a 15 de agosto, celebra-se a Semana Nacional da Família. São momentos específicos onde a vocação ao matrimônio será debatida, e nos quais haverá muita oração pelas famílias. Casal Cláudia e Celso, respeito e cumplicidade
Encontro vocacional para jovens Garopaba 06/08, 14h às 19h30
Missa e Plantão Vocacional Hospital Marieta Itajaí 09/08, 08h
Encontro Vocacional feminino para corinhas Provincialado, Florianópolis 15/08, 08h
Encontro Vocacional para crianças e adolescentes Carmelo de Palhoça 06/08, 09h às 17h
Projeto Adorar – Vigília dos jovens universitários Seminário Convívio Emaús 14/08, 21h
Encerramento Arquidiocesano Missa pelas vocações Carmelo Forquilhinhas 30/08, 07h30
Todas às segundas-feiras, o Programa Vocacional “Caminho de Emaús”, na Rádio Cultura, às 17h. Apresentado pela Pastoral Vocacional com os seminaristas
Jornal da Arquidiocese, Agosto de 2015
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bíblia Lectio Divina
O Evangelho da família O tema “família” sempre foi um assunto muito atual na vida da Igreja e da sociedade, mas desde 2014, com a convocação de dois sínodos sobre a família, este passou a ter uma repercussão ainda maior. Neste sentido cabe aqui uma pequena reflexão sobre a família. Talvez, como propõe a própria caminhada sinodal, nosso ponto de partida possa ser enxergar o olhar de Cristo sobre o matrimônio e a família. A partir da Sagrada Escritura encontramos o “Evangelho da Família”, ou seja, a Boa Nova sobre a família. Nos dois primeiros capítulos do Gênesis temos a primeira revelação de Deus sobre o significado do matrimônio e da família. Deus criou o ser humano de duas formas, homem e mulher os criou (cf. Gn 1, 27), abençoou-os para que fossem fecundos (cf. Gn 1, 28) e disse: “o homem deixará o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher (...) e serão uma só carne” (Gn 2, 24). Deste modo vemos que o matrimônio e a família não são uma carga imposta aos seres humanos, mas um desígnio de amor para que homem e mulher não permanecessem sós.
A partir de Cristo, essa união criada por Deus para nossa felicidade, reveste-se de uma profundidade muito mais ampla: já não se trata mais de uma união meramente natural, mas Cristo eleva a união entre dois batizados à graça sacramental – o matrimônio está chamado agora a ser a manifestação do amor de Cristo pela sua Igreja (cf. Ef 5,21-33). Novamente Deus se derrama em abundância de amor por cada pessoa, dando-nos o dom do Sacramento do Matrimônio. Assim, não apenas instaura uma instituição – a instituição matrimonial –, mas nos dá a sua ajuda para que pudéssemos vivê-la e nos santificarmos a partir dela.
Por Pe. Hélio Luciano Assessor Eclesiástico da Comissão Arquid. para a Vida e a Família (CAVF)
Inscrições: facasc.edu.br/congresso
Pe. Wellington Cristiano da Silva
Lectio (leitura) “O Todo Poderoso fez grandes coisas em meu favor; elevou os humildes” (Lc 1,49.52).
Meditatio (meditação) Em seu canto de louvor a Deus, Maria personifica a piedade dos pobres de Israel. O Magnificat expressa tanto o júbilo coletivo do povo simples de Israel quanto a alegria particular de Maria. Como discípula primeira, Maria se torna porta-voz dos humilhados. Ela está em situação humilhante porque está associada aos oprimidos (Lc 1,52). Ao proclamar as maravilhas que o Senhor operou em sua vida, a Virgem reconhece que o Senhor é o Deus dos humildes. Seu cântico, que sintetiza toda a história da salvação, faz eco às palavras de Jesus: “todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (Lc 14,11). Por se fazer Serva do Senhor, Maria foi exaltada acima de toda criatura. A Virgem é o ícone da pessoa humilde que Deus exaltou. “Ela brilha como sinal de esperança segura e de consolação, aos olhos do povo de Deus peregrinante” (LG 68).
Oratio (oração) “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1,46-47).
Contemplatio (contemplação) Contemplemos a presença e a obra do Senhor no grandioso sinal que surgiu no céu: a Mulher vestida do Sol da justiça (Ap 12,1), glorifica-
da com a coroa da vitória e plenificada de ressurreição.
Missio (missão) Sinal de esperança, a Virgem assunta aos céus participa da ressurreição inaugurada por seu Filho. A assunção é extensão graciosa da Páscoa de Cristo: Maria foi ressuscitada por Deus. A Virgem é “a perfeitamente redimida” (K. Rahner). Ela já é aquilo que um dia nós seremos. Transfigurada pelo Senhor, Maria confirma nossa esperança cristã: há vida plena e ressurreição para o ser humano na totalidade do seu ser, em seu corpo e em sua alma. Ela nos antecede, nos representa e nos espera em seu amor de mãe. Em Maria, a humanidade reconhece que um mundo melhor é possível e canta a utopia de uma vida nova no presente da história. Somos missionários e caminhamos em companhia daquela que foi assumida por Deus. Nossa meta é Cristo! Nossa missão é levar vida e ressurreição a toda criatura.
Conhecendo o livro dos Salmos Pe. Ney Brasil Pereira
Salmos 111 e 112 (110 e 111) Estes dois breves salmos, embora sendo de gêneros literários diversos, pois o primeiro é um hino e o segundo é uma bem -aventurança, apresentam várias convergências, que fazem deles como dois irmãos gêmeos. Se o primeiro exalta as “obras de Deus”, o segundo elogia as “obras do justo”. Ambos os salmos são “acrósticos”, isto é, cada “hemistíquio” - cada metade do versículo - começa com uma letra do alfabeto, em sequência. Como os dois últimos versículos são divididos em três hemistíquios, temos um total de 22 hemistíquios, cada um começando com uma das 22 letras do alfabeto hebraico. Isso, porém, como se trata do alfabeto nessa língua, só
se pode notar no texto original, desaparecendo esse artifício nas traduções. No salmo 111, logo após o “Aleluia” litúrgico, expressão hebraica que significa “Louvai ao Senhor”, o salmista exprime claramente seu propósito: ele se sente impelido a “dar graças”, bendizer a Deus, e isto não sozinho, mas no meio da comunidade. Já o título do salmo 112, poderia ser: “A bem-aventurança do justo”, que é o tema de praticamente todo o seu texto, com exceção do contraste expresso no versículo final. Todo o salmo, alfabético como o anterior, descreve os motivos desta bem-aventurança, formulada também no v. 05.
Leia o salmo e medite: 1) Em que sentido estes dois salmos, o 111 e o 112, podem considerar-se “gêmeos”? 2) De onde vem a expressão “de todo o coração”, no início do Sl 111? 3) Em que sentido o nome de Deus é “santo e temível”? 4) O que é o “temor de Deus” e de que maneira se manifesta? 5) Qual é a “luz” dos justos, e alguns detalhes da sua bem-aventurança?
A análise completa deste salmo se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br
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evangelização
Projeto desenvolve cultura de caridade social Ação Social Arquidiocesana articula atividades de formação e iniciativas nas paróquias Foto: Divulgação / ASA
“A caridade é uma dimensão essencial da fé cristã”, evidencia o presidente da Ação Social Arquidiocesana (ASA), Diácono Djalma Lemes, enquanto explica sobre o projeto “A Caridade Social na Arquidiocese”. O programa faz parte do desenvolvimento da quinta urgência pastoral: “Igreja a serviço da vida plena para todos”. Dentre as atividades prioritárias da proposta consta o assessoramento das ações sociais paroquiais; a articulação com as pastorais e movimentos na conscientização e prática da caridade; a formação por meio de encontros, cursos e seminários; a inserção em conferências de assistência social, nas esferas estadual e municipal. “De modo particular precisamos criar uma cultura da caridade entre as lideranças pastorais e dos movimentos e, de modo geral, em todos os fiéis”, explica o diácono. As iniciativas previstas são assessoradas pela ASA que age como elo entre as práticas paroquiais e a Arquidiocese. Além disso, a en-
pação de conselheiros nos conselhos municipais. Anualmente são traçadas novas metas em vista de se alcançar o objetivo final até 2022, período em que está em vigor o 13º Plano de Pastoral. ASA A Ação Social Arquidiocesana é uma associação civil, sem fins econômicos, criada em 1960. É um organismo da Arquidiocese de Florianópolis e entidade-membro da Cáritas Brasileira que atua na potencialização das ações sociais, por meio de assessoria e acompanhamento, fortalece a promoção e defesa dos direitos e políticas sociais, na Encontros de formação para conselheiros de conselhos municipais auxilia leigos na defesa da cidadania construção de uma sociedade justa, tidade promove atos específicos de âmbito ar- democrática, solidária, sustentável e plural. quidiocesano e apoia diretamente projetos por meio do Fundo Arquidiocesano de SolidariedaSaiba Mais: de (FAS), dentre outras funções ordinárias. Até dezembro deste ano, a meta é ampliar de asafloripa.org.br 48 para 70 o número de ações sociais filiadas arquifln.org.br/plano-pastoral à ASA e de 10% para 30% as que têm particiFoto: Pe. Revelino Seidler
Pastoral Carcerária debate ações do sistema prisional Representantes da Pastoral Carcerária de Tijucas, Florianópolis, Biguaçu, Balneário Camboriú, Itajaí e Palhoça participaram do 24º encontro arquidiocesano anual, no mês de julho. O evento aconteceu na Matriz da Paróquia São Sebastião, em Tijucas. O coordenador arquidiocesano da Pastoral Carcerária, Pe. Ney Brasil, explicou que na nova organização da Arquidiocese, os presídios estão localizados em algumas das 13 foranias. Na sequência do encontro, o coordenador arquidiocesano de pastoral, Pe. Revelino Seidler, abordou o texto das Novas Diretrizes da Confe-
rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para a Ação Evangelizadora da Igreja, Documento 102. Fez breve comentário também sobre o “Jubileu da Misericórdia”, promulgado pelo Papa Francisco para o próximo ano. Na oportunidade, Pe. Ney apresentou a proposta de hino para este Jubileu. Chamou a atenção para o texto que serviu para o “Jubileu dos Presos”, no ano 2000. Entre as conquistas da Pastoral Carcerária em nível nacional, o coordenador regional, Pe. Almir Ramos, explicou que a revista vexatória “felizmente começa a ser substituída pelos detectores de metal, como nos aeroportos”.
Coordenador regional, Pe. Almir Ramos, no encontro em Tijucas
Também destacou a retomada dos trabalhos em Rio do Sul e Joaçada. Por outro lado, informou que aumentou o número das mulheres presas, mantidas em presídios construídos para homens, “sendo necessário que o sistema leve em
conta esta diferença”. Ainda este ano ocorre o encontro regional, de 25 a 27 de setembro, no Morro das Pedras, em Florianópolis, com a presença do coordenador nacional da Pastoral Carcerária, Pe. Valdir Silveira.
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evangelização
História de Augusto Zucco é contada em livro Centenário do nascimento do grande líder de Tijucas é celebrado este ano Imagem: Editora Ata
O título “Monsenhor Augusto Zucco – Centenário de seu nascimento (19152015)”, é novo livro lançado, no mês de julho, pelo Diácono Eder Claudio Celva e o Padre Sérgio Giacomelli. Logo que o Diác. Eder passou a trabalhar na Paróquia São Sebastião, em Tijucas, neste ano, começou a se interessar pela atuação do Monsenhor Augusto Zucco. “Sempre, em alguma folga, procurei saber mais, até que conversei com seu sobrinho, Pe. Sérgio Giacomelli, que também havia levantado alguns dados sobre seu tio. Propus escrever o livro e utilizar algumas das suas informações. Padre Giacomelli aceitou prontamente”, explicou Eder. O livro relata uma história constituída de dados e fatos marcantes, nos 45 anos em que permaneceu em Tijucas. No prefácio da obra, escrito pelo Bispo Auxiliar Emérito da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Vito Schlickmann, é descrito um pouco da personalidade deste servo de Deus que também trabalhou na Paróquia de Porto Belo.
Caridade social
Confira trechos do prefácio escrito por Dom Vito:
“Qual foi a característica mais notória de Monsenhor? Sem dúvida alguma, seu zelo pastoral, que desconhecia qualquer cansaço. Vivia ‘correndo’ de comunidade para comunidade. Sofrendo problemas cardíacos, internou-se no Hospital de Azambuja. Restabelecido, preparava-se para retornar à Tijucas, quando veio a falecer no próprio hospital. Disse tudo de Monsenhor Zucco? Acho que faltou algo essencial: sua inigualável estima pelos padres. Se ele estivesse se preparando para iniciar uma atividade nova, e chegasse um padre para visitá-lo, largava tudo e, com alegria, procurava dar atenção ao visitante. Por isso, quando nós, padres da Arquidiocese, reunidos em Tijucas no dia 08 de maio de 1988, resolvemos fundar nossa associação, logo surgiu a ideia de homenagear o Monsenhor, com o sugestivo nome de APAZ - Associação Pe. Augusto Zucco”.
Valor: R$ 15,00 Inf.: (48) 3263-0240 Vendas na Paróquia São Sebastião, Tijucas
Instituição em Coqueiros é abrigo para crianças em situação de risco
“Fui lá para ajudar e acabei ajudada”, são palavras de Kátia Zumblick Martins da Silva, 53 anos, e que há dois cumpre a mesma rotina semanal: deixa a residência no centro de Florianópolis e vai até o Bairro Coqueiros para ajudar as crianças do Lar Nossa Senhora do Carmo. Kátia participou de um treinamento para contar histórias aos pequenos. Ela explica que após ganhar a confiança, A infância vivida com dignidade o voluntário ajuda a criança a escrever a própria história em um álbum. “Para mim foi uma grande descoberta, sempre gostei de criança. Me encontrei fazendo isso. Engrandece nossa vida”, conta. A dona de casa é uma das 16 voluntárias que ajudam a fazer a história do Lar Nossa Senhora do Carmo. Instituição não governamental e sem fins lucrativos, mantida pelas Obras Sociais da Comunidade Paroquial de Coqueiros. A entidade atende meninas em situação de risco, como maus-tratos, abandono e violência sexual. O local serve de lar provisório onde elas têm a cidadania garantida enquanto as famílias se reorganizam para retomar a guarda, auxiliadas por programas socioassistenciais. Busca-se sempre o retorno familiar, mas quando isso não é possível, faz-se a colocação em família substituta, através de
guarda ou adoção. O espaço tem capacidade para acolher 20 meninas com idades entre 05 e 11 anos, mas não deixam de atender as usuárias que ultrapassam esta faixa etária e já estão na instituição. O Lar também começou a acolher grupos de irmãos na idade de 05 a 08 anos. De acordo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a preservação dos vínculos familiares é primordial. A instituição também está aberta a acolher voluntários. Para mais informações ligue (48) 3028-9414 e 3028-0665 ou envie e-mail para casalarcoqueiros@gmail.com. Fotos: Divulgação / Lar N. Sra. do Carmo
Voluntários: Regina Petry, Florislene Baldissarelli, Valdeci Sardá , Rosangela Zimermann e Oridéia do Espírito Santo
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evangelização Jovens voluntários se dedicam no cuidado de meninos em condição vulnerável Casa Lar, em Florianópolis, abriga menores de 06 a 12 anos Foto: Divulgação / Beloved Casa Lar
Cronograma de agosto 1/8 | Formação para conselheiros de políticas públicas – Área norte | Itapema 2/8 | Abertura Arquidiocesana do Mês Vocacional | Santuário Santa Paulina 3/8 | Confraternização dos presbíteros | Porto Belo 5/8 | Jubileu de Prata – Paróquia Santo Antônio | Itapema 8/8 | Confraternização dos diáconos | CEAR
Periodicamente grupos se unem para fazer reformas ou melhorar a estrutura física do local
Criada há 23 anos por jovens do Movimento Emaús, a Casa Lar é também lugar de encontro de muitos voluntários que se dedicam ao cuidado das crianças que moram na instituição. A entidade é um abrigo temporário para meninos de 06 a 12 anos encaminhados pelo Conselho Tutelar ou pelo Judiciário. Eles permanecem enquanto aguardam adoção ou no período necessário até retornarem às suas famílias, nos casos onde isso é possível. O espaço fica no bairro Santa Mônica, em Florianópolis, com capacidade para 10 residentes. “O local atende as exigências indicadas pelo governo, em nível de estrutura e com os profissionais técnicos capacitados”, explica o presidente da Casa Lar, Guilherme Pontes. Por mês, diversos colaboradores se revezam entre plantões de finais de semana, reformas na estrutura do prédio, busca de doações, aconselhamento e tantas outras atividades “de acordo com aquilo que a pessoa possa contribuir”, destaca Guilherme. Ainda para cada criança é disponibilizado o atendimento com psicólogos voluntários e outro assistente que vai acompanhá-la enquanto esti-
ver na entidade. O presidente da instituição lembra que a gratuidade é uma das essências desde que o abrigo foi criado. “A Casa Lar nasceu a partir de voluntários, antes não tínhamos nem funcionários”, recorda. Fernanda Varela, por exemplo, auxilia a Casa Lar em finais de semana. “Nos plantões nós somos como a família deles, brincamos com eles, educamos, conversamos e cuidamos da casa”, comenta a jovem de 25 anos. O sentimento que ela expressa é de alegria e recompensa: “me faz muito bem ajudar lá; muitas vezes estamos com a cabeça cheia de problemas, mas estando com aquelas crianças vemos que nossas dificuldades se transformam e parecem pequenas”, enfatiza. No mês de agosto, a instituição promove dois encontros para formar novos voluntários – dias 08 e 22 – e contará com a participação de psicólogos e assistentes sociais do Judiciário. Quem deseja se inscrever, deve acessar o site casalaremaus.org. br e preencher o formulário. Outras informações pelo telefone (48) 32334915.
9 a 15/8 | Semana Nacional da Família | Paróquias 10 a 12/8 | Encontro de Dom Wilson com religiosos/as da Arquidiocese | CEAR 14/8 | Reativação da Paróquia N. S. das Necessidades | Santo Antônio de Lisboa 15/8 | Encontro Vocacional Coroinhas (Feminino) | Provincialado 16/8 | Escola de Formação Catequética para Multiplicadores | Tijucas 16/8 | Caminhada da Família e Missa Campal | Florianópolis 20/8 | Fórum das Pastorais, Entidades e Ações Sociais | Itapema 20 a 23/8 | 473º Cursilho Feminino | Florianópolis 21 e 22/8 | Fórum Catarinense de Past. Escolar e Ensino Religioso | Florianópolis 21 a 23/8 | Visita Pastoral Dom Wilson – Paróquia São Judas | Brusque 22/8 | Encontro Arquidiocesano Pastoral do Dízimo | Tijucas 28 a 30/8 | VIII Mutirão Ecumênico Sulão | Florianópolis 29 a 30/8 | Encontro Vocacional | Brusque 30/8 | Formação Missionária - Missões Bahia | Canelinha Acesse o calendário completo em www.arquifln.org.br
Universidade, lugar para viver a fé Espaço de Missas diárias, o Templo Ecumênico da Univesidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem sido o “QG” da Pastoral Universitária, em Florianópolis, onde os jovens se encontram para rezar e articular o trabalho de evangelização dentro da instituição. “O trabalho é de formiguinha, onde um convida o outro e assim vamos crescendo”, comenta o coordenador arquidiocesano da pastoral, Fernando Luiz. Cerca de 30 pessoas participam das ações pastorais na UFSC. Já em Palhoça, a pastoral está presente na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). As Missas também acontecem na capela do Hospital Universitário (HU), na capital, onde é realizado o Projeto Bom Samaritano. “Às quartas-feiras algum integrante da pastoral visita, junto com o Padre William Vianna, os jovens que estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”, explica Fernando.
Foto: Fernando Luiz
Missas na UFSC retornam dia 10 de agosto
Em Itajaí, os participantes da pastoral da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) também visitam os hospitais da região. “Organizamos um grupo de canto com voluntários e periodicamente saímos para levar um pouco de alegria nos hospitais e orfanatos”, observa o coordenador da pastoral em Itajaí, Arildo Simão. Dentro do campus, eles estão inseridos nas festividades e realizam celebrações e encontros. Além disso, a sede da Univali abriga a Capelania Spiritus Veritatis com Missas, nas quintas-feiras, às 17h45.
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geral O ROSTO DA MISERICÓRDIA
Pe. Vitor Galdino Feller
Jubileu na Arquidiocese
No dia 11 de abril, na véspera do Domingo da Misericórdia, o Papa Francisco publicou a bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, intitulada “Misericordiae vultus” (o rosto da misericórdia). A misericórdia é um rosto a reconhecer e contemplar, o rosto de Jesus Cristo, o revelador da misericórdia do Pai. O Jubileu da Misericórdia começa no dia 08 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição de Maria, sinal antecipado da humanidade redimida em Cristo. Neste mesmo dia, celebra-se 50 anos da conclusão do Concílio Vaticano II, quando a Igreja aprendeu a usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade e se mostrou mãe amorosa, benigna e paciente para com todos os seres humanos. O Jubileu terminará na solenidade de Cristo Rei do ano próximo. A ele, o Papa confia a vida da Igreja e da humanidade e pede que os anos futuros sejam marcados pela misericórdia e aprendamos a ir ao encontro das pessoas para
levar-lhes a bondade e a ternura de Deus. Somos convidados a viver do melhor modo possível o Jubileu em nossa Arquidiocese. É preciso ler, divulgar e refletir a bula Misericordiae vultus, adaptar o calendário pastoral à celebração do Jubileu, valorizar a prática do sacramento da Confissão, preparar e vivenciar bem a Quaresma, promover peregrinações aos santuários, praticar mais o Ministério do Consolo e da Esperança, ampliar a presença da Igreja nos hospitais e prisões, incentivar os fiéis à prática das obras de misericórdia corporal e espiritual. Um modo bastante significativo é celebrar, na ótica da misericórdia divina, as festas do Senhor dos Passos e do Divino Espírito Santo, tão características de nossa devoção popular. Essas são algumas sugestões de um grupo de trabalho, que está elaborando propostas para vivenciarmos o Jubileu Extraordinário na Arquidiocese. O Papa Francisco pede que esse Jubileu seja vivido de modo extraordinário em todas as realidades da Igreja. Nossa Arquidiocese deve aproveitar bem esse momento de graça!