Jornal da Arquidiocese | nº 237 | Agosto de 2017

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 237

VI Congresso Teológico

AGOSTO DE 2017

Movimento OVISA

Acordo Brasil – Santa Sé

MADO CHA FACASC promove evento | 4

Orientação para a Vivência Sacramental | 10

ESCUTAI O

DE

Seminário acolhe o Clero do país | 11

DEUS!


Jornal da Arquidiocese, Agosto de 2017

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opinião Mês das vocações

Eis aqui o Teu servo

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Como agosto é o Mês das Vocações, o Jornal da Arquidiocese (JA) não poderia deixar de falar deste assunto tão importante para a Igreja. A matéria principal desta edição, nas páginas 06 e 07, conta um pouco sobre cada semana do mês vocacional e ainda traz alguns testemunhos de pessoas que ouviram o chamado que Deus lhes fez. Na página 03, você encontra todas as informações sobre o VI Congresso Teológico, que acontece dos dias 18 a 20 de setembro, na Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC). O encontro tem como tema: “Reforma 500 anos. Protestantes e católicos ontem e hoje”. Na editoria Caridade Social, da página 10, você pode conferir todas as informações sobre o lançamento do edital do Prêmio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues 2017. O edital será lançado no dia 23 de agosto e as inscrições poderão ser feitas no site da ASA: asafloripa.org.br. A página 11 desta edição fala sobre o 2º Acampamento FAC (Formação de Adolescentes Cristãos), que será realizado dos dias 24 a 27 de agosto, em Anitápolis. O JA conversou com dois jovens que estarão no acampamento para saber quais são as expectativas deles para este encontro. O Conselho Editorial do Jornal da Arquidiocese agradece a Irmça Clea Fuck e ao professor Carlos Martendal, pela colaboração na revisão ortográfica desta edição. Rezemos sempre por novas vocações sacerdotais. Boa leitura!

Sabemos todos que o mês de agosto é dedicado à promoção vocacional. E a Arquidiocese de Florianópolis tem muito a agradecer a Deus por ter, ao longo da sua história, chamado jovens para o ministério sacerdotal. Todos os anos temos a graça de ordenar novos padres. Neste ano de 2017 serão ordenados dois novos presbíteros. Cabe também um reconhecimento a todos os envolvidos no trabalho de promoção vocacional. Tem havido um trabalho intenso e perseverante da pastoral vocacional nas comunidades. São padres, seminaristas, religiosos, leigos e leigas que desenvolvem a atividade de despertar e acompanhar jovens vocacionados. Os seminaristas dos nossos seminários são, em grande parte, fruto da atividade alegre e dedicada das equipes vocacionais. A formação dos sacerdotes, bem como a manuten-

ção dos nossos seminários, é uma atividade que se faz com a participação de todos os diocesanos. É bom que seja assim. A igreja diocesana está empenhada em formar os novos padres. Podese fazer, ao menos, de duas maneiras. Primeiro, rezando pelos nossos seminaristas, para que tenham um coração dócil para escutar e seguir a voz de Deus. Depois, todos são chamados a colaborar na manutenção dos nossos seminários. Em nossa diocese, somos gratos pelas orações e também pela generosidade de tantas pessoas que colaboram com nossos seminários. Atualmente temos 40 seminaristas em nossos seminários. Vinte e sete estão no seminário maior, a saber, 15 na teologia, em Florianópolis, e 12 na filosofia, em Brusque. Sete seminaristas estão no seminário menor, em Azambuja, Brusque, e outros seis no propedêutico,

Nos caminhos de Francisco

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Nas redes

“Os migrantes são nossos irmãos e irmãs que buscam uma vida melhor longe da pobreza, da fome e da guerra”.

Pessoas afastadas da fé cristã Todos nós conhecemos alguém que se afastou da fé. Vamos ajudá-lo a viver a alegria de Jesus e peçamos com o Papa para que tal pessoa redescubra a beleza da vida cristã.

02 de julho, no Twitter

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“Não nos esqueçamos de nos abrir a ele e de contar-lhe a nossa vida, confiar-lhe as pessoas e as situações. Ele nos espera, não para resolver magicamente nossos problemas, mas para nos fortalecer neles. Jesus não tira os fardos da vida, mas a angústia do coração; não nos tira a cruz, mas a carrega conosco”.

16 de julho no Twitter

“Terra, casa e trabalho significa lutar para que cada pessoa viva de maneira conforme à sua dignidade e ninguém seja descartado”. 16 de julho, na Missa de Santa Marta

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youtube.com

Fraternidade O Caminho: “Missão Anawin” @pontifex_pt

09 de julho, no Angelus

“Deixemo-nos guiar pela Virgem Maria no caminho que conduz à sagrada montanha que é Cristo, onde se encontram Deus e o homem”.

“É preciso superar todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa”.

em São José. “A vocação ao sacerdócio é um dom que Deus concede à Igreja e ao mundo, uma via para santificar-se e santificar os outros... Tal vocação é revelada e acolhida no interior de uma comunidade eclesial... O sacerdote sai de uma comunidade e esse volta para servi-la e guiá-la como pastor” (Congregação para o Clero, o dom da vocação presbiteral).

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“Quando precisamos de ajuda, vamos nos dirigir ao Pai que sempre olha para nós com amor e nunca nos abandona”. 23 de julho, no Twitter

18 de julho, no Twitter

Aproximadamente 100 missionários, entre leigos, vocacionados e religiosos de várias cidades do Brasil, participaram da segunda edição da Missão Anawim, em Florianópolis, promovida pela A Fraternidade O Caminho. facebook.com/arquifloripa

Preparação para Vida Matrimonial No dia 22, na Paróquia São Cristóvão, em Itajaí, ficou definido que em 2018 o Encontro Personalizado para a Vida Matrimonial será implantado conjuntamente em todas as paróquias da Forania de Itajaí. twitter.com/arquifloripa

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99982-2463

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Gabriela Fernandes, Gilmar Schmitz e Mateus Peixer. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis


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#compartilha Irmãs Franciscanas celebram 150 anos de fundação da Congregação Foto: Divulgação

Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal

Ataque

Não adianta atacar a escuridão; é preciso buscar a luz.

Bebida

Em cada pessoa que encontrar vou procurar te ouvir, Jesus! Me dirás: “Dá-me de beber”, “tenho sede”. Mas preciso que me ajudes a dar a bebida que sacia! Como tu, que me dás teu sangue e és água viva.

Iniciativa

Missa realizada no dia 23 de junho, como parte das comemorações

A Congregação das Irmãs Franciscanas de São José celebra em 2017, 150 anos de fundação. Como parte das comemorações ocorreu uma missa, presidida pelo Arcebispo e concelebrada por muitos sacerdotes, no Santuário Nossa Senhora da Conceição, em Angelina, no dia 23 de junho. Na ocasião também se comemoraram os 90 anos da presença das Irmãs em Angelina e o Jubileu de vida consagrada de algumas Irmãs. Celebraram o Jubileu de vida consagrada as religiosas: Maria das Graças Ferreira (25 anos), Maria Cirenia Bagio (40 anos), Renita Vogel e Joanice Fructuoso (50 anos), Elita de Sousa Capanema e Maria Pia Burcicki (60 anos). Atuação em várias atividades As Irmãs Franciscanas de São José observam a Regra e Vida dos Irmãos e Irmãs da Terceira Ordem Regular, de São Francisco de Assis, e têm como carisma: “Difundir no Universo o Deus da Misericórdia”. A Congregação se expandiu no Brasil, a partir da presença das Irmãs em Piraqua-

ra (PR) e Angelina. Na Arquidiocese, estão presentes nas seguintes localidades: São José (Sede Provincial), Colônia Santa Teresa (Hospital Dermatológico), Florianópolis (Centro Educacional Menino Jesus - Centro e Santa Mônica) Ribeirão da Ilha – assistência espiritual ao Lar São Francisco. Em Itapema trabalham na pastoral da Paróquia Sagrado Coração de Jesus. As religiosas atuam na educação, saúde, pastoral vocacional e formação de candidatas. Em Angelina administram o hospital, as casas de formação, de hospedagem e retiros, além de colaborar com as atividades na paróquia. Mantêm também o acervo histórico da Província. Programação das comemorações dos 150 anos: - 24 de outubro – Homenagem à Congregação na Assembleia Legislativa - 28 de outubro – Missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida – 09h

Faz anos, escutei na TV: “A inicitiava é a mãe dos resultados”. Jesus sempre toma a inicitiva... Se não vêm resultados, a culpa não é d’Ele!

Venda

Não se pode vender tudo por nada, como não se pode dar nada em troca de tudo.

Feiura

Também para os insetos mais feios o Senhor reserva as flores mais belas como alimento!

Obstáculo

Era uma formiga grande; a pedra, maior ainda. Não se impressionou com o obstáculo, contornou-o!

Presbíteros participam do 24º Encontro Regional de Presbíteros Foto: Divulgação

Mais informações: (48) 3246-1304

Pastoral Hospitalar promove retiro Foto: divulgação pastoral

Hoje são 20 voluntários que atuam no hospital

No mês de julho, a equipe que atua na Pastoral Hospitalar do Hospital Regional Dr. Homero de Miranda Gomes, de São José, participou de um retiro, tendo como local a Gruta Nossa Senhora de Fátima, no bairro Aririú, em Palhoça. Durante todo o dia ocorreram momen-

tos de reflexão, oração pessoal, reza do terço e adoração ao Santíssimo Sacramento. O retiro terminou com a missa, com participação da comunidade local. “Foi um dia muito gratificante, sobretudo pelo fato das pessoas poderem partilhar sua vida, seus anseios e suas dificuldades na missão”, afirmou o capelão do Hospital Regional, Pe. Almir José de Ramos. A Pastoral teve início no mês de fevereiro deste ano com cinco pessoas e hoje são mais de 20 voluntários. Eles atuam às quartas e quintas-feiras no hospital, com visitas aos pacientes e familiares, participação na missa semanal e oração do terço.

Dez padres da Arquidiocese estiveram no evento

“Uma abordagem do serviço de escuta: escutar e ser escutado” foi o tema do 24º Encontro Regional de Presbíteros que ocorreu dos dias 10 a 13 de julho, na cidade de Blumenau. Participaram do encontro 53 presbíteros de nove dioceses do Estado de Santa Catarina. O presbitério da Arquidiocese de Florianópolis foi representado por 10 presbíteros, sendo eles: Pe. Adão Carlos Machado Marcelino, Pe. Vilson Groh, Pe. Siro Manoel de

Oliveira, Pe. Pedro José Koehler, Pe. Sérgio Giacomelli, Pe. Pedro Schlichting, Pe. Alcides Albony Amaral, Pe. Leandro Domingues Padilha, Pe. Celso Antunes Duarte e Pe. Revelino Seidler. Os participantes contaram com a assessoria do professor Antônio Boeing, mestre em Teologia Dogmática, doutor em Ciências da Religião e autor de livros sobre psicologia. Ele atua há muitos anos nas áreas da formação humana e da educação.


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#compartilha FACASC promove o VI Congresso Teológico chegaram a todos os continentes. Desde então, jamais deixou de ser estudada, ao longo dos cinco séculos. Um olhar retrospectivo aos seus principais acontecimentos, somado à sua atualidade, será sempre uma oportunidade valiosa de análise, esclarecimento e projeção de ideias. Com uma programação recheada, o encontro contará com mesas redondas, conferências, comunicações e seminários. Paralelo ao Congresso Teológico, acontecerá o V Encontro Nacional de Estudos Patrísticos. Além disso, algumas editoras vão expor produtos no evento, Mais informaçoes no site: www.facasc.edu.br trazendo novidades dos conferencistas. A inscrição tem o custo de R$ 60 e pode ser hoje”. feita na Faculdade Católica ou pelo site da insDesencadeada há 500 anos, a Reforma foi tituição: www.facasc.edu.br. Mais informações um momento crucial da história da humanidade. você tamém pode ligar no (48) 3234-0400 ou Iniciada na Alemanha, difundiu-se rapidamente acompanhar nas redes sociais: Facebook - @ por toda a Europa e, em pouco tempo, alastroufaculdadecatolicasc ou Instagram - @facasc. se por todo o Ocidente. Suas consequências Imagem: divulgação

Dos dias 18 a 20 de setembro, na Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), ocorre o VI Congresso Teológico da FACASC. O evento é promovido pelo curso de graduação em Teologia da instituição e tem como tema: “Reforma 500 anos. Protestantes e católicos ontem e

Diocese de Joinville sedia evento brasileiro de comunicação Entre os dias 16 e 19 de agosto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Diocese de Joinville realizam a 10ª edição do Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom). Com o tema “Educar para a Comunicação”, o Muticom tem como objetivo auxiliar no uso das novas tecnologias. Quer também colaborar na formação do senso crítico para evitar a manipulação do povo e para auxiliar na compreensão do verdadeiro potencial da comunicação. O encerramento será no dia 19 de agosto, com missa no Santuário de Santa Paulina. Entre os palestrantes confirmados estão: Monsenhor Dario Viganó, responsável da Secretaria para a Comunicação do Vaticano e diretor do Centro Televisivo Vaticano, e o atual professor de comunicação da Universidade Federal do Paraná, Elson Faxina, doutor e mestre em Ciências da Comunicação. Foto: Divulgação

Jubileu de Ouro: Frei Justino celebra 50 anos de sacerdócio

“Família, uma luz para a vida em sociedade”

Foto: Ana Carolina Derosa

O Pároco da Paróquia Santíssima Trindade, do bairro Trindade, em Florianópolis, Pe. Frei Justino Stolf, OFMCap, completa 50 anos de ordenação presbiteral no dia 06 de agosto, com missa solene às 10h, na Igreja Matriz. Filho de família católica, Felix Stolf nasceu no dia 06 de dezembro de 1942, em Ribeirão Grande (SC). Durante as Santas Missões pregadas por capuchinhos em 1950, nasceu a vocação à vida capuchinha. Em 1960 recebeu o hábito e o nome de Frei Justino. Foi ordenado presbítero em 1967, em Curitiba. Ao longo do seu ministério, Frei Justino esteve em diversas paróquias e exerceu cargos de formador. Em Roma estudou Teologia Patrística e História da Teologia. Em 2013, foi empossado pároco da Paróquia Santíssima Trindade, em Florianópolis.

De 13 a 19 de agosto, a Igreja no Brasil celebra a Semana Nacional da Família, que este ano tem como tema “Família, uma luz para a vida em sociedade”. De acordo com o casal coordenador da Pastoral Familia, Sarita e Mário Prisco, “a esperança da revalorização da nossa sociedade passa pela família, pela vivência da verdadeira alegria do amor em cada uma delas e do conhecimento e proximidade a Jesus”. Para animar este momento de valorização da instituição familiar, a Pastoral Familiar propõe como subsídio o livreto “Hora da Família”. Editado anualmente, o material apresenta reflexões sobre temas relacionados à vida em família e à atuação da Pastoral Familiar. Neste ano, o subsídio tem como tema “Família, uma luz para a vida em sociedade” e está em sintonia com o impulso da Igreja no Brasil para que seja percebida a importância das ações dos cristãos leigos e leigas na sociedade. O material propõe sete encontros da Semana Nacional da Família, Leitura Orante da Palavra e celebrações em família. Entre em contato com a sua paróquia para conferir a programação da Semana da Família!


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nossa fé

A dimensão erótica do amor

Cultivar e cuidar da criação

Padre Vitor Galdino Feller Fernando Anísio Batista

Na exortação Amoris Laetitia sobre a alegria do amor no casamento e na família, o Papa Francisco fala também da vida sexual dos esposos. “Deus criou a sexualidade, que é um presente maravilhoso para as suas criaturas” (AL, 150). A Igreja não nega o valor do sexo humano nem o entende como se servisse apenas para a procriação. O sexo como dom Sendo dom, a sexualidade precisa ser orientada para o verdadeiro amor. A educação das paixões e dos instintos sexuais não prejudica nem diminui a espontaneidade do amor sexual. Ao contrário, leva à plena e madura espontaneidade das relações. Ajuda o casal a aprender o significado dos próprios corpos e viver a beleza da união dos corpos. A vida sexual não é um recurso para entretenimento, mas “trata-se de uma lingua-

gem interpessoal onde o outro é tomado a sério, com o seu valor sagrado e inviolável” (AL, 151). Muitos pensam que a Igreja vê o sexo como um mal permitido ou um peso tolerável para o bem da família. Na verdade, ela o vê como expressão do dom de um para o outro e do dom de Deus para a felicidade dos dois.

joga fora”, da distorção do significado da sexualidade! Isso pode acontecer até dentro do casamento. Por isso, é necessário cuidar para que toda relação sexual corresponda à vontade de Deus e seja vivida de modo autenticamente humano.

A violência do sexo

No campo da sexualidade, o homem e a mulher são ameaçados pela insaciabilidade. Forçam-se relações de domínio e submissão, com “o risco de pretender apagar as diferenças e a distância inevitável entre os dois” (AL, 155), um querendo dominar e usar o outro. A lógica cristã do amor e da sexualidade passa pela superação do egoísmo, pela recíproca submissão e pela mútua disponibilidade. Fidelidade, respeito e solicitude... é o que faz um casal viver o sexo segundo o agrado de Deus.

Ao falar positivamente da sexualidade, não se pode fugir da realidade. “Muitas vezes a sexualidade se despersonaliza e se enche de patologias, (...) torna-se instrumento de afirmação do próprio eu e de satisfação egoísta dos próprios desejos e instintos” (AL, 153). Quanta manipulação e violência, quanto egoísmo e abuso, quanta perversão e prepotência nas relações sexuais vividas no espírito venenoso do descarte, do “usa e Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

Felicidade, respeito e solicitude

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A narrativa da criação do uni- gia elétrica, utilização e descarverso nos remete a dois verbos tes de eletroeletrônicos, entre fundamentais para definir a ética outros. A ética ecológica exige cristã e ecológica de cada pes- vigilância permanente dos níveis soa: cultivar e cuidar. e critérios que temos no consuA crise ecológica no mundo mo. tem como ator principal a espéEssa realidade retrata que cie humana. Justamente quem não sabemos cuidar da criação, recebeu de Deus o mandato então podemos nos perguntar: de cultivar e cuidar do univer- quem são os cultivadores da so, nossa casa comum, tem se criação? Segundo o IBGE, mais tornado o principal de 95% do território agente degradador nacional é rural, no da criação. entanto, uma porção A Igreja chama “O cuidado com a muito pequena desa atenção para esse te território está nas grande dilema pós- criação acontece mãos dos guardiões moderno, que é a diariamente a partir da criação que são crise ecológica. Em de nossas opções os agricultores ecopoucas décadas ela lógicos e familiares, de consumo” se tornará a principal indígenas, quilompreocupação da hubolas, meeiros, colemanidade, provocatores florestais. da pela escassez de alimentos, Os guardiões da criação água potável e oxigênio puro. vivem numa lógica inversa do O cuidado com a criação agronegócio brasileiro, que acontece diariamente a partir transforma a terra em uma merde nossas opções de consumo. cadoria e gera alto índice de Talvez uma das maiores penitên- degradação ambiental com cias da atualidade seja diminuir a monocultura e utilização de o consumo para salvaguardar a agrotóxicos. A Igreja de Santa criação. Poucas vezes nos preo- Catarina reunirá os guardiões da cupamos com o impacto gerado criação em romaria no dia 10 de pelo consumo, desde o uso de setembro, na Diocese de Tubaautomóveis, alimentação, ener- rão. Participe você também!


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capa

Seja o Evangelho vivo e vivido na caminhada pelo mundo Vocação acertada, vida feliz! Viver a vida cristã é a principal resposta ao primeiro chamado que o Senhor nos faz. É a base de todas as vocações. Somos chamados ao essencial: ser discípulos de Cristo e pertencer à sua Igreja. Somos todos irmãos e irmãs, somos um único corpo. O Senhor nos convida: “Segue-me”, e respondemos: “Eis-me aqui”. No início da década de 80, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propôs um ano de intensa Ação Pastoral Vocacional. Foi assim que agosto foi escolhido como o mês vocacional, pelo motivo de que no dia 04 de agosto celebra-se São João Maria Vianney, patrono dos párocos. Assim, em cada domingo de agosto é celebrada uma vocação: - No primeiro domingo celebramos a vocação sacerdotal, os ministérios ordenados, que é vivida pelos Diáconos (10 de agosto – Dia São Lourenço), Padres e Bispos. - No segundo domingo, junto com o Dia dos Pais, celebramos a vocação ao matrimônio e iniciamos a Semana Nacional da Família, vivenciada em todas as paróquias. A família é o tesouro da comunidade. O pai e a mãe com os filhos vivem e testemunham a fé primeiramente no ambiente familiar, a Igreja doméstica. - No terceiro domingo, a atenção se volta para a vocação religiosa, marcada pela celebração da Assunção de Nossa Senhora (15 de agosto). Trata-se de homens e mulheres que consagraram suas vidas a Deus e ao próximo. Vivem os conselhos evangélicos da pobreza, castidade e obediência. - No quarto domingo é celebrada a vocação leiga, acentuando o Dia do Catequista. Os cristãos leigos e leigas receberam pelo Batismo a luz de Cristo para serem suas testemunhas. “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14), disse Jesus. Os leigos atuam em várias frentes nas comunidades e no meio da sociedade. Quando há o quinto domingo, o Dia do Catequista passa para esse dia. Os catequistas falam e agem em nome da Igreja. E em sua vocação têm a missão de conduzir crianças, jovens e adultos ao mistério de Cristo, conduzindo as pessoas, através do processo de Iniciação à Vida Cristã, a um encontro pessoal com Jesus, que as transforma. Neste mês, portanto, somos chamados a renovar a vivência do “Vinde e Vede” (Jo 1,46), a permanecer com o Senhor e, na sequência, sermos enviados a produzir frutos. “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes fruto e para que vosso fruto permaneça” (Jo 15,16). Por Pe. Alcides Albony Amaral Pároco da Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José

Foto: Mateus Peixer

Padre Alcides se ordenou no dia 13 de junho de 1998

DISCERNIMENTO VOCACIONAL O reitor do Seminário Teológico Convívio Emaús, Pe. Vânio da Silva, bateu um papo com o Jornal da Arquidiocese sobre os quatro passos para ajudar no discernimento vocacional. 1 – Rezar: cultivar a vida de oração pessoal e comunitária. 2 – Participar ativamente da comunidade, envolvendo-se nos serviços e atividades do apostolado. 3 – Deixar-se acompanhar por uma pessoa mais experiente na fé e no caminho vocacional. Este acompanhamento vocacional e espiritual pode ser feito com um padre, uma religiosa, um casal com caminhada na Igreja ou um animador vocacional. 4 –Prestar muita atenção aos pequenos sinais que Deus dá no dia a dia.


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Chamado para a vida toda Nesta edição, o Jornal da Arquidiocese buscou para você testemunhos de vocações celebradas em cada um dos domingos deste Mês Vocacional. Na partilha dos irmãos, tem-se a certeza de que o chamado de Deus é soberano e leva à felicidade eterna. Foto: Ellinton Souza

Foto: Maria Luiza Fritzen

Padre Dyego Delfino

Edenir Bastos Fritzen

26 anos

68 anos

Vigário Paroquial

Catequista

Paróquia São Joaquim

Paróquia Sr. Bom Jesus

Garopaba / SC

Major Gercino / SC

“O encontro com o chamado que Deus me fez aconteceu por meio das muitas pessoas que ele colocou em minha vida. Pessoas que foram sinal da presença de Deus e que me ajudaram a dar o meu sim dia a dia. Acredito que vocação é isso: não é algo para si próprio, mas que serve para o bem de um povo. Esse povo que me ajudou muito a perceber o chamado de Deus. A felicidade, a realização do meu ministério se dá também por isso, por esse contato com o povo. Poder ajudá-lo de diversas maneiras, ser sinal de Cristo na vida de cada um. Isso me deixa muito realizado”. Foto: arquivo pessoal

Altaide e Geovana da Silva 50 e 47 anos Casados Paróquia Sagrado Coração de Jesus Antônio Carlos / SC “Sentimos que o matrimônio era nossa vocação durante o nosso namoro. Foi surgindo o desejo de ficarmos juntos e formar uma família. Independente das dificuldades, hoje nós somos muito felizes e realizados, pois temos um Deus que nos ama, providenciando em todas as nossas necessidades, confiando a nós nossos filhos. Temos um ao outro, amando-nos, doando-nos, amadurecendo na fé, na esperança e na caridade com alegria. Para isto, é preciso buscar a vida de comunidade, os sacramentos, a palavra, oração, o terço diário e a missa”.

“No ano de 1968 vim para Major Gercino como professora. Naquela época, quem preparava as crianças para a Primeira Eucaristia eram os professores da terceira e quarta séries. Foi desta maneira que iniciei a missão de ser catequista e não parei mais. Me alegro sempre quando encontro e acolho os catequizandos. Ser acolhida por eles também me deixa feliz, sejam crianças ou adultos. Levá-los a conhecer, amar e seguir a Jesus Cristo me faz muito feliz e realizada”. Foto: arquivo pessoal

Irmã Maria Auxiliadora Guedes 58 anos Irmã Instituto Nossa Senhora do Bom Conselho Florianópolios / SC “Venho de uma família católica. Meus pais eram muito participativos na Igreja. O encontro da minha vocação aconteceu quando estudava no primeiro grau. Madre Bernadete, do Instituto de Nossa Senhora do Bom Conselho, foi visitar nossa turma e falou sobre o dom da vocação. No final, ela fez o convite aos jovens que tinham desejo de servir a Deus. Fiquei muito feliz e logo procurei as irmãs e mostrei meu desejo de ser freira. Minha alegria está em fazer a vontade de Deus, a exemplo de Jesus, que foi pobre, casto e obediente. Sinto-me realizada quando sirvo a Igreja, sendo fiel a tudo o que ela ensina. Sou feliz por ter sempre Maria, a mãe de Jesus, como modelo perfeito de consagração”.

Foto: arquivo pessoal

Padre Vânio da Silva “O meu despertar vocacional veio quando os missionários redentoristas estiveram em missão em Camboriú. Ao final da penúltima missa da missão, um dos missioná38 anos rios disse que Jesus ia chamar algum dos meninos naquele local para ser padre. As palavras desse missionário provocaram em mim o despertar vocacional. DeReitor pois, esse despertar foi cultivado no grupo de coroinhas, na catequese, no grupo Seminário Teológico de jovens e na intensa participação na vida paroquial. Convívio Emaús Como padre, sou mais feliz do que imaginava que seria. Me alegra muito viver com tantas pessoas boas, de encontrar tanta gente que se doa pela Igreja, alegria de Florianópolis / SC estudar, meditar e rezar, alegria de pregar a Palavra de Deus, celebrar a Eucaristia, perdoar as pessoas no Sacramento da Confissão, alegria de viver para os outros”.


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bíblia

Transfiguração do Senhor Durante a nossa oração, precisamos ficar mais atentos aos sinais e ouvir mais do que falar. Este Evangelho da Transfiguração nos mostra Jesus na montanha com Pedro, Tiago e João, quando o próprio Cristo se transfigura diante deles, apresenta-se com seu corpo glorioso, dando a eles uma ideia do céu. Aparecem então Moisés, que sobre a montanha do Sinai teve vários encontros de escuta com o Senhor, e Elias, que sempre soube ouvir a voz de Deus sobre o monte Horeb. Pedro, ao invés de aproveitar deste momento para rezar ou simplesmente para adorar o Senhor Transfigurado, quer intervir, claro que movido pela emoção. Mas o próprio Deus interrompe Pedro e fala, para ninguém ter dúvida de quem é Jesus. O próprio céu apresenta Jesus. Vemos como é importante saber ouvir a voz de Deus, saber ficar em oração e deixar que ele, o próprio Deus, fale ao nosso coração. Toda a ação de Moisés e de Elias foi sempre de obedecer somente a Deus, e não de fazer a própria vontade. Somente depois de receber o Espírito Santo, os apóstolos conseguiram compreender que era necessário fazer apenas a vontade de

Deus. Talvez seja hora de começarmos e falar menos em nossas orações, de deixar de somente repetir textos preparados, para ouvirmos o Senhor. Ou seja, em um mundo cheio de barulho, de coisas prontas, saber silenciar e ouvir a voz do Senhor. Acredito que esta é a ordem do próprio Deus, quando fala: “escutai -o”. Precisamos escutar mais a Jesus, escutar mais a Deus, escutar mais o Espírito Santo, e deixar um pouco nossos desejos de lado. O Papa Francisco nos pediu no dia de Pentecostes para sermos mais dóceis, mais abertos ao Espírito Santo, ou seja, ouvir mais a ele. Se durante a Transfiguração os apóstolos tivessem rezado mais com Jesus, adorado o próprio Jesus, acredito que não teriam ficado apavorados quando o Senhor falou. Ainda não conheciam a voz de Deus, não eram íntimos Dele e se achavam no controle. Que em cada missa possamos ver Jesus transfigurado sobre o altar e saibamos ouvir a sua voz que fala ao nosso coração e quer conduzir a nossa vida. Por Pe. Cláudio Peters Pároco da Paróquia São José

Lectio Divina Padre Wellington Cristiano da Silva

Lectio (leitura) “Abriu-se o Templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a Arca da Aliança. Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 11,19a; 12,1).

Meditatio (meditação) O Apocalipse foi escrito para trazer esperança ao povo cristão em tempos de perseguição. A arca que aparece no céu é sinal da aliança de Deus com o povo. O povo da nova aliança, simbolizado na Mulher cósmica, é impulsionado a vencer as forças do mal com o auxílio divino. Enquanto imagem da Igreja perseguida e glorificada, Maria encara o destino da comunidade cristã: dor e perseguição, mas também vitória e ressurreição. Nos céus, com as vestes da salvação (Is 61,10), Maria brilha como sinal de esperança para o povo peregrinante.

Oratio (oração) O Cântico de Maria (Lc 1,4655) é o nosso cântico de salvação. Elevada às alturas dos céus, Maria é imagem da pessoa humilde que Deus exaltou. Com nossa mãe, rezemos: “A minha alma engradece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1,46-47).

Contemplatio (contemplaçã) Contemplemos nos céus este

maravilhoso sinal: uma Mulher envolvida de salvação, iluminada com a glória de Deus.

Missio (missão) Na mulher que está para dar à luz, o povo lia a sua história: um parto doloroso, mas alegre, pois uma vida nova há de surgir. Maria é a primeira a participar, de corpo e alma, da ressurreição inaugurada por Cristo. Redimida previamente em vista dos méritos de Cristo, não sofreu a corrupção do pecado e da carne. Foi assumida por Deus e elevada ao céu, onde, por sua intercessão, “continua a obter-nos os dons da salvação eterna” (Lumen Gentium 62). Nossa missão é levar esperança a quem vive em situação de desânimo e de morte. O mistério da assunção de Maria é também o nosso mistério, pois Deus sempre há de elevar os humildes (Lc 1,52).

Conhecendo o livro dos Salmos Padre Gilson Meurer

Salmo 141 (140) – Súplica contra as tentações na oração vespertina! O orante do Salmo 141 suplica a Deus que o ajude diante das seduções do inimigo. No primeiro verso brota uma súplica por um imediato socorro, como se as suas forças estivessem no limite. A boca se destaca como fonte de pecado, tanto por onde saem palavras más, que por prevenção o salmista pede que Deus ponha um “guarda” e um “sentinela”, quanto por onde entra o manjar dos ímpios (v. 4). Aqui não se trata de “alimento impuro”, mas da ideia de que participar do banquete é comungar a vida e os valores. Rejeitando os banquetes e o óleo perfumado na cabeça (v. 5), o salmista não quer ser contado entre os corruptos. Caso ele caia em pecado, a correção da comunidade deve vir em auxílio: “que o justo me golpeie, que o bom me corrija” (v.5). Sobre

isso, em Eclesiastes se lê: “É melhor escutar a reprimenda do sábio que o canto dos estultos” (Ecl 7,5). E de Jesus se ouve: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós...” (Mt 18,15s). O salmista pede uma punição para o malfeitor, seja através do juízo divino (“poder da rocha”; v. 6), seja deixa-los caírem nas próprias ciladas que eles armam (vv. 9-10). Desse modo, o orante exprime seu desejo que a justiça divina puna e corrija quem pratica a maldade. O salmo se destaca pelo v. 2: “Sejam as minhas preces como incenso diante de ti, e o erguer de minhas mãos uma oferenda vespertina”. Esse verso contribuiu para que esse salmo se tornasse, no cristianismo primitivo, o cântico da liturgia vespertina. Ainda hoje se conserva na tradição oriental e ambrosiana o “lucernário”, isto

é, o rito do acendimento das velas no início das vésperas e a recitação desse verso. Para Santo Agostinho, a grande oferta vespertina é, de fato, o sacrifício de Cristo na cruz. Jesus sofreu as tentações (Mt 4,1-11) e ensinou a rezar para não cair em tentação (Mt 6,13); por isso, esse salmo pode ser rezado como um pedido de “abrigo” e “defesa” (v. 8) contra o mal. Leia o salmo e reflita: 1) O que suplica o orante nesse salmo? 2) Quais seduções de hoje nos afastam da fé?

Você também pode conferir este e todos os outros salmos no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


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evangelização

Itinerário de Iniciação à Vida Cristã: caminhar no seguimento de Jesus A vida cristã é um caminho. Ninguém nasce cristão, mas adere a Cristo a partir da Palavra que ouve e do testemunho da Igreja. Ser cristão é uma opção, adesão ao discipulado de Jesus Cristo que, aos poucos, converte o coração dos seus seguidores, preenche sua vida e a torna mais semelhante à vontade de Deus. Diz o Papa Francisco: “Como é boa a palavra caminho! Na experiência pessoal de Deus, não posso deixar de lado o caminho. Diria que encontramos Deus caminhando, andando, buscando-o e nos deixando buscar por ele. São dois caminhos que se encontram”. Acolher Jesus e ingressar na comunidade de fé, esperança e caridade requer um processo de assimilação progressiva da pessoa de Jesus, da Trindade que ele revelou, da Igreja e de toda a vida cristã, na qual emergem significativamente os sacramentos, como marcos eficazes da graça e passos na vida de fé. Nesse sentido é que se fala de um itinerário, um caminho a ser percorrido pela pessoa que vai receber os sacramentos da iniciação cristã – Batismo, Crisma e Eucaristia. Essa proposta se estende, também, a toda a comunidade, chamada a renovar sua adesão a Jesus. Nossa Arquidiocese, agora, apresenta um novo projeto de iniciação, um novo itinerário, inserido nas orientações da Igreja no Brasil e ajustado ao nosso Plano de Pastoral. É uma mudança importante, que

Foto: Divulgação

resultará em maior qualidade dos encontros catequéticos e fomentará a participação de toda a comunidade. Nosso itinerário de iniciação à vida cristã é organizado em quatro tempos: 1. Parte do encantamento por Jesus Cristo, com centro no anúncio de sua Páscoa; 2. Entra no tempo da catequese como momento de aprofundamento da Palavra de Deus, das verdades de fé e da vivência cristã no mundo; 3. Prossegue com o tempo de

purificação e iluminação, preparação mais intensa para celebrar os sacramentos; 4. Conclui-se com o tempo da mistagogia, oportunidade para refletir sobre as experiências celebradas nos sacramentos. Após o processo de ingresso na comunidade pelo itinerário de iniciação, espera-se que o cristão viva como discípulo de Jesus e esteja pronto para iluminar o mundo com a luz da fé.

Jesus, caminho, verdade e vida O livreto do Tempo Comum, do Grupos Bíblico em Família (GBF), nos fará viver intensamente um tempo de esperança que fortalecerá a nossa fé em Jesus Cristo, o Filho amado de Deus. Queremos, neste período de junho a novembro, refletir sobre quem é Jesus. O Papa Francisco insiste em dizer que conhecemos Jesus no dia a dia de nossa vida. Ele nos lembra que todas as pessoas batizadas têm a responsabilidade de anunciar e testemunhar os ensinamentos de Jesus no mundo. Certos dessa missão de evangelizar, e iluminados pelo evangelista Mateus, nesse período do Tempo Comum, deixemo-nos ser conduzidos ao encontro com Jesus.

Mateus apresenta Jesus na vida pública como Mestre e Senhor, que veio realizar a justiça e instaurar o Reino de Deus. Um Reino de paz, amor e justiça realizando todas as promessas de Deus, anunciadas pelos profetas de “um novo céu e uma nova terra”. Ao longo dos encontros do livreto do GBF veremos que o evangelista ilustra e resume toda a vida de Jesus, com início no nascimento, passando pela paixão, a morte de cruz e a ressurreição. É Jesus que fala e age, transforma suas palavras em atitudes e ensinamentos, anúncios e denúncias, curas e libertações, opções e práticas que nos ensinam a viver o dia a dia. Quando nos dispomos a anunciar o Reino de Deus, é sinal de que ele

Por Diácono Paulo Stippe Schmitt

Foto: Grupos Bíblicos em Família

GBF da paróquia São Francisco Xavier, do Saco Grande, em Florianópolis

já está acontecendo na nossa vida. À medida que aumenta o nosso desejo pelo Reino, vamos experimentando a alegria de viver um mundo melhor. “Os encontros dos Grupos Bíblicos em Família para o Tempo Comum no ano de 2017 propõem ser um auxílio para responder à pergunta: quem é Jesus? Isto mesmo! É aquela pergunta que Cristo dirige aos apóstolos”,

afirma o Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj. Para quem desejar, o livreto do Tempo Comum 2017 do GBF pode ser adquirido na coordenação arquidiocesana de pastoral, em Florianópolis. Por Maria Glória da Silva Coordenadora Arquidiocesana


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evangelização

OVISA – Orientação para a Vivência Sacramental Mais de 100 casais participam do Movimento, em Brusque Foto: Joel Schvambach

Fámílias do Movimento estiveram na Peregrinação Arquidiocesana, em Aparecida, no mês de junho

O Movimento Orientação para a Vivência Sacramental (OVISA) é voltado para o estudo dos sacramentos, aplicado à vivência diária no ambiente de cada participante, com estatuto a ser seguido. O Movimento tem como símbolo uma bandeira com 14 listras. Destas, sete são brancas, pois significam os dons do Espírito Santo, e outras sete azuis, que representam os sacramen-

Caridade social

tos. O desenho do peixe simboliza a unidade da família. Atualmente, o OVISA está presente em Brusque, com 19 grupos ativos que reúnem 130 casais. Eles realizam trabalhos como a formação para noivos, e auxiliam na catequese, liturgia, na distribuição da comunhão, fazem visita aos doentes e ajudam nos momentos festivos das comunidades.

Os participantes podem ser casais de qualquer faixa etária, desde que casados na Igreja. O OVISA iniciou através de Arani Anhert Piere e Maria Nely, em 30 de novembro de 1968 em Lorena (SP), as quais foram pedir autorização para o então Arcebispo de Campinas, Dom Antonio Maria Alves de Siqueira. Diante da insistência das mesmas, Dom Antonio concedeu permissão e assim, nos dias 21 e 22 de junho de 1969, realizou-se o primeiro retiro OVISA para casais, em Lorena. Em 1990, Alaíde Pereira, através de um programa de rádio, ouviu sobre o Movimento e teve interesse em trazê-lo para Brusque. Entrou em contato, então, com o casal Jonas e Terezinha Ferreira, de Lorena, que veio até Brusque com a equipe. Foi assim que dos dias 14 a 16 de setembro de 1990, realizou-se o primeiro encontro na cidade, na Capela Nossa

Senhora de Fátima, no bairro Maluche, com a presença de 16 casais. No ano de 1991 foi realizado o segundo retiro do OVISA e em 20 de agosto daquele ano, ocorreu a formação do primeiro núcleo. Foi nomeado como assistente espiritual, o Pe. Adilson Colombi, que atua até os dias de hoje no Movimento. Como participar Interessados em fazer parte do OVISA devem entrar em contato com a coordenação e falar com o casal responsável, Alcemar e Larinete, pelos telefones (47) 9 9702-8012 ou (47) 9 8435-3350. Agenda do movimento - 12 de agosto: Baile em homenagem ao Dia dos Pais - 14 de agosto: Confraternização com as famílias em comemoração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no rio Paraíba do Sul.

Edital do Prêmio de Iniciativa Solidária será lançado neste mês Foto: Mateus Peixer

Padre Ney foi homenageado na última edição

Por meio do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade, constituído pelos recursos da Coleta da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, a Arquidiocese promove anualmente o Prêmio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues. O edital desta quarta edição do prêmio será lançado no dia 23 de agosto e estará disponível no site

da ASA: asafloripa.org.br. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 21 de outubro. A premiação ocorre no dia 24 de novembro, juntamente com as festividades em honra a Santa Catarina de Alexandria, padroeira da Arquidiocese. Três iniciativas solidárias serão premiadas com o valor de R$ 7 mil: uma Entidade Social, uma Ação Social Paroquial e uma Pastoral Social ou Movimento Eclesial Católico. Também vão ser homenageadas pessoas que representam: o clero, o empresariado e o voluntariado. Em 2016, foram premiadas as seguintes iniciativas: “Formação de cuidadores de idosos”, da Pastoral da Pessoal Idosa, da Arquidiocese; “Costura e Arte = Gerando Solidariedade”, da Ação Social de Santo Antônio de Itapema e a “Casalar Emaús – Mais que uma casa,

um lar”, da Ação Social Missão, de Florianópolis. Na oportunidade, também foram homenageados pela atuação na área social: Irmã Terezinha Hermínio Maria, Diácono Ideraldo Luiz Paloschi, Márcio Goulart, Maria Teresa Barreto Floriani e Antônio Koerich e na categoria

presbítero, Pe. Ney Brasil Pereira, que faleceu no dia 04 de janeiro de 2017. Padre Ney dedicou sua vida de maneira especial aos encarcerados, e sempre estava atento aos pobres que chegavam perto dele e pediam ajuda. Mais informações: (48) 3224-8776. Foto: Mateus Peixer

A premiação será feita no auditório da Catedral Metropolitana


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evangelização Jovens se reúnem para o 2º Acampamento FAC, em Anitápolis Evangelização do encontro se dá por meio do “querigma” Foto: Divulgação

Missa de encerramento do evento de 2016

No final deste mês de agosto, dos dias 24 a 27, ocorre o 2º Acampamento FAC (Formação de Adolescentes Cristãos), da Forania de Santo Amaro. O encontro será em um sítio localizado na comunidade de Rio Maracujá, em Anitápolis. Com as inscrições encerradas, está confirmada a participação de 120 jovens e mais uma equipe de trabalho, um total de aproximadamente 300 integrantes. A evangelização no acampamento se dá por meio do “querigma”, que significa primeiro anúncio. Todos os discursos querigmáticos têm o objetivo de promover a experiência da salvação, a fé em Jesus e a vida com ele. A salvação compreende a “libertação de tudo quanto oprime o homem, a libertação do pecado e do maligno, dentro da alegria de conhecer a Deus, de ser conhecido por ele, de vê-lo e de entregar-se a ele” (Papa Paulo VI – Evangelii Nuntiandi). O acampamento acontece através de pregações, celebrações eucarísticas, dinâmicas, partilhas e muita oração. É conduzido por leigos, tendo a orientação espiritual do

Pároco da Paróquia São Sebastião de Anitápolis, Pe. Pedro Paulo Alexandre. O estudante, Rhuan Lucas Schmitz, 16 anos, participará pela primeira vez do acampamento. Ele foi convidado para fazer o retiro, pelos amigos do grupo de oração de que participa atualmente. “Quero ser tocado profundamente pelo Espírito de Deus. Que o acampamento possa impulsar meu coração em busca à santidade”, ressalta o estudante. Quem já passou pela mesma situação de Rhuan é a estudante de engenharia química, Jéssica da Silva Kreuch, 19 anos. Ela já participou do acampamento e neste ano servirá pela segunda vez. Jéssica espera que “Deus alcance o coração de cada retirante, que eles se deixem tocar pelo Senhor e assim possam sentir o amor d’Ele em seus corações”. A serva do acampamento também diz que seu desejo é de que os jovens encontrem a felicidade em Deus. “Quero que eles sintam o amor e a felicidade que eu senti quando fiz meu acampamento a primeira vez”, conclui a estudante.

Cronograma de agosto 01/08 | Abertura do Mês Vocacional 04 a 06/08 | Visita Pastoral de Dom Wilson | Monte Verde 04 a 06/08 | Retiro Pastoral da Pessoa Idosa | Florianópolis 10/08 | Form. das Pastorais, Entidades e Ações Sociais | Orionópolis 12/08 | CADIP – Encontro dos Diáconos | Nova Trento 12/08 | Formação para Agentes da Pastoral de População de Rua | Palhoça 12/08 | Momento Mariano dos GBFs e CEBs | Paróquias 13 a 19/08 | Semana Nacional da Família | Paróquias 16 a 20/08 | 10º Mutirão Brasileiro de Comunicação 18/08 | Retiro Espiritual Apostolado da Oração | Florianópolis 19/08 | Escola de Liturgia Região Norte | Itapema 23/08 | Lançamento do Edital Prêmio Dom Afonso Niehues 26/08 | Encontro Vocacional Coroinhas (feminino) | Provincialado 27/08 | Escola da Formação Catequética para Multiplicadores – ECAM | Itapema 27/08 | Legião de Maria – Retiro Espiritual Anual | São João Batista

Setor Juventude promove formação para lideranças jovens Imagem: Setor Juventude

A Paróquia Senhor Bom Jesus, de Monte Alegre, em Camboriú, receberá no dia 27 de agosto, das 08h30 às 16h, o Encontro de Formação de Líderes Jovens. O evento é promovido pelo Setor Juventude da Arquidiocese e contará com a participação de todos os coordenadores jovens de movimentos, grupos e pastorais. Serão debatidos dois assuntos no encontro: a Doutrina Social da Igreja Católica para os Jovens (DOCAT) e o Sínodo dos Bispos 2018 que terá como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Mais informaçoes, entrar em contato: arquifln.org.br/juventude. O que é o DOCAT? DOCAT é o mais recente título da coleção YOUCAT (Catecismo jovem da Igreja Católica), que aborda a Doutrina Social da Igreja numa linguagem jovem, acessível e dinâmica. O que é o Sínodo dos Bispos? Sínodo dos Bispos é uma reunião do episcopado da Igreja Católica com o Papa para discutir algum assunto em especial, auxiliando o Santo Padre no governo da Igreja.


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geral Seminário Acordo Brasil – Santa Sé

Mais de 300 pessoas, entre estas, 106 padres, participaram desta primeira edição Foto: Everton Marcelino

A sala de palestras do local, em Florianópolis, esteve lotada durante os dois dias do encontro

Nos dias 04 e 05 de julho de 2017, aconteceu o Seminário Acordo Brasil – Santa Sé: Implicações Jurídicas e Administrativas, em Florianópolis. O evento foi organizado pelo Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina (ISDCSC), em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Mais de 300 pessoas, de diversas regiões do Brasil, participaram do evento, com o objetivo de conhecer e aprofundar melhor o Acordo celebrado entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil.

Foto: Everton Marcelino

Foto: Everton Marcelino

Carm., fez a apresentação geral do Acordo. Ainda no primeiro dia, na parte da tarde, o palestrante foi o advogado e assessor jurídico da CNBB, Dr. Hugo de Oliveira, que aprofundou a questão da personalidade jurídica da Igreja Católica no Brasil. No segundo dia de atividades, o conservador e restaurador da Fundação Catarinense de Cultura, Marcelino Correia, e a Promotora de Justiça de Porto Alegre, Dra. Ana Maria Marchesan, revezaramse para tratar dos temas propostos: a proteção dos bens culturais da Igreja e a legislação de proteção ao patrimônio histórico-cultural-religioso. Na parte final da manhã, o Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina, Dr. José Ernesto Manzi, tratou da questão jurídica das relações de trabalho no âmbito religioso. À tarde, o contador e advogado Sérgio Roberto Monello tratou da figura jurídica da organização religiosa; seu filho, Marcelo Roberto Monello, explanou as questões mais específicas de contabilidade, como a prestação de contas, aspectos fiscais e certificações. Ao término do Seminário, ponderou o Pe. Dr. Tarcísio Pedro Vieira, Diretor do Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina: “Partilho o grande êxito deste evento formativo, com mais de 300 pessoas, não só provenientes da região sul do Brasil, mas de outras regiões. Muito nos honrou a presença do Cardeal Dom Raymundo, dos bispos de Santa Catarina e de outros do Brasil. Além, claro, da participação de presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas que vieram conhecer e aprofundar esse importante tema de estudo”. Colaboração: jornalista Juliana Vailati Foto: Everton Marcelino

O evento foi realizado pela primeira vez em Santa Catarina

“Esse é instrumento de tutela da liberdade da Igreja”, Dom Damasceno

Presente no evento, o Arcebispo Emérito de Aparecida e Presidente da Comissão Episcopal para o Acordo Brasil – Santa Sé, Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis destacou que o Acordo “ é um instrumento de tutela da liberdade da Igreja de servir ao povo brasileiro e à missão a ela confiada por Jesus”. O tema de abertura do Seminário – O Fator Religioso no Ordenamento Jurídico Brasileiro: perspectivas históricas e princípios constitucionais – foi apresentado pelo Pe. Dr. Eugênio Callioli, Vigário da Delegação do Opus Dei para a circunscrição de São Paulo. Em seguida, o assessor jurídico-canônico da CNBB, Frei Dr. Evaldo Xavier Gomes, O.

Bispos de 13 dioceses prestigiaram o Seminário


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