Jornal da
ARQUIDIOCESE
FLORIANÓPOLIS, nº 230
FACASC
Formatura de novos teólogos | 4
DEZEMBRO DE 2016
Homenageados
Prêmio Dom Afonso Niehues | 10
Eis meu presente de
Amor
Encerramento do Ano Santo | 12
Natal:
Respeito
Solidariedade
Misericórdia
Perdão
Voluntariado
Jornal da Arquidiocese, Dezembro de 2016
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opinião Terço dos homens
A misericórdia de Deus é infinita O Ano da Misericórdia foi encerrado pelo Papa Francisco no dia 20 de novembro no Vaticano e em todas as igrejas do mundo. Na Arquidiocese, uma emocionante celebração reuniu aproximadamente 16 mil pessoas no Estádio Orlando Scarpelli, para agradecer as misericórdias do Senhor derramadas neste Jubileu Extraordinário. Confira mais detalhes na página 12 desta edição e as melhores imagens, no site: arquifln.org.br Ainda sobre a misericórdia, na página 11 você pode comprovar os testemunhos dos jovens durante o Ano Santo. Como afirma o Papa Francisco, “não há limite algum para a misericórdia divina oferecida a todos”. Na Carta Apostólica Misericordia et, publicada logo após o término do Jubileu, o Papa propõe que se continue experimentando a riqueza da misericórdia divina. Neste mês, a Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC) forma mais uma turma de teologia. Dos 15 formandos, 11 são seminaristas. Veja estes e outros eventos nas páginas 04 e 11. A Igreja da Paróquia São Joaquim, em Garopaba, finalmente será reinaugurada em dezembro, após a grande obra de restauração. Os detalhes desta vitória para a Paróquia daquele município, na página 03. Nas páginas centrais, você percebe que o presente mais importante brota do coração. Presente que edifica a alma. Mais para quem dá do que para quem recebe. E a pergunta que não cala: qual é o seu presente de Natal? Que na noite de Natal, Jesus receba como presente o seu coração e a sua oferta de vida, em favor daqueles que, muitas vezes, querem simplesmente um abraço. Abençoado Natal e um santo Ano Novo!
Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Um fenômeno está presente em todo o Brasil, de norte a sul. Dezenas, centenas de homens se reúnem semanalmente para rezarem o rosário. Sim, os homens, que tantas vezes se mostram arredios para as coisas religiosas, encontram na recitação do terço um modo de expressarem a sua fé. Também na Arquidiocese de Florianópolis são muitas as comunidades em que os homens se reúnem para rezarem o terço. Desta forma se encontram com uma oração que aprenderam quando crianças e reafirmam a sua devoção a Nossa Senhora. Fazem a grande descoberta de se comunicarem com Deus na simplicidade da oração do rosário. Todos os últimos papas escreveram a respeito do rosário. Dão testemunho pessoal de que rezam o rosário diariamente. Também reco-
mendam que todos se unam a Nossa Senhora na oração do terço. O Papa Francisco diz que o rosário é um auxílio para vencer as próprias fragilidades. Maria não deixa ninguém sozinho na luta contra o mal. Em uma reflexão do dia 02 de outubro de 2014, Papa Francisco diz: “O rosário me faz bem”. E continua: “Maria nos acompanha; a mãe de Cristo e da Igreja está sempre conosco. Sempre caminha conosco, está conosco”. Para celebrar os 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Igreja do Brasil proclamou o Ano Mariano (de 12/10/16 a 12/10/17). Também em nossa Arquidiocese queremos celebrar com intensidade este ano dedicado a Maria. Serão desenvolvidas algumas atividades de abrangência diocesana, outras tantas nas paróquias. Aproveito a oportunidade para convocar
Nos caminhos de Francisco
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Jubileu Extraordinário da Misericórdia A Arquidiocese de Florianópolis convidou todos os fiéis para participarem do Encerramento do Ano Santo da Misericórdia, no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis.
09 de novembro, no Twitter
“O Ano Santo nos solicitou, por um lado, a manter fixo o olhar no cumprimento do Reino de Deus e, por outro, a construir o futuro nesta terra, trabalhando para evangelizar o presente, de forma a fazer dele um tempo de salvação para todos”.
youtube.com
13 de novembro, no Angelus
Imagens da missa no encerramento do Ano Santo
“Em um mundo atingido pelo vírus da indiferença, as obras de misericórdia são o melhor antídoto”.
@pontifex_pt
14 de novembro, no Twitter
20 de novembro, no encerramento do Jubileu da Misericórdia
“Expressar misericórdia pelos inseguros equivale a aliviar a dor e o sofrimento que provêm do medo e da angústia que são consequências da dúvida. É um ato de verdadeiro amor pelo qual se ampara e apoia a pessoa na fragilidade da sua incerteza e hesitação”.
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“Devemos sair de nós mesmos para encontrar o próximo. Se não o fazemos, também nós cristãos, ficaremos doentes de divisão”. 27 de novembro, no Twitter
26 de novembro, na Audiência Geral
Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463
Assessoria de Comunicação
O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.
Por último, incentivo a todas as comunidades que instituam o terço dos homens. Onde não existe, que se comece. Nas comunidades onde já se iniciou, que se reforce e se faça, ainda com maior intensidade, a recitação do terço.
Nas redes
“Façamos brilhar a misericórdia de Deus em nosso mundo através do diálogo, da acolhida recíproca e da colaboração fraterna”.
“Seria demasiado pouco crer que Jesus é Rei do universo e centro da história, sem fazê-lo tornar-se Senhor de nossa vida”.
a todos, as comunidades, os movimentos, as famílias a multiplicarem os momentos de oração mariana. Queremos, neste ano, caminhar com Maria.
Vídeo feito pelo drone da Águia Filmes surpreendeu a todos os internautas. Fiéis ficaram maravilhados com o que viram e compartilharam o video nas redes sociais. facebook.com/arquifloripa
Portas Santas da Arquidiocese são fechadas As 11 Portas Santas foram fechadas no dia 13 de novembro na Arquidiocese de Florianópolis, em preparação para o encerramento do Jubileu da Misericórdia. twitter.com/arquifloripa
DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Gabriela Fernandes, Gilmar Schmitz e Mateus Peixer. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben
DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com e midia.arquifln@gmail. com SITE: www.arquifln.org.br
Jornal da Arquidiocese, Dezembro de 2016
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#compartilha Escola Arquidiocesana de Liturgia Foto: Divulgação
Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal
Natal 1
Esta época de Natal é a época em que os corações mais se deixam tocar pela bondade, refletindo um pouco do que vem da manjedoura. E não só os adultos, mas também os pequeninos partilham o que possuem. E há campanhas para adotar uma criança com brinquedos, para levar alegria às famílias dando-lhes cestas básicas mais generosas, para visitar asilos e hospitais ao encontro daqueles que não têm ninguém por eles... O Senhor vem a nós para nos ensinar a irmos aos irmãos. Regiões sul e norte da Arquidiocese tiveram formações no decorrer do ano de 2016
A Escola de Liturgia da Arquidiocese surgiu como uma resposta ao 13° Plano de Pastoral e tem por objetivo proporcionar aos agentes da pastoral litúrgica aprofundamento na teologia da liturgia, oportunizar formação específica na dimensão litúrgica e capacitar para uma vivência mais profunda do mistério da salvação. Ela possibilita formação para a Arquidiocese, procurando a proximidade com as foranias pastorais. A região sul abrange as Foranias de Florianópolis Continente, Centro-Sul e Norte, São José, Barreiros, Santo Amaro, Biguaçu e Palhoça. Nessa região, a escola contou com a participação de 175 alunos. Já a região norte abrange as Foranias de Tijucas, Camboriú, Itapema, Itajaí e Brusque. Na escola dessa região participaram 146 alunos. Em seu primeiro módulo, durante no ano de 2016, a escola abordou uma introdução à Liturgia, especificando a sua natureza e aspectos gerais da Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium. No segundo momento foi desenvolvido o tema Celebrar a
Liturgia, explicando o que é celebrado e quem celebra. Na terceira e quarta etapas, foi trabalhada a Celebração Eucarística, no estudo das quatro ações rituais fundamentais, destacando os ritos centrais da Palavra e da Eucaristia. A escola teve a colaboração dos docentes: Pe. Wellington Cristiano da Silva, Pe. Me. Luciano dos Santos e Pe. Dr. Rafael Aléx Lima da Silva e também dos seminaristas do propedêutico para os momentos de oração, animação, ajuda no funcionamento da estrutura como a acolhida das estruturas das paróquias Sagrados Corações, em São José, e Sagrado Coração de Jesus, em Itapema. O projeto terá continuidade no ano de 2017, e estará aberto para acolher novas lideranças interessadas em conhecer mais sobre a Sagrada Liturgia, para melhor desenvolver suas ações e contribuições em torno da vida litúrgica da Igreja.
Natal 2
A vida que nasce num estábulo traz vida a muitos corações, refaz a vida de tantos outros, reconstrói onde havia destroços. O Natal é, mesmo, o tempo para morrer para si mesmo, a fim de se encarnar na vida dos irmãos, como fez o Menino que se encarnou na Virgem pura para nos salvar.
Amor
“O amor nunca invade, sempre visita!
Silêncio
Como estamos vivendo o silêncio, como ele nos envolve, de que espécie é nosso silêncio? Silêncio bom é aquele que está grávido de amor!
“Salve Santa Catarina, seguidora de Jesus” Foto: Carol Denardi
Por Karla Colombi Coordenadora do Setor de Past. Litúrgica
Clero se encontra no CEAR Foto: Pe. Leandro Rech
Estavam presentes mais de 100 padres e diáconos
No dia 22 de novembro ocorreu no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos, a reunião do clero. Estavam presentes os padres e diáconos
da Arquidiocese. O encontro começou às 07h30, com o café da manhã, e às 08h30, Dom Wilson deu início à reunião. Na assembleia foi falado sobre o Ano Mariano, e o Arcebispo Metropolitano pediu o incentivo à oração do rosário, ao Terço dos Homens e às missões populares. Também foi entregue o cronograma com as principais datas para o ano de 2017. Nele consta a realização da Peregrinação Arquidiocesana ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida – SP, dos dias 16 a 18 de junho. A reunião se encerrou por volta das 13h30 com o almoço.
Dom Wilson (D) e Dom Tarasios (E) com a relíquias de Santa Catarina
Santa Catarina de Alexandria, padroeira do Estado, da Arquidiocese e co-padroeira de Florianópolis, foi celebrada no dia 25 de novembro, na Catedral, com a presença do Arcebispo Dom Tarasios e do Arquimandrita Agathagelos, ambos da Igreja Ortodoxa Grega. A celebração foi presidida por Dom Wilson Jönck, concelebrada pelo bispo auxiliar emérito, Dom Vito Schlickmann e muitos padres. Estavam presen-
tes, ainda, os seminaristas da Teologia e a primeira dama do estado, Maria Angélica Colombo. As relíquias de Santa Catarina ficaram expostas durante a celebração. Após a missa, ocorreu a procissão pelas ruas centrais da Capital. Comunidades dos municípios de Balneário Camboriú, Biguaçu, Brusque, Palhoça e Porto Belo, também têm Santa Catarina como padroeira.
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#compartilha Santuário de Schoenstatt começa a se tornar realidade No dia 04 de dezembro, o Santuário de Schoenstatt de Santa Catarina começa a se tornar realidade. Este dia será o marco inicial das obras. O Movimento Apostólico de Schoenstatt quer proporcionar às pessoas a possibilidade de visitar o local e usufruir do aconchego do lar mariano. O dia será repleto de atrações e promete entrar para a história do Movimento da Mãe Peregrina. Às 08h tem início as atividades com café da manhã (será vendido pastel, cuca, bolo, café, água e refrigerante). Às 09h acolhida na Tenda feita por Ir. Rosequiel e 10h, no mesmo local, fazse a adoração ao Santíssimo Sacramento. Às 11h, palestra do Pe. Argemiro Ferracioli, postulador da causa de canonização, mostrando a relação de João Luiz Pozzobon com o Santuário de Schoenstatt. Às12h, almoço no valor de R$ 12,00 (risoto e saladas). Às 14h, vivência Mariana sobre a Misericórdia e o ano Mariano e o Sim à Schoenstatt. Às 16h, ocorre a missa presidida pelo Arcebispo Dom Wilson com procissão até o local do
Faculdade Católica de Santa Catarina forma novos teólogos Foto: Divulgação
Foto: Carol Denardi
Dom Wilson abençou o terreno em Biguaçu, em setembro de 2015
futuro Santuário, para primeira pazada do início das obras. Após a missa, confraternização na tenda para que todos partilhem as alegrias pela participação nesse momento celebrativo (Terá venda de alimentos). Devido à exigência da Prefeitura Municipal,
Movimento de Emaús promove as Serenatas de Natal Foto: Divulgação
“Para que Deus seja tudo em todos” (1 Cor 15,28)
Jovens do Emaús a levam o amor ao próximo
No dia 10 de dezembro, ocorre a colação de grau do curso de Teologia da Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC). A solenidade se inicia às 17h, com a celebração eucarística, e às 19h, acontece a colação de grau, ambas no Colégio Catarinense. Ao todo serão 15 formandos, sendo 11 seminaristas e quatro leigos. Durante a formatura, serão homenageados: Prof. Dr. Pe. Tarcísio Pedro Vieira, como Patrono; Prof. Msc. Pe. Siro Manoel de Oliveira, como Paraninfo; Prof. Dr. Pe. Valter Maurício Goedert, como nome da turma e Adriana de Mello Tomaz, como Amiga da Turma. Serviço Missa e Colação de Grau - Teologia (FACASC) 10 de dez. | 17h | Colégio Catarinense
De 05 a 08 de dezembro, o Movimento de Emaús, da Arquidiocese de Florianópolis, promove as tradicionais Serenatas de Natal. São quatro noites, em que jovens levam o amor de Jesus para as pessoas nos hospitais, asilos, creches e casas de acolhimento, tocando e cantando canções natalinas. Um trabalho voluntário que acontece há mais de dez anos. O objetivo é levar conforto e carinho para o próximo que se encontra em situação de fragilidade e solidão, mas também, apresentar a mensagem do verdadeiro sentido do Natal. A concentração inicial ocorre todas às noites, às 18h, no Centro Arquidiocesano de Pastoral (CAP), no Largo São Sebastião, centro de Florianópolis. Informações no Facebook do evento: Serenatas de Natal - Emaús Floripa.
surgiu a ideia de plantar 220 árvores para substituir as que serão retiradas do local do estacionamento. Estas árvores devem ser nativas da Mata Atlântica. Quem quiser pode assumir uma ou mais árvores para serem plantadas no jardim da Mãe de Deus, no Centro de Schoenstatt de Santa Catarina.
Comunidade Imaculada Conceição celebra 100 anos A Paróquia São Francisco de Assis convida a todos para comemorarem os 100 anos da Comunidade Imaculada Conceição, do Alto Aririú, em Palhoça. A festa ocorrerá no dia 10 de dezembro, às 18h, com uma celebração eucarística na qual será reinaugurada a igreja e feita a Dedicação do Altar. A missa será presidida por Dom Wilson Tadeu Jönck. Após a celebração, às 20h30, será promovido um bingo. Nesta semana, a comunidade estará repleta de atrações devido a festa da padroeira. A festividade será de 07 a 11 de dezembro. Imagem: Divulgação
Ligue no (48) 3283-4299 para saber mais informações
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nossa fé
Lugar de perdão e alegria
A presença leiga no mundo
Padre Vitor Galdino Feller Fernando Anísio Batista
O capítulo IV da exortação apostólica Amoris Laetitia apresenta dicas práticas para a vivência do amor no casamento e na família. Ao comentar alguns versículos do hino à caridade (1 Cor 13,4-7), o Papa Francisco se detém em alguns aspectos importantes da vida conjugal e familiar.
juge pode danificar o vínculo de amor e a estabilidade familiar” (AL, 105). Criam-se mecanismos de autoproteção e de suspeitas. “Poder culpar os outros torna-se um falso alívio” (AL, 107). Em vez disso, é preciso educar-se para o perdão.
Cuidado com o ressentimento
A família é o melhor lugar para se aprender a viver o perdão. Ele é “fundado em uma atitude positiva que procura compreender a fraqueza alheia e encontrar desculpas para a outra pessoa” (AL, 105). Para perdoar, é preciso primeiro fazer a experiência de ser perdoado por Deus. Pois todos somos fracos e pecadores! “Rezar com a própria história, aceitar a si mesmo, saber conviver com as próprias limitações e inclusive perdoarse” (AL, 107) é o primeiro passo para poder perdoar as fraquezas do próximo e
Ponto importante da vida conjugal é o perdão. Não é fácil perdoar. É mais difícil ainda quando se trata de familiares com quem temos de conviver diariamente. Muitas vezes, em vez do perdão, diz o papa, “a tendência costuma ser a de buscar cada vez mais culpas, imaginar cada vez mais maldades, supor todo tipo de más intenções, e assim o ressentimento vai crescendo e cria raízes”. Num ambiente assim, “qualquer erro ou queda do côn-
Disposição para o perdão
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não levar em conta as ofensas sofridas. Escola de alegria É insuportável viver num ambiente onde falta o perdão. Ao contrário, é motivo de paz e felicidade viver numa casa onde reina a alegria. O casamento e a família são os primeiros lugares onde se pode experimentar a verdadeira alegria. Alegrar-se com o bem do outro, reconhecer seus valores e qualidades, apreciar suas capacidades e boas obras..., esse é o caminho da felicidade. O contrário disso é comparar-se com outro julgando-se sempre o melhor, é competir com o outro, concentrar-se sobre as próprias necessidades, ficar contente com as fraquezas do outro. “A família deve ser sempre o lugar em que uma pessoa que conquista algo de bom na vida, sabe que vão se alegrar com ela” (AL, 110). Compartilhe ArquiFloripa
O mundo em que vivemos é espaços de participação da somarcado por indiferenças, de- ciedade civil, na política, enfim, sigualdades, guerras e outros em qualquer ambiente que netantos males que necessitam cessita de uma atuação efetiva de uma presença viva da Igreja, para o bem comum. como sinal do reino de Deus enA promoção do bem comum tre a humanidade. é uma tarefa de todos, pois o Cabe aos leigos e leigas se- mundo está carente de pesrem os primeiros responsáveis soas impregnadas pelo Evanpela presença da gelho que buscam Igreja no mundo, verdadeiramente pois é “o caráter sua transformação. secular que carac- “É preciso acredi- Não podemos cair teriza os leigos” (Be- tar na mudança, em um comodisato Paulo IV). Essa mo pessimista que àquele que presença deve ser vem de Deus e leva a uma definiprofética, em um ção precipitada que quer o bem da o mundo não tem movimento dialético humanidade”. do anúncio da Boa mais jeito. É preciso Nova e de denúnacreditar na mudancia das injustiças ça, àquele que vem sociais, próprio de quem carre- de Deus e quer o bem da humaga Cristo no coração e deseja nidade. ardentemente vida nova e em Que neste período do Adabundância para todos. vento, possamos avaliar como Segundo o Documento da tem ocorrido essa presença no CNBB 105 sobre os leigos: “a mundo, se realmente tem sido vocação específica do leigo, im- uma presença fecunda, trazenpregnado do Evangelho, é estar do sal para a terra e luz para o no meio do mundo à frente de ta- mundo (Mt 5,13-14). Que com a refas variadas de ordem tempo- vinda do Menino Jesus possaral”. Estar no mundo significa ser mos redescobrir nossa missão Igreja em todos os ambientes em enquanto leigos e leigas, transque vivemos, a começar pela fa- formando a face da terra através mília, pelo local de trabalho, nos da ação do Espírito Santo.
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Qual é o seu presente de Natal? Foto: Carol Denardi
As voluntárias Maria Dobeck e Ana Dutra, com uma paciente do HU, emFlorianópolis
A Sagrada Escritura relata com maestria sem igual o nascimento do Menino Jesus, simples, humilde, na manjedoura, mas cercado pelo amor de Maria e de José. Deus que se abaixa e se faz homem para salvar a humanidade. “No presépio de Belém, Deus se humanizou e a humanidade se divinizou. Deus-Trindade, a família eterna, fez-se família humana, no Natal de Jesus”. Nestas palavras do assistente eclesiástico nacional da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Pe. Evaristo Debiasi, para o Jornal da Arquidiocese de dezembro de 2014, revela-se um inesquecível e profundo entendimento do real sentido desta data. No Natal, de um lado, há uma multidão de pessoas que correm aqui e ali à procura do melhor presente material para a pessoa que ama, impulsionadas pelas atrativas propagandas da mídias. Mas, de outro, há uma multidão de pessoas, anônimas, que vivem o verdadeiro sentido do nascimento do Salvador na manjedoura. Este outro grupo não corre à procura de coisas caras, mas oferece presente de dentro para fora, isto é, do seu coração para outros corações que, muitas vezes, não têm sequer um abrigo para passar à noite tão esperada. São presentes que edificam a alma. Mais para quem dá do que para quem recebe. Fica a pergunta: qual é o seu presente de Natal? Eis o meu presente de Natal...
Voluntariado A vice-presidente da Associação Amigos do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (AAHU), Ana Maria Dutra, há 15 anos oferece como presente de Natal o seu trabalho voluntário aos pacientes internados. Ela relata que em dezembro, os voluntários da associação promovem a festa de Natal na Unidade de Internação Pediátrica, com distribuição de brinquedos para as crianças. E os pacientes internados recebem uma lembrança. Neste ano serão em número de 180. Casada e mãe de três filhos, Ana conta que nesta época os pacientes também recebem grupos que fazem as tradicionais serenatas natalinas. “Sentimos a emoção das pessoas que foram lembradas. Muitas são do interior do Estado e passam esta noite longe da família, sozinhas no leito do hospital. O voluntariado supre essa ausência e a dor da saudade. Na maioria das vezes, emprestamos nossos ouvidos a eles, que querem apenas desabafar”, afirma Ana Dutra.
Foto: Fernanda Maria Furtado
Dona Irene (D), com Neuzeli, Juraci e Silvana, intengrantes da Equipe Solidária, de Itajaí
Eis o meu presente de Natal...
Solidariedade Em uma das noites de Natal, um carroceiro de Itajaí andava aparentemente sozinho pelas ruas do município de Itajaí. Foi abordado pela viúva Irene Furtado e um grupo de amigas aposentadas. Uma delas perguntou: “o senhor aceita um bombom”? Ele, muito feliz, levantou a lona da carroceria e lá estavam os filhos, a esposa e a sogra. “Para nós, aquela imagem era a representação da Sagrada Família de Nazaré. A alegria deste carroceiro com a família ao receber aquelas simples guloseimas, a felicidade era tamanha, que transmitiram toda a graça para nós. Sem dúvida, há mais alegria em dar do que receber”, comemorou a aposentada Irene, que faz parte da Paróquia São João Batista, bairro São João, em Itajaí. O grupo de amigas aposentadas de Itajaí, “Equipe da Solidariedade”, há mais de 15 anos desenvolve este tipo de trabalho, silencioso, mas com muita dedicação, junto aos doentes e necessitados, não somente em dezembro, mas em todos os meses do ano. Exatamente no próximo dia 24 de dezembro, logo após o almoço, Irene e as integrantes desta equipe vão levar cestas com alimentos especiais, já
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prontos, para 50 famílias de bairros com maior número de pessoas carentes. E à meia-noite, estas voluntárias ainda encontram disposição para sair em carreata distribuindo sanduíches e doces aos moradores de rua. “Mais do que alimento, levamos um abraço e um ‘feliz e santo Natal’”, admite. Entre as muitas histórias, uma vez entregaram um bolo para um morador de rua, em uma noite natalina. E veio a surpresa: “Como vocês sabiam que eu fazia aniversário hoje?”, disse o jovem emocionado. “Passamos a entender que é o Espírito Santo que nos conduz. Não tem cansaço, vamos em grupo, uma abraçada na outra e, assim, abraçamos aos mais necessitados. Solidariedade é isso: sair para servir alguém que nunca foi servido”, conclui a viúva de 69 anos.
chorarem na noite de 24 para 25 de dezembro, de saudade da família, pela dor da solidão. “Isso nos entristece. Não estamos ali para julgar, isso cabe ao judiciário. Estamos ali para cuidar deles, garantir condição de sobrevivência e agir com misericórdia”. Presentear o próximo com amor é o ano todo. Vandir salienta que “Natal é todo dia, porque devemos fazer coisas boas sempre. A gente pensa só neste período. E o resto do ano, você faz o que de bom e com amor? A vida é uma faca de dois gumes. Hoje você está de um lado, amanhã pode estar do outro. O segredo é o amor que muda todas as vicissitudes”. Foto: Carol Denardi
Eis o meu presente de Natal...
Perdão O presente de Natal é de coração para outros corações, como já se afirmou. E para isto, o coração deve estar limpo de sentimentos ruins e disposto a amar. Na primeira carta de São Paulo aos Coríntios 13,1-13, sãp descritas de forma simples as características do amor e uma delas é o perdão. “Quem ama é paciente, tudo perdoa”, comenta o reitor do Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes e vigário paroquial do Santuário de Azambuja, em Brusque, Pe. Francisco de Assis Wloch, sobre esta passagem bíblica. “Crescer no amor é um processo que acontece a cada dia”. Padre Chico, como é conhecido, ensina: “Quem não consegue perdoar, não vive em paz. Como recito diariamente na oração do Pai Nosso, peço perdão dos meus pecados, mas não receberei se não perdoar o meu irmão”. É um exercício praticado durante toda a vida. “Perdoar o irmão, para também poder ser perdoado dos meus muitos pecados e fraquezas. Pecados pessoais, morais e pastorais. Considero pecado pastoral: não praticar o plano de pastoral da igreja, não participar da vida do clero, não por em ação as diretrizes pastorais. Não fazendo isso, prejudico a caminhada da Igreja e faço o corpo sofrer. Se um membro do corpo está doente, todo corpo sofre”, constata. E para este Natal, o padre ordenado há 41 anos deixa a dica. “Nunca diga que não pode perdoar, mas sempre em seu coração: ainda não consegui perdoar, mas haverei de vencer essa batalha”. Foto: Joel José Schvambach
Para Vandir, o amor não tem limite
Eis o meu presente de Natal...
Respeito São muitos os presentes do coração que o ser humano pode oferecer ao próximo, em todos os momentos da vida. A secretária da Paróquia São Virgílio, em Nova Trento, Denair Scalvin da Costa, observa que o presente por ela oferecido é o respeito. “Respeito pelo verdadeiro espírito do Natal, data em que celebramos o nascimento do nosso Senhor Jesus. Devemos nos preparar espiritualmente para recebê-lo. Vê-se muita gente postando nas redes sociais, dizendo que a casa já está pronta para o Natal. Mas o que se encontra são papais noéis espalhados por todos os lugares. E o presépio, onde está”?, questiona Denair. A secretária paroquial explica que orienta os três filhos jovens a se preparem espiritualmente através da confissão e da celebração da misericórdia, na Matriz de Nova Trento. A família também faz a coroa do Advento, a cada semana acende uma vela e reza em família. “Às vezes a filha não está, porque estuda e trabalha em Florianópolis, então meu esposo liga no celular dela, coloca no viva voz e ela participa. Isso é respeito para com esta data tão importante que para nós não é troca de presentes, mas Cristo que nasce em nossos corações”, cita Denair. Foto: Divulgação
“Quem não conhece o perdão, não vive em paz”, Pe. Francisco Wloch
Eis o meu presente de Natal...
Amor O agente penitenciário Vandir Luz trabalha há 24 anos no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em Florianópolis. Foram muitas noites de Natal em que ele deixou a família para cumprir a escala de trabalho em um ambiente com pessoas que cometeram delitos em ocasiões específicas, devido a problemas psicológicos ou sob o efeito do álcool e drogas. Ele relata que é preciso muito amor para cuidar de pessoas assim. “Doamos o melhor de nós. Tem hora que a gente é psicólogo, pai, amigo, irmão, enfermeiro. Ajudamos o paciente a ver a vida de maneira diferente, que não é turbulência o tempo todo”. Vandir, casado há 26 anos com Bazelícia, diz que viu muitos pacientes
Denair (D) diz que é preciso se preparar espiritualmente para receber Jesus no Natal
Jornal da Arquidiocese, Dezembro de 2016
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bíblia Lectio Divina
O nascimento de Jesus em Mateus Neste novo ano litúrgico (“ano A”) somos preparados pelo evangelista Mateus para adentrar nos mistérios do nascimento de Jesus. Seu relato (Mt 1–2) reforça aspectos importantes da identidade de Jesus. Jesus é profundamente inserido na história de seu povo. O “livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1,1) e a genealogia que segue, a qual elenca homens e mulheres, reis e patriarcas, prostitutas e estrangeiras, apresenta Jesus como herdeiro de uma história não idealizada, mas feita de fraqueza e heroísmo humanos em meio a graça e o perdão de Deus. Ademais, Mateus apresenta um relato recheado de citações das Escrituras (Mt 1,22; 2,5.15.18.23) e alguns eventos que evocam fatos do Antigo Testamento: o anúncio do nascimento em sonho a José, recorda o patriarca José, o “sonhador”, que salvou toda sua família da fome (Gn 37–47). José, pai de Jesus, é o guardião da santa família de Deus que também necessita fugir para o Egito. O massacre dos inocentes perpetrada por Herodes, equipara-se às ações do Faraó, inimigo do povo de Deus, que mandou lançar ao rio todos os meninos recém-nascidos
Pe. Wellington Cristiano da Silva
dos Hebreus (Ex 1–2). Tanto Moisés quanto Jesus tiveram suas vidas ameaçadas desde o início e, apesar da cruel perseguição, os prepotentes não conseguem eliminar o salvador que vem de Deus. De fato, em contraste com a rejeição das autoridades, está a acolhida e adoração dos magos, estrangeiros que reconhecem em Jesus o Rei-Messias. Jesus é de origem divina. O evangelista deixa claro que Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo sem a participação do homem (cf. Mt 1,16.18). Com isso se manifesta que Jesus nasce por uma ação direta de Deus, uma iniciativa toda sua, representadas também pelo uso do anjo (Mt 1,20; 2,13.19.22) e da estrela (Mt 2,2.9.10) para instruir os homens. O livro de Mateus foi escrito em tempos de perseguição dos cristãos e condenação por heresia. Com seu relato, Mateus reforça a fé de sua comunidade em Jesus Cristo, o “filho de Israel” (de Abrãao e de Davi) e o Filho de Deus (por obra do Espírito Santo), cujo nascimento acontece por ação de Deus e avança mesmo em meio a perseguição. Por Pe. Gilson Meurer Pároco da Paróquia Santa Cruz
Lectio (leitura) “Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: ‘Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”! (Mt 2,13).
Meditatio (meditação) Após o relato do nascimento de Jesus e da visita dos magos do Oriente, Mateus narra a fuga da Sagrada Família para o Egito. Jesus, desde a infância, realiza e revive a história de seu povo. A família de Jesus passa pela experiência do êxodo e da libertação. Inserida na história da humanidade, também vive momentos de sofrimento e perseguição. Conduzida e protegida pelo Anjo do Senhor, a Sagrada Família, que luta pela vida, sairá vitoriosa diante das ameaças de morte do tirano Herodes. Será Nazaré a terra prometida que acolherá a família do Menino Jesus.
Oratio (oração) Jesus, Maria e José, minha família vossa é!
Contemplatio (contemplação) O exemplo da Sagrada Família ilumina a nossa realidade. Contemplando a humilde família de Nazaré, que é reflexo da família trinitária, busquemos imitar em nossos lares as suas virtudes.
Missio (missão) Família é dom de Deus. O próprio Cristo, encarnado em nossa história, decidiu fazer parte de uma família para santificar todas as famílias. Para ensinar nossas famílias a superar os momentos de crises, sofrimentos e perseguições, Jesus e seus pais também passaram por momentos difíceis, como a angustiante fuga para o Egito. Fiel a Deus, a Sagrada Família soube enfrentar bravamente as dificuldades e desafios da vida, permanecendo unida e fortalecida pelos laços do amor. Sejamos, pois, a exemplo da Sagrada Família, comprometidos com nossas famílias e solidários aos apelos de tantas famílias feridas pela violência, ganância, miséria e outros males que ameaçam a paz e a vida nos lares.
Conhecendo o livro dos Salmos Pe. Ney Brasil Pereira
Salmos 131, 132 e 133 – “DAS SUBIDAS” (V) Chegamos aos três últimos salmos “das subidas”, ou seja, das peregrinações a Jerusalém. O salmo 132 é o mais longo entre esses 15 salmos, e se distingue por indicações históricas e litúrgicas características. A situação histórica aludida é a transferência da Arca, de onde estava, na casa de Obededom, à cidade de Davi (2Sm 6) e, mais tarde, da cidade de Davi ao Templo construído por Salomão (1Rs 8). O salmo fixa-se na primeira transferência, projetando-a para a segunda e definitiva. Entre as duas transferências, um fato importante: a promessa de Deus a Davi, segundo o profeta Natã (2Sm 7), ligando templo e dinastia, templo e cidade, Sião e Jerusalém. A procissão representava dramaticamente essa transferência, talvez no aniversário da
dedicação do Templo. A arca fora previamente levada a um lugar que representava a casa de Cariat Jearim, a qual havia sido, por muitos anos, sua humilde morada. Os sacerdotes, o rei e o povo vão agora reconduzi-la solenemente. Ao saírem do Templo, pedem que Deus abençoe o “ungido” reinante, em atenção ao juramento e aos generosos esforços de Davi, seu antepassado, para preparar a Deus uma digna mansão. Enquanto voltam ao Templo, rezam de novo pelo rei, recordando o juramento com que Deus retribuiu ao juramento de Davi (vv.11-12). Na chegada, um sacerdote anuncia que o próprio Senhor escolheu este lugar e que prometeu dali abençoar os sacerdotes e o povo, incluindo especialmente os pobres, e o rei.
Leia os três salmos e reflita: 1) Como se distingue o Sl 132? Qual a situação histórica a que alude? 2) Como se entende o juramento irrevogável a Davi? 3) Quais os frutos da escolha de Sião como “morada” do Senhor? 4) O que celebra o Sl 133? Como entende você as duas comparações? 5) Como se caracteriza o Sl 134, último entre os “cânticos das subidas”?
A análise completa desses salmos se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.
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evangelização
Igreja São Joaquim, de Garopaba, será reinaugurada neste mês Foto: Divulgação
Com o tombamento da Igreja Antiga da Paróquia São Joaquim, em Garopaba, toda a preocupação, tanto por parte da Igreja, quanto do município, foi procurar um meio legal para a restauração desse patrimônio tão significativo para a parte religiosa e cultural do município. Após incansáveis lutas, a recuperação da Igreja Antiga teve início com o apoio do poder público municipal. Na verdade, tratou-se de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Garopaba e a Fundação Catarinense de Cultura. A obra de restauro teve início em outubro de 2014. Os olhos dos fiéis e munícipes se enchiam de esperança a cada sinal de recuperação da tão admirada obra. Quando já se acreditava de tão logo poder fazer uso do espaço recuperado, veio a total decepção do povo: a paralisação da restauração da obra. A partir de maio de 2015, por mais de um ano, os trabalhos de restauração ficaram paralisados. O entusiasmo, vigor e determinação estiveram com a comunidade nesta luta persistente em busca de meios para o retorno dos trabalhos. Em junho, as obras prosseguiram, e o que mais se pedia é que elas não paralisassem novamente! Sendo assim, o povo poderia ver a Igreja totalmente recuperada. Entre tantos acertos e desencontros, entre Igreja e Prefeitura, com a Fundação Catarinense de Cultura e DEINFRA, chegou-
Missa de reinauguração será presidida por Dom Wilson
se a um consenso: a restauração da Igreja não poderia parar! É possível comtemplar que tudo se encaminha para um final feliz. Juntamente com a restauração da Igreja, a Paróquia São Joaquim obteve, através de Projetos a ordem de começar a reforma do salão paroquial Antigo da Igreja. Hoje o maior desejo do povo de Garopaba é ver a Igreja completamente recuperada. A Igreja São Joaquim não é apenas um símbolo religioso, mas um mar-
Transferências de Padres para o ano de 2017 as transferências de alguns padres da Arquidiocese de Florianópolis, para o ano de 2017: – Pe. Murilo Guesser – Pároco da Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, Ponte do Imaruim, Palhoça. – Pe. Deivide Tiago Tomasi – Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Leoberto Leal.
O Arcebispo Metropolitano, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, comunica
– Pe. Carlos Chiquim – Pároco da Paróquia São Judas Tadeu, Águas Claras, Brusque.
co histórico cultural, do município. Poder contemplar passo a passo o detalhadamente a conclusão dessa obra, para os garopabenses é um orgulho e um motivo de imensa alegria. A reinauguração da Igreja São Joaquim será no dia 19 de dezembro, às 20h.
– Pe. Rafael Aléx Lima da Silva – Pároco da Paróquia São Judas Tadeu, Barreiros, São José. – Pe. João Elias Antero – Vigário Paroquial da Paróquia Santa Cruz, Areias, São José. – Pe. Tarcísio José Schuch – Vigário Paroquial no Santuário Nossa Senhora de Fátima, Estreito, Florianópolis.
Por Pe. Pedro Schilichting Pároco da Paróquia São Joaquim
roquial da Paróquia Santíssimo Sacramento, Itajaí. – Pe. Hélio Tadeu Luciano de Oliveira – Concluir estudos na Espanha. – Diácono Roque Inácio Führ – Diácono na Paróquia Nossa Senhora da Glória, Balneário, Florianópolis. Florianópolis, 21 de novembro de 2016.
– Pe. Reinaldo Schmitz – Vigário Paroquial da Paróquia São João Evangelista, Biguaçu. – Pe. Dyego Delfino – Vigário Paroquial da Paróquia São Joaquim, Garopaba. – Pe. Marcelo Telles – Vigário Pa-
Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Arcebispo Metropolitano de Florianópolis
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evangelização
Obras sociais são homenageadas no 3º Prêmio Dom Afonso Niehues “Dom Afonso Sempre demonstrou grande sensibilidade com os excluídos de nossa sociedade” No dia 24 de novembro, foi realizado na Catedral Metropolitana de Florianópolis, a entrega do Prêmio Dom Afonso Niehues, evento promovido pela Ação Social Arquidiocesana (ASA). Mais de 100 pessoas acompanharam a cerimônia no auditório da Catedral, que começou por volta de 20h, como parte da programação da Festa de Santa Catarina de Alexandria, padroeira do Estado, da Arquidiocese e da Ilha de Florianópolis. O Secretário Regional da Caritas Brasileira, Gelson Nezi, conduziu um momento em que seis pessoas foram homenageadas devido ao engajamento em causas socais. Foram elas: Pe. Ney Brasil, Irmã Terezinha Hermínio Maria, Diácono Ideraldo Luiz Paloschi, Márcio Goulart, Maria Teresa Barreto Floriani e Antônio Koerich. “Este momento significa a busca da igreja e o compromisso da gente dar cada vez mais oportunidade para
Caridade social
Foto: Divulgação/ Casa Madre Teresa de Calcutá
as pessoas buscarem suas vidas com dignidade”, afirmou Gelson. O empresário Antônio Koerich, que foi homenageado, ressaltou a importância da Igreja nas causas sociais. “Ela está se preocupando cada vez mais com as obras sociais. A distribuição não é a condição de dar, ela é a situação do aprendizado através do sentimento religioso, da necessidade, da carência, de um Evangelho que nós cristãos professamos, fazendo com que os problemas sejam minimizados”, destacou o empresário. Em seguida, foram anunciadas as vencedoras. No total, 15 entidades se inscreveram para o prêmio, através de três categorias: Entidade Social, Ação Social Paroquial e Pastoral Social ou Movimento Eclesial. A “Formação de cuidadores de idosos”, da Pastoral da Pessoal Idosa, da Arquidiocese de Florianópolis, foi premiada na categoria Pastoral Social
Foto: Mateus Peixer
Premiação aconteceu no auditório da Catedral Metropolitana de Florianópolis
ou Movimento Eclesial. Já na classe Ação Social Paroquial, foi condecorada a Costura E Arte = Gerando Solidariedade, da Ação Social de Santo Antônio, de Itapema. Na categoria Entidade Social, a comtemplada foi a Casalar Emaús – Mais que uma casa, um lar, da Ação Social Missão, de Florianópolis.
Dom Wilson destacou a importância daqueles que fazem as obras sociais acontecerem na Arquidiocese. “Meu cumprimento a todos os empenhados nas obras sociais, são mais de 100 na nossa Arquidiocese. É um batalhão que trabalha em prol dos necessitados”.
“Dê ao mundo o melhor de você”
A Ação Social Santo Antônio de Itapema foi fundada em 26 de setembro de 1990 e tem como princípios fundamentais, a valorização e a promoção humana, a ética, a moral, os direitos e o resgate da cidadania. Em 17 de abril de 2010, foi inaugurada a Casa de Caridade Madre Teresa de Calcutá, um espaço com 980m² em um dos bairros mais carentes de Itapema. A maioria dos moCasa oferece aulas de músicas para as crianças radores estão desempregados, eles são catadores de reciclados e beneficiários do Bolsa Família. Atualmente, a Casa é um ponto de apoio para essas famílias. A instituição atende cerca de 180 crianças no contra turno escolar, fornecendo: artesanato, culinária, robótica, informática, recreação, coral, violão, flauta doce, teclado, dança, judô, reforço escolar, costura, clube de mães, corte de cabelo, padaria, refeições, além de acompanhamento psicológico, odontológico e médico. Com esta iniciativa foram resgatados diversos valores e a comunidade já está colhendo os frutos, as crianças passaram a ser modelos na comunidade.
A professora aposentada, Darcy Steil da Silva, que é casada com Marco, tem dois filhos e quatros netos, enaltece o trabalho feito na entidade. “Durante estes anos na direção da Casa Madre Teresa de Calcutá, juntamente com a Tia Carmem, foi um tempo de grandes alegrias e realizações. É gratificante acompanhar o desenvolvimento das famílias e das crianças, principalmente a musicalização que resgata a autoestima e confiança, tornando-os mais responsáveis e amados”. Madre Teresa de Calcutá é a inspiração. “Dê ao mundo o melhor de você. Mas isso pode não ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo. Veja você que no final das contas, é tudo entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros”. (Madre Teresa de Calcutá). Foto: Divulgação/ Casa Madre Teresa de Calcutá
Incentivo à cultura é uma das marcas da instituição
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evangelização O Jubileu vivido pelos jovens
Cronograma de novembro
“Perceber os irmãos que necessitam da misericórdia”
04/12 | Confrat. Coord. de forania dos GBF/CEBs e Equipe de Redação | Cacupé 04/12 | 2º Domingo do Advento 08/12 | Solenidade Imaculada Conceição 09 a 11/12 | Maranatha! | Vila do Divino Oleiro - CEAR 10/12 | Reunião Equipe Arquidiocesana Animação Missionária| Tijucas 10/12 | Colação de Grau - Teologia | FACASC 10/12 | Aniversário 100 anos Igreja Imaculada Conceição | Alto Aririú - Palhoça 10/12 | CADEIR – Declaração Universal dos Direitos Humanos - ONU 10/12 | Reunião Diretoria da ASA | Itajaí 11/12 | 3º Domingo do Advento 18/12 | 4º Domingo do Advento 25/12 | Natal do Senhor Jesus 04/04 | 10 anos do falecimento de Pe. Leo | Bethânia
Imagem: Barbara Bunn
Juventude esteve presente no Encerramento do Ano Santo
O Ano da Misericórdia se encerrou no domingo, 20 de novembro. Infinitas graças foram derramadas nesse período onde a Igreja viveu a intensamente o amor de Deus. Esta vivência não se limitou apenas aos mais velhos, mas alcançou principalmente o coração da juventude da Arquidiocese de Florianópolis. Assim foi possível perceber a misericórdia do Pai presente nas palavras de cada jovem que deu seu testemunho sobre este ano. – “Senti a misericórdia do Pai quando eu fiquei muito doente na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) deste ano, e muitas pessoas que eu não conhecia ficaram no hospital comigo e me acolheram”. Cíntia, Catedral Metropolitana, Movimento Pólen. – “Papa Francisco nos disse na JMJ, onde tive a oportunidade ir, que realmente precisamos ser misericordiosos com o próximo, porque a misericórdia é o amor. E cada vez mais, em nossas vidas, é difícil nós vermos a intensidade do amor do Pai presente na vida das pessoas. Vivemos intensamente em nosso grupo, onde Deus nos chamou
para que tenhamos um tratamento diferenciado com todas as pessoas ao nosso redor”. Rodrigo, Grupo de Jovem Sopro de Vida, Forania de São José.
“Durante o ano, nesse espaço, foram divulgadas as principais atividades programadas no Cronograma da Arquidiocese. Auxiliados pela graça de Deus e a colaboração de muitas pessoas foram realizadas muitas reuniões, encontros formativos, celebrações e outros eventos. Sendo assim, no final desse ano manifestamos nossa gratidão a todos e renovamos nossa esperança e o nosso desejo de continuar nossa missão no ano vindouro”. - Pe. Revelino Seidler, Coordenador Arq. de Pastoral
O céu em Governador Celso Ramos Foto: Divino Oleiro
– “Meu grupo visitou uma casa de dependentes químicos todos os meses. Buscamos fazer um trabalho muito forte com eles na questão espiritual. Hoje, a gente continua apoiando essas pessoas, para que possam prosseguir no caminho Deus”. Orlando, Forania de Camboriú. – “Eu vivi este ano da Misericórdia junto com os coroinhas. A gente ajudou a cuidar das crianças carentes da ação social de nossa paróquia, ou seja, para fazê-las se sentirem felizes”. Rafaela, Forania de São José. – “O que me marcou muito foi parar e refletir nas ações que Jesus nos deixou, dar de comer aos famintos e dar de beber aos que tem sede. Percebi que temos que fazer nossa parte e começar a perceber os irmãos que necessitam da misericórdia de Deus”. Mariane, Forania de Barreiros.
É possível ser santo, sem deixar de ser jovem
Foi realizado dos 11 a 13 de novembro, na vila Divino Oleiro, o 4º Heaven’s Party (Festa do Céu). O retiro contou com mais de 450 jovens de 14 a 30 anos, promovido pela juventude da Comunidade Divino Oleiro. A Banda Single Core foi responsável pela animação e a pregação ficou sob a responsabilidade do Pe. Jorge Carrera, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, além da Em Tua Presença, com o cantor Gilearde Camilo. Santidade! Essa foi a proposta do Heaven’s, ao mostrar que é possível ser santo sem deixar de ser jovem. O retiro teve como tema “Encontrei a Felicidade”, com pregações, teatros e dinâmicas que mostraram que a
felicidade é encontrada na aventura rumo à santidade, que ela não está separada das dificuldades da vida, mas é em meio às lutas que se conquista a vitória e descobre a paz. A jovem Milena Lima reconhece que encontrou a felicidade. “Nesse retiro falei pra ele: Tu ganhaste, eu perdi, sou tua, faz em mim o teu querer! Agora posso dizer que sem Deus eu não sou nada! Ele tem pressa, Jesus quer nos limpar, ele está ao nosso lado sempre, só esperando a nossa entrega total a ele!” O Heaven’s Party mostrou à juventude que Deus é o verdadeiro sinônimo de felicidade. Colaboração Rubia Brambila
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geral A misericórdia celebrada por uma multidão de aproximadamente 16 mil pessoas
“Como levar o exercício destas obras lá na sua realidade? Que isto não pare no encerramento do Ano Santo” Foto: Gilmar Schmitz
ele nos ama”, comentaram. Após a animação inicial, conduzida pelo pároco da Paróquia Divino Espírito Santo de Camboriú, Pe. Márcio Vignoli, foram apresentadas as obras de misericórdia da Arquidiocese, representadas por 52 ações sociais paroquiais filiadas à Ação Social Arquidiocesana (ASA). Todo o evento foi animado pelo Coral Vozes de Santa Catarina, com 250 integrantes, sob regência do maestro Robson Medeiros Vicente. Dois momentos emocionaram particularmente os presenMais de 100 padres estiveram no Jubileu tes: a entrada da imagem da A expectativa de público foi superada e aproxima- co-padroeira da Arquidiocese, Nossa Senhora do Desdamente 16 mil pessoas compareceram no dia 20 de terro, e a da padroeira, Santa Catarina de Alexandria. novembro, no Estádio Orlando Scarpelli, bairro Estreito, Às 09h30, a procissão pelo Estádio Orlando Scarem Florianópolis, para o encerramento do Jubileu Ex- pelli com 120 padres e aproximadamente 80 diáconos, traordinário da Misericórdia. marcou o início da grande Celebração Eucarística do O bom tempo colaborou para que as pessoas vies- Encerramento do Ano Santo. Foi presidida pelo Arcesem em caravanas das 72 paróquias, dos 30 municí- bispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, e concelebrada pios da Arquidiocese, em mais de 140 ônibus, além de por Dom Vito Schlickmann, Bispo Auxiliar Emérito, e micro-ônibus, vans e carros particulares. Muitas vie- pelos padres presentes. ram a pé, em caminhadaa das comunidades próximas. Foto: Everton Marcelino Entre este povo, estavam as irmãs Leia e Maria das Foto: Barbara Bunn
A consagração foi o ápice da celebração
As Paróquias montaram suas caravanas e vestiram a camiseta da misericórdia
Graças Soares, de Porto Belo. Para elas, que perderam a mãe há quatro meses com 102 anos de idade, foi motivo de agradecer a Deus pela misericórdia que as atendeu nos momentos difíceis e bons. “Vivenciamos a misericórdia de Deus na prática, e sabemos o quanto
Nesse domingo, a Igreja celebrou o dia de Cristo Rei do Universo. “Cristo Rei reina pregado na cruz. Ele deu a sua vida totalmente para o outro. Esse é o Rei que aclamamos hoje”, assegurou o Arcebispo na homilia. E prosseguiu ao explicar que “nós não podemos ficar indiferentes a ninguém, nem a quem é bom ou a quem é mau. Se as obras de misericórdia não fizerem parte da nossa vida cristã de cada dia, o nosso cristia-
nismo é medíocre”, finalizou Dom Wilson. O evento contou com o apoio de muitas pessoas anônimas das diversas pastorais, movimentos, serviços da Cruz Vermelha, e do Corpo de Bombeiros. Mais de 300 jovens, contribuíram com o bom êxito da celebração. Foto: Everton Marcelino
Imagem de Santa Catarina passou em meio à multidão
A Arquidiocese agradece o apoio de todos, especialmente à direção do Figueirense Futebol Clube, que generosamente cedeu as instalações para a realização do encerramento do Ano da Misericórdia. Um Jubileu onde o Sacramento da Reconciliação esteve em destaque No decorrer do Ano Santo, aumentou a procura pelo Sacramento da Confissão. Para o vigário paroquial da Paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis, Pe. Frei Luiz Antônio Frigo, OFMCap, durante esse ano se instaurou uma consciência coletiva e espiritual de que o ser humano precisa aproveitar de maneira mais profunda do Sacramento da Confissão ou da Reconciliação. Ele explica que a confissão é um remédio do laboratório divino, com poder retroativo, pois vai até o início da vida da pessoa e queima o lixo da história. E faz a chamada ecologia espiritual. “Este sacramento é um remédio salutar que dá equilíbrio e serenidade. E não é só o perdão dos pecados, Cristo abastece o tanque da energia humana e espiritual, para que a pessoa viva o seu presente e caminhe para o futuro”. Frei Frigo afirmou que se intensificaram as confissões, principalmente de pessoas que buscaram a indulgência plenária, com a passagem pela Porta Santa.