Jornal da Arquidiocese | nº 241 | Dezembro

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 241

Medalha Anita Garibaldi

Dom Wilson recebe maior honraria de SC | 3

DEZEMBRO DE 2017

São Luís Gonzaga

Ação social atende 1,8 mil pessoas por mês | 10

Prêmio Dom Afonso

Solidariedade reconhecida | 12

A luz da esperança


Jornal da Arquidiocese, Dezembro de 2017

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opinião Os leigos visitam o presépio Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Os leigos da Arquidiocese de Florianópolis ouviram falar do nascimento do Menino Jesus e foram visitar o presépio. O primeiro grupo era formado por pedreiros, carpinteiros e operários da construção civil. Prestaram adoração ao menino, mas logo notaram que o lugar não era adequado para se morar. Precisava de uma arrumação. Organizaram-se e decidiram que deveriam construir uma morada digna para aquela criança crescer. Quando acabaram, descobriram que o menino está presente em todas as crianças sem lar. Passaram a dedicar a vida para que o menino Jesus encontre uma morada em cada coração, em cada família. Um grupo de membros das Equipes de Nossa Senhora foi ao presépio, e logo se solidarizou com Maria e José. Em dois tempos botaram a gruta em ordem e passaram a se ocupar do menino. Trocaram a fralda, deram comida, arrumaram a manjedoura. Enquanto desenvolviam estas tarefas se deram conta que Jesus está presente em todas as crianças abandonadas. Logo criaram a Pastoral da Criança e assim Jesus está sendo cuidado em cada criança. Os Ministros da Eucaristia foram visitar o menino e já queriam alimentar o menino. Ficaram assustados quando o menino falou que ele era o pão da vida. E decidiram que iam dedicar a vida para que todos pudessem tomar deste pão. Também o pessoal da Pastoral da Pessoa Idosa foi ao presépio. E logo perguntaram onde estavam

os avós do menino. José respondeu que eram idosos e não poderiam ir até o netinho. Replicaram que todos os avós têm o direito de ver o neto. Entenderam que se os avós não poderiam vir, deveriam levar o menino até eles. E decidiram que iam visitar todos os idosos para levar Jesus até eles. Apareceu um grupo todo vestido de amarelo. Era o Movimento de Irmãos. E foram dizendo que iam preparar o menino para o Batismo e ensinar as primeiras orações. Se encantaram com a harmonia entre os membros daquela família. Descobriram que o segredo de tudo era a presença do menino. E resolveram que iriam ensinar a todo casal que o segredo da união da família era a presença do Menino Jesus. Apareceu um grupo, todo animado, cantando “de colores”. Eram os cursilhistas que vieram constatar pessoalmente o que havia acontecido naquela gruta. Ficaram encantados com tudo. Descobriram que aquele menino tinha uma mensagem de paz para o mundo. E se organizaram para anunciar ao mundo tão importante mensagem. Os casais da Pastoral Familiar também foram visitar José e Maria. Estavam interessados na convivência familiar e ofereceram um acompanhamento ao casal. Mas perceberam que a convivência com aquele menino é que dava estabilidade ao casamento. E passaram a ensinar para todo mundo que o segredo da estabilidade do amor no casamento dependia da presença do

Nos caminhos de Francisco

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Menino Jesus. Chegaram médicos, advogados e professores. Todos queriam prestar serviço ao menino e à sua família. Aprenderam logo que servir o menino era o que dava sentido ao seu trabalho. Organizaram-se e passaram a defender o menino contra a injustiça, para cuidar da sua saúde e educar as pessoas para reconhecer a presença de Cristo em todo necessitado. Também os políticos foram visitar o presépio. E logo perguntaram quantos votos tinha na família. Fixando os olhos no menino descobriram que é o serviço para o bem de todos que dá sentido à vida pública. E passaram a organizar a sociedade, a cuidar da cidade para que todos tivessem uma vida digna. E assim, os leigos da Arquidiocese de Florianópolis que foram visitar o presépio, voltaram convencidos de que, ao servirem a Cristo nos outros, transformarão a sociedade.

Nas redes

“Todos somos pequenos e indefesos diante do mistério da morte. No entanto, que graça se naquele momento mantemos no coração a chama da fé!”

Ano Nacional do Laicato O Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, destaca a importância do Ano Nacional do Laicato, que começou no dia 26 de novembro de 2017.

02 de novembro no Twitter

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“Não devemos de modo algum dominar os outros, olhá-los de cima para baixo. É uma atitude difusa na vida civil, mas também na vida eclesiástica. Entre nós deve existir a simplicidade”.

youtube.com

Papa Francisco almoça com 1500 pobres

05 de novembro, no Angelus

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@pontifex_pt

“Somente a fé pode transformar o fim da vida terrena no início da vida eterna”.

06 de novembro, no Twitter

“O reino de Deus não se mostra com a soberba, com o orgulho, não ama a propaganda: é humilde, escondido e assim cresce”. 16 de novembro, na Missa da Casa Santa Marta

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“O amor de Cristo é como um ‘GPS espiritual’ que nos guia infalivelmente rumo a Deus e ao coração do nosso próximo”. 29 de novembro, no Twitter

“A miséria não é uma fatalidade: há causas que devem ser reconhecidas e removidas, em prol do bem de muitos irmãos e irmãs”. 16 de novembro, no Twitter

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99982-2463

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

No Dia Mundial do Pobre, 19 de novrembro, Papa Francisco participou do almoço festivo com 1.500 pobres e necessitados acompanhados por voluntários de associações do mundo inteiro. facebook.com/arquifloripa

Batizado em aldeia indígena O missionário da Arquidiocese, Diác. Manoel Antônio Vieira realizou um batizado na aldeia indígena Kiriri, na Paróquia do Muquém do São Francisco, na Diocese de Barra, na Bahia. twitter.com/arquifloripa

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista e Mateus Peixer. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis


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#compartilha Dom Wilson é homenageado com a maior honraria de Santa Catarina Foto: Mateus Peixer

Retalhos do Cotidiano Professor Carlos Martendal

Prece

Que o Senhor fortaleça minha fraqueza, socorra minha pobreza, revele-me o que devo saber e me indique o que devo fazer. Que Ele perdoe minhas faltas e revista-me de si, a fim de que eu possa dá-lo aos que Ele me deu!

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Arcebispo recebeu a medalha do Governador do Estado, Raimundo Colombo (e) e do vice, Eduardo Moreira (d)

O Arcebispo Metropolitano, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, recebeu do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e do vice, Eduardo Pinho Moreira, a Medalha do Mérito Anita Garibaldi. A cerimônia de entrega da maior condecoração oferecida pelo Governo do Estado ocorreu no dia 20 de novembro, na Casa d’Agronômica, em Florianópolis, residência oficial do governador. A Medalha Anita Garibaldi é concedida a pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras que, no ramo das atividades que desenvolvem, contribuíram direta ou indiretamente para o engrandecimento do Estado. Estiveram presentes no evento o presidente do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom João Francisco Salm, padres, diáconos, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte acompanha-

do da esposa, além de autoridades civis, militares e demais convidados. Na oportunidade, o vice-governador entregou a Dom Wilson uma réplica da fachada da casa onde Anita Garibaldi viveu, em Laguna, sul de Santa Catarina. E Raimundo Colombo entregou o decreto e o diploma alusivos à outorga da Medalha do Mérito Anita Garibaldi. “Dom Wilson é um líder espiritual muito importante, uma pessoa que a gente admira e com quem se sente seguro. Isso eu ouço dos catarinenses. A sua liderança na Igreja Católica e no campo espiritual sobre todos nós faz com que ele seja uma grande referência. Tenho orgulho da nossa Igreja Católica”, finalizou o governador. Para o Arcebispo, a condecoração “é um reconhecimento do papel da Igreja em Santa Catarina, de tudo que ela realiza em cada cidade. Ela faz parte da vida do Estado e da sociedade”.

Dia Mundial dos Pobres contou com várias ações na Arquidiocese Foto: Divulgação projeto

Projeto Ir Ao Povo em mais uma obra solidária

Papa Francisco institui 19 de novembro, como o 1º Dia Mundial dos Pobres. Ações foram desenvolvidas em muitas paróquias, comunidades e santuários da Arquidiocese. Voluntários das Paróquias São Cristóvão e São João Bosco, distribuíram cesta básica,

roupas e calçados, para os moradores de rua das regiões mais carentes de Itajaí. Celebração Eucarística nas comunidades da Enseada de Brito, Passagem e Pontal, em Palhoça, fez parte das atividades da Paróquia Nossa Senhora do Rosário. No auditório da Catedral Metropolitana, membros das comunidades eclesiais de base, dos grupos bíblicos em família, de institutos religiosos e movimentos populares, uniram-se ao Instituto Pe. Vilson Groh, em uma grande ação. Mais de 100 moradores de rua receberam café da manhã, participaram da missa e depois almoçaram com todos os voluntários.

Como pode, o Deus Altíssimo, Criador do céu e da terra, fazer-se criatura? Que loucura! O Todo-Poderoso faz-se fraqueza, a Palavra faz-se silêncio, o Eterno se faz mortal, a Majestade se reveste de humildade, Aquele a quem todas as coisas, também os Anjos, obedecem, faz-se obediente - ao Pai, até a morte, e morte de cruz, e à Mãe e ao bom José em tudo se submete. É o Amor que desce à terra dos homens para elevá-los à altura dos céus!

Natal 2

Deus se faz homem, é verdade, mas antes se faz criança, um Menino que nos é dado. A Eternidade espera nove meses para nascer! Parece um paradoxo e, no entanto, os simples entendem. E acolhem. E são felizes porque acolhem o amor de um Deus que os ama desde sempre e para sempre.

Semente

“Minha alegria é semear”, dizia o jesuíta. Digamos nós também. E mais: minha alegria é ser luz para alguém, é poder ajudar. Essa é a nossa identidade! Que não nos cansemos de semear e que saibamos esperar sempre e só d’Ele o crescimento!

Seminaristas recebem Acolitado e Leitorado No dia 14 de novembro, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em São José, aconteceu a missa na qual o arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, conferiu o Ministério do Acolitado e do Leitorado aos seminaristas. Foi concelebrada pelos padres: Marcos Decker, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de São José; Vânio da Silva, Reitor do Seminário Teológico; e Valter Maurício Goedert, Professor do ITESC e Co-Capelão da Igreja Divino Espírito Santo, em Florianópolis. O Ministério do Acolitado foi concedido aos seminaristas Eduardo Senna, da Paróquia Santo Antônio, em São José; William Vogel, da Paróquia São Luiz, em Brusque; Lucas

Foto: Divulgação paróquia

Cassimiro, da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Itajaí; e Clóvis Martins, da Paróquia São Joaquim, em Garopaba. Os seminaristas Alex Macedo de Liz Junior e Luiz Francisco Fraga, da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, do bairro Serraria, e Roberto Rodrigues, da Paróquia Santo Antônio, ambas de São José, receberam o Ministério do Leitorado.


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#compartilha Jubileu de Prata presbiteral em dose dupla Foto: Gustavo Amorim / Dudu na Festa

Padre Reinaldo

No dia 21 de novembro, ocorreu na Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, a missa em ação de graças pelos 25 anos de ordenação presbiteral do Pe. Reinaldo Schmitz. O arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, e o bispo auxiliar emérito da Arquidiocese, Dom Vito Schlickmann, estiveram na celebração. Além disso, vários padres e diáco-

Renovação Carismática prepara mais um Louvor de Verão

nos marcaram presença na missa. Outra missa em ação de graças por seu Jubileu de Prata, o Pe. Reinaldo celebrou no dia 26 do último mês, na Paróquia dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, em São José. Natural de Florianópolis, Pe. Reinaldo nasceu no dia 02 de janeiro de 1966. Ordenou-se padre no dia 21 de novembro de 1992. Atualmente ele é vigário paroquial da Paróquia São João Evangelista e presidente da Associação Padre Augusto Zucco (APAZ).

19h30, na Comunidade Vida Nueva, localizada na Enseada de Brito, em Palhoça. Frei Rogério nasceu em Angelina no dia 15 de agosto de 1964. Ordenou-se presbítero no dia 20 de dezembro 1992. Atualmente é presidente da Associação Vida Nueva e administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Enseada de Brito, em Palhoça. Foto: XXXXXXXXXXXXX

Tem mais jubileu! Outro padre que celebra o jubileu de prata, neste mês de dezembro, é o Frei Rogério Rubick. As comemorações acontecem em dois dias. A primeira ocorre no dia 17, às 10h, com uma missa na Igreja São José, em Barra Clara, no município de Angelina. Já a segunda missa será no dia 20, às Frei Rogério

Casa de Apoio São José será inaugurada neste mês

Um gesto de solidariedade para iluminar o Natal de todos

Foto: Padre Almir José Ramos

A Renovação Carismática Católica (RCC) da Arquidiocese promove no dia 21 de janeiro de 2018, às 08h, no Ginásio de Esportes Irineu Bornhausen, em Camboriú, o 27º Louvor de Verão. Com o tema “Eis que estou à porta e bato” (Ap 3,20), esta edição contará com a presença da Frantieska Rangel, da RCC de Guarapari, no Espírito Santo. A condução e animação do encontro ficarão por conta do cantor Elizando Sfreddo, da Comunidade Católica Divino Oleiro. O evento é totalmente gratuito e aberto ao público. Muitos grupos de oração e pastorais da Arquidiocese estarão reunidos para glorificar Deus através de muita música, pregações e louvor. Imagem: RCC

Edifício da prefeitura se encontrava em situação precária

No decorrer deste ano, o Jornal Arquidiocese frisou várias vezes a situação da Casa de Apoio São José, no município de São José. No mês de outubro, a Ação Social Arquidiocesa (ASA) ganhou a cessão de uso de um imóvel municipal. Depois desta liberação, a ASA começou a executar a reforma para que a edificação ficasse pronta o mais rápido possível. Algumas iniciativas foram realizadas com o objetivo de angariar fundos para a reparação da casa que vai atender pacientes do Hospital Regional de São José. A última foi a 2ª Macarronada, realizada no dia 21 de outubro, no Clube Maré Alta, em São José. Assim, graças a sua ajuda, a Casa de Apoio São José será inaugurada no dia 13, às 10h30, com a presença do arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck.

O projeto 10 Milhões de Estrelas é uma iniciativa permanente da Cáritas Brasileira. A cada ano se repete como gesto concreto e coletivo na perspectiva da consolidação da cultura da paz, da justiça social e de uma espiritualidade historicamente comprometida. Cáritas diocesanas de todos os cantos do país se unem em torno de um gesto de solidariedade: acender uma vela na noite de Natal, nas casas, ruas, comunidades, praias, cidades e campos. A vela custa apenas R$ 5 e pode ser adquirida nas secretarias paroquiais. Todos os recursos serão destinados para o apoio aos projetos sociais da Arquidiocese. A meta é superar 40 mil velas. Foto: Divulgação


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nossa fé

Sujeitos na Igreja e no Mundo

Natal com a luz de Jesus

Padre Vitor Galdino Feller

Fernando Anísio Batista

Os bispos brasileiros convocam todos os fiéis cristãos, principalmente os leigos e leigas, a serem sal da terra e luz do mundo. Esse compromisso implica todos os batizados, tanto os ministros ordenados quanto os religiosos e os leigos. Mas há uma diferença entre essas três categorias de fiéis no modo como se relacionam com o mundo.

fundador) apontam para o Reino definitivo. Pela vivência dos conselhos evangélicos (castidade, pobreza e obediência) e pela vida em comunidade, indicam-nos como será o céu: todos unidos, simples e puros, diante de Deus. É claro que estão no mundo; mas sua cabeça e coração já estão no céu.

Relações diferenciadas

Os leigos e leigas são homens e mulheres da Igreja, mas seu lugar específico é o mundo. Fazem a ponte entre a Igreja e o mundo. Eles/elas estão no mundo, vivem nas famílias, exercem as mais diferentes profissões, atuam nos mais diversos areópagos, ocupam espaços aonde os cristãos são chamados a ir e anunciar e viver o Evangelho. A eles/elas cabe, por vocação própria, a transformação e a consagração do mundo.

Os ministros ordenados (bispos, padres e diáconos) são homens do interior da Igreja, dedicam-se à celebração dos sacramentos e ao ensino da Palavra e à organização dos serviços dentro da Igreja. É claro que estão no mundo e também atuam na santificação do mundo, mas seu lugar específico é a Igreja. Os religiosos (homens e mulheres consagrados, que seguem o carisma de um determinado

O específico dos leigos

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Sal e Luz Diz o documento Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade (Doc. 105): “Nem o sal, nem a luz, nem a Igreja e nenhum cristão vive para si mesmo. Sua missão é sair, iluminar, se doar, dar sabor e se dissolver” (n. 13). Com essas imagens bíblicas do sal e da luz, pode-se compreender o que a Igreja do Brasil espera de seus leigos e leigas. No Evangelho de João (c. 17) temos a oração sacerdotal ou o testamento de Jesus. Aí ele nos pede para estar e permanecer no mundo (v. 11), sem ser do mundo (v. 14), ser enviados ao mundo (v.18), para que o mundo creia que ele é o enviado do Pai (v. 21). Estar no mundo, para transformar e consagrar o mundo, é missão de todos os cristãos. Mas cabe aos leigos e leigas a índole secular; isto é, a marca própria da vocação leiga é a presença e atuação no mundo. Compartilhe ArquiFloripa

Um pequeno gesto tem parabéns para Ele. O projetransformado o sentido do to pretende acender des MiNatal para milhares de fa- lhões de estrelas pelo mundo mília da Arquidiocese e do todo. No Brasil já são quase mundo: acender uma vela na um Milhão de famílias reanoite de Natal e fazer uma lizando o gesto nas casas, oração. O gesto é extrema- praças, ruas, comunidades, mente simples, mas funda- praias, nos cantos e recantos mentalmente adequado para das cidades e campos. Para ocasião onde se celebra o te dos recursos arrecadados nascimento de Jesus Cristo. serão destinados diretamenCada vela acessa repre- te a projetos sociais coordesenta uma estrela, como a nados pela Igreja Católica. estrela de Davi, É o exercício da que nos guia ao solidariedade na É o exercício da prática na noite encontro de Jesolidariedade na de Natal, que ilusus. Ele está lá, prática na noite na manjedoura, minará milhares humilde e em paz de pessoas que de Natal, que esperando nossa iluminará milhares necessitam de visita. Ele é o prínuma luz. de pessoas que cipe da paz e quer Este ano faça necessitam de espalhar essa paz essa experiência uma luz” pelo mundo. Por também, fortaleça isso, a Cáritas a espiritualidade lançou o projeto “10 Milhões natalina de sua família. Adde Estrelas” que mobiliza to- quira uma vela da campadas as pessoas a acenderem nha mundial na secretaria de uma vela na noite de Natal e sua paróquia. Ela já possui rezar pela paz e solidarieda- uma oração que lhe colocará de no mundo. em sintonia com milhões de Na noite de Natal não se pessoas, formando uma verpode esquecer do aniversa- dadeira constelação de soliriante. Acender uma vela e dariedade na noite de Natal. rezar pela paz é como cantar Feliz Natal!


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capa

NATAL É ESPERANÇA “Nasceu-vos hoje um Salvador, que é Cristo-Senhor, na cidade de Davi”. (Lc 2,11)

No primeiro Natal que o Papa Francisco celebrou no seu pontificado, em dezembro de 2013, na simplicidade que lhe é singular, explicou como viver esta data tão especial no mundo. O Natal é o encontro com Jesus, o encontro de Deus com o seu povo. Dizia ele: “E é também um mistério de consolação. Fala-nos da ternura e da esperança”. Assim, a humanidade voltava os olhos para o Papa da simplicidade e das palavras cheias de esperança. Na mensagem do Natal em dezembro de 2015, o Papa também falava da esperança: “Onde nasce Deus, nasce a esperança. Onde nasce Deus, nasce a paz. E, onde nasce a paz, já não há lugar para o ódio e a guerra. Onde nasce Deus, nasce a esperança; e, onde nasce a esperança, as pessoas reencontram a dignidade”. O Pontífice prossegue ao pedir que “neste dia de festa, o Senhor dê esperan-

ça àqueles que não têm trabalho e sustente o compromisso de quantos possuem responsabilidades públicas em campo político e econômico, a fim de darem o seu melhor na busca do bem comum e na proteção da dignidade de cada vida humana. Onde nasce Deus, floresce a misericórdia. Este é o presente mais precioso que Deus nos dá”. “Neste dia de alegria, todos somos “Onde nasce Deus, chamanasce a esperança. dos a contemplar o Onde nasce Deus, M e n i n o Jesus, que devolve a nasce a paz” esperança a todo o ser humano sobre a face da terra. Com a sua graça, demos voz e corpo a esta esperança, testemunhando a solidariedade e a paz”, disse Francisco no dia 25 de dezembro de 2016.

“Esperança é esperar em Deus. É depositar nele sonhos, realidades e toda a vida, na certeza de que Jesus Cristo sempre fará o melhor e nos apontará o melhor caminho”. Fernanda Cardoso Gil, 30 anos, Catequista do Santuário Nossa Senhora de Fátima e jovem do Movimento de Emaús, em Florianópolis. “Esperança é acreditar que ainda podemos ter um mundo onde os homens pratiquem o bem, a solidariedade e a caridade. Onde é possível ter amor ao próximo. Onde a fé esteja presente nas ações e orações. Esperança é crer que os corações se voltem para Deus e tenhamos paz!”. Rosangela Darugna, 57 anos, voluntária no Projeto Ir ao Povo – Aspacor, da Paróquia São Cristóvão, Itajaí. “Esperança é acreditar, pela esperança vem a fé em um Deus que vem ao nosso encontro por amor”. Diácono Sebastião Joacó Felipe, 71 anos, Paróquia Santa Catarina – Brusque.

Como se comprova, a cada Natal, o sucessor de Pedro fala de esperança. Ele deixa claro que o Natal é esperança. Mas, o que isso significa? No dicionário, a palavra esperança indica o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que se deseja ou a confiança em uma coisa boa, de uma vida melhor. Ela é a segunda das três virtudes teologais, ao lado da fé e da caridade. “Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade” (1 Cor 13,13). O nascimento do Menino Jesus, de forma tão simples, em uma manjedoura, trouxe consigo a esperança ao mundo. Na realidade, todos falam e têm esperança: de ser feliz, de ter amor, bom emprego, salário justo, saúde, paz na família. O que significa a esperança? O Jornal da Arquidiocese buscou a resposta com leitores de algumas paróquias.

“Esperança é o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja e espera. É a confiança de que a graça de Deus será manifestada. A grosso modo, é sinônimo da própria fé, porque vem em auxilio daquele que crê. É impossível crer em algo ser ter esperança. Crer é esperar. Esperar as coisas de Deus, coisas boas. Em resumo, a esperança é o sentimento de quem espera, crendo na certeza e firmeza do cumprimento dos planos de Deus”. Vinícius Pereira, 20 anos, auxiliar de escritório contábil, coordenador do ministério de comunicação social da RCC, na Forania de Palhoça. “É acreditar que ainda é possível que aconteça algo melhor naquilo que parece já ter se perdido pelo mundo ou pelas pessoas. Esperança é uma luz que nos ilumina e nos impulsiona a seguir adiante e que se renova a cada dia quando acordamos e agradecemos pela vida, que também se renova a cada instante”. Rosemary Besen, secretária paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Antônio Carlos.

Foto: arquivo pessoal

Foto: arquivo pessoal

Foto: arquivo pessoal

Fernanda

Diácono Sebastião Rosângela


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“Acreditar que algo bom pode acontecer. Confiar na possibilidade de realizar o que desejo. Acreditar que a humanidade possa resgatar aqueles valores que estão se perdendo. As pessoas esquecem palavras básicas, como “com licença, por favor, obrigada, bom dia, boa tarde”. Que as pessoas parem de olhar só para si mesmas e lancem o seu olhar para o próximo que está ao seu lado. Esperança é acreditar que possa haver menos egoísmo e mais amor”.

“Para mim, esperança está ligada à fé. É como um motor que impulsiona a vida. Deus é minha força e minha esperança. Apesar das dificuldades que enfrentamos nessa vida, creio firmemente que o melhor ainda está por vir. Diz a Sagrada Escritura que o que Deus preparou para aqueles que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu. Essa é minha esperança”.

Janice Marli da Silva Vieira, 43, responsável pelo Arquivo Arquidiocesano e participante da Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça.

Nilton Angioletti, comerciante, coordenador do Conselho de Pastoral Paroquial (CPP), da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Guabiruba.

O mundo vive um momento de indefinição em muitas questões. Não precisa ir muito longe, o Brasil, mesmo, espera a resolução de muitos problemas em que se encontram a saúde, a educação, a economia, a política e a segurança. Diante de tantas incertezas, o que esperar deste Natal? Com a palavra, novamente os leitores do Jornal da Arquidiocese: “Espero mais respeito, gratidão e perdão. Que com o nascimento de Jesus Cristo, nosso coração saia um pouco do nosso eu e se coloque mais a serviço do próximo; ajudando, entendendo, participando da vida que está à nossa volta”. Fernanda Cardoso Gil “Infelizmente, o Natal virou comércio, porém, tem o movimento de solidariedade no ar. Assim espero que muitas famílias sejam beneficiadas com isso, ganhando brinquedos, roupas e alimentos, amenizando um pouco a angústia natalina. Esperar que nasça, em cada coração, um espírito generoso para transformar o mundo e trazer a paz!” Rosangela Darugna Devemos esperar a conversão de nossos corações, como o coração de uma criança!” Diácono Sebastião Jacó Felipe “É necessário o amor. É necessária a presença de Jesus entre nós. A fim de tornar permanente a presença espiritual de Jesus na terra, espero que ele seja acolhido por cada pessoa, a começar por mim. Que cada um acolha Jesus em seu coração e em sua vida, para que sejamos um outro Jesus na terra e possamos ajudar a construir uma família melhor, um bairro melhor, uma cidade melhor, um mundo melhor. Cada um fazendo a sua parte, certamente poderá ser uma luz e uma solução para os graves problemas do mundo”. Janice Marli da Silva Vieira

“Eu acredito em um Natal diferente todos os anos. Mesmo que os verdadeiros significados por vezes sejam corrompidos, esse sentimento de renascer que a celebração do nascimento de Cristo nos proporciona, faz com que as pessoas ainda sustentem um Natal de amor. O Natal muda o clima das nossas vidas por completo, nos proporciona um olhar mais compassivo e isso faz com que eu acredite muito que essa data vai servir para trazer para o nosso povo, que anda tão calejado pelos sentimentos ruins, essa sensação de que o amor que o Natal traz pode ser a ferramenta para mudar o nosso viver”. Vinícius Pereira “Esperar que o nascimento do Menino Jesus traga para as pessoas um novo modo de olhar e ver o mundo. Que possamos assumir verdadeiramente nosso compromisso de cristão, que é levar e anunciar Aquele que veio ao mundo trazendo luz e esperança. Esta esperança que o Natal nos traz é que nos ajuda a enfrentar as tristes realidades em que se encontra o mundo hoje, pois somente na esperança cristã é que se tem a certeza de realizar aquilo que se espera”. Rosemary Besen “Esperar que a grande e alegre notícia que os anjos anunciaram no Natal de Belém: ‘Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade’, seja realidade no mundo de hoje. Que tenhamos paz nas famílias e na sociedade e que o Menino Deus seja o centro da vida de todos”. Nilton Angioletti

Deus sempre tem esperança no ser humano, ele não desiste de ninguém. Ele sabe o que pode realizar na vida das pessoas. O nascimento de Jesus é a esperança viva e concreta na vida de cada pessoa. Um feliz e abençoado Natal para todos!

Foto: Mateus Peixer

Janice

Foto: arquivo pessoal

Foto: arquivo pessoal

Foto: arquivo pessoal

Rosemary Vinícius

Nilton


Jornal da Arquidiocese, Dezembro de 2017

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bíblia Lectio Divina

Sagrada Família

Padre Wellington Cristiano da Silva

Lectio (leitura) “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4).

Meditatio (meditação)

Na conclusão da Exortação Amoris Laetitia, o Papa Francisco apresenta uma Oração à Sagrada Família que é o coroamento de todo o documento. Nela, o Santo Padre nos fala, numa linguagem concisa e devota, sobre a beleza e o mistério da Sagrada Família. Nas suas primeiras palavras, a Oração dirige-se a cada pessoa de Sagrada Família em tom suplicante: “Jesus, Maria e José, em Vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, confiantes, a Vós nos consagramos”. Este é o preâmbulo desta prece: colocar-nos no amor verdadeiro e puro da Família Sagrada como num ato de consagração. Na sequência da prece, por três vezes o Papa dirige-se à Sagrada Família. Primeiro, pedindo para que a nossa família se torne como a Família de Nazaré, um lugar de comunhão e fé: “Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas”. Com tais palavras, o Santo Padre propõe às famílias de hoje que se tornem ‘igrejas domésticas’, isto é, santuários da presença de Deus, da sua misericórdia e da sua paz. Numa segunda petição, reza o

Papa: “Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado”. De uma maneira enfática, o Santo Padre coloca em evidência os males que acometem a família hodierna, como a violência, o fechamento e a divisão. Mas, ao mesmo tempo, suplica que tais feridas sejam curadas pelo bálsamo do amor e pelo óleo do perdão, como nos inspira a Família Sagrada. Por fim, nas suas últimas palavras, o Papa Francisco pede: “Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus”. E conclui: “Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém!”. Nesse desfecho, bem como no último pedido, coloca-se o Papa numa atitude filial, sentindo-se também ele alcançado pelo amor da Família de Nazaré e apelando para que todo o povo cristão tome consciência da beleza e da sacralidade da família.

A longa expectativa do povo de Israel pela vinda do Messias chega ao fim. O tempo tão esperado se cumpre com a encarnação do Filho de Deus, o enviado do Pai. O Filho de Deus entra na história humana fazendo-se homem no seio de uma mulher. Paulo não nos diz o nome daquela que foi escolhida para ser a mãe do Salvador. O nome da eleita será revelado por outros escritores do Novo Testamento. Todavia, o Apóstolo dos gentios mostra a importância desta mulher no mistério de nossa salvação. O Filho de Deus, sendo

Por Pe. Jonathan Speck Thiesen Jacques Assessor Eclesiástico da Pastoral Familiar e da Comissão Vida e Família

de condição divina, assumirá a condição humana ao nascer desta mulher.

Oratio (oração) Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém!

Contemplatio (contemplação) A Mãe de Deus nos ensina a contemplar o mistério de nossa salvação que ela carregou em seus braços. Unamos nosso olhar ao seu olhar materno para contemplarmos a beleza do nascimento do Deus Menino.

Missio (missão) Na oitava do Natal celebramos a solenidade de Maria, Mãe de Deus, recordando o papel singular da Virgem no nascimento do Emanuel. Inserida na história da salvação, Maria está situada no tempo decisivo, isto é, na plenitude dos tempos, no núcleo de nossa história, em que o Filho de Deus, preexistente ao mundo, vem nos visitar. Maria é a mulher que reveste Jesus de nossa carne e de nosso sangue (Hb 2,14). Ao proclamarmos Maria como Mãe de Deus estamos confirmando nossa fé no Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Nossa missão é anunciar esta grande mensagem de vida e salvação. Como Maria, sejamos pessoas alegres a levar o Filho de Deus feito homem a todas as pessoas.

Conhecendo o livro dos Salmos Padre Gilson Meurer

Salmo 145 (144) – “Hino alfabético ao Senhor bondoso e amoroso” O Salmo 145 é um hino alfabético, isto é, cada verso inicia com uma das 22 letras do alfabeto hebraico (porém, por alguma razão desconhecida, falta a letra “Nun”). Isso pode ser considerado uma técnica mnemônica, no entanto, o autor aqui deseja realçar o sentido de plenitude e totalidade (ele quer exprimirse com “todas as letras”). Um salmo que tudo abrange, o tempo e o espaço, toda a criação, o tempo futuro, composto justamente com todas as letras do alfabeto, como que tentando reunir todas as criaturas na misericórdia divina (A. Maillot, A. Lelièvre). Essa rigidez na forma poderia encarcerar o salmo, mas o autor conseguiu ser criativo e, por meio de rimas e aliterações, compôs um poema melodioso e eufônico, cheio de cor e vigor.

O seu conteúdo se concentra nas características de Deus-Rei. A realeza divina (vv. 1.12.13) se desenvolve em uma inexaurível sequencia de atributos (majestade, justiça, bondade, clemência, amor, fidelidade, proteção, liberdade, ternura paterna...) que exprimem a sua infinita bondade e grandeza. O autor fundamenta o governo da nação em Deus, em um tempo que Israel não tinha nem monarca e nem soberania (desde o exílio). A esperança é que Deus garanta a vida, a paz, a bênção sobre todo o povo. O título: “A oração de Davi” (v. 1), e a proeminência de verbos em 1a pessoa, fez a Tradição considerá-lo a oração por excelência do rei de Israel: “O canto começa com uma bênção, avança de bênção em bênção

e termina com as bênçãos eternas” (Rupert di Deutz). Orígenes o considera o “salmo de ação de graças por excelência”; e S. Agostinho abre as suas célebres “Confissões” recitando o v. 3: “Grande és tu, Senhor, e muito digno de louvor...”. Leia o salmo e reflita: 1) Quais atributos o salmo apresenta de Deus? 2) Qual efeito produz um salmo alfabético?

Você também pode conferir este e todos os outros salmos no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


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Jornal da Arquidiocese, Dezembro de 2017

evangelização

Mais de 25 mil pessoas já fizeram um cursilho na Arquidiocese O Movimento de Cursilhos de Cristandade (MCC) comemorou, no dia 06 de novembro, com uma missa presidida pelo Arcebispo, 500 cursilhos em toda Arquidiocese. Com um método próprio, o movimento ajuda a descobrir e a realizar a vocação pessoal e propicia a criação de núcleos de cristãos que fermentam o Evangelho em todos os ambientes. Todo ano, são promovidos quatro cursilhos para adultos e dois para jovens. Iniciou na década de 40, na Espanha, e veio para o Brasil, para o Estado de São Paulo, em 1961. Chegou em Santa Catarina na década de 70, por iniciativa de sacerdotes e leigos de Florianópolis apoiados por cursilhistas de Paranaguá, Paraná. Após o retiro de três dias, ao cursilhista é oferecido o meio de perseverança que se chama de pós-cursilho. Nesta fase, o cursilhista caminha com a escola vivencial e participa de pequenas comunidades de fé (grupos), onde poderá vivenciar o tripé do movimento: estudo, oração e ação. Nesta dinâmica, chegou-se aos 500 cursilhos na Arquidiocese, com a participação de mais de 25.000 pessoas, que passaram pelos retiros. “Muitas vidas foram transformadas e ambientes evangelizados. Inspirados por São Paulo, patrono do movimento, iluminados pelo Espírito Santo e sob

as bênçãos de Maria Santíssima, a caminhada continua”, lembra a responsável da Escola do Movimento e Cursilhos do Setor Florianópolis, Marcia dos Santos Vales. O casal Vera Lucia e Paulino Lucianetti Neto participa há 36 anos do Grupo Nossa Senhora do Carmo. São reuniões semanais, nas casas dos cursilhistas, em São José. “Em Cristo, durante todos estes anos, muitos amigos e irmãos na fé passaram por nós. Famílias foram restauradas e ambientes evangelizados”, disse Vera Lucia. “Esta celebração de 500 cursilhos significa que Jesus já foi anunciado para várias pessoas, e muitas famílias, assim como a minha, foram trans-

formadas”, afirmou a jovem Janaina Marcelino, do Grupo São Francisco, de Paulo Lopes. O diácono Jânio Passos Lino, da Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, da Ponte do Imaruim, em Palhoça, explica que fazer parte do MCC fez toda diferença na sua vida. “Voltei para a Igreja através do movimento. Hoje sou diácono não por meu próprio mérito, mas porque tive a graça do encontro com Cristo e quem me proporcionou isto foi o MCC”, acrescentou o Diácono Jânio. Informações do cursilho e sobre como fazer parte dele, com a coordenadora do Setor Florianópolis, Marcia Vales: (48) 9-9981-1200. Foto: Divulgação Cursilho

Todos os anos são promovidos quatro cursilhos para adultos e dois para jovens

Campanha de Evangelização 2017 da CNBB enfatiza o Ano do Laicato Evangelização (CE) deste ano tem como tema “Cristãos leigos e leigas comprometidos com a evangelização” e o lema “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14). A abertura da CE foi realizada na Festa de Cristo Rei, 26 de novembro, mesmo dia que a Igreja no Brasil iniciou o Ano do Laicato. A campanha tem duração de três semanas e a conclusão acontece no terceiro domingo do Advento, 17 de dezembro, quando é realizada em todas as comunidades católicas, a coleta para a ação evangelizadora no Brasil. O objetivo desta ação é despertar

Imagem: CNBB

Em sintonia com o Ano Nacional do Laicato, a Campanha para a

os cristãos para serem missionários, para o compromisso evangelizador e para a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais no Brasil. A iniciativa considera a ajuda para as dioceses de regiões mais desamparadas e necessitadas. A coleta deste ano vai apoiar inúmeras iniciativas da Igreja no país, promovidas pelos cristãos leigos no serviço da evangelização, da estimulação das pastorais, na luta pela justiça social, nas experiências missionárias das Igrejas-irmãs e na missão ad gentes. Gesto concreto Criada em 1997, durante a As-

sembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e iniciada em 1998, a Campanha para Evangelização tem como objetivo favorecer a vivência do tempo litúrgico do Advento e mobilizar a todos para a Coleta Nacional que ofereça recursos a serem aplicados na sustentação do trabalho missionário no Brasil. O gesto concreto de colaboração nesta coleta será partilhado do seguinte modo: as dioceses receberão 45% dos recursos, os 18 regionais da CNBB ficam com 20%, e a CNBB Nacional, com 35% das contribuições. Colaboração CNBB


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evangelização

Imagem de Santa Catarina percorre as ruas de Florianópolis A caminhada saiu do Colégio Catarinense em direção à Catedral Foto: Joel Schvambach

Féis, seminaristas, diáconos e padres participaram do momento

O Dia de Santa Catarina – padroeira do Estado, de Florianópolis e da Arquidiocese, e co-padroeira da Catedral Metropolitana, 25 de novembro, foi celebrado com uma procissão na Capital. O Estado é o único do Brasil que tem uma santa no nome, Santa Catarina. Aproxi-

Caridade Social Foto: Ação Social São Luís Gonzaga

Ivana (d) dando comida a um morador de rua (e)

Com o objetivo de promover a solidariedade numa sociedade que apresenta inúmeras exclusões sociais, a Ação Social São Luís Gonzaga, em Brusque, possui trabalho em diversas áreas de atuação: atenção ao idoso, atendimento emergencial, apoio à gestante, promoção da saúde e trabalhos manuais. São mais de 1,8 mil pessoas atendidas, sendo 87 crianças com até seis anos, 132 crianças de sete a 12 anos,

madamente 1,5 mil fiéis saíram do Colégio Catarinense, por volta das 09h do sábado, em direção à Catedral Metropolitana de Florianópolis. Ainda na igreja do colégio, o Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, acolheu o

Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e Exarca da América do Sul, Dom Tarasios, que trouxe uma relíquia de Santa Catarina especialmente para a procissão. Com Dom Tarasios estava o Arquimandrita Agathangelos, também da Igreja Ortodoxa Grega. Em seguida, os fiéis, seminaristas, diáconos e muitos padres seguiram em procissão, com a imagem peregrina feita em madeira por um artista do município de Treze Tílias (SC), especialmente para a solenidade, e passaram por ruas centrais da Capital: Esteves Júnior, Álvaro de Carvalho, Felipe Schmidt e Praça XV. Após a procissão ocorreu a missa em frente à Catedral Metropolitana, presidida pelo Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, e concelebrada pelos padres pre-

sentes. Antes da bênção final, o Arcebispo Ortodoxo Dom Tarasios falou para os catarinenses, entre outros assuntos, sobre o perdão e a unidade entre os cristãos, da valorização da fé, do amor à fé, sem medo de vivê-la e de expressá-la. No seu discurso, citou o Papa Emérito Bento XVI e São João Paulo II. Durante 14 dias, a imagem peregrina de Santa Catarina visitou todas as 13 foranias da Arquidiocese. No dia 11 de novembro ela começou a peregrinar na forania de Itapema e passou pelas foranias de Camboriú, Itajaí, Brusque, Tijucas, Biguaçu, Barreiros, Santo Amaro, Palhoça, São José, Estreito, Florianópolis Ilha Norte, Florianópolis Centro Sul, até chegar no último sábado, 25, na Igreja Santa Catarina de Alexandria, no Colégio Catarinense.

Ação Social São Luís Gonzaga atende mais de 1,8 mil pessoas ao mês 182 adolescentes de 13 a 18 anos, 263 jovens de 19 a 29 anos, 334 adultos de 30 a 60 anos e 879 idosos com mais de 60 anos. Para o bom êxito desses atendimentos, a ação social conta com 291 voluntários. A coordenadora da Ação Social São Luís Gonzaga, Ivana Meiring Deichmann, 49, conta que, além de doações materiais, a ação social também precisa de voluntários dispostos a distribuir o amor. “As pessoas procuram um abraço, uma palavra amiga, uma desabafo, ou seja, partilhar a vida delas com a gente”, afirma Ivana.

do dízimo, procura arrecadar fundos para manter os trabalhos em prol dos carentes. Outra forma de ajudar é através do trabalho voluntário, de pessoas dispostas a doar o seu tempo para aqueles que precisam. Ser voluntário é sinônimo de doar amor, afeto e autoestima. Além do tempo, você também pode doar roupas em boas condi-

ções, alimentos e dinheiro. As doações podem ser feitas na secretaria da Paróquia, que está aberta de segunda à sexta, das 08h às 12h e das 13h às 18h. Informações Ação Social São Luiz Gonzaga Rua Padre Gatone, 75 Centro 1, Brusque (47) 3355-5556 Foto: Ação Social São Luís Gonzaga

Como ajudar Ação Social São Luís Gonzaga conta com a generosidade da comunidade, de pessoas de bom coração. Além dessas doações específicas, a Paróquia São Luís Gonzaga, através

Voluntários da São Luiz Gonzaga


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evangelização Mais que o futuro, o jovem é o presente da igreja Setor juventude começará novo ciclo a partir de 2018 Imagem: Setor Juventude

Após quatro anos à frente da coordenação do Setor Juventude, ocupando a função de secretário executivo, deixo com sentimento de gratidão a missão até aqui desempenhada. Durante todo esse tempo, tivemos diversas oportunidades de formação, partilha, eventos de grande e pequeno porte, auxílio em diversas atividades arquidiocesanas, além de, claro, manter o espírito de unidade e comunhão entre as diversas expressões juvenis que participam ativamente do Setor Juventude. A juventude é tratada por muitos como o futuro da Igreja, mas o Papa Francisco e os bispos nos ensinam e provam cada vez mais, que somos o presente, aqueles que fazem diferença e são fermento na massa. Em nossa Arquidiocese, temos acompanhado o crescimento de diversos grupos e iniciativas evangelizadoras para os jovens. Em sintonia com as orientações da CNBB, buscamos cada vez mais incentivar o anúncio do Evangelho, e mostrar que a Igreja como um todo faz a opção preferencial pelos jovens. Neste período de coordenação, vimos de perto os frutos, os anseios

e as dores de nossa juventude, que busca mostrar ao mundo o verdadeiro amor de Deus. Esse impulso no anúncio foi ampliado a partir da JMJ Rio 2013, e com certeza marcará nosso caminho por muitos anos. Seguiremos a partir de 2018 defendendo a necessidade de formação das lideranças, fortalecendo o Setor Juventude Arquidiocesano e as pastorais juvenis das foranias e paróquias, enquanto espaços de acompanhamento, e consolidando a assessoria aos grupos, pastorais, movimentos, novas comunidades, dentre outras expressões. Além disso devemos estar atentos às políticas públicas em defesa da juventude e aos cuidados com o planeta Terra, nossa casa comum. Precisamos através de gestos concretos, combater a imaturidade que nos impossibilita de amar o próximo e consequentemente nos leva a não acompanhar o movimento do tempo. Esse movimento do tempo é que traz o sentimento de frustação e impotência em muitos de nossos jovens, afinal, para cada momento há uma beleza e um desconforto. Aproveito a oportunidade para agradecer a Deus, por todas as graças recebidas durante esse período de missão; à Igreja Arquidiocesana, nas pessoas de Dom Wilson, Pe. Revelino e Pe. Ewerton, que confiaram em mim e caminharam comigo nessa jornada; a todas as lideranças e jovens, aos quais manifesto meu desejo de que continuem firmes e contem comigo e minhas orações. Por João Augusto de Farias

Cronograma de dezembro 02/12 | Grupo de Estudo Bíblico de Catequese| Perequê 03/12 | Encontro Arquid. Coord. Forâneos de Catequese | Perequê 03/12 | Encontro AO Catedral – Festa 122 anos AO | Catedral 08/12 | Solenidade da Imaculada Conceição 08 a 10/12 | 1º Acampamento FAC 2 Região Sul | Anitápolis 08 a 10/12 | Retiro de Advento e Encontrão Maranatha | Gov. Celso Ramos 09/12 | Natal Luz Solidário | Santuário Santa Paulina 09/12 | Encerramento do Ano Formativo no Seminário de Azambuja | Brusque 09/12 | Formação e confraternização da Pastoral de Rua | Biguaçu 12/12 | Nossa Senhora de Guadalupe 16/12 | Ordenações diaconais | Garopaba 16/12 | Natal Luz | Centro de Schöenstatt 25/12 | Natal do Senhor Jesus

Atividades para jovens de todas as idades Imagem: Shalom

Pela passagem do Dia Mundial dos Pobres, a Comunidade Católica Shalom promoveu no mês de novembro, em parceria com a Pastoral Universitária, um evento formativo-caritativo, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Durante a manhã do sábado, 18 de novembro, os jovens universitários ouviram palestras com temas específicos. Na parte da tarde, os participantes foram ao Hospital Universitário. A Comunidade Shalom atua em projetos de promoção humana, com atividades de integração para os jovens, para as famílias, com o objetivo de proporcionar uma experiência com Deus, como foi este encontro para os universitários.

Acampamento em janeiro Dentre os trabalhos de evangelização, está o Acampamento de Jovens Shalom, conhecido como Acamp’s. Ocorre anualmente sempre no período das férias escolares e já alcançou mais de mil jovens nas 14 edições do evento. Na Arquidiocese, o Acamp’s está marcado para ocorrer de 18 a 21 de janeiro, no Sítio das Figueiras, em Biguaçu. Podem participar jovens a partir dos 14 anos de idade. Oportunidade para acampar, gincana, missas, diversão, festas, cursos de aprofundamento, momentos de espiritualidade e muita alegria fazem parte da programação. Mais informações e inscrições, no facebook: Shalom Floripa ou pelo telefone: (48) 9-9919-1277.


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geral Trabalhos sociais são reconhecidos no 5º Prêmio Dom Afonso Niehues “Eliminem-se as causas dos males e não apenas os efeitos”

No dia 24 de novembro, foi realizada no auditório do Colégio Catarinense, em Florianópolis, a entrega do Prêmio de Inciativa Solidária Dom Afonso Niehues, evento promovido pela Ação Social Arquidiocesana (ASA). Antes da cerimônia, às 19h30, ocorreu a missa solene presidida pelo arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, na Igreja Santa Catarina de Alexandria, também no Colégio Catarinense.

A noite iniciou com algumas palavras so- em Florianópolis ganhou o prêmio pelo projeto bre o legado deixado por Dom Afonso Nehues. “Criança Feliz”. E por fim, na categoria Entida“Quando assumiu a Arquidiocese de Florianó- de Social, o prêmio foi para a “Promoção Social polis, ele procurou estruturar a Ação Social Ar- das Famílias do Centro de Educação Infantil Giquidiocesana (ASA), tornando-se seu primeiro rassol”, da Irmandade do Divino Espírito Santo presidente. Tinha o desejo de ter em cada pa- (IDES), de Florianópolis. Cada uma recebeu R$ róquia uma obra social, como escreveu em uma 7 mil. correspondência ao clero em janeiro de 1967”, Foto: Mateus Peixer destacou a mestre de cerimônia, Carol Denardi. Após a introdução, três pessoas foram homenageadas por seu engaFoto: Mateus Peixer jamento em causas socais. Foram eles: o diretor da Orionópolis Catarinense, Pe. José Manuel dos Santos (Pe. Maneca), o provedor da IDES por 32 anos, Washington Luiz do Valle Pereira – representado na ocasião pelo irmão Nereu do Vale Pereira e pelo filho, Paulo do Vale Pereira, e o presidente da Associação Casa Irmã Dulce, de Tijucas, Luiz Carlos SantaDom Wiilson (d) e Pe. Maneca (e) na Filho. O homenageado Luiz Car“Este prêmio deste prêmio é uma iniciativa los Santana ressaltou a impor- formidável, que destaca a importância do tratância da premiação para as balho social na Arquidiocese. Um trabalho que ações sociais na Arquidiocese é grande e faz bem para um número significatiA primeira edição do prêmio foi em 2013 e pediu para que “todos não vo de pessoas”, assegurou o Arcebispo. Após a celebração eucarística, teve início a deixem de participar desta grande iniciativa, Confira fotos da premiação no site da Arquiquarta edição do prêmio, que também fez parte porque se todos nos envolvermos, construire- diocese: www.arquifln.org.br. da programação da festa de Santa Catarina de mos esta rede, fortaleceremos nossos relacioAlexandria, padroeira do Estado, da Arquidioce- namentos, formaremos uma Foto: Mateus Peixer se e da Ilha de Florianópolis. sociedade nova, transparente, Foto: Mateus Peixer ética e estaremos olhando para os mais necessitados”. Em seguida, foram anunciadas as vencedoras das três categorias: Entidade Social, Ação Social Paroquial e Pastoral Social ou Movimento Eclesial. Na categoria Pastoral Social ou Movimento Eclesial, a Pastoral da Criança arquidiocesana venceu, com a Iniciativa Solidária “Geração de Oportunidade e Renda”. Na categoria Ação Social Paroquial, a Assistência Social São Luiz, da Paróquia Nossa Senhora de LourCoral da Ação Social Santo Antônio, de Itapema, apresentou-se no evento des e São Luiz, Agronômica, Além do Arcebispo, padres, diáconos e lideranças da Arquidiocese estiveram presentes


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