Jornal da Arquidiocese | nº 214 | julho de 2015

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 214

Ideologia de Gênero

Dom Wilson fala sobre o tema | 2

JULHO DE 2015

Ecologia

Papa lança nova Encíclica | 5

Grupos Bíblicos

Partilha da Palavra e da caridade social | 10

Missão além-fronteiras


Jornal da Arquidiocese, Julho de 2015

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opinião

A ideologia de gênero

Laudato Si’, mi Signore “Louvado sejas, meu Senhor” No dia 18 de junho, Papa Francisco lançou a nova Encíclica que tem como tema, “Laudato si – sobre o cuidado da casa comum”. É o primeiro documento escrito integralmente por ele, que buscou inspiração nas meditações de São Francisco de Assis, patrono dos animais e do meio ambiente. O texto aborda a ecologia humana e o clima. São citados os problemas e desafios de preservação e prevenção, aspectos de proteção à criação e questões como a fome no mundo, pobreza, globalização e escassez. Em um dos trechos da Encíclica, Francisco afirma: “A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que ‘geme e sofre as dores do parto’ (Rm 8,22)”. Na página 05 desta edição do Jornal da Arquidiocese, você confere mais detalhes deste rico material recheado da preocupação do Sumo Pontífice quanto ao planeta. Além de uma conversão de coração, o Papa chama a todos para uma “conversão ecológica” e assumir a responsabilidade para o “cuidado da casa comum”. Conversão que ultrapassa fronteiras e supera o preconceito com relação aos imigrantes que chegam à Arquidiocese, que faz voltar o olhar além-fronteiras e se preocupar com crianças que andam 14 quilômetros para estudar com apenas uma refeição diária, na África. Conversão com a determinação de mudar e instaurar a paz no tempo que se chama hoje. Excelente leitura!

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj A “ideologia de gênero” foi neutro e depois escolhe ser retirada do Plano Nacional de homem ou mulher. Não leva Educação, aprovado no ano em conta as diferenças anapassado (2014). O MEC vol- tômicas e psicológicas do ser ta a insistir e quer inserir esta homem ou ser mulher, que o perniciosa ideologia nos pla- ser humano traz desde o nasnos municipais e estaduais cimento. de educação. Quer que os Negar a biologia e a psiEstados e Municípios apre- cologia é negar a ciência. A sentem “gênero” e “orienta- escola deve ter compromisso ção sexual” nos planos de com a verdade, favorecendo educação, como o conhecimencritérios para a imto da realidade e “A escola deve ter plementação de não doutrinando políticas educa- compromisso com a as crianças e jocionais. Em mui- verdade, favorecen- vens com ideotos municípios, do o conhecimento logias. O papel este processo da realidade e não da educação é está acontecendo ajudar as jovens doutrinando as criansem a participagerações a consças e jovens com ção dos principais truir sua identidaideologias” interessados, que de sexual e não são os pais e edua desconstrução cadores. das característiAs expressões “gênero” cas psicológicas e biológie “orientação sexual” são cas dos meninos e das meusadas para afirmar que o ninas. Desta forma se busca nascer “homem” ou “mulher” “desconstruir” a família, o não é o que conta. De acor- matrimônio, a maternidade do com esta corrente ideo- e, por outro lado, fomentar lógica, o ser humano nasce um estilo de vida que incen-

Nos caminhos de Francisco

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A luz do Evangelho é guia para toda a pessoa que se puser ao serviço da civilização do amor.

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É verdade, o pecado existe, e o pecado nos faz cair, mas nós temos a força do Senhor para nos levantar e prosseguir com a nossa identidade cristã.

tiva todas as formas de experimentação sexual desde a infância. Lanço um apelo aos vereadores de nossas cidades para que, ao aprovar o “Plano de Educação”, não permitam que esta nociva ideologia se faça presente para orientar a educação das nossas crianças. Peço que os pais de família acompanhem a tramitação deste projeto e se manifestem sobre a sua aprovação nas Câmaras de Vereadores. Lembremo-nos sempre do ensinamento da Sagrada Escritura: “Ele os criou homem e mulher” (Gn 1,27).

Nas redes Ação Social da Colônia Santana agradece apoio do FAS Na matéria especial no Canal do Youtube da Arquidiocese, a Creche Frei Antônio, da Ação Social do Salto do Maroim, apresentou as melhorias no projeto de educação nutricional apoiado pelo Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS).

02 de junho, no Twitter

Youtube - ArquiFloripa

09 de junho, homilia na Casa Santa Marta

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Um ano da Assessoria de Comunicação

Cada mau trato a uma criatura é contrário à dignidade humana.

@pontifex_pt

Encíclica Laudato Si, com o tema ecologia

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O amor é casto. Neste mundo hedonista, digo para vocês: sejam castos! 21 de junho, no encontro com os jovens de Turim, Itália

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Peçamos ao Senhor uma fé grande, para olhar a realidade com o olhar de Deus; e uma grande caridade, para abordar as pessoas com o seu coração misericordioso.

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Na Confissão, Jesus acolhe-nos com todos os nossos pecados, para nos dar um coração novo, capaz de amar como Ele ama. 25 de junho, no Twitter

24 de junho, na catequese sobre as famílias

Em junho de 2014 foi criada a Assessoria de Comunicação da Arquidiocese, localizada na Cúria Metropolitana. Entre seus trabalhos está a produção do Jornal da Arquidiocese, a manutenção do site e das redes sociais e o contato com a imprensa. facebook.com/arquifloripa

Arquidiocese inicia preparativos para Ano da Misericórdia Aconteceu no dia 19 de junho, na Cúria Metropolitana, a primeira reunião da comissão que vai preparar o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, na Arquidiocese de Florianópolis. O Ano Santo, convocado pelo Papa Francisco, terá início no dia 08 de dezembro. twitter.com/arquifloripa

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, A. Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Jean Ricardo Severino, Olga Oliveira e Roberson Pinheiro. JORNALISTA RESPONSÁVEL: A. Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO: Roberson Pinheiro COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa@arquifln.org.br e comunicacao@arquifln.org.br SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis


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#compartilha Treze novos diáconos são ordenados na Arquidiocese Foto: João Augusto Farias

Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal

Humildade 1

A humildade nos faz alegres, leva-nos a desculpar facilmente as faltas dos irmãos, porque nos sabemos bem mais faltosos que eles. Ela nos torna simples, faz-nos trilhar o caminho da pobreza, ensinanos a servir, a despojar-nos, para que o outro tenha.

Humildade 2

A humildade nunca é desperdiçada; ao contrário, edifica, constrói relacionamentos, leva para o céu.

Humildade 3

Diáconos permanentes se prepararam durante dois anos na Escola Diaconal

Na presença de cerca de duas mil pessoas aconteceu a ordenação dos diáconos participantes da 15ª turma da Escola Diaconal São Francisco de Assis, da Arquidiocese de Florianópolis. A Missa teve início às 15h do dia 20 de junho, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos. Dom Wilson Tadeu Jönck presidiu a Celebração, acompanhado pelo Bispo Emérito, Dom Vito Schlickmann, e outros 80 representantes do clero, entre sacerdotes e diáconos. Durante a homilia, o Arcebispo fez referência a dois aspectos do serviço diaconal: “Os diáconos servem à comunidade no seu relacionamento com Deus; pregam a Palavra, ensinam a rezar, ajudam a viver as virtudes”. E, ainda, “colocam-se a serviço da comunidade nas suas necessidades materiais; dar alimento, assistir os doentes, visitar os prisioneiros”, concluiu. Os novos diáconos, além dos serviços

que já desempenham nas diversas pastorais, passam agora a assistir matrimônios, celebrar batizados e também as exéquias, além das Celebrações da Palavra ou outras ações necessárias à vida paroquial. “O diácono é aquele que deve estar atento aos problemas sociais da comunidade, conforme os Atos dos Apóstolos eles devem servir as mesas”, lembrou o presidente da Comissão Arquidiocesana do Diaconato Permanente (CADIP), Diácono Vilson Alfredo de Freitas. Foram ordenados no sábado os diáconos Acácio Daroci (São João Batista), Antônio Zorrer (Brusque), Elton Rodrigues (São João Batista), Francisco de Souza (São José), Hildo da Silva (Biguaçu), Janio Passos (Palhoça), Jucélio dos Santos (São José), Manoel Vieira (Biguaçu), Marcos Sarmento (São José), Ori de Souza (Palhoça), Pedro do Carmo (Santo Amaro da Imperatriz), Valter Santos (Paulo Lopes) e Walter Rosa (Camboriú).

ASA realiza primeiro Encontro da Caridade Social No dia 13 de junho teve início um ciclo de quatro encontros que terão como tema central: a caridade social nas foranias. Os encontros são destinados às lideranças sociais das paróquias, pastorais e entidades, com o objetivo de fortalecer as diversas iniciativas existentes e criar uma rede de solidariedade em cada forania da Arquidiocese. Até o momento foram realizados dois encontros da caridade social, um em Florianópolis (13/06) e outro em Palhoça (20/06). Para o mês de julho estão programados mais dois encontros:

em Tijucas, no sábado, 04, e Balneário Camboriú, dia 11, sempre no período das 14h às 18h. Durante o encontro são apresentados dados de um levantamento realizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da atuação social Igreja. Em seguida, pede-se que as entidades presentes preencham um formulário elaborado pela Ação Social Arquidiocesana (ASA). Estes dados serão apresentados nas reuniões dos Conselhos de Pastoral das Foranias, em agosto.

O humilde é uma luz para os outros; o orgulhoso escurece as estradas por onde passa. Pode-se ser humilde como servo e pode-se ser humilde como rei. Ninguém tão humilde como Jesus e Maria. E José! Não tinham nada e tinham tudo; melhor, Maria e José tinham o Tudo! “Três pobres que mudaram o mundo”, como escreveu Claudel.

Infância

Em quantos cabos de vassoura transformados em cavalos velozes visitamos o mundo, quantas cascas de coqueiro se fizeram nossas montanhas-russas, quanto chão seco se deixava liso e acolhedor para nossos pés... Éramos felizes, de uma felicidade que se repetia cada dia.

Importância

Às vezes as coisas que parecem não ter importância são as que fazem a diferença.

Semana do Migrante reforça combate ao preconceito Foto: Divulgação / ASA

Mais de cem pessoas, entre haitianos, bolivianos, uruguaios, paraguaios, argentinos, austríacos, italianos e brasileiros se encontraram no dia 21 de junho, na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, em Florianópolis, para encerrar a Semana do Migrante, comemorada de 14 a 21 de junho em todo país. Foi um almoço de partilha, não somente dos pratos trazidos que apresentavam um pouco de cada cultura, mas também da partilha de fé, esperança e de conhecimentos. O evento foi organizado pelo

Grupo de Apoio aos Migrantes e Refugiados. Com muita descontração compartilharam “uma alegria sem preconceitos, com direitos e participação”, como o próprio lema da 30ª Semana do Migrante apresenta. Segundo o coordenador da Pastoral do Migrante, Pe. Joaquim Filippim, por ser a primeira confraternização do Dia do Migrante na Arquidiocese, “houve troca de experiências em um momento de acolhida e fraternidade aos irmãos que por diversas razões escolheram morar aqui”.


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#compartilha Bispo de Blumenau deve tomar posse em setembro Imagem: Divulgação

Após a nomeação pelo Papa Francisco, em 24 de junho, o curitibano Dom Rafael Biernaski, tem previsão de assumir como Bispo da Diocese de Blumenau até o mês de setembro. Ele era Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba, no Paraná. Dom Rafael nasceu no dia 1º de novembro de 1955, no Bairro Campo Comprido, em Curitiba. Em 1968 ingressou no Seminário Arquidiocesano São José, onde completou o Ensino Fundamental e o Médio. No ano de 1975 entrou para o Seminário Maior Rainha dos Apóstolos. Cursou filosofia na Universidade Católica do Paraná, hoje Pontifícia. Fez bacharelado em Teologia no Studium Theologicum de Curitiba, dos Padres Claretianos. A ordenação diaconal aconteceu em 21 de dezembro de 1980 e a presbiteral em 13 de dezembro de 1981 e, em 1999, recebeu o título de Monsenhor. Ainda quando padre assumiu como vice coordenador arquidiocesano de liturgia e colaborador do Santuário Santa Teresinha do Menino Jesus. Foi professor e responsável pela espiritualidade do Seminário Menor São José. Quando nomeado Bispo, em 10

de fevereiro de 2010, era Capo Ufficio (Chefe de seção), da Congregação para os Bispos no Vaticano. Com o falecimento do Arcebispo Dom Moacyr José Vitti, no dia 26 de junho de 2014, Dom Rafael Biernaski foi eleito, pelo Colégio de Consultores, Administrador Arquidiocesano, no dia 1º de julho do mesmo ano. Cargo que exerceu até a posse do novo Bispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, em 07 de janeiro de 2015. Nova Diocese O novo Bispo de Blumenau, que tem como lema episcopal “Evangelizare misit me – Enviou-me para evangelizar”, assume a Diocese que pertence à província Eclesiástica de Florianópolis e ao Regional Sul IV, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Formada por 13 municípios, conta com 40 paróquias, incluindo dois santuários. Até a sua posse, a Diocese é dirigida pelo Administrador Apostólico, Dom João Francisco Salm, também presidente do Regional Sul IV.

Em julho Arcebispo celebra aniversário natalício

Ribeirão da Ilha recebe visita pastoral de Dom Wilson

Retiro de cura interior é promovido pela Comunidade Divino Oleiro

No dia 10 de julho, o Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, completa 64 anos. A data será marcada por uma Missa em ação de graças na Igreja Matriz do Saco dos Limões, em Florianópolis, às 10h.

Após as visitas pastorais no Bairro Itaipava, em Itajaí, e na Enseada do Brito, em Palhoça, agora é a vez da Paróquia Nossa Senhora da Lapa, do Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, receber a presença do Arcebispo. No período de 24 a 26 de julho, Dom Wilson Tadeu Jönck, acompanha de perto as ações pastorais da paróquia, além de promover reuniões com as lideranças e leigos das comunidades. Os objetivos da visita pastoral são o reavivar a comunhão eclesial, o compromisso missionário e a co-responsabilidade pastoral na Igreja; avaliar a caminhada à luz dos projetos pastorais da Arquidiocese; estimular o clero, religiosos e cristãos leigos a assumirem compromisso de unidade, em clima de comunhão e participação. Ainda neste ano, Dom Wilson realiza as visitas na Paróquia São Judas Tadeu, em Brusque, e Sant’Ana, na Colônia Santana, em São José.

De 17 a 19 de julho, acontece um retiro de cura interior, organizado pela Comunidade Divino Oleiro, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos. O evento será conduzido pelo fundador da Comunidade Remidos no Senhor, Ronaldo de Souza Ronaldo José de Souza. O pregador também é autor do livro “O discípulo amado”, onde trata da questão do autoconhecimento. A proposta, que também deve ser abordada no retiro, trabalha o conhecimento de si a partir da experiência de Deus e a consequente harmonia pessoal à luz da revelação do Amor. Mais informações sobre o retiro no endereço www.divinooleiro.com.br ou pelo telefone (48) 3296-1511.

Biografia Dom Wilson nasceu em 10 de julho de 1951, no município de Vidal Ramos, Santa Catarina. Entrou para a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), no ano de 1972, sendo ordenado sacerdote em 17 dezembro de 1977, também em Vidal Ramos. A ordenação episcopal ocorreu no dia 16 de agosto de 2003. Em 11 de junho do mesmo ano, foi nomeado bispo titular de Gemellae in Byzacena e auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião, no Rio de Janeiro. Tem como lema episcopal: “Maximus amor pro amicismori” (Amar é dar a vida). Em 26 de maio de 2010, o Papa Bento XVI o nomeou bispo da Diocese de Tubarão, em Santa Catarina. Já em 15 de novembro de 2011, tomou posse como arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis.

Foto: Divulgação / Paróquia

Dom WIlson em visita pastoral na Enseada do Brito, Palhoça

Foto: Divulgação / Com. Oásis


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nossa fé

Comunidades a partir de Jesus Cristo Pe. Vitor Galdino Feller

Encíclica do Papa é um convite à conversão ecológica Fernando Anísio Batista

“Jesus Cristo é a fonte de tudo o que a Igreja é e de tudo o que ela crê”, dizem as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2015-2019 (n. 4). Recentemente publicadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), essas diretrizes vão acompanhar a vida e a missão de nossas comunidades nos próximos quatro anos.

Partir de Jesus Cristo As diretrizes nos convidam a partir de Jesus Cristo. Ele é o ponto de partida de nossa vida pessoal e de nossa ação missionária. Todo cristão deve viver a mesma vida de Jesus de Nazaré, adaptando-a a seu estilo de vida, à sua idade, à nossa época. É impossível ser cristão sem ser convertido a Jesus, sem ter feito a experiência da amizade íntima com ele, sem ter ouvido dele a boa notícia do amor incondicional do Pai, sem hospedar no coração o Espírito, sem

dispor-se a segui-lo na missão junto às diferentes situações. Ser cristão é viver e amar, sonhar e servir, orar e agir como Jesus. É seguir as suas pegadas. É ser um outro Jesus aqui e agora. Na exortação apostólica Evangelii gaudium, o Papa Francisco ensina que “a melhor motivação para se decidir a comunicar o Evangelho é contemplá-lo com amor, é deter-se nas suas páginas e lê-lo com o coração” (EG 264). Os Evangelhos nos mostram que “os discípulos missionários experimentam o fascínio que faz arder seus corações e os leva a tudo deixar e a viver um amor incondicional a Jesus” (DAEIB 4). A conversão pastoral de nossas comunidades depende de nossa conversão pessoal a Jesus Cristo.

Lugar de encontro com Jesus Cada comunidade deve sempre se perguntar: as pessoas que vêm até nós se encontram com Jesus?

Quem participa de nossa comunidade faz a experiência da amizade com Jesus? Nossa comunidade é lugar para o encontro com Jesus Cristo? Ou é lugar de fofocas e divisões? Jesus condenou a atitude dos fariseus que convertiam pessoas, mas quando esses convertidos entravam na comunidade, perdiam-se, porque não encontravam a beleza da fé, mas só intrigas e ciúmes. “Percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando o conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes mais do que vós” (Mt 23,15). Para poder ser missionária e anunciadora do Reino de Deus pregado por Jesus, a comunidade deve ser o lugar da comunhão e do encontro com o próprio Jesus. Ninguém dá o que não tem. Se uma comunidade não tem comunhão, não pode ser exemplo de missão. As duas coisas vão juntas, comunhão e missão, dois movimentos do coração cristão.

Acesse esse e outros artigos em www.arquifln.org.br

Com a Encíclica “Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum”, lançada no dia 18 de junho de 2015, o Papa vai além de uma análise ou constatação da situação da degradação ambiental da atualidade. Francisco convida a uma renovação de compromisso com a criação, tarefa de grande responsabilidade que Deus deu ao ser humano: “cultivar e preservar o jardim que o próprio Deus criou” (Gn 2,15). No lançamento, o Papa explicou que o nome da Encíclica foi inspirado na invocação de São Francisco “Louvado sejas, meu Senhor”. No Cântico das Criaturas, recorda que a terra é como uma irmã e uma mãe. Os seis capítulos fazem um itinerário que propõe uma nova relação entre o homem e toda a criação. São eles: “O que está acontecendo com a nossa casa”, “O Evangelho da criação”, “A raiz humana da crise ecológica”, “Uma ecologia integral”, “Algumas linhas

de orientação e ação” e “Educação e espiritualidade ecológicas”. Ao longo de todo texto, Papa Francisco convida a ouvir os gemidos da criação, exorta a “mudar de rumo” e assumir a responsabilidade para o “cuidado da casa comum”. Com tristeza reconhece: “nunca temos ofendido nossa casa comum como nos últimos dois séculos”. É a primeira vez que um Papa aborda o tema da ecologia no sentido de uma ecologia integral (que vai além da ambiental). Introduz o tema dentro do novo paradigma ecológico, em uma abordagem que nenhum documento oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) fez até hoje. No texto há leveza, poesia, alegria e uma inabalável esperança de que se grande é a ameaça, maior ainda é a oportunidade de solução dos problemas ecológicos. Aceite o convite feito pelo Papa, converta-se à ecologia integral. Foto: Everton Marcelino


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capa

A educação como instrumento de transformação “Eu quero fazer medicina, se há possibilidade. Espero com a vossa ajuda conseguir”. Esse é o sonho da jovem Marcângela. “Se não conseguirmos comer, não vamos aprender ou vamos assimilar pouco, porque se está com fome. Precisamos da construção de uma cantina aqui, onde todos os alunos vão se beneficiar, sobretudo os que vieram de longe”. Essa é a necessidade de Brayam. Marcângela, Brayam e tantos outros jovens e crianças da região de Empada, sul de Guiné Bissau, África Ocidental, trazem seus anseios, necessidades e expectativas de vida, nos quase 14 quilô- guineense, Maio da Silva, para Florianópolis. Ele metros que andam a pé para chegar até o colégio. recebeu da equipe executiva do Instituto Vilson Guiné Bissau tem um milhão e 600 mil habitantes. Groh (IVG) formações intensas na área de elaboraJá Empada é uma das áreas mais pobres e des- ção, gerenciamento e gestão de projetos, sustenfavorecidas do continente africano, onde se come tabilidade econômica e contexto territorial. Padre Maio ficou três meses em uma vez por dia e com hora marcada, Florianópolis. Nesse período identifiàs 15h30. cou qual a demanda, dentre as muiNa periferia de Empada existem tas de seu país, seria prioritária para muitas escolas de base do interior que Em cada carteira a construção de um projeto elaboraprecisam de ajuda. Em cada carteira do com os conhecimentos adquirisentam quatro crianças, com apenas sentam quatro criandos nas formações que recebeu da um caderno e um lápis. Uma média de ças, com apenas um caequipe do IVG. Ele escolheu apoiar a 95 crianças para 25 cadernos e lápis. derno e um lápis. Uma educação, em um primeiro momento, Como funciona? A primeira criança copia a frase do quadro, passa para o média de 95 crianças com foco na sustentabilidade financeira do Liceu (Colégio) Dom Settímio lado. A segunda criança copia e paspara 25 cadernos e Arturo Ferrazzeta (7º ao 13º ano), em sa o caderno para outra. E assim elas lápis. Empada. Buscava, assim, garantir fazem a aula inteira. condições para que os alunos sem reDiante desse cenário, provavelmencursos financeiros pudessem terminar te é gerada uma inquietação. Porém, o os estudos. leitor do Jornal da Arquidiocese de Florianópolis deve No país, boa parte das escolas é de autogesse perguntar: o que tem a ver a África com a Igreja tão e os alunos precisam pagar para estudar. A local? A resposta vem rápida. No ano de 2012, Pe. Vilmensalidade é como que uma ajuda de custo para son Groh viajou novamente para Guiné Bissau e trouos docentes. “Nenhum professor quer sair da caxe no coração a inquietude de que precisava fazer pital e ir para Empada, pois além de ser longe, os alguma coisa para ajudar as pessoas daquela região. salários são baixos e A proposta então se matesempre atrasam”, afirrializou com a vinda mou o gestor do projedo padre to, Willian Narzetti. As escolas são geridas sob três eixos: o Estado, a comunidade e a missão religiosa. Somente através deste equilíbrio de forças é possível garantir a permanência dos professores que vêm de Guiné Bissau.

Assembléia geral dos alunos do Liceu: homenagem ao Pe. Vilson e Willian pelo apoio à educação em Empada

Padre Vilson Groh, Willian Narzetti e o corpo de professores do Liceu Dom Settimo Ferrazzetta

Iniciativa de apoio do Instituto

Após identificar a demanda, elaborou-se o projeto, supervisionado pelo Instituto Vilson Groh. Em seguida, a proposta foi apresentada aos doadores, parceiros e padrinhos. “Este modelo é sustentável por estar estruturado em uma rede de muitos colaboradores, cada um apoiando com aquilo que pode. São pessoas da Grande Florianópolis, Brusque e Curitiba”, disse Willian que também trabalha na parte de captação de recursos. A coordenação dos Grupos Bíblicos em Família (GBF) tem registrado aproximadamente 40 grupos da Arquidiocese que am“Este model param esta rede de educação em Empada. tável por est “Apoiamos o projeto porque acreditamos que aquele povo está esquecido, necessitado, e rado em um sabemos que está sendo feito um trabalho sémuitos colab rio, sem busca de promoção”, comentou Norcada um apo berto Cazagranda, um doador de Brusque. Hoje, Pe. Maio é o gestor local do projeto aquilo qu desenvolvido pelo Instituto. Este ano, Pe. Vilson e Willian estiveram por 17 dias na África para averiguar o andamento do programa e perceber os frutos. Marciano foi um dos beneficiados com o pagamento da mensalidade para poder estudar. Os irmãos dele também receberam kits escolares, o que foi uma alegria por algo que para os brasileiros é básico, mas para eles, um presente necessário. “Nosso povo está muito cansado. De maneira particular, sou de família pobre. Se puderem me ajudar, me ajudem! Obrigado”, ressaltou Marciano. O jovem ainda participou dos encontros de catequese e será batizado este ano. O sub-diretor e presidente do Conselho Técnico -Pedagógico do Liceu, José Domingos Samu, destacou que o jovem é a força para qualquer sociedade. Mas, sem a educação ele fica limitado e não conse-


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Curiosidades de GuinéBissau - É um país muito instável. A cultura na região de Empada é principalmente da castanha de caju. A alimentação é o arroz. - O ensino superior é muito fraco, com pouquíssimas opções de faculdade e cursos técnicos no país inteiro. Mas há uma vida de família bastante enraizada. - A solidariedade é grande, um ajuda o outro. - Crioulo, português e as línguas tradicionais são as mais faladas. Quem consegue chegar à faculdade, estuda outros idiomas. - A polícia não anda armada, em geral, há certa tranquilidade naquela região da África. - O país é grande e de difícil acesso. Na época da chuva, dificulta ainda mais a passagem. - A maioria da população é muçulmana, mas reconhecem o apoio da Igreja Católica. Há um percentual pequeno de cristãos. - O sacerdote da Arquidiocese de Florianópolis, Pe. Lúcio Espíndola, está há oito anos em missão naquele país. Ele e missionários da Comunidade Católica Divino Oleiro desenvolvem trabalhos de evangelização e na parte social em favor dos membros da Diocese de Bafatá, Guiné Bissau.

Representante dos alunos do Liceu, Iacuts, e Pe. Vilson

Crianças do Jardim de Infância

gue desenvolver a capacidade técnica e intelectual. “Os estudos vão servir como meio para o jovem ter esta oportunidade de desenvolver propriamente a sua família, a sociedade e o país em geral”, enfatizou. Atualmente são concedidas 270 bolsas para estudantes do Liceu. Em 2014 foram dislo é sustentribuídos um total de 650 kits de materiais estar estrutu- colares e beneficiadas 200 crianças e adolesma rede de centes na colônia de férias. A educação se mostra como um instrumenboradores, to modificador da consciência humana, forma oiando com o homem “e o transforma num ser produtivo. ue pode” Aqui, muitas crianças não frequentam a escola e os jovens vão até o quinto ano, porque não têm oportunidade de continuar. Não temos possibilidade de comprar material, tudo é caro. Por isso mesmo queremos solicitar apoio de diferentes entidades no Brasil que venham conosco para esta escola. Qualquer ajuda que seja concedida, vamos louvar momento a momento”, emocionou-

Modelo econômico para nova etapa

2015/2 a 2016/1 Investimento anual: R$ 104.000,00 Solução: 350 doadores x R$ 300,00/ano = R$ 105.000,00/ano

se o diretor do colégio, Mário Moba Mura. Padre Vilson explica que a cooperação internacional nasce por uma questão de solidariedade entre os povos. “Não ser outro colonizador. Quando a gente traz o Pe. Maio para cá e discute com ele as questões dele, as nossas, a gente tem um ponto em comum que é a criança e o jovem frente à realidade do futuro desta criançada”, enfatizou o padre da Arquidiocese. Padre Maio da Silva disse que ajudar essas crianças com um caderno, uma caneta, lápis ou uma borracha, é apoiar na construção do sonho delas, ajudar a construir a Guiné-Bissau, em particular, a Vila de Empada. “O meu desejo agora é que Deus nos ajude a conseguir pelo menos quatro salas. Quando cai a chuva não tenho onde colocar estas crianças, a não ser nas varandas das casas. Do fundo do meu coração agradeço todos os brasileiros que de coração humilde e simples contribuíram para a educação dessas crianças. Mesmo não tendo nada, mas temos algo a dar a vocês, que são as nossas orações”.

Colabore! Faça sua doação na conta bancária Banco do Brasil Ag. 4236-6 / CC 57543-7 CNPJ: 13.188.828/0001-67 Contato: (48) 3039-1828

Crianças atendidas em 2015

O projeto da rede de educação para a África apoiado pelo Instituto Vilson Groh é para dez anos. Tem como slogan: “Com um pão, um lápis, um caderno e um professor é possível construir o sonho de uma criança em Guiné Bissau”. Mantém apoio ao Liceu com as bolsas de ensino, com kits de materiais escolares e ajuda à colônia de férias. Mas no Colégio Liceu, o apoio foi ampliado para a alimentação. A comunidade local constrói a cantina e contrata o cozinheiro. Já o Instituto e seus apoiadores no Brasil ajudam com o fornecimento do alimento. Comida simples, mas dá condição para estudarem o período da escola e suportarem a longa caminhada. Nesta ampliação foram adotadas outras três escolas com materiais pedagógicos e alimentação. Com isso, serão 1.300 crianças e adolescentes atendidos pelo Instituto. O dinheiro está sendo aplicado porque quem administra é um gestor local, um guineense. Ele conhece a realidade local, sabe quem pode pagar um pouco ou nada da mensalidade.

Fotos: Acervo IVG


Jornal da Arquidiocese, Julho de 2015

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bíblia Lectio Divina

Hermenêutica bíblica a partir de Marcos A Faculdade Católica de Santa será condenado à morte. Entre os Catarina (FACASC) promoveu, nos relatos de curas do cego de Betdias 01 a 03 de junho, o evento saida (8,22-26) e do cego de Jedenominado Tríduo Bíblico, com o ricó (10,46-52), por três vezes Jetema: Hermenêutica bíblica a partir sus anuncia que será condenado à do Evangelho de Marcos. Contou morte, mas ressuscitará ao terceiro com a assessoria do professor Dr. dia. Os discípulos continuam na inFrancisco Orofino, bibliscompreensão, demonsta e educador popular, trando uma concepção professor no Seminário “Palavra de origem triunfalista do Messias e Paulo VI, em Nova Iguaçu o seguem na expectativa grega, a hermenêu(RJ), autor e co-autor de de poder e de fama. tica se ocupa com vários livros. Jesus os alerta insisPalavra de origem a interpretação dos tentemente a renunciar grega, a hermenêutica se textos, proporcioao modo de ser e de ocupa com a interpreta- nando uma compre- agir dos poderosos desção dos textos, proporcio- ensão atualizada” te mundo e a optar pelo nando uma compreensão caminho da cruz, sendo atualizada. Relaciona-se servos uns dos outros. ao deus grego Hermes – Mensagem que permanedeus-intérprete -, cuja função era ce viva para os dias atuais, conclaesclarecer à mente humana tudo o mando-nos à conversão. que necessitasse de compreensão. O Evangelho de Marcos, o priPor Prof. Celso Loraschi meiro a ser escrito na ordem croCoord. Estudos Bíblicos FACASC nológica, pelo ano 70 d.C., procura responder à pergunta suscitada no meio das comunidades cristãs primitivas: quem é Jesus? Sobretudo, na primeira metade do Evangelho até o capítulo 08 -, Marcos mostra que a identidade de Jesus se revela através de sua prática junto às pessoas marginalizadas do seu tempo. Ele é o Filho de Deus que vem indicar o caminho de resgate da vida digna para todos, sem exclusão. No entanto, os discípulos que o acompanham permanecem na incompreensão, o que provoca uma forte indignação em Jesus (8,14-21). A partir deste momento, Jesus muda de estratégia e passa a ocupar-se prioritariamente na formação dos seus discípulos. É o que se constata em sua viagem pedagógica da Galileia a Jerusalém, onde

Pe. Wellington Cristiano da Silva

Lectio (leitura) “Recorda-te dos dias do passado e relembra as antigas gerações; pergunta, e teu pai te contará, interroga, e teus avós te ensinarão” (Dt 32,7).

nha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas. E na velhice, com os meus cabelos brancos, eu vos suplico, ó Senhor, não me deixeis!” (Sl 70,17-18).

Contemplatio (contemplação)

Meditatio (meditação) Em seu cântico de louvor ao Senhor, Moisés exalta o poder do Deus de Israel, relembrando os benefícios divinos concedidos ao seu povo. As obras que Deus realizou no passado são testemunhadas e guardadas na memória pelos antepassados, de modo especial, pelos avós. Nas Sagradas Escrituras, os avós e os anciãos são considerados mestres de vida. A eles cabe a missão de transmitir a Palavra de Deus às futuras gerações. Sua sabedoria e sua experiência são um tesouro para os mais jovens. Fazer memória dos feitos do passado é trazer ao coração e tornar presente a experiência de fé vivida, testemunhada e transmitida pelos irmãos e irmãs que nos precederam.

Oratio (oração) “Vós me ensinastes desde a mi-

Contemplemos os grandes feitos do passado que o Senhor nosso Deus realizou. Façamos memória da aliança estabelecida entre Deus e a humanidade.

Missio (missão) No dia 26 de julho celebramos o dia dos avós e comemoramos, na fé, a memória de São Joaquim e Santa Ana, avós maternos de Jesus. Inspirados pela sabedoria desse humilde casal, empenhemo-nos na transmissão dos valores evangélicos às novas gerações. Nossa missão também se expressará no cuidado amoroso com os nossos avós, apoiando as pastorais e movimentos que ajudam os idosos a sair de um estado de solidão e abandono, para fazer deles dispensadores de sabedoria, testemunhas de esperança e agentes de caridade.

Conhecendo o livro dos Salmos Pe. Ney Brasil Pereira

Salmo 110 (109): Rei e Sacerdote guerreiro Este salmo é um dos mais breves, dos mais misteriosos, o salmo mais citado no Novo Testamento. Só a Carta aos Hebreus, que atribui a Cristo o título e a dignidade de Sacerdote por excelência, o único verdadeiro Sacerdote da nova Aliança, dedica ao v. 4 – “Tu és sacerdote para sempre” – um capítulo inteiro, o capítulo 7º. Mas já cita esse versículo algumas vezes nos capítulos 5 e 6, sempre levando em conta o texto de Gn 14 sobre Melquisedec. Quanto ao v. 1 – “Senta-te à minha direita” – encontramo-lo citado pelo próprio Senhor Jesus em Mc 12,35-37, em discussão com os escribas, e em Mc 14,61-64, diante de Caifás, no Sinédrio, num texto combina-

do com Dn 7,13. Também Pedro cita esse versículo no dia de Pentecostes, diante de todo o povo. E temos ainda, além de outras citações nas cartas paulinas, o texto da 1ª carta aos Coríntios 15,25-26. E não esqueçamos que este salmo é rezado ou cantado cada domingo e solenidade, na Liturgia das Horas, como o primeiro salmo das Vésperas. Salmo importantíssimo, portanto, que desperta, com razão, a nossa curiosidade. O título que escolhi – “Rei e Sacerdote guerreiro” – quer de propósito chamar a atenção do leitor: como conciliar Jesus, o Jesus “manso e humilde” dos Evangelhos (cf. Mt 11,29), com o “Rei e Messias guerreiro”?

Leia o salmo e medite: 1) Por que este salmo é tantas vezes citado no Novo Testamento? 2) Como entender o título escolhido: “Rei e Sacerdote guerreiro”? 3) Que significa esse sacerdócio “segundo a ordem de Melquisedec”? 4) Como entender a ação desse Rei e Sacerdote que “amontoa cadáveres”? 5) Quem são os “inimigos” contra os quais devemos lutar?

A análise completa deste salmo se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br


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Jornal da Arquidiocese, Julho de 2015

evangelização

Animação Missionária está entre as urgências do Plano de Pastoral Paróquias realizam atividades em diversos meses do ano e articulam visitas nas comunidades Foto: Divulgação / Paróquia

O Plano Arquidiocesano de Pastoral tem como uma das urgências a Animação Missionária na Arquidiocese. O objetivo principal é “articular a dimensão missionária nos vários grupos e instâncias mantendo viva a necessidade de sermos uma Igreja em estado permanente de missão”, como define o plano. Este ano, o projeto está em fase de implantação e divulgação. “Uma primeira ação que cada paróquia pode começar a realizar é constituir um pequeno grupo, com objetivo de rezar, estudar, planejar e organizar o serviço de animação missionária em nível paroquial”, esclarece coordenador do Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), Padre Josemar Silva. A Arquidiocese, porém, já desenvolve alguns trabalhos missionários como parte da ação pastoral realizada por grupos que integram a Igreja. De modo particular, Pe. Josemar destaca a experiência das Santas Missões Populares, os mutirões missionários, a participação nas atividades da Diocese de Barra na Bahia, além das frentes missionárias ad gentes no Estado da Bahia e no Amapá e além-fronteiras, na África, com a presença de leigos.

paróquias também já planejam atividades missionárias para este ano. Faz parte ainda das metas do Projeto de Animação Missionária auxiliar na divulgação e implantação da Infância e Adolescência Missionária e Juventude Missionária; tornar conhecidas as experiências de evangelização existentes na Arquidiocese e incentivar que mais paróquias realizem as Santas Missões Populares. Bahia Desde o ano 2000, após convite feito pelo Pe. Jacob Archer ao COMIDI, a Arquidiocese passou a enviar missionários leigos para as Padre André com algumas das missionárias da Matriz da Palhoça missões na Diocese da Barra, que fica na região do semiárido norNa Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, destino, no centro-oeste baiano. Padre Josemar comentou que “nos particino mês passado aconteceram as Santas Missões Populares, onde os fiéis visitaram cerca pantes desta experiência podemos perceber um de 30 casas diariamente, no período de 07 de maior entusiasmo missionário, um envolvimento 14 de junho. “Louvo ao Senhor, o Divino Seme- com a missão em sua paróquia, mais comproador, que nos acompanhou neste trabalho de misso com as questões sociais e o desejo de evangelização. E uma palavra de gratidão aos testemunhar seu batismo”. missionários tão abnegados que, debaixo de Quem deseja se integrar às missões na Bahia sol, chuva, portas abertas e fechadas, nunca deve entrar em contato com a Coordenação de desanimaram, apesar de serem poucos”, de- Pastoral da Arquidiocese e participar da formaclarou o pároco, Pe. André Gonzaga. Outras ção no dia 30 de agosto.

Lideranças participam do primeiro Mutirão Arquidiocesano de Formação Aproximadamente 400 pessoas Adjunto de Pastoral da CNBB. O secompareceram no Mutirão Arquidioce- gundo foi aplicado pela coordenadora sano de Formação, da Arquidiocese de arquidiocesana da catequese da DioFlorianópolis, no Centro de Evangeli- cese de Palmas, Francisco Beltrão, no zação Angelino Rosa, em Governador Paraná, Débora Pupo. Padre Chico, como é Celso Ramos. conhecido, na palestra Promovido pela Coordenação Arquidiocesana “A comunidade cristã pre- sobre o Documento 100, de Pastoral, nos dias 27 cisa encontrar inspiração disse que o testemunho e 28 de junho, a primeira na palavra testemunhar” transmutava do ser de Jesus. “A comunidade edição do evento atraiu cristã precisa encontrar representantes das pastorais, movimentos, novas comunida- inspiração na palavra testemunhar. Este estudo da CNBB ajuda a iluminar des e das paróquias da Arquidiocese. Dois temas foram debatidos: o Do- e apontar caminhos que contribuam cumento 100, da Conferência Nacional para isso. Algumas coisas são urgendos Bispos do Brasil (CNBB) – “Comu- tes na Igreja no Brasil. Ide pela Arquinidade de comunidades: uma nova pa- diocese de Florianópolis e anunciai o róquia”, publicado em 2014, e a Inicia- Evangelho”, destacou. No segundo dia, Débora Pupo afirção à Vida Cristã. O primeiro assunto teve como assessor, Pe. Francisco de mou que Cristo precisa ser novamente Assis Wloch, da Arquidiocese de Flo- anunciado. “Não é um Jesus fazedor rianópolis, mas que atualmente está de milagres, mas alguém que encanta em Brasília na função de Subsecretário e desperta a fé. É necessário olhar a re-

alidade que temos a partir do coração e levar a graça, o Evangelho de Jesus Cristo ao mundo”, observou. E concluiu: “A Iniciação à Vida Cristã é um caminho de formação para o discipulado”. Para o Arcebispo, ter representantes de toda diocese é um fato marcante para a caminhada. “Os dois temas são

importantes para o plano de pastoral e os palestrantes foram bons expositores. Os conteúdos, cada liderança deve mastigar e colocar em prática. Quanto mais pessoas envolvidas neste caminho, essa será a imagem de uma Igreja viva e ativa da nossa diocese”, enfatizou Dom Wilson Tadeu Jönck, scj. Foto: Carol Denardi

Padre Francisco Wloch apresentou amplamente o Documento 100 com os tópicos relevantes de cada capítulo


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evangelização

Partilha de vida e caridade destacam ações dos Grupos Bíblicos GBFs aprofundam exemplos do Evangelho nos encontros semanais Foto: Paulo Celso de Souza

“Muita gente não dá importância ao Tempo Comum, mas grande parte da catequese de Cristo é passada neste período litúrgico”, observa a coordenadora arquidiocesana dos Grupos Bíblicos em Família (GBF), Maria Glória da Silva. Neste mês foi lançado o livreto “Eu vos envio” para os GBFs da Arquidiocese de Florianópolis. O itinerário serve como guia para os encontros semanais que convidam a refletir a Palavra de Deus e fortalecer a vida em comunidade. Glória ainda destaca que “os grupos reunidos ganham ânimo, porque partilham os ensinamentos de Cristo, e criam vínculo no diálogo com os participantes”. A caridade, muito enfatizada na liturgia dominical do Tempo Comum, também é motivada nos GBFs. Um dos exemplos que testemunham ações práticas na sociedade é o Grupo Santa Teresinha. Fundado em 2004, conta com 11 integrantes, no Bairro Coqueiros, em Florianópolis. Entre as atividades desempenhadas pelos participantes está a visita ao Asilo Irmão Joaquim, onde realizam a oferta de donativos e investem tempo na partilha com os idosos. Há ainda a prestação

Arquidiocese de Florianópolis para o período 2012-2022. Faz parte da terceira urgência – Igreja, lugar de animação bíblica da vida e da pastoral – o fortalecimento dos grupos, por meio de formações permanentes para os animadores e a prioridade no estudo da Palavra de Deus. Para participar de um grupo basta entrar em contato com a coordenação paroquial dos GBFs ou perceber entre os vizinhos a realização dos encontros semanais e se apresentar. “Eu vos envio”

Os participantes do Grupo Bíblico Santa Terezinha, de Florianópolis, tem como rotina o engajamento social na Igreja

de serviço odontológico junto à Pastoral Carcerária na Penitenciária de Florianópolis; o trabalho de evangelização com os enfermos do Hospital Celso Ramos. “Todos os membros exercem a missão evangelizadora quais abelhas silenciosas e produtivas do néctar do amor ao próximo”, usa da metáfora dona Lida Zandonatti. “Por si só os grupos bíblicos se esforçam para ajudar as pessoas, seja

na reaproximação com a Igreja ou até mesmo no acompanhamento às famílias carentes”, enfatiza a coordenadora arquidiocesana dos GBFs. Atualmente, em torno de 2.800 grupos estão articulados em toda a Arquidiocese, nas 13 foranias. Prioridade Os GBFs também estão entre as ações definidas no Plano de Pastoral da

O livreto desta edição destaca a reflexão do Evangelho de São João, a motivação para o Ano da Paz e subsídios para o mês missionário. O volume tem encontros programados até a Festa de Cristo Rei. Depois começam os encontros do Advento e Natal.

Caridade social

Comunidade vai ao encontro do mais necessitado Paróquia de Balneário Camboriú desenvolve amplo trabalho na área social que serve de exemplo Desde 1976, a Paróquia São Sebastião, Bairro Ariribá, de Balneário Camboriú, promove uma série de atividades através do Centro Social São Sebastião, localizado em anexo à Igreja Matriz. Em maio de 2012 começou a fazer parte da Ação Social Arquidiocesana (ASA). A inciativa iniciou com voluntárias que faziam trabalhos manuais para atender as Brechó beneficente acontece todas às terças-feiras grávidas e recém-nascidos. No local são atendidas e encaminhadas pessoas para diversas especialidades médicas, crianças para o tratamento de fisioterapia e odontologia e fornecidos equipamentos para portadores de necessidades especiais. As mais de 60 pessoas voluntárias também conseguem remédios para os enfermos de baixa renda. Entre os voluntários, a aposentada Ieda Fontanella está há 15 anos no Centro Social, da qual já foi presidente. A viúva e mãe de três filhos destacou que é gratificante seguir os ensinamentos de Jesus, em busca do mais necessitado. “Para mim é o que fazemos que dá o exemplo para as pessoas. Não só o material, mas levar uma palavra de fé, de otimismo. Ir ao encontro do mais pobre”, disse. Ieda e os voluntários ainda encontram tempo para fazer visita periódica nas casas das pessoas cadastradas, para ver realmente a situação em que se encontram. Toda segunda-feira à tarde ocorre na Igreja Matriz o “Bazar da Caridade”, onde as 54 famílias cadastradas recebem alimentos e roupas. Os moradores de rua também são assistidos.

Para sustentar a caridade social, nas terças-feiras acontece um brechó. Neste mesmo dia, na sala Santo Antônio, 35 senhoras confeccionam enxovais e outros trabalhos manuais para gestantes e idosos. Fraldas geriátricas são produzidas e doadas aos necessitados e pessoas acamadas da Paróquia. Ainda fazem parte do Centro Social dois clubes de mães: um na Capela São Francisco de Assis e outro na Comunidade de Nossa Senhora de Fátima. Ambos trabalham com a economia solidária. Uma das metas agora é a conclusão da sede própria que está em construção, desde maio de 2014, em uma área de mil metros quadrados. O Centro Social precisa de doações para finalizar os trabalhos. Para colaborar, entre em contato através do telefone (47) 3360-4321 ou na Avenida do Estado, 1750, Ariribá. Fotos: Divulgação / Paróquia

Voluntárias na confecção de enxovais, na sala Santo Antônio


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evangelização Amizade nos tempos modernos: o virtual substitui o real? Jovens comentam relação das redes sociais no contato com amigos Foto: Glauber Gonçalves

Cronograma de julho 2 a 5/7 | 471º Cursilho Feminino para Jovens | Florianópolis 4/7 | Encontro Arquidiocesano da Pastoral Carcerária | Tijucas 4/7 | Encontro da Dimensão Social - Foranias: Itapema, Tijucas e Biguaçu 4/7 | Jubileu de Ouro Presbiteral - Pe. Pedro Martendal e Dom Augustinho Petry 7/7 | Reunião do Conselho Arquidiocesano de Pastoral | Biguaçu 9 a 12/7 | 472º Cursilho Masculino para Jovens | Florianópolis 10 a 13/7 | Festa do Divino Espírito Santo – N. Sra. Rosário | Palhoça 11/7 | Encontro Pastoral Vocacional | Florianópolis 11/7 | Encontro da Dimensão Social - Foranias: Brusque, Itajaí e Camboriú 12/7 | Legião de Maria - Retiro para legionários | 15 a 19/7 | 9º Mutirão Brasileiro de Comunicação | Espírito Santo 17 a 19/7 | Seminário Regional de Iniciação à Vida Cristã | Lages 19/7 | Retiro Divino Oleiro | CEAR 24 a 26/7 | Visita Pastoral - Dom Wilson | Ribeirão da Ilha - Florianópolis 25/7 | Reunião Pascom Arquidiocesana | Florianópolis 26/7 | Escola de Formação Catequética | Tijucas

Karla e Fabiana se conheceram há 14 anos nos encontros do grupo de jovens

“O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade”, já indica o capítulo 07 do livro dos Provérbios. No mês do dia do amigo, 20 de julho, o tema ganha notoriedade. Aliás, quem não tem amigos? Em tempos de Facebook e WhatsApp, questiona-se: as redes sociais e os aplicativos de mensagens favorecem ou prejudicam os encontros de amigos? “A falta de tempo é um problema que acomete a maior parte da população mundial. Com isso, a interação entre as pessoas está cada vez mais virtual. O pouco tempo que se tem livre é um dos motivos que diminui significativamente a disponibilidade das pessoas para saírem e se encontrar”, explica a psicóloga e blogueira Viviane Segal. Karla Duarte, por exemplo, é amiga de Fabiana Rampelotti há 14 anos, e conta que no início da amizade no grupo de jovens da Paróquia São Cristóvão, em Itajaí, não havia esse contato via internet. “Difícil nos imaginar hoje sem redes sociais, mas era possível. Acho que nos falávamos mais por ligação ou até mesmo por SMS”, conta. Já Leonardo Buiar, 22, da Paróquia

Santa Inês, Balneário Camboriú, conheceu seu amigo Jhonatan Gustavo Piotrovski há pouco mais de um ano, em plena popularização dos contatos online. “As redes sociais favorecem nosso relacionamento, mandamos mensagem praticamente o dia todo”. Porém, revela que “no começo não nos falávamos muito pelo celular”. A psicóloga Viviane recorda “que tais formas de relacionamento [virtuais] são importantes e facilitam a vida moderna e rápida na qual estamos inseridos. São capazes de diminuir distâncias entre pessoas que vivem longe”, o que se considera um aspecto positivo. Por outro lado, a especialista explica que é necessário perceber até onde alguém transfere, de forma prejudicial, os relacionamentos pessoais para os virtuais. A busca do equilibro é a alternativa mais plausível, argumenta Viviane. Questionada se os contatos online têm substituído os encontros presenciais, Karla Duarte é enfática em dizer que não. E, por fim, manifesta um desejo: “Que as redes sociais continuem a nos proporcionar facilidade na comunicação, mas que nunca possam substituir ninguém em nossas vidas”.

Acesse o calendário completo em www.arquifln.org.br

Acampamento é atrativo para férias Barracas, atividades físicas, gincanas, dança, música não são atrativos apenas para o verão. Também nas férias de inverno surge uma alternativa para os jovens que curtem a vida de campo. De 16 a 19 de julho, a Comunidade Católica Shalom realiza o Acamp’s Winter, um acampamento para a juventude disposta a estar em um ambiente de fé, alegria e agito. O Acampamento de Jovens da Comunidade Shalom é um evento nacional que acontece em diversos Estados – dentre eles Ceará, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí – em dois períodos do ano: janeiro e julho. Dom Wilson Tadeu Jönck esteve presente na edição de verão, que aconteceu na Cascata do Encanto, em Camboriú. Na oportunidade destacou que “parece férias, tem ambiente de férias, mas é um momento de profundo conhecimento e

reflexão, e também de entrosamento, conhecer pessoas. É uma marca na vida desses jovens. Eles sempre vão lembrar desse acampamento”. Agora no inverno, o Acamp’s será no Sítio das Figueiras, em Biguaçu. As inscrições podem ser feitas diretamente no Centro de Evangelização Shalom, na Rua Santos Dumont, 124, centro de Florianópolis ou pelo telefone (48) 3223-7801. Outras informações ainda estão disponíveis na fanpage Acamp’s Floripa.


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geral

É hora de viver a paz! Desde novembro de 2014 até dezembro de 2015, a Igreja vive o Ano da Paz, convocado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Para os cristãos bem viverem este período, a CNBB publicou um subsídio com indicações concretas do que se fazer durante o ano. O secretário-geral da Conferência, Dom Leonardo Ulrich Steiner, cita no texto-base que a paz não é um sonho, nem uma utopia, mas é possível. “Acendamos a luz; uma pequena chama que não se deixa apagar pela violência, e percorramos o caminho da paz. Jesus é o caminho da paz. Ele é a nossa paz”, expressou. A violência cresce em todos os níveis. Segundo o texto, é violência de morte, de abuso de poFoto: Divulgação / Pastoral do Migrante

Tamajara, Adriana e o esposo Jorge com a filha Sahara e Pe. Joaquim ao centro

Foto: Carol Denardi

der, descarte da pessoa, quebra das relações de confiança, desagregação da família, corrupção, avareza, marginalização da criança e do adolescente. Mais recentemente, convivese com a violência do preconceito contra os haitianos, sírios e senegaleses na Arquidiocese de Florianópolis. Pessoas que deixaram seus países de origem, destruídos por catástrofes naturais ou pela guerra e fizeram do Brasil sua nova morada. É o caso do haitiano Felipe Jandir, que completou 44 anos no dia 15 de maio longe da esposa e dos três filhos. “No Haiti não consegui trabalho. Quero trabalhar aqui em Florianópolis e ajudar minha família que ficou lá”, afirmou Felipe Haitiano Felipe Jandir feliz com o emprego no Brasil que já conseguiu um emprego na área da construção. Felipe e os vários haitianos que têm che- Jorge Luis Alzate Agudelo, 54 anos, chegavam a gado ao Brasil todos os meses, só querem uma São Paulo para ver a abertura da Copa do Muncoisa: paz. do. Casados há 12 anos, os médicos da cidade A antropóloga da Pastoral do Migrante, Ta- de Pereira, na Colômbia - a 20 horas da capital majara da Silva, observa que o Estado revive a Bogotá - diziam que ela não poderia ficar grávihistória dos primeiros imigrantes que chegaram da. Mas na primeira semana no Brasil veio a noao Brasil. Mais ou menos entre os anos de 1880 e tícia: Adriana estava grávida. Com a novidade, 1930 aconteceram os grandes fluxos migratórios. também a certeza de ficar no país. “É um milagre “Já chegamos a ter 25% da população de Santa de Deus”, afirma a mãe de Sahara, hoje com três Catarina formada por imigrantes. Após a Segunda meses. Guerra Mundial também vieram muitos refugiados”, Viajaram em seguida para o Rio de Janeiro, cita a antropóloga. Florianópolis virou um centro de onde perderam malas, passaportes e documenconexão destas pessoas. “Neste primeiro momen- tos. Conseguiram chegar a Porto Alegre e após to, os haitianos e senegaleses precisam um mês, desembarcaram em Floriade mãos solidárias para lhes dar digninópolis. Aqui, o casal católico prodade na acolhida”, confirmou Tamajara. “Já chegamos a ter curou apoio na Pastoral do Migrante. Quando é a hora de se viver a paz? O coordenador da Pastoral, Pe. Joa25% da população Pergunta que não cessa no coração de quim Filippin, providenciou os meios de Santa Catarina muitos imigrantes que conviveram com formada por imigran- necessários para que Adriana e Jorge a guerra diariamente e hoje querem exconseguissem os documentos. Hoje, tes. Após a Segunda perimentar novamente da sensação de o colombiano trabalha de pedreiro e a Guerra Mundial tam- paz voltou a reinar na família, com um paz. bém vieram muitos O sentimento de rejeição e xenofomisto de gratidão. “Agradeço muito bia são contrários à paz que acolhe o à Pastoral do Migrante por tudo que refugiados”, cita a diferente e supera o preconceito. São fez por nós. Não tenho palavras para antropóloga” João Paulo II citou, na Mensagem para agradecer. Eles são nossa família”, o Dia Mundial da Paz de 2003, que “o destacou. amor será fermento de paz, se as pes“É preciso ensinar o mundo a amar soas sentirem como próprias as necessidades dos a paz e a defendê-la contra a guerra e o ódio de outros e partilharem com eles o que possuem, a raças”, lembra o Beato Paulo VI. Acolher haicomeçar pelos valores do espírito”. tianos, senegaleses e os migrantes que chegam Foram estes valores que experimentou a colom- em nosso Estado não seria uma boa alternativa biana Adriana Fernanda Mejia, 33 anos e há oito para promover a paz, a começar, no coração de meses em Florianópolis. Em 2014 ela e o esposo cada um?


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