Jornal da Arquidiocese | nº 247 | Julho 2018

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 247

São João Maria Vianney

Arquidiocese recebe “cálice-relíquia” | 3

JULHO DE 2018

JAJ 2018

A Igreja é viva, jovem e unida | 11

Vocação

O dom de dois novos padres | 12

O CHAMADO À SANTIDADE NO MUNDO ATUAL


Jornal da Arquidiocese, Julho de 2018

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opinião Copa do Mundo

Uma comunidade que trilha o caminho da santidade

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj

O Jornal da Arquidiocese (JA) na matéria principal, páginas 06 e 07, procurou leigos de algumas cidades para saber a opinião deles em relação à nova Exortação Apostólica do Papa Francisco, “Gaudete et Exsultate”, que convida e desafia o cristão a ser santo no mundo atual. Na página 03, o JA fala sobre a comemoração do bicentenário da chegada de São João Maria Vianney na Paróquia de Ars. A Arquidiocese de Florianópolis recebeu o “cálice-relíquia” que o santo utilizava nas missas que presidia. Foi um momento de oração pela santificação dos padres e pelo despertar de novas vocações sacerdotais. Junto com as dioceses da Região Sul, a Arquidiocese lança uma Campanha Vocacional objetivando despertar um candidato por comunidade. O desafio é belíssimo, porém requer o envolvimento dos diversos agentes pastorais, particularmente padres, diáconos, catequistas, religiosos, ministros extraordinários da comunhão e outros que estão sob a liderança da equipe de Pastoral Vocacional e da Coordenação de Pastoral. Saiba mais na página 09. Na página 10, você vai saber como foi o 4º Mutirão Arquidiocesano de Formação. O evento teve o objetivo de promover a formação dos cristãos leigos, discípulos missionários de Jesus que vivem a fé a serviço da Igreja e da sociedade na Arquidiocese. Já a página 11 vai contar como foi a Jornada Arquidiocesana da Juventude, que reuniu aproximadamente dois mil jovens de diversas expressões, em Governador Celso Ramos. Ótima leitura!

O assunto que está mobilizando as atenções do mundo todo é a Copa do Mundo de Futebol. Ela é a realização de um sonho do desportista francês Jules Rimet. Acreditava que o esporte poderia proporcionar uma ocasião de grande congraçamento entre os povos. Lançou, desta forma, o campeonato de futebol entre nações. O futebol revelou um poder de envolvimento tão grande que por um mês, o mundo se volta para a Rússia para acompanhar os jogos. Dois elementos devem ser levados em consideração quando se fala do poder de atração do futebol. O primeiro é que o ser humano tem necessidade de brincar, de se divertir. Mas por outro lado, faz parte da vida humana o vencer desafios. Tem necessidade de superar os seus limites, de superar os adversários. Também é motivado a mos-

trar as suas habilidades e ser aplaudido. Desta forma vai construindo a sua identidade, encontrando um modo de afirmação e reconhecimento. Xenofonte já dizia que é preciso brincar com seriedade. Na verdade, o jogo traz um objetivo consigo que é a busca da vitória. Quando se busca o jogo por outro objetivo, como ganhar dinheiro, corrompe-se o princípio da disputa. Não raro leva a justificar meios ilícitos para se conquistar a vitória. O esporte se presta para educar o caráter da pessoa. A competição esportiva costuma mostrar o que há de melhor ou de pior do indivíduo. Aprender a perder é tão importante quanto ven-

Nas redes

Nos caminhos de Francisco

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“O amor sabe ver o bem mesmo em uma situação negativa, sabe como manter a pequena chama no meio de uma noite escura”. 01 de junho, no Twitter

“A presença viva de Cristo em nós é luz que orienta as nossas escolhas, chama que aquece o coração ao irmos ao encontro do Senhor”.

06 de junho, no Instagram

“Para aqueles que estão com Jesus, o mal é uma provocação a amar sempre mais”. 07 de junho, no Twitter

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“Através de nós, seres humanos, o universo pode se tornar, por assim dizer, consciente de si e daquele que nos criou: é o dom, com a relativa responsabilidade, que nos foi dado como seres pensantes e racionais neste cosmo”. 14 de junho, na audiência com astrofísicos

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cer. Hoje se busca, através do dinheiro, compor equipes imbatíveis. Seus torcedores não admitem perder. Quando se chega a este ponto, o esporte, ao invés de unir, provoca divisões e violência. Que a Copa do Mundo seja sempre festa de congraçamento!

“Convidemos o Espírito Santo a entrar em nossos ambientes, invocando-o antes de nossas atividades: ‘Vem, Espírito Santo!’”. 16 de junho, no Twitter

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99673-1266

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

@pontifex_pt @franciscus

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Ação evangelizadora - Conheça a Irmã Carmelita Marilis Tereza

Corpus Christi na Arquidiocese foi marcado pela solidaderiedade

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Aumenta número de católicos no mundo

Serviço e fidelidade sempre: Padre João Cardoso

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“A fé em Jesus Cristo nos liberta do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento, e é a fonte de uma alegria que ninguém pode tirar de nós”. 25 de junho, no Twitter

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista e Mateus Peixer. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br


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#compartilha Cálice-relíquia do padroeiro dos padres na Arquidiocese

Retalhos do Cotidiano Professor Carlos Martendal Foto: Divulgação

Poesia

Analfabeta e agricultora, ela faz da sanfona sua alegria, da enxada sua caneta, e da terra seu caderno. Há gente que com pouco é muito e há gente que com muito é pouco. Felizes os que fazem da vida uma poesia!

Rosto

Você e eu lavamos o rosto com sabonete; há muitos que só conseguem lavá-lo com lágrimas!

Palavra

Pe. Patrício (e), Dom Wilson e Pe. Vânio (d)

No ano do bicentenário da chegada de São João Maria Vianney na Paróquia de Ars, a Arquidiocese de Florianópolis recebeu o “cálice-relíquia” que o santo utilizava nas missas que presidia. Foi um momento propício para interceder pela santificação dos padres e pelo despertar de novas vocações sacerdotais. Quem trouxe a relíquia foi o reitor da Basílica de Arns, na França, Pe. Patrice Chocholski, no dia 30 de maio, sendo recebido pelo Arcebispo. O reitor do Seminário Convívio Emaús, em Florianópolis, Pe. Vânio da Silva, acompanhou todos os dias a peregrinação da relíquia deste santo, considerado o padroeiro dos padres. A relíquia do Cura D’Ars, como também é conhecido, esteve nas celebrações eucarísticas do Seminário Convívio Emaús; do Provincialado das Irmãs da Divina Providência; da Catedral Metropolitana e no

Santuário Nossa Senhora de Azambuja, em Brusque. E nas solenidades de Corpus Christi na Matriz Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, e na Paróquia Santíssimo Sacramento, em Itajaí. Em São José, a relíquia esteve nas missas pelas vocações, no Carmelo Cristo Redentor e na Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Navegantes e São Pedro, na Serraria. Também esteve presente na Ordenação Presbiteral de Jair José Pereira, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, e na missa pelas vocações, na Igreja São João Maria Vianney, Fazenda do Rio Tavares, ambas na capital. O cálice-relíquia ficou na Arquidiocese até o dia 03 de junho, quando foi levado para as cidades de Tubarão e Criciúma. Depois de Santa Catarina, foi encaminhado para outras cidades do Brasil, sob os cuidados do Pe. Patrice.

Com a palavra se faz o bem ou se espalha o mal, com ela se abençoa mas também se chama a maldição, com ela se constrói a felicidade ou se pode erguer a casa do infortúnio, com ela se publica a dignidade de um homem ou se a destrói, com ela se educa ou se desvia do bom caminho. Se consegues controlar tua língua, és grande!

Elegância

No teatro, vi pessoas que se vestiam muito bem. Estavam ‘alinhadas’, como se dizia antigamente. Voltei dois mil anos no tempo e cheguei a uma cidade que não conheço: Colossos. Ali encontrei um amigo de Deus, que dizia: “Vesti-vos com sentimentos de compaixão, com bondade, humildade, mansidão, paciência” (Cl 3,12). E ele, vestido assim, elegante como um sol, brilhava no meio da escuridão!diz: “Eu sou o Senhor. A seu tempo vou apressar isso” (Is 60,22).

Coleta Nacional da Solidariedade Foto: CF 2018

Dom Salm inaugura “capela” do Secretariado Regional de Pastoral Foto: Franklin Machado/CNBB Sul 4

O Bispo da Diocese de Tubarão e presidente do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom João Francisco Salm, presidiu a celebração eucarística que marcou a inauguração da

“capela” no prédio onde funciona o Secretariado Regional de Pastoral, em Florianópolis. A celebração ocorreu no dia 18 de junho e contou com a presença de atuais e excolaboradores do Secretariado, da Cáritas Brasileira – Regional Santa Catarina, e do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Florianópolis, que têm sede no mesmo prédio, administrado pela Fundação do Jaime de Barros Câmara. Para quem deseja conhecer ou fazer seu momento de oração, o endereço é: Rua Deputado Antônio Edu Vieira, 1524, bairro Pantanal.

No dia 20 de março, o Domingo de Ramos, foi realizada em todas as paróquias do Brasil a Coleta Nacional da Solidariedade, gesto concreto da Campanha da Fraternidade, que se destina integralmente ao apoio de projetos sociais na Arquidiocese e no Brasil, através dos fundos solidários. A Arquidiocese de Florianó-

polis neste ano arrecadou R$ 262.280,67, sendo que 60% foram para o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS) no valor de R$ 157.368,41. Os outros 40% foram destinados ao Fundo Nacional de Solidariedade. Saiba mais sobre o Fundo Diocesano de Solidariedade no site a ASA: www.asafloripa.org.br.


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#compartilha

Jubileu: Padres celebram 25 e 50 anos de vida presbiteral Foto: Divulgação

Padre Alceoni

“Que tipo de padre quero ser? Um padre tranquilo e assegurado em suas comodidades ou um discípulo missionário, que trabalha pelo Mestre e pelo Povo de Deus? Um padre cômodo em seu bem estar ou um discípulo a caminho?” – Papa Francisco.

Dom Wilson, feliz aniversário! A Arquidiocese de Florianópolis está em festa neste mês de julho. O Arcebispo Metropolitano, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, comemora 67 anos de vida na terça-feira, dia 10. Dom Wilson nasceu no ano de 1951, em Vidal Ramos. Em 1972 fez os votos na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos). Cinco anos mais tarde recebeu a ordenação presbiteral. A ordenação episcopal se deu em agosto de 2003 e no dia 26 de maio de 2010 foi nomeado Bispo da Diocese de Tubarão. A posse como Arcebispo da Arquidiocese ocorreu no dia 15 de novembro de 2011, no ginásio de esportes do Colégio Catarinense, em Florianópolis. Parabéns, Dom Wilson! Gratidão pela oferta incansável de sua vida à igreja arquidiocesana! Foto: Fotomestria / Itajaí

Neste mês de julho a Arquidiocese está em festa. Os padres Norberto Debortoli e Alceoni Berkenbrock vão celebrar 50 e 25 anos de vida presbiteral, respecitivamente. O primeiro a comemorar será o pároco da Igreja Sagrados Corações, em São José, Pe. Alceoni. A missa de Jubileu de Prata será no dia 10 de julho, às 19h30, na matriz de Barreiros. Após a celebração haverá uma confraternização no salão paroquial. “Acredito que o sacerdócio tem sido uma grande graça que Deus permitiu que acontecesse na minha vida. Que Maria nossa Mãe abençoe a todos que colaboraram com a trajetória destes 25 anos do meu presbiterato”, agradeceu Pe. Alceoni. Já o Jubileu de Ouro do Pe. Norbeto será no dia 29 de julho, às 10h, com uma missa na Igreja Matriz São João Evangelista, comunidade que ele é vigário. Após a celebração, será feito um almoço no salão. “Este momento para mim é um motivo de ação

Forania de Santo Amaro promove Curso de Parapsicologia e Religião Imagem: Divulgação

Nos dias 21 e 22 de julho, ocorre na Paróquia Santo Amaro, em Santo Amaro da Imperatriz, o curso “Parapsicologia e Religião”, com abordagem histórica, teológica e científica. O objetivo do curso é dar uma visão geral, clara e simples de toda a parapsicologia, principalmente dos fenômenos mais frequentes, intrigantes e misteriosos. Busca levar a uma reflexão profunda sobre ateísmo, espiritismo e seitas, como também, analisar a fé e a superstição à luz da ciência. As vagas são limitadas e podem participar todos que desejarem conhecer um pouco mais os temas elencados no curso. Informações Local: Praça São Francisco de Assis, 50 – Santo Amaro da Imperatriz Investimento: R$ 50 E-mail: alexandrolehmkuhl@gmail.com Contato: (48) 98409-3989

de graças e louvor a Deus, criador de todas as coisas. Eu achava que nunca ia alcançar esta data. Por isso a emoção é grande por lembrar as dificuldades e alegrias nestes 50 anos de caminhada”, explicou Pe. Norberto. Foto: Divulgação

Padre Norberto

Arquidiocese comprometida com a formação de novos padres Impulsionada pela Ação Evangelizadora “Cada comunidade uma nova vocação”, a Arquidiocese promove no dia 1º de agosto, a abertura do Mês Vocacional em todas as comunidades. Nesta data, todas as igrejas estarão abertas para um momento de oração pelas vocações: missa, celebração da Palavra ou oração do terço. Nessa abertura, cada padre da Arquidiocese é convidado a presidir a Eucaristia na sua comunidade de origem, com o propósito de revisitar o início do percurso vocacional e confirmar as comunidades como berço de todas as vocações. As celebrações com os presbíteros nativos de cada comunidade estão sendo organizadas pelas paróquias. O tema do Mês Vocacional do Brasil neste ano é: “Seguir Jesus à luz da fé”, e tem como lema: “Sei em quem acreditei” (2Tm 1,12b). Como sinal de corresponsabilidade na missão de formar os futuros padres da Igreja, a coleta das celebrações do dia 1º de agosto de todas as comunidades será destinada aos seminários da Arquidiocese.


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nossa fé

Mudança de mentalidade e de estruturas

A construção do Bem Comum

Padre Vitor Galdino Feller

Fernando Anísio Batista

Para que os cristãos leigos e leigas possam exercer seus carismas em favor de uma Igreja mais viva, dinâmica e participativa e de um mundo mais justo e fraterno, é preciso que haja profunda mudança de mentalidade e de estruturas no seio do povo de Deus. A Igreja ainda se vê e se comporta como uma estrutura piramidal em que o clero se sobressai e o laicato se submete a mero executor de funções ou mantenedor de estruturas. É muito presente o clericalismo de padres e leigos, que pensam e agem a partir de cima, da preocupação em salvaguardar títulos, cargos, funções. Pensam a Igreja como instituição ou empresa e não como comunhão de fiéis em Cristo. Igreja, ícone da Trindade A Igreja é “povo de Deus, corpo de Cristo e templo do Espírito Santo” (Doc. 105, n.

85). Ela é na terra a imagem viva do dinamismo de amor e comunhão na intimidade da vida trinitária. Assim na terra como no céu! Na Trindade cada pessoa divina tem sua identidade própria, à qual corresponde um jeito singular de se manifestar ao mundo e à humanidade. Na Igreja cada fiel tem sua identidade, seus carismas, seu modo único de se fazer Igreja e de agir no mundo. Nenhum fiel pode ser desprezado na riqueza de seus dons. Todos colaboram, com seu carisma, para a edificação da Igreja e para a presença mais significativa da Igreja na sociedade. Comunidade de discípulos Em 2000 anos de história a Igreja cresceu muito, tornou-se uma forte instituição, encheu-se de estruturas, que muitas vezes congelam e petrificam a mensagem do Evangelho. Em vez do anúncio alegre Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

da boa notícia do amor do Pai e da salvação em Cristo, prega-se a instituição eclesiástica, com suas normas e fardos. Esse modo de pensar e agir precisa ser mudado, a fim de recuperarmos o estilo simples de Jesus de Nazaré, ajudarmos os fiéis a conhecerem sua pessoa e práxis, reconhecermos os dons que cada um traz para o enriquecimento humano da Igreja. Centralidade do Reino Tudo na vida de Jesus respirava o Reino de Deus. Suas palavras e ações centravam-se em dois focos: o Pai Deus do Reino e o Reino de Deus Pai. A Igreja de hoje deve conceber-se como “testemunha e servidora do Reino de Deus”, empenhar-se “para que os valores do Reino estejam presentes nas estruturas e no funcionamento da sociedade atual” (Doc. 105, n. 85d). Compartilhe ArquiFloripa

Há no Brasil um delicado lhor” (EG, 183). momento de descrédito em reNeste contexto, as eleições lação às organizações regula- de 2018 exigem um comprodoras da sociedade, entre elas: misso ainda maior com a espeos poderes executivo, legisla- rança. Elas serão um momento tivo e judiciário. É um período propício para revigorar a espede crise institucional e social, rança em dias melhores. Para que dura mais de quatro anos isso, é necessário abandonar e que pode se agravar se não os caminhos da intolerância, houver por parte da população do desânimo e do desencanto. um discerdimento quanto à res- Sempre é possível superar as ponsabilidade de cada pessoa crises, encontrar saídas, fazer num sistema demoda crise uma oporcrático. tunidade única de “Que o Senhor A CNBB emitiu crescimento e de ‘nos conceda uma carta para a amadurecimento. população brasiA campanha mais políticos, leira em sua última que tenham ver- eleitoral torna-se assembleia, reamomento propício dadeiramente a firmando o compara buscar mupeito a socieda- danças no país. promisso da Igreja com a esperança: de, o povo, a vida Portanto, não meredos pobres’” “Continuemos a cem ser eleitos ou afirmar a nossa esreeleitos candidatos perança, sem esmorecer” (Hb que se rendem a uma econo10,23). Nela os bispos afirmam mia que coloca o lucro acima que a atual situação do país exi- de tudo e não assumem o bem ge um compromisso de todos comum como sua meta, nem os os cidadãos e das instituições que propõem e defendem refore organizações responsáveis mas que atentem contra a vida pela justiça e pela construção dos pobres e sua dignidade. do Bem Comum. Segundo Que o Senhor “nos conceda Papa Francisco “todos os cris- mais políticos, que tenham vertãos, incluindo os Pastores são dadeiramente a peito a sociedachamados a preocupar-se com de, o povo, a vida dos pobres” a construção de um mundo me- (EG, 205).


A SANTIDADE É PARA TODOS A nova Exortação Apostólica do Papa Francisco é um convite para ser santo no mundo atual

Neste Ano Nacional do Laicato, o Jornal da Arquidiocese procurou leigos de algumas cidades, para saber a opinião deles em relação à nova Exortação Apostólica do Papa Francisco, “Gaudete et Exsultate”. E o consenso que eles chegaram é praticamente o mesmo: a santidade é para todos e começa nas pequenas atitudes diárias, em cada ambiente em que se vive. Foto: Arquivo pessoal

Eliana Aparecida Medeiros

Foto: Divulgação

Ricardo Marques

Secretária paroquial | 34 anos | Balneário Camboriú

Coordenador de pastoral escolar | 37 anos | Florianópolis

Jornal da Arquidiocese (JA): Você acredita que a nova exortação pode ajudar os jovens a viverem a santidade? Eliana Aparecida Medeiros: Sim, acredito, porque nesta carta o Papa vem mostrar que para ser santo preciso ter uma reta intenção, um desejo de santidade no meu coração. É o que podemos ver nos santos e santas de nossa Igreja, homens e mulheres que traziam em seu coração um desejo de ser de Deus de forma simples, mas eficaz. Hoje posso ser de Deus, falar de Deus com a minha vida, na minha forma de me vestir e agir, na escola, faculdade, trabalho, na minha casa e por onde passar. Que a minha vida na juventude seja um reflexo do amor de Deus que me convida a ser santa.

Jornal da Arquidiocese (JA): O que mais lhe chamou a atenção nesta nova exortação do Papa? Ricardo Marques: Me chamou a atenção a forma que o Papa Francisco utilizou dirigindo sua exortação de maneira clara e direta a cada fiel, confirmando assim que o chamado à santidade é, de fato, um compromisso pessoal e que se deve viver à luz da fé e da Palavra de Deus. Cada pessoa ‘a seu modo’ (palavras do Papa), em seu estado de vida, em seu meio de trabalho, na realidade onde está inserido, fazendo de cada realidade um espaço de ‘bem-aventurança’, de santidade.

(JA): Como os jovens podem viver a santidade hoje, com base nas indicações do Papa Francisco? Eliana: Sendo jovens diferentes, aqueles que levam a alegria, a esperança e o amor por onde passarem, vivendo a santidade no namoro, na amizade, na convivência com os pais. Jovens cheios do Espírito Santo, que acreditam em um Deus vivo. Por mais difícil que seja a situação, o jovem sabe que pode ser santo neste mundo onde muitos não têm mais esperança. Um jovem com um testemunho da esperança viva e que acredita que para ser santo basta querer viver o amor de Deus nos irmãos.

Foto: Arquivo pessoal

(JA): Como se pode colocar em prática este documento? Ricardo: Na própria exortação, o Papa nos indica maneiras muito práticas de se viver a santidade, como por exemplo: Os pais que procuram criar seus filhos com amor; os trabalhadores que labutam para trazer ao seu lar o pão de cada dia; as pessoas que não espalham fofocas; os esposos que se cuidam e se cultivam; os consagrados que vivem com alegria a sua doação; aqueles que lutam pelo bem comum, para além de seus interesses pessoais. Enfim, o Sumo Pontífice nos convida a aproveitar as ações ordinárias da vida para fazê-las de forma extraordinária e, assim, testemunhar a caridade cristã, mais eficaz expressão de santidade.

Vanderlei Smaniotto

Bancário aposentado | 55 anos | Itajaí Jornal da Arquidiocese (JA): O que mais lhe chamou a atenção nesta nova exortação do Papa? Vanderlei Smaniotto: “Alegrai-vos e exultai” (Mt 5,12). Esta frase de Jesus é usada agora pelo Santo Padre para renovar o chamado à santidade no mundo atual em sua nova Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate. Francisco é incisivo desde o início de seu texto, onde afirma que o Senhor “quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”. Para alcançar a santidade, uma simples recomendação: “Anda na minha presença e sê íntegro” (Gn 17,1). O Papa afirma que o Espírito Santo derrama a santidade por toda a parte, e que podemos vê-la em todos aqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus. “Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra”. É dessa forma que podemos colocar em prática o que Deus nos pede: “Sede pois santos, porque eu sou santo” (Lv 11,45). E tenhamos sempre em mente o que nos assegura Santa Teresa de Calcutá: “Ele depende de nós para amar o mundo e demonstrar-lhe o muito que o ama”.


Foto: Arquivo pessoal

Foto: Arquivo pessoal

Osnildo Maçaneiro

Leonilda Delourdes Gonçalves Professora | 67 anos | Florianópolis

Bancário aposentado | 69 anos | Brusque

Jornal da Arquidiocese (JA): O que a senhora achou da nova exortação do Papa? Leonilda Delourdes Gonçalves: Um documento de poucas páginas, mas muito rico. É uma continuidade das exortações Evangelii Gaudium e Amoris Laetitia. Esta chama atenção e nos mostra que é necessário ressignificar nossas ações, pois por menor que sejam nos comprometem, mas também nos santificam. Senti que realmente não tenho uma missão, mas sim a minha vida é uma missão. Dependo da graça divina. E sou bem-aventurada, quando na contramão do que o mundo mostra, consigo perceber a presença de Cristo no outro que está ao meu lado, que vive na minha comunidade ou na nossa sociedade. O Papa nos exorta à comunhão com o Senhor, e a prosseguir com coragem.

Jornal da Arquidiocese (JA): O que o senhor achou da nova exortação do Papa? Osnildo Maçaneiro: Esta exortação veio em um bom momento de minha vida e também da Igreja, uma obra prima com uma dose de otimismo, verdades e revelações, mas da sabedoria de um Papa que tem seus escritos, um grau de espiritualidade ímpar. Nos coloca na berlinda da vida, porque ela traz em seu conteúdo um esclarecimento de vida a ser seguido na sua essência, por se tratar não somente de uma exortação de cunho espiritual, ético e moral, mas de um ensinamento catequético incomparável, no qual precisamos nos espelhar para tentar vivê-lo. O que me chama à atenção nesta nova exortação é que, na sua totalidade, não tem nada fora da realidade. E como o Papa cita no artigo 80: “a misericórdia tem dois aspectos: é dar, ajudar, servir os outros, mas também perdoar, compreender”. Misericórdia é um caminho a seguir.

JA: Como se pode colocar em prática este documento? Leonilda: Os ensinamentos iluminam e reforçam a minha missão, fortalecendo os momentos de intimidade e silêncio com Deus. Minhas ações devem ter uma nova perspectiva, começando pela família. Participo do Movimento do Cursilho, vivo a evangelização nos ambientes. Estou na Pastoral da Pessoal Idosa desde sua fundação, em 2004. Visitamos as pessoas idosas mais fragilizadas, que sofrem a solidão, devido à dependência ou à idade. Sofrem também a violência econômica, psicológica e física. Fui coordenadora estadual, de 2007 a 2012, já fiz visitas às pessoas idosas, mas hoje meu trabalho é capacitar líderes das comunidades paroquiais, a fim de visitar os idosos que estão em situação de vulnerabilidade. Evangelizamos levando a esperança, resgatando a dignidade e os direitos destas pessoas. Lutamos por justiça, reforçarei minha participação dentro dos Conselhos Estadual e Municipal de Saúde, assim como no Conselho Estadual de Assistência, lutando pelo bem de todos, em especial das pessoas idosas. ‘Buscar a justiça com fome e sede: é santidade’”.

Foto: Arquivo pessoal

Maria Terezinha Silva

Aposentada | 66 anos | Canelinha

(JA): Como se pode colocar em prática este documento? Osnildo: Posso dizer que estou pronto para acompanhá-lo em sua nova exortação apostólica, mas reconheço que sou frágil e fraco e vou procurar me ater àquelas mudanças de vida que ele propõe nos artigos da exortação. Espero dar uma contribuição na prática. Em se tratando da Liturgia, onde trabalho com muito amor, vou me dedicar ainda mais para que todos os cristãos sejam contemplados em seu direito de conhecer e amar a Deus através da Liturgia, e com objetivo primeiro de usar da misericórdia para se chegar a Jesus como pede o Santo Padre. E procurarei viver mais intensamente a vida comunitária, pois o Papa mesmo afirma que ninguém é santo sozinho, mas sim dois a dois, ‘eu’ e a ‘comunidade’. Poderemos então criar vínculos afetivos de cumplicidade mais fortes, onde dificilmente cairemos nas desavenças e contradições. Criaremos laços de amizade e compreensão e viveremos um pouco melhor a Palavra de Deus na sua totalidade. Jornal da Arquidiocese (JA): O que mais lhe chamou a atenção nesta nova exortação do Papa? Maria Terezinha Silva: Me chamou a atenção o carinho que o Papa tem para com todos os cristãos. Sendo um ‘chamado à santidade no mundo atual’, o Papa parece que mora aqui na minha rua, na casa ao lado. Ele enxerga as minhas dificuldades e as da comunidade em que participo. E ele diz que é no nosso dia a dia que devemos buscar a santidade. Todos nós somos chamados a ser santos, eu que sou mãe, sou avó, que trabalho, que estou doente, que sirvo na comunidade. São nesses momentos de distribuição do amor que sou chamada a ser santa e viver a santidade. Todos nós somos chamados a ser reflexos da presença de Deus. A santidade é para todos. JA: Na sua opinião, como os catequisandos podem viver a santidade hoje, com base nas indicações do Papa Francisco nesta exortação? Maria Terezinha: A melhor maneira de viver a santidade é fazer tudo com amor. O gesto mais simples e humilde, de evitar jogar lixo na rua ou ajudar alguém que precisa de pão, água ou algum outro benefício material, abraçar ou escutar, são maneiras de ser santo. Ser santo um dia por vez. O jovem não precisa ter medo da santidade, deve viver a vida de forma que não prejudique os outros e nem a si próprio. Como diz o Papa Francisco, “as bem-aventuranças (Mt 5,3-12; Lc 6,20-23) são como que o bilhete de identidade do cristão” (63). Se o jovem assumir isso, verá que é um amor verdadeiro que vivencia e não um amor de troca. O jovem precisa realmente andar na contramão do mundo e ter Jesus como sal e luz que o conduz conduz para o caminho do céu. O jovem deve ser alegre, como os santos são, como Jesus é.


Jornal da Arquidiocese, Julho de 2018

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bíblia Lectio Divina

Evangelho de São Marcos

Padre Wellington Cristiano da Silva com a humilde origem de Jesus. Temos dificuldades de compreender e de aceitar que Deus se fez homem, igual a nós em tudo, exceto no pecado. Como afirma o Apóstolo São Paulo, Jesus “é loucura para os gregos e escândalo para os judeus” (1Cor 1,23).

Oratio (oração) Senhor, eu creio, mas aumentai a minha fé! A cada três anos, aos domingos, é lido o Evangelho de São Marcos. É o Evangelho mais curto, apenas 16 capítulos. Foi escrito em torno do ano 70 d.C., época de grandes perseguições. O Evangelho responde à pergunta: “quem é Jesus?” E apresenta o modo de ser verdadeiro discípulo. Revela a divindade de Jesus, que é perceptível em seus gestos de grande misericórdia, mas também mostra de modo profundo sua humanidade. Os leitores já sabem desde o início que Jesus é o Filho de Deus (Mc 1,1). Os espíritos impuros também o sabem, e só um centurião romano, quando o vê morrer, o reconhece como tal (Mc 15,39). Ao longo de todo o Evangelho, este título parece querer surgir, mas há sempre a ordem do silêncio, o segredo messiânico. Só na cruz este título aparecerá sem qualquer perigo de equívocos triunfalistas. Marcos inicia com a vida pública de Cristo e encaminha para o seu Mistério Pascal: morte e ressurreição. Quando Jesus fica sabendo da prisão de João Batista, afirma que o Reino chegou: “esgotou-se o tempo”. Do início ao fim do Evangelho, os discípulos estão presentes. Após o entusiasmo inicial, eles não entendem

o mestre. Parecem cegos. Os discípulos não esperavam um Messias servo, como fora anunciado por Isaías. Por isso, Jesus começa uma longa instrução e fala abertamente sobre a sua morte. A instrução fica entre a cura de dois cegos. Ambas aludem ao que se passava entre Jesus e os discípulos. A primeira cura é apresentada em dois tempos (Mc 8,22-26). É a dificuldade de enxergar que Pedro e os discípulos têm, pois pensavam num messias sem cruz. A segunda cura apresenta Bartimeu como modelo do discípulo que segue Jesus no caminho para Jerusalém (Mc 10,46-52). O Evangelho inicia e termina na Galileia (Mc 1,9.14.16). Antes de entrarem em Jerusalém, Jesus afirma que eles irão abandoná-lo, mas ele os precederá na Galileia (Mc 14,28). De fato, após a morte, o anjo ordena às mulheres a anunciarem a Pedro e aos outros que ele os aguarda na Galileia (Mc 16,7). Por que na Galileia? Porque lá tudo se iniciou. E agora eles estão prontos para professar Jesus através do testemunho de suas próprias vidas. Por Pe. Alcides Albony Amaral Pároco da Paróquia Santo Antônio, Campinas, São José

Contemplatio (contemplação)

Lectio (leitura) “Jesus lhes dizia: ‘Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares’” (Mc 6,4).

Meditatio (meditação) Jesus retorna a Nazaré, onde foi criado. Na sinagoga, em dia de sábado, começa a ensinar. A reação dos ouvintes é de admiração e espanto. Os nazarenos ficam chocados com a distância entre os ensinamentos e as obras de Jesus e sua origem humilde. Não conseguem admitir que o carpinteiro, filho de Maria, que conviveu com eles durante anos, seja agora um profeta, um portador da sabedoria divina. Este desprezo por parte dos nazarenos revela a sua falta de fé. Este tipo de incredulidade pode afetar qualquer um de nós. Muitas vezes nos escadalizamos

Cristo é a Sabedoria divina encarnada; Sabedoria acolhida pelos humildes e mansos de coração. Levantemos nossos olhos para Deus, como os olhos dos escravos que fitos estão nas mãos do seu senhor (Cf. Sl 122,1-2a).

Missio (missão) Humildade é o caminho traçado pelo Cristo. O Filho de Deus sempre se revela na simplicidade da vida. Nossa fé deve ser simples e verdadeira para hospedarmos em nossos corações a sabedoria de Deus. O Senhor nunca se impõe, pois a fé é um ato livre. “Ninguém deve ser coagido no ato de crer” (Dignitatis Humanae, 12). Peçamos ao Espírito Santo que nos dê o dom da sabedoria para acolhermos a Palavra de Deus, na humildade do coração. Impulsinados pelo mesmo Espírito, tenhamos a alegria de sempre anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus, mesmo em meio às resistências e obstáculos.

Conhecendo as cartas de São Paulo Padre Gilson Meurer

“São Paulo aos Romanos, uma carta de apresentação” Estamos iniciando nessa edição do Jornal da Arquidiocese a leitura guiada das cartas de S. Paulo. Nesse número, faremos uma introdução à primeira delas na ordem canônica, isto é, a carta aos Romanos. Ela foi escrita, quanto é possível dizer, enquanto S. Paulo estava na cidade grega de Corinto, preparando-se para retornar a Jerusalém (cf. Rm 15,25), pelos anos 5758. Seu desejo era, depois das missões por toda a parte oriental do Mediterrâneo (“desde Jerusalém até o Ilírico”, Rm 15,19), de partir para o extremo ocidente europeu, especialmente para a Espanha (Rm 15,24). Antes disso, queria visitar Roma, “um desejo antigo” (Rm 1,13), cuja comunidade cristã possuía boa reputação de fidelidade

ao Senhor (Rm 1,8), mas que ele não conhecia pessoalmente. A carta que Paulo lhes envia, portanto, é uma inicial exposição do “seu Evangelho”, isto é, daquilo que ele tem anunciado em outras cidades, expressão do ministério apostólico a ele confiado. Não se trata de um compêndio ou síntese da teologia cristã, nem um sumário da doutrina paulina, pois diversos temas abordados em outras cartas não estão presentes em romanos (por exemplo: a Igreja, a Eucaristia, a ressurreição dos corpos, o juízo final). A carta aos romanos é, de fato, um ensaio de suas reflexões missionárias a respeito da Salvação que Deus, em sua bondade e misericórdia, oferece a todos os seres humanos

por meio da fé em Jesus Cristo. Antes de empreender a viagem de retorno, S. Paulo fez uma coleta entre os convertidos gentios para ajudar os pobres da Igreja mãe de Jerusalém (1Cor 16,1). Essa partilha material manifestava gratidão pelo dom espiritual que os missionários da primeira comunidade portaram ao mundo (Rm 15,27). S. Paulo pediu aos romanos que rezassem para que essa oferta fosse aceita com o espírito justo (Rm 15,31), pois sabia da existência de desconfiança em relação à abertura da fé aos pagãos. Talvez S. Paulo desejasse que essas orações ajudassem também no justo acolhimento dos ensinamentos presentes nessa carta.

Você também pode conferir este artigo e os demais no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


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Jornal da Arquidiocese, Julho de 2018

evangelização

O desafio da Pastoral Vocacional Junto com as dioceses da Região Sul, a Arquidiocese acaba de lançar uma Campanha Vocacional objetivando depertar a vocação de um candidato por comunidade. Nosso âmbito eclesial totaliza mais de 600 comunidades, 71 paróquias e capelanias. O desafio é belíssimo, porém requer o envolvimento dos diversos agentes pastorais, particularmente padres, diáconos, catequistas, religiosos e religiosas, ministros extraordinários da comunhão e outros que estão sob a liderança da equipe de Pastoral Vocacional e da Coordenação de Pastoral. Entretanto, um retrato histórico de nossa Arquidiocese revela que a origem de nossos presbíteros diocesanos recai sobre poucos munícipios e paróquias. A distribuição, atualmente, está da seguinte maneira: Biguaçu e Antônio Carlos contam com 15 presbíteros, São Pedro de Alcântara tem sete presbíteros, Brusque e Florianópolis possuem oito presbíteros cada, Itajaí e São José possuem seis cada, Camboriú tem quatro presbíteros. Já os municípios de Nova Trento, Angelina e Palhoça dispõem de três presbíteros cada. Existem ainda localidades das quais se originou um ou dois sacerdotes totalizando 14 munícipios. Um dado importante a ser lembrado é que 16 presbíteros são oriundos de outras dioceses catarinenses e sete presbíteros nasceram em outros estados do Brasil. Entre os falecidos, 31 eram sacerdotes estrangeiros (alemães, italianos, poloneses, portugueses etc.). Registra-se que 16 são provenientes de outras regiões catarinenses e brasileiras. Destaca-se que 18 presbíteros

nasceram e morreram em terras da Arquidiocese. Por fim, alguns deixaram o ministério sacerdotal. Estes dados, cuja fonte é o Anuário da Arquidiocese (2018), por si só configuram um desafio enorme em nossa Pastoral Vocacional. Evidentemente, nesses dados não estão incluídos os religiosos e religiosas que mereceriam uma pesquisa própria e o mesmo se deve dizer dos diáconos. Em vista disso, cabem algumas perguntas: Por que temos paróquias que não deram presbíteros à Igreja? Por que algumas paróquias deram apenas um ou dois sacerdotes? O que podemos fazer para suscitar mais vocações presbiterais e religiosas? Com a fragilidade que se constata na Pastoral da Juventude das paróquias, qual o futuro vocacional de nossa Igreja? Quando vamos articular o Catecumenato Crismal com a Pastoral Vocacional e a Pastoral da Juventude? O desafio não é apenas da Equipe Arquidiocesana de Pastoral Vocacional, mas de todos nós cristãos, discípulos de Jesus Ressuscitado. É verdade que não queremos quantidade, mas qualidade! Por isso mesmo vamos à luta! Um sacerdote por cada paróquia e se for possível mais ainda, um vocacionado por comunidade! Na expectativa do centenário de nossa Província Eclesiástica (1927) lancemo-nos ao compromisso vocacional. Este é o presente que a providência espera de nossa Igreja. Neste ano serão ordenados seis novos presbíteros! Isto é um presente dos céus! No entanto, se considerar-

mos que a Arquidiocese de Florianópolis tem 1.800.000 habitantes (IBGE), esse número de novos padres é, na realidade, um novo padre para cada 300.000 habitantes. É muito pouco! Que o Bom Pastor nos dê mais vocacionados para a evangelização! Por Pe. Vilmar Adelino Vicente Professor da FACASC

Foto: Pastoral Vocacional

Dioceses se preparam para o encontro Interdiocesano dos GBFs Foto: GBF

O V Interdiocesano é um encontro regional dos GRF/CEBs organizado em quatro blocos, reunindo as dez dioceses de Santa Catarina por aproximação. Do seguinte modo: Bloco Chapecó, Joaçaba e Caçador; Bloco - Lages e Rio do Sul; Bloco - Joinville e Blumenau e o Bloco - Florianópolis, Tubarão e Criciúma. “São estes encontros que fortalecem a caminhada dos Grupos Bíblicos em Família e nos ensinam como proceder no dia a dia, nos colocam em movimento para que cresça cada dia mais nossa fé e perseverança”, disse Silvia Aparecida Ibers, de Águas Claras. No mês de maio foi realizado um seminário em Caçador com a parti-

cipação de todas as dioceses para estudar o tema e o lema, que serão aprofundados no Interdiocesano, em cada bloco. Também foram aprovados os materiais comuns: a oração, o cartaz e um texto-base para ser refletido em todas as dioceses. O V Interdiocesano será no dia 16 de setembro, e terá o tema: “Cristãos leigos e leigas nos desafios do mundo rrbano – Igreja em saída – a serviço do Reino de Deus e sua justiça” e o lema: “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-15). “A participação dos animadores é muito importante para o fortalecimento dos Grupos Bíblicos em Família nas comunidades, paróquias e foranias. Também contribui no aprendizado de

cada animador, que volta para casa com mais ânimo para evangelizar outras famílias”, afirmou Osmarete Terezinha Barbosa, de Forquilhinha. Neste ano dedicado ao laicato, o Interdiocesano tem o objetivo de animar e fortalecer os GBF na perspectiva de uma Igreja em saída, missionária, libertadora e profética, aprofundando a identidade, vocação, espiritualidade e missão de leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Contato: gbf@arquifln.com ou (48) 3224-479 9. Colaboração Maria Glória da Silva Coordenadora arquidiocesana dos GBFs


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evangelização

Arqudiocese promove 4º Mutirão de Formação Encontro refletiu sobre missão e Bíblia Foto: Mateus Peixer

Nos dias 23 e 24 de junho, ocorreu no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos, o 4º Mutirão Arquidiocesano de Formação de Lideranças. O encontro teve o objetivo de promover a formação dos cristãos leigos, discípulos missionários de Jesus que vivem a fé a serviço da Igreja e da sociedade na Arquidiocese. Além disso, formar lideranças que

Caridade Social

ajudem todos os membros da Igreja a se encontrarem com Cristo e, assim, reconhecer, acolher e desenvolver a experiência e os valores que constituem a própria identidade e missão cristã no mundo. Na abertura do evento, o Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, deu as boasvindas para as mais de 300 pessoas que foram ao CEAR. “O mutirão é um

momento muito importante para a nossa Arquidiocese, quando os representantes de diversas paróquias têm a oportunidade de se aprofundarem nos temas propostos para o encontro”, disse Dom Wilson. O assessor do Regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Pe. Luís Mosconi, vindo de Belém (PA), falou sobre as Santas Missões Populares. “Uma das coisas que me tocou foi quando o Pe. Mosconi disse que ‘a missão não tem um lugar, não tem um tempo determinado, pois a vida é missão sempre, e é a missão que dá sentido a vida’”, contou Nelson Adriano Filho, 50 anos, da Paróquia Santa Catarina, em Brusque. O assessor, Celso Loraschi, palestrou sobre a Animação Bíblica. A paroquiana da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Palhoça, Leni Damini, refletiu sobre a palestra do professor em

algumas palavras: “Jesus não faz acepção de pessoas, gênero, classe, raça, religião. Ele supera as barreiras. Jesus assume ser servo para resgatar o ser humano”. Representantes de diversas paróquias que participaram do 4º Mutirão Arquidiocesano de Formação de Lideranças puderam se sentir reanimados na fé e fidelidade na caminhada. Foto: Pastoral Familiar

Dom Wilson (d) também assistiu algumas palestras

A missão de cuidar de idosos vulneráveis Foto: PPI

Formação de agentes da PPI

A Pastoral da Pessoa idosa (PPI), criada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2004, tem como objetivo a promoção e a valorização da pessoa idosa, dando-lhe a oportunidade de melhorar a qualidade de vida. Essa pastoral organiza redes voluntárias de solidariedade e capacita estes voluntários, chamamos de líderes, para

realizar visitas domiciliares às pessoas idosas, com mais de 60 anos, preferencialmente as mais vulnerabilizadas por sua fragilidade física e situação de pobreza e abandono, independentemente de seu credo religioso ou tendência política. Em casos de situações de vulnerabilidade, a PPI informa os órgãos competentes. O trabalho da pastoral melhora a au-

toestima do idoso, que posteriormente passa a se cuidar e socializar mais, aumenta as chances de evolução no quadro da saúde, diminui o uso de medicamentos e reflete no bem-estar integral dessas pessoas. A PPI da Arquidiocese se preocupa com o grande número de idosos vulneráveis, sem o necessário e merecido atendimento de políticas públicas e das famílias. Atualmente, 312 líderes comunitários da PPI atendem a 960 idosos. Neste ano, a pastoral foi ampliada nas paróquias do Ribeirão da Ilha, Santo Amaro da Imperatriz, e implantada na Paróquia de Canasvieiras. Entre as atividades deste primeiro semestre, a PPI promoveu um retiro espiritual, um encontro arquidiocesano de formação para todos os coordenadores paroquiais, além de diversas visitas em várias paroquias, com o objetivo de implantar a pastoral

2º encontro da vovó e do vovô Uma missa, às 10h, no Santuário Santa Paulina marca o dia dos avós e de São Joaquim e Sant’Ana, na quintafeira, 26 de julho. E no dia 29 deste mês, em comemoração ao dia Internacional da Pessoa Idosa, ocorre uma missa na Catedral, às 09h e, em seguida, uma caminhada de sensibilização no centro de Florianópolis. Foto: Santuário Santa Paulina

Encontro no Santuário Santa Paulina, em 2017


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evangelização Jornada Arquidiocesana da Juventude: A Igreja é viva, jovem e unida Aproximadamente dois mil jovens estiveram no encontro Foto: Arquidiocese de Florianópolis

Evento contou com um momento de oração e Adoração

A Arquidiocese de Florianópolis, os jovens participaram de diversas por meio do Setor Juventude, promo- oficinas, como: “Eu e meus relacionaveu no dia 10 junho, a sexta edição da mentos; Mística e espiritualidade; Eu Jornada Arquidiocesana da Juventu- missionário; Eu protagonista; Eu e mide (JAJ), que reuniu aproximadamen- nha vocação”. te 2 mil jovens. O evento ocorreu no “Me tocou muito nessa minha priCentro de Evangelização Angelino meira jornada perceber que a nossa Rosa (CEAR), em Governador Cel- Igreja é realmente viva. São muitos so Ramos, e teve como tema: “Não jovens que poderiam estar fazendo tenhais medo, Maria! Encontrastes outras coisas, mas escolheram estar graça junto a Deus!” (Lc aqui para se entregar ao 1,30). amor e viver da graça de O evento começou às Deus”, explica Jamilly Cór09h30, com animação do dova dos Santos, 18 anos, Ministério Cenáculo, de “É muito bonito ver do grupo Jovens Unidos Itajaí. Depois os jovens uma Arquidiocese pelo Espírito Santo, da Paparticiparam de um moróquia Senhor Bom Jesus com inúmeras mento de oração mariana, dos Aflitos, de Porto Belo. seguido de uma pregação expressões jovens” O encerramento da JAJ e da Adoração ao Santíssiocorreu com o show do mo Sacramento. cantor católico, Diego Fer“Eu gostei muito, foi nandes, que durante apremelhor que a do ano passado. A es- sentação destacou as várias eclesiotrutura estava impecável e a prega- logias presentes no evento. “O legal ção, o show e a missa foram maravi- da jornada é isso, fazer amizades lhosos”, comentou Heloisa Corrêa de com outros grupos que não conhecia Souza, 15 anos, do grupo de jovens e nem sabia como manifestavam a fé. Sentinelas de Cristo, da Paróquia Nos- É muito bonito ver uma Arquidiocese sa Senhora dos Navegantes, da Ser- com inúmeras expressões jovens”, raria, São José. destacou Diego. Às 11h30 foi realizada uma missa, Mais uma vez a JAJ reuniu as diverpresidida pelo Arcebispo, Dom Wilson sas expressões jovens para assegurar Tadeu Jönck, scj. Na parte da tarde, que a Igreja é viva, jovem e unida.

Cronograma de julho 07/07 | Reunião Arq. dos Agentes Paroquiais de Pastoral Familiar | Tijucas 08/07 | Formação Missionários Missão Bahia | Par. Sagrados Corações 08/07 | Escola de Formação Catequética para Multiplicadores – ECAM | Itapema 08/07 | Festa de Santa Paulina | Santuário Santa Paulina 10/07 | Jubileu de Prata Presbiteral Pe. Alceoni Berkenbrock | Barreiros 13 a 15/07 | RCC - Congresso Arquidiocesano | Santo Amaro da Imperatriz 14/04 | Formação para Agentes da Pastoral de Rua | Palhoça 18/07 | Jubileu de Prata Diaconal do Diác. Avelino Trentin 18/07 | Jubileu de Prata Diaconal do Diác. Pedro Carbonera 25/07 | Jubileu de Ouro Presbiteral do Pe. Norberto Debortoli | Biguaçu 26/07 | Comemoração do Dia dos Avós | Santuário Santa Paulina 28/07 | 30ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral | CEAR 01/08 | Abertura do Mês Vocacional | Paróquias

Igreja Nossa Senhora da Conceição é reinaugurada em Itajaí Foto: Fotomestria / Itajaí

No dia 15 de junho, a Igreja Nossa Senhora da Conceição, no centro de Itajaí, recebeu um grande público para a inauguração de seu restauro. O evento iniciou às 08h com queima de fogos, seguida da apresentação da Banda Filarmônica, de Itajaí. O corte simbólico da fita foi feito pelo Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, pelo pároco da Paróquia Santíssimo Sacramento, Pe. Sérgio José de Souza, e pelo prefeito do município, Volnei Morastoni. Durante a cerimônia, Pe. Sérgio ressaltou que nesta data é escrita mais uma página da história de Itajaí, pois foi ao redor da igrejinha que a cidade se desenvolveu. “Foi motivo de grande dor

quando tivemos que fechar a Imaculada Conceição, mas todos se mobilizaram para que a nossa igreja pudesse ser reaberta e reestruturada. Estamos hoje reunidos em ação de graças por este grande feito”, comentou. História A Imaculada Conceição foi construída na década de 1820, por Simeão, escravo do coronel Agostinho Alves Ramos. A edificação tornou-se a mais significativa e antiga do município, levando o nome de sua padroeira. Com o passar dos anos o prédio foi ampliado, mas foram preservados alguns dos seus traços arquitetônicos.


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geral Arquidiocese de Florianópolis ordena dois padres Até o final do ano, outros quatro jovens se ofertam ao presbitério

Com o lema “Praticar a justiça, amar a misericórdia e caminhar com Deus” (Mq 6,8), Jair José Pereira, 48, foi ordenado presbítero no dia 02 de junho, na Igreja Matriz da Paróquia Sagrado Coração de Jesus – “Santuário dos Ingleses”, em Florianópolis. Três semanas depois, no sábado, 23, na Igreja Matriz da Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José, ocorreu a ordenação presbiteral de Eduardo Cardozo de Senna, 40, que tem como lema: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a Palavra de Deus!” (At 4,31). Jair é vigário paroquial na Paróquia São Joaquim, em Garopaba, e Eduardo, na Paróquia São Sebastião, em Tijucas.

foi para Azambuja, em Brusque, onde cursou filosofia e teologia. Com grande incentivo do pároco, Pe. Mário José Raimondi, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, nos Ingleses, a qual pertencia, Jair Pereira deixou mais uma vez a contabilidade e retornou ao seminário após passar 14 anos afastado. Em 2016 terminou a teologia e em dezembro daquele ano, a pedido do Arcebispo, fez estágio em Garopaba. A ordenação diaconal foi em 16 de dezembro de 2017. O despertar da vocação pelo convite de amigos Foto: Emerson Leal Fotografia

A feliz decisão de deixar a contabilidade para abraçar o sacerdócio Foto: Vanuza Drage

Padre Eduardo

Padre Jair

“Hoje meu coração está explodindo de tanta alegria, mas tenho essa certeza de que é a graça de Deus atuando. E porque essa graça de Deus é tão grande, a gente acaba ficando inebriado pela força e pela ação do Espírito Santo”. Essas foram algumas palavras do coração totalmente grato do Pe. Jair José Pereira, na celebração da sua ordenação presbiteral. O sexto, dentre oito irmãos, nasceu em 15 de dezembro de 1969, em Rio do Sul. Em fevereiro de 1970, os pais, José Pedro Pereira e Iracema Maria Pereira (já falecidos), vieram para Camboriú. Começou a trabalhar aos 14 anos, numa padaria, depois concluiu o técnico em contabilidade, trabalhou na Prefeitura de Camboriú e aos 18 anos abriu o próprio escritório de contabilidade. A caminhada vocacional iniciou aos 15 anos com um retiro de jovens e com uma pergunta de Dom Manoel João Francisco (naquele tempo “Pe. Maneca”): “não gostaria de fazer este trabalho como padre?”. Este questionamento martelou nos seus pensamentos até os 22 anos, quando vendeu o escritório de contabilidade e

Padre Eduardo Cardozo de Senna nasceu em 01 de agosto de 1977, em Urubici, mas veio ainda criança morar com a família em São José. Com dois irmãos, ele é o filho caçula de Maria de Lourdes e de Sérgio, já falecido. Até os 18 anos, Eduardo e sua família participavam

do espiritismo, embora sempre tenha estudado em escolas católicas. E foram as aulas de ensino religioso das Irmãs Salvatorianas do Colégio Nossa Senhora de Fátima, no Estreito, que fizeram o ainda menino Eduardo sentir um primeiro despertar de sua vocação. A oração em frente ao sacrário a um “Jesus que mora ali” não era muito compreendida ainda, mas tocava muito seu coração infantil. Passou no vestibular de enfermagem, mas preferiu abrir mão dos estudos por outra paixão, herdada do pai: o futebol. Jogou no Vasco da Gama e no Figueirense. Depois largou o futebol, trabalhou no antigo BESC, dedicou-se à Ciência da Computação e, ao final de 1997, aceitou o convite de dois amigos, Rafael e Jean, para conhecer um grupo jovem da Igreja Católica, o Sopro de Vida. Incentivado por seu pároco na época, Pe. Sérgio de Souza, e já decidido a ser padre, em 2001, Eduardo aceitou o convite do Pe. Márcio Vignoli e fez parte da Comunidade Divino Oleiro, onde permaneceu por 12 anos em missão, no sertão da Bahia e em Guiné Bissau. De volta ao Brasil, cursou teologia como leigo consagrado e depois se formou em filosofia, já como seminarista. Ao terminar os estudos, ficou seis meses no Convívio Emaús, em Florianópolis, e fez pastoral na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Paulo Lopes. A ordenação diaconal aconteceu em Garopaba, no dia 16 de dezembro de 2017. “Obrigado a vocês que rezam por mim todos os dias. Sou grato a todos que me fizeram descobrir que sou muito amado por Deus”, completou Eduardo. Colaboração jornalista Juliana Vailati Foto: Padre Jair José Pereira

Padre Jair (e) e Pe. Eduardo


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