Jornal da Arquidiocese | nº 213 | junho de 2015

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 213

Mutirão de formação Inscrições abertas | 4

JUNHO DE 2015

Instituto Kairós

Luta contra drogas e álcool | 10

Combate à violência

Proposta é discutida no Ano da Paz | 11

Na família, comunicar o amor

Foto: Everton Marcelino

O diálogo como caminho para a unidade


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2015

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opinião

Comunicação e comunhão

A vitória da vida pelo Sagrado Coração “Oportunidade não falta, cabe à pessoa aceitar apoio. No meu caso, pedi e aceitei ajuda. Você primeiro que precisa se ajudar. A gente precisa sonhar, traçar objetivos. Tem muita gente na rua passando necessidade por não aceitar a vida como ela é. Deus ajuda e olha como ajuda, mas tem que correr atrás”. Esse é o depoimento do ex-jogador de futebol, o terceiro maior artilheiro do Figueirense, Albeneir Marques Pereira. Ele perdeu tudo devido ao álcool e foi morar na rua por quase dois anos. Desde 2006, quando pediu apoio ao Pe. Prim, através do Centro de Tratamento Recanto Silvestre, Instituto Kairós, está “limpo”. Hoje, “Bena” é voluntário da Instituição e partilha a vitória em sua vida junto “às pessoas que querem ser ajudadas”. Albeneir disse “sim” à vida novamente. Éder, Hércules e Jonathan também deram o “sim”, mas para a vocação que Deus escolheu para eles, o sacerdócio. Os três foram ordenados diáconos em Tijucas no último mês. Nessas histórias, têm-se a ação do Sagrado Coração de Jesus que se derrama em misericórdia e amor sobre as pessoas que superam dificuldades e vencem na vida. O Coração de Cristo lhes concede força, coragem e ânimo. “Amor que jorra do lado aberto do Cristo, pendente na cruz. O amor de Deus nos impulsiona”, afirma Pe. Adilson Colombi, scj, no artigo da página 08 desta edição. No divino Coração de Jesus, amor e zelo especial pelas famílias que buscam Nele o apoio, mesmo diante das crises. “Vital para a família é a presença de Deus”, lembra o fundador da Comunidade Católica Abbá Pai, Ivano Alves Pereira. Sagrado Coração de Jesus, nós confiamos em Vós!

Dom Wilson Tadeu Jönck,scj A psicologia ensina a pelo bem de alguém, se decompreender como funcio- monstro sinceridade ou lealna a comunicação entre os dade, se manifesto um gesto seres humanos. Todo gesto, de amor. Por sua vez, uma toda palavra, toda atitude atitude de mau humor, uma produz uma interação entre crítica, produz uma interação quem emite e quem recebe negativa e, por isso, destrói a comunicação. Se esta in- a comunhão. Outras atitudes teração for positiva, vai gerar produzem o mesmo efeito, comunhão. Por outro lado, se por exemplo, agressividade, a interação for negativa vai fofoca, ciúme, inveja, falsidadesfazer a comude. Desta forma, nhão. Assim todos é possível avaos nossos ges“Aprender a perdoar, liar cada uma das tos e palavras ou rezar, amar, bem como atitudes do dia a constroem comudia e ver se geraa aquisição das atitudes nhão ou a destroram comunhão ou em. Não há ação que caracterizam a vida não. cristã produzem comuneutra ou inócua. Existem ações Alguns exem- nhão e fazem acontecer a mais superficiais plos ajudam a ene outras que procomunidade” tender. Se eu maduzem marcas nifesto um sorriso, mais profundas a interação que no relacionamense produz será positiva. Des- to entre as pessoas, tanto ta forma podemos dizer que positivas quanto negativas. o sorriso gera comunhão. O Aqui vale lembrar que todas mesmo acontece se dou um as atitudes inspiradas no elogio, se presto uma ajuda, Evangelho geram comunhão se acolho a pessoa ou uma de forma intensa e profunda. sugestão, se me sacrifico Por isso, a repetição dessas

Nos caminhos de Francisco

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Faz-nos bem passar um pouco de tempo diante do sacrário, para sentirmos sobre nós o olhar de Jesus.

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Aprendamos a viver com benevolência, amando a todos incluindo aqueles que não nos amam.

Nas redes Facasc participa da Semana de Oração pela Unidade No dia 18 de maio aconteceu a abertura da Semana de Oração pela Unidade Cristã, com celebração ecumênica na Facasc. Estiveram presentes Pe. Vitor Galdino Feller, o Pe. ortodoxo Agathângelos Karkagkelis e o Pr. luterano Renatus Porath.

05 de maio, no Twitter

09 de maio, no Twitter

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facebook.com/Arquifloripa

Deus sempre espera por nós, sempre nos entende, sempre nos perdoa.

Começam as festas do Divino na Arquidiocese

19 de maio, no Twitter

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Nós pediremos a Maria que ajude os católicos na China a serem sempre testemunhas credíveis deste amor misericordioso no meio do seu povo e a viver espiritualmente unidos à rocha de Pedro sobre a qual foi construída a Igreja. 20 de maio, na saudação aos católicos chineses

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Também nos foi dado como dom a língua do Evangelho e o fogo do Espírito Santo para proclamarmos Jesus ressuscitado, vivo e presente em nosso meio, e aproximar os povos a Ele que é caminho, verdade e vida.

@pontifex_pt

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Porque sentimos tanta dificuldade em suportar os defeitos dos outros? Esquecemo-nos de que Jesus suportou todos os nossos pecados? 12 de maio, no Twitter

24 de maio, no Regina Coeli, Praça São Pedro

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

atitudes constrói a comunidade, a Igreja. É assim que a pedagogia cristã apresenta com muita segurança as virtudes cristãs como caminho de vida. Aprender a perdoar, rezar, amar, bem como a aquisição das atitudes que caracterizam a vida cristã produzem comunhão e fazem acontecer a comunidade. As mesmas regras valem para o universo da família. Quando as atitudes que geram comunhão superam aquelas que destroem comunhão, aí haverá harmonia e se construirá o espírito de família.

As festas do Divino deste ano tiveram início, no dia 15 de maio, com as celebrações na Paróquia N. Sra. de Fátima e Santa Teresinha, em Florianópolis, e seguem até o dia 13 julho, na Paróquia N. Sra. do Rosário, em Palhoça. facebook.com/Arquifloripa

Na pauta, os formadores dos seminários Formadores dos seminários da Arquidiocese estiveram reunidos na quinta-feira, 07 de maio, na Cúria Metropolitana, juntamente com o Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, scj. arquifln.org.br

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, A. Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Jean Ricardo Severino, Olga Oliveira e Roberson Pinheiro. JORNALISTA RESPONSÁVEL: A. Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO: Roberson Pinheiro COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa@arquifln.org.br e comunicacao@arquifln.org.br SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis


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#compartilha Misericórdia e Iniciação à Vida Cristã em debate pelo clero Foto: Carol Denardi

Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal

Pensamento1

O pensamento é forte, muito veloz e não conhece fronteiras. Visita tanto a árvore do bem quanto a árvore do mal. Há pensamentos que são para a vida e existem pensamentos que são para a morte. Se o coração está endurecido é porque há dureza no pensamento; se tenho coração de carne é porque meu pensamento é habitado pela misericórdia, pela compaixão, pelo amor.

Pensamento 2

Grande número de padres e diáconos compareceram na reunião em Campinas, São José

Entre os dias 05 e 06 e maio, 45 padres da Arquidiocese de Florianópolis participaram do curso de formação para o clero, em Brusque. Padre José Artulino Besen foi o assessor do encontro, que teve como tema “A Igreja nos tempos de Francisco”. “Para mim foi uma questão de honra ter aprendido sobre amor, proximidade e compaixão comigo mesmo e também com meus irmãos”, disse o vigário da Paróquia N. Sra. de Azambuja, Pe. Sílvio José Kremer. O pároco da Paróquia de Canasvieiras, Francisco Rohling, destacou que “os padres também devem possuir esse sentimento de misericórdia para com o povo de Deus e entre os sacerdotes”. Este curso de formação acontece duas vezes ao ano e foi promovido pela Pastoral Presbiteral. Segundo o coordenador,

Pe. Vilson Groh, através das indicações do Papa Francisco, buscou-se também aprofundar a reflexão sobre o mundo dos empobrecidos e, ao mesmo tempo, vivenciar a dimensão do primeiro grande amor, “que é Deus”. E, ainda concluiu, “para isso, a gente precisa se abrir ao caminho da misericórdia, se deixar salvar por ela e redescobrir de novo que somos o filho amado do coração de Deus”. Já no dia 19 de maio, 40 diáconos e cerca de 130 padres participaram da reunião geral do clero, na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José. O tema principal, a Iniciação à Vida Cristã, foi abordado pela catequista e integrante da equipe do Regional Sul 2 da Catequese, no Paraná, Maria do Carmo Rollemberg. A reunião terminou na parte da tarde com comunicados gerais da administração, da pastoral, entre outros assuntos.

Pastoral Vocacional realiza primeiros encontros do ano A Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Florianópolis promoveu o primeiro encontro vocacional de 2015 dos Grupos de Orientação João Paulo II e Madre Tereza de Calcutá. O evento aconteceu simultaneamente nas Paróquias Sagrado Coração de Jesus, em Florianópolis, e Santíssimo Sacramento, em Itajaí, no dia 02 de maio. Nos Ingleses, na capital, atraiu um público de 265 jovens e em Itajaí, 145. “Gostaria de ressaltar o comprometimento e generosidade das paróquias dos Ingleses e do Santíssimo Sacramento que mobilizaram as lideranças e jovens e providenciaram as estruturas necessárias”, destacou

o coordenador da Pastoral Vocacional, Pe. Vânio da Silva. Já no dia 03 de maio, teve a primeira edição do “Retiro Projeto de Vida 2015”, no Seminário Propedêutico Mons. Valentim Loch, em São José. Uma proposta nova de acompanhamento vocacional para jovens que estão na faculdade ou no ensino médio. Na pauta do dia, os dez rapazes que participaram receberam os passos para um projeto de vida e a catequese a partir do quadro “A Vocação de São Mateus”, de Caravaggio. O próximo retiro está marcado para 07 de junho.

O pensamento que está aqui, em frações de segundo já passeia por lá; inquieto, pode vagar por terras distantes e, de imediato, voltar para o meu interior. Encontra luz e trevas, encanta-se com belas paisagens e afasta-se com medo de abismos sem fundo. Cumprimenta, sorrindo, aqueles que ama e, qual ladrão, corre daqueles de quem não gosta.

Alegria

A alegria tem boas companheiras: a amabilidade, a despreocupação, a oração, a paz. Quem vive a alegria cristã, não a simples alegria dada pelas coisas do mundo, é amável, não vive estressado, cheio de preocupações; é pessoa de oração e vive em paz, a paz que o Senhor dá.

Vitória

“Vencer-se a si mesmo”: a perfeita alegria! Essa vitória é difícil, porque o homem velho sempre quer passar a perna no homem novo, mas aí está o caminho da santidade.

Seminaristas são ordenados diáconos em Tijucas Com o lema “Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça”, os seminaristas Éder Claudio Celva, Hércules Marçal e Jonathan Jacques receberam a ordenação diaconal na tarde do dia 16 de maio. A Igreja Matriz São Sebastião de Tijucas estava cheia de fiéis de diversas partes da Arquidiocese que acompanharam a trajetória vocacional dos novos diáconos. A Missa foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Wilson Tadeu Jönck, e concelebrada por diversos padres. Ainda contou com a presença de diáconos e outros seminaristas da Arquidiocese. Na homilia, a respeito da liturgia da Ascensão do Senhor, Dom Wilson destacou que “com a subida de Jesus, Ele reafirma que nosso lugar é o céu”. O trecho deu abertura à reflexão sobre como Cristo dedicou sua vida para que

o amor de Deus fosse conhecido e acolhido. “Esse mesmo Deus chama agora estes futuros diáconos para esta mesma missão”, enfatizou. Logo após a homilia prosseguiu o rito de ordenação, marcado pelo momento da imposição de mãos e a oração consecratória. Os novos diáconos aguardam agora a ordenação presbiteral prevista ainda para este ano.


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#compartilha Candidatos ao diaconato permanente serão ordenados este mês O Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos, será o local da Missa de ordenação dos 13 futuros diáconos da Arquidiocese, no dia 20 de junho. Presidida pelo Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, a celebração, com início às 15h, acolhe os candidatos ao diaconato permanente que concluíram a 15ª turma da Escola Diaconal São Francisco de Assis, no dia 24 de janeiro. Neste ano, o Brasil comemora os 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II e também o jubileu de ouro da restauração do diaconato permanente. São mais de 3.400 diáconos presentes atuantes em 160 dioceses brasileiras. Nos primeiros séculos da Igreja, este ministério foi restaurado pelo Concílio Vaticano II como “grau próprio e permanente da hierarquia” (LG, n. 29; cf. Doc. CNBB 96, n. 4). O orientador do diaconato permanente, Pe. Valter Goedert, explica que o diácono suscita no povo de Deus a correspondente vocação ao serviço. “O diácono é o animador, por excelên-

cia, do serviço na comunidade eclesial”, destacou. A ordenação é para o serviço da Palavra, da caridade e da liturgia. Exerce a missão na comunidade eclesial e vive com a família - a maioria dos diáconos têm esposa e filhos. “A esposa e os filhos, com abnegação, entendem as ausências do lar que o serviço à Igreja e ao mundo exigem, pois são a essência do ministério diaconal”, lembrou o secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner. Na Arquidiocese de Florianópolis, dos 136 diáconos permanentes, a maior parte concluiu o Ensino Médio e tem entre 61 e 70 anos. Ao todo, desde o início, há 44 anos, 328 candidatos passaram pela Escola Diaconal, dos quais, 210 foram ordenados diáconos.

Imagem: Everton Marcelino

Futuros diáconos fizeram parte da 15ª turma da Escola Diaconal

Ordenação Diaconal 20 de junho | 15h CEAR | Governador Celso Ramos

Arquidiocese convoca “forças vivas” para evento de formação

Em junho tem encontro para casais em segunda união

Tecendo o Fio de Ouro: rumo à maturidade humana e espiritual

A coordenação de pastoral da Arquidiocese promove, pela primeira vez, o mutirão arquidiocesano de formação, nos dias 27 e 28 de junho, no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos. São convocadas dez pessoas por paróquia. Os assessores serão o Subsecretário Adjunto de Pastoral da CNBB-Brasília, Pe. Francisco de Assis Wloch, e Débora Pupo, que vem do município de Francisco Beltrão, Diocese de Palmas, no Paraná. A participação dos leigos no serviço da Igreja e da sociedade, o itinerário catequético e a ação evangelizadora na Arquidiocese estão entre os temas do encontro. O evento começa às 07h30 do dia 27 de junho e termina às 19h30 com jantar. No domingo, 28, tem início também às 07h30 e conclui com a Celebração Eucarística, às 16h.

A Pastoral Familiar da Arquidiocese promove a 8ª edição do encontro “O Senhor é meu Pastor” para casais em segunda união, entre os dias 13 e 14 de junho, na Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça. “O objetivo é resgatar casais afastados da Igreja e acolhê-los juntamente com os filhos. É um momento surpresa, em que o casal vai redescobrindo o sentido de pertença à Igreja, entre tantos outros valores”, afirmou a coordenadora do encontro, Neuzeli Wisentainer. O palestrante será o fundador desta metodologia, Pe. Roberto Aripe (Pe. Chiru), da Diocese de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Outras informações com Neuzeli, pelos telefones (48) 3242-7629 / (48) 9962-4751 ou pelo email: neuzelimbw@ hotmail.com.

A partir do dia 02 de junho começa mais uma edição do Curso Tecendo o Fio de Ouro, promovido pela Comunidade Católica Shalom. Em nove encontros semanais serão abordados temas voltados para o autoconhecimento: reconciliação com a história pessoal, ordenação das necessidades e valores, cura da identidade, discernimento do estado de vida e cura da afetividade. O curso, que acontece no Centro de Evangelização Shalom, em Florianópolis, é aberto à participação de todos que já vivem um caminho de oração e engajamento na Igreja e desejam crescer na maturidade humana. O valor é de R$ 80,00 já incluso o livro de apoio. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail shcentrodeformacaofloripa@gmail.com ou na Rua Santos Dumont, 124, Florianópolis. Mais informações pelos telefones: (48) 3223 7801 / (48) 8431 1317 / (48) 9647 6169.

Mutirão Arquidiocesano de Formação 27 e 28 de junho | CEAR Informações: (48) 3224-4799

Metodologia “O Senhor é meu Pastor” é um encontro para casais de segunda união, mantendo fidelidade ao documento do Papa João Paulo II, “Familiaris consortio”, que revela a Igreja como uma mãe misericordiosa e acolhedora. Criado pelo Pe. Roberto Aripe (Chiru), que iniciou o curso em agosto de 1997, no Rio Grande do Sul, destinase a casais que foram casados na Igreja Católica, separaram-se, realizaram uma nova união estável e desejam voltar a participar da comunidade.


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nossa fé

Paróquia: Comunidade Missionária Pe. Vitor Galdino Feller

Santos e festas populares ganham destaque em junho Fernando Anísio Batista

A vida de Jesus de Nazaré esteve sempre voltada para o anúncio do Reino do Pai. Por isso, formou ao seu redor uma comunidade, criou um movimento, reuniu homens e mulheres de todas as condições, preparou -os para a missão. Já no tempo de seu ministério público enviou os discípulos em missão, dois a dois, às aldeias e cidades aonde deveria ir (Lc 10,1). Depois de ressuscitado enviou-os em missão ao mundo inteiro a anunciar a Boa Nova a toda criatura (Mc 16,15). Desde o início a comunidade de Jesus é, por essência, missionária.

precisa ir ao encontro das pessoas” (n. 189). E citando a exortação apostólica do papa Francisco, o documento ensina que a paróquia precisa ir à frente, tomar a iniciativa, procurar os afastados, chegar às encruzilhadas, convidar os excluídos, oferecer misericórdia. Para poder ser missionária, a paróquia precisa descentralizar-se, valorizar as pequenas comunidades, desenvolver a cultura da proximidade e do encontro (n. 191). Precisa viver o programa de Jesus a serviço do Reino, no anúncio alegre e revitalizador da misericórdia de Deus.

Comunidades para a missão

Paróquias missionárias

O Documento 100 da CNBB – “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. A conversão pastoral da paróquia” – insiste na missão. Pede que nossas paróquias e comunidades sejam missionárias. E exorta: “Para ser missionária, a paróquia

Uma carta, de autor deUma paróquia missionária torna-se uma rede de comunidades que alcançam o máximo possível de pessoas. Nela, os agentes de pastoral, a começar com o pároco e os membros do CPP, pensam e agem para fora. Preocupam-se com as periferias

geográficas e existenciais, como ensina o papa Francisco. Elaboram sua agenda não a partir do que já existe e para fortalecer a instituição eclesial, mas a partir das urgências vitais das pessoas, de suas necessidades físicas e espirituais. É claro que para isso é preciso contar com mais pessoas e mais recursos. Aqui está o desafio: acreditar que quando se vai para fora, vão surgir, como dom do Senhor, essas pessoas e esses recursos. Foi o que fizeram as duas colunas da Igreja: Pedro e Paulo. Apesar das dificuldades, ambos viajaram pelo mundo a anunciar a graça da salvação em Cristo. Nos lugares aonde iam, formaram equipes de missionários e coordenadores de comunidades. Trabalharam em equipe, sempre cercados de colaboradores. Lideraram forças para o anúncio do Evangelho e a animação das comunidades cristãs. Eram homens de comunhão e de missão.

Este mês é marcado pela devoção aos santos populares: Santo Antônio (13/06), São João (24/06), São Pedro e São Paulo (29/06). No Brasil e em outros países há uma grande devoção a estes santos que reúnem características diferentes, mas se popularizaram na vida e na fé do povo. Conhecido como santo casamenteiro, Santo Antônio normalmente é representado em imagens segurando o menino Jesus. Nas celebrações realizadas em sua homenagem costumam-se distribuir os tradicionais pãezinhos. O santo é conhecido também por auxiliar as pessoas a encontrarem objetos perdidos. Uma das maiores festas populares do país é realizada no dia de São João, principalmente na região nordeste, onde as ruas das cidades são invadidas por danças, fogueiras, comidas típicas, bandeirinhas e festejos populares. Conhecido como o santo festeiro, São João Batista foi quem batizou o primo, Jesus. Mártir da Igreja, teve a cabeça decapitada a pedido da filha de Herodíades, amante do rei Herodes.

No final do mês são comemorados dois grandes santos da Igreja, São Pedro e São Paulo. São Pedro foi um dos principais apóstolos de Jesus. Tem como missão ser o guardião das portas do céu. Por isso, sua imagem é representada segurando uma grande chave. Após a morte e ressureição de Jesus, liderou os discípulos no início da Igreja e na obra de evangelização. É considerado o primeiro papa da Igreja. Na mesma data de São Pedro, também é comemorado o dia de um dos santos mais importantes. Chamado de “o Apóstolo”, São Paulo foi o maior anunciador do cristianismo, depois de Cristo. Responsável pela escrita de 13 cartas às Igrejas por ele fundadas, é uma das pessoas mais interessantes de toda literatura grega. Suas cartas estão entre as obras mais significativas da humanidade. Neste mês, somos convidados a fortalecer a fé a partir da vida e obra deixada por esses grandes santos. Eles inspirarm as comunidades na profissão de fé e no seguimento ao Evangelho.


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capa

COMUNICAR A FAMÍLIA

Oração, diálogo e perdão são algumas dicas do Papa Francisco para as famílias, na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Socias

A mamãe Cristiane Schmitz conta que quando rezava e cantava para José Miguel - hoje com dois meses de vida - durante a gravidez, ele se mexia. “Desde o primeiro filho, pedi para ter uma gravidez abençoada. E sempre busquei me comunicar com cada um dos meus três filhos, desde quando estavam no meu ventre”, comenta a jovem A jovem mãe Cristiane diz superar as casada há 12 lutas em Deus anos com João Paulo Voges. A partir do relato de Cristiane, percebe-se “a comunicação como um diálogo que se tece com a linguagem do corpo”, como indica o Papa Francisco, na mensagem para o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais. A data teve como tema “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”, celebrado no dia 17 de maio. O casal Cristiane e João Paulo participa da Renovação Carismática da Paróquia de Santo Amaro da Imperatriz. Cristiane diz que “manter a família não é fácil, são muitas dificuldades e lutas, todos os tipos de crises, mas em Deus conseguimos superar”.

Na continuação da mensagem, o Papa explica que o ventre é a primeira “escola” de comunicação. Feita de escuta e contato corporal, ali se começa a familiarizar com o mundo exterior em um ambiente protegido e ao som tranquilo do pulsar do coração da mãe. “Este encontro entre dois seres simultaneamente tão íntimos e ainda tão alheios um ao outro, um encontro cheio de promessas, é a nossa primeira experiência de comunicação”.

Assim fez a mamãe Cristiane durante a gravidez dos filhos, marcada pela intimidade com os bebês, em uma primeira experiência de comunicação. Desde 2012, quando aconteceu a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, ficou definido que a família é o eixo transversal da ação evangelizadora para o primeiro período de vigência do Plano de Pastoral da Arquidiocese de Florianópolis. Desde então, o trabalho pastoral voltado à família procura englobar todos os movimentos, pastorais e serviços ligados à família em uma ação evangelizadora de conjunto, para que as forças se unam no sentido de cuidar precisamente da família.

A família deve ser também o contexto onde se transmite a forma fundamental de comunicação que é a oração. “A maioria de nós aprendeu, em família, a dimensão religiosa da comunicação, que, no Cristianismo, é toda impregnada de amor, o amor de Deus que se dá a nós e oferecemos aos outros”. Essa parte do texto de Francisco, a administradora Karla Duarte viveu na prática: a oração em família. Por um determinado tempo, ela rezava o terço da misericórdia às 15h com aqueles da família que estavam em casa. “Também consagrei a Nossa Senhora minhas gestações. A comunicação, o diálogo, sempre têm Deus no meio”, explica Karla que é casada com Jair Duarte há 16 anos; são pais de três filhos. A família é de Natal, Rio Grande do Norte e mora em Florianópolis há dois anos. Eles participam da Paróquia Nossa Senhora da Glória, Balneário do Estreito. Karla afirma que “Deus nos escolheu. Quem nos escolheu não vai estar presente? Tem que estar. A terceira pessoa lá em casa é Deus”.

Karla e Jair são de Natal e moram com a família em Florianólis há dois anos

so ter um sentimento por Ele. Comunicar a família, mostrar para nossos filhos o que é vital. E vital para a família é a presença de Deus”, lembra Ivano. Ele ressalta que se deve aprender a se comunicar com o amor que é Deus. Na vida de Jesus, o anjo veio comunicar a Maria. “A comunicação faz parte da salvação. Cada um aprende a se comunicar de forma diferente na família. O amor tem várias maneiras de se comunicar. A gente tem que aprender a linguagem do amor”, destaca. Em outro ponto da mensagem do Papa Francisco, percebe-se o mesmo sentido que o fundador da Comunidade Abbá Pai descreveu. Na família se tem a capacidade de abraçar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram, mas são importantes umas para as outras. “É sobretudo essa capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade”, cita o Papa.

A família é a estrutura do mundo. “Sempre lutei pelo diálogo entre nós. Estamos em busca de conhecer quem está ao lado da gente. Na hora do conflito, quem vai falar é o meu silêncio”, disse a vendedora Vera Lúcia Joenck Hoffnann, da Paróquia São Francisco de Assis, em Forquilhinhas, São José. Ela é casada com Gilberto há 24 anos, com quem tem dois filhos. O Papa cita que a família precisa aprender a enfrentar os conflitos de forma construtiva. “A família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão. O perdão é uma dinâmica de comunicação”.

O amor se comunica de várias maneiras Ivano Alves Pereira, casado com Simone Pereira, ambos fundadores da Comunidade Católica Abbá Pai, afirma que Deus desde a origem sempre se manifesta a nós. Na medida em que Ele cria, Ele se comunica. A Comunidade tem como carisma proclamar o amor, a misericórdia do Pai pela santificação dos relacionamentos familiares. O fundador explica que há muitos meios de se comunicar, mas há pouca comunicação entre as pessoas, que não se olham mais. Mais do que conhecer uma pessoa, você tem que ter sentimento por ela. “Mais do que conhecer Jesus, preci-

Vera e o esposo Gilberto com os filhos João Vitor e Luiz Antonio


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Em 44 anos de casados, o casal Irineu Serafim Ventura e Laura Maria de Sousa Ventura, Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Coqueiros, “nunca precisou pedir perdão um ao outro. O saber entender, compreender. Nem tudo são flores, mas tem horas que é necessário superar”, afirmou Irineu. Francisco diz que “a família é viva, não se encerra no próNa família é preciso “saber compreender”, prio apartamento; deve sair, ir atesta Irineu ter com o outro”. Diante desta afirmativa, Irineu Ventura exemplifica ainda que se não se une em casa, não se une com os de fora. “A gente participa dos grupos da Igreja, novenas nas casas, Apostolado da Oração. Estes são também nossa família”.

Oração do Sínodo da Família Jesus, Maria e José em vós nós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, a vós dirigimo-nos com confiança. Sagrada Família de Nazaré, faz também das nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré, nunca mais nas famílias se vivam

experiências de violência, fechamento e divisão: quem quer que tenha sido ferido ou escandalizado receba depressa consolação e cura. Sagrada Família de Nazaré, o próximo Sínodo dos Bispos possa despertar de novo em todos a consciência da índole sagrada e inviolável da família, a sua beleza no desígnio de Deus. Jesus, Maria e José escutai, atendei a nossa súplica. Amém.

Há 21 anos de matrimônio, o casal Silvana e Geraldo Leite, da Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, Ponte do Imaruim, em Palhoça, enfatiza que a família deve dialogar bastante, sempre orientar. “Faz parte da nossa missão como pais, comunicar o bom caminho, saber o que os filhos estão “Faz parte da nossa missão de pais, comunicar vivendo, tentar fazer o meo bom caminho” lhor possível”. Nesta primeira escola de comunicação que é a família, o Sumo Pontífice conclui a mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais ao afirmar que a família é o lugar onde todos aprendem o significado de comunicar no amor recebido e dado.

“A família mais bela, e não problema é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos”. (Papa Francisco)

“Nos coloquemos em oração pelo Sínodo que ocorrerá em outubro deste ano, que ali a vontade de Deus se solidifique de forma clara”. (Dom Wilson Tadeu Jönck, scj)

Festival anuncia o Evangelho da família Na Arquidiocese de Florianópolis, o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 17 de maio, foi marcado pela terceira edição do Festival da Família que aconteceu na Beira Mar Con-

meio da manhã, foi o ponto alto do festival. “A família é algo querido e desejado por Deus. Foi Deus que escolheu o marido e a esposa. Os filhos são os frutos”, destacou Dom Wilson. Foto: Everton Marcelino

tinental, em Florianópolis. O evento, promovido pela Comissão Arquidiocesana para a Vida e a Família, foi marcado pela participação de aproximadamente três mil pessoas, principalmente, de famílias que vieram de várias cidades da Arquidiocese. A Missa presidida pelo Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, no

Ainda na homilia ele pede que os fiéis intercedam pelo Sínodo das Famílias: “Nos coloquemos em oração pelo Sínodo que ocorrerá em outubro deste ano, que ali a vontade de Deus se solidifique de forma clara”. Após a Celebração Eucarística, as famílias fizeram um grande piquenique na Beira Mar Continental. Com

toalhas estendidas no chão, pais e filhos almoçaram e viveram intensos momentos de partilha. Uma praça de alimentação foi montada para melhor servir aos participantes. O evento contou com apresentações artísticas, culturais, shows e brincadeiras para as crianças. “O tempo firmou, a Missa estava com grande público, que ficou mesmo ao término da Celebração. Ser família vale a pena, é felicidade, não é uma carga”, comentou o assessor da Comissão Arquidiocesana para a Vida e a Família, Pe. Hélio Tadeu Luciano de Oliveira. Em entrevista, Dom Wilson ainda lembrou que o Festival da Família deste ano teve um clima de congraçamento. “É um momento privilegiado de tomar consciência da importância de se trabalhar pela família e construir uma família verdadeiramente cristã”, enfatizou. “Eventos como o de hoje ajudam a promover a família. A Igreja se mostra como o pilar na família. E a família que Deus instituiu, não a que a mídia prega”, afirmou Marilene Furtado Cascaes, que estava presente no local com o esposo, Antonio Carlos Cascaes. Eles têm dois filhos e três netos e participam da Comunidade Nossa Se-

nhora Aparecida, da Paróquia Santa Cruz, em São José. Casados há 40 anos, o casal Cascaes dá a receita para uma família consolidada em Deus: “Parceria e respeito um com o outro. Tolerância, saber filtrar”, disse Antonio. A esposa Marilene complementa: “A boa comunicação é como a catequese, começa em casa. É preciso administrar bem as diferenças, fazer um pacto diário de convivência”.

Marilene Furtado e Antonio Carlos Cascaes são casados há 40 anos


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bíblia Lectio Divina

Amor divino no coração humano Reservemos este mês de junho, dedicado, especialmente, ao Sagrado Coração de Jesus, para uma reflexão a respeito do amor misericordioso de Deus que foi derramado sobre a humanidade e sobre cada um de nós. Amor que jorra do lado aberto do Cristo, pendente na Cruz. Cruz, vista aqui, não como sinônimo, apenas, de sofrimento e dor, mas, sobretudo, como gesto máximo de doa“Ele derramou ção, entrega e de abundantemente sobre nós a rique- amor ao Pai e aos irmãos. Amor que za da sua graça, com toda sabedo- nos impulsiona a viver e a agir, tenria e inteligência” do os mesmos (Ef 1,8)” sentimentos do Coração de Jesus. O amor de Deus foi derramado, em nós, para nos libertar. O amor impulsiona Deus a estar continuamente presente na vida de seus filhos, a cuidar deles, a perdoá-los, orientá-los. Jesus nos convida a nos abandonar ao amor do Pai. Paulo experimentou a ternura de Deus, quando afirma: “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,4). A imagem do “derramar” que Paulo usa é particularmente significativa, exprime poeticamente o amor incondicionado, abundante, contínuo, incessante. O gesto de derramar diz generosidade, excesso. Aos Efésios, ele diz: “Ele derramou abundantemente sobre nós a riqueza da sua graça, com toda sabedoria e inteligência” (Ef 1,8). A relação entre Deus e o ser humano é posta sobre este nível do excesso e da superabundância. Deus dialoga com o ser humano nos espaços largos do amor, não na estreiteza dos direitos e deveres. Menos ainda, na mesquinhez

do “mínimo necessário”, como espessas vezes, é nosso modo de proceder. Pelo contrário, Deus enche as criaturas de sua plenitude (cf. Ef 3,19), concedelhes “graça sobre graça” (Jo 1, 16) e “vida em abundância” (Jo 10,10). O Coração de Jesus revela esta medida do dom de Deus, medida superabundante, surpreendente, e não do “mínimo indispensável”, não só por suas palavras como também em suas obras, gestos. Jesus quer que os seus discípulos o sigam na grandeza do coração: “Dai e dar-se-vos-á; uma medida boa, calcada, sacudida e transbordante vos será lançado no seio” (Lc 6,18). O amor de Deus nos impulsiona. O amor de Cristo, um amor previdente, imenso e surpreendente suscita, em nós, a resposta de amor por Ele e por aquilo que Ele ama. O amor de Cristo nos impulsiona a cultivar uma intimidade sempre maior com Ele, escutando sua palavra e tentando inserir, em nossa vida, os mesmos gestos de doação, entrega e generosidade.

Por Pe. Adilson José Colombi, scj

Pe. Wellington Cristiano da Silva

Lectio (leitura)

Oratio (oração)

“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,29-30).

Meditatio (meditação) Jesus reprova a atitude dos fariseus porque “amarram pesados fardos e os colocam nas costas dos outros, mas eles próprios não os querem mover nem sequer com um dedo” (Mt 23,4). O fardo pesado do legalismo farisaico torna a vida desgastante e insuportável. Cansados e fatigados sob o peso do jugo da lei, os discípulos, os pobres em espírito (cf. Mt 5,3), encontram em Jesus descanso e alívio. Jesus chama-os a viverem em plena liberdade. Ele torna tudo leve e suave, porque é humilde, manso e afável para com todos. Jesus, contudo, não nos promete uma vida fácil. Para ser seu discípulo é preciso renunciar a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo (cf. Mt 16,24). Todavia, consolados por seu amor e misericórdia, adquirimos força e vigor para superar os desafios de nossa jornada.

Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso!

Contemplatio (contemplação) “Um dos soldados abriu-lhe o lado com a lança, e logo saiu sangue e água” (Jo 19,34). Olhando para o coração transpassado de Jesus (cf. Jo 19,37), contemplemos o mistério de nossa salvação.

Missio (missão) Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, queremos, como o discípulo amado, reclinar nossa cabeça sobre o peito do Senhor (cf. Jo 13,25). No Coração de Jesus encontramos o amor mais profundo e verdadeiro; um amor que se entrega e dá a vida. Nossa missão é a de transformar nosso coração de pedra em um coração de carne (cf. Ez 36,26), semelhante ao de Jesus; um coração manso e sensível, generoso e misericordioso, capaz de amar sem medidas.

Conhecendo o livro dos Salmos Pe. Ney Brasil Pereira

Salmo 109 (108): Defende-me, Senhor! Dizem os comentaristas que “este é um dos salmos mais difíceis” do saltério. Não pelos termos usados ou pelo sentido das frases, mas pela violência dos sentimentos aqui expressos. Que pessoas pronunciam semelhante texto? E como rezá-lo? Como Jesus o teria rezado? Quanto à estrutura do texto, é claro que os primeiros cinco versículos (vv. 1-5) são pronunciados pelo orante, o qual, após rápida invocação de Deus, logo se refere a acusadores mentirosos, implacáveis e ingratos. Segue a parte mais longa do salmo, os vv. 6 a 19, expressando as “pragas”, as imprecações, que esses acusadores soltam contra o salmista. Enfim, após um

versículo de transição – “Esta, a paga do Senhor àqueles que me acusam e que só dizem mal de mim” (v. 20) -, o próprio salmista volta-se de novo a Deus (vv. 21 a 29), pedindo-lhe que o defenda, liberte e salve, ao mesmo tempo reprimindo e castigando seus inimigos. Os dois versículos finais - “Celebrarei altamente o Senhor, e o louvarei em meio à multidão, porque ele se pôs à direita do pobre, para o salvar dos que o condenam” (vv. 30 e 31) - referem-se a Deus na terceira pessoa, prometendo-lhe a ação de graças e o louvor “no meio da assembleia”, com uma motivação: porque Ele, o Senhor, se mantém “à direita do pobre, para salvá-lo”.

Leia o salmo e medite: 1) Você achou estranho este salmo? Por quê? 2) Está certo reclamar contra Deus, pelo seu “silêncio”? 3) Que perigo representa a língua mentirosa, servindo ao ódio? 4) Como entender a reação do salmista, à luz do ensinamento de Jesus? 5) Como termina o salmo, apesar de todo o sofrimento do salmista?

A análise completa deste salmo se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br


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evangelização

Comissão estuda instalação de novas paróquias na Arquidiocese Fase de estudos está em finalização e deve ser apresentado levantamento ainda este mês Foto: Divulgação / Paróquia

Entre os objetivos da comisestão: criar centros missionários – são “Paróquia, Comunidade de não necessariamente paróquias Comunidades”, está a prepa– nos lugares em há pouca frequração de um estudo que visa a ência de fiéis; insistir na Pastoral instalação de novas paróquias do Dízimo como primeira e mais (e comunidades) e a re-divisão fundamental fonte de renda das em algumas paróquias já exisparóquias e comunidades, consitentes. derando seu potencial evangélico A criação dessa equipe, de comunhão e partilha; desencomposta por padres, diáconos volver melhor a pastoral urbana; e leigos das diversas foranias e implantar a Pastoral Vocacional coordenada pelo Vigário Geral em todas as paróquias; prever a da Arquidiocese, Padre Vitor compra de terrenos para construFeller, faz parte das ações proções; entre outros. postas no Plano ArquidiocesaA intenção, por fim, é favoreno de Pastoral. cer a prática da vida em comuniPadre Vitor explica que dades. “Cada vez mais nos da“nesta primeira etapa tem sido mos conta de que o Cristianismo feito o mapeamento geográfico, é uma religião da comunidade e a partir de pesquisas sobre a toda comunidade é por si mesma população de cada cidade, a missionária”, conclui Padre Vitor. frequência dos fiéis, a carênCriada em 2012, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Meia Praia , Itapema, é a mais nova da Arquidiocese cia de locais de celebração e do conceito de paróquias. É importante “que o demais informações que possam contribuir Resumo Estatístico da Arquidiocese para verificar a necessidade da criação de pa- povo se encontre nas nossas Igrejas e façam a róquias ou comunidades”. Os trabalhos dessa experiência da comunidade”, explica o Vigário 69 Paróquias fase já estão em fase de finalização e devem ser Geral. 07 Santuários apresentados na reunião de cada forania no mês 01 Reitoria Outras questões de junho. 01 Capelania A proposta desses estudos veio do Docu02 Capelanias Militares A comissão ainda discute outras propostas mento 100 da Conferência Nacional dos Bispos 02 Paróquias Militares do Brasil (CNBB), que tem o mesmo nome da co- sugeridas no Plano de Pastoral e que devem ser 554 Comunidades missão, e que aponta para uma nova formação analisadas até o final de sua vigência. Entre elas

Ele e os demais novos presidentes “Meu desejo é que nossos trabalhos, em âmbito de Regional Sul 4, dos regionais da CNBB foram eleitos se realizem de forma colegiada com durante a 53ª Assembleia Geral, em relação aos bispos, em comunhão Aparecida, de 15 a 24 de abril. O Recom a Igreja, com muita participa- gional Sul 4, que compreende Santa Catarina, tem como ção das Coordenações vice-presidente o BisDiocesanas de Pastoral “Somos Igreja de Jesus po de Criciúma, Dom e demais lideranças. Somos Igreja de Jesus Cristo e sabemos qual é a Jacinto Inácio Flach, e regra: o Evangelho” como novo secretário Cristo e sabemos qual é o Bispo de Rio do Sul, a regra: o Evangelho. A Dom Onécimo Alberton. tarefa é imensa: temos de nos adequar às novas Diretrizes Os mandatos vão até 2019. Ademir Freitas, ofs, continua na da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); vem aí o Ano Santo função de Secretário Executivo até da Misericórdia; está em andamento que o sucessor seja definido pela o Sínodo da Família; a ‘Nova Paró- presidência. quia’ é processo permanente; e tem Abrangência muito mais! Afinal, evangelizar é ta refa inesgotável”, afirmou o novo preA CNBB se organiza em regionais sidente do Regional Sul 4, Bispo de Tubarão e Administrador Apostólico e dentro deles está o Sul 4, que é forde Blumenau, Dom João Francisco mado pelas dioceses: Blumenau, Caçador, Chapecó, Criciúma, Joaçaba, Salm.

Joinville, Lajes, Rio do Sul, Tubarão e a Arquidiocese de Florianópolis. Uma das funções essenciais do regional é promover a relação recíproca e solidária entre os bispos catarinenses e a aplicação das diretrizes emanadas da Santa Sé e da Conferência Episcopal. Estas diretrizes baseiam também o planejamento e promoção da evangelização orgânica no regional. Para isto, os bispos contam com o suporte de órgãos regionais, também presididos pelo Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 4 (Conser), como o Conselho Regional Pastoral, no qual pastorais, organismos, movimentos e dioceses têm assento. O Regional Sul 4 possuiu uma rede de 26 entidades que cooperam em temas como a justiça social, a proteção da vida humana, liturgia, educação cristã, teologia, ecumenismo e diálogo inter-religioso.

Imagem: Divulgação

Dom João Salm apresenta propostas pastorais do Regional Sul 4


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evangelização

SOS Xanxerê arrecada recursos para reconstrução da cidade Cáritas Regional desenvolve papel diferenciado na gestão de risco e emergências Foto: Divulgação / Cáritas

No dia 20 de abril, um tornado com ventos de até 240 km/h devastou localidades de Xanxerê e dos municípios vizinhos de Ponte Serrada e Passos Maia, no oeste de Santa Catarina. Diante da situação de emergência, a Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina, em parceria com a Diocese de Chapecó, iniciou uma grande mobilização para arrecadar fundos e atender as pessoas atingidas. A Campanha SOS Xanxerê, amplamente divulgada através das Dioceses, da mídia, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de outros parceiros, recebeu milhares de doações de todo o país e arrecadou, até o momento, 250 mil reais. A Arquidiocese de Florianópolis elaborou uma carta para motivar uma coleta de apoio às vítimas de Xanxerê. Diversas paróquias, movimentos e pastorais se solidarizaram para ajudar. O dinheiro arrecadado foi encaminhado à Cáritas Regional que servirá diretamente ao apoio da população atingida. Para garantir a melhor aplicação desse dinheiro no apoio às famílias, a Cáritas manteve diálogo com as lideranças da Diocese de Chapecó e desenvolveu um plano de ação. Entre

especialmente no que se refere à resposta e à reconstrução da vida do atingidos. Para além dos atendimentos emergenciais, a Cáritas desenvolve um trabalho de formação na linha de gestão de riscos e prevenção de desastres nas regiões de Caçador, Rio do Sul e na Arquidiocese de Florianópolis. Esse trabalho consiste em conscientizar as comunidades sobre a percepção do risco e na construção de parcerias com entidades de apoio e com a Defesa Civil. * Com a colaboração de Cáritas Regional SC Mais de duas mil construções ficaram danificadas, das quais 235 foram completamente destruídas

a organização das equipes, o levantamento das reais necessidades das famílias atingidas e a entrega de todo o material adquirido com os recursos da campanha, a expectativa é de que todas as ações do plano sejam concluídas até outubro deste ano. “É importante destacar que mesmo com a presença do Estado, continua sendo um desafio o controle social e a organização dos atingidos. É nesse

sentido que a Cáritas atua: trabalhando para garantir a essas famílias atingidas seus direitos”, salienta a coordenadora de projetos da Cáritas Regional, Fabiana Gonçalves. Ações A Entidade tem desenvolvido um trabalho nos últimos oito anos de atuação na gestão de risco e emergências,

Contribua com a Campanha SOS Xanxerê! Faça sua doação, em qualquer valor, na conta bancária: Banco do Brasil Agência 1453-2 Conta Corrente 39.984-1

Caridade social

Instituto Kairós: 16 anos de luta pela vida Padre Prim coordena Instituição que ajuda pessoas a se manterem longe do álcool e das drogas O mineiro jogou em grandes times brasileiros e quase todos de Santa Catarina. “Oportunidade não falta, cabe à pessoa aceitar apoio. No meu caso, pedi e aceitei ajuda. É você primeiro que precisa se ajudar, traçar objetivos”, assim afirma o determinado Albeneir Marques Pereira, 57 anos. Pai de três filhos e um neto, durante “Deus ajuda, e olha como ajuda”, Bena quase dois anos foi morar na rua, perdeu tudo devido ao álcool. Até que no dia 06 de dezembro de 2006 pediu ajuda ao Pe. Luiz Prim e se internou no Centro de Tratamento Recanto Silvestre, Instituto Kairós, em Biguaçu. Desde então ele está “limpo”, e hoje, além de presidente do Conselho Municipal de Entorpecentes de Biguaçu, dedica-se ao Figueirense e a “partilhar”, como ele mesmo diz, a vitória de Deus no “só por hoje” em sua vida. “Bena”, como é conhecido, declara que “você não precisa ser inteligente, basta ser obediente. Quando perdi a obediência e a disciplina, fui parar na rua. Hoje, toda quarta-feira estou aqui na Missa no Recanto Silvestre”, conclui o terceiro maior artilheiro do “Figueira”. Nos 16 anos do Instituto Kairós, além de Albeneir, passaram pelo Centro de Tratamento de Biguaçu e o “Recanto Paz e Bem”, de Palhoça, 1897 residentes para o tratamento do álcool e das drogas. “É a vitória da vida que se concentra em pequenos gestos, é a ressurreição”, afirma o fundador, Pe. Prim. O tratamento consiste na terapia cognitivo-comportamental aliada aos “doze passos dos alcóolicos anônimos”. Tem como bases a espiritualidade, disciplina,

trabalho, mente aberta, honestidade e boa vontade. Os residentes participam ainda de oficinas de fotografia e de panificação. Além disso, são atendidos por profissionais da área da saúde. O local também recebe visita de alunos dos colégios de Florianópolis que fazem trabalho de prevenção. “Existe Deus que pode ajudar a ter uma vida plena após as drogas. Não desista, procure ajuda”, observou Douglas, 36 anos, de Criciúma. Ele passou pelo tratamento em 2008 e, desde então, está recuperado e deixa esta mensagem de esperança e ânimo para as pessoas que lutam para sair da adicção. Aldo Amorin, que já foi interno e hoje trabalha no administrativo do Instituto, afirma que uma recuperação, para ser bem-sucedida, precisa ter um despertar espiritual renovado diariamente. “É uma conversão do homem velho para o novo. O residente se torna uma pessoa melhor. Aqui encontro amor e paz”, finaliza.

Padre Prim na formação espiritual com os residentes


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evangelização Violência contra os jovens: quem pode resolver isso? Ano da Paz propõe debate sobre a criminalidade no Brasil Imagem: Divulgação

Cronograma de junho 4 a 7/6 | 469º Cursilho Feminino | Brusque 6/6 | Enc. da Dimensão Social - For. Florianópolis Centro Sul, Norte e Continente 6 a 7/6 | Encontro de Líderes Jovens | CEAR 12 a 14/6 | Visita Pastoral - Dom Wilson | N. Sra. do Rosário - Palhoça 12 a 14/6 | Congresso de Mulheres - CDO | CEAR 13/6 | Enc. da Dimensão Social - For. São José, Palhoça, Barreiros e Santo Amaro

O mapa da violência nas cidades do Brasil está disponível no site mapadaviolencia.org.br

Dados do último mapa da violência (2010-2012) apontam que mais de 2.100 homicídios com arma de fogo, acontecem todos os anos entre a população jovem, na região que compreende a Arquidiocese de Florianópolis. Os números aumentam se considerados outros aspectos da violência. Confrontado apontadores como esses, surge a pergunta: como resolver isso? Obviamente que a questão é complexa, mas na busca de levantar o debate, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) proclamou 2015 como o Ano da Paz. O objetivo principal da proposta é “superar as múltiplas formas de violência que agridem a dignidade dos filhos de Deus e despertar a convivência fraterna entre as pessoas”, descreve o texto-base publicado pela Instituição. A respeito dos jovens, o tema sugere também discussões em torno das oportunidades na área da educação, da criação e manutenção de projetos sociais e políticas públicas. “É necessário fazer uma ampla discussão entre sociedade e Estado para se chegar efetivamente em soluções e não apenas ficar no assistencialismo”, afirma Pe. Vilson Groh, que há 34 anos dedica-se a projetos sociais com os jovens da periferia.

Por falar em políticas públicas, Pe. Vilson chama a atenção para as questões estruturais: “Se a sociedade não criar oportunidades para os jovens, o narcotráfico vai criar. Temos que encontrar alternativas atrativas para que a juventude venha para projetos de educação e cultura”. A forma de debater o assunto é outro ponto chave na questão. O discurso da sociedade é muitas vezes “punitivo e vingativo”, sinaliza o documento da CNBB. “É preciso mudar a lógica desse pensamento, precisamos pensar mais no preventivo do que no punitivo”, conclui Pe. Vilson. Para aprofundar a pauta, a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral sugere algumas ações como “conhecer o mapa da violência do município/paróquia; promover encontros, seminários; abordar o tema da paz na catequese”, entre outras. Além disso, acontece no dia 04 de outubro, a Manifestação Nacional pela Paz.

13 a 14/6 | Retiro de casais de 2ª união | Palhoça 14 a 21/6 | Semana do Migrante | 20/6 | Reunião Comissão das Forças Vivas | Estreito 20/6 | Ordenação Diaconal | CEAR 20 a 21/6 | Retiro Arquidiocesano dos GBF/CEBs | Provincialado 21/6 | Escola de Formação Catequética | Tijucas 25 a 28/6 | 470º Cursilho Masculino | Brusque 26/6 | Jubileu de Prata Presbiteral - Pe. Vilmar Vicente | Florianópolis 27 a 28/6 | Mutirão Arquidiocesano de Formação | CEAR 27/6 | Encontro Vocacional | 27/6 | Encontro Arquidiocesano da Pastoral Carcerária | Tijucas

Arquidiocese investe na formação dos jovens “Passamos agora para atividades mais formativas no Setor Juventude, antes o trabalho era mais organizacional”, destaca o assessor para a juventude, Pe. Ewerton Gerent. Nos últimos anos, além de promover a integração das expressões juvenis da Arquidiocese, o Setor também buscou gerar o diálogo entre os movimentos, pastorais e novas comunidades. O Setor Juventude foi criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2007, por meio do Documento 85. Na Arquidiocese de Florianópolis, o trabalho foi implantado em 2011. Desde lá, o foco principal foi assessor as diversas expressões juvenis, antes mais evidenciado pela Pastoral da Juventude. Como proposta para o avanço na formação das lideranças nas paróquias e movimentos, o Setor realiza um grande evento

formativo em junho, e depois segue acompanhando as realidades por foranias. “Cada região apresenta uma necessidade que precisamos aprofundar, por isso é necessário o acompanhamento constante no auxílio destas questões”, explica Pe. Ewerton. O próximo passo é a “continuidade”, enfatiza o assessor. Ele aponta ainda que, por vezes, esse trabalho demanda tempo e agora que as bases estão construídas é necessário avançar. Saiba mais sobre o Setor Juventude da Arquidiocese através do site arquifln.org.br/juventude.


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geral

Tu és sacerdote eternamente! Padres celebram jubileus de prata e ouro presbiteral A Igreja está em festa mais do que especial neste mês de junho e também no próximo. O motivo: padres celebram 25 e 50 anos de ordenação presbiteral. Padre Vilmar Adelino Vicente comemora o jubileu de prata no dia 30 de junho. E jubileu de ouro os padres Giorgio Serafino Pedemonte, PIME (26 de junho), Pedro Martendal e Dom Agostinho Petri (04 de julho). Conheça um pouco da trajetória destes homens ofertados ao Reino de Deus e à Igreja.

Dom Augustinho Petry Ordenação: 04/07/1965

Pe. Pedro Adolino Martendal Ordenação: 04/07/1965

Natural de Biguaçu, Pe. Pedro nasceu em 1939. Foi coadjutor da Paróquia Nossa Senhora do Desterro e Santa Catarina, Catedral, onde hoje é vigário e coordenador do Ministério da Visitação e da Bênção. Foi diretor espiritual do Seminário Nossa Senhora de Lourdes em

Azambuja, do Propedêutico Monsenhor Valentim Loch, em São José, e do Teológico Convívio Emaús, em Florianópolis. Também foi vigário na Paróquia de Biguaçu, onde dirigiu espiritualmente a Legião de Maria. Ainda foi confessor do Carmelo de Picadas do Sul, em São José.

Pe. Giorgio Serafino Pedemonte, PIME Ordenação: 26/06/1965

“É graça sobre graça chegar aos 50 anos de sacerdócio. Agradeço a Deus e a todas as pessoas que encontrei pelo caminho. E quero pedir perdão por não ter sido melhor”, declara o Bispo Emérito da Diocese de Rio do Sul, Dom Augustinho Petry, que nasceu no ano de 1938, em São Pedro de Alcântara. A ordenação presbiteral foi em 04 de julho de 1965 e a episcopal em 18 de março de 2001. Tomou posse como bispo coadjutor da Diocese de Rio do Sul em dezembro de 2007 e como diocesano em março de 2008. Foi vigário nas paróquias da Penha, Camboriú e Florianópolis. Também trabalhou como pároco e foi capelão naval da Marinha em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. “Sempre foi surpresa onde fui trabalhar, nunca era onde sonhava. Mas depois entendi a providência e que era o melhor”, lembra o Bispo. No ano de 2013, Dom Augustinho Petry entregou ao Vaticano a carta de renúncia. Consiste em um procedimento normal da Igreja Católica, estabelecido pelo Código de Direito Canônico, ou seja, quando o bispo completa 75 anos deve entregar o cargo. Dom Augustinho e Pe. Pedro celebram jubileu de ouro com Missa na Catedral de Florianópolis, às 15h, no dia 04 de julho.

O primeiro destino como padre do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME) foi a Diocese de Macapá, por 18 anos. Na sequência aterrissou em solo catarinense, na direção espiritual do então Seminário Colegial do PIME, em Palhoça, e no de Filosofia, em Brusque. Em seguida, o padre missionário permaneceu sete anos no Japão.

No retorno ao Brasil, trabalhou em São Paulo e no Paraná. Finalmente em setembro de 2012 chegou em Brusque, como vigário da Paróquia São Judas Tadeu, bairro Águas Claras. Padre Giorgio viajou a Gênova no dia 1º de junho, para comemorar o jubileu de ouro com outros colegas de turma do PIME espalhados pelo mundo. Deve ficar na Itália por dois ou três meses. Aos 75 anos de idade, o padre italiano só tem a agradecer a Deus que o acompanhou ao longo destes 50 anos de vida religiosa. Aquilo que era o grande desejo, a vocação, ir ao mundo inteiro pregar o Evangelho, Deus lhe concedeu. “Só tenho a agradecer, encontrei tantas pessoas boas em vários lugares, amigos que de verdade me ajudaram a ser um padre conforme o desejo de Cristo”, destacou Pe. Giorgio.

Pe. Vilmar Adelino Vicente

secretaria geral do Congresso Eucarístico Nacional, em 2006; os 18 anos dedicados à formação presbiteral no Seminário Teológico de Florianópolis Convívio Emaús e no Seminário N. Sra. de Guadalupe, de Joinville; a presença nestes anos na Faculdade Católica de Santa Catarina (Facasc) e na formação do clero; as atividades na pastoral universitária e a construção do Templo Ecumênico da UFSC. Nestes 25 anos de sacerdócio também acompanhei a caminhada da Comunidade Lumen, das leigas consagradas, em âmbito local e regional”. Atualmente, Pe. Vilmar é professor e diretor administrativo da Facasc. A Missa em comemoração ao jubileu de prata será no dia 26 de junho, às 19h30, na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, Saco dos Limões.

Ordenação: 30/06/1990

Natural de Florianópolis e nascido em 1951, Pe. Vilmar foi vigário, pároco, esteve em missão na Bahia por três anos, foi supervisor pastoral na Diocese de Joinville e diretor do Instituto Social João Paulo II. Em 1991 coordenou a visita do Papa João Paulo II na Arquidiocese. Ele se sente feliz e realizado como presbítero. Agradece a Arquidiocese que o acolheu como padre, a Dom Afonso Niehues e a Deus, algumas das experiências que viveu: “A coordenação da visita do Papa em Santa Catarina; a


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