Jornal da Arquidiocese | nº 235 | Junho de 2017

Page 1

Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 235

Assembleia Geral

Bispos aprovam documento sobre a IVC | 3

JUNHO DE 2017

Risoto Solidário

Colabore com a evangelização na África | 4

Pastoral Vocacional

Em busca de novas vocações | 12

DEUS que habita emNÓS


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2017

2

opinião Espírito Santo e missão

O Sopro de Deus que age em diversas formas Neste mês de junho é celebrado Pentecostes. É claro que o Jornal da Arquidiocese (JA) não ia passar em branco. Na matéria principal desta edição, especificamente na página 06, o leitor vai saber mais sobre a ação do Espírito Santo na vida das pessoas, nos dias atuais. Na página 07, o JA bateu um papo com o Vigário Geral, Pe. Vitor Feller, no qual ele respondeu várias perguntas referentes ao Paráclito. Na página 03 você confere o balanço da 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em que foi aprovado o documento sobre a Iniciação a Vida Cristã (IVC). O texto constatou que muitas paróquias do Brasil já conhecem a IVC, mas várias outras ainda não chegaram neste Na editoria Evangelização, na parte superior da página 10, o leitor vai se inteirar mais sobre o trabalho que é realizado na Pastoral do Migrante (PM). Além disso, a matéria apresenta quais são as necessidades da PM e como está o processo para a execução do Centro de Referência do Imigrante. A parte inferior da mesma página se trata sobre a Casa de Apoio São José, que foi assumida pela Ação Social Arquidiocesana (ASA). O local vai acolher pacientes do Hospital Regional. Você conhece algum jovem que deseja participar de algum movimento? Se a sua resposta for sim, o JA pode te ajudar. A página 11 conta um pouco sobre o Movimento de Emaús, onde algumas pessoas relatam como conheceram e qual é a importância dele em suas vidas. Tenha uma ótima leitura!

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj No quinquagésimo dia após a Páscoa, os judeus celebravam a aliança de Deus com o povo e ofereciam, no Templo, os primeiros frutos das colheitas. Foi nessa festa judaica de Pentecostes que os primeiros cristãos receberam o primeiro dom pascal: o Espírito Santo. Aí também teve início o povo da nova e eterna aliança, a Igreja. Querida pelo Pai desde a criação da humanidade, preparada na história do povo de Israel e gestada na vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, a Igreja nasce no dia de Pentecostes. Possuídos pelo Espírito Santo, os apóstolos, os discípulos e discípulas do Senhor, tendo à frente deles Maria, a mãe de Jesus, saem pelo mundo a anunciar o Evangelho da salvação. Eles haviam conhecido o próprio Deus na carne humana de Jesus de Nazaré,

tinham visto e ouvido a Palavra da vida, experimentado a alegria pascal do encontro com o Ressuscitado. Mas viviam no medo de que pudesse acontecer com eles o que havia acontecido com o Mestre. Mas, agora, cheios do Espírito Santo, os primeiríssimos cristãos recebem força e coragem para enfrentar as tribulações e perseguições próprias do anúncio e da prática do Evangelho. O Espírito Santo é o protagonista da evangelização. Ele guia os cristãos, fortalece-os na missão, ilumina -os nas decisões a serem tomadas, ajuda a discernir nos momentos conflituosos. Há uma união tão profunda entre o Espírito Santo e os apóstolos, uma confiança em seu poder e em sua presença, que se chegou até a criar a fórmula: “O Espírito Santo e nós decidimos...” (Atos 15,28). Em tempos em que a

Nos caminhos de Francisco

1

Nas redes

“Façamos crescer a fraternidade e a partilha: é a colaboração que ajuda a construir sociedades melhores e pacíficas”.

Três anos da Assessoria de Comunicação Confira neste vídeo, um pouco do trabalho feito na Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Florianópolis, que comemora três anos de fundação, no dia 09 de junho.

02 de maio, no Twitter

2

“Hoje, olhemos para a ternura de Jesus: testemunha da obediência, grande testemunha, Jesus, que deu a vida, nos mostra o carinho de Deus por nós, por nossos pecados e sofrimentos”.

youtube.com

02 de maio, na Missa de Santa Marta

3 4

@pontifex_pt

10 de maio, no Twitter

10 de maio, na Audiência Geral

5

Dom Wilson e as Novas Comunidades

“Deus é maior do que qualquer coisa, e basta somente uma vela acesa para vencer a mais escura das noites”. “Nos momentos de dificuldade, que Maria possa sempre amparar os nossos passos, possa sempre dizer ao coração: levanta-se, olhe para frente, para o horizonte. Ela é Mãe de esperança”. “Todos os dias se deve aprender a arte de amar, todos os dias se deve seguir com paciência a escola de Cristo, com a ajuda de seu Espírito”.

Igreja precisa de novo ardor para continuar a obra evangelizadora de Cristo, convém suplicar ao Espírito Santo que seja ele a tomar as rédeas da nova evangelização. Que as festas do Divino Espírito Santo, muito apreciadas pelo povo de nossa Igreja diocesana, nos acordem para a grande obra de evangelização que o Senhor espera de nós.

6

“Somos chamados a viver não uns sem os outros, sobre ou contra os outros, mas uns com os outros, para os outros e nos outros”.

22 de maio, no Twitter

21 de maio, no Angelus

No dia 10 de maio, o arcebispo se reuniu com os representantes das Novas Comunidades da Arquidiocese, na Comunidade Bethânia, em São João Batista. facebook.com/arquifloripa

Câmara da Capital promove homenagem à família A Câmara de Vereadores de Florianópolis promoveu uma sessão comemorativa no dia15, em homenagem ao Dia Internacional da Família e também, ao Dia Municipal da Família twitter.com/arquifloripa

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99982-2463

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Gabriela Fernandes, Gilmar Schmitz e Mateus Peixer. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2017

3

#compartilha Bispos aprovam documento sobre Iniciação à Vida Cristã Foto: CNBB

Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal

Luz 1

A mão que se aproxima da vela fica quente, pois recebe o calor; e se ilumina, porque acolhe a luz. À medida que afastamos a mão, o calor diminui, até desaparecer, e a luz vai esmaecendo, desbotando. Não podemos ser cristãos frios; somos convidados a viver com Aquele e d’Aquele que a ladainha do Sagrado Coração de Jesus denomina “fornalha ardente de caridade”; não podemos ser cristãos ‘desbotados’, mas somos chamados a ter a cor da caridade, que “tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,7). A Assembleia Geral ocorre todos os anos, em Aparecida

Durante dez dias, 370 bispos estiveram reunidos no Santuário Nacional de Aparecida, para a 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Foram dias de oração e trabalho. Todos os bispos do Regional Sul 4 (Santa Catarina) da CNBB, juntamente com o Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, estiveram presentes. O tema central foi a Iniciação à Vida Cristã, com aprovação do texto que foi assumido como documento oficial da CNBB. Essa preocupação da Igreja no Brasil é resposta ao contexto de mudança de época, que torna a transmissão da fé o grande desafio e exige um novo paradigma para a iniciação cristã de crianças, jovens e adultos. O texto do tema central procura corresponder aos desafios pastorais identificados pela missão da Igreja e colocar em prática as diretrizes gerais da ação evangelizadora, que convoca a ser Igreja, casa da iniciação cristã. Assim, a missão dos bispos em Apa-

recida foi traduzir toda a linguagem técnica para uma forma acessível e concreta, em vista da ação pastoral. O documento constata que muitas paróquias do Brasil já conhecem a iniciação à vida cristã, mas várias ainda não chegaram neste ponto. O documento quer incentivar essa caminhada. Não é uma simples reforma da catequese, mas uma proposta de conversão pastoral da comunidade para acolher, inserir e comprometer os novos cristãos. Na assembleia dos bispos também foi publicada nota sobre o momento atual do país, com análise da realidade política e econômica. Também foram aprofundados aspectos da Exortação Apostólica Pós-Sinodal sobre a família – Amoris Laetitia. Os bispos reunidos na assembleia contaram com a presença do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D´Aniello. A CNBB reúne um total de 478 bispos. Destes, 170 são eméritos. Até o final de abril, em todo o mundo havia 5.456 bispos.

Luz 2

Se você não pode ser lâmpada que brilha, seja lampião; se não consegue ser lampião, que ilumina longe, seja uma vela, que afugenta o que é escuro; se mesmo uma vela não consegue ser, esforce-se para ser um fósforo, que ilumina um pouco e depois se apaga. Para encontrar a Luz!

Que sejas

Que sejas grande porque te fizeste pequeno; que sejas nobre, porque te passaste por indigno, que sejas santo porque serviste e sofreste por amor ao trêz vezes Santo!

Olhos

Nos olhos de uma criança tudo tem viço, tudo é belo; nossos olhos de adultos estão ficando pesados demais com as preocupações do mundo...

Diácono Eliomar Vitti assume diretoria da CADIP Foto: Diác. Ideraldo Luiz Paloschi

Paróquia São Vicente de Paulo envia missionárias para a Bahia Foto: Divulgação Paróquia

Previsão é enviar 90 missionário em julho

Maria da Graça Vicente e Bernadete Correa Adão foram enviadas em missão para a Diocese de Barra, na Bahia, no

dia 03 de maio. Elas fazem parte da Paróquia São Vicente de Paulo, em Itajaí, e permanecerão no município de Muquém de São Francisco pelo período de três meses. O coordenador do Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), Pe. Josemar Silva, afirma que há a previsão de enviar, no mês de julho, aproximadamente 90 missionários para a Diocese de Barra. Ele explica ainda que, além das duas paroquianas, o COMIDI também enviará outros missionários, no decorrer do ano, como parte de um projeto missionário da Arquidiocese de Florianópolis com a Diocese de Barra.

Mandato da nova diretoria vai até maio de 2020

A Comissão Arquidiocesana do Diaconato Permanente (CADIP) tem nova diretoria, eleita em assembleia geral, que ocorreu em abril. O novo presidente é o Diácono Eliomar Vitti, que assume no lugar do Diácono Vilson de Freitas, que esteve por três anos à frente da CADIP. A diretoria, cujo mandato vai até maio de 2020, está assim constituída: Presidente – Diác. Eliomar Vitti

| Vice Presidente – Diác. Ideraldo Luiz Paloschi | 1º Secretário – Diác. Antônio Camilo dos Santos | 2º Secretário – Diác. Luís Sérgio Tambosi | 1º Tesoureiro – Diác. Gilvani César Vicente | 2º Tesoureiro – Diác. Manoel Antônio Vieira | 1º Suplente – Diác. Roberto Guilherme da Costa | 2º Suplente – Diác. Tomaz José de Matos | 3º Suplente – Diác. João Ari da Silva | 4º Suplente – Diác. Marcos Ramos Sarmento | 5º Suplente – Diác. Walter Dionízio Rosa.


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2017

4

#compartilha Arquidiocese reunida para mais um Mutirão de Formação Foto: Assessoria de Comunicação da Arquidiocese

se inspira no Documento de Aparecida, que afirma: “o caminho de formação do seguidor de Jesus lança suas raízes na natureza dinâmica da pessoa e no convite pessoal de Jesus Cristo, que chama os seus pelo nome e estes o seguem porque lhe conhecem a voz”. O objetivo do encontro é promover a formação dos cristãos leigos, discípulos missionários de Jesus que vivem a fé a serviço da Igreja e da sociedade na Arquidiocese. Pretende-se ainda formar lideranças que ajudem todos os membros da Igreja a se encontrar com Cristo e, assim, reconhecer, acolher e desenvolver a experiência e os valores que constituem a própria identidade e missão cristã no mundo. Cada paróquia é convidada a enviar no mínimo dez representantes. Além das lideranças, o mutirão é aberto para todas as pessoas. São oferecidas três modalidades de inscrição (nos valores de R$ 60, R$ 120 e R$ 160), dependendo dos

serviços de alimentação e hospedagem a serem solicitados.

Participe do Risoto Solidário e contribua com a evangelização na África

Florianópolis vai sediar o IX Sulão Bíblico-Catequético

Mais informações entre em contato com a Coord. Arq. de Pastoral

Nos dias 24 e 25 de junho, ocorre no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos, o III Mutirão Arquidiocesano de Formação de Lideranças. O encontro deste ano

Programação da romaria ao Santuário de Aparecida Em unidade com a Igreja no país, que vive o Ano Mariano em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul, a Arquidiocese promove uma peregrinação ao Santuário Nacional, de 16 a 18 de junho. Como já noticiado na edição do mês de maio do Jornal da Arquidiocese, mais de 70 ônibus já estão confirmados para esta inédita peregrinação, distribuídos em dez foranias. Veja a programação oficial da Arquidiocese no Santuário Nacional: 17 de junho 09h – Missa 14h30 – Encontro no centro de eventos e acolhida da imagem 15h – Palestra com Dom Orlando Brandes 16h – Oração do Terço 17h30 – Celebração das Vésperas 18h30 – Procissão luminosa no Santuário Observação: O domingo, 18, é livre para outros roteiros religiosos e visitas. Outras informações, com a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral: (48) 3224-4799.

Quais são os temas e os assessores? Pe. Edomar Carpeggiani: padre da Diocese de Joaçaba e pároco da Paróquia Imaculada Conceição, em Monte Carlo. Será assessor para o estudo do “Documento 106 - O dízimo na comunidade de fé: orientações e propostas”, da CNBB. Laudelino Augusto dos Santos Azevedo: cristão leigo, da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). Já atuou como assessor do setor leigos da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato (CEP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e vice-presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB). Será o assessor para o estudo do “Documento 105: Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5,13-14)”, da CNBB.

Foto: Divulgação Divino Oleiro

Quer ajudar as crianças de Tite? Então ligue para: (48) 99912-0502

A Comunidade Católica Divino Oleiro promove o VII Risoto Solidário, no dia 11 de junho, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR). Este evento visa angariar recursos financeiros para a manutenção anual da obra que a comunidade realiza na cidade de Tite, em Guiné-Bissáu, África. Serão servidos mais de 40 tipos diferentes de risoto, feitos por especialistas e chefs de cozinha. Em Tite, há três grandes ações missionárias : evangelização, administração do Hospital Carlotta e a coordenação do Liceu Gino Ambrosi (Escola). Atualmente, quatro missionários da Arquidiocese moram lá: Cláudia Conceição, Silvia Saldanha, Fátima Regina Feijó e João Victor Costa Guesser. Ingressos: Gerusa - (48) 99912-0502.

A nona edição do Sulão Bíblico-Catequético acontece em Florianópolis entre os dias 16 a 18 de junho, na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Canasvieiras. Tem como tema: “Comunicação no processo de Iniciação à Vida Cristã”, e o lema: “Senhor, todos te procuram” (Mc 1,37). Participam membros de equipes diocesanas das dioceses dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Ao longo de três dias de convivência, estudos e orações, serão abordados temas sobre os desafios da comunicação da fé nos dias atuais, sobre os lugares da transmissão da fé e aspectos da missão de Jesus, o comunicador do Pai. Imagem: Divulgação


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2017

5

nossa fé

O diálogo do amor

Água: fonte de vida, presente de Deus

Padre Vitor Galdino Feller

Fernando Anísio Batista

Sem diálogo, não há amor entre as pessoas. Muito menos amor conjugal. Diz o Papa Francisco na Amoris Laetitia: “O diálogo é uma modalidade privilegiada e indispensável para viver, exprimir e maturar o amor na vida matrimonial e familiar” (n. 136). Marido e mulher, pais e filhos, devem aprender a dialogar. Tudo é importante no diálogo: a maneira de falar, o momento escolhido, o tom de voz, as palavras usadas. Por falta de cuidado e de sensibilidade, pode-se levar tudo a perder. É preciso recomeçar sempre, uma longa aprendizagem. O cuidado com o diálogo O diálogo requer preparação e cuidado. “Reservar tempo, tempo de qualidade, que permita escutar, com paciência e atenção, até que o outro tenha manifestado tudo o que precisava comunicar” (AL, 137). É preciso, primeiro, ouvir

tudo o que o outro tem a dizer, fazer silêncio interior, esquecer a pressa, deixar de lado as próprias necessidades e urgências, para que o outro tenha toda a liberdade e todas as condições para expressar seus sentimentos e esperanças. Muitas vezes, o outro não precisa e nem quer respostas a seus problemas. Só quer ser ouvido em suas mágoas, desilusões e anseios. A importância do outro O diálogo implica na importância do outro, para reconhecer sua dignidade, sua maneira de ser e agir. “Todos têm algo para dar, pois têm outra experiência da vida, olham de outro ponto de vista, desenvolvem outras preocupações e possuem outras capacidades e intuições” (AL, 138). No diálogo, nunca se deve esquecer o ditado: “cada ponto de vista é a vista de um ponto”. Por Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

isso, não se pode confundir um simples parecer ou sentimento com uma grave ofensa. E, quando houver uma grave ofensa, convém pensar nas razões mais profundas que o outro tem para chegar ao ponto de me ofender. Abertura de pensamentos e sentimentos “Amplitude mental, para não se encerrar obsessivamente em umas poucas ideias, e flexibilidade para poder modificar ou completar as próprias opiniões” (AL, 139). Para haver diálogo é necessário que as pessoas tenham pensamento alargado e coração dilatado. É impossível dialogar quando alguém se fixa nas mesmas palavras, ideias e atitudes. O diálogo implica mudança, a fim de se chegar a um terceiro termo. Convém se deixar guiar pelo Espírito Santo, que vai guiando a conversa até um final feliz. Compartilhe ArquiFloripa

No dia 10 de setembro, as nense é beneficiada com a codioceses catarinenses se en- leta de esgoto sanitário e deste contrarão em Tubarão, na Ro- total coletado, somente 21,88% maria da Terra e das Águas. recebe tratamento. Nesta ocasião será celebrada a O Papa Francisco afirma água como um recurso natural que o acesso à água potável determinante para a vida sobre e segura é um direito humano a terra, um presente de Deus essencial, fundamental e univerpara toda humanidade. sal, porque determina a sobreviO Estado de Santa Catarina é vência das pessoas e, portanto, abundante em águas, compos- é condição para o exercício dos to por três grandes outros direitos huregiões hidrográfimanos. Este mundo cas: do Paraná, do tem uma grave díviUruguai e do Atlân- “Este mundo tem da social para com tico Sul. Os rios do uma grave dívida os pobres que não Estado pertencem a social para com têm acesso à água dois sistemas indepotável, porque isso os pobres que pendentes, que têm é negar-lhes o direinão têm acesso à to à vida radicada como divisores de água potável” águas, a Serra Gena sua dignidade ral e a Serra do Mar. inalienável (LS 30). Há também uma Para garantir imensa reserva de água subter- a água como fonte de vida é rânea, o Aquífero Guarani, que necessário que cada pessoa abrange 49.200 Km² no Estado. identifique o que é capaz de Infelizmente, o índice de realizar em prol da melhoria do poluição é extremamente alto, meio ambiente, podendo ser causado por diferentes formas: um agente de combate a poluiesgoto não tratado, dejetos de ção, realizando campanhas de animais, extração mineral, lixo, conscientização ambiental ou agrotóxico etc. Segundo dados atuar no controle e fiscalização do site tratabrasil.org,br, somen- dos planos municipais de sanete 17,03% da população catari- amento básico.


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2017

6

capa

O Espírito que renova a face da terra A Igreja primitiva se caracteriza pela fundamental experiência de Pentecostes. Este fato assinala o começo da evangelização e o abundante florescimento dos carismas na vida dos apóstolos e dos primeiros cristãos. Esta experiência, que marcou a história da Igreja, não é simplesmente algo do passado, mas é sempre nova. Santo Tomás de Aquino afirmou que o Espírito Santo pode ser enviado muitas vezes na vida de cada um, implicando “um conhecimento mais íntimo e vivenciado de Deus presente na alma, um conhecimento que explode num amor mais ardente”. De fato, o Espírito Santo continua a atuar na Igreja e faz com que esta experiência se repita muitas vezes na vida de cada um de nós. O Papa Francisco diz que o Espírito Santo é dado pelo Pai e nos leva até ele. “Toda a obra da salvação é uma obra de regeneração, na qual a paternidade de Deus, por meio do dom do Filho e do Espírito, nos liberta da orfandade em que caíramos”, afirma o pontífice. Na Arquidiocese de Florianópolis, muitos fiéis têm testemunhos relacionados com o Espírito. É o caso da autônoma Andresa de Souza Lopes, 36, que coordena a Renovação Carismática (RCC) da Forania de Palhoça e o Grupo de Oração Sagrada Família, na Paróquia São Joaquim, em Garopaba. Ela conta que sua primeira relação forte com o Espírito Santo aconteceu em 1998, aos 17 anos, quando foi convidada para participar de um grupo de oração em Imbituba. Naquele dia, ela se sentiu impactada pelo Espírito e decidiu que a partir daquele momento iria se relacionar somente com um homem que fosse de Igreja. “Se Deus não me colocasse este homem, seria religiosa ou consagrada de alguma comunidade. Oito dias depois, conheci o meu esposo, com o qual sou casada até hoje”, explica Andresa. Foto Aryelle Amaral

dade, dor, cansaço e desanimo, e que “sem essa luz, sem essa força, tenho impressão que nós não seriámos nada”. Quem também tem um belo testemunho é a coordenadora do Grupo de Oração Santa Rita de Cássia, Cláudia Marin Rasera, 51 anos, da Comunidade Santa Rita, na Paróquia São Luiz Gonzaga, em Brusque. Ela relata que sempre acompanhava sua família na igreja, porém, na época da faculdade ela se afastou. O motivo do distanciamento foi a correria do dia-a-dia que ela tinha por causa dos estudos e do trabalho. Foi onde percebeu que essa rotina não lhe oferecia uma paz interior com a qual ela se sentisse preenchida. Então, uma cunhada a convidou para participar de um grupo de oração em Azambuja. “A partir do momento que entrei no grupo, senti algo diferente em mim, percebi que era o Espírito Santo me preenchendo com o amor de Deus”, assegura Cláudia.

Foto: Comunidade Transfiguração

Foto: Arquivo pessoal

Cláudia com os filhos Willian (E), Thielen (C) e Thuane (D)

O Concílio e os frutos Durante séculos, o Espírito sempre provocou na Igreja realidades novas que respondem aos desafios da Igreja no seu tempo. O Concílio Vaticano II (1962-1965) favoreceu o surgimento de “novas formas de vida evangélica”, dentre elas, os Movimentos Eclesiais e as Novas Comunidades. Foto: Divulgação

Andresa com o marido André e os filhos Filippe e Gabriella

O Espírito Santo está presente em tudo, principalmente dentro de cada pessoa. Foi ele quem animou e fortaleceu as primeiras comunidades e continua a inspirar e iluminar as atuais. A colaboradora da Equipe de Redação dos Grupos Bíblicos em Família (GBF), Silvia Regina Nunes da Rosa Togneri, 68, conta que é o Espírito Santo que lhe dá forças para ir em frente. “Ele me fortalece, quando muitas coisas parecem estar fora do meu alcance, mas é ele que me fazer conseguir”, conta Silvia. A colaboradora da Equipe de Redação do GBF conclui que é o Espírito que dá força nos momentos de dificul-

As Novas Comunidades começaram a surgir na década de 1970, na França e nos Estados Unidos. No Brasil, surgem na década de 80 e se intensificaram nos anos 90. Hoje há no Brasil mais de 500 Novas Comunidades. O Concílio Vaticano II desejava uma Igreja inserida no mundo, com o objetivo de atrair todos para Cristo. O Papa João Paulo II, na Vigília de Pentecostes de 1998, chamou os Movimentos Eclesiais e as Novas Comunidades de “providencial resposta do Espírito”. Engajados em Novas Comunidades e Movimentos Eclesiais, leigos que se consagram a Deus e são apoiados em um carisma específico, vivem o seu Batismo de forma intensa, testemunhando a alegria da fé em um mundo tomado pelo secularismo.

O Concílio Vaticano II ocorreu entre os anos de 1962 a1965

Marili é cofundadora da Comunidade Transfiguração

Um dos frutos do Espírito Santo na Arquidiocese é a missionária e cofundadora da Comunidade de Vida e Aliança Transfiguração, com sede em Itajaí, Marili Pinheiro de Souza, 44 anos. A missionária viveu sua experiência com o Espírito Santo há 23 anos, em um retiro da RCC, em Nova Trento. Além da profunda experiência do amor de Deus, Marili teve outras revelações, que só veio a entender mais tarde, com a fundação da comunidade. “Após esta experiência, muita coisa adquiriu um novo sentido à vida de Igreja, o amor e zelo por tudo aquilo que antes já fazia, como ser Ministra da Eucaristia, catequista e participar da liturgia. Obtive uma nova visão sobre minha conduta e muitas coisas que precisava mudar na vida. Passei a ter mais intimidade com o Senhor”, comenta a missionária. O Irmão Marista, Hugo Depiné, 62, que está na congregação a 46 anos, afirma que o Espírito Santo está presente nos trabalhos que ele desenvolve, onde é revelado nas atitudes. “O Espírito às vezes se traduz numa atitude de silêncio, num olhar manso e até de compaixão”, revela Hugo. Além disso, o Irmão Marista lembra que muitas vezes é o Espírito que lhe da forças para continuar a caminhada e o alerta “para uma constante atitude de ‘vigilância’. É nele que reconheço a minha fragilidade-vulnerabilidade. Sem o Espírito Santo eu estaria fadado a desistir dos meus compromissos”.


7

Mas, afinal, quem é o Espírito Santo? Para responder esta e outras perguntas, o Jornal da Arquidiocese conversou com o Vigário Geral da Arquidiocese, Pe. Vitor Galdino Feller, que também é professor da disciplina de pneumatologia, da Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC). Pneumatologia é uma cadeira da teologia que estuda sobre o Espírito Santo.

Jornal da Arquidiocese - Quem é o Espírito Santo? Padre Vitor Galdino Feller - O Espírito Santo é a terceira pessoa divina. Santo Agostinho diz que o Pai é o eterno amante do Filho, o Filho é o eterno amado do Pai e o Espírito Santo é o amor que envolve os dois. No Batismo de Jesus, por exemplo, o Pai diz: “este é o meu Filho muito amado em quem eu derramo todo meu amor”. JA - Os sacramentos, como por exemplo, o Batismo, Eucaristia e Crisma são frutos do Espírito Santo? Explique: Padre Vitor - Todos os sacramentos são frutos do Espírito, são efeitos da ação dele. Na linguagem teológica tem uma palavra chamada epiclese. Na missa, por exemplo, o padre invoca o Espírito sobre o pão e o vinho, para que se tornem o corpo e sangue de Cristo. Todos os sacramentos têm a epiclese, a invocação do Espírito Santo. Por isso, eles também são dons do Espírito Santo. JA - Qual é a importância do Espírito Santo na vida do cristão? Padre Vitor - Ele é o próprio Deus em nosso coração. Por exemplo: Deus Pai é antes, acima e além de nós, é a ele que devemos obediência e reverência. Deus Filho está em nosso meio, presente na Eucaristia, na Palavra, na comunidade reunida, em cada irmão e na autoridade da Igreja. E o Espírito Santo é Deus dentro de nós. É pelo Espírito que chamamos Deus de Pai, que reconhecemos Jesus como o Senhor, e é pelo Espírito que somos Igreja. Cada um de nós é templo do Espírito Santo. É ele que faz a gente ser cristão, nos dá dons, carismas, talento, para exercê-los em favor da Igreja e nos realizarmos como pessoas. JA - Quando e como o recebemos? Padre Vitor - Em termos cristãos, a gente diz que o recebe no Batismo, mas não é algo tão explicitado. No Batismo há uma imposição das mãos, com a qual se invoca silenciosamente o Espírito. Na Igreja Latina, o Espírito Santo é mais explicitado no Sacramento da Crisma. Ele não é dado só a nós, mas a todas as pessoas, animais e plantas. Todas as criaturas vivem pela força do Espírito. Existe um salmo que diz: “envias o teu sopro, Senhor, e todas as coisas existem. Retiras o teu sopro e as coisas deixam de

existir”. Tudo existe pela força do sopro de Deus, que é o Espírito Santo. JA - Por que o Espírito é chamado de Paráclito? Padre Vitor - Paráclito é uma palavra da língua grega – parakletos - que significa advogado. “Kletos” significa chamado ou o enviado. Paráclito é o outro enviado, ou seja, aquele que foi enviado junto com Jesus. Mas a gente pode entender o Espírito Santo como o advogado, aquele que está enviado para estar ao meu lado, junto de mim, meu defensor, meu consolador. JA - O que é Pentecostes? Como era a presença do Espírito Santo antes deste acontecimento? Padre Vitor - A palavra Pentecostes significa quinquagésimo. Cinquenta dias após a Páscoa, os judeus celebravam a festa dos dons. Os primeiros frutos da colheita eram entregues a Deus no templo. Foi no quinquagésimo dia que se deu esse grande dom de Deus Pai, por meio de Jesus Cristo, que foi o Espírito Santo sobre Maria e os apóstolos para o início da Igreja. A “Maria é filha de Igreja que foi pensada e idealizada Deus Pai, mãe por Deus Pai no Antigo de Deus Filho Testamento, foi gestada e esposa do por Jesus Cristo, e agora nas- Espírito Santo” ce em Pentecostes. O Espírito Santo é Deus, ele é eterno, com o Pai e o Filho. Ele já havia se revelado no Antigo Testamento. Só que o povo de Israel não estava preparado para a revelação das três pessoas divinas. Na vida terrena de Jesus Cristo, o Espirito Santo acompanhou-o desde a encarnação, o batismo, os milagres, até a morte e a ressureição. JA - A Santíssima Trindade é uma pessoa? Padre Vitor - A Santíssima Trindade é um só Deus em três pessoas. A primeira é o Pai, a segunda é o Filho e a terceira é o Espírito Santo. Três pessoas distintas em um só Deus. É difícil de explicar, por isso que chamamos de mistério da Santíssima Trindade. A gente mais entende com o coração do que com a inteligência. E só compreende alguma coisa com a inteligência, quanto mais se vive com o coração.

JA - O Espírito Santo é fruto do amor de Deus? Padre Vitor - O Espírito Santo é o amor de Deus. É o amor do Pai e do Filho derramado sobre nós. Quanto mais a gente reconhece a presença do Espírito Santo, mais recebemos os frutos do Espírito Santo. JA - Qual é a relação de Maria com o Espírito Santo? Padre Vitor - A teologia da Igreja diz que depois de Jesus, Maria é o ser humano que mais perfeitamente acolheu o Espírito Santo. Por isso que ela é chamada de sacrário do Espírito. Também se diz que Maria é filha de Deus Pai, mãe de Deus Filho e esposa do Espírito Santo. De qualquer maneira, ela foi quem melhor acolheu o Espírito a ponto de, por obra dele, conceber Jesus Cristo. Também com ela presente no Cenáculo veio o Espírito sobre os apóstolos e a Igreja. Ela esteve presente no início da vida de Jesus e da Igreja. JA - No Concílio Vaticano II, a palavra Espírito Santo aparece 258 vezes. De que forma o Espírito conduziu este encontro? Padre Vitor - O Papa Beato Paulo VI chegou a dizer que o Concílio Vaticano II foi o Pentecostes do Século XX. O Espírito Santo foi quem inspirou o Papa São João XXIII para convocar o Concílio e Paulo VI para continuar e fazê-lo acontecer. Tanto que depois do evento conciliar surgiram muitos movimentos, espiritualidades e teologias. Enfim, muita efervescência espiritual. JA - Cite algumas das ações do Espírito Santo na criação e na história da Igreja. Padre Vitor - É pelo Espírito Santo que todas as coisas existem. Em Gênesis 1,2 está escrito: “o Espírito pairava sobre as águas para que delas surgisse a vida”. Normalmente dizemos que Deus Pai é o criador, mas na verdade a Santíssima Trindade é quem cria. Deus Pai cria por meio do Filho, que é a Palavra, e pelo Espírito Santo, que é o sopro criador de Deus. É pelo Espírito que existem na história movimentos sociais e políticos, pela paz, promoção e defesa da vida. É ele quem suscita líderes, chefes, pessoas que são mulheres e homens de Deus, ou seja, que hajam pelo bem, pela paz, pela justiça e solidariedade.


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2017

8

bíblia

De coração para coração No latim cor / cordis significa guardar no coração e se relaciona com as palavras “concordar e discordar”, as quais podem ser entendidas como aproximar ou distanciar do coração, têm a ver com coragem e misericórdia. Com esta introdução se pode falar dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria. Na Sagrada Escritura, a palavra “coração” aparece mais de 800 vezes. Com olhar misericordioso, Jesus fala à comunidade dizendo: “Jerusalém, quantas vezes eu quis te abraçar e aproximar do coração” (Mt 23,37). Na parábola do semeador, Jesus diz que a abundância de produção é o resultado daquele que guarda a Palavra num coração bom (Lc 8,15). João diz que o “bom pastor” é o que dá vida por suas ovelhas. Aquele que tem um “bom coração cuida das suas ovelhas”. Já o coração de Maria se constitui no depósito de tudo o que se falava: “Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito sobre elas” (Lc 2,19. 51). O Papa Francisco define Jesus como o “rosto da misericórdia do Pai”. Contemplar este mistério é fonte de alegria, serenidade e paz. O coração misericordioso de Jesus sentiu compaixão da multidão que o seguia como ovelhas que não têm pastor (Mt 9,36). Por causa da misericórdia, Jesus envia os discípulos com a missão de viver a

lógica do amor, da gratuidade, da acolhida e do perdão. No documento Amoris Laetitia (A alegria do Amor), Francisco reitera que a Igreja nascida do coração ferido pela lança é uma Igreja em saída, em direção às periferias humanas, como uma casa aberta ao modo do coração de Jesus. Cuidar e guardar da criação é o apelo da Laudato Sì, cujo convite é para que o ser humano colabore na construção da casa comum. Diante da crise ambiental mundial diz o Papa: “Nem tudo está perdido, porque os seres humanos, capazes de tocar o fundo da degradação, podem também superar-se, voltar a escolher o bem e regenerar-se...”. E isto é possível porque “Deus continua a animar e tocar no mais fundo dos nossos corações”(LS 205). Na celebração do centenário de Fátima, é importante recordar as palavras de Nossa Senhora: “O meu imaculado coração triunfará”. Celebrar os Sagrados Corações de Jesus e Maria no terceiro milênio é um convite para agir com a compaixão de Jesus, imitando Maria a guardar no coração, produzindo muitos e bons frutos com a boa semente ali plantada. Por Pe. Elcio Alberton Auxilia na Paróquia dos Sagrados Corações de Jesus e Maria - São José

Lectio Divina Padre Wellington Cristiano da Silva

Lectio (leitura) Disse Jesus: “‘Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele’” (Jo 6,54-56).

Meditatio (meditação) Depois de saciar a fome do povo através do sinal da multiplicação dos pães, Jesus faz um belo e profundo discurso sobre o pão da vida. Cristo se revela como “o pão vivo descido do céu” (Jo 6,51), dom salutar entregue a nós pelo Pai. O pão que Jesus nos oferece é sua própria carne dada como alimento; seu sangue redentor é verdadeira bebida. Carne e sangue remetem à totalidade de sua pessoa. Para ter vida, e vida em abundância, é preciso se alimentar do Cristo. Nutridos pela sua presença real no banquete eucarístico, memorial de sua paixão, morte e ressurreição, nos unimos a Cristo: permanecemos nele e ele permanece em nós (Jo 6,56). Comungando do Corpo e Sangue do Senhor também nós formamos um só corpo por meio do seu Espírito. Mistério de nossa fé, a Eucaristia, antecipação das alegrias celestes, é a certeza de que Jesus permanece conosco para sempre.

Oratio (oração) “Bom pastor, pão de verdade, piedade, ó Jesus, piedade, conservai-nos na unidade, extingui nossa orfandade, transformai-nos para o Pai”

(Sequência da Solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo).

Contemplatio (contemplação) Convidados para a Ceia do Senhor, contemplemos o Cristo presente nas espécies do pão e do vinho consagrados.

Missio (missão) Somos uma Igreja que vive da Eucaristia. Peregrinos neste mundo, necessitamos do alimento que nos nutre em nossa jornada. Cristo, pão descido do céu, é nosso viático, o sustento dos viajantes. Como discípulos missionários do Senhor, temos a tarefa de partilhar o pão de cada dia com os mais necessitados. Mas como não vivemos apenas do pão que perece, é preciso apresentar ao mundo o Pão que nos dá a vida em plenitude: o Cristo nos sinais de sua Palavra e de seu Corpo e Sangue. Peçamos ao Pai que nunca nos falte deste pão.

Conhecendo o livro dos Salmos Padre Gilson Meurer

Salmo 139 (138) – Hino ao Deus infinito O salmo 139 manifesta com maturidade, profundidade e beleza, a onipresença, onisciência e onipotência de Deus. O tema da onipresença divina é recorrente na literatura sapiencial (cf. Jó 5,9; 11,7-8; 23,8-17; 25,2-3; 26,6-7; 36,26; Is 40,28; Sir 43,31-32). Esses elementos sugerem situá-lo em um contexto pós-exílico, onde se lutava para reconstruir o patrimônio de fé e manter a identidade. Nosso salmista não pretende apresentar atributos filosóficos de Deus, e nem mostrá-lo como um “big brother” que tudo observa, muito menos um controlador imperial nos moldes de Senaqueribe (cf. 2Rs 19,27), mas sim como uma participação afetiva e paterna que possui por objeto a salvação e a libertação do ser humano. O salmo é uma contemplação, uma meditação de cunho sapiencial bíblico sobre

Deus e sua relação com a humanidade. Ele se estrutura em quatro partes: a) 1-6 (o conhecimento divino): nada escapa a Deus! “Sentar-se” e “levantar-se” são dois extremos que englobam a vida humana, reforçados por outros elementos, como “pensar”, “caminhar”, “repousar”; b) 7-12 (espaço e tempo): atrás, adiante, acima, altura, profundidade, dia e noite; nada escapa ao olhar perscrutador de Deus. c) 13-18 (criação-conhecimento do ser humano): o salmista descreve a existência humana desde sua concepção, formada no ventre materno e destinada ao ventre da terra, e conclui com uma aclamação à grandeza inalcançável de Deus; d) 19-24 (juízo divino): os últimos versículos fazem uma aplicação dessa realidade. Deus, que tudo perscruta, não pode permanecer indiferente

diante da injustiça, manifestando sua cólera contra o ímpio e sua salvação para o justo. No Novo Testamento, também Natanael se admira com a “onisciência” de Jesus que já o conhecia (Jo 1,48); e Paulo também exclama a grandeza inalcançável dos desígnios de Deus (Rm 11,33). Leia o salmo e reflita: 1) Quais os grandes atributos de Deus que o salmista sublinha? 2) Quais sentimentos ele deseja suscitar no leitor? 3) Considerando um contexto pós-exílico, qual atitude deve tomar o leitor?

Você também pode conferir este e todos os outros salmos no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


9

Jornal da Arquidiocese, Junho de 2017

evangelização

Festival: um domingo em família Foto: Carol Denardi

salientou Dom Wilson. Ao final da celebração, o arcebispo anunciou o Pe. Jonathan Speck Thiesen Jacques como novo assessor eclesiástico da Comissão Arquidiocesana para a Vida e Família (CAVF). “Sintome pertencendo a esta família. Estou aqui para servi-la, fazer aquilo que Deus quer de nós, seguindo as palavras e ensinamentos do magistério, as orientações do nosso arcebispo e o plano de pastoral. Contem comigo para aquilo que precisar”, agradeceu Pe. Jonathan. Oscar Martins, paroquiano da Paróquia Sagrados Corações, de São José, veio com a esposa Kátia Martins e o filho Luiz, pela primeira vez ao evento. Ele conta que o encontro estava muito organizado e que “para quem vem com a ideia de ajudar e receber a Palavra de Deus, a chuva é só um detalhe. Valeu muito a pena estar Aproximadamente mil pessoas compareceram na Beira Mar de São José aqui”. A chuva do domingo, 21 de maio, não impe- to de Irmãos. Às 10h, Dom Wilson Tadeu Jönck Uma equipe enorme esteve por trás de toda diu as pessoas de participarem da quinta edição presidiu a celebração eucarística. Durante a ho- a organização do festival. À frente da equipe do Festival da Família. O evento ocorreu na Bei- milia, o arcebispo explicou que a base familiar estava o casal coordenador da CAVF, Eloísa e ra Mar de São José e contou com uma grande começa a ser construída quando a família aceita Nilo Momm. “Apesar de todas a dificuldades que estrutura para comportar o público presente. viver aquilo que Cristo ensina. Isso faz com que tivemos, tudo deu certo. O Espírito Santo foi iluEm meio à água que caía, por volta das 08h, se aprenda a viver com as diferenças e dificul- minando, acompanhando e as coisas foram suras famílias chegavam e se acomodavam. Crian- dades. “O espírito do Evangelho começa a rei- gindo. A estrutura deste ano melhorou e o festiças brincavam, adultos conversavam e todos sa- nar, motivando o espírito de entendimento, da val a cada ano que passa está tomando corpo”, boreavam a boa comida vendida pelo Movimen- ajuda, do querer o bem e viver para o outro”, avaliou Eloísa.

Seminário aborda as implicações jurídicas e administrativas Nos dias 04 e 05 de julho, Florianópolis vai sediar o Seminário sobre o Acordo Brasil - Santa Sé: Implicações Jurídicas e Administrativas. O evento é promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina (ISDCSC). Estarão presentes no seminário, o Arcebispo Metropolitano e Moderador do ISDCSC, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj; o Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giovanni d’Aniello; o Cardeal e Presidente da Comissão Episcopal para o Acordo Brasil – Santa Sé, Dom Raymundo

Damasceno de Assis, e o Bispo Auxiliar de Brasília, Secretário-Geral da CNBB e secretário da Comissão Episcopal para o Acordo Brasil – Santa Sé, Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM. São convidados os bispos de todas as dioceses do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, representantes na área do economato e da administração de dioceses e paróquias, responsáveis pela administração dos institutos de vida consagrada e sociedades de vidas apostólicas, associações de fiéis e outros organismos eclesiais, juízes, procuradores, promotores, defen-

sores, oficiais de cartórios, advogados, e as instituições de ensino superior de direito, administração e contabilidade. Serviço Data: 04 e 05 de julho

Local: Castelmar Hotel – Florianópolis Inscrições: isdcsc.org.br/seminario-2017 Informações: (48) 9-9151-8514 | secretaria@isdcsc.org.br / isdcsc. org.br/seminario-2017


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2017

10

evangelização

“Acolher o outro é acolher a Deus em pessoa” Pastoral do Migrante necessita de uma estrutura maior para o trabalho que desenvolve De 18 a 25 de junho se celebra em todo Brasil a 32ª Semana do Migrante que tem como tema: Migração, biomas e bem viver. A programação da semana você pode conferir no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br A Pastoral do Migrante (PM) é responsável por acolher e auxiliar os estrangeiros que decidiram adotar a região da Grande Florianópolis como lar. Fundada em 1996, com a vinda dos Missionários de São Carlos para Arquidiocese de Florianópolis, a pastoral atende em média 45 migrantes por dia. Atualmente, os haitianos são os migrantes em maior número. Além deles, a PM recebe muitos latino-americanos, dentre eles, argentinos, equatorianos e uruguaios. O Jornal da Arquidiocese bateu um papo com a agente social da Pastoral do Migrante, Tamajara da Silva. A antropóloga conta que uma das maiores dificuldades que os migrantes enfren-

Caridade social

tam é a comunicação. “Não há cursos particulares voltados para eles, a maioria é pensada somente para um grupo”, afirma Tamajara. Além deste fator, a falta de emprego é outro obstáculo que os estrangeiros enfrentam. “O idioma dificulta a inserção deles no mercado de trabalho. Os latinos têm menos dificuldades por causa do setor de turismo”, explica a antropóloga. Em contrapartida, os haitianos, sírios e turcos têm grande dificuldade para serem contratados, pois a comunicação torna-se uma barreira. “É muita burocracia. Se para nós brasileiros já é complicado preencher uma ficha de recursos humanos, imagina para eles”, analisa Tamajara. Hoje, a Pastoral do Migrante conta uma equipe grande de voluntários, porém ainda não existe uma estrutura para comportar esse grupo e proporcionar um ambiente digno de atendimento para os estrangeiros. A atual

sede precisa de doações de alimentos, mas não há espaço suficiente para armazenar os mantimentos.

Imagem: Divulgação

Nova sede Em setembro de 2016, o Governo do Estado de Santa Catarina assinou um termo de contrato com a Ação Social Arquidiocese (ASA) para a execução do Centro de Referência do Imigrante, que seria instalado no Terminal Rodoviário Rita Maria, em Florianópolis. Até o momento, porém, não se tem um posicionamento concreto por parte da Secretaria Estadual de Assistência Social quanto ao início da obra. A ASA aguarda a definição do local e o repasse do recurso para a execução do centro de referência. Ajude a Pastoral do Migrante! Telefone: (48) 3225-7043 Endereço: R. Treze de Maio, 62, José Mendes, Florianópolis.

Semana do Migrante é celebrada no Brasil inteiro

ASA assume Casa de Apoio São José para acolher pacientes do Hospital Foto: Divulgação

Capelão do Hospital Regional, Pe. Almir

Do sonho para a realidade. A Ação Social Arquidiocesana (ASA), da Arquidiocese de Florianópolis, assinou um contrato de sessão de uso com a Prefeitura de São José, para administrar o local que tinha o nome de “Casa de Apoio Bom Samaritano”. Localizada no bairro Praia Compri-

da, agora passa a se chamar “Casa de Apoio São José”. Vai acolher os pacientes atendidos pelo Hospital Regional, mas que não necessitam de internação. Acolherá também, os acompanhantes que vêm de todo estado. Trata-se de um antigo sonho do Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck e do capelão do hospital, Pe. Almir José Ramos, que estavam preocupados com os doentes e acompanhantes que não tinham onde ficar. Agora terão esta casa de apoio, administrada pela Ação Social da Arquidiocese. O capelão explica que foi criada uma equipe para verificar o andamento da reforma. O Instituto de Ensino Superior da Grande Florianópolis (IES) fechou uma parceria, e os alunos de engenharia doaram todo o projeto, que deve ficar concluído em junho. Padre Almir e um grupo de voluntários buscam benfeitores para o material

de construção da reforma e a manutenção. “Destacamos o apoio de Dom Wilson desde o início deste sonho. Estamos também em unidade com o Papa Francisco, que nos pede uma igreja em saída. E como nos fala o evangelista João, lutamos para que todos tenham vida e a tenham em abundância”, afirma o capelão. A Casa de Apoio São José já recebe doações de móveis e utensílios e começa a realizar eventos beneficentes para

angariar fundos para a obra, como a Noite das Massas. Doações para a Casa São José Entrar em contato com o capelão, Pe. Almir Ramos, nos telefones: (48) 32719019 / 9-9909-2101 Noite das Massas 07 de junho 20h Clube Maré Alta

Foto: Padre Almir José Ramos

Ajude na reforma que precisa ser feita no prédio


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2017

11

evangelização Cronograma de junho

Da família para a Igreja Pais e filho, todos unidos em Cristo Foto: Arquivo Pessoal

03/06 | MFC – Encontro de Namorados | Santuário de Fátima - Estreito 08 a 11/06 | Cursilho Feminino | Brusque 09 a 11/06 | 6º Congresso Missionário Regional | Palhoça 11/06 | Cenáculo de Pentecostes | Brusque 11/06 | Risoto Solidário – Missão África | Gov. Celso Ramos 15 a 18/06 | Cursilho Masculino | Brusque 15/06 | Dia de Combate a Violência Contra a Pessoa Idosa | Florianópolis 16 a 18/06 | IX Sulão de Catequese | Canasvieiras 16 a 18/06 | Peregrinação Arq. ao Santuário Nacional | Aparecida/SP 22/29 | Formação das Pastorais, Entidades e Ações Sociais | Orionópolis 23 a 25/06 | Retiro dos Diácono e esposas | Florianópolis 24/06 | Arraiá da Paz – Comunidade Shalom 24 a 25/06 | Mutirão Arquidiocesano de Formação | Gov. Celso Ramos 25/06 | Dia do Migrante | Paróquias

Edmundo (D) com sua esposa, Maria Cristina, junto com a família

Em agosto de 1974, Monsenhor Francisco de Salles Bianchini trouxe para Florianópolis o Curso de Valores Humanos e Cristãos do Movimento de Emaús. O objetivo do retiro do Emaús é formar e desenvolver líderes comunitários, que posteriormente atuarão nas paróquias de origem. Nestes mais de 43 anos, muitos jovens, hoje adultos e casados, puderam vivenciar Cristo em meio ao movimento. O servidor público Edmundo Simone Neto, 64 anos, participou do primeiro curso masculino. Ele conheceu a esposa, Maria Cristina Campos Simone, no movimento, no qual tiveram três filhos, Luiz Otávio, Maria Augusta e Luiz Henrique. “Por formação familiar, posso afirmar que o Emaús foi a reciclagem que tirou minha roupa de Primeira Comunhão, revestindo-me com a roupa de um novo cristão”, disse Edmundo. É muito comum os filhos participarem do Emaús. O estudante João Henrique Campos Simone, 25 anos, filho de Edmundo, atualmente também participa. Ele conta que se não fosse “o movimento de Emaús, a minha família não existiria, pois meus pais não se conheceriam”. O estudante, que atualmente participa do Grupo de Jovens Sagrado Coração

de Jesus, demonstra carinho muito grande pelo movimento e explica que desde criança acompanha os pais nas reuniões de grupos de jovens. “Quando era pequeno, queria entrar em algum grupo de jovens e discutir mais sobre nossa religião, que é tão rica e maravilhosa”, finaliza João. Geralmente, os filhos começam a se envolver com o movimento depois dos pais, mas a história do atual presidente do Emaús de Florianópolis, Edvaldo Antonio Klokner, é diferente. O engenheiro, que é casado com a psicóloga Jaqueline Dornelles Klokner, conta que sempre foram participantes ativos da igreja. Quando os filhos do casal começaram a entrar na fase da adolescência, Edvaldo e Jaqueline perceberam que o Movimento Emaús era uma boa opção para os adolescentes participarem da Igreja. Com o ingresso dos filhos nos grupos de jovens do movimento, o casal começou a acompanhar os filhos e então receberam o convite para também participarem. “Fomos convidados para ser casal orientador de um grupo e, aos poucos, começamos a participar de algumas atividades e retiros, do secretariado, e, há três anos, fomos eleitos casal presidente”, comenta Edvaldo.

A Igreja no mundo quer ouvir os jovens! Foto: Divulgação

“A Igreja só será jovem quando o jovem for Igreja”

O Sínodo dos Bispos 2018 terá o seguinte tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O site da Arquidiocese disponibiliza um formulário no qual podem ser inseridas as repostas do questionário do Documento Preparatório. Orientações para preencher: 1) Estudar o Documento preparatório, de preferência em grupo (conselhos, pastorais, movimentos, organismos, grupos de jovens, catequese etc). 2) Responder (em grupo) o ques-

tionário apresentado na parte final do Documento Preparatório. 3) As respostas devem ser digitadas em um editor de textos (word), para facilitar e depois basta copiar e colar as respostas no formulário e enviar. 4) Enviar as respostas até o dia 15 de junho de 2017. 5) Em caso de dúvidas, favor entrar em contato com a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral ou o Setor Juventude. O questionário está disponibilizado no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2017

12

geral Pastoral Vocacional trabalha na busca de vocações sacerdotais

“O melhor caminho é entrar no seminário, pois fora dele será difícil discernir esta vocação” Foto: Rafael da Silva

Filho único da família Guarnieri tinha o sonho de ser padre desde a infância

José Gabriel Oliveira Guarnieri tem 19 anos e é natural de Joinville. Desde o dia 12 de fevereiro de 2017, sua vida mudou completamente. Deixou a coordenação do grupo de oração jovem, da Paróquia São Judas Tadeu, em Brusque, para morar no Seminário Propedêutico Monsenhor Valentim Loch, em São José. Desde criança, o jovem, que é filho único, tinha o desejo de ser padre, mas durante o ensino médio, outras metas de vida arrefeceram este sonho. Porém, quando Deus chama, ele não desiste de ninguém. No último ano do curso, recebeu ajuda de um seminarista do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME), em Brusque, para discernir a vocação sacerdotal. Buscou então o curso de filosofia e a orientação vocacional com o coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional, Pe. Vânio da Silva. Após o retiro Projeto de Vida em 2016 e com apoio da Paróquia São Judas Tadeu, de Brusque, finalmente o jovem se deixou atrair pelo chamado de Deus, que vence todas as barreiras. “Nossa vocação é gerada no seio de Nossa Senhora e no coração de Cristo. Estar no seminário é uma experiência excelente de amadurecimento espiritual e humano”, constatou o seminarista. José Gabriel é fruto de um amplo trabalho desenvolvido pela Pastoral Vocacional da Arquidiocese, que durante o ano todo, promove encontros com o objetivo de auxiliar os jovens no discernimento vocacional. São dois tipos específicos de encontros. Um reúne os rapazes a partir dos 12 anos e é denominado Grupo de Orientação Vocacional João Paulo II (GOVJPII). Já houve dois deles em 2017. O próximo GOVJPII será no

dia 09 de setembro, no Seminário de Azambuja. Além desse, a Pastoral Vocacional promove o Retiro Projeto de Vida para rapazes a partir dos 17 anos. Esse retiro acontece no Seminário Propedêutico, em São José. Nesse ano ocorreu o primeiro, em abril. O próximo será no dia 11 de junho, das 08h30 às 16h, no mesmo local. “Além de serem gratuitos, a pastoral disponibiliza transporte para os adolescentes e jovens que desejam participar destes encontros, que são espaços privilegiados para um amadurecimento e discernimento vocacional, pois no transbordar de seu amor e de sua misericórdia, Deus nos chama a uma vocação específica na sua Igreja”, afirma o seminarista Luiz Francisco Fraga. Passo de um discernimento vocacional na vida de um jovem “Sou Paulo Sergio Chaves, seminarista da Arquidiocese, com 35 anos de idade e estou no quarto ano de teologia. Este é meu oitavo ano de seminário, uma caminhada que começou em 2010, quando ingressei no Seminário Propedêutico, em São José. Antes de entrar para o seminário trabalhava em uma empresa que distribuía salgados congelados na região da grande Florianópolis. Neste cotidiano senti o desejo de discernir este chamado. Desde 2008, estava na incerteza de onde buscar este discernimento, pois nossa Igreja é muito rica no que se refere ao contexto vocacional. A insegurança durou dois anos até chegar a uma decisão madura. Durante este período participei de alguns encontros vocacionais, mas um retiro de carnaval da Comunidade Arca da Aliança, de Joinville, me fez compreender que Deus nos chama no lugar em que estamos. Essa foi a resposta que recebi do Foto: Arquivo pessoal

Paulo está no quarto ano de teologia

Elias – hoje Diácono Elias -, fundador da comunidade: ‘Paulo, volta para o lugar em que estás, para o que fazes – neste ano de 2008 trabalhava em Tubarão – e nos teus afazeres, Deus te mostrará, a seu tempo, o chamado que tem para ti’. Logo em seguida, na despedida do seminarista da Arquidiocese, Philipe Valdeno Damazo, também do quarto ano, resolvi entrar de fato para o seminário. Foi no momento de oração pelo Philipe que senti esse desejo em meu coração. Falei então com meu pároco, na época o Pe. André Gonzaga. Surpreso, acolheu a decisão e no dia seguinte conversou com Pe. Vânio que, junto com a equipe de formação, aceitam minha entrada um pouco tardia, pois o ano formativo já havia iniciado e, como trabalhava, precisava deixar tudo certo na empresa. Logo após a Páscoa daquele ano de 2010, aos 23 anos, comecei meus passos rumo à vocação sacerdotal. Posso dizer àqueles que tem alguma dúvida em relação ao seu chamado: onde estão, Deus falará aos seus corações. Quando este momento chegar, não tenham medo, vale a pena deixar o que fazem e investir no discernimento vocacional, participar dos encontros e retiros vocacionais. Parar o que estão fazendo para saber, de certeza, aquilo que Deus quer de cada um de vocês. Se for um chamado ao sacerdócio, o melhor caminho é entrar no seminário e, inserido na realidade formativa, buscar a certeza deste chamado, pois fora dele será difícil discernir esta vocação”. Serviço Para participar dos próximos encontros vocacionais, entre em contato por meio do telefone (48) 99916-3808 / 99633-7436. Facebook: pvflorianopolis Foto: Ricardo Righetto

Retiro Projeto de Vida realizado em maio, em Brusque


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.