Jornal da Arquidiocese | nº 246 | Junho

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 246

Pastoral

30ª Assembleia Arquidiocesana | 4

JUNHO DE 2018

Direito Canônico

Processo Matrimonial e Penal é tema de Simpósio | 9

Monsenhor Agostinho

Exemplo de amor pela Igreja | 11

Muitos aqui chegaram...

Foto: Sukrit Shankar

Foto: Dchris

Foto: Pinterest

Outros estão chegando!

Foto: Daily Qudrat

Foto: América Tevé

Foto: Wikimedia


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2018

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opinião Ecumenismo

Reconhecer o rosto de Cristo nos irmãos que sofrem

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj

O Jornal da Arquidiocese (JA) deste mês aborda na matéria principal, páginas 06 e 07, o trabalho desenvolvido no Centro de Referência de Atendimento ao Imigrante (CRAI), em Florianópolis. Além disso, a reportagem conta um pouco da história do haitiano Jean Samuel Rosier, que fez graduação e mestrado em Florianópolis, e hoje trabalha no CRAI. Na página 03, o JA traz notícia sobre o Festival da Família, em São José. O evento organizado pela Pastoral Familiar estava recheado de atrações e celebrou o Dia Internacional da Família. No dia 28 de julho será realizado a 30ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, em Governador Celso Ramos. O encontro vai revisar as orientações pastorais para os sacramentos. Na página 09, você vai saber como foi o Simpósio Canônico promovido pelo Instituto de Direito Canônico Santa Catarina. A formação ocorreu no mês de maio, na FIESC, e teve como tema: “Questões seletas de Direito Matrimonial e Penal Canônico”. Já na página 11, o JA homenageia Monsenhor Agostinho Staehelin, que faleceu no dia 20 de maio, aos 93 anos. Além de ser pároco ou vigário paroquial em várias paróquias da Arquidiocese, o presbítero foi Capelão do Hospital de Caridade, Coordenador da Associação Mensageiros do Evangelho (AME), responsável pela missa na TV, durante 29 anos, e ajudou a implantar o Movimento de Irmãos arquidiocesano. Ótima leitura!

Na semana que antecedeu a Solenidade de Pentecostes a Igreja se colocou em oração pela unidade dos cristãos. O ecumenismo foi uma das finalidades do Vaticano II. Foi expresso no discurso de abertura do Concílio pelo Papa João XXIII. A busca da unidade é objetivo de todos os movimentos ecumênicos que se organizaram desde então. Em todas as sessões do Concílio estiveram presentes observadores de outras igrejas. Na primeira sessão havia 49 delegados representando 17 igrejas. Na segunda sessão havia 66 delegados de 22 igrejas, na terceira sessão, 76 de 23 igrejas e na quarta sessão havia 103 delegados de 29 igrejas. O tema ecumenismo esteve presente em todas as sessões até a última (1962 a 1965). O principal fruto do Vaticano II é o Decreto Unitatis Redintegratio, documento sobre ecumenismo, emanado

na última sessão. Significa que os padres conciliares não estavam acostumados com a reflexão deste tema. Três atitudes se destacam: diálogo, convivência e cooperação. O documento sobre o ecumenismo acentua quatro pontos de doutrina: a) A divisão dos cristãos contradiz abertamente a vontade de Cristo. b) A divisão é um “escândalo” e prejudica a pregação do Evangelho. c) A unidade é divina vocação e graça dada pelo Espírito Santo a todos os cristãos. d) A unidade é dom e responsabilidade. É preciso zelar por ela e promovê-la. É possível destacar alguns princípios que orientam as ações ecumênicas de acordo com a Unitatis Redintegratio:

Nas redes

Nos caminhos de Francisco

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a) A Igreja é uma e única. b) A unidade cristã é significada e realizada na Eucaristia. Tem como princípio o Espírito Santo e como modelo a Trindade. c) A unidade é vivida em uma só fé, em um mesmo culto e na fraterna concórdia. d) A unidade se organiza na história em fidelidade aos 12, tendo Pedro à sua frente.

“Realizar com alegria obras de caridade àqueles que sofrem no corpo e no espírito é a maneira mais autêntica de viver o Evangelho”. 04 de maio, no Twitter

“Santíssima Virgem de Fátima, dirige o teu olhar sobre nós, sobre nossas famílias, sobre o nosso país, sobre o mundo”.

13 de maio, no Instagram

“Não há maior liberdade do que deixar-se guiar pelo Espírito Santo e permitir-lhe que nos conduza para onde quiser”. 14 de maio, no Twitter

“A presença viva de Cristo, a ser protegida, defendida e dilatada em nós, é lâmpada que ilumina os nossos passos, luz que orienta as nossas escolhas, chama que aquece os corações a ir ao encontro do Senhor, tornando-nos capazes de ajudar quem caminha conosco, até a comunhão inseparável com ele”. 16 de maio, na Audiência Geral

“O amor com que Deus nos ama derrota toda forma de solidão e de abandono”. 17 de maio, no Twitter

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99673-1266

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

Ação Evangelizadora: Conheça o Pe. Milani

Três mil ministros se encontram no Santuário Santa Paulina

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Versão oficial em português do hino da JMJ 2019 é lançada

Vídeo do Papa: A Missão dos Leigos

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youtube.com

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“A vida cristã deve ser investida por Jesus e gasta em prol dos outros”. 22 de maio, no Twitter

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista e Mateus Peixer. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br


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#compartilha Dia Internacional da Família é celebrado em São José

Retalhos do Cotidiano Professor Carlos Martendal

Foto:Fernanda Brüggemann

Encontro

O filósofo francês dizia que ninguém procuraria Deus se já não o tivesse encontrado. E eu pareço escutá-lo me sussurrando: “Os que me buscam me encontrarão, mas não quando querem, nem como querem, nem onde querem”. Se ele se demora aqui mas quer se apressar lá, quem sou eu para querer fixar-lhe tempo, modo e lugar?

Luz

Diversos movimentos, pastorais e comunidades participaram do festival

A sexta edição do Festival da Família ocorreu no Centro de Atenção à Terceira Idade (CATI), bairro Praia Comprida, São José, no dia 06 de maio. Promovido pela Comissão Arquidiocesana para a Vida e Família (CAVF), teve por objetivo celebrar o Dia Internacional das Famílias. O ponto alto do festival ocorreu na parte da manhã, com a missa presidida pelo Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, com a presença de aproximadamente mil pessoas. “Falando de família, de casamento, a palavra central é amor. O amor é viver para o outro. A coisa mais importante no mundo e o que dá sentido, mesmo com àquelas circunstâncias que nos fazem sofrer, é o amor”, destacou o Arcebispo. José Eli e a esposa Maristela, da Pastoral Familiar da Paróquia São José, participam todos os anos do evento. “O primeiro ambiente a ser evangelizado é a igreja doméstica, ou seja, a família. E esse evento contribui para que cada um de nós, en-

quanto família, evangelizemos uns aos outros”, disse José Antônio. A tarde foi marcada por diversas apresentações musicais, culturais e atividades recreativas para as crianças. “Foi contagiante a alegria das crianças. Parabéns a toda organização, aos movimentos e pastorais ligados às famílias, porque deram o exemplo de como eles, nesse Ano do Laicato, manifestam concretamente a organização e a espiritualidade do leigo na Igreja e na sociedade, especialmente pela família”, afirmou o assessor eclesiástico da CAVF e da Pastoral Familiar, Pe. Gilson Meurer. Para Eluiza Momm, que juntamente com o esposo, Nilo Momm, coordenam a comissão e o evento, o domingo em família foi um presente de Deus. “Mostramos a cara da família, que temos voz e vez. E mesmo diante do mundo tão conturbado precisamos de alegria e da presença da família”, observou Eluiza.

Se a notícia da luz pode ser dada por uma telha quebrada, se a ação do fermento pode ser vista sendo quase invisível e se o sal tempera o alimento sem escolher onde agir, o que não pode fazer um homem, criado à imagem e semelhança de Deus?

Coração

Os corações nobres, os corações possuídos por Deus, não cessam de dá-lo aos irmãos!

Paciência

A paciência é prima-irmã da perfeição e o ódio irmão gêmeo da morte.

Ligeiro

A avó humilde pede a Nossa Senhora pela neta. E pede que a cure ligeiro! Que oração bonita! A Mãe Santíssima leva a súplica ao Filho, que lhe diz: “Eu sou o Senhor. A seu tempo vou apressar isso” (Is 60,22).

Encontro Nacional dos Presbíteros Foto: CNBB

Padre Iseldo é o novo coordenador do COMIDI Foto: COMIDI

O Conselho Missionário Diocesano (COMIDI) da Arquidiocese tem novo coordenador. É o pároco da Paróquia Nossa Senhora de Azambuja e reitor do Santuário em Brusque, Pe. Iseldo Scherer, que assumiu no

início do ano. O sacerdote iniciou o trabalho no COMIDI, a partir da saída de Pe. Josemar Silva, que foi para a missão no Amapá, em março. Padre Iseldo esteve em missão por cinco anos em Oliveira dos Brejinhos, na Diocese de Barra (Bahia). Para o COMIDI é uma alegria Pe. Iseldo ter aceitado e se disponibilizado para fazer a caminhada missionária. O Conselho Missionário Diocesano é composto por integrantes das diversas pastorais, grupos e movimentos, e representantes da maioria das foranias.

Padres do Regional Sul 4 que participaram do evento

O 17º Encontro Nacional dos Presbíteros aconteceu no Santuário Nacional de Aparecida nos dias 26 de abril a 02 de maio. Estavam presentes 501 padres de todo o Brasil. Os presbíteros delegados pela nossa Arquidiocese foram: Pe. Siro Manoel de Oliveira, Pe. Revelino Seidler e Pe. Alcides Albony Amaral. O tema do encontro foi: “Presbítero: Discípulo do Senhor e Pastor do Rebanho”, e o lema: “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho, pois o Espírito

Santo vos constituiu como guardiães” (At 20,28). Foram sete dias de convivência fraterna, momentos de partilha e profunda espiritualidade onde o O assessor do encontro, Pe. Paulo Sérgio Carrara, de Belo Horizonte, refletiu sobre a identidade e espiritualidade do presbítero, e cuidado do rebanho. O último dia foi conduzido pelo Cardeal Dom Cláudio Hummes, que falou sobre a identidade a partir do modelo de Pedro e Paulo.


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#compartilha

Arquidiocese se prepara para a 30ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral Foto: Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Florianópolis

-base para o estudo nas 71 paróquias, o que aconteceu durante o mês de maio. Nessa etapa se reuniram as pessoas que atuam na preparação, celebração e acompanhamento dos fiéis, na celebração dos sacramentos e no conselho Última assembleia ocorreu em 2016, também no CEAR paroquial de pastoral A revisão das orientações pastorais para os (CPP), para estudar os textos revisados das oriensacramentos será o tema principal da 30ª Assemtações pastorais para os sacramentos. bleia Arquidiocesana de Pastoral, que se realizaApós o estudo, as paróquias poderão aprerá no dia 28 de julho, no Centro de Evangelização sentar sugestões de acordo com o formulário Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Raencaminhado pela coordenação de pastoral indimos. cando o número e o tipo de alteração (substituir, O processo de preparação da assembleia se acrescentar ou suprimir). As informações serão iniciou em abril, com o encaminhamento do texto encaminhadas para análise e elaboração da sín-

Inscrições abertas para o Curso de pós-graduação em Gestão Pública Estão abertas as inscrições para o Curso de pós-graduação em Gestão Pública da Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC). O objetivo é capacitar agentes políticos, servidores públicos, lideranças sociais e comunitárias para a gestão pública, numa perspectiva multidisciplinar e interdisciplinar, para atuarem como agentes multiplicadores do conhecimento e de novas práticas administrativas. O curso é presencial, com carga-horária de 420 horas-atividade e acontecerá no último final de semana de cada mês: às sextas-feiras, das 18h30 às 22h, e aos sábados, das 09h às 18h. Início das aulas: 24 de agosto de 2018. A taxa de inscrição é de R$ 100,00 e pode ser feita pelo site: www.facasc.edu.br, até o dia 20 de julho.

Imagem: FACASC

4º Mutirão Arquidiocesano de Formação ocorre neste mês Foto: Mateus Peixer

No ano passado, o encontro recebeu mais de 400 participantes

Ocorre no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos, nos dias 23 e 24 de junho, o IV Mutirão Arquidiocesano de Formação de Lideranças. A proposta do encontro deste ano é promover a formação dos cristãos leigos sobre duas urgências na ação evangelizadora: “Igreja em estado permanente de missão” e “Igreja lugar de animação bíblica da vida e da pastoral”. Cada paróquia é convidada a enviar no mínimo dez representantes. O mutirão é aberto para todas as pessoas. São oferecidas três modalidades de inscrição, nos valores de R$ 50, R$ 100 e R$ 140, que variam conforme os serviços de alimentação e hospedagem solicitados. Os assessores serão o Pe. Luís Mosconi, assessor do Regional Norte 2 e das Santas Missões Populares, e o professor Celso Loraschi, da FACASC. A ficha de inscrição preenchida deve ser enviada até o dia 10 de junho para a coordenação de pastoral pelo e-mail: pastoral@arquifln.org.br.

tese nos conselhos de pastoral das 13 foranias, neste mês de junho. Por fim, em julho, ocorre a reelaboração dos textos e apresentação na assembleia arquidiocesana de pastoral, no dia 28. De acordo com o artigo 1º do Regimento, “a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral é a instância máxima da Arquidiocese de Florianópolis, no tocante à ação pastoral, respeitada a autoridade eclesiástica”. A convocação para a Assembleia será feita pelo Arcebispo ao menos 30 dias antes da data marcada, indicando a programação e a metodologia de trabalho da mesma. Desde já contamos com a oração de todos os fiéis e das comunidades da Arquidiocese para o bom andamento dos trabalhos e a realização da 30ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral. Por Pe. Revelino Seidler Coordenador Arquidiocesano de Pastoral

Arcebispo faz visita pastoral em duas paróquias em junho A Paróquia Sagrado Coração de Jesus, nos Ingleses, em Florianópolis, recebe a visita pastoral de Dom Wilson Tadeu Jönck, entre os dias 15 a 27 deste mês. E a partir do dia 29 de junho, ele estará na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Coqueiros, também na Capital. Nos Ingleses, os trabalhos começam com uma missa no dia 15, às 20h. E em Coqueiros, a celebração de abertura da visita será às 19h do dia 29. Nestas visitas, o arcebispo acompanha de perto as ações pastorais paroquiais, participa de reuniões com as lideranças e leigos das comunidades, preside missas, além de outras atividades. Cronograma das próximas visitas pastorais: Paróquia Santíssima Trindade, Florianópolis, a partir de 03 de agosto. Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Angelina, a partir do dia 31 de agosto.


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nossa fé

Tentações da missão dos leigos

A unidade da família humana

Padre Vitor Galdino Feller

Fernando Anísio Batista

Não é fácil para os leigos estarem presentes e serem atuantes no mundo. As tentações são frequentes. “O mundo influencia a Igreja, oferece-lhe tentações, impõe modelos de vida, a ponto de mundanizá-la. Daí a contínua necessidade de renovação e conversão” (CNBB, Doc. 105, n. 81). Para enfrentar as tentações do mundo, é preciso muito discernimento, dom do Espírito Santo que ajuda a separar as coisas boas das más, o trigo do joio. Discernimentos Os cristãos leigos estão no mundo. Mas não são do mundo (Jo 17,15-16). Porque o mundo é criatura de Deus, há nele muita coisa boa. Porque no mundo está presente o pecado humano, há nele muita coisa má. É preciso, portanto, distinguir entre umas e outras, para ficar com o que é bom (1 Ts 5,21).

Portanto, pluralidade sim, relativismo não. Secularidade e laicidade sim, secularismo e laicismo não. Benefícios da tecnologia sim, dependência viciada dos aparelhos eletrônicos não. Uso das redes sociais sim, isolamento nas comunicações virtuais não. Uso do dinheiro para a compra dos bens necessários sim, endeusamento e idolatria do dinheiro não.

ta gnóstica considera que a salvação vem pelo conhecimento, que só uma elite esclarecida tem a verdade. A proposta pelagiana ensina que o ser humano tudo pode e tudo faz sem a graça de Deus. O funcionalismo consiste em ser apenas um burocrata da ação eclesial, sem conversão e sem santidade.

Tentações na missão

Para que os cristãos leigos sejam realmente missionários e descubram a importância de sua presença e ação no mundo, faz-se necessária uma mudança de mentalidade e de estruturas eclesiais. Trata-se de ver a Igreja como comunidade missionária, que sai de si e vai ao encontro das periferias existenciais e geográficas, comunidade de discípulos que seguem o Mestre de Nazaré e fazem acontecer no mundo o Reino de Deus.

O Papa Francisco aponta diversas tentações na missão dos cristãos no mundo de hoje. A ideologização da mensagem evangélica usa o Evangelho e a Igreja em favor de partidos e ideias e ideologias políticas. O reducionismo socializante reduz a Palavra e a fé às questões sociais. A ideologização psicológica reduz tudo a um psicologismo autorreferencial fechado no intimismo sem transcendência. A proposEncontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

Mudança de estrutura

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No relato da criação, no se identifica com o forasteilivro do Gênesis, o ser hu- ro acolhido ou rejeitado de mano não foi criado isolado, cada época” (Mt 25,35-43). mas no seio de um contexto, Neste sentido, o Papa suno qual são assegurados a gere que a atuação da Igreja liberdade (o jardim), a dispo- e da sociedade com os iminibilidade de alimentos (as grantes seja articulada em árvores do jardim), o traba- torno de quatro verbos: acolho (o mandato para cultivar) lher, proteger, promover e e, sobretudo, a comunidade integrar. (o dom de um colaborador A acolhida ao imigrante semelhante a ele). como membro da Considerar as família constitui condições exisum dos maiores tentes na criação desafios da socieleva ao questiona- “A família sempre dade atual. Para mento latente das deve ser um lugar acolher é necescircunstâncias ex- de conforto, segu- sário abrir o cotremas a que são rança, comunhão ração e as portas expostas muitas das cidades, cae partilha” pessoas, obrigasas, instituições e das a deixar suas oferecer, antes de terras, lares e fatudo, uma entrada mílias, em busca de um novo digna e segura, sem preconlugar para viver. ceitos e gestos de intolerânO gesto de reconhecer no cia. outro o próprio Cristo é atituA família sempre deve ser de fundamental para quem um lugar de conforto, seguvive sua fé de forma autênti- rança, comunhão e partilha. ca. Diz o Papa Francisco que É nesta acolhida que se iden“cada forasteiro que bate à tifica que todos são filhos e nossa porta é ocasião de en- filhas do mesmo Pai, somos contro com Jesus Cristo, que criaturas do mesmo Criador.


SEMPRE É TEMPO DE COLHER Santa Catarina, um estado de braços abertos

Europeus começaram a chegar no século XVII para ocupar o litoral de Santa Catarina. Os primeiros vieram do Cabo de São Vicente, em Portugal, para povoar as duas ilhas onde hoje se situam Florianópolis e São Francisco do Sul. Só depois vieram os portugueses dos Açores e da Madeira, consolidando uma caracterização regional histórico-político-cultural que se faz sentir até hoje. Já a parte central do Estado, região que era chamada de ‘’caminhos de gado’’, começou a ser colonizada pelos paulistas, no mesmo século. A partir de então, o planalto catarinense começou a ganhar povoados, onde estão atualmente Lages, São Joaquim e Mafra. A partir do século XIX, ocorre um novo movimento de imigração constituído por alemães e italianos. A primeira colônia alemã em Santa Catarina começou em São Pedro de Alcântara, no ano de 1829. Os colonos italianos chegaram entre 1836 e 1875, ficando próximos às colônias alemãs e, mais para o interior destas, seguindo o vale dos maiores rios que buscam o Atlântico, dando origem a São João Batista, Nova Trento, Rodeio, Ascurra, Criciúma, Nova Veneza, e outras. Já a quarta corrente imigratória importante a povoar Santa Catarina foram os poloneses. A colonização ocorreu no final da década de 60 do mesmo século. Além disso, nesse período houve um fluxo interno de imigrantes de segunda geração, em direção ao oeste catarinense. A imigração em Santa Catarina parou por aí? Como é nos dias atuais? Quem são os novos imigrantes? Caro leitor, confira as respostas para estas perguntas nos próximos parágrafos.

Foto: Divulgação

Imigrantes italianos no final da século XIX

Foto: Mateus Peixer

RECEPÇÃO NA PRÁTICA A cada ano que passa Santa Catarina recebe mais imigrantes, a maioria de países mais carentes como Haiti, Venezuela e República Dominicana. Por mais que seja uma cidade turística que recebe muitos estrangeiros, Florianópolis e as demais cidades do Estado não estão preparadas para receber estas pessoas. Mas a culpa não é somente do governo, há também uma falta de interesse da sociedade em acolher os novos moradores. Há quem diga que não é possível proporcionar uma acolhida digna aos imigrantes. Será que isso é verdade ou há uma falta de interesse por parte do poder público? Após dois anos de muita luta, entraves jurídicos, falta de respostas no repasse das verbas do Estado, o único Centro de Referência de Atendimento ao Imigrante (CRAI) de Santa Catarina foi inaugurado no início de fevereiro deste ano, graças aos esforços da Ação Social Arquidiocesana (ASA), entidade que também administra o CRAI. Só em março, o Centro de Referência recebeu 390 imigrantes. As nacionalidades mais atendidas foram imigrantes do Haiti (336), Venezuela (oito), República Dominicana (seis), Uruguai (seis), Argentina (cinco) e Cuba (quatro). “A maioria vem em busca de trabalho, confecção de currículo, orientação de reunião familiar, registro na Polícia Federal e consulta de processos e documentos”, esclarece o técnico em projetos da ASA e coordenador do CRAI, Luciano Leite. Além da ajuda da ASA, o CRAI conta com a orientação espiritual do coordenador da Pastoral do Migrante, Pe. Sérgio Olivo Geremia, CS, 74 anos. Ele ressalta que o trabalho dele é escutar as pessoas: “O simples fato de falar ‘bonjour’ (bom dia), ‘comment ça va?’ (como vai você?), duas palavras em francês, você já conquista o imigrante, em especial o haitiano”. O CRAI tem a missão de promover e integrar o imigrante. A promoção dá a eles a oportunidade de legalizar o estado civil, o visto, o passaporte e outros documentos, e de encaminhar currículos. Já a integração ocorre por meio da assistência social, que auxilia na procura de vagas nas escolas, exames médicos e demais necessidades.

O CRAI recebeu mais de 600 imigrantes em maio

Foto: Mateus Peixer

A assistente adminsitrativa, Jamila Rissardo (e), e a extensionista, Isabella Nickel (d) atendem imigrantes

Foto: Mateus Peixer

DIFICULDADES São muitos os obstáculos, entre eles está a falta de casas de acolhida para os imigrantes recém chegados. Mesmo com uma agente destinada para o encaminhamento de currículos para as empresas, o CRAI tem dificuldades de encontrar emprego para os estrangeiros. “Por ser uma cidade turística, eles chegam em Florianópolis iludidos, pensando que a cidade tem oferta de trabalho em abundância, mas não há”, explica o orientador espiritual. Padre Sérgio também conta que o CRAI está fazendo uma campanha de alimentos para ajudar 75 famílias necessitadas e que toda ajuda vinda de paróquias das cidades São José e Florianópolis, já não são mais o suficiente. “Precisamos de doações, pois têm muitas famílias com crianças sem o que comer”, explica o coordenador da Pastoral do Migrante.

Padre Sérgio (e) e Jean Samuel


Foto: Arquivo pessoal

EXEMPLO DE SUPERAÇÃO Por falar em dificuldade, quem passou por muitos desafios foi o assistente administrativo do CRAI, Jean Samuel Rosier, 34 anos. Ele é o único funcionário imigrante da instituição; nasceu em Cavaillon, no Haiti, e mora em Florianópolis há sete anos. Jean conta que quando era mais jovem tinha o sonho de estudar no exterior para ter uma formação de qualidade, assim, poderia voltar para ajudar seu país. Mas no Haiti, para fazer toda a faculdade fora, é preciso ter no máximo 21 anos. Então ele começou a fazer faculdade de economia na sua cidade, pois já não tinha idade suficiente. “Mesmo estudando, continuei procurando bolsas de estudo no exterior. Depois do terremoto, apareceram várias oportunidades, uma delas era o Brasil”, explica Samuel. Naquele momento, o jovem decidiu se inscrever para um programa de intercâmbio de 18 de meses na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.

Jean Samuel (d) na sua formatura de graduação com o pai, Jean Chavannes, em 2015

ADAPTAÇÃO E SAUDADE

Foto: Arquivo pessoal

Em agosto de 2010, Jean chega em Florianópolis e novos desafios começaram a aparecer. “No início tive muita dificuldade de me adaptar. Quando cheguei estava muito frio e vim sem roupa para enfrentar o clima, porque não tinha muito acesso à internet para ter informações do Brasil”, comenta. Além da chegada, a saudade e a solidão nos primeiros meses foram um fator complicado para o jovem. “Eu me lembro que no primeiro Natal estava chovendo e passei dentro de um quarto chorando, lembrando-me dos momentos com a minha família e eu aqui sem ninguém”, recorda Jean.

HAITI EM PRIMEIRO LUGAR As barreiras culturais e climatológicas não desanimaram o então graduando de economia. Durante a bolsa de estudos, ele e seus colegas haitianos perceberam que 18 meses no Brasil seria muito pouco. Então decidiram continuar no Brasil e começar a fazer o mestrado na UFSC. Nesse período, os colegas de turma começaram a desenvolver um projeto em parceria com a universidade, para montar uma faculdade no Haiti, com um corpo docente de haitianos que concluíram o mestrado no Brasil e em outros países. A nova instituição de ensino seria voltada aos cursos no campo da sustentabilidade e saúde, setores que necessitam de mais atenção no Haiti. Porém, o projeto não seguiu adiante devido à mudança de reitoria na universidade e à troca de governo no Brasil. “A faculdade ajudaria a diminuir os 95% dos profissionais graduados haitianos que estão fora do país e não voltam para o Haiti”, explica o mestre em economia.

Dona Yvenie Fanfan com o filho o Jean, em 2014, no Haiti

Foto: Arquivo pessoal

REFERÊNCIA PARA OUTROS Jean terminou o mestrado em 2015, mas mesmo com o diploma, passou meses desempregado e teve outros empregos para tentar se manter. Hoje, como assistente administrativo do CRAI, ele acredita que tem um papel muito importante. São muitos os haitianos que passam diariamente na entidade e veem Jean como uma referência. Ele conta que caminhou muito para entregar currículo em busca de trabalho. Muitos chegam no centro de referência cansados de procurar emprego, mas Jean os encoraja para perseverarem. “Quando consigo tirar um sorriso deles, fico muito feliz. Vejo que a minha função aqui no CRAI é mais que um emprego, é uma missão”, ressalta Jean.

QUASE BRASILEIRO O mestre em economia começa a firmar raízes na capital do estado. Atualmente, ele é noivo da catarinense, Flávia Santos. Juntos há mais de dois anos, eles pretendem casar-se em setembro deste ano. Jean explica que após o casamento, ele será cidadão brasileiro e fará concursos, mas não deixa em segundo plano o sonho inicial de voltar e ajudar o Haiti. “Nunca se sabe o que pode acontecer, se me chamarem para ser ministro ou embaixador do Haiti, eu vou. Me formei para ajudar o meu país e tenho o apoio da minha noiva”, assegura o assistente administrativo.

Flávia Santos com o noivo Jean

PAPA FRANCISCO Essa foi apenas uma história, dentre tantos imigrantes. Como um dia os antepassados foram acolhidos nestas terras, que hoje todos possam acolher e respeitar os estrangeiros que escolhem Santa Catarina para viver. Assim diz o Papa Francisco: “Insisto mais uma vez na necessidade de favorecer em todos os sentidos a cultura do encontro, multiplicando as oportunidades de intercâmbio cultural, documentando e difundindo as ‘boas práticas’ de integração e desenvolvendo programas que prepararam as comunidades locais para os processos de integração”.


Jornal da Arquidiocese, Junho de 2018

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bíblia Lectio Divina

São Pedro Apóstolo

Padre Wellington Cristiano da Silva -lo. Jesus aproveita a oportunidade da chegada de sua família para propor o seu ideal de família à luz do Reino de Deus. Aqueles e aquelas que fazem a vontade do Pai são membros legítimos desta nova família, não mais assinalada pelo sangue, mas pelos laços da fé e do discipulado.

Oratio (oração)

Seu nome familiar era Simeão ou Simão, o mesmo nome de um dos doze filhos de Jacó, com Lia (Gn 35,23). Recebe de Jesus a vocação de ser pedra da Igreja (Mt 16,18). Passou então a ser chamado de Simão Pedro (Jo 21,3; At 10,18) ou de Cefas (Jo 1,42), que em aramaico significa “pedra/rocha”. Era filho de João/ Jonas (Jo 1,42; 21,15-17) e irmão do apóstolo André. Nascido em Betsaida, ao norte da Galileia, morava em Cafarnaum, às margens do mar da Galileia, perto de uma sinagoga. Era casado (Mt 8,14-15; Mc 1,29-31; Lc 4,38-39), pois tinha sogra. Mas nada sabemos de sua esposa e de possíveis filhos. Exercia a profissão de pescador, no lago de Genesaré, também chamado de mar da Galiléia. Tinha como sócios Tiago e João, filhos de Zebedeu (Lc 5,1-11). Quanto ao chamado foi um dos quatro primeiros apóstolos a seguir Jesus. Em Jo 1,40-42 foi André, seu irmão, que o conduziu a Jesus que o chamou. Em Lc 5,1-11 foi Jesus que o chamou pessoalmente enquanto trabalhava. Pedro ocupa um lugar especial nos Evangelhos. É o apóstolo mais citado nas conversas com Jesus, fa-

zendo perguntas, declarando a fé, afirmando compromissos, assumindo a lideranças dos colegas de discipulado. Segundo os Atos dos Apóstolos é ao redor dele que se constitui a comunidade de Jerusalém. Ali ele prega o Evangelho, realiza milagres, anima a comunidade perseguida, enfrenta os chefes religiosos judeus na defesa da fé em Jesus como Salvador. Dali ele sai em missão para outras cidades da Judeia e para a Samaria. A tradição afirma que Pedro, após alguns anos de apostolado em diversas cidades na Palestina, teria ido a Roma. Ali teria fundado uma comunidade cristã, ali morreu martirizado no alto de uma colina chamada Vaticano, onde hoje se encontra a Basílica São Pedro, construída sobre os restos mortais desse grande apóstolo de Cristo. Fundamentada na declaração de Jesus – “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” (Mt 16,18) –, a Igreja Católica Romana considera Pedro o primeiro papa. A festa litúrgica em honra a São Pedro é celebrada em 29 de junho, juntamente com São Paulo. Por Pe. José Rufino Filho Pároco da Paróquia São Pedro Apósto, Itajaí

Lectio (leitura) “E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, Jesus disse: ‘Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe’” (Mc 3,34-35).

Meditatio (meditação) Voltando para casa em Cafarnaum, Jesus se reúne com seus discípulos. A multidão quer ouvir Jesus, sua palavra de vida e salvação. Os gestos e as palavras de Jesus transformam as vidas das pessoas, principalmente dos mais pequeninos, os pobres e excluídos. Todavia, não faltam os que se colocam como adversários de sua ação e pregação. São as resistências deste mundo, que tendem a satanizar e atribuir ao mal aquilo que é obra divina. São insensíveis aos sinais de Deus. A família de Jesus, sua mãe e seus parentes mais próximos, ao saberem que Jesus estava sendo ameaçado pelas autoridades de seu tempo por causa de seu novo ensinamento, saíram para detê-lo. A intenção da família é protegê

“Felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11,28). Dai-me, Senhor, a graça de ouvir e praticar a vossa Palavra, de tornar-me membro de vossa família.

Contemplatio (contemplação) Segundo Santo Agostinho, todo cristão que busca imitar Maria, mãe de Jesus, torna-se mãe de Cristo. Como Maria contemplemos a Palavra de Deus em nosso coração para gerarmos o Cristo em nós e no mundo.

Missio (missão) É preciso entrar na casa, na intimidade do Senhor, no seio de sua comunidade, para fazermos parte da família de Cristo, que nasce da escuta atenta da Palavra. Cumprir a vontade de Deus não é uma tarefa fácil. Por isso, necessitamos constantemente do auxílio do Espírito Santo que age em nossos corações. Nossa missão é levar para dentro desta casa-família muitos que se encontram fora, desanimados, sem rumo e sem esperança. A Igreja-casa-família é espaço de acolhida e de encontro para todos. Como membros do Corpo de Cristo, estejamos prontos a acolher, com portas abertas, todos os que buscam entrar no lar do Senhor.

Conhecendo o livro dos Salmos Padre Gilson Meurer

Salmo 150: “O Aleluia final do saltério” O último salmo do saltério é uma lírica solene, onde o “Aleluia”, que abre e fecha o salmo, e o livro, é acompanhado de instrumentos musicais, e ecoa através de 10 convites a louvar (lit. “aleluiar”) o Senhor. Com efeito, a palavra “salmo, saltério” vem do grego psaltérion, um instrumento musical de cordas. O salmista situa o Senhor na terra (“templo”) e no céu (“poderoso firmamento”), e recorda seus feitos grandiosos (lit. “obras fortes”), isto é, seus atos de salvação e libertação. Então se acionam os instrumentos da orquestra do Templo, de cordas (harpa, cítara, cordas em geral), de sopro (trombeta, flauta) e de percussão (tamborim, címbalos), bem como a dança ritual, para harmonizarem-se com toda a criação. Por fim, os seres humanos se tornam o instrumento mais nobre de louvor ao

Senhor (o termo hebraico utilizado para “respiro”, neshamah, é apenas empregado para Deus ou ser humano: Jó 33,4; 2Sm 22,16; Sl 18,10). Ou seja, enquanto vivemos, temos o “respiro de vida” dado por Deus (Gn 2,7), louvemos o Senhor. O canto desse salmo manifesta a liturgia festiva de judeus e cristãos. Os músicos não são concertistas, mas são ministros do culto. A liturgia, como prova o salmo, não deve ser muda ou monótona. O documento Sacrosanctum Concilium (n. 112) afirma a proeminência da música sacra entre as formas de arte e necessária à liturgia, pois exprime suavemente a oração, cria unidade na assembleia e dá solenidade aos ritos sagrados. Enquanto o primeiro salmo convida o fiel a sapientemente escolher a via do bem, meditando a Palavra do Senhor (Sl 1,2), motivando-o a adentrar

no livro dos salmos e fazer seu cada hino, cada oração de louvor, de súplica, de lamentação, e de pedido; o último salmo ensina que tudo culmina no louvor, expressão de gratidão e confiança do orante na bondade de Deus, e que a oração acompanha toda a nossa vida, instruindo o fiel a não fechar o livro dos salmos após recitá-lo uma vez, mas a continuamente retomá-lo em suas preces. Leia o salmo e reflita: 1) O que nos ensina o último salmo do saltério? 2) Quais instrumentos compunham a orquestra do Templo?

Você também pode conferir este e todos os outros salmos no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


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Jornal da Arquidiocese, Junho de 2018

evangelização

Processo Matrimonial e Penal Canônico é tema de Simpósio na Arquidiocese Manuel Jesús Arroba Conde, consultor do Vaticano para esta área”, destacou Dom Wilson Jönck. O conferencista, prof. Dr. Pe. Manuel Jesús Arroba Conde, CMF, missionário claretiano, é o Presidente do Institutum Utriusque Iuris da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma. Como processualista, é um dos mais renomados canonistas da Igreja. Padre Manuel foi noEvento recebeu mais de 100 participantes meado, pelo Papa Francisco, Clérigos, religiosos e leigos de todo país parti- como membro das Assembleias do Sínodo ciparam, no mês de maio, do II Simpósio Canônico dos Bispos, que se ocupou dos desafios pastodo Instituto Superior de Direito Canônico Santa Ca- rais da família. tarina (ISDCSC), na Federação das Indústrias do “No âmbito do processo matrimonial, o mais Estado de Santa Catarina (FIESC), em Florianópo- importante é multiplicar este serviço, com boas lis. Promovido pelo ISDCSC, desenvolveu o tema: informações. Antes de começar as causas é pre“Questões seletas de Direito Matrimonial e Penal ciso ajudar os casais em dificuldade, acolhendo Canônico”. O encontro contou com a presença do -os e orientando-os. É um processo para compropresidente da FIESC, Glauco José Côrte. var circunstâncias dolorosas, mas que podem ter Na abertura, o Arcebispo disse “que o evento uma solução”, explicou Pe. Arroba Conde. será uma grande contribuição para todos que esEntre os mais de 100 participantes estava o tão aqui terem uma reflexão de alguém que está vigário da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, de profundamente inserido neste tema, que é o Pe. Tubarão, Pe. Rafael Uliano, 32. “Dá gosto partiFoto: Everton Marcelino

cipar de momentos como esse, o que contribui muito para o trabalho pastoral e jurídico em nossas dioceses”, elogiou Pe. Rafael. No segundo dia do Simpósio foi lançada a revista científica do ISDCSC, “Scientia Canonica”, que terá edição semestral, com o conteúdo disponível também no site do Instituto. Para o Pe. Dr. Tarcísio Pedro Vieira, Diretor do ISDCSC, a segunda edição do simpósio “alcançou os seus objetivos e permitiu uma reflexão aprofundada sobre os temas mais relevantes de direito processual matrimonial e penal. Certamente, a presença do Pe. Manuel J. Arroba Conde foi uma grande graça não só para o evento, mas para a Igreja no Brasil”. Foto: Everton Marcelino

Padre Manuel (c) foi o conferencista do simpósio

Irmã Teresa: enviada em missão à Igreja na Amazônia cese de Ji-Paraná, Estado de Rondônia. Natural de Itajaí, Irmã Teresa completou, em fevereiro deste ano, 50 anos de vida religiosa consagrada, na congregação fundada por Santa Paulina, em Nova Trento. Irmã Teresa e Dom Wilson Ela fez muitos cursos de Bíblia e se considera uma autodidata, pois estuda as Sagradas Escrituras desde 1980. Na Arquidiocese, a religiosa trabalhou com a catequese, na coordenação arquidiocesaFoto: Erlon Costa

No dia 10 de maio, Irmã Teresa Nascimento, 71, da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, embarcou para uma nova missão, no município de Jaru, que pertence à Dio-

na da pastoral, ajudou voluntariamente na elaboração de material e formação dos animadores dos GBF, dedicou-se à formação de lideranças nas paróquias e, na FACASC, coordenou o Programa de Extensão Comunitária. Em nível nacional, atuou na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), participou da equipe do Governo Geral da Congregação e trabalhou na TV Século 21. Mensagem aos arquidiocesanos “Desejo que a Arquidiocese continue crescendo na dimensão missionária. Admiro muito o fato de que a diocese tenha grupos que vão em missão à Bahia, esteja presente no

Amapá onde estão os Padres Jacob Archer e Josemar Silva, e tenha o Pe. Lúcio Espíndola, na África. Realizamse missões nas paróquias, acho lindo esse espírito missionário”. Os trabalhos que vai desenvolver A Paróquia São João Batista, em Jaru, tem 116 comunidades, sendo 13 na cidade e as demais no meio rural. Irmã Teresa vai ajudar na animação dos grupos de reflexão (aqui, Grupos Bíblicos em Família – GBF); colaborar na formação dos leigos, dos animadores dos Grupos de Reflexão, dos catequistas, além de outras atividades.


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evangelização

Arquidiocese tem instrutores para o Planejamento Familiar Natural Agentes de pastoral refletiram sobre o Método Billings Foto: Pastoral Familiar

Participantes da formação

“Para um casal que se ama verdadeiramente, exercitar a sexualidade e a paternidade responsável é prazeroso e faz viver concretamente o plano de Deus”, comentam Denise e Luís Inocente, casados há 28 anos e usuários do Método de Ovulação Billings desde o terceiro mês do matrimônio. “É uma graça que vivenciamos em profundidade e fomos presenteados por Deus com duas filhas”, afirma o casal. Para Denise e Luís, uma das maiores

Caridade Social

causas para a não utilização do método é o preconceito pelo desconhecimento. Segundo eles, “muitos acham que não funciona. Porém, nossa experiência mostra que os benefícios deste método são enormes, principalmente para a saúde da mulher e a vida conjugal em sua espiritualidade cristã”. Com o objetivo de ampliar o grau de conhecimento deste método de Planejamento Familiar Natural, após a realização do curso de Formação de Instru-

tores do Método de Ovulação Billings, ocorrido nos dias 21 e 22 de abril, o Setor Pós-Matrimonial da Pastoral Familiar da Arquidiocese coloca oficialmente mais este serviço à disposição de todas as foranias e paróquias: a orientação e acompanhamento para uso do Método Billings. “Os instrutores já estão capacitados e nos primeiros seis meses de atuação contarão com supervisão do Centro de Formação Famílias Novas, da Canção Nova (SP)”, explicou o casal coordenador do Setor Pós-Matrimonial, Ana e Marlon Derosa. Desta forma, os casais que desejarem conhecer e adotar o método poderão entrar em contato pelo e-mail metodobillingsflorianopolis@gmail.com. Nesta etapa foram capacitados instrutores que formarão núcleos de apoio em Itajaí, Itapema, Nova Trento, Florianópolis, São José, Palhoça e Anitápolis. Porém, o atendimento e acompanhamento aos casais contempla todas as cidades

da Arquidiocese, e pode também ser feito à distância (por Skype), quando necessário. Encontros Personalizados A Pastoral Familiar Arquidiocesana conta também com uma equipe no Setor Pré-Matrimonial, com a responsabilidade de prosseguir a implantação dos Encontros Personalizados de Preparação para a Vida Matrimonial (EPVM), uma verdadeira catequese para noivos, com dez encontros ao longo de dois a três meses. Sob a coordenação de Arlete e Evaldo Viana, da Paróquia São Virgílio (Nova Trento), o setor pretende ajudar todas as paróquias a implantar o novo método de preparação matrimonial, anseio do Papa Francisco, que pede urgência na implantação de uma catequese renovada para os noivos. Por Sarita e Mário Prisco Coordenação Arquidiocesana da Pastoral Familiar

A assistência social no carisma da Congregação de Santa Paulina Foto: Comunicação Santa Paulina

Irmãs em missão no Moçambique

O início do legado da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição (CIIC) foi marcado pelo cuidado de Santa Paulina com os doentes e necessitados e, mais tarde, com ex-escravos, idosos e crianças órfãs. Hoje, o sonho da primeira santa do Brasil continua a pulsar nas veias, no coração e na missão das Irmãzinhas. A CIIC tem atuação direta com a

população em situação de vulnerabilidade social e pessoal, nas políticas públicas, especificamente na área da assistência social, desenvolvendo proteção social básica e especial de alta complexidade. O Santuário Santa Paulina, localizado em Nova Trento, é o principal centro de intermediação entre devotos e a congregação no Estado de

Santa Catarina. O santuário promove ações sociais como: campanhas de arrecadação de donativos para instituições da região de Nova Trento como Desafio Jovem, Casa Bethânia, APAE Nova Trento e Secretaria de Bem-Estar Social do município. Também promove bazares beneficentes para apoio da missão na África e América Central. Além de assistência às famílias carentes de Nova Trento. Um repasse é realizado mensalmente para a CIIC, para auxílio nos projetos sociais, entre os quais se encontra a Casa de Acolhimento Santa Paulina, localizada em Itajaí, que há quatro anos trabalha no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. A equipe técnica da casa busca promover o resgate da dignidade e a construção de uma nova história de vida. Para a irmãzinha e

psicóloga do projeto, Ir. Maria Salete Leite, 63, “é um projeto apaixonante e as doações são fundamentais para manter e promover a assistência necessária às mulheres”. Por Guilherme Henrique Comunicação Santuário Santa Paulina Foto: Comunicação Santa Paulina

Casa de Acolhimento Santa Paulina, em Itajaí


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especial Monsenhor Agostinho Monsenhor Agostinho, 66 anos de doação no ministério presbiteral Exemplo de perseverança e amor à Igreja Foto: ALESC

Em 2010, Mons. Agostinho (e) foi homenageado pela ALESC na sessão dos 40 anos do Movimento de

Foi com imenso pesar que na manhã do domingo de Pentecostes, 20 de maio, a Arquidiocese de Florianópolis recebeu a notícia do falecimento do Monsenhor Agostinho Staehelin, aos 93 anos de idade. Ele foi sepultado em São Pedro de Alcântara. Natural de São Pedro de Alcântara, Monsenhor Agostinho nasceu no dia 09 de setembro de 1924. Foi ordenado presbítero em 25 de novembro de 1952. “Ele exerceu com zelo, dedicação e doação seu ministério sacerdotal em nossa Arquidiocese, durante 66 anos. Rendemos nossa gratidão à Trindade Santa, pela vida e ministério do Monsenhor”, disse o Arcebispo Dom Wilson Jönck. Entre os diversos trabalhos, o sacerdote serviu a Deus e à Igreja, sendo presença viva do Cristo Sacerdote, Profeta e Pastor, como Capelão do Hospital de Caridade, Coordenador da Associação Mensageiros do Evangelho (AME) e responsável pela missa na TV, durante 29 anos. Também foi reitor do Seminário Propedêutico, diretor espiritual do Conselho Nacional do Movimento de Irmãos, e pároco, vigário ou coadjutor, em diversas Paróquias: Catedral Metropolitana (Florianópolis), São

João Batista (Itajaí), Nossa Senhora de Fátima e Santa Teresinha do Menino Jesus (Estreito – Florianópolis), São Judas Tadeu (São José), Sagrados Corações (Barreiros – São José), Santa Cruz (Barreiros – São José) e São Pedro de Alcântara. Boa parte da vida do Monsenhor foi dedicada ao Movimento de Irmãos (MI). Ele, como pároco da Paróquia São João Batista, em Itajaí, juntamente com o então Pe. Luiz Bertotti (in memoriam), implantaram o Movimento de Irmãos no Estado, com a realização do primeiro Encontro de Neos, em Nova Trento, no ano de 1975. Hoje, o MI está presente e atuante em cinco, das dez dioceses catarinenses. Nas palavras do casal Conselheiro Nato, do Conselho Nacional do MI, Celina e Ozildo Prazeres, a justa homenagem a este servo de Deus. “Suas palavras e reflexões sempre foram emocionantes. Monsenhor Agostinho, um belo exemplo de perseverança e amor ao Movimento de Irmãos e à Igreja, que deve ser seguido. Obrigada, Monsenhor! Obrigado, Santíssima Trindade, pela graça de viver e conviver por muitos anos com o Monsenhor! Descanse em paz, Shalom!”

Cronograma de junho 02/06 | Ordenação presbiteral – Diác. Jair Pereira | Ingleses 08/06 | Solenidade do Sagrado Coração de Jesus 08/06 | Jornada de Oração pela Santificação pelo Clero | Paróquias 09/06 | Encontro Canto Litúrgico e Pastoral | Biguaçu 09/06 | Reunião Comissão Forças Vivas | Santuário de Fátima 10/06 | Jornada Arquidiocesana da Juventude | Gov. Celso Ramos 12/06 | Reunião do Conselho Arq. de Pastoral | Biguaçu 14/06 | PPI – Dia de Combate à Violência contra a Pessoa Idosa | Paróquias 15 a 17/06 | Visita Pastoral de Dom Wilson | Ingleses 17/06 | Encontro Projeto de Vida | Propedêutico 19/06 | Dia do Migrante | Paróquias 23/06 | Ordenação presbiteral – Diác. Eduardo Senna | Campinas 22 a 24/06 | Retiro Diáconos e Esposas | Provincialado 23 e 24/06 | Mutirão Arquidiocesano de Formação | CEAR 29/06 a 01/07 | Visita Pastoral de Dom Wilson | Coqueiros 30/06 | Apostolado da Oração – Reunião arquidiocesana | Catedral

JAJ: o rosto da juventude arquidiocesana Imagem: Setor Juventude

O Setor Juventude da Arquidiocese promove no dia 10 de junho, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos, a sexta edição da Jornada Arquidiocesana da Juventude (JAJ). Com o tema “Não tenhais medo, Maria! Encontrastes graça junto a Deus!” (Lc 1,30), o encontro inicia às 9h. Durante o dia terá missa presidida pelo Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, adoração ao Santíssimo, confissões, corredor vocacional, oficinas. Além disso, os jovens vão meditar sobre o Sínodo dos Bispos deste ano e curtir o show do can-

tor católico, Diego Fernandes. A JAJ é o momento de expressão dos jovens da Arquidiocese junto com o arcebispo. São estimulados à viverem a santidade, seguindo os caminhos que a Igreja propõe, na busca pela felicidade plena. “A jornada mostra o protagonismo do jovem dentro da Igreja, por meio do louvor, conhecimento e vivência de cada um. Jovens unidos por uma mudança da sociedade a partir da vivência da fé”, ressalta o assessor eclesial do Setor Juventude, Pe. Ewerton Gerent. O evento é gratuito e serão vendidos alimentos no local. Convide os jovens de sua paróquia e participe!


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geral Festa de Santa Paulina: alegria e devoção

27º edição do evento em Nova Trento destaca o Ano do Laicato Foto: Comunicação Santa Paulina

Foto: Comunicação Santa Paulina

São esperados mais de 15 mil peregrinos no Santuário

As Irmãzinhas da Imaculada Conceição e os devotos de Santa Paulina espalhados pelo Brasil e pelo mundo estarão em festa no dia 09 de julho, data dos 76 anos de falecimento de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Desde a beatificação, em 1991, o Santuário Santa Paulina, em Nova Trento, organiza a Festa de Santa Paulina, que tem o objetivo de reunir em oração e ação de graças os devotos da primeira santa do Brasil. Nesta 27ª edição, o evento acontece no domingo, 08 de julho, e terá como tema “Santa Paulina, sal da terra e luz do mundo”, em comunhão com o Ano do Laicato e em continuidade às reflexões da Campanha da Fraternidade.

motivo de alegria: “sinto muita felicidade, espero que tudo ocorra como planejado”. O chefe de cozinha do Restaurante do Santuário, Valderi Cirino, disse que “a equipe do Restaurante do Santuário está ansiosa para o dia. Vamos preparar um cardápio completo e com um delicioso galeto. Esperamos que todos aproveitem”. Foto: Comunicação Santa Paulina

Foto: Comunicação Santa Paulina

Valderi

Maria Alvina

Para receber os mais de 15 mil devotos que são esperados, os colaboradores, os padres e as irmãzinhas do Santuário trabalham desde dezembro no planejamento do evento. Os últimos preparativos já acontecem. A sacristã do Santuário, Maria Alvina, 42, conta que fazer parte da equipe litúrgica no dia do evento é

A festa recebe devotos procedentes de diversos estados e até mesmo de outros países. Jussier Antonio, de Brejo Santo (CE), participa da festa desde 2014 e conta que todo o esforço é válido. “São mais de oito horas de voo e se fosse de ônibus viajaria aproximadamente três dias atravessando o Brasil para assistir as celebrações dedicadas à minha amada Santa Paulina. Amo participar e agradecer as graças alcançadas. Faço parte da Campanha Missionários com Santa Paulina e gosto de registrar os materiais da Festa do Santuário para nossa comunidade, onde Santa Paulina é padroeira. Realizamos a festa dela junto à comunidade em dezembro”

Jussier

A programação para o dia 08 de julho A festa começa com a alvorada festiva, às 05h do domingo. Às 06h acontece a primeira missa do dia, com transmissão pelas TVs Aparecida e Evangelizar. Os devotos e peregrinos participam, às 09h15, de uma procissão animada com saída da Capela Nossa Senhora de Lourdes até o Santuário, onde será celebrada a missa solene, às 09h45, presidida pelo Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, com transmissão televisiva pela Rede Século 21, que contará com o Programa Voz do Santuário, desde às 09h, com a cobertura da procissão e preparativos da celebração. No Centro Comercial do Santuário, haverá programação artística das 11h às 17h. O Restaurante do Santuário recebe devotos e peregrinos para o almoço festivo a partir das 11h. Ainda haverá missas às 12h, 14h e 16h. Preparação Entre os dias 29 de junho e 07 de julho será realizada a Novena de Santa Paulina durante as missas no Santuário. E na sexta-feira, 06 de julho, ocorre uma peregrinação noturna com saída da frente do Monumento da Casa Paterna, às 19h30. No site do Santuário é possível encontrar mais informações, a novena de Santa Paulina e todo o material do evento: www.santuariosantapaulina.org.br Colaboração Comunicação Santa Paulina


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