Jornal da Arquidiocese | nº 229 | novembro de 2016

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 229

Santa Catarina

Festa da Padroeira do Estado | 4

NOVEMBRO DE 2016

Ano da Misericórdia

Encerramento no Orlando Scarpelli | 4

ACOLHER E SER

ACOLHIDO

Ajuda à ação pastoral

Campanha de Evangelização | 10


Jornal da Arquidiocese, Novembro de 2016

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opinião Sepultura e cremação dos corpos

“O mal do aborto é um mal que não passa” No mês em que a Igreja lembra com carinho, saudade e respeito, a memória dos entes queridos que já partiram para a casa do Pai, você acompanha no artigo do Arcebispo, nesta página, detalhes da Instrução “Ad Resurgendum cum Christo”, da Congregação para a Doutrina da Fé, sobre o sepultamento e conservação das cinzas da cremação. A íntegra da Instrução pode ser encontrada no site www.arquifln.org.br. Na página 03, você tem um balanço da terceira edição do Viva Floripa, que este ano contou com a participação da ex-feminista Sara Winter. “O mal do aborto é um mal que não passa”, afirmou ela no dia do evento, em Florianópolis. No dia 25 de novembro, o Estado e a Arquidiocese comemoram a padroeira, Santa Catarina de Alexandria. Veja a programação completa na Catedral, na página 04. No dia 20 de novembro, na Solenidade de Cristo Rei, todos os caminhos levarão os fiéis das 72 paróquias da Arquidiocese ao Estádio Orlanndo Scarpelli, para a grande celebração de encerramento do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Organize sua caravana e venha agradecer a misericórdia do Senhor que alcançou você de forma abundante e intensa, durante este Ano Santo. Atenção, jovem! Nos dias 25 a 27 deste mês ocorre mais uma edição do Retiro Projeto de Vida, com um estágio no Seminário Propedêutico Monsenhor Valentim Loch, em São José. Participe e descubra qual o chamado que o Senhor tem para sua vida. No último domingo de novembro, a Igreja entra no tempo especial de preparação para o nascimento do Salvador, com o início do Advento. Viva esta alegre expectativa, com a certeza de que Cristo nasce e faz morada em seu coração. Deus os abençoe! Boa leitura destes e outros assuntos!

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj A fé na vida eterna fez com que os cristãos sempre cultivassem com muito respeito a memória dos mortos. Desde o início da Igreja se consolidou o costume de rezar pelos fiéis defuntos. Os túmulos dos primeiros cristãos se tornaram lugares de oração, de memória e reflexão. O sepultamento dos mortos se constitui em momento importante na vida da comunidade cristã. Hoje, porém, cada vez mais se adota o costume de cremar os corpos dos defuntos. Tendo em vista o crescente número de cremação, a Congregação para a Doutrina da Fé emanou uma Instrução a respeito da sepultura dos defuntos e da conservação das cinzas da cremação. Este documento afirma que a Igreja continua a preferir a sepultura, pois evidencia uma maior estima pelos defuntos.

O documento estabelece algumas normas sobre a cremação. 1) As cinzas sejam conservadas em um lugar sagrado, especialmente dedicado para este fim. 2) As cinzas não devem ser guardadas em casa. 3) As cinzas não sejam divididas entre vários núcleos familiares. 4) Sejam colocadas em lugar com adequadas condições de conservação. E continua. Para evitar equívoco panteísta, naturalista e nihilista, não seja permitida a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água, ou em qualquer lugar. Exclua-se, também, o uso das cinzas para decoração em peças de joalheria ou outros objetos. Observa ainda que se um defunto tiver manifestado, em vida, o desejo da cremação e dispersão das cinzas por razões contrárias a fé cristã, devem ser negadas as exéquias.

Nos caminhos de Francisco

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Convite para o encerramento do Ano da Misericórdia Dom Wilson convida a todos para o encerramento do Jubileu da Misericórdia, dia 20 de novembro, às 08h, no Estádio Orlando Scarpelli.

05 de outubro, no Twitter

Num mundo infelizmente ferido pelo vírus da indiferença, as obras de misericórdia são o melhor antídoto. De fato, nos educam à atenção para as exigências mais elementares dos nossos irmãos mais fracos, nos quais Jesus está presente”.

youtube.com

12 de outubro, na Audiência Geral

16 de outubro, no Angelus

“Santidade é viver com amor e oferecer o testemunho cristão nas situações de todos os dias”. 19 de outubro, no Twitter

“Nos mistérios do rosário, com Maria, contemplamos a vida de Jesus que irradia a misericórdia do Pai. Alegremo-nos por seu amor e perdão, o acolhamos nos estrangeiros e pobres, vivamos a cada dia de seu Evangelho”.

Irmã Clea celebra 90 anos de vida @pontifex_pt

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“A lógica da caridade é chegar a perder tudo para que a unidade e o amor vençam” 27 de outubro, no Twitter

26 de outubro, na Audiência Geral

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

www.arquifln.org

Nas redes

“O diálogo ecumênico e inter-religioso não é um luxo, mas é algo de que o mundo, ferido por conflitos e divisões, precisa sempre mais”.

“Onde os homens estão condenados a viver na miséria, aí os direitos humanos são violados. Unir-se para que sejam respeitados é um dever sagrado”.

Gostaria de incentivar as paróquias e comunidades que iniciem a construção de lugares adequados para depositar as cinzas dos nossos mortos. Seja um lugar onde se pode reunir para rezar e cultivar a memória dos fiéis defuntos. A íntegra da Instrução “ Ad Resurgendum cum Christo ” pode ser encontrada no site:

O aniversário foi comemorado no dia 22 de outubro, na Província do Coração de Jesus (Provincialado), no centro de Florianópolis. Irmã Clea é fundadora da Pastoral dos Coroinhas na Arquidiocese. facebook.com/arquifloripa

Padre Jonathan celebra 1º ano de Ordenação Sacerdotal No Dia de Nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro, Pe. Jonathan Speck Thiesen Jacques comemorou o seu 1º ano de ordenação presbiteral, na Igreja Matriz da Paróquia São Sebastião, em Tijucas. twitter.com/arquifloripa

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Gabriela Fernandes, Gilmar Schmitz e Mateus Peixer. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com e midia.arquifln@gmail. com SITE: www.arquifln.org.br


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#compartilha Fiéis da Arquidiocese participam do Viva Floripa III

Retalhos do Cotidiano

Foto: Mateus Peixer

Prof. Carlos Martendal

Descobrir

Quem ama, descobre necessidades, quem tem Deus no coração, vê Deus que sofre no irmão e vai ao seu encontro, porque o amor sempre vai ao encontro. O amor é vigilante. ‘Vigiai’, insiste ainda hoje o Mestre que é Amor! Malha fina É mais fácil os peixes grandes caírem nas redes de malha miúda que os peixes pequenos ficarem nas redes de malha grande...

Silêncio

Caminhada saiu da Catedral com destino a Avenida Beira Mar Norte

No Dia do Nascituro, 09 de outubro, mais de mil pessoas foram ao centro de Florianópolis, para participar da terceira edição do Viva Floripa. A iniciativa foi da Comissão de Vida e Família da Arquidiocese de Florianópolis, com uma caminhada para defender a vida. O lindo dia que fazia, por volta das 09h de sábado, animava quem seguia rumo à Catedral Metropolitana. Eram crianças, jovens, adultos e idosos, todos unidos por uma mesma causa. Em pouco tempo, o ponto de encontro já estava tomado por muitas pessoas, com cartazes e mensagens em defesa da vida. Todos que estavam presentes queriam expressar e defender o direito de viver. A caminhada saiu da Catedral e foi em direção à Beira Mar Norte. Durante o trajeto, alguns jovens distribuíram

representações de um embrião para as pessoas que estavam na rua. O evento contou com a presença da ex-feminista Sara Winter, que nas paradas deu o testemunho de sua vida. Sara alertou a todos sobre o aborto. “O mal do aborto é um mal que não passa. Muitos dizem que isso se trata de saúde pública. Mas eu pergunto, qual é a ligação com saúde pública? O que tem a ver um procedimento em que duas pessoas entram saudáveis, e depois uma sai morta e a outra destruída. Isso não tem a ver com saúde pública, isso é assassinato”. O assessor eclesiástico da Comissão Arquidiocesana para a Vida e a Família, Pe. Hélio Luciano, responsável pelo evento, avaliou: “Foi muito positivo e conseguimos de fato dar início a uma expressão da cultura da vida”.

Quanto diz o silêncio bom... Os êxtases dos santos não se deram senão em silêncio, o amor mais profundo não se manifesta senão no silêncio, as árvores crescem em silêncio, a alegria mais alta não se alardeia com palavras. Para emoldurar o silêncio há o olhar, a expressão do rosto, a lágrima, o corpo todo, a alma toda.

Pães e peixes

“Mas, disseram eles, nós não temos aqui mais que cinco pães e dois peixes” (Mt 14,17). Pães e peixes que nem eram deles, mas de um menino... Quando Jesus manda que lhe tragam esses pães e esses peixes, o menino lhes dá uma lição - a eles e a nós -, que talvez nem tenha sido entendida: entregalhes o que tem, dá TUDO o que tem, sem ficar com nada. Não é verdadeiro amor aquele que fica retendo algo para si enquanto o irmão passa necessidade...

Carreata na Procasa marca o dia da Padroeira do Brasil Foto: Carol Denardi

No Jubileu da Misericórdia, ASA lança livreto sobre caridade social Foto: Divulgação / ASA

Encontro foi realizado em São Pedro

No dia 15 de outubro, aproximadamente 140 representantes das entidades sociais da Arquidiocese estiveram no Santuário Senhor Bom Jesus da Santa Cruz, em São Pedro de Alcântara. O motivo do encontro foi o Jubileu da Misericórdia das entidades, pastorais e ações sociais paro-

quiais, promovido pela Ação Social Arquidiocesana (ASA). De manhã, após o café e a oração, houve tempo para formação com Pe. Vilson Groh sobre o tema: “Os rostos da misericórdia nas obras corporais”. Para encerrar as atividades da manhã, uma missa foi presidida pelo vigário geral, Pe. Vitor Feller. No período da tarde, cada entidade apresentou os trabalhos que desenvolve a partir das obras de misericórdia corporais. No encerramento do evento, a ASA lançou oficialmente o livreto “A caridade social na Arquidiocese”, que pode ser adquirido na sede da entidade ou pelo telefone: (48) 3224-8776.

Os veículos receberam a bênção em frente à Igreja

Uma carreata pelas ruas do bairro Procasa, em São José, com a bênção de veículos, marcou o encerramento da festa em homenagem à padroeira da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro. “Foram nove dias de grande manifestação da fé da comunidade e do amor à Maria”, ressaltou o pároco, Pe. Marcos Decker, sobre a novena que antecedeu a preparação para

a festa. A paroquiana Marilene de Souza explicou que “desde junho estivemos em preparação para a festa. Todas as pastorais participaram da novena”. O Arcebispo presidiu a missa solene. Na homilia, Dom Wilson Jönck destacou: “Nossa Senhora nos protege e intercede por nós. É preciso aprender com ela a buscar e servir Cristo”.


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#compartilha A programação em homenagem à padroeira do Estado começa no dia 14 de novembro Na sexta-feira, 25 de novembro, o Estado e a Arquidiocese comemoram sua padroeira, Santa Catarina de Alexandria, co-padroeira da capital. Muitas paróquias e capelas nos municípios de Balneário Camboriú, Biguaçu, Brusque, Florianópolis, Palhoça e Porto Belo, também têm Santa Catarina como padroeira. Confira a programação que marca a data e participe na Catedral: Segunda-feira, 14 18h – Angelus, vésperas, missa e novena Foranias de Camboriú e Itapema Quarta-feira, 16 18h – Angelus, vésperas, missa e novena Foranias de Biguaçu e Tijucas Quinta-feira, 17 18h – Angelus, vésperas, missa e novena Foranias de Barreiros e São José Sexta-feira, 18

18h – Angelus, vésperas, missa e novena Foranias de Palhoça e Santo Amaro Feriado de 15 de novembro 18h – Angelus, vésperas, missa e novena Foranias de Itajaí e Brusque Sábado, 19 18h – Angelus, vésperas e missa (JMJ) Juventude Segunda-feira, 21 12h – Angelus, missa e novena 18h – Angelus, vésperas, missa e novena Forania de Florianópolis Continente 19h45 – Retreta musical – Banda musical “Amor a arte” Terça-feira, 22 12h – Angelus, missa e novena 18h – Angelus, vésperas, missa e novena Forania de Florianópolis Ilha Norte 19h45 – Concerto de corais Quarta-feira, 23 12h – Angelus, missa e novena 15h – Novena do Perpétuo Socorro

Colabore com a reforma do Carmelo de Itajaí Divulgação / Carmelo

Para ajudar de outras formas ligue (47) 3348-7343

O Carmelo Santa Teresa e da Divina Misericórdia, de Itajaí, busca ajuda para ampliar e reformar o mosteiro. No projeto estão previstas a construção de novos quartos e a reconstrução dos já existentes para melhorar a ventilação e a iluminação solar. Atualmente, residem no local, 14 religiosas. Você pode fazer sua doação por meio de depósito bancário: Banco do Brasil – Agência 0401-4 (Itajaí) / Conta Corrente: 28.620-6 – Titular: Associação Beneficente Carmelita de Santa Teresa. As Irmãs Carmelitas contam com o apoio do Arcebispo e, como o Carmelo pertence à Arquidiocese, indica-se que as paróquias organizem um evento beneficente em prol das obras da instituição.

18h – Angelus, vésperas, missa e novena Forania de Florianópolis Ilha Sul 19h45 – Concerto da Orquestra Social de Florianópolis – Maestro Carlos Alberto Angioletti Vieira Quinta-feira, 24 12h – Angelus, missa e novena 18h – Angelus, vésperas, missa e novena Santuário e Seminário de Azambuja 19h45 - Sessão solene da entrega do Prêmio Dom Afonso Niehues (ASA) Sexta-feira, 25 06h30 - Laudes e missa 12h – Angelus e missa 15h – Unção dos Enfermos 18h – Angelus 18h15 - Acolhida do Arcebispo e fiéis da Igreja Ortodoxa Grega 18h45 – Missa e procissão com a imagem e relíquias de Santa Catarina

Encontros vocacionais ocorrem na Arquidiocese “Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno” (Papa Francisco). Nos dias 04 a 06 de novembro, ocorre um Encontro Vocacional, em Azambuja, para meninos de 12 a 14 anos. Para aqueles que desejam entrar no Seminário Menor, no próximo ano será realizado um estágio. Já nos dias 25 a 27 de novembro, haverá o Retiro Projeto de Vida e um estágio vocacional, no Seminário Propedêutico Monsenhor Valentim Loch, em São José. Este encontro é para os jovens que vão completar o ensino médio neste ano e desejam entrar no Seminário Propedêutico no ano que vem. Para mais informações: (48) 3234-4443 Imagem: Divulgação

“Vocação dom da misericórdia divina”


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nossa fé

Espiritualidade conjugal e familiar

A vocação de ser leigo

Papa Francisco - Amoris Laetitia, 324-325 Fernando Anísio Batista

Sob o impulso do Espírito, o núcleo familiar não só acolhe a vida gerando-a no próprio seio, mas abre-se também, sai de si para derramar o seu bem nos outros, para cuidar deles e procurar a sua felicidade. Esta abertura exprime-se particularmente na hospitalidade, que a Palavra de Deus encoraja de forma sugestiva: “Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos” (Heb 13,2). Quando a família acolhe e sai ao encontro dos outros, especialmente dos pobres e abandonados, é “símbolo, testemunho, participação da maternidade da Igreja”. Na realidade, o amor social, reflexo da Trindade, é o que unifica o sentido espiritual da família e a sua missão fora de si mesma, porque torna presente o querigma com todas as suas exigências comunitárias. A família vive a sua espiritualidade

própria, sendo ao mesmo tempo uma igreja doméstica e uma célula viva para transformar o mundo. As palavras do Mestre (Mt 22,30) e as de São Paulo (1 Cor 7,29-31) sobre o matrimónio estão inseridas – não por acaso – na dimensão última e definitiva da nossa existência, que precisamos de recuperar. Assim, os esposos poderão reconhecer o sentido do caminho que estão a percorrer. Com efeito, como recordamos várias vezes nesta Exortação, nenhuma família é uma realidade perfeita e confeccionada duma vez para sempre, mas requer um progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar. Há um apelo constante que provém da comunhão plena da Trindade, da união estupenda entre Cristo e a sua Igreja, daquela comunidade tão bela que é a família de Nazaré e da fraternidade sem mácula que existe entre os Santos Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

do céu. Mas contemplar a plenitude que ainda não alcançamos permite-nos também relativizar o percurso histórico que estamos a fazer como família, para deixar de pretender das relações interpessoais uma perfeição, uma pureza de intenções e uma coerência que só poderemos encontrar no Reino definitivo. Além disso, impede-nos de julgar com dureza aqueles que vivem em condições de grande fragilidade. Todos somos chamados a manter viva a tensão para algo mais além de nós mesmos e dos nossos limites, e cada família deve viver neste estímulo constante. Avancemos, famílias; continuemos a caminhar! Aquilo que se nos promete é sempre mais. Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida.

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A Conferência Nacional outros (Rm 12,4-5). dos Bispos do Brasil (CNBB) A missão do leigo aconpresenteou a Igreja com o tece na sociedade. É ser Documento 105, que trata presença da Igreja na sodos leigos na Igreja e na so- ciedade. Pois eles não apeciedade. Contém belíssimas nas pertencem à Igreja, mas reflexões sobre o papel do são Igreja nos mais variados leigo enquanto membro da ramos da vida social, a coigreja, Corpo de Cristo. Diz o meçar pela família, primeira documento que os comunidade de cristãos são chatransmissão da fé. mados a serem os A vocação de olhos, os ouvidos, ser leigo não é “A missão do as mãos, a boca e menor ou maior o coração de Cris- leigo é na socie- que a dos ministo na Igreja e no dade. É ser pre- tros ordenados. sença na Igreja e Seria indigno penmundo. A vocação do na comunidade” sar dessa forma. leigo é recebida A dignidade de no Batismo, mas cristão não advém nem sempre é endos serviços e mitendida pelos fiéis. Portanto, nistérios que cada um exerainda que nem todos sigam ce, mas da própria iniciativa o mesmo caminho, são cha- divina, sempre gratuita, da mados à santidade, e a to- incorporação a Cristo pelo dos coube a mesma fé pela Batismo. Não há desigualdajustiça de Deus (2Pb 1,1). Na de, portanto, nem em Cristo e Igreja há uma diversidade nem na Igreja, quer seja por de ministérios e atividades. quaisquer motivos: raça, conComo num mesmo corpo te- dição social ou sexo, porque mos muitos membros, e nem “é o único e mesmo Espírito todos têm a mesma função, que realiza isso tudo distriassim, sendo muitos, todos buindo a cada um os seus formam um só Corpo de Cris- dons, conforme lhe apraz” to, sendo membros uns dos (1Cor 12,11).


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capa

Mais que tolerar, amar! “Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conheceu a Deus, porque Deus é amor” (1 João 4,7-8). Jesus amou o próximo e acolheu a todos, desde os doentes, oprimidos até as autoridades da época. Este é um dos legados que o Filho de Deus deixou para os cristãos enquanto esteve na terra. Mas o que os católicos fazem para amar os irmãos que têm religiões diferentes? O mês de novembro convida a refletir sobre a intolerância religiosa e, principalmente, combater este mal que tem causado mortes pelo mundo. O conflito motivado pela indiferença religiosa se torna rotina nos jornais, televisores, computadores, tablets e smartphones. Nos últimos meses, a sociedade testemunhou cenas de horror que aconteceram ao redor do mundo, como os conflitos na Síria e os atentados na Europa e na África. Um exemplo desta intolerância aconteceu na cidade de Bamako, em Mali, onde o hotel Radisson foi local de uma atrocidade, em novembro de 2015. Três terroristas do Estado Islâmico invadiram o local atirando. Os assassinos mataram 20 pessoas e levaram170 pessoas como reféns.

DIÁLOGO PELA PAZ Deus é amor, ele convida todos a distribuir esse sentimento ao irmão ao lado. Matar por “religião” não vem do Pai. Neste mês, ocorre na Arquidiocese de Florianópolis, o 4º Encontro Inter-religioso, onde os adeptos das religiões abraâmicas de Santa Catarina irão se reunir para dialogar em favor da paz. Judeus, mulçumanos e cristãos, que se remetem a fé de Abraão, encontram-se pela 4ª vez. Têm o objetivo de cultivar o que une as três religiões, e não o que as separa. “Cada um vai expor o seu lado bom. Dentro dessa fonte comum, que é Abraão, ou seja, antes de tudo, somos irmãos uns dos outros. Temos a mesma veia da vida. São Francisco de Assis é um exemplo, ele é o pai do ecumenismo. Por isso que fazem o encontro em Assis”, afirma o Vigário Paroquial da Paróquia Santíssima Trindade, em Florianópolis, Frei Luiz Antônio Frigo. O encontro deste ano trabalha o tema “Mais que tolerância, hospitalidade”. A palavra tolerância tem um significado fraco. “Tolerar tem uma conotação negativa, que não significa receber, acolher. Significa que está bom, ele é diferente, mas a gente até aguenta. Tolera, mas não acolhe. Não recebe, não transforma esse inimigo em amigo”, afirma Dra. Leonor Scliar-Cabral, que é judia. A palavra hospitalidade foi escolhida devido ao significado e toda a história que possui. Como explica Leonor, “a palavra hospitalidade veio do latim hospes, se refere ao fato de Roma ser naquela época uma cidade-estado, cercada por outras cidades-estados que eram inimigas. Hospes significa o hóspede, ou seja, quer dizer que Roma acolhia as cidades inimigas para pacificar e dar hospitalidade a essas populações. A palavra significa originariamente que você recebe os inimigos e está hospedando-os na sua casa”.

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O que são as religiões abraâmicas

, cuja oriSão as religiões monoteístaasem raão gem comum é reconhecid l é idAb entificaou cuja tradição espirituacipais religiões da com ele. As três prinismo, judaísmo abraâmicas são o cristian e o islamismo.

Encontro em Assis

Em setembro dest do na cidade de Ae ano, foi realizaencontro inter-re ssis, na Itália, o Papa Francisco an ligioso pela paz. O evento disse: “Pa tes de se dirigir ao so coração seja u z, paz! Que o nosou mulher de paz m coração de homem divisões das religiõ. E para além das todos! Porque tod es: todos, todos, Deus. E Deus é Dos somos filhos de existe um deus d eus de paz. Não guerra é o maligne guerra: quem faz a matar todos”. o, o diabo, que quer Foto: Divulgação / Paróquia

Cenas de horror tomaram conta dos meios de comunicação

Frei Luiz Antônio Frigo Foto: Mateus Peixer

Representantes do judaísmo, as doutoras Leonor Scliar-Cabral (D) e Ethel Scliar (E)

Foto: Divulgação

Papa Francisco no encontro Inter-Religioso em Assis, na Itália


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Foto: Mateus Peixer

A HOSPITALIDADE NA PRÁTICA A Arquidiocese de Florianópolis tem a Pastoral do Migrante, com sede na Matriz da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, na comunidade da Prainha, em Florianópolis. Ela acolhe muitos migrantes, de diversos países e religiões, que precisam de ajuda todos os dias. Mas essa diferença não é obstáculo para se deixar de fazer um bom trabalho. O atual coordenador da Pastoral do Migrante revela que o segredo para esse trabalho é ser mais do que tolerante. “Nosso trabalho aqui na Pastoral do Migrante é cristão católico. Mesmo se fosse cristão evangélico, é mais do que tolerância. O ‘amai-vos uns aos outros’ não cabe dentro de tolerância. Quando São Paulo diz ‘suportai-vos uns aos outros no amor’, não é para se levar de arrasto um ao outro, mas é para levar no amor. Isso é o que a Pastoral tem como mística. Jesus disse: eu era peregrino e tu me acolheste, eu era imigrante e tu me acolheste, quer dizer, não interessa se é mulçumano, budista, evangélico, luterano, católico ou se é vodu”, lembrou Pe. Joaquim Filippin. A Pastoral existe desde 1996, atende de segunda a sexta, das 09h às 12h e das 13h30 às 17h30. Para mais informações ligue (48) 32257043.

O sorriso do Pe. Joaquim comprova o amor pela Pastoral do Migrante Foto: Mateus Peixer

RESPEITO AO PRÓXIMO

Para haver um convívio de paz entre as diferentes religiões na sociedade, a população não pode ficar de braços cruzados e esperar alguém tomar uma atitude. O Sheik Amin Alkaram, líder islâmico em Santa Catarina, orienta que o gesto de mudança tem que vir de dentro cada um, respeitando o irmão. “O simples respeito e confiança no próximo é gesto de tolerância. Isso faz com que tenhamos mais sensibilidade um ao outro. Não podemos generalizar todo mundo de forma igual. Nós temos um diálogo para chegar a um termo de respeito comum, mútuo e recíproco, para criar pontes de confiança entre um lado e outro. Muitas vezes, a desconfiança torna uma barreira entre as pessoas para cooperarem em nível social, filantrópico e beneficente. As pessoal devem olhar uma para a outra como um ser humano honrado e respeitado”. Sheik Amin também afirma que existe ainda a falta de respeito dentro da família para com outras religiões e esse problema só vai ser resolvido se a educação começar em casa. “Saber que o seu filho está seguindo a religião que você está ensinando é uma coisa. Você deve ensiná-lo a ser uma pessoa respeitosa, religiosa, não importa qual for, mas você deve ensiná-lo que, como você tem direito de praticar a religião, o seu filho também tem o direito de praticar a sua confissão religiosa”, afirmou. O preconceito religioso também começa dentro de casa e de cada comunidade. Sheik Alkaram diz que o papel da família não é menos que o da Igreja, Mesquita ou Sinagoga. O papel das três é mais importante que o do Estado, porque este executa as leis, mas somente os templos religiosos disponibilizam todos os elementos e requisitos para a formação do ser humano. Não somente cristãos, judeus e mulçumanos, mas outros também.

O trabalho da Pastoral do Migrante atende a todos, independente de raça, religião e classe social

O COMEÇO DA MUDANÇA

Foto: Mateus Peixer

A missão é demorada. Mas o Encontro Inter-Religioso pretende ser uma iniciativa para mudar o mundo atual. Para o católico, basta se questionar: o que Jesus faria? Ele acolheria e respeitaria ou rejeitaria? Que neste mês de novembro todos possam rezar pela paz entre as religiões. Além de rezar, é preciso que cada um reveja as atitudes para viver em um mundo melhor.

4º Encontro Inter-Religioso 11 de novembro 19h30 Auditório da Paróquia Santíssima Trindade Praça Santos Dumont, 94 – Trindade, Florianópolis Líder islâmico em Santa Catarina, Sheik Amin Alkaram


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bíblia Lectio Divina

Solenidade de Cristo Rei Criada há menos de 100 anos, a Festa de Cristo Rei instituída pelo Papa Pio XI ganhou lugar significativo no calendário cristão. Em 2016, a festa será no dia 20 de novembro e a Igreja a celebrará com a justa solenidade para Jesus, o soberano de todos os reis da terra. A festividade é reconhecida pelas Igrejas Católica e Anglicana, além de protestantes, como os presbiterianos, luteranos e metodistas. Foi criada em uma época em que crescia muito a rejeição aos ensinamentos da Igreja. Vendo o avanço do pensamento laicista que colocava de lado os ensinamentos sagrados, especialmente no que se refere à moral e à dignidade humana, o Santo Padre percebeu que era necessário e urgente chamar os fiéis ao reconhecimento de que Cristo é o Rei do universo. Como o próprio Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). A solenidade marca o encerramento do ano litúrgico. Nesta data também é comemorado o dia nacional dos cristãos leigos, que são sujeitos da ação pastoral, com uma grande missão dentro e fora da igreja. São agentes que ajudam na manutenção, organização e ação da comunidade eclesial. Participam ativamente na conversão, evangelização e da aproximação à Igreja daqueles que nunca ouviram falar de Jesus.

Pe. Wellington Cristiano da Silva

O desafio aos leigos e a toda comunidade é aproveitar a festa de Cristo Rei e refletir que para alcançar do Reino de Deus é preciso seguir os passos de Jesus. Ter a consciência que a cruz não foi o fracasso de Cristo, mas que a sua ressurreição foi a grande vitória sobre o mal, o pecado e a morte. Aclamá-lo Rei vai além de qualquer comparação com reis e rainhas de que se têm registro na história da humanidade. Jesus não foi Rei apenas naquele momento em que entrou em Jerusalém montado no jumento ou quando coroado com espinhos e coberto com manto vermelho sofrendo gozação e flagelo. Jesus foi e é o Rei que aceitou a vontade do Pai em ser despido, transpassado pela lança e ser reconhecido como o Rei da paz e de um amor infinito até a morte. O seu Reino é de amor por toda a humanidade e toda a criação. Que esse dia especial toque o coração de todos e fortaleça o sentimento de esperança em alcançar a salvação vivendo já aqui na terra, com a luz do Espírito Santo, a libertação do pecado, a vida humilde e fraterna, a reconciliação com os irmãos e o despertar para a vocação do leigo. Por: Erlon Costa Administrador na Cúria Metropolitana

Lectio (leitura) “Portanto, ficai atentos! Porque não sabeis em que dia virá o Senhor. Ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24,42.44).

Meditatio (meditação) O tempo que se estende entre a primeira vinda de Jesus Cristo e a sua segunda vinda gloriosa é marcado por um forte convite à conversão, à mudança de vida. Na expectativa do Cristo que vem é preciso permanecer em constante vigilância. Atenção, esperança, desapego, prudência e preparação espiritual acompanham esta alegre expectativa. A espera confiante da vinda definitiva de Cristo é marcada pela tomada de consciência da responsabilidade que Deus nos confiou. Portanto, é necessário despertar-se do sono da insensatez e da indiferença, para que, acordados e vigilantes, empenhemo-nos na transformação do mundo presente, como preparação do futuro vindouro. Só para os negligentes, a vinda de Cristo será como de um ladrão. Serão estes “assaltados” pela sua própria imprudência. Para os vigilantes, Cristo virá como um amigo a nos visitar. E sua visita, tão esperada, será motivo de grande alegria.

Oratio (oração) “Vem, Senhor, vem nos salvar! Com teu povo vem caminhar” (Canto do Advento – Pe. José Weber).

Contemplatio (contemplação)

O tempo do Advento nos convida a uma dupla contemplação: contemplar o Cristo, Filho eterno do Pai que vem de Maria, e o Cristo que vem uma segunda vez, em sua glória

Missio (missão) O tempo do Advento possui dupla expectativa: é tempo de alegre esperança que nos prepara para a celebração da primeira vinda de Cristo no Natal e para a sua segunda vinda no fim dos tempos. A segunda vinda de Cristo não é motivada pelo medo do juízo, mas pela alegria do encontro. Em cada missa celebrada, ele vem! Na leitura orante de sua Palavra, ele vem! Em cada gesto de amor, caridade e solidariedade, ele vem! O Cristo sempre vem a nós, pois ele é o Emanuel, Deus conosco (Mt 1,23); ele está no meio de nós! (cf. Jo 1,39). Sua presença constante é impulsionada pelo nosso desejo de levar às pessoas essa boa notícia. Missão é vigiar, é cuidar, é anunciar!

Conhecendo o livro dos Salmos Pe. Ney Brasil Pereira

Salmos 129, 130 e 131 – “DAS SUBIDAS” (IV) Continuemos a “subida” a Jerusalém, reconfortados com outros “salmos das subidas”. Novamente, eles são breves. Depois dos nove que já meditamos, vamos debruçar-nos sobre mais três: o 129, que intitulamos “Quanto me atacaram”, salmo aparentemente individual mas que logo se alarga para a comunidade; o 130, que é também um dos chamados “salmos penitenciais”, que inicia pela indicação circunstancial “Das profundezas”; e o brevíssimo Sl 131, caracterizado pela terna imagem do bebê adormentado no colo da mãe: “Como criança”. À medida que vamos lendo, refletindo, meditando, orando, assumindo nós mesmos o conteúdo literário desses salmos, notamos como o Espírito Santo, que os inspirou e neles sopra, promove em nós uma enriquecedora ex-

periência de fé. E aceitamos, gratos, a exortação de Santo Agostinho: “Se o salmo ora, orai; se geme, gemei... Tudo o que aí se escreve, é espelho que nos reflete”. Ainda o mesmo Santo Doutor, no seu “Tratado sobre os salmos”, nos ensina: “As duas coisas são verdade: que os salmos são nossa voz e não são, que são voz do Espírito e não são. São do Espírito de Deus porque, se le não as inspirasse, não diríamos essas palavras; não são dele, porque não está necessitado nem sofre. Essas vozes são próprias de necessitados que sofrem, ou de agraciados que exultam. São nossas, porque expressam nossa necessidade; e não são nossas, porque é seu dom também a nossa capacidade de gemer, ou de exultar.” Façamos a experiência nos salmos que seguem.

Leia os três salmos e reflita: 1) Quem seriam os “lavradores” que “lavram” as costas do salmista, no Sl 129? 2) Que significam as “profundezas” do início do Sl 130? 3) Ainda segundo o Sl 130, podemos marcar prazo para a intervenção de Deus? 4) No Sl 131, como conciliar a humildade, com a busca da perfeição? 5) Que nos diz, segundo o salmista, a cena do bebê saciado no colo da mãe?

A análise completa desses salmos se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


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Jornal da Arquidiocese, Novembro de 2016

evangelização

Iniciação à Vida Cristã – uma urgência da evangelização O ano de 2016 apresentou mudanças para os catequizandos e as famílias O Plano de Pastoral da Arquidiocese de Florianópolis, proposto para vigorar entre os anos de 2012 a 2022, assumiu, seguindo as orientações nacionais, a concretização da segunda urgência da ação evangelizadora no Brasil: a Iniciação à Vida Cristã (IVC). Na prática, a Iniciação adquire forma de acordo com os projetos diocesanos. Por isso, após cinco anos de vigência do Plano de Pastoral, percebe-se a concretização de um projeto que ainda tem muito a ser estruturado. Contudo, já apresenta muitas alegrias no contexto das paróquias e coordenações de animação bíblicocatequética. Desde 2012, a coordenação arquidiocesana de animação bíblico-catequética organiza grupos de trabalho para estudar, planejar, elaborar e acompanhar a formação de instrumentos que atualizem a IVC, conforme a realidade diocesana. Além disso, espaços de formação de catequistas foram estimulados a desenvolver os temas da iniciação, para difundir os conceitos e práticas que são específicos de um projeto que não é isolado, mas depende de uma comunidade paroquial unida e organizada. “A IVC em nossa paróquia tem como consequência o forta-

Foto: Divulgação

Família Albino, de São José, empolgada com a IVC

lecimento e a maior comunhão entre as pessoas. Tanto maior ainda para a catequese, que recupera as relações com as famílias e reafirma os valores do Evangelho. Com motivação, formação e criatividade percebemos que este projeto favorece a articulação entre as diversas pastorais”, lembrou a coordenadora paroquial de catequese da Paróquia São João Evangelista, de Biguaçu, Paula Barbosa.

O fruto concreto deste projeto na Arquidiocese é a implantação do Itinerário da Família. E também o Itinerário de Iniciação à Vida Cristã volume 1, que desenvolve com os catequizandos, os conteúdos básicos na caminhada do anúncio de Cristo e do aprofundamento da fé. Ainda estão por serem concluídos os volumes 2 e 3, que contam com a participação de diversos catequistas na elaboração. O casal Valdinei e Claudinete Albino, pais do catequizando Nicolas, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, bairro Floresta, em São José, destaca: “Ao participarmos das formações para os pais e das celebrações, cresce um sentimento de que somos parte deste mundo que Deus sonhou para nós e nos identificamos mais com os ensinamentos de Jesus. Firmamos nossa identidade católica e amadurecemos a nossa fé”. Agradecemos a todas as pessoas que têm colaborado neste trabalho arquidiocesano. Com certeza, os frutos e as alegrias serão contados pelas pessoas que fizeram parte e estiveram envolvidas neste processo. Por: Ir Marlene Bertoldi Coordenação Arquidiocesana de Animação Bíblico-Catequética Foto: Ricardo Rossi / im.va

Arquidiocese presente no Jubileu dos Catequistas O Papa Francisco tem reunido no Vaticano, ao longo deste Ano Jubilar, grupos específicos para celebrar a misericórdia com os diversos ministérios e realidades da Igreja Católica. Nos dias 23 a 25 de setembro, foi a vez do Jubileu dos Catequistas, em Roma. Da Arquidiocese participaram Irmã Marlene Bertoldi e Ariel Philippi Machado. Catequistas do mundo todo foram em romaria ao Vaticano para celebrar juntos a misericórdia do Senhor. No dia 23, aconteceram as catequeses para os grupos reunidos em língua comum. Os catequistas, oriundos de diversos países de língua portuguesa,

ouviram uma catequese com o tema Contemplar a misericórdia. No sábado, 24 de setembro, promoveram-se as peregrinações às basílicas romanas. O momento celebrativo consistiu na peregrinação à Porta Santa de cada basílica, conforme os grupos. E no domingo, dia 25, o grande momento, com o Jubileu dos Catequistas na Praça São Pedro e a celebração eucarística presidida pelo Papa Francisco. No contexto da celebração da misericórdia, o Papa destacou que “não se fala bem de Jesus, quando nos mostramos tristes; nem se transmite a beleza de Deus limitando-nos

O evento em Roma atraiu representantes de todo o mundo

a fazer bonitos sermões. O Deus da esperança anuncia-se vivendo no dia -a-dia o Evangelho da caridade, sem medo de o testemunhar, inclusive com novas formas de anúncio”. E concluiu: “Quem anuncia a esperança de Jesus é portador de alegria e vê longe, tem pela frente horizontes, e não um muro que o impede de ver; vê longe porque sabe olhar para além do mal e dos

problemas. Ao mesmo tempo, vê bem perto, porque está atento ao próximo e às suas necessidades”. Na esperança de nos encontrarmos cada dia mais com a misericórdia do Senhor e, no encontro, aprendermos a praticá-la, sejamos confortados pela esperança no Ressuscitado. Por: Ir Marlene Bertoldi


Jornal da Arquidiocese, Novembro de 2016

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evangelização

CNBB promove a Campanha Nacional de Evangelização 2016 Os recursos serão aplicados na ação pastoral da Igreja no Brasil O tempo do Advento é esperado pela chegada de Jesus no Natal. No Brasil há uma motivação para que os fiéis e comunidades possam evangelizar. Essa é a proposta da Campanha da Evangelização (CE), promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Este ano o lema é: “Ele está no meio de nós”. A Campanha foi criada em 1998 e tem o objetivo de sustentar a vivência do tempo litúrgico do Advento e mobilizar todos para uma Coleta Nacional. Os recursos serão aplicados na ação pastoral da Igreja Brasil. Além disso, a ação tem o propósito de despertar os discípulos a serem missionários. A CE se inicia na Festa de Cristo Rei, 20 de novembro, dia em que se encerra o Ano Litúrgico. O término será nos dias 10 e 11 de dezembro, terceiro domingo do Advento, dia em que será realizada a Coleta em todas as comunidades do Brasil.

Caridade social

Foto: Marcelo Luiz Zapelini

Esta iniciativa foi inspirada nas primeiras comunidades cristãs. Paulo recomendava que os que têm se enriqueçam de boas obras, deem em abundância e repartam com os demais (2Cor 8-9). Outra inspiração foi a experiência de católicos generosos de outras nações. Atitudes parecidas como esta tiveram muito sucesso com os alemães, ingleses, espanhóis e muitos outros, cujos recursos arrecadados eram revertidos em ações evangelizadoras pelo mundo afora. Tudo que for angariado na CE-16 será partilhado entre as dioceses, que receberão 45% dos recursos; os 18 regionais da CNBB, que terão 20%; e a CNBB Nacional, com 35% das doações. Os materiais de divulgação estão disponíveis no site da CNBB para download, com cartaz, texto motivacional e a oração da Campanha da Evangelização.

Foto: Divulgação / CNBB

Campanhas semelhantes foram realizadas em países na Europa

Celebração eucarística homenageia idosos no mês de outubro

Quase 100 líderes comunitários e coordenadores paroquiais da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI) que atuam na Arquidiocese participaram de uma missa, no dia 22 de outubro, presidida pelo pároco da Catedral, Pe. Davi Antônio Coelho, em comemoração ao mês do idoso. Além da capital, os municípios de Brusque, Tijucas, Balneário Camboriú e Garopaba foram representados. A coordenadora arquidiocesana, OsSeja um voluntário da PPI valdina Zucco Weber, recebeu uma homenagem na ocasião, por sua atuação na pastoral. “Esse encontro é uma forma de homenagear nossos líderes e coordenadores paroquiais pela atuação com as pessoas idosas”, destacou Osvaldina. Em seguida, o grupo seguiu em caminhada pelas ruas centrais de Florianópolis com faixas e cartazes para sensibilizar a comunidade sobre as questões e os desafios do envelhecimento e a importância do cuidado e atenção com os idosos.

solidariedade e esperança. E serve de ponte entre ele e os serviços de que necessitam, como a saúde pública. Esta pastoral tem parceria com entidades que atuam pelos direitos dos idosos, e representantes em diversos segmentos municipais e estaduais. É um trabalho ecumênico. Serviço Seja um voluntário da Pastoral da Pessoa Idosa Informações com a coordenadora arquidiocesana, Osvaldina Weber: (48) 9992-1872 Colaboração: Camilla Baptista Geige Foto: Marcelo Luiz Zapelini

Histórico da pastoral A PPI foi implantada na Arquidiocese no ano de 2005. Busca capacitar voluntários da comunidade para acompanhar os idosos através de visitas domiciliares mensais. Nestas visitas, o voluntário ouve o idoso, leva uma mensagem de carinho, Representantes de diversos municípios estiveram na caminhada


Jornal da Arquidiocese, Novembro de 2016

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evangelização Cronograma de novembro

Ungidos pelo Espírito, confirmados na fé

A Crisma leva ao cumprimento da maturidade na vida espiritual Imagem: Divulgação

Crisma realizada na Paróquia Senhor Bom Jesus, em Camboriú, em setembro

Mais de 12 mil jovens receberam o sacramento da Crisma na Arquidiocese de Florianópolis nos últimos dois anos. “Inspirados pela ação do Espírito Santo, todo cristão batizado, e que teve sua fé professada ainda quando criança por seus pais e padrinhos, é convidado a confirmá-la durante sua adolescência”, comenta João Augusto de Farias, coordenador do Setor Juventude. João também diz que é comum ver a resistência de adolescentes e jovens em participarem do processo formativo em busca do sacramento. Mas é notório o fortalecimento e amadurecimento da fé destes jovens durante o período de catequese. “Por meio do sacramento da Crisma, somos marcados com o óleo, e através deste sinal impulsionados a levar a boa nova do Evangelho em nossos corações por onde quer que formos”, destaca o coordenador do Setor Juventude. Geralmente, a administração do sacramento é feita pelo bispo. Quando ele não pode, delega um padre. João conclui que a Crisma leva ao cumprimento da maturidade na vida espiritual. Alcançado pelo Espírito Santo, o crismado recebe força para testemunhar o amor e o poder de Deus com palavras e atos. Um grande exemplo de amadurecimento na fé é o testemunho de Deivison Lee, 18 anos, da comunidade São João Paulo II, Paróquia Senhor Bom Jesus, bairro Monte Alegre, em Camboriú. O jovem conta que quando criança sentia vontade de buscar a vida sacerdotal, mas por alguns anos esteve afastado

da Igreja e, quando voltou, sentiu falta de algo. Após uma conversa com o pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus, de Camboriú, Pe. Ewerton Gerent, decidiu fazer um retiro de Crisma. Deivison enaltece que a catequese de Crisma fortaleceu o seu chamado, devido ao contato que passou a ter com as realidades da Igreja e a vivência própria da fé. Mesmo com todos estes fatores, o jovem ainda negava o seu chamado por medo. Foi aí que ele entrou na “crise vocacional”. Este receio o seguiu por um tempo, até que em uma conversa com o seminarista Wagner (3° ano de Filosofia), recebeu o incentivou a não se deixar levar pelo medo, e saber que o chamado de Deus é para a felicidade de todos. Neste mesmo período, Deivison conta que participou do retiro de Crisma, onde pode refletir sobre a realidade do sacramento que receberia e do chamado de Deus. “Percebi com a Crisma que o Espírito Santo que recebi não poderia ficar preso em mim, mas ser levado a todos. Responder a este chamado é um gesto de gratidão ao meu Senhor, que me salvou, é estar sempre na alegria que é Jesus, entregue a seu amor e, também, responder à sua confiança de levar esta certeza”, conta o jovem. Desta forma, a Crisma deu força para Deivison deixar de ter medo, entender a importância do chamado de Deus e ter ciência de que o Pai misericordioso não o desampararia, e que segui-lo é ser verdadeiramente feliz.

02/11 | Dia dos Finados 04 a 06/11 | Retiro de Aprofundamento Emaús | Morro das Pedras 05/11 | Reunião Comissão das Forças Vivas | Santuário Fátima 07 a 15/11 | Retiro Inaciano de 08 dias | Morro das Pedras 08/11 | Conselho Arquidiocesano de Pastoral | Biguaçu 11 a 13/11 | Comunidade Divino Oleiro – Heaven’s Party | CEAR 15/11 | Proclamação da República 16/11 | Dia Internacional de Combate à Intolerância Religiosa 17 a 24/11 | Semana da Solidariedade | Paróquias 19/11 | Escola de Liturgia Arquidiocesana | Itapema 20/11 | Cristo Rei 20/11 | Dia da Consciência Negra 20/11 | Encerramento Ano Santo da Misericórdia | Estádio Orlando Scarpelli 22/11 | Reunião Geral do Clero | CEAR 24/11 | Entrega do Prêmio Dom Afonso Niehues | Catedral 25 a 27/11 | MULTICOM Regional | Criciúma 25/11 | Festa de Santa Catarina | Paróquias e Catedral 27/11 | 1º Domingo do Advento Acesse o calendário completo em www.arquifln.org.br

Mais de mil jovens participam do Kairós Foto: Jhonath Ribeiro / RCC Florianópolis

Em 2015, o evento foi relizado em Santo Amaro da Imperatriz

A Igreja Santa Terezinha do Menino Jesus, no bairro Vargem Grande, em Águas Mornas, recebeu mais de mil jovens, nos dias 15 e 16 de outubro, para o Kairós da Juventude, promovido pela Renovação Carismática Católica (RCC), da Arquidiocese de Florianópolis. Rafael e Valéria Godói, Nathalia Batschauer D’Avila e Bruno Callegari foram os pregadores do encontro. O Ministério de Música Vida Plena, da Comunidade Bethânia, animou o evento. O Kairós teve como tema: “E me encherás de alegria, com a visão de tua face” (Atos 2,28). A abertura, no sábado, deu-se com uma missa, presidida pelo pá-

roco da Paróquia Santo Amaro, Pe. Frei Daniel Dellandrea. Durante todo o primeiro dia do evento, houve pregações, danças, teatros, peregrinação até a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes e show da banda Totus Tuus, de Joinville. No domingo, os jovens participaram de workshops e de um grande flash mob da RCC. O Pe. Elinton Costa, da Comunidade de Bethânia, presidiu a celebração eucarística que encerrou mais esta edição do Kairós da Juventude. Colaboração: Jhonath Ribeiro Ministério de Comunicação da RCC Arquidiocese de Florianópolis


Jornal da Arquidiocese, Novembro de 2016

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geral A Arquidiocese se alegra com a ordenação presbiteral de Dyego e Murilo Foto: Mateus Peixer

Sacerdócio despertado na infância Uma vocação que nasceu pela intercessão dos pais. “Durante os quase nove anos de namoro, rezamos juntos pelas vocações. Quando casamos, mantemos a tradição de rezar nesta intenção com a família”, declarou o pai de Murilo, o diácono da Paróquia de Antônio Carlos, Francisco Roque Guesser. Ao prosseguir, afirmou que “toda vocação deve ser alimenOs neo-sacerdotes, Pe. Murilo Guesser (E) e Dyego Delfino (D) tada pela oração”. A mãe, Margarida Mannes “O sacerdote realiza sua missão como um mandaGuesser, conta que o filho, por volta dos cinco anos de to, uma ordem de Cristo. Para isso, precisa da intimidaidade, cortava o lençol para fazer de casula e amarrava de com Ele. O sacerdote leva as pessoas até Deus e com a corda dos bois na cintura. “Assim, ele brincava traz Deus para elas”. Com essas palavras, o Arcebispo com os amigos de presidir a missa. Ofertar nosso filho resume a vocação mais sublime de todas, o sacerdópara o altar de Cristo é o que de melhor a gente pode cio, e a Arquidiocese de Florianópolis acolhe com júfazer”, admite a mãe. bilo dois jovens padres, ordenados no último mês de Foto: Carol Denardi outubro. Padre Murilo Guesser, 30 anos, foi ordenado presbítero no dia 15, na Igreja Matriz da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Antônio Carlos, município onde nasceu. E, aos 25 anos de idade, Pe. Dyego Delfino, recebe sua ordenação na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, bairro Fazenda, em Itajaí, no sábado, 29 de outubro.

mado de Deus. Todo trabalho aqui tem frutificado em novas vocações”, comemorou o Diácono Dilney Müller. Foto: Mateus Peixer

Pe. Dyego com os pais, Terezinha e Vanildo

O jovem Dyego foi coroinha desde a infância, e a mãe, Terezinha Delfino, assegura que é muita emoção ver um filho sacerdote. “A gente é tão pequena e na nossa pequenez, conseguir educar um filho até onde chegou. É uma grande graça, porque somos uma família como qualquer outra”, acrescenta Terezinha. Foto: Mateus Peixer

Foto: Carol Denardi

Durante a ordenação, Pe. Murilo se entregou à Deus

“Nasci num berço abençoado. Hoje assumo o compromisso definitivo na Igreja de Florianópolis. Minha família, minha primeira Igreja. E aos meus pais, digo: para sempre eu serei padre, mas para sempre serei filho”, concluiu o novo vigário da Paróquia São Joaquim, de Garopaba, Pe. Murilo. Do bairro Fazenda, em Itajai, surge o novo padre

Padre Murilo com os pais, Francisco e Margarida

As celebrações foram presididas por Dom Wilson Tadeu Jönck e concelebradas pelo bispo auxiliar emérito, Dom Vito Schlickmann e vários padres.

Quarto filho de uma família com cinco irmãos, Pe. Dyego Delfino nasceu no bairro Fazenda, em Itajaí, onde está localizada a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes que, desde 1991, envia jovens para o seminário. “A nossa paróquia é muito pródiga quanto ao cha-

Padre Dyego se prostrou diante do altar em total rendição à Cristo

Segundo o novo vigário da Catedral, “resta-me agradecer ao Senhor pelo dom da minha vocação e a Maria que sempre me acompanhou”. Com o lema sacerdotal, “Deixaram tudo e seguiram Jesus”, Pe. Dyego, sustenta que “o Senhor nos escolheu e deu uma missão e, rico em misericórdia, diz: não tenhas medo. Em atenção à Tua Palavra, vou deixar tudo e Te seguir”. Confira mais fotos das ordenações no site da Arquidiocese. Acesse: www.arquifln.org.br


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