Jornal da Arquidiocese | nº 228 | outubro de 2016

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 228

Prêmio Dom Afonso

Foto: Servizio Fotografico Vaticano

Prazo final para inscrições | 4

OUTUBRO DE 2016

Dyego e Murilo

Igreja ganha novos padres | 4

Política e fé

Cristãos conscientes | 9

25 anos da visita do Papa missionário

em Santa Catarina


Jornal da Arquidiocese, Outubro de 2016

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opinião

A humildade

São João Paulo II, rogai por nós! Nesta edição de outubro do Jornal da Arquidiocese, você fica por dentro do prazo final para as inscrições do Prêmio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues. Uma caminhada em favor da vida marca a terceira edição do Viva Floripa, no sábado, 08 de outubro, a partir das 09h, no Largo São João Paulo II, em Florianópolis. Monte sua caravana e venha participar deste momento em defesa da vida. No dia 16 de outubro, Nova Trento estará em festa pelos 25 anos da beatificação de Santa Paulina. Veja a programação que marca a data, na página 04. Em outubro, a Arquidiocese vive um momento de muita graça, com a ordenação presbiteral de dois novos padres: Murilo Guesser, no dia 15, e Dyego Delfino, no sábado, 29. Participe e interceda pelas novas vocações sacerdotais. Nas páginas centrais, você acompanha depoimentos emocionantes da visita do Papa missionário, João Paulo II, em Florianópolis, quando aqui esteve para beatificar Madre Paulina, há 25 anos. “Ao Papa missionário, a nossa gratidão e reconhecimento. São João Paulo II, rogai por nós!” Palavras do Pe. Vilmar Vicente, que foi o coordenador geral da visita do Sumo Pontífice, em Santa Catarina. Ainda no clima do mês missionário, a Igreja convida a todos para a Coleta do Dia Mundial das Missões, em todas as celebrações dos dias 22 e 23 de outubro. A Comunidade Bethânia celebra 21 anos de fundação. Na página 10, você encontra a programação do Recanto de São João Batista. Nesta mesma página, uma singela homenagem ao professor, que tem o dom de lecionar. Um mês recheado de grandes lembranças e comemorações. Excelente leitura!

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj A humildade é um daqueles segredos que se deve adquirir para aprender a viver os ensinamentos do Evangelho. Não se verifica tanto no comportamento exterior. É, antes de tudo, uma atitude interior. Santa Teresa de Ávila define a humildade como “caminhar na verdade”. Esta definição vai ao encontro do que afirma Santo Tomás de Aquino. Diz que a humildade tem duplo fundamento: a verdade e a justiça. A verdade nos faz conhecedores de Deus e de nós mesmos e a justiça inclina a tratar tudo na vida de acordo com este conhecimento. São Bento enumera 12 passos para se atingir a verdadeira humildade. 1. Temor de Deus, como medo de ofender o criador; 2. Obediência: não há humildade onde existe a desobediência; 3. A submissão aos superiores por amor a Deus; 4. A paciência, suportando as injúrias e as injustiças sem

queixumes ou se fazendo de vítima; 5. A confissão pública de impotência em certas situações; 6. A aceitação cordial dos imprevistos; 7. Discrição de gestos, ou seja, não esperar elogios, recompensas ou status pelos serviços realizados; 8. Fuga da singularidade, de considerar-se o mais importante; 9. Saber se calar; 10. Saber quando e o que falar; 11. Modéstia no uso dos bens materiais; 12. Simplicidade. O parâmetro da virtude da humildade é a “kenosis” (rebaixamento, esvaziamento) do Verbo que se fez homem. A Ladainha da Humildade retoma as atitudes que caracterizam a humildade. “Do desejo de ser estimado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser amado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser procurado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser louvado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser honrado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser preferido, livrai-me

Nos caminhos de Francisco

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Nas redes

“Não existe alternativa para a caridade; quem se põe ao serviço dos irmãos, embora não o saibamos, são aqueles que amam a Deus”.

Padre Gilson fala sobre a importância da Bíblia No mês de setembro, Padre Gilson, doutor em Teologia Bíblica, pároco da Paróquia Santa Cruz, em São José, falou sobre a importância da Sagrada Escritura.

04 de setembro, na Canonização de Madre Teresa de Calcutá

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Jesus. Do desejo de ser consultado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser adulado, livraime Jesus. Do temor de ser humilhado, livrai-me Jesus. Do temor de ser desprezado, livrai-me Jesus. Do temor de ser rejeitado, livrai-me Jesus. Do temor de ser caluniado, livrai-me Jesus. Do temor de ser esquecido, livrai-me Jesus. Do temor de ser escarnecido, livrai-me Jesus. Do temor de ser injuriado, livraime Jesus”.

“Não há pecado em que caímos do qual, com a graça de Deus, não podemos nos reerguer”.

youtube.com

13 de setembro, no Angelus

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“Por que Jesus é capaz de dizer estas coisas? Porque ele era um Pastor que estava em meio às pessoas, aos pobres. Trabalhava todos os dias junto com eles. Ele não era um ‘príncipe’. É feio para a Igreja quando os pastores se tornam distantes dos pobres e viram ‘príncipes’”. 14 de setembro, na Audiência Geral

“O sinal concreto de que nos encontramos realmente com Jesus é a alegria que sentimos ao comunicá-la também aos outros”. 17 de setembro, no Twitter

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“A vaidade é como uma osteoporose da alma: os ossos do lado de fora parecem bons, mas por dentro estão todos estragados”.

Encontro Continental Latino-Americano das CEBs @pontifex_pt

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“Promovamos um turismo sustentável, que leve desenvolvimento e encontro às populações locais, e evite todo tipo de discriminação”. 27 de setembro, no Twitter

22 de setembro, Missa na Casa Santa Marta

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

O X Encontro Continental das Comunidades Eclesiais de Base foi realizado de 12 a 18 de setembro, no Paraguai, com o lema “As CEBs caminhando e o Reino proclamando”. Aproximadamente 16 países latino-americanos participaram. twitter.com/arquifloripa

III Jornada Paroquial da Juventude No dia 13 de setembro, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, Enseada de Brito, em Palhoça, realizou a Jornada Paroquial da Juventude, com a presença de 600 jovens. Teve como tema: “Não fomos nós que amamos a Deus, foi Ele quem nos amou primeiro”. facebook.com/arquifloripa

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Mateus Peixer e Olga Oliveira. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com e midia.arquifln@gmail. com SITE: www.arquifln.org.br


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#compartilha Paróquia Santo Antônio comemora 50 anos de fundação Foto: Divulgação / Paróquia Santo Antônio

Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal

Interioridade Tantas vezes estamos diante do silêncio de Deus. Ele parece tão distante e, no entanto, vive no íntimo de nós. O amor não se manifesta aos gritos, mas vem como um sussurro, e só quem está atento é capaz de percebê-lo. Deus não se faz de mudo; nós é que nos tornamos surdos!

Descoberta

Somos convidados a descobrir que quando estamos falando com o outro, estamos falando com o Cristo presente nele; que quando o vemos, vemos o Cristo presente nele. Melhoremos nossa fala, aprimoremos nosso olhar!

Amor O amor não arruma desculpas, aponta soluções! A igreja ficou lotada durante a Trezena de Santo Antônio, em preparação ao Jubileu

A Paróquia Santo Antônio, localizada no centro de Florianópolis, celebrou o Jubileu de Ouro, no mês de agosto. Um tríduo foi realizado em preparação para a grande solenidade. No primeiro dia, a paróquia celebrou a presença dos padres franciscanos em Florianópolis. No segundo dia, foi comemorada a missão do leigo na Igreja, e no terceiro, a presença dos párocos e vigários. O ápice do jubileu ocorreu na Missa de Ação de Graças, no dia 30 de agosto. A celebração foi presidida pelo Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck. A noite ganhou mais brilho com a comunidade, que lotou a igreja, e o Coral Bom Jesus de Nazaré, na animação do ato litúrgico. “Apesar de ser um dia de garoa, o povo veio e encheu a igreja. Além de Dom Wilson, tivemos também a presença de padres e freis da nossa região”, ressaltou o vi-

gário paroquial, frei Gentil de Lima Branco. Nesses 50 anos, Nadir Goulart Neto frequenta, junto com a família, a Igreja de Santo Antônio desde a criação. A proximidade com os párocos sempre foi muito grande. “Todos os párocos faziam reunião lá em casa. Os encontros de grupo eram feitos lá com os freis”, conta Auristela Bernardino Neto, filha de dona Nadir. Além de terem sido cursilhistas da Arquidiocese, dona Nadir e seu esposo Lourival, hoje falecido, por muito tempo fizeram trabalhos sociais, na visita aos pobres nos morros. Atualmente, apesar da idade avançada, 85 anos, Nadir Neto continua a cumprir o seu papel de paroquiana. Com muita lucidez e inteligência, ela conclui que “hoje ainda sou Ministra da Eucaristia, levo a comunhão para os doentes, não posso abandoná-los”.

Forania de Brusque promove encontro “O Senhor é meu Pastor” Foto: SJ Estúdio

21 casais participaram deste momento de graça

A Paróquia São Luís Gonzaga foi o local escolhido para sediar a nona

edição do encontro “O Senhor é meu Pastor”, voltado para casais em segunda união. Promovido pela Forania de Brusque, teve como orientador o Pe. Adilson José Colombi. Os 21 casais que fizeram o retiro participam agora de um encontro todo quarto sábado de cada mês, na Paróquia São Luiz Gonzaga. Quem desejar participar do próximo retiro, marcado para os dias 16 e 17 de setembro de 2017, pode obter mais informações na secretaria paroquial, com Silvia, no telefone: (48) 3351-1258.

Distribuição

São Basílio ensinava: “O pão que desperdiças pertence aos que têm fome”. Não desperdicemos, distribuamos! E digamos em oração: “Senhor, dai pão a quem tem fome. E fome de justiça a quem tem pão”.

Matemática

Jesus multiplicava para dividir, somava para diminuir. Multiplicava os pães e os peixes para saciar a multidão faminta, somava em si mesmo nossos pecados para diminuir nossa culpa, redimindo-nos!

A paz no mundo foi debatida na Capital Foto: Carol Denardi

Momento de oração pela vítimas da Síria, conduzido por Dom Wilson

O Arcebispo esteve na abertura do Fórum Mundial da Paz, em Canasvieiras, Florianópolis, em setembro. Em determinado momento da cerimônia, Dom Wilson Tadeu Jönck foi convidado para motivar um minuto de silêncio, seguido de uma breve oração, pelas vítimas da Síria. O Movimento dos Focolares ajudou na organização do 2º Fórum Mundial da Paz dos Jovens, que aconteceu paralelamente ao Fórum Mundial da Paz.

Mais de 100 famílias da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, do Balneário de Canasvieiras, aderiram à hospedagem solidária para abrigar os participantes do evento, como também os hotéis Canas Center e Apart Hotel Fenix. Participaram da décima edição do Fórum representantes de 41 países que debateram temas como educação, meio ambiente, responsabilidade social, políticas públicas e, claro, a paz.


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#compartilha

Arquidiocese ganha dois novos padres

“Se não tivéssemos o Sacramento da Ordem, não teríamos Nosso Senhor. Quem o colocou no tabernáculo? O padre. Quem foi que recebeu nossa alma à entrada da vida? O padre. Quem a alimenta para lhe dar força de fazer sua peregrinação? O padre”. (São João Maria Vianey) A Arquidiocese Florianópolis está em clima de alegria neste mês de outubro. O motivo é a ordenação dos diáconos Murilo Guesser e Dyego Delfino.

O Diácono Murilo será ordenado no dia 15 de outubro, às 15h, na Igreja Senhor Bom Jesus, na comunidade Rachadel, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Antônio Carlos. O futuro padre se sente honrado por receber o Sacramento da Ordem e destaca o importante papel que teve sua família. “Poder entregar a vida, como sacerdote, é uma graça especial que Deus me concede. A vocação é sempre um mistério de amor. De um lado, Deus Foto: Ellinton Souza

Murilo Guesser (E) e Dyego Delfino (D)

Prazo final para as inscrições do Prêmio Dom Afonso

Participe das comemorações dos 25 anos da beatificação de Santa Paulina Imagem: Divulgação / Santuário Santa Paulina

Terminam no dia 21 deste mês de outubro, as inscrições para o Prêmio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues. A terceira edição vai homenagear pessoas empenhadas em difundir a misericórdia em situações de vulnerabilidade social e premiar três iniciativas solidárias com o valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais) cada uma: Entidade Social, Ação Social Paroquial e Pastoral Social ou Movimento Eclesial Católico. As inscrições são gratuitas e as iniciativas solidárias deverão ser protocoladas na sede da Ação Social Arquidiocesana (ASA), através de formulário próprio do prêmio, juntamente com um CD contendo no mínimo cinco fotos, com imagens das ações desenvolvidas pela respectiva iniciativa solidária. A premiação e homenagem às pessoas ocorre no dia 24 de novembro. O edital completo do Prêmio de Inciativa Solidária Dom Afonso Niehues está no site: asafloripa.org.br Serviço Prêmio Dom Afonso Niehues 24/11 | 19h30 Catedral Metropolitana de Florianópolis

O Santuário de Santa Paulina recebe uma média de 70 mil visitantes por mês

Em outubro, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição celebra os 25 anos da beatificação de Santa Paulina. O 25º aniversário se completa no dia 18, mas será celebrado no Santuário Santa Paulina no domingo, 16, com missas às 06h, 08h, 09h45, 14h e 16h. A celebração das 06h será transmitida pela TV Aparecida e a das 09h45, pela Rede Século 21. Além das missas, faz parte da programação das festividades, uma caminhada que liga os dois santuários de Nova Trento: o de Nossa Senhora do Bom Socorro e o de Santa Paulina, no dia 22 de outubro. Haverá o 1º Encontro do Terço dos Homens, marcado para o último domingo do mês, dia 30 de outubro. Todas as paróquias da Arquidiocese são convidadas a participar das comemorações. Mais informações: (48) 3267-3030.

que chama. Do outro, alguém que responde. A resposta deste chamado que Deus me fez é fruto de uma família que reza pelas vocações! Foi no contexto familiar que Deus me chamou. Recordo que desde criança eu já queria ser padre. Minha família foi minha grande promotora vocacional”, afirma Murilo. Já o Diácono Dyego receberá o Sacramento da Ordem no dia 29 de outubro, às 15h, na igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora das Lourdes, no bairro Fazenda, em Itajaí. Ele assegura que a certeza de seu chamado aumenta conforme se aproxima o grande dia. Além disso, o futuro sacerdote não esconde a mistura de sentimento que ocorre em seu coração. “Os sentimentos no momento são uma mistura de alegria, ansiedade e gratidão. Estou muito feliz. Sou um jovem realizado com a vocação que escolhi. Também sou grato a Deus, por todos aqueles que ele colocou e continua a colocar em minha vida e me ajudam a dar o meu sim diariamente”, admite Dyego.

Viva Floripa – uma caminhada em favor da vida A terceira edição do Viva Floripa ocorre no dia 08 de outubro, das 09h às 12h. A caminhada tem início no Largo São João Paulo II, na frente da Catedral, e segue pelas ruas Tenente Silveira e Esteves Junior, até a Beira Mar Norte, com um trio elétrico e muitas pessoas na conscientização em defesa da vida. A iniciativa é da Comissão Vida e Família da Arquidiocese. Nos anos anteriores, o evento era realizado no Largo São João Paulo II. Neste ano, a comissão optou por uma caminhada a favor da vida, pelas ruas de Florianópolis. Durante o trajeto haverá paradas para testemunhos, breves reflexões sobre o tema da vida, músicas e orações. Participe deste dia em favor da vida. Motive seu grupo, pastoral e movimento. Mais informações no facebook: Comissão Imagem: Divulgação

Mais infomações: facebook.com/comissaovidaefamiliafloripa


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nossa fé

Hino ao amor no matrimônio

Bem comum: a política na vida da gente

Pe. Vitor Galdino Feller

Fernando Anísio Batista

O capítulo IV da exortação apostólica Amoris Laetitia é um comentário ao hino à caridade de 1 Cor 13,4-7, na perspectiva do casamento e da família. Casais cristãos, que santificaram sua união no Sacramento do Matrimônio, sinal do amor de Cristo pela Igreja, são desafiados a buscar o máximo da expressão do amor. Sabendo que nunca conseguirão imitar o amor do Cristo Esposo por sua amada, a Igreja, os casais cristãos sentem-se ainda mais provocados a amar o cônjuge e os filhos. Tornar-se amável O Papa Francisco ensina: “O amor não age rudemente, não atua de forma inconveniente, não se mostra duro no trato. Os seus modos, as suas palavras, os seus gestos são agradáveis; não são ásperos, nem rígidos. Detesta fazer os outros sofrerem” (AL, 99). É a deli-

cadeza do amor, a cortesia, o altruísmo, o respeito pela liberdade do outro, a capacidade de esperar que o outro abra seu coração, o olhar amoroso pousado no outro. Um olhar que não se detém nos limites e defeitos do outro, que os tolera em vista de um projeto comum. Um amor que gera vínculos e cria novas redes de integração e de pertença mútua. Desinteressar-se de si O amor se desliga e se desprende de si, não cuida só do que é seu, mas se preocupa também – e até mais – com as carências do outro. É claro que o cristão deve ter autoestima, amar a si mesmo. Não para fechar-se sobre si, mas como condição e trampolim para um amor ainda maior voltado ao outro. Pois a grandeza da caridade está em querer amar mais do que querer ser amado. Amar sem espeEncontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

rar retorno ou recompensa. Amar até dar a vida, até o fim. Amor de oblação e entrega. Estamos aqui no ápice da proposta evangélica, para a qual são convidados os casais unidos no Sacramento do Matrimônio. Evitar a violência O amor não se encoleriza, não se deixa levar por nenhuma irritação recôndita que se põe à defesa diante do outro, como se fosse algum inimigo a evitar ou vencer. O papa assegura que “a indignação é saudável, quando nos leva a reagir perante uma grave injustiça; mas é prejudicial, quando tende a impregnar todas as nossas atitudes para com os outros” (AL, 103). Antes de qualquer reação agressiva é preciso verificar a trave no próprio olho e buscar dentro do próprio coração reações de bênção e de paz em favor do outro. Compartilhe ArquiFloripa

Após as eleições, perma- basta a votação de forma denece a pergunta de sempre: legativa. É preciso participar. será que os eleitos cumpriOs bispos do Brasil perão suas promessas de cam- dem que os leigos cristãos, panha? inspirados na fé que vem No momento em que o do Evangelho, participem Brasil vive uma crise de va- dos conselhos de direitos lores, o ato mais comum é (educação, saúde, criança encontrarmos pessoas re- e adolescente, assistência negando a polísocial etc.) e, da “A política, tão tica. Felizmente, mesma forma, há pessoas que denegrida, é uma a c o m p a n h a r e m querem algo di- sublime vocação, as reuniões das ferente e se colo- é uma das formas câmaras municam nas ruas para cipais, onde se mais preciosas contribuir com as votam projetos e da caridade, pormudanças necesleis para o municíque busca o bem pio. É importante sárias para a socomum” ciedade. acompanhar as O Papa Franvotações e saber cisco lembra que “a política, em que projetos e leis cada tão denegrida, é uma su- vereador está votando. Em blime vocação, é uma das cada votação é sempre o fuformas mais preciosas da turo da cidade que é definicaridade, porque busca o do. bem comum” (EG, 25). Por A política por excelência isso, afastar-se da política é voltada para o bem conão combina com a missão mum. Por isso, renegar a podo cristão, que deve ser “sal lítica ou fazê-la pensando em da terra e luz do mundo (Mt benefícios pessoais, é deixar 5,13-14). de se preocupar com o próPara construir um país ximo e se afastar da mensarealmente democrático, não gem central do Evangelho.


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capa

Missão: tornar Cristo conhecido para o irmão desconhecido Foto: Servizio Fotografico Vaticano

Na Exortação Apostólica Evangelli Nuntiandi, o Papa Paulo VI afirma que “o empenho em anunciar o Evangelho aos homens do nosso tempo, animados pela esperança, é sem dúvida alguma um serviço prestado à comunidade dos cristãos, bem como a toda a humanidade”. Ou seja, o cristão é chamado a anunciar o Evangelho em qualquer tempo e lugar, a exemplo de João Paulo II, o Papa missionário, que visitou 129 países. Nesta lista estava o Brasil que o recebeu por três vezes, nos anos de 1980, 1997 e em 1991. Nesta última vez, esteve na Arquidiocese, para a beatificação de Madre Paulina do Coração de Jesus Agonizante. Na noite de 17 de outubro de 1991, aterrissava na Base Aérea de Florianópolis, o avião que trazia João Paulo II, com 71 anos na ocasião. Às 20h30, ele chegava de helicóptero ao Centro de Treinamento da Polícia Militar. Lá, o papa missionário abençoou uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e a dedicou como padroeira do centro de ensino da instituição. Padre Valdemar Groh, na época, capelão da Polícia Militar, lembrou que “foi inesquecível receber a visita papal. A Polícia Militar zela pela segurança da sociedade e foi reconhecida por um papa”. Na manhã do dia seguinte, foi até o aterro da Baía Sul, onde presidiu a missa de beatificação de Madre Paulina, com a presença aproximadamente 60 mil pessoas.

Papa João Paulo II percorre as ruas de Florianópolis

Foto: Servizio Fotografico Vaticano

BATATA A DORÊ PARA O MISSIONÁRIO Na continuação da visita, após a celebração eucarística, João Paulo II almoçou na residência episcopal. A auxiliar de cozinha na época, Ana Maria Santiago Laurindo, ajudava a fazer o almoço, com outras pessoas. “Já estava tudo sob controle na cozinha e eu decidi dar uma volta na casa, para ficar mais próxima dele. Foi então que o Arcebispo Dom Eusébio Oscar Scheid e Pe. Afonso Ermmendoerfer me apresentaram ao papa. Ele colocou a mão na minha cabeça e me abençoou. Emocionada, fiz um pedido para ficar grávida. Três meses depois, engravidei e coloquei o nome do meu filho de João Paulo, em homenagem a ele”, complementou Ana, que trabalha na Cúria há 27 anos. A copeira do Ministério Público, Maria Terezinha Serafim dos Santos, foi convidada por Dom Eusébio para cozinhar especialmente para João Paulo II. “Fui apresentada ao papa, disse que estava com dor de cabeça e ele me deu uma bênção especial. Depois daquele dia, nunca mais soube o que foi dor de cabeça”, assegura Maria Terezinha. No cardápio para um missionário tão simples: salada tropical, peixe - já que não comia carne na sexta-feira - e um pedido especialmente feito por ele, batata à dorê. Às 17h30 daquele dia 18 de outubro de 1991, o papa missionário partia novamente em missão, desta vez, rumo a Vitória, Espírito Santo. Permaneceu no Brasil até o dia 21 de outubro.

Foto: Servizio Fotografico Vaticano

Multidão presente na celebração no aterro da Baía Sul

Foto: Servizio Fotografico Vaticano

Terezinha beija as mãos de Joáo Paulo II

Ana Maria recebe a bênção do Papa


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IGREJA MISSIONÁRIA A Arquidiocese de Florianópolis tem frentes missionárias na Bahia, na Amazônia e na África. Na Diocese de Barra, Bahia, na Pro-Paróquia São Francisco, está o Pe. Antônio Luiz Schmitt, que iniciou a missão em fevereiro deste ano. O Pe. Jacob Archer está na Diocese de Macapá, no Amapá, desde 2015. O Pe. Lúcio Espíndola Santos partiu em missão para a Diocese de Bafatá, África, no ano de 2006. Segundo o Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), desde o ano de 2000, a Arquidiocese participa das Santas Missões Populares, no período das férias, na Diocese de Barra, na Bahia. Uma destas missionárias que partiu em missão para lá é a pedagoga e pós-graduanda Zenir Gelsleichter, da Paróquia de Angelina. A agente da Cáritas foi para a Diocese de Barra pela primeira vez, em 2006. E assim, todo ano ela vai em missão para a Bahia. Em 2012, Zenir foi um pouco mais longe, para a África, onde ficou dois anos e 25 dias. Lá, a jovem trabalhou na animação vocacional, no projeto de costura para mulheres e outras atividades. “Perceber o outro como morada de Deus e o próprio Deus vindo ao nosso encontro através do outro, dispor-se com amor, ouvir, isto é gratificante na vida missioná-

CAMPANHA MISSIONÁRIA 2016

SERVIÇO COLETA DO DIA MUNDIAL DAS MISSÕES 22 e 23 de outubro, em todas as comunidades. A coleta é enviada para as Pontifícias Obras Missionárias

Assim é a vida em missão. Ora o missionário está aqui, Ora ali, o importante é ir ao encontro, como fez o Santo João Paulo II, ao percorrer 129 países, nos seus 26 anos de pontificado. Papa Francisco insiste na missionariedade da Igreja. “Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho em todos os lugares, em todas as ocasiões. A alegria do Evangelho é para todo o povo, não se pode excluir ninguém” (EG 23). Como já é tradição, em outubro, a Igreja desenvolve a Campanha Missionária, que este ano tem como tema “Cuidar da Casa Comum é nossa missão” e o lema, “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). Este tema mobiliza a sociedade para a responsabilidade e zelo com o planeta. Na Exortação Apostólica Evangelli Nuntiandi, um convite para este mês missionário: “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na ‘missão’ do Filho e do Espírito Santo”.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

MISSÕES POPULARES Algumas paróquias da Arquidiocese promovem durante o ano as Santas Missões Populares, quando os missionários visitam as casas, em semanas e mutirões missionários, com o objetivo de evangelizar. “O apelo é que cada paróquia viva bem este mês missionário, observando de modo especial o tema deste ano. E que se tenha também um forte empenho na coleta missionária, que acontece nos dias 22 e 23 de outubro”, explicou o coordenador do COMIDI, Pe. Josemar Silva.

Zenir no concurso de cantos da juventude, na África

A missionária no retiro da Quaresma de 2014, em Moçambique

Foto: Servizio Fotografico Vaticano

São João Paulo II Missionário moderno Nos dias 17 e 18 de outubro de 1991 recebemos em Florianópolis uma visita inédita. Chegava entre nós o Papa João Paulo II. Desde o dia 15 de março de 1991 começamos a preparação com muito entusiasmo e apoio do Arcebispo recém-empossado, Dom Eusébio Scheidt. Foram dez comissões encarregadas das diversas áreas que envolviam a visita pastoral do grande missionário do século XX. Multiplicamos reuniões, encontros, providenciamos para que tudo estivesse nas melhores condições para o grande evento que envolveria governo, Igreja, segurança pública, Itamaraty, cerimonial do Vaticano, comunicação social e outros. Finalmente chegou o grande dia 17 de outubro quando, às 20h, o avião da Alitália vindo de Cuiabá (MT), chegava no Aeroporto Hercílio Luz, na Base Aérea. Após os cumprimentos iniciais, o Papa e sua comitiva seguiram de helicóptero até o centro de instrução da Polícia Militar, na Trindade, onde emocionadíssima, a comissão local o aguardava com Dom Afonso Niehues e Mons. Vito Schlickmann. Em seguida, lentamente o papamóvel seguiu pela Avenida Beira Mar Norte até o Colégio Catarinense, onde o Papa se hospedou, com imenso carinho e preparação da comunidade jesuíta. Na manhã seguinte, o Papa se deslocou para o aterro da Baía Sul e no altar pontifical iniciou a solene celebração de beatificação de madre

Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Às 08h, uma chuva forte caiu na cidade, mas a multidão permaneceu firme e animada, até que às 09h, com belíssimo sol, iniciou o solene pontifical, com bispos, cardeais e o santo padre subindo a rampa do altar. A equipe de liturgia estava impecável. Um coral de duas mil vozes animou os cantos e fez a multidão vibrar. Em frente ao altar estavam mais de 500 presbíteros, diáconos e ministros extraordinários da comunhão. Uma comitiva enorme de autoridades também participava. As Irmãzinhas da Imaculada Conceição, em número expressivo, cantavam e vibravam. Após o pontifical, o Papa seguiu no papamóvel pelas Avenidas Mauro Ramos e Rio Branco até a rua Esteves Júnior, no Palácio Episcopal, para o almoço festivo com os bispos do Regional Sul IV e a comitiva papal. Na entrada, o Papa recebeu a homenagem do clero através de uma joia preciosa, dada pelo Cônego Roberto Wyrobek. A saudação foi em polonês, o que surpreendeu o Papa, que abraçou carinhosamente o Cônego Roberto. No período vespertino foi realizado um belíssimo encontro ecumênico com a presença de várias denominações cristãs. Posteriormente, o Papa missionário se dirigiu ao ginásio do SESI, na Prainha, para o encontro com as religiosas. Ali também estavam muitos idosos, doentes e representantes da sociedade civil. Nesta ocasião, o Papa foi saudado pela Ir. Ilse

Padre Vilmar (D) coordenou a visita de João Paulo II na Capital

Mees, superiora geral das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Na saída do SESC, foi ovacionado por seminaristas, jovens e o povo em geral. Finalmente, na frente do Palácio Santa Catarina, o Papa se despediu de nosso Estado e foi de helicóptero até a Base Aérea, de onde seguiu para Vitória, no Espírito Santo. A visita do Papa missionário em Florianópolis coincidiu com o aniversário de 13 anos do seu pontificado, o que foi lembrado algumas vezes durante sua estada em terras catarinenses. Ao Papa missionário, a nossa gratidão e reconhecimento. São João Paulo II, rogai por nós! Por Pe. Vilmar Adelino Vicente Coordenador geral da visita de João Paulo II em Santa Catarina


Jornal da Arquidiocese, Outubro de 2016

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bíblia Lectio Divina

Maria, Mãe de Jesus “Conceberas e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus”. (Lc 1,31) Em 2017 celebraremos os 300 Anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Será uma grande festa para a Igreja no Brasil. Nosso fundador, Pe. Leo, vislumbrou na imagem retirada do fundo do rio, quebrada e cheia de lama, a situação de nossos filhos quando chegam a Bethânia para serem restaurados e renovados na saúde física, mental e espiritual. Teremos assim, uma grande oportunidade de melhor conhecer e amar aquela que Deus escolheu para ser sua e nossa Mãe. Trilharemos o caminho cunhado pela tradição através dos títulos de Maria Santíssima ao longo da história. Vale começar por “Mãe de Jesus”. Quem foi Maria? Mulher simples. No pequeno povoado de Nazaré da Galiléia cresce como todas as meninas de sua época. Os Evangelhos narram que Maria estava prometida em casamento a um carpinteiro honrado e justo chamado José, vindo da Judeia. Os dois são pessoas do povo. O Evangelho de Mateus testemunhará: “Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs?” (Mt 13,55-56). Eis a jovem que recebe a visita do Anjo Gabriel e recebe a missão de ser a Mãe do Salvador (Lc 1,26-38). O texto

Pe. Wellington Cristiano da Silva

lucano fala do sim de Maria. Neste consentimento livre ela se torna serva do Senhor e se dispõe a ser a Mãe de Jesus e deixa registrado seu lugar na história. Caberá a José assumir o filho de Maria, que fora concebido pelo Espírito Santo, conforme narra Mateus (Mt 1,18-25). Nasce assim a Sagrada Família de Nazaré. Não há dúvidas. Maria é a mãe de Jesus. Tudo o que se refere à Nossa Senhora parte desta certeza registrada de forma eloquente: “Maria deu à luz o filho primogênito. Envolveu-o em panos e o deitou numa manjedoura, por não haver lugar para ele na hospedaria”(Lc 2,7). Ela é a mãe de Jesus e atravessará todo o caminho do filho como essa mãe presente. Emociona-nos imaginar que nos primeiros meses de gestação, a criança se configura física e psicologicamente por obra de sua mãe, que não só a alimenta com a própria vida, como também a torna centro de seus pensamentos, afetos e cuidados. Toda mãe molda misteriosamente a personalidade de seu filho. O mesmo acontece com o filho de Maria. A maternidade traduz a experiência singular que Maria viveu de seu Deus. De mãe de Jesus tornar-se-á aquela que o canto enaltece: “Salve ó Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida. Salve ó Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida”. Por Pe. Vicente de Paula Neto, bth Comunidade Bethânia

Lectio (leitura) “Houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm mais vinho’. Jesus respondeu-lhe: ‘Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou’. Sua mãe disse aos que estavam servindo: ‘Fazei o que ele vos disser’” (Jo 2,1-5).

Meditatio (meditação) O primeiro sinal realizado por Jesus foi em Caná da Galileia. Neste casamento – símbolo da aliança de Deus e seu povo –, Jesus inaugura uma nova e eterna aliança, que se consumará na cruz. A presença de Maria é muito significativa. Ela precede o filho, como que para preparar-lhe o caminho. A Virgem constata a falta de vinho. Mesmo não sendo encarregada da festa, mas convidada, sua atenção e previdência a motivam a tomar parte da situação. Dirige-se a seu filho numa atitude de misericórdia e total confiança. Intitulada Mulher, Maria simboliza a noiva, a nova humanidade, a nova Eva. Junto à cruz, chegada a hora, tornarse-á mãe de todos os crentes (Jo 19,25-27). Como intercessora nossa e Esposa totalmente entregue ao seu Esposo, Maria nos aponta o caminho: “Façam o que Ele disser”

Oratio (oração) Se ganhei as tuas boas graças,

ó Senhor, e se for de teu agrado, concede-me a vida – eis o meu pedido! – e a vida do meu povo – eis o meu desejo! (Est 7,3).

Contemplatio (contemplação) Com nosso olhar voltado para os céus, contemplemos a aliança de amor que o Senhor firmou com seu povo.

Missio (missão) Transbordando nossas talhas com o vinho novo, sinal da chegada dos tempos messiânicos, o Senhor quer transformar nossa tristeza em alegria, nossa angústia em espera confiante. A missão que nos cabe é realizar tudo aquilo que Jesus nos disser ao coração. Como Maria, sejamos atentos às necessidades de nossos irmãos e irmãs. Tomemos a iniciativa na construção de um mundo mais humano e fraterno.

Conhecendo o livro dos Salmos Pe. Ney Brasil Pereira

Salmos 126, 127 e 128 – “DAS SUBIDAS” (III) Ainda estamos “subindo a Jerusalém”, animados pelos “salmos das subidas”. Do total dos 15 salmos que constituem esse conjunto, já estudamos seis deles. Vamos agora estudar mais três, a saber: o 126, intitulado “Parecíamos sonhar!”; o 127, que resumimos na fórmula “Sem Deus e com Ele”; e o 128, que intitulamos “Bem-aventurança”. Novamente, são salmos breves, que não deixam de impressionar pela força das imagens que os inspiram. A propósito, vejamos o que, segundo Santo Ambrósio, caracteriza os salmos, em comparação com outras passagens da Sagrada Escritura: “A história instrui, diz o santo Doutor, a lei ensina, a profecia anuncia, a correção castiga, a moral persuade.

Ora, no livro dos Salmos, há proveito para todos e auxílio para a salvação de cada um. Quem os lê, tem remédio especial para as chagas das paixões. Quem quiser lutar como em ginásio de almas e estádio de virtudes, onde estão preparados diversos gêneros de luta, escolha para si aquele que julgar mais adequado para mais facilmente alcançar a coroa. Se alguém quiser recordar e imitar os feitos gloriosos dos antepassados, encontrará compendiada num salmo toda a história dos nossos pais, podendo assim enriquecer o tesouro da memória numa breve leitura”. Aproveitemos, pois, a riqueza dos salmos, aqui, os “salmos das subidas”, para nossa instrução e salvação.

Leia os três salmos e reflita: 1) Quais são as duas partes do Sl 126? 2) Como o Sl 127 expressa a confiança em Deus? 3) O que constitui a riqueza viva do lar, segundo o Sl 127? 4) Como o Sl 128 completa e, de certo modo, corrige o Sl 127? 5) Como se alarga a bênção do Sl 128? Qual a sua leitura eclesiológica e cristológica?

A análise completa desses salmos se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


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Jornal da Arquidiocese, Outubro de 2016

evangelização

Cristãos conscientes Concílio Vaticano II reafirma a importância da participação política na construção da sociedade justa e fraterna Desde os seus primórdios, na vida da Igreja e da sociedade manifestam-se vozes significativas, proféticas, que indicam a presença de uma autêntica ação do Espírito. Tratam-se de pessoas de muita fé e coragem que, profundamente enraizadas nas problemáticas existenciais e da vida em comunidade, enxergam a realidade de maneira mais ampla e crítica. Ainda hoje, no seio da sociedade, tais vozes exercem um verdadeiro ministério, ajudando a captar e a identificar as implicações sociais da Palavra de Deus. O Concílio Vaticano II, na constituição pastoral Gaudium et spes, ressalta o papel importante que a Igreja tem nas relações com a comunidade política, onde se manifesta como “sinal e salvaguarda da transcendência da pessoa humana” (GS, 76). O Concílio reafirma a importância da participação política dos cristãos na construção da sociedade justa e fraterna e confirma essa participação como um serviço: “A Igreja louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal cargo, em serviço dos seres humanos” (GS, 75). E ainda: “os leigos, que devem tomar parte ativa em toda a vida da Igreja, não devem apenas impregnar o mundo com o espírito cristão, mas são também chamados a serem testemunhas de Cristo, em todas as circunstâncias, no seio da comunidade

humana” (GS, 43). Segundo a Doutrina Social da Igreja, quatro são os princípios que constituem o alicerce da ordem social: a verdade, a justiça, a liberdade e o amor. Longe desses princípios éticos, a conivência humana é impossível. Não alheia ao debate político e às implicações sociais da fé, a Igreja particular da Arquidiocese de Florianópolis oportunizou, para suas foranias, pastorais e movimentos, um roteiro orientativo para o encontro com os candidatos às eleições municipais de 2016, bem como o fomento às ações promovidas pelo Ministério de Fé e Política da RCC. Ainda no campo formativo, no mês de novembro de 2016, 15 alunos de diferentes dioceses do Regional Sul IV estarão concluindo o curso de pós-graduação em Doutrina Social da Igreja na Realidade Catarinense, promovido pela Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC). A fé cristã não despreza a atividade política, pelo contrário, a valoriza e a tem em alta estima, como afirma Documento de Puebla, n. 514. A Igreja assume em sua missão formar a consciência do cristão para que ele possa livremente escolher e assumir seu papel na sociedade, abraçando os ensinamentos evangélicos: o amor pelos pobres, a luta pela justiça social e pela dignidade da pessoa humana.

Edital de convocação para a Assembleia Geral Ordinária da APAZ A Associação Padre Augusto Zucco (APAZ) recebe esse nome em homenagem ao padre que sempre foi muito amigo do clero e grande incentivador vocacional, Monsenhor Augusto Zucco, que faleceu no dia 25 de maio de 1987, aos 72 anos de idade. Localizada no bairro Areias, São José, a associação reúne padres diocesanos e religiosos. Eles se encontram às segundas-feiras, para um momento de convivência e fraternidade. Atualmente residem no local o Bispo Auxiliar Emérito Dom Vito

Schlickmann e o Monsenhor Agostinho Staehelin. A associação acolhe, também, padres idosos ou outros que queiram descansar alguns dias. A cada dois anos é feita nova eleição para a diretoria da APAZ. A atual tem a seguinte composição: Presidente - Pe. Pedro José Koehler Secretário - Pe. Sílvio José Kremer Tesoureiro – Pe. Deivide Tiago TomasiSegundo tesoureiro - Pe. Darcísio Schappo Confira o edital ao lado:

Foto: Divulgação

Por Vilmar Dal Bó Mestre em Teologia e Estudos Políticos, bacharel em Teologia e em Engenharia de Produção, professor de Moral Social da FACASC

APAZ – Associação Padre Augusto Zucco Rua Zioni Berkenbrock, 330 88113-500 – Barreiros – São José/SC Fone: (48) 3246-3015 São José, 19 de Setembro de 2016. EDITAL DE CONVOCAÇÃO No uso de suas atribuições e de acordo com o Capítulo IV do próprio Estatuto da Associação APAZ, o presidente convoca todos os associados para a Assembleia Geral Ordinária, a realizar-se no dia 07 de Novembro de 2016, às 10h, em sua sede, sito à Rua Zione Berkenbrok, 330 – Real Parque – Barreiros – São José/SC. Pauta: 1. Relatório das Atividades / 2. Prestação de Contas / 3. Eleição da Nova Diretoria / 4. Assuntos Gerais A Assembleia Geral terá a primeira convocação às 10h, e segunda convocação às 10h30. Contamos com sua valiosa presença e desde já agradecemos. _______________________________ Pe. Pedro José Koehler Presidente


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evangelização

Professor - a missão de ensinar O dia 15 de outubro é dedicado àqueles que ensinam “Para aprender conteúdos basta o computador, mas para compreender como se ama, para entender quais são os valores e que costumes criam harmonia na sociedade é preciso um bom professor”, afirma Papa Francisco. No sábado, dia 15, comemora-se uma das profissões mais sublimes, o professor. Não é qualquer pessoa que pode ser professor. Além de enfrentar a falta de estrutura digna para o exercício da profissão e baixa remuneração, estudar muito, o profissional precisar ter o dom de falar e cativar os estudantes. A decisão de ensinar não se dá por causa da remuneração e por imaginar um trabalho calmo. Essa escolha é feita por um motivo maior, o amor por educar. Seu maior salário é saber que graças a seu trabalho, a criança, o adolescente ou o jovem será “alguém” neste mundo, tantas vezes cruel. O educador precisa ter muita for-

Caridade social

Foto: Divulgação / Comunidade Bethânia

Foto: Divulgação

Falta de estrutura na maioria das escolas públicas dificulta o trabalho dos professores

ça para aguentar todas as pressões e dificuldades que enfrenta no decorrer de sua carreira. Tem a grande responsabilidade de formar o ser humano,

além de cuidar de sua própria vida. Já se sabe que o professor de escola pública não pode opinar sobre qualquer religião. Mas então qual é o

segredo do educador católico para lecionar aos alunos crenças cristãs? A professora de Educação Infantil, Caroline Heil Mafra, de um colégio particular de São José, diz: “Ensino às crianças todos os valores de um cristão, sem mencionar a religião. Ensino o amor com os amigos, os professores e com todos os profissionais que trabalham na escola”. O professor de Introdução ao Direito e Direito Constitucional, Cassiano Reichert Cordoni, da Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), conta que nas suas aulas, consegue unir o valor católico às matérias que leciona. “O cristão deve defender e lutar pelo que é justo. Em nossa disciplina, precisamos entender que o que diz a lei muitas vezes não é o justo. O direito rege as relações humanas, com leis e normas redigidas por humanos. Dentro do direito, devemos nortear nossa vida como cristãos”.

Comunidade Bethânia celebra 21 anos de acolhimento

Josias de Oliveira tem 23 anos e chegou na Comunidade Bethânia, em São João Batista, aos sete anos de idade, acompanhado de dois consagrados do Recanto Guarapuava (PR). A mãe dele não possuía condições para criá-lo. Aprendeu valores, constituiu uma família e atualmente presta trabalhos na instituição. “Se não fosse Bethânia, eu poderia estar no mundo das drogas ou em qualquer outro lugar sem nenhu ma condição Missa sendo realizada na comunidade social. Sou grato por ter tido a oportunidade de, ainda criança, receber uma casa e uma família”, comentou. Assim como a história de Josias, Bethânia conta com tantas outras que marcam os 21 anos de fundação, comemorados em outubro. Durante este tempo, tendo como principal missão o acolhimento, a comunidade proporciona um ambiente que possibilita a restauração integral do acolhido e seus familiares. As comemorações dos 21 anos se iniciaram com um Cerco de Jericó, que termina no dia 06. Na sexta-feira, 07 de outubro, às 13h, ocorre um colóquio sobre dependência química e na segunda, dia 12, missa em honra a Nossa Senhora Aparecida, às 15h. Os eventos serão realizados no Recanto São João Batista. A Comunidade Bethânia não é considerada uma clínica, mas sim, uma casa de

acolhimento. Para estar no processo de recuperação, o “filho” ou “filha”, como são chamados na comunidade, não pagam nenhum valor mensal, a única condição é querer mudar de vida. Na rotina diária da instituição, aplica-se um projeto pedagógico e terapêutico, baseado na visão integral do ser humano: físico, psicoativo e espiritual. Por meio de atividades de autocuidado e de sociabilidade, busca-se a valorização da pessoa como alguém útil e capaz. Mais informações sobre a Comunidade Bethânia no (48) 3265.4416. Ou no site: www.bethania.com.br Colaboração Fran Lima - Assessoria Comunidade Bethânia Foto: Divulgação / Comunidade Bethânia

Nossa Senhora Aparecida é a padroeira da comunidade fundada pelo Pe. Léo


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evangelização Cronograma de outubro

Dia Nacional da Juventude completa 30 anos

01 a 07/10 | Semana Nacional da Vida | Paróquias

Celebração ocorre no quarto domingo de outubro Imagem: Divulgação

02/10 | Eleições Municipais 03 a 12/10 | Novena e festa de N. Sra. Aparecida | Procasa - São José 03 a 06/10 | Encontro Regional de Presbíteros | Tubarão 06 a 09/10 | Movimento Emaús – Curso Masculino | Morro das Pedras 08/10 | Dia do Nascituro | Viva Floripa – Florianópolis 12/10 | Nossa Senhora Aparecida

Tema do DNJ entra em sintonia com a Campanha da Fraternidade deste ano

Neste ano, a Igreja no Brasil comemora o Dia Nacional da Juventude (DNJ), com um sentido mais que especial: são 30 anos de vitórias, alegrias e angústias dos jovens espalhados por todo o Brasil, que levam a Palavra de Deus do Oiapoque ao Chuí. Celebrado sempre no quarto domingo de outubro, o tema do DNJ deste ano é “Juventude e nossa casa comum” e está em sintonia com a Campanha da Fraternidade. E tem como lema - “Vou criar novo céu e nova terra” (Is 65,17). Toda essa proposta está embasada na Encíclica Laudato Si’, lançada pelo Papa Francisco em 2015. Inicialmente esta data era celebrada apenas pela Pastoral da Juventude, mas com o passar do tempo e a criação do Setor Juventude nas dioceses, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) incluiu no calendário comum, entre as diversas expressões juvenis católicas. O DNJ tem como principal significado o protagonismo juvenil, gerado a partir da visita nas casas, caminhadas pelas paróquias, shows, pregações, tudo organizado pelos jovens. É diferente das Jornadas

Diocesanas da Juventude, que são o momento de encontro junto ao bispo, rezando em comunhão com os jovens do mundo inteiro. A partir da reflexão sobre o cuidado da casa comum, propõe-se o estudo do ser humano como centro de toda criação. Afinal “o nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o ar que nos permite respirar e sua água vivifica-nos e restaura-nos” (LS,2). Despertados pelo Jubileu dos 300 anos de Aparecida, pode-se também considerar todo o papel de “Maria, a mãe que cuidou de Jesus, agora cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido”(LS,241). Por fim, sabe-se o quanto é necessário despertar a sociedade para uma verdadeira conversão ecológica. Cabe aos jovens se tornarem protagonistas dessa conscientização e precursores das mais diversas iniciativas para salvar o planeta Terra. Como Igreja em saída, é preciso assumir o gesto de defesa da vida, cada vez mais ameaçada necessitada de cuidado. Por João Augusto de Farias Coordenador do Setor Juventude

14 a 16/10 | Congresso de Homens | CEAR 15/10 | Dia dos Professores 15/10 | Jubileu da Misericórdia ent. Past. e Ações Sociais | S. Pedro Alcântara 15 a 16/10 | RCC – Kairós da Juventude | Águas Mornas 15/10 | Ordenação Presbiteral de Murilo Guesser | Antônio Carlos 18/10 | 25º Aniversário Beatificação de Sta. Paulina | Nova Trento 21/10 | Dia Nacional de Valorização da Família | Paróquias 21 a 23/10 | Formação sobre Nulidade Matrimonial | Curitibanos 22/10 | Encontro PASCOM Foranias | A definir 22 a 23/10 | Encontro Mundial Matrimonial | Carmelo 29/10 | Ordenação Presbiteral de Dyego Delfino | Itajaí Acesse o calendário completo em www.arquifln.org.br

Jovens se reúnem em Águas Mornas Imagem: Divulgação / RCC Florianópolis

No ano passado, o evento foi relizado em Santo Amaro da Imperatriz

Nos dias 15 e 16 de outubro, o município de Águas Mornas recebe o Kairós da Juventude. Mais de mil jovens são esperados para esse fim de semana. O evento é organizado pelo Ministério Jovem da Renovação Carismática Católica (RCC) e é muito esperado pela juventude. O final de semana promete ser de muitas brincadeiras, orações e profundo avivamento espiritual. Além disso, a programação do encontro contará com muitas pregações e animação. O ministério de

música Vida Pleno, animará os dois dias. A banda Totus Tuus fará um show no sábado à noite. Os jovens que tiverem dúvidas sobre o seu chamado poderão tirá -las nos stands vocacionais. A grande novidade deste ano será a presença de uma equipe de intérpretes em libras, que acompanhará as pessoas com deficiência auditiva. O evento começa às 08h de sábado e se encerra no domingo com missa. As inscrições podem ser feitas no site: rccflorianopolis.com.br.


Jornal da Arquidiocese, Outubro de 2016

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geral Foto: Roberson Pinheiro

O ROSTO DA MISERICÓRDIA Pe. Vitor Feller

Síntese da Bula do Jubileu da Misericórdia

Jubileu dos colaboradores da Mitra, realizado em maio deste ano, no Santuário de Angelina

Encerramento do Ano da Misericórdia será no dia 20 de novembro, no Estádio Orlando Scarpelli Foto: Roberson Pinheiro

No dia 20 de novembro, as 72 paróquias da Arquidiocese, as foranias, pastorais, movimentos, serviços, novas comunidades, o clero e as religiosas vão se encontrar para o encerramento do Ano Santo da Misericórdia, no Estádio Orlando Scarpelli, no Estreito, em Florianópolis. A programação começa às 08h. Após a animação inicial, ocorre uma apresentação teatral das obras de misericórdia corporais e espirituais presentes na Arquidiocese, feita por instituições sociais. Depois, o Arcebispo preside a missa solene de encerramento do Ano Santo. “Convido a todos para se fazerem presentes neste singular momento da nossa Igreja. Organizem suas caravanas. Faremos, com certeza, uma grande festa para o encerramento do Ano Santo da Misericórdia”, ressaltou Dom Wilson Tadeu Jönck. Um ano jubilar O Papa Francisco abriu o Jubileu Extraordinário da Misericórdia no dia 08 de dezembro de 2015, em Roma. Após a comunhão, o Pontífice abriu a Porta Santa, na entrada da Basílica de São Pedro. E, assim, a Igreja em todo o mundo abriu também a Porta Santa. Na Arquidiocese, a Porta da Misericórdia foi aberta pelo Arcebispo no dia 13 de

A prática da Confissão: um dos passos para a misericórdia

dezembro, na Catedral. Foi um período em que a igreja local viveu intensamente o Ano Santo, com jubileus dos enfermos, da vida consagrada, dos colaboradores da Mitra, das famílias, dos presbíteros, dos presos, dos diáconos e esposas, da juventude, das entidades, pastorais e ações sociais. Neste tempo, intensificaram-se as obras de misericórdia corporais e espirituais e o Sacramento da Confissão. “O perdão é uma força que ressuscita para nova vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança”, declarou o Papa Francisco na Bula de Proclamação do Jubileu. Serviço Encerramento do Ano Santo 20/11 | 08h

Através desta coluna, “O rosto da misericórdia”, lançada em agosto de 2015, o Jornal da Arquidiocese publicou, mensalmente, a Síntese da Bula do Jubileu do Ano Santo, feita pelo vigário geral, Pe. Vitor Feller. Neste mês, o jornal transcreve a última parte da Síntese, na esperança de que o leitor tenha vivido e entrado no clima da misericórdia, em unidade com o Papa Francisco. Como alcançar indulgências? Para viver e obter indulgência, os fiéis devem realizar breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta na Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo bispo diocesano. Esta peregrinação, que pode ser feita na celebração de abertura da Porta da Misericórdia ou em qualquer momento do Ano Santo, deve ser acompanhada dos sacramentos da Reconciliação (confissão) e da Eucaristia (comunhão), uma reflexão sobre a misericórdia divina, a profissão de fé, a oração pelo papa e por suas intenções.

Pode-se também alcançar indulgência todas as vezes que se fizer alguma obra de misericórdia corporal ou espiritual. Doentes ou idosos, impossibilitados desta peregrinação, podem alcançar a indulgência pela oferta de sua enfermidade ou sofrimento como experiência de proximidade ao Senhor no mistério de sua paixão, morte e ressurreição, pela participação na oração comunitária e na missa, inclusive através dos meios de comunicação. Encarcerados podem alcançar a indulgência nas capelas da prisão, todas as vezes que passarem pela porta da cela dirigindo o pensamento e a oração a Deus-Pai, que é capaz de mudar os corações e transformar as grades em experiência de liberdade. A indulgência jubilar pode ser obtida em favor dos falecidos, recordando-os na celebração da missa e pedindo a Deus-Pai misericordioso que os liberte de qualquer resíduo de culpa e os abrace na felicidade eterna (Carta do Papa Francisco a Dom Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, de 01 de setembro de 2015).


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