Jornal da Arquidiocese | nº 256| Maio 2019

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 256

Tríduo Pascal

A vitória de Cristo sobre a morte | 3

MAIO DE 2019

Novas orientações

Sacramento do Matrimônio | 10

Foto: CNBB

Christus vivit

A Exortação Apostólica sobre os jovens | 11

Foto: Franklin Machado

Foto: CNBB

CNBB Comunhão e Missão


Jornal da Arquidiocese, maio de 2019

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opinião Domingo e Eucaristia

Parabéns, mamães!

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj

Foto: Divulgação

A Páscoa mostra que o cristão é chamado a tornar-se uma nova criatura. A celebração eucarística no dia do Senhor torna-se o grande instrumento para gerar e cultivar a vida nova conquistada por Cristo. Dois aspectos permitem entender o que significa o domingo e a Eucaristia: a comunhão e a caridade. O dia do Senhor é vivido como um tempo para os outros. As palavras e gestos de Cristo na instituição mostram o sair de si – isto é meu corpo entregue... meu sangue derramado por vós e por todos. Cristo é doado a nós, cristãos, a fim de que seja doado para todos. A Igreja que nasce da Eucaristia está aberta para todos. E a primeira missão consiste em construir a comunidade. E a comunidade é constituída de pessoas que estão voltados para os outros. A lei fundamental da missão: a Igreja que vive em unidade é o testemunho mais persuasivo para o mundo. A comunidade dos Atos

Inspirados na comemoração americana, a Associação Cristã de Moços do Rio Grande do Sul (ACM-RS) começou a celebrar o Dia das Mães em 1918. Em 1931, após participar do Dia das Mães da ACM de São Paulo, Alice Tibiriçá prometeu ajudar na campanha para oficializar a data, no calendário nacional. No mesmo ano, durante o II Congresso Internacional Feminista, realizado no Rio de Janeiro, Alice apresentou uma moção dirigida ao chefe do governo provisório (Getúlio Vargas) pedindo para ser instituído no segundo domingo do mês de maio o Dia das Mães. No documento, as mulheres explicam que, “reunidas por um alto ideal de confraternização feminina para trabalhar pelo progresso do país, desejam homenagear as mães – o maior fator de nosso aperfeiçoamento moral”. No ano seguinte, em 1932, Getúlio Vargas assinou o decreto que oficializou a data no Brasil. “Queridas mães, obrigado, obrigado por aquilo que são na família, à Igreja e ao mundo. E a ti, amada Igreja, obrigado por ser mãe. E a ti, Maria, mãe de Deus, obrigado por nos fazer ver Jesus. E obrigado a todas as mães aqui presentes: vamos saudá-las com um aplauso!” - Papa Francisco. É com essa mensagem do Santo Padre que o Jornal da Arquidiocese parabeniza todas as mães.

dos Apóstolos é descrita como experiência na casa e no templo. A festa e o domingo são vividos como momentos para renovar a vida eclesial, reconstruir o clima de vida familiar. Também no nosso tempo, a Igreja local constitui-se na presença concreta do Evangelho e se torna o centro da existência humana. Na paróquia se vive o sentido da pertença, do viver para os outros. A vida cotidiana é vivida como sinal da unidade na paróquia. O domingo é o momento de viver juntos (encontro) e assim evitar a banalidade do consumismo. É o dia de viver experiências de comunhão fraterna entre as pessoas e as famílias. Desta forma, a vida cotidiana se torna sinal da unidade na paróquia. O domingo é vivido também como o dia da caridade. A Igreja que se alimenta da Eucaristia dominical é comunidade de serviço a todos. So-

Nas redes

Nos caminhos de Francisco

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bretudo no Advento e na Quaresma se propõe o serviço da caridade como tarefa essencial da família e da comunidade. A caridade exprime o desejo de comunhão com Deus e com os irmãos. Sem a experiência do serviço em casa, sem a prática da ajuda recíproca, sem a participação nos deveres da comunidade, dificilmente nasce um coração capaz de amar.

“Se és jovem em idade, mas te sentes frágil, cansado ou desiludido, pede a Jesus que te renove. Com Ele, não se extingue a esperança”. 02 de abril, no Twitter

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“Há pecados que se veem e outros que passam despercebidos aos olhos dos demais e, por vezes, nem nós próprios nos damos conta. O pior destes é a soberba, o orgulho: o pecado que rompe a fraternidade, levando-nos a presumir que somos melhores do que os outros, que nos faz crer que somos iguais a Deus”.

10 de abril, na Audiência Geral

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“Jesus da cruz nos ensina a coragem forte da renúncia. Porque carregados de pesos volumosos nunca iremos para a frente”.

@pontifex_pt @franciscus

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11 de abril, no Twitter

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“Com a sua humilhação, Jesus quis abrir-nos o caminho da fé e preceder-nos nele”. 14 de abril, no Domingo de Ramos

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99673-1266

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

“Se nossos corações se abrem à misericórdia e selamos o perdão com um abraço fraterno, proclamamos perante o mundo que é possível vencer o mal com o bem”. 14 de abril, no Twitter

Missa dos motociclistas é celebrada em Governador Celso Ramos

Pastoral do Migrante realiza missa em espanhol com batizado

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Serviço e fidelidade sempre: Padre Olívio Guesser

Francisco beija pés de líderes do Sudão do Sul e pede que não voltem à guerra

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DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Mateus Peixer e Sedemir de Melo. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br


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#compartilha No Tríduo Pascal, a vitória de Cristo sobre a morte

Retalhos do Cotidiano Professor Carlos Martendal

Amor 1

Foto: André Kinal

O amor e o Amor, o humano e o divino, não sabem viver separados: este torna aquele verdadeiro e fecundo.

Amor 2

Nossos pés podem levar o Amor a tantos, se não nos acomodarmos; nossas mãos podem aliviar o sofrimento dos irmãos, se não formos acometidos pela preguiça que nos instala no sofá da tranquilidade; nossos olhos podem enxergar verdadeiramente o necessitado, se não os fecharmos para a vida que vem de Deus e que d’Ele quer estender-se para nossos irmãos, seus filhos amados!

Amor 3

Nada resiste ao amor, nada é tão forte e, ao mesmo tempo, tão frágil! O centro da Semana Santa é o Tríduo Pascal: a Ceia do Senhor com o rito do Lava-pés, a Celebração da Paixão e Morte, e a Vigília Pascal da Ressurreição. Como já é tradição, na Igreja Mãe da Arquidiocese, a Catedral, todas as celebrações destes três dias foram presididas pelo Arcebispo de Florianópolis. Nas 71 paróquias, o Tríduo também foi marcado por momentos de muita fé, quando os fiéis puderam viver os passos de dor

do Cristo flagelado, crucificado e morto na cruz. Mas, acima de tudo, contemplaram a vitória da vida sobre a morte, com a ressurreição de Jesus, na Vigília Pascal. “Cristo vem para restaurar o homem. Na Páscoa celebramos a vida nova. A grande novidade é que Cristo ressuscitou. Todo gesto de amor não morre”, disse Dom Wilson Jönck, na Vigília Pascal na Catedral. É a Páscoa do Senhor Jesus, o centro da vida da Igreja. Foto: André Kinal

Amor 4

O amor exalta e crucifica: o que mais exalta, se não a cruz? Tudo o que vem do amor em amor tende a se transformar.

Em frente

Ter paciência ajuda a não desistir, pensar que amanhã poderá ser melhor dá vontade de prosseguir a jornada, ser otimista azeita as engrenagens da vida. E, acima de tudo, confiar em Deus, que é Pai, impede que nos acomodemos. Em frente! Ajuda Senhor, ajuda-me a enfraquecer as preocupações e a fortalecer o abandono, a confiança!

Arquidiocese acolhe a Congregação das Pias Irmãs da Redenção Foto: Mateus Peixer

ASA realiza 48° Assembleia Com o intuito de celebrar a cultura do encontro e responder aos quesitos legais da instituição, a Ação Social Arquidiocesana (ASA) reuniu 42 pessoas, representantes das entidades membros, no dia 27 de abril, na Paróquia de Biguaçu. A formação foi ministrada pelo Pe. Vilson Groh que falou sobre aspectos atuais da Doutrina Social da Igreja a partir dos Documentos do Papa Francisco. Ele chamou a atenção dos participantes para a importância de voltar o olhar para a centralidade do Evangelho. Destacando a importância de ter um tempo com o Senhor, e trabalhar a articulação. Não perder os pés no chão, no contato real com os pobres,

que trazem a experiência real de Deus para a missão. Seguindo as obrigações regimentais, foram aprovados o relatório financeiro e de atividades de 2018. Foram apresentados novos projetos que serão desenvolvidos pela ASA, entre eles: bazares solidários, Recanto São Francisco de Assis e Bazar do Desapego Solidário. Foto: ASA

O Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck recebeu as religiosas da Congregação das Pias Irmãs da Redenção, que têm como carisma: “anunciar a gratuidade do amor misericordioso de Deus às pessoas em vulnerabilidade social”. As religiosas Claudiane, Sivy e Lindalva, chegaram em Florianópolis no dia 26 de março. Elas estão temporariamente na Casa de Apoio São José, porque ainda não têm residência fixa. O trabalho de evange-

lização será desenvolvido no atendimento às mulheres em situação de rua, na Paróquia de São José, em São José. Para ajudar e saber mais sobre a congregação, ligue para: (48) 99863-8899. Ou pelo Facebook: Pias Irmãs da Redenção. A congregação foi fundada em Cagliari, na Itália, e tem o reconhecimento pontifício. Atualmente são aproximadamente 120 irmãs em cinco países.


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#compartilha

Arquidiocese e FACASC promovem encontro com legisladores de Santa Catarina Foto: Pe. Domingos Nandi

taduais e Federais, e os Senadores do Estado, que são convidados a participar de um conversa sobre “Migração e Políticas Públicas”. O objetivo é refletir sobre a situação dos migrantes e refugiados, no que tange a ações que favoreçam a eles o acesso ao trabalho, à educação, à saúde etc. O protagonismo dos cristãos

No ano passado, o evento foi com vereadores

“Ide também para a política e lutai pela justiça e pela dignidade humana, sobretudo dos mais pobres!” – Papa Francisco. Cientes de sua missão cristã, a Arquidiocese de Florianópolis e a Faculdade Católica de San-

Curso Feminino de Valores Humanos e Cristãos O Movimento de Emaús promove retiros de formação direcionados para rapazes ou para moças. No final deste mês de maio, de 23 a 26, acontecerá, no Morro das Pedras, o 104º Curso de Emaús Feminino da Arquidiocese de Florianópolis. O objetivo é oferecer a jovens-moças da região a oportunidade de viver uma relação profunda com Cristo. A pré-inscrição pode ser feita através do link: emausfloripa.com/inscricao. A inscrição presencial ocorrerá dias 9 (19h30 às 21h30), 11 (10h às 12h30) e 14 (19h30 às 21h30) de maio, no Centro Arquidiocesano de Pastoral – CAP, no Largo São Sebastião. Todas as meninas solteiras, de 18 a 30 anos, que estiverem interessadas são muito bem-vindas a conversar sobre as suas dúvidas e expectativas. Foto: Emaús

Participantes do retiro de agosto de 2018

ta Catarina (FACASC), promovem no dia 20 de maio, das 14h30 às 17h30, no auditório desta instituição, um encontro com todos os representantes do Poder Legislativo de Santa Catarina. O evento pretende reunir os Deputados Es-

Semana de Oração pela Unidade Cristã: Justiça, sempre justiça! “Procurarás a justiça, nada além da justiça!” Com este tema, a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) deste ano, quer convocar todos os cristãos para a oração, reflexão e ação frente à construção da justiça, do direito e da liberdade em nossas sociedades. A SOUC-2019 será realizada dos dias 2 a 9 de junho em todas as comunidades cristãs do Hemisfério Sul, inclusive no Brasil, na semana que compreende o domingo da Ascensão do Senhor e o domingo de Pentecostes, dias importantes para a fundação da Igreja e para a unidade dos cristãos. O tema foi sugerido pelas igrejas da Indonésia (Oceania), inspiradas em Dt 16,18-20, convidando todos à reflexão sobre o valor da justiça a partir da unidade na diversidade, base para a caminhada no ecumenismo. A justiça precisa ser garantidora da dignidade e da integridade de todos, das pessoas e das expressões culturais e religiosas, em vista da convivência sadia no mundo criado por Deus. Para um aprofundamento deste tema, ocorre no dia 18 de maio, o Seminário da SOUC. O encontro será das 13h30 às 17h30, na Paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis. Confira as datas das Celebrações ecumênica da SOUC-2019 no site da Arquidiocese: arquifln.org.br.

Esta é a terceira vez que a Arquidiocese e a FACASC promovem um evento com autoridades políticas. Em 2017, houve o encontro com prefeitos; em 2018, foi com vereadores dos municípios que compõem a área de abrangência da Arquidiocese. Naquela ocasião foi abordado o tema “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino”, que buscou estimular o protagonismo dos cristãos dentro da Igreja e na sociedade.

Paróquia São Virgílio terá seu primeiro diácono No domingo, 12 de maio, véspera do dia das mães e de Nossa Senhora de Fátima, na Igreja Matriz da Paróquia São Virgílio, em Nova Trento, às 9h, Mauro Alves da Costa, 56 anos, será ordenado Diácono Permanente pela imposição das mãos do Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Tem como lema de ordenação: “Onde está teu tesouro aí estará também teu coração” (Mt 6,21). Mauro é casado com Denair Aparecida Scalvin da Costa. O casal tem três filhos: Nicoli, Paula e Filipi. Mauro é professor, graduado em Filosofia, mestre em Educação e Doutor em Linguística pela PUC (SP). Também fez Teologia e outros cursos teológicos. Tem especial apreço pelo Apostolado da Oração e atua no espaço de formação, tanto nos cursos de extensão da FACASC, como em palestra nas diversas áreas teológicas (Espiritualidade, Escatologia, Eclesiologia e Antropologia Teológica). Foto: Arquivo pessoal


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nossa fé

A opção de Puebla pelos pobres

Igreja e a superação da violência contra as mulheres

Padre Vitor Galdino Feller Foto: Vatican Media

Neste ano em que se celebram os 40 anos do Documento de Puebla, vêm à tona a opção da Igreja pelos pobres. A realidade social de nosso país e de nosso continente mostra que aumenta assustadoramente o número de pobres e até de miseráveis, pessoas que não têm o mínimo necessário para viver com a dignidade de filhos de Deus. Essas situações de injustiça e pobreza extrema são um sinal acusador de que a fé cristã não teve (e não tem) a força necessária para mudar as relações sociais e as decisões políticas (DP 437). É preciso que nossa fé seja firme e forte, a ponto de converter corações e transformar estruturas. Realidade desumana No Documento de Medellín, de 1968, na busca para atualizar no continente as decisões do Concílio vaticano II (1962-1965), os bispos latino-americanos

decidiram que não iam ficar indiferentes “perante as tremendas injustiças sociais existentes na América Latina que mantêm a maioria de nossos povos numa dolorosa pobreza e que, em muitíssimos casos, chega a ser inumana” (DM 14,1). Por isso, convidaram a todos, sem distinção de classes, para aceitar e assumir a causa dos pobres, como se estivessem aceitando a causa do próprio Jesus. Predileção de Jesus De fato, a opção pelos pobres não têm fundamentação social, política ou econômica, como dizem alguns críticos da Igreja. A opção pelos pobres se baseia na prática de Jesus de Nazaré. Pois, “a evangelização dos pobres foi para Jesus um dos sinais messiânicos e será também para nós sinal de autenticidade evangélica” (DP 1130). Assegurou o papa Bento XVI no discurso de inauguração da Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

Conferência de Aparecida: “a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza” (DAp 392). Amor incondicional A opção pelos pobres não é feita por motivos estratégicos, para crescer o rebanho católico, para manter o povo na ilusão e, assim, poder garantir influência ideológica. Essa opção é feita sem condições, por um amor incondicional, como o amor do próprio Deus. Pois, “os pobres merecem uma atenção preferencial, seja qual for a situação moral ou pessoal em que se encontrem” (DP 1142), pois neles a imagem de Deus é obscurecida e até escarnecida. Trata-se de uma questão de fé em Deus-Pai e de amor a todos os seus filhos. Compartilhe ArquiFloripa

Fernando Anísio Batista A defesa da vida em todas cotidiano perverso sustentado dimensões desde a fecunda- por relações sociais profunção até a morte natural é um damente machistas. A socieprincípio ético de todo cristão. dade ignora que não há lugar Infelizmente, muitas vezes seguro para mulheres no país. presenciamos grupos defen- Elas são vítimas de um sistedendo atitudes que de certa ma que propaga uma cultura forma flexibilizam este princí- de violência, utilizando-se de pio, que inclusive pode correr elementos artificiais para justio risco de ser um princípio ou ficar crimes violentos. um critério ético. A Igreja tem um papel funO aumento da damental na desviolência contra construção cultural as mulheres é um que gera violência produto dessa contra as mulhefalta de discernires. O anuncio da “Em média são mento do ponto de boa nova de Jesus assinadas 4 mil vista humanístico. Cristo que é a vida mulheres no Brasil em abundância, O Brasil é um dos por ano” países mais vioimplica também na lentos do mundo denúncia de atitupara as mulheres. des que impedem A taxa de homicíessa boa nova dios femininos no Brasil é de florescer. Por isso, não pode quatro mulheres para cada ficar alheia às problemáticas grupo de 100 mil mulheres, sociais de nosso tempo. ou seja, 74% superior a média O mês dedicado às mães mundial. No Estado de Rorai- carece de uma profunda reflema são dez mulheres mortas xão sobre a valorização das para cada 100 mil mulheres. mulheres em todas as esferas Em média são assinadas 4 mil da sociedade. A retribuição mulheres no Brasil por anos, do amor materno é o primeiro apenas por serem mulheres. passo para a construção de Essa violência compõe um um civilização do amor. Foto: CNBB


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CNBB

Sob a liderança da CNBB, uma Igreja mais profética, missionária e protagonista das causas sociais O presidente do Regional Sul 4 da CNBB, Dom João Francisco Salm, fala sobre a Conferência em âmbito nacional e catarinense Neste mês em que ocorre a 57ª Assembleia Geral (AG) dos bispos em Aparecida, você conhece um pouco mais de perto a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criada em outubro de 1952. E também, o Regional Sul 4 da CNBB, do qual a Arquidiocese faz parte. Dos 18 núcleos da Conferência, conhecidos como Regionais e distribuídos pelo Brasil, as dez dioceses de Santa Catarina fazem parte do Regional Sul 4, que tem a sede localizada no prédio da Fundação Dom Jaime de Barros Câmara, no bairro do Pantanal, em Florianópolis. A ideia da criação de um Regional próprio para o Estado partiu do então Arcebispo de Florianópolis, Dom Afonso Niehues, durante o 1º Encontro do Episcopado de Santa Catarina, em 18 de março de 1969. Os bispos presentes no encontro aprovam a iniciativa e enviam uma solicitação para que a CNBB aprove a criação do Regional ainda naquele ano. O pedido é apreciado pela Comissão Central da CNBB e, em 28 de setembro de 1969, envia o decreto de nomeação do novo regional como “CNBB Regional Sul 4”. Durante a Assembleia do Regional Sul 3 da CNBB (Rio Grande do Sul e Santa Catarina) realizada em Lages, em novembro daquele mesmo ano, são dados os primeiros passos práticos para a criação do novo Regional. E no primeiro dia útil de 1970 acontece a instalação da CNBB Regional Sul 4, do qual Dom Afonso é eleito o primeiro presidente.

Foto: Arquivo / CNBB

Florianópolis, 2 de janeiro de 1970. Presenças da esquerda para a direita: Padre Osmar Pedro Müller, Padre Luiz Colussi, Dom Afonso

Jornal da Arquidiocese (JA): Fale-nos ponsabilidade na ação evangelizadora. Tudo isso tem reflexo imediato sobre a fundação e missão da CNBB. na vida do fiel católico, sobretudo através dos Bispos e das CoordenaDom João Francisco Salm: Como ções Diocesanas de Pastoral. Como seria difícil a missão dos Bispos assistente geral da Ação Católica Bra- Diocesanos se estivessem entregues à própria sorte, fechados em suas sileira, Dom Helder Câmara recebeu circunscrições eclesiásticas. Essa entreajuda é uma bênção. a missão de criar o Secretariado Nacional da Ação Católica. Este Secre- JA: Como a Conferência está estruturada em nível nacional e regional? tariado começou a promover Encon- Dom Salm: Além da Matriz, situada em Brasília, há 18 núcleos, conhetros Regionais de Bispos: com os da cidos como Regionais. Nós, em Santa Catarina, somos o Regional Sul Amazônia e com os do Vale do São 4. A Conferência realiza anualmente a Assembleia Geral, seu órgão suFrancisco, por exemplo. Surgia assim premo. Órgãos constitutivos são o Conselho Permanente, a Presidência, o embrião ou o projeto da CNBB. O o Conselho Episcopal de Pastoral, o Secretariado Geral, os Conselhos próprio Dom Helder escreveu mais Episcopais Regionais, as Comissões Episcopais estáveis constituídas tarde: “Em um país de dimensões con- pela Assembleia Geral, o Conselho Econômico e o Conselho Fiscal. Em tinentais, impunha-se um secretariado âmbito do Regional, os órgãos constitutivos são o Conselho Episcopal que ajudasse os bispos a Regional (CONSER), a Presidência, a Comissão Episcopal equacionar com segurança de Pastoral (CEP), o Secretariado Executivo Regional, o Conselho Econômico e o Conselho Fiscal. Dom João Francisco Salm os problemas locais, regionais e nacionais, em face “É difícil imaginar a dos quais a Igreja não pode ser indiferente”. A comunhão Igreja Católica no JA: Que avanços foram feitos, quais as conquistas dos quase episcopal, o espírito fraterno e solidário são indispensáveis à Brasil, sem a Con- 50 anos do Regional Sul 4? missão. A CNBB é a terceira conferência de bispos criada no Dom Salm: Com a criação do Regional, as atenções dos Bismundo, em 14 de outubro 1952, dez anos antes do Concílio ferência Nacional pos e dos agentes de pastoral puderam voltar-se mais espedos seus Bispos” cificamente para as dioceses catarinenses. Isso fomentou a Vaticano II. comunhão, que é o objetivo primordial da CNBB, a cooperaJA: Qual a importância da CNBB? ção, a mútua edificação com inúmeros frutos para o nosso Dom Salm: É difícil imaginar a Igreja Católica no Brasil, sem povo. É de se destacar a atividade formativa por meio de Esa Conferência Nacional dos seus Bispos. Já são mais de 50 anos de colas, Seminários, Fóruns, Encontros, Reuniões e, neste contexto, a criasolidariedade, de ajuda recíproca, de empenho sinodal, de cultivo da ção do Instituto Teológico de Santa Catarina, a atual FACASC. De grancolegialidade e de participação e protagonismo em causas sociais. de importância foram e são os Conselhos e as Assembleias de Pastoral. JA: O que fazer para aproximar mais o católico da CNBB? Dom Salm: Quem conhece a CNBB e o que ela faz, fica impressionado e bendiz a Deus. Portanto, informação e conhecimento é a melhor forma de aproximar e passar a amar de verdade. Ao lado de elogios à CNBB, ouvem-se críticas, o que é natural. Mas, grande parte delas revela desconhecimento. JA: Em relação ao Regional Sul 4, qual o campo de atuação? Dom Salm: O Regional promove a aplicação das orientações que vêm da Santa Sé e da CNBB, tendo em vista a comunhão eclesial e a corres-

JA: Quais os eventos deste ano mais importantes do Regional Sul 4? Dom Salm: Para o Regional, tem grande importância e trará consequências a Assembleia Geral deste ano: serão aprovadas as Novas Diretrizes Nacionais e haverá eleições gerais. Teremos novos ocupantes dos cargos nas Presidências da CNBB nacional, nos Regionais e nas Comissões Pastorais. Em nosso Regional, além das muitas atividades previstas em nosso Anuário, neste ano continuam os trabalhos na elaboração das nossas Novas Diretrizes. Certamente merece destaque a Romaria da Terra e das Águas, no dia 15 de setembro, na Diocese de Lages.


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CNBB Foto: Franklin Machado

Foto: Franklin Machado

Da esquerda para direita, os bispos do Regional Sul 4: Dom Wilson Tadeu Jönck, Dom Guilherme Antônio Werlang, Dom Severino Clasen, Dom Mário Marquez, Dom Francisco Carlos Bach, Dom Jacinto Inácio Flach, Dom João Francisco Salm, Dom Odelir José Magri, Dom Onécimo Alberton e Dom Rafael Biernaski

CNBB: promotora da pastoral orgânica em favor do povo fiel A CNBB significa para mim a instância máxima da Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil. Assim como, em nível de Comunidade e de Paróquia, nós devemos reconhecer os Conselhos respectivos, CPC e CPP, a CNBB deve ser reconhecida por nós como o organismo que reúne os Bispos para exercerem conjuntamente todas as funções em favor dos fiéis do seu território, no caso o brasileiro, conforme determina o Código de Direito Canônico. Por meio da CNBB, devemos crer que todos os nossos Bispos devem, cada vez mais, se aprofundar em comunhão uns com outros. Deve, a CNBB, sempre promover uma pastoral orgânica em favor do povo fiel, e não duvidemos disso, indo aos interesses dos mais necessitados, prevalecendo a opção preferencial pelos pobres, já preconizada pelos Documentos de Medellín e Puebla, perpassando pelo de Santo Domingo, e fortalecida pelo Documento de Aparecida. A minha credibilidade, ainda, na CNBB, está em sua autoridade, em aprovar e editar tantos outros documentos, colocando-os nas mãos de nossos fiéis, tornando uma Igreja cada vez mais profética e missionária. Confio na CNBB.

Foto: Carol Denardi

Maria Glória da Silva

55 anos, coordenadora arquidiocesana dos Grupos Bíblicos em Família

Foto: Pe. Adilson Machado

Diácono Wilson Fábio de Castro

74 anos, professor aposentado, Paróquia Nossa Senhora do Rosário,

CNBB: espaço que pensa, estuda, reflete, decide e orienta a vida da Igreja no Brasil Eu vejo a CNBB como um espaço que pensa, estuda, reflete, decide e orienta a vida da Igreja. Também sei que os bispos têm uma grande responsabilidade nesse momento quando se reúnem com teólogos leigos e presbíteros, pois tudo que acontece no campo eclesial da Igreja e na sociedade civil chega na CNBB. Sei que é um turbilhão de situações e conflitos levantados, que exige deles uma resposta, para que a Igreja tenha uma posição em favor da justiça. Mas também sei que chegam coisas boas que alegram e dão vigor à vida da Igreja, e isso ajuda muito a presidência, o secretário executivo, os membros das comissões e do Consep, a respirarem melhor. Isso contribui, fortalece e equilibra as decisões e responsabilidades a serem tomadas. Vejo que a CNBB ouve a voz do Papa Francisco e vive essa comunhão e unidade. Eu particularmente digo que o presidente e o secretário da CNBB devem ser Bispos que sejam sensíveis às dores e às injustiças, às alegrias e às conquistas do povo, que tenham olhos e ouvidos abertos para ver e ouvir seus clamores e angústias, tanto em âmbito eclesial como no sócio-político e cultural. Rezo por eles, porque sei que enfrentam alguns desafios e, muitas vezes, nós, o povo, os pressionamos a darem respostas e até soluções. Deus os ilumine e lhes dê sabedoria e graça nos momentos de decisão e posicionamento.

Sede do Regional Sul 4 da CNBB, em Florianópolis


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bíblia Lectio Divina

CNBB lança documento sobre a Palavra de Deus Foto: CNBB

A Palavra de Deus está no centro da vida e da missão de Jesus, e também das comunidades cristãs que surgem, graças ao anúncio e à acolhida da Palavra (1Jo 1,1-4). Palavra de Deus que se fez carne. Jesus, o Verbo do Pai, fez morada entre nós, anunciou com sua vida, gestos e palavras, o Reino da verdade e da graça, da vida, do amor e da paz. Ele chamou os discípulos e os enviou para testemunhar a Boa Nova do Reino. As primeiras comunidades surgiram, graças ao anúncio e à acolhida da presença de Jesus Crucificado-Ressuscitado. Em todos os tempos e lugares, a Igreja, as nossas comunidades, as nossas famílias escutam, meditam e ali-

Padre Paulo Stippe Schmitt

mentam-se da Palavra de Deus. Nossas comunidades, especialmente no dia do Senhor, dia da ressurreição de Jesus, entram na dinâmica e na graça do Verbo feito morada entre nós. Considerando a importância da Palavra de Deus para nossa vida e a das nossas comunidades, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou o Documento: “Ministério e celebração da Palavra”. O texto apresenta a celebração da Palavra de Deus como expressão da comunidade de fé. Segundo o Papa Francisco, “toda a evangelização está fundada sobre esta Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte da evangelização. Por isso, é preciso formar-se continuamente na escuta da Palavra. A Igreja não evangeliza, se não se deixa continuamente evangelizar. É indispensável que a Palavra de Deus ‘se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial’” (EG, n. 174). Sendo assim, cremos que “toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça. Assim, a pessoa que é de Deus estará capacitada e bem preparada para toda boa obra” (2Tm 3,16-17). Por Pe. Revelino Seidler Coordenador Arquidiocesano de Pastoral

Lectio (leitura) – Lc 1,41-43

Oratio (oração)

Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?”

Vens visitar-me, Maria. Contigo está Jesus. Contigo sempre está Jesus. Sê bem vinda à minha casa, à minha família, à minha vida. Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!

Meditatio (meditação)

Contemplo na cena evangélica o encontro duplo: das duas mulheres, Maria e Isabel; dos dois homens, ainda nos ventres de suas mães: João Batista e Jesus. Meu espírito exulta em contemplar este momento de salvação.

Receber uma visita é motivo de alegria: outra pessoa se lembrou de mim e veio ao meu encontro! Todo encontro é espaço para lembrança, olhares, histórias, partilha de sentimentos e de vida. Como não terá sido o momento em que Isabel avistou, chegando à sua casa, sua prima Maria? Mais que isso: Isabel acolheu não só a Mãe do Senhor, mas o próprio Senhor, presente no seio de Maria. João Batista exulta em ter diante de si aquele de quem irá preparar os caminhos.

Contemplatio (contemplação)

Missio (missão) Cada visita, cada encontro, pode ser um momento de alegria. Quero levar a alegria de Cristo a todas as pessoas que encontro. Como Maria, quero me pôr a caminho e a serviço.

Conhecendo as cartas de São Paulo Padre Gilson Meurer

“Gálatas: a magna carta da liberdade cristã (2)” Após as saudações iniciais, São Paulo deixa entrever aos Gálatas o tema central da sua epístola: a libertação em Cristo (1,3). Inicialmente ele precisa responder aos ataques que seus adversários lhe fazem de não ser um autêntico apóstolo. De fato, Paulo não era do grupo dos doze. No entanto, ele recorda que seu apostolado foi um chamado direto de Deus. Mesmo sem citar, faz alusão a sua conversão em Damasco, onde Cristo lhe apareceu e, de perseguidor dos cristãos, tornou-se intrépido propagador (1,11-24). Ele ainda se encontra com Pedro (1,18) e com os outros notáveis (2,110) para lhes expor sua revelação e o Evangelho que anuncia aos pagãos, recebendo deles a aprovação. São Paulo tem tanta autoridade quanto os outros apóstolos, a ponto mesmo de “repreender” Pedro quando achou necessário (2,11-14). Diante disso, os gálatas não deviam

temer a veracidade do seu anúncio, pois tem o dedo de Deus e a aprovação dos outros apóstolos. Em seguida, ele trata de expor seu Evangelho: Deus não faz acepção de pessoas (2,6), mas chama judeus e pagãos para a salvação em Jesus Cristo. Os pagãos são herdeiros das promessas feitas a Abraão por meio de Jesus Cristo, «o herdeiro” por excelência (3,16), que as confere a quem nele crê e a Ele se associa pelo Batismo. “Se vós sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa” (3,29). Aos que pretendiam impor a Lei mosaica, e seu conjunto de normas cultuais ou alimentares, para a salvação, S. Paulo diz que é pela fé em Jesus Cristo que somos salvos. “Somos judeus de nascimento”, diz S. Paulo, “mas o homem não se justifica pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo” (2,15-16). Se o homem

se salvasse pela prática da Lei, ou por outro esforço seu (mesmo os mais dignos de louvor), invalidaria a graça de Deus, e Cristo teria morrido em vão (2,21). Os seus argumentos partem da experiência dos próprios Gálatas que, mesmo sem conhecer a Lei, receberam o Espírito Santo quando foram batizados. E as Escrituras confirmam: também Abraão foi justificado por causa da sua fé, mesmo antes de ser circuncidado e mesmo antes de a Lei ser emanada (430 anos depois, com Moisés). Por isso, a Lei serviu para mostrar ao ser humano o quanto ele é incapaz de se salvar, pois ele não consegue cumpri-la por si mesmo quando deixado às suas forças. Ela serviu para que se manifestasse as transgressões humanas, até que viesse o Cristo. “A Lei se tornou nosso pedagogo até Cristo” (3,24). Na próxima edição, Deus volens, aprofundaremos as obras da fé.

Você também pode conferir este artigo e os demais no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


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Jornal da Arquidiocese, maio de 2019

#paróquias Foto: Paróquia São João Evangelista

A Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Bombinhas, é constituída por seis comunidades. A Igreja Matriz foi inaugurada em 2010 e está localizada no bairro de Bombas. Para saber os dias e os horários das missas, ligue para: (47) 33691561. Ou acesse: facebook. com/paroquiabombinhassc/.

Foto: Márcia Cristina Ferreira

A Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, é constituídapor 25 comunidades. A Igreja Matriz foi inaugurada em 1941 e fica localizada no centro do município. Para saber os dias e os horários das missas, ligue para: (48) 3243-3130. Ou acesse: facebook.com/psje.org.br/. Foto: Pascom Tijucas

Foto: Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe

No dia 16 de abril, o pároco da Paróquia São Sebastião de Tijucas, Pe. Elizandro Scarsi, celebrou a missa do Lava-pés, nas dependências do Presídio Regional de Tijucas. A Pastoral Carcerária colaborou com a organização.

No dia 6 de abril, os paroquianos da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Canasvieiras, Florianópolis, saíram em missão nas ruas do bairro Ratones.

Foto: Fernanda Brüggemann

No dia 18 de abril, Dom Wilson presidiu a missa do Crisma, na Paróquia Nossa Senhora do Desterro e Santa Catarina - Catedral Metropolitana, que contou com a presença de aproximadamente 130 padres e 50 diáconos.

Sugestões, notícias e fotos da sua paróquia podem ser enviadas para: Sugestões, notícias e fotos da sua paróquia podem ser enviadas para: imprensa.arquifln@gmail.com.

imprensa.arquifln@gmail.com


Jornal da Arquidiocese, maio de 2019

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evangelização

Novas orientações da Arquidiocese para o Sacramento do Matrimônio Foto: Divulgação

Foram recebidas com muita alegria pela Arquidiocese as novas orientações para o Sacramento do Matrimônio, contidas no livro “Orientações Canônico-Pastorais para os Sacramentos”, páginas 51 a 68. A Igreja, principalmente após o Concílio Vaticano II, tem aumentado o cuidado na formação dos

caridade social

casais de noivos que desejam receber o Sacramento do Matrimônio. Trata-se de uma vocação, uma resposta em casal ao chamado de Deus, para viverem uma vida nova juntos e formarem uma nova família cristã. Em vários documentos da Igreja encontra-se esta preocupação. Também na Arquidiocese, há mais de seis anos, através do Plano de Pastoral, formações e assembleias, têm-se trabalhado neste tema da formação dos noivos na forma de um catecumenato, ou seja, vários encontros de preparação, para que possam viver plenamente este chamado de Deus. Tudo isto culminou na revisão e aprovação das novas Orientações Canônico-Pastorais para os Sacramentos, em 2018. Agora, precisa que esta “boa nova” chegue a todos os catequistas do Matrimônio. Assim, a Pastoral Familiar junto com a Pastoral da Arquidiocese organizou os Encontros Forâneos para os Catequistas do Sacramento do Matrimônio. Foram realizados estes encontros em 13 foranias, no período

de 16 de fevereiro até 30 de abril. Em todos eles, os participantes preencheram uma avaliação. Para nossa alegria, estas foram muito positivas. Porém, todas as paróquias devem iniciar os Encontros Personalizados de Preparação para a Vida Matrimonial (EPVM). Algumas já fazem e estão animadas. As paróquias que ainda não iniciaram, devem começar a divulgar os encontros. As Orientações Canônico-Pastorais são bem claras e fáceis de serem implantadas, bem como o livro adotado nestes encontros é bem completo e didático: “Matrimônio – Encontros de Preparação”, com dez temas. A Pastoral Familiar e as paróquias que já iniciaram os EPVM podem ajudar. Rezemos para que, com a ajuda da Sagrada Família, cada paróquia consiga implantar os EPVM, e assim se possa atender ao anseio dos casais que buscam a vida matrimonial. Por Diác. Rubens Bittencourt Paróquia N. de Lourdes e São Luiz / Florianópolis

Conviver com os irmãos de rua é viver o Evangelho

Em 2017, a Paróquia de São José deu um novo passo na sua dimensão social. Padre Cláudio Peters, paróco da Paróquia de São José, reuniu lideranças com anseio de atuar e estruturar a Pastoral da Caridade Social para discernir os caminhos a serem trilhados. Após algumas partilhas de experiências de outros locais, o grupo decide pelo primeiro passo: a Pastoral do Povo de Rua. “Atendemos pessoas que estão na rua por vários motivos, saciamos sua fome momentânea, aliviamos seu frio, e tentamos amenizar seu sofrimento emocional com o cuidado de não invadir sua privacidade. Um ponto muito forte é a espiritualidade, com momentos de oração e a riqueza da simplicidade da fé”, partilha Tânia Mara Rosa Mendes, uma das pioneiras da pastoral na paróquia. O grupo pastoral sai às ruas todos os domingos, à noite, num roteiro já definido. A atuação semanal na mesma área geográfica é estratégia para criar vínculos com as pessoas que estão em situação de rua, na busca de apoiar com encaminhamentos para tratamento de dependência química e até mesmo na conquista de emprego. A acolhida é a marca da pastoral. “Eu me sinto muito bem quando estou com o pessoal da pastoral que vem todo domingo”, partilha Jailson. “A Ação Social de São José estende a mão para nós, sempre aguardamos an-

siosos a presença de vocês que vai além do alimento. Vocês são nossos amigos, nos apontam para Deus e com vocês partilhamos as nossas histórias de vida.” A Pastoral é mantida com doações entregues à Paróquia de São José e mobilização em busca de apoio. “Fazer parte de um projeto que envolve a caridade e o amor é uma das mais belas oportunidades na vida. Seguimos os ensinamentos de Jesus Cristo na missão de semear vida nova, mesmo nas terras que aparentemente estão secas”, Mario Alves Neto, coordenador da Pastoral da Caridade Social e diretor da Ação Social. Romualdo foi para rua por briga de família. Seu irmão envolvido com álcool e droga começou a conflitar dentro de casa. “Meu jeito de ser e pensar, mesmo sendo sempre tão regrado e disciplinado, não me permitiu lidar com tudo aquilo na minha casa. O sonho da minha mãe era que eu fosse jornalista, pelos meus dons e jeito de ser. Temos tantos potenciais, mas não somos compreendidos pela sociedade. Somos desfeitos pela sociedade. E sem a presença de vocês, não teríamos moral por estarmos com a fome física e ela nos destrói. O trabalho de vocês é vital para a gente”. “Eu expresso gratidão a Deus pelo cha-

mado a atuar como voluntária na Pastoral, me tornei uma pessoa mais humana e humilde. A cada domingo, ao seguir para a missão, encontro Jesus Cristo na vida dos irmãos”, partilha Marcia Regina Rodrigues dos Santos. A Pastoral da Caridade Social atua em unidade com a Pastoral do Povo de Rua e a Ação Social Arquidiocesana. Atualmente, a Ação Social da Paróquia de São José está estruturando a ampliação dos projetos sociais. Por Câe Martins Pastoral do Povo de Rua de São José

Foto: Pastoral do Povo de Rua

Pastoral atua próximo da Comunidade Chico Mendes, em Florianópolis


Jornal da Arquidiocese, maio de 2019

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juventude

Christus vivit: A Exortação Apostólica pós-sinodal sobre os jovens Foto: Vatican Media

Papa assinou a Exortação Apostólica, no Santuário de Loreto, na Itália

No dia 25 de março, o Papa Francisco assinou a Exortação Apostólica pós-sinodal “ Christus vivit ”, na Santa Casa de Loreto, na Itália, dirigida aos jovens e a todo o povo de Deus. No documento, composto por nove capítulos, divididos em 299 parágrafos, o Papa explica que se deixou “inspirar pela riqueza das reflexões e diálogos do Sínodo dos jovens”, celebrado no Vaticano em outubro de 2018. Na Exortação se reconhece que há jovens que sentem a presença da Igreja “como importuna e até mesmo irritante”, e eles pedem “uma Igreja que escute mais, que não passe o tempo a condenar o mundo”. Sobre a realidade juvenil, o Papa recorda os jovens que vivem em contextos de guerra, explorados e vítimas de sequestros, criminalidade organizada, tráfico de seres humanos, escravidão e exploração sexual, estupros. “Não podemos ser uma Igreja que não chora à vista destes dramas dos seus filhos jovens. Não devemos jamais habituar-nos a isto”, escreve. Francisco fala também da sexualidade: “num mundo que destaca excessivamente a sexualidade, é difícil manter uma boa relação com o próprio corpo e viver serenamente

as relações afetivas”. Mas lamenta que os jovens vejam na Igreja um espaço de julgamento e condenação. Além disso, a Exortação aborda temas como a nova maneira digital de comunicar, a migração e proteção dos menores, os pecados dos membros da Igreja, a importância do jovem ser missionário, o discernimento vocacional. Francisco recorda ainda que a juventude não pode ser um “tempo suspenso”, porque é “a idade das escolhas”. Por isso é importante buscar “um desenvolvimento espiritual”. O Papa propõe “percursos de fraternidade” e a importância de ser jovens comprometidos, que buscam o bem comum. “Queridos jovens, ficarei feliz vendo-vos correr mais rápido do que os lentos e medrosos. Correi atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na Sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão que sofre… A Igreja precisa do vosso ímpeto, das vossas intuições, da vossa fé… E quando chegardes aonde nós ainda não chegamos, tende a paciência de esperar por nós”, conclui o Papa, no documento. O documento pode ser adquirido nas livrarias católicas.

Cronograma de maio 05/05 | VII Festival da Família | CATI / São José 06 a 10/05 | III Simpósio Canônico | Fiesc 11 e 12/05 | Ordenações Diaconais | São João Batista e Nova Trento 14 e 15/05 | Curso de Formação para o Clero | CEAR 18/05 | Seminário Ecumênico de preparação da Semana de Oração | Trindade 19/05 | Pastoral da AIDS - Vigília pelos mortos de AIDS | Paróquias 20/05 | Encontro c/ representantes do Poder Executivo Estadual | FACASC 24 a 31/05 | Visita Canônico Pastoral de Dom Wilson | N. Sra. da Boa Viagem / S. dos Limões 24 a 26/05 | Apostolado da Oração - Retiro Arquidiocesano | CEAR 28/05 | Reunião Geral do Clero | São João Batista

Juventude presente na Encenação da Paixão de Cristo Foto: André Kinal

O Movimento Água Viva, da Paróquia Nossa Senhora de Loreto, da Base Aérea de Florianópolis, encena a Paixão de Cristo desde 2014 nas escadarias da Catedral Metropolitana de Florianópolis. Todo o elenco e equipe trabalham gratuitamente, buscando viver uma santa Quaresma, se confessando nas vésperas da encenação e realizando uma profunda entrega à Santa Cruz. Este ano, a encenação ocorreu

na Sexta-feira Santa, 19, nas escadarias da Catedral. Totalmente gratuita e com um posto de coleta para arrecadação de alimentos não perecíveis com destino à Pastoral do Migrante. O lema “Foi por você” visou mostrar ao público, os últimos momentos da vida terrena de Jesus Cristo criando uma experiência de muita emoção, fé, reflexão e vivência dos seus momentos finais no Tríduo Pascal. Foto: André Kinal


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geral

Procissão do Senhor dos Passos contou com a participação de 45 mil fiéis Nossa Senhora das Dores, que saíram do Imperial Hospital de Caridade para a Catedral Metropolitana. Fiéis ficaram em veneração às imagens até perto da meia-noite. Na manhã do domingo, 7 de abril, o Arcebispo presidiu missa na Catedral, com a presença da comunidade e membros da Irmandade. No Sermão do Encontro, na tarde do domingo, Pe. Vilson Groh lembrou os menos favorecidos e clamou para que “olhemos para aqueles que precisam, que seja diminuída a distância entre Multidão se reuniu na frente da Catedral as classes, que não tenhaNem a chuva espantou os fiéis que esti- mos mais pessoas ‘invisíveis’ aos olhos do veram na 253ª edição da Procissão do Se- todo”. nhor dos Passos, em Florianópolis. SegunDepois do sermão, as imagens seguiram do a organização, durante os dias 6 e 7 de para a Capela Menino Deus, no Imperial abril, participaram aproximadamente 45 mil Hospital de Caridade. Na manhã da segunpessoas. da-feira, 8 de abril, uma missa na Capela Na noite do sábado, 6 de abril, velas e Menino Deus marcou o encerramento da guarda-chuvas guiaram a transladação das maior e mais antiga manifestação religiosa imagens do Senhor Jesus dos Passos e de do sul do país, patrimônio cultural do Brasil. Foto: Adriana Laffin

Foto: Adriana Laffin

Encontro das imagens

Clovis e Willian serão ordenados diáconos neste mês Foto: Arquivo pessoal

Clovis

Neste ano, a Arquidiocese se rejubila com a ordenação de dois jovens diáconos, que posteriormente serão ordenados presbíteros. Clovis Martins, 26, e Willian Vogel, 26, serão ordenados diáconos no dia 11 de maio, na Igreja Matriz da Paróquia São João Batista, às 9h. A missa será presidida pelo Arcebispo. Eles têm como lema de ordenação diaconal: “Servo vosso, por amor a Cristo” (2 Cor 4,5). Willian, natural de Brusque, fazia parte da Paróquia São Luis Gonzaga. Hoje exerce os trabalhos pastorais na Paróquia Nossa Senhora do Desterro e Santa Catarina de Alexandria, Catedral de Florianópolis. Clovis, natural de Garopaba, pertencia à Paróquia São Joaquim. Atualmente exerce os trabalhos pastorais na Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, centro de Palhoça.

Foto: Arquivo pessoal

Willian


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