Jornal da Arquidiocese | nº 261| Outubro 2019

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FLOR I A NÓPOLIS, nº 261

Jornal da

OU T U BRO DE 2019

ARQUIDIOCESE Divino Oleiro Comunidade celebra 20 anos | 3

Seminaristas Experiência missionária em Nova Trento | 4

Imigrantes CRAI encerra atividades | 10


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Editorial

Jornal da Arquidiocese, OUTUBRO DE 2019

Ver Jesus – Mês Missionário

Comunicação missionária Missão é sair de si em busca do outro, deslocar-se, ir ao encontro. Na comunicação, é a mesma coisa. Em uma era em que as pessoas são bombardeadas com informações a todo o momento, uma comunicação missionária é chamada a sair da sua zona de conforto e inovar, para que, através de uma “santa criatividade”, a mensagem do Evangelho alcance os corações. É isso que representam as pequenas mudanças apresentadas nesta edição, inspiradas pelo convite do Papa Francisco para o Mês Missionário Extraordinário. Nosso conteúdo continua o mesmo, mas aprimoramos sua forma a fim de melhorar a experiência dos nossos leitores. Este espírito missionário que acompanha o Jornal da Arquidiocese teve grande influência da jornalista Carol Denardi, que participou de momentos importantes na estruturação da Assessoria de Comunicação Arquidiocesana. A mesma missionariedade agora a acompanha em novos desafios. Carol, muito obrigado por cada minuto ofertado em seu trabalho para construir pontes de comunicação em nossa Igreja particular. À recém-chegada jornalista Fabíola Goulart, damos as nossas boas vindas! Que o Espírito Santo continue a suscitar uma comunicação missionária em nossa redação!

D O M W I L S ON T A DE U J ÖNC K , S C J A vivência do Mês Missionário Extraordinário convocado pelo Papa Francisco quer ser uma resposta ao profundo desejo de todo ser humano de ver Jesus. O Evangelho apresenta alguns personagens que expressam o desejo de ver Jesus. Mas existe ver e ver. Herodes ouvira falar das maravilhas que Jesus realizava e queria vê-lo (Lc 9,9). Não tinha a intenção de segui-lo. Achava que ia encontrar um personagem exótico e que talvez pudesse realizar algum ato extraordinário para divertir a corte. Vai encontrar-se com Ele por ocasião do julgamento de Jesus. Como não correspondesse às suas expectativas, Herodes tratou Jesus com desprezo, zombou dele (Lc 23,11). Seu pai , no encontro com os reis magos , já havia dito que queria ver Jesus menino, mas na realidade queria matá-lo. Em Herodes encontram-se aquelas atitudes que se opõem ao acolhimento de Jesus. Bem diferente aconteceu com Natanael e Zaqueu. Natanael de-

Nos caminhos de Francisco “A esperança do mundo é Cristo: seu Evangelho é o mais poderoso fermento de fraternidade, de liberdade, de justiça e de paz para todos os povos.”

monstrou desconfiança ao ouvir falar de Jesus. Mas aceitou o convite de Felipe: “vem ver” (Jo 1,46). E tornou-se um discípulo missionário de Jesus. Zaqueu, que era de baixa estatura, subiu em uma árvore para ver Jesus. Sua pequenez não era só física, era também uma mostra da vida que levava. Só tinha olhos para o seu negócio. Desceu da árvore e recebe Jesus em sua casa.

pessoas a Jesus. O caminho é este: as pessoas são acolhidas na comunidade. Na comunidade de fé Jesus se faz presente. No contato com a comunidade de fé todas as pessoas podem obter a resposta ao desejo de ver Jesus. É o que o missionário pode fazer: apresentar as pessoas a Jesus.

No encontro com a pessoa de Jesus há uma transformação, tanto na vida de Natanael como de Zaqueu. Tornaram-se missionários. Mas, o gesto que melhor manifesta a atitude missionária é o de André e Felipe. Alguns gregos se aproximaram deles e disseram que queriam ver Jesus. E levaram-nos a Jesus (Jo 12,21). É tudo o que se espera do missionário: levar as

Nas redes

“Aprendamos a chamar as pessoas pelos seus nomes, como o Senhor faz conosco, e a renunciar aos adjetivos.” 24 de setembro, no Twitter

11 de setembro, na Audiência Geral

Cruz Missionária visita paróquias da Arquidiocese

“Os idosos e os jovens, juntos. Este “A paz é uma conversão do coração e da alma. É um desafio que pede para ser acolhido dia após dia.” 21 de setembro, no Twitter

instagram.com/arquifloripa

é o sinal de que num povo há amor O cuidado dos jovens e dos idosos.” 30 de setembro, na missa em Santa Mar ta

9 de setembro, durante a viagem apostólica a Maurício

Papa Francisco instituiu o Domingo da Palavra de Deus twitter.com/arquifloripa

(48) 3224-4799 / 99673-1266 Email: imprensa.arquifln@gmail.com Site: www.arquifln.org.br

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pela vida, há a cultura da esperança.

“O que fazer para chegar a ser um bom cristão? A resposta é simples: é necessário fazer, cada um à sua maneira, o que Jesus diz no discurso das Bem-aventuranças.”

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC,

Arquidiocese participa de Encontro de Reitores de Santuários

O Vídeo do Papa: Primavera missionária na Igreja youtube.com/arquidiocesedeflorianopolis

Diretor: Pe. Vitor Galdino Feller

Diagramação: Fabíola Goulart

Conselho Editorial: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Pe. Sedemir de Melo, Fabíola Goulart, Fernando Anísio Batista.

Coord. Publicidade: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa

Jornalista Responsável: Fabíola Goulart (MTB 06647/SC) Projeto Gráfico: Lui Holleben/Gustavo Huguenin

Tiragem: 24.000 exemplares Impressão: Diário Catarinense O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis.


Nossa fé

Jornal da Arquidiocese, OUTUBRO DE 2019

Comunidade Divino Oleiro celebra 20 anos de fundação

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Retalhos do Cotidiano P R OF E S S OR C A R L O S M A R T E N DA L

Foto: Valério Andrade

Habitantes

Sei quantas pessoas vivem em Santa Catarina, sei quantas estão no Brasil, sei, até, qual é a população mundial. Mas hoje quedei-me perplexo: quantas moram em mim? E a pergunta de Paulo ficou ressoando: “Não sabeis que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Cor 3,16).

Perdão

O perdão é a guilhotina onde perdemos a cabeça – a razão - para ganhar o coração.

Vergonha

Nunca sintamos vergonha de ser bons; tenhamos, isso sim, medo de nos tornarmos maus.

Em uma grande festa no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), a Comunidade Divino Oleiro celebrou os seus 20 anos de fundação, no dia 27 de setembro, com missa presidida pelo arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj. Em sua homilia, Dom Wilson manifestou a alegria pelos dons e frutos colhidos a partir das obras da comunidade: “Essa é uma obra do Espírito Santo! Tocou o coração do Pe. Márcio e, ao tocar o seu coração, também tocou o de muitas pessoas. Tocou o coração de todos nós que estamos aqui. (...)Deus é

o oleiro e quer realizar a sua obra em nós e através de nós na sua Igreja. E é muito bonito quando esse desejo de Deus recebe uma resposta positiva. Aí então acontecem as obras na comunidade cristã. Primeiro, há uma grande descoberta do amor de Deus. Depois essa descoberta se manifesta em ações. (...) Agradeço pela presença e por tudo que realizam e já realizaram durante estes anos todos”. A Comunidade Divino Oleiro é uma Associação de Vida Consagrada, fundada pelo Pe. Márcio Alexandre Vignoli. Saiba mais em divinooleiro.com.br.

Grito

O primeiro grito capaz de ecoar no mundo é o testemunho.

Nunca

Nunca se perde o que se doa, nunca se extravia quem segue o Caminho, nunca morre para sempre o que sempre viveu para os outros.

Banho

Não é por cair muitas vezes que o sabonete deixa de perfumar.

Dicionário

Em nenhum momento, queixas; em nenhuma circunstância, murmuração; em hipótese alguma, o resmungo. Por quê? Porque esses substantivos - queixas, murmuração, resmungo - não fazem parte do dicionário do amor!

Cerca de 5 mil pessoas participam de Concentração do Apostolado da Oração Foto: Everton Marcelino

Arquidiocese sediará próxima edição da Romaria da Terra e das Águas A 26ª Romaria da Terra e das Águas acontecerá na Arquidiocese de Florianópolis, em 2021. O anúncio foi feito ao final da última edição, realizada em 15 de setembro, em São José do Cerrito, na Diocese de Lages. O arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, esteve na romaria deste ano e já antecipa a calorosa acolhida que os romeiros encontrarão na arquidiocese. “Para nós, é uma alegria receber novamente um even-

to tão importante para a Igreja do Estado de Santa Catarina. Que, desde já, todos se sintam bem vindos a nossa arquidiocese!”, saúda Dom Wilson. Com o tema “Semeando vida no campo e na cidade”, mais de 10 mil romeiros das dez dioceses do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estiveram presentes no evento. A Arquidiocese de Florianópolis participou com cerca de 400 pessoas de diversas foranias. Foto: Franklin Machado/CNBB Sul 4

O Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos, ficou lotado ao receber cerca de cinco mil pessoas no Encontro Arquidiocesano do Apostolado da Oração (AO) e Rede Mundial de Oração do Papa (RMOP), no dia 8 de setembro. Promovido pela coordenação arquidiocesana do AO, as atividades seguiram o tema “Um coração para amar e servir – Um caminho com Jesus em disponibilidade apostólica”. Em um dia de

muita reflexão, oração e alegria, o evento contou com a presença do arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck; do diretor nacional do AO, Pe. Eliomar Ribeiro, SJ; do diretor espiritual arquidiocesano, Pe. Otmar Schwengeber, SJ; do coordenador arquidiocesano de pastoral, Pe. Rivelino Seidler; além da coordenadora arquidiocesana, Tânia Regina Zimermann Meurer. Veja as fotos em nosso site: www.arquifln.org.br.


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Brasileiros no Sínodo para a Amazônia De 6 a 27 de outubro, os olhos da Igreja e do mundo inteiro se voltam para Roma para a realização do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, que tem como tema “Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Entre os participantes da Assembleia do Sínodo dos Bispos para a Amazônia estão 118 brasileiros convocados para os mais diferentes serviços. O Cardeal Cláudio Hummes, presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM e da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia, terá um papel fundamental na assembleia. Ele foi nomeado, em maio deste ano, relator do Sínodo. O também Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, será

um dos presidentes delegados. Ao todo, participam pelo Brasil 56 bispos das dioceses e prelazias da Amazônia e dois padres administradores diocesanos de Igrejas particulares que estão sem bispo. Ao grupo dos padres sinodais, aqueles que têm direito a voto, somam-se os padres representantes da União dos Superiores Gerais (USG). O Brasil também terá um número significativo de mulheres: 19 mulheres (13 religiosas e seis leigas) estão no grupo nomeado pelo Papa Francisco. Entre elas estão auditoras e peritas que contribuirão nas reflexões e discussões, mas não poderão votar. Outro destaque para a convocação do Sínodo são os representantes de outras igrejas de tradição cristã, cha-

mados de delegados fraternos. Quatro representantes brasileiros de três igrejas estarão na Assembleia. Por que um Sínodo para a Amazônia? O Sínodo para a Amazônia entra na categoria de Sínodo Especial. Diversos outros sínodos especiais já foram celebrados, como o Sínodo para o Oriente Médio (2010) e o Sínodo para o Líbano (1995), entre outros. Isto demonstra que é comum a Igreja tratar de sua missão evangelizadora com olhar especial para algumas regiões do mundo, com o objetivo de potencializar a ação evangelizadora em um determinado território. Acompanhe todas as notícias sobre o Sínodo para a Amazônia no site de notícias do Vaticano: vaticannews.va/pt.

4ª Peregrinação Estadual do Terço dos Homens em Nova Trento A 4ª Peregrinação Estadual do Terço dos Homens acontecerá no segundo domingo de outubro, dia 13, no Santuário Santa Paulina. O evento reunirá grupos de terço dos homens de todo o Estado de Santa Catarina e terá a presença do Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. Este ano, o encontro falará sobre o tema do Mês Missionário Extraordinário, “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Além de brinde para o sorteio, cada grupo poderá trazer a imagem da padroeira ou o estandarte que representa o grupo do terço em sua cidade. O coordenador de cada grupo deve inscrever gratuitamente seu grupo, indicando o número de participantes, cidade e paróquia. As inscrições

poderão ser feitas até o dia 9 de outubro por e-mail: santuario@santuariosantapaulina.org.br, ou pe- lo

Igreja mobilizada para a Semana Nacional da Vida

telefone (48) 3267-3030. A confirmação no evento e no almoço festivo é importante! Foto: Santuário Santa Paulina

Grupos de todas as partes do Estado são esperados no Santuário Santa Paulina, em Nova Trento.

A Igreja no Brasil celebra, de 1º a 7 de outubro, a Semana Nacional da Vida, culminando no Dia do Nascituro (aquele que deve nascer), dia 8 de outubro. O grande objetivo desta semana é celebrar a vida como direito de todos desde a concepção. “A Semana Nacional da Vida deve ser uma oportunidade para nos encontrarmos com nossas pastorais e movimentos para refletirmos o tema ‘Em família, defendemos a vida’, fazermos uma vigília de oração pela vida, oração do terço, celebração pelo dia do nascituro”, explicou o assessor eclesiástico da Comissão Arquidiocesana para a Vida e a Família (CAVF), Pe. Alcides Amaral. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida a bater os sinos das igrejas às 12h, às 15h e às 18h no dia 1º de outubro, na abertura da Semana Nacional da Vida, e também no dia 8.


Nossa fé

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Sínodo missionário e ecológico PA DR E V I T OR G A L DI NO F E L L E R Foto: Stiven Gaviria/Unsplash

Dois grandes eventos nos reserva o mês de outubro: o Mês Missionário Extraordinário, que celebra os cem anos da Carta Apostólica Maximum Illud (A grande e sublime missão), do Papa Bento XV, e o Sínodo para a Amazônia. A coincidência, querida pelo Papa Francisco, nos leva a unir dois grandes e atuais desafios da Igreja: o anúncio do Evangelho aos povos e a defesa da criação. São esses os desafios a serem tratados no sínodo que reúne todos os bispos que atuam na região, com o objetivo de encontrar novos caminhos para a missão na Amazônia e para a ecologia integral.

Sínodo ecológico Como bendizer ao Deus Criador daquelas belezas sem fim? O sínodo pretende exaltar a ecologia integral, proposta pelo papa Francisco na encíclica Laudato Sì, no sentido de reconhecer que há uma conexão entre todos os seres. A começar da relação dos seres humanos com Deus, nos modos diferentes de crer, até chegar à percepção das diferenças culturais entre as pessoas e povos, até alcançar todas as coisas criadas por Deus, com as quais somos convidados a nos relacionar com amor e cuidado.

Sínodo missionário Como ser missionário na Amazônia? Habitam aquela região os moradores das grandes e pequenas cidades, os povos indígenas, os ribeirinhos, os seringalistas, os extrativistas, os garimpeiros. Numa megadiversidade cultural, ainda não resolvida no âmbito evangelizador e pastoral. Essa diversidade não significa ameaça, nem justifica hierarquia de poder de uns sobre outros, nem fechamento nas próprias visões ideológicas, mas diálogo a partir de visões culturais diferentes, de modos diversos de celebrar a vida e a fé, de relacionar-se com Deus, as

Dimensão universal O que este sínodo, tão direcionado a uma região tão particular, tem a ver com a Igreja Católica em sua universalidade? Ou, o que temos a ver com isso? A Igreja da Amazônia é a Igreja de Jesus Cristo, é a nossa Igreja, com suas diferenças e riquezas próprias, com seus desafios e problemas. É uma Igreja com rosto amazônico, em seus pluriformes matizes, que procura ser uma Igreja em saída, que quer largar para trás de si uma tradição colonial monocultural, clericalista e impositiva, para discernir e assumir sem medo as diversificadas expressões culturais de seus povos.

pessoas e os seres criados.

Você também pode conferir este e os demais artigos no site da Arquidiocese:

www.arquifln.org.br.

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Franciscos: guardiões da criação F E R N A N D O A N Í S IO B A T I S T A No século XI não havia uma ameaça aparente para a natureza. Mas isso não era necessário para fazer despertar em São Francisco o entendimento de que somos parte dela e de que tudo está interligado, onde a vida animal e vegetal fazem parte do plano divino incondicional do amor de Deus, que confiou nos seres humanos o cuidado da criação. Essa ideia era muito avançada na época, mas Francisco simplificava tratando todos os seres vivos como irmãos. No dia 4 de outubro é comemorado o dia de São Francisco de Assis, que deixou como legado sua fidelidade ao Evangelho, o amor pelos pobres e o cuidado da criação. O tempo passou. Houve revolução industrial e tecnológica, com o aumento significativo da produção de resíduos, com considerável tempo de decomposição, aumentando o impacto gerado pela ação humana na natureza. A preocupação da maioria dos seres humanos é outra e o legado de São Francisco de Assis vai sendo deixado de lado. A partir do Papa Francisco é renovado o apelo de cuidado com a criação. A encíclica Laudato Sì apresenta a fundamentação científica sobre o impacto da ação

do ser humano na natureza. O mundo não suporta tanta destruição. A resposta é a mesma de dez séculos: tudo está interligado como se fossemos um, tudo está interligado na nossa casa comum. O Sínodo para a Amazônia, de 6 a 27 de outubro de 2019, convida a reaprender com São Francisco de Assis que a criação só será poupada quando se alcançar uma visão sistêmica de cuidado. A Amazônia é terra escolhida para o abrir de “novos caminhos para Igreja e para uma ecologia integral”. A destruição da Amazônia é uma ameaça para toda a humanidade. Se não houver mudanças nos rumos de convivência com esse bioma, poderá ser tarde para aprender as lições deixadas pelos Franciscos. Foto: Antonio Lacerda/EPA/Shutterstock


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Especial

Fotos: Arquivo pessoal

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Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo O Mês Missionário Extraordinário reforça o papel da Arquidiocese de Florianópolis em todos os campos de missão, das comunidades eclesiais missionárias às missões sem fronteiras. Anunciamos Jesus, Filho de Deus, que por amor e para nossa salvação morreu e ressuscitou. Esta Boa Nova não é um produto a ser vendido, mas uma vida, uma riqueza para dar, comunicar, anunciar e que leva a um encontro com Cristo. Este é o sentido da missão. Toda pessoa batizada tem esta missão de “testemunhar Cristo através de sua santidade, que dá vida e beleza ao mundo”, nos diz o Papa Francisco. No Documento Evangelii Gaudium, o pontífice nos exorta: “Estamos em estado permanente de missão” (EG 25). Somente Cristo pode preencher um coração humano. E todos buscamos Cristo, mesmo sem o saber, pois temos um vazio em nós que somente ele pode preencher. Quando apresentamos Cristo com convicção, com amor e alegria, é fácil que ele seja reconhecido, aceito e amado. Segundo as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023), o cristão é convidado a comprometer-se missionariamente, como tarefa diária, em “levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos”, de modo informal, durante uma conversa, espontaneamente, em qualquer lugar, de modo respeitoso e amável. Podemos distinguir ao menos quatro níveis da missão Ad Gentes, ou seja, missão àqueles que não conhecem Cristo: 1) Missão nas terras de missão, que ainda estão muito longe de serem plenamente evangelizadas;

2) Missão onde ela está em andamento mas não concluída, porque ainda não foi completada a adesão a Cristo por parte do fiel individual, e a Igreja ainda não está organizada e nem existe ainda uma inculturação da fé; 3) Missão, no sentido do primeiro anúncio da fé, nos continentes de antiga cultura cristã, onde o número de quem não conhece Cristo, de modo especial entre os jovens, vai crescendo cada vez mais; 4) Missão nos territórios da antiga cristandade, junto às populações migrantes que provêm de outros contextos culturais e religiosos e que são alheios à fé cristã (cf. Guia do Mês Missionário Extraordinário). Podemos abraçar todos estes níveis de missão, tanto aqui dentro do Brasil como fora do país. Os ambientes humanos, culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho de Jesus e à presença sacramental da Igreja representam as periferias extremas, os ‘últimos confins da terra’, aos quais, desde a Páscoa de Jesus, os seus discípulos missionários são enviados, na certeza de terem sempre consigo o seu Senhor. A periferia mais desolada da humanidade carente de Cristo é a indiferença à fé ou até o ódio contra a plenitude divina da vida. O Papa Francisco, em mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano, afirma: “Também hoje, a Igreja continua a necessitar de homens e mulheres que, em virtude do seu Batismo, respondam generosamente à chamada para sair da sua própria casa, da

sua família, da sua pátria, da sua própria língua, da sua Igreja local. São enviados aos gentios, ao mundo ainda não transfigurado pelos sacramentos de Jesus Cristo e da sua Igreja santa. Anunciam a Palavra de Deus, testemunham o Evangelho e celebram a vida do Espírito, chamam à conversão, batizam e oferecem a salvação cristã no respeito pela liberdade pessoal de cada um, em diálogo com as culturas e as religiões dos povos a quem são enviados. Assim, a missão ad gentes, sempre necessária na Igreja, contribui de maneira fundamental para o processo permanente de conversão de todos os cristãos”. Nossa arquidiocese tem exemplos de empenho em todos estes níveis de missão. Alguns testemunhos podem ser encontrados nas paróquias, através de ações das comunidades eclesiais missionárias e com a visita da Cruz Missionária. Fora de nossa arquidiocese, tempos missionários na Bahia e na região amazônica. Além-fronteiras, nos dedicamos também a algumas necessidades do povo em Bafatá, na Guiné Bissau. Estejamos em estado permanente de missão. Demos um aspecto de testemunho e anúncio de Cristo a tudo que vivemos. Seja rezando, seja indo ou apoiando quem vai à missão, seja ajudando economicamente a evangelização. Por Pe. Lúcio Espíndola Missionário da Arquidiocese de Florianópolis, de 2006 a 2019 na Guiné-Bissau, África


Especial

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Missionários da Arquidiocese na Amazônia Grupo vive experiência missionária no Amapá No fim de agosto, um grupo de missionários da Arquidiocese de Florianópolis partiu em missão para o Estado do Amapá, onde estão dois presbíteros do clero arquidiocesano: Pe. Josemar Silva e Pe. Jacob Archer. A frente de missão no norte do país foi abraçada pela arquidiocese na Assembleia Arquidiocesana de 2014. Em 2015, Pe. Jacob seguiu para a Diocese de Macapá, assumindo duas paróquias que abrange quatro municípios. No início de 2018, Pe. Josemar foi

para o Amapá para somar forças junto ao Pe. Jacob. Atualmente cada um cuida de uma paróquia. Em meio as grandes distâncias e desafios das comunidades, a presença dos dois missionários vem dando outro rosto a Igreja naquela região, através de seu amor e dedicação. O grupo de missionários foi organizado por Pe. Pedro Schilchting, junto com o Conselho Missionário Diocesano - COMIDI. Desde a sua primeira visita na região norte, o pároco de Garopaba decidiu mo-

Foto: Arquivo pessoal

Nair Correia Guerra (Paróquia Santo Antônio, Itapema): “A experiência missionária foi ótima e com muitos desafios para nós cristãos, porque lá nossos irmãos têm também seus anseios e sonhos, mas estão esquecidos pelo poder público, têm sede de partilhar a Palavra de Deus, mesmo nas comunidades muito distantes. Foram dias oportunos para conviver e ouvir o apelo de nosso povo da região amazônica. Diante do que vimos e ouvimos que nosso apelo para a Arquidiocese é de que temos o compromisso como batizados e enviados de ajudar nossos dois irmãos que se dispuseram em ir em missão para levar o amor de Deus ao povo das duas paróquias que assumiram.”

A missão na África Confira o relato do Pe. Lúcio sobre as atividades que desempenhou na Guiné-Bissau, sobre os desafios da missão no continente africano: “Os primeiros desafios que encontrei estavam dentro de mim, com a dificuldade em falar fluentemente a língua crioula e a distância da terra natal e dos amigos. Ajudou-me muito o bispo que tinha a casa sempre aberta para acolher os padres. Também ajudou-me a comunidade do PIME, que me recebeu como um de seus membros, fazendo com que eu participasse de sua experiência missionária, da sua estrutura de instituto e de sua vida de família. O país é um dos mais pobres do mundo. Foto: Arquivo pessoal Basta dizer que ainda não tem uma rede elétrica nacional. Praticamente não tem fábricas, nem indústrias. A agricultura ainda é manual. O país vive em instabilidade política. O ano escolar, no período 2018/201919, quase foi declarado nulo devido às constantes greves e dias sem aulas. Cerca de 50% da população é analfabeta. O nível médio de vida é de 49 anos. A malária atinge fortemente o povo, mas também a tuberculose. A religião tradicional africana é assumida por 47% da população e o islamismo por 43%. O cristianismo é vivido apenas por 10% da população. Os cristão-católicos estão mais presentes na capital. Nas comunidades em que trabalhei o número de cristãos batizados era de 1% a 2 %. A missão de Tite atende 12 comunidades, entretanto somente no centro da missão há missas. Nas outras comunidades, com poucas exceções, ainda não se encontram pessoas batizadas. O povo é bom. Os guineenses habituaram-se a conviver tranquilamente com as diferenças e são muito acolhedores.”

tivar seus paroquianos a abraçar e apoiar os padres missionários naquela realidade e, neste ano, um grupo de 24 pessoas passou mais de duas semanas na região. As missões aconteceram nas duas paróquias. Confira abaixo relatos de dois missionários. Com colaboração de Zenir Gelsleichter Secretária da Animação Missionária na Arquidiocese de Florianópolis Foto: Arquivo pessoal

Antônio Júlio Sausen (Paróquia São Joaquim, Garopaba): “Foi muito gratificante ter participado da semana missionária nas duas paróquias. A missão nos fortalece na fé, e a troca de experiência de vida, nos faz ir ao encontro de nossos irmãos nas comunidades e famílias que visitamos, levando a palavra de Deus, partilhando de seus anseios e suas necessidades. Geralmente eles já conhecem Jesus, mas a nossa presença leva a eles novo despertar, um ânimo renovado. Convivendo esses dias de missão com o povo, aprendendo um pouco de sua realidade, com certeza nós também fomos renovados com bênçãos e graças de Deus.”

Paróquia de Canasvieiras realiza missões nas comunidades Desde 2018, a Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Canasvieiras, na cidade de Florianópolis, organiza dias de missão pelas comunidades. A inspiração vem das palavras de Jesus, “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15) e do apelo do Papa Francisco a uma Igreja em saída. A missão acontece em determinados finais de semana, com a visitação às famílias das comunidades da paróquia. Na semana das visitas, os missionários vivem um momento formativo e são enviados na missa. Depois celebram a graça da missão com as famílias visitadas na missa dominical da comunidade onde é realizada. Segundo o seminarista Rodrigo Laufer, “encarar a missão como nos propõe o Papa Francisco, ‘como paradigma da Igreja’, tem contribuído muito para a experiência com Cristo, que dá um novo horizonte para a vida do ser humano”. Foto: Rodrigo Laufer

Em agosto, foi a vez da Comunidade Nossa Senhora dos Remédios, em Ratones.

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Bíblia

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Bíblia e Missão

Foto: Arquivo pessoal

“Ide e fazei discípulos meus todos os povos” (Mt 28,19). Acabamos de sair do Mês da Bíblia, quando celebramos a Palavra de Deus que nos alimenta. Ela nos incentiva para que levemos o Cristo a todos que não o conhecem. “Quem dizem que eu sou?”, pergunta Jesus (Mc 8,27). “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”, responde Simão Pedro. O discípulo que Jesus amava nos diz: “Esta é a mensagem que dele ouvimos e que lhes anunciamos: Deus é luz, e nele não há trevas” (1Jo 1,1-10). Em Lc 10,1-12, Jesus escolhe e envia outros 72 discípulos à sua frente, dois a dois, a passarem de casa em casa saudando a todos com a expressão: “a paz esteja nesta casa”. Hoje Jesus Cristo nos envia em missão. O Papa Francisco proclamou o mês de outubro deste ano como o Mês Missionário Extraordinário, em comemoração ao centenário da Exortação Apostólica “Maximum Illud” (A grande missão). Com esse documento o Papa Bento XV pretendeu dar novo impulso à responsabilidade de todos no compromisso de anunciar o Evangelho ao mundo. O tema deste Mês Missionário Extraordinário é: “Batizados e Enviados”, E o lema “A Igreja de Cristo em missão no mundo”. Este mundo começa em nossa

Lectio Divina

casa, em nossa comunidade; mas também somos enviados ao mundo inteiro. Desde criança me senti chamado para esta missão. Como batizado, ouvi o chamado do mestre: “A messe é grande, e os operários são poucos” (Mt 9,37). Entrei no seminário de Antônio Carlos em 1964, com 12 anos, e fui ordenado padre por Dom Afonso Niehues em 1979. Desde o início de meu sacerdócio sentia o chamado para as missões além-fronteiras. Comecei esta sublime missão no Estado da Bahia, em 1966, primeiro em Oliveira dos Brejinhos, na Diocese da Barra, depois em Pintadas, na Diocese de Rua Barbosa. Foram 14 anos de missão em terras baianas. Voltei para Florianópolis, mas com o intuito de ir para outras terras o mais breve possível. E isto aconteceu com o convite de Dom Pedro José Conti, de Macapá, num encontro de CEBs em Juazeiro do Norte. Com a aprovação de Dom Wilson e da Assembleia da Arquidiocese, parti para a Amazônia em 10 de fevereiro de 2015. Também senti o chamado do Pe. Francisco, que pedia mais atenção da CNBB para com a evangelização na Amazônia. Junto com o Pe. Josemar Silva, estamos agora no Amapá, atuando em nome da Arquidiocese de Florianópolis. “Missão é uma paixão por Jesus Cristo e paixão pelo seu povo”, diz o Papa Francisco. Neste ano celebramos também o Sínodo da Amazônia. A realidade da Amazônia exige pensar de forma sinodal novos caminhos para a evangelização. Lembremo-nos das palavras de Cristo: “Sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (At 1,8). Pe. José Jacob Archer Missionário da Arquidiocese de Florianópolis em Macapá/AP

CONHECENDO AS CARTAS DE SÃO PAULO

PA DR E PAU L O S T I P P E S C H M I T T Lectio (leitura): Ester 5,1b-2;7,2b-3 – 1ª leitura na Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Ester revestiu-se com vestes de rainha e foi colocar-se no vestíbulo interno do palácio real, frente à residência do rei. O rei estava sentado no trono real, na sala do trono, frente à entrada. Ao ver a rainha Ester parada no vestíbulo, olhou para ela com agrado e estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha na mão, e Ester aproximou-se para tocar a ponta do cetro. Então, o rei lhe disse: “O que me pedes, Ester; o que queres que eu faça? Ainda que me pedisses a metade do meu reino, ela te seria concedida”. Ester respondeu-lhe: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida — eis o meu pedido! — e a vida do meu povo — eis o meu desejo!” Meditatio (meditação) Ester põe-se como intercessora entre o povo e o rei, para implorar pela vida. Sua beleza agrada o rei e ele lhe concede a realização de seu pedido. Medite a coragem, a interceswsão, a ousadia, a beleza, a graça da vida. Recrie a cena em seu imaginário: as personagens, a movimentação, as palavras. Oratio (oração) Reze a Deus com profunda confiança, amparado nas palavras bíblicas dirigidas a Ester: “O que me pedes? O que queres que eu faça?”. Abra-se ao diálogo com Deus, que é rei bom e cheio de amor para nos ouvir e atender. Ele também se encanta com a beleza que há em cada um de nós, seus filhos e filhas.

Contemplatio (contemplação) Contemple Ester e Maria como intercessoras. Na solenidade de Nossa Senhora Aparecida, contemple o mistério da Mãe de Jesus que intercede junto ao Filho em favor da continuidade da festa em Caná. Contemple Ester e Maria, preocupadas com a vida de seu povo. Agradeça a oração e a intercessão. Seja também intercessor diante de Deus em favor dos irmãos e irmãs. Peça a Deus que conceda ao mundo a vida mais plena. Missio (missão) Com coragem, assuma a missão de rezar pelos irmãos e irmãs, confiante no poder da intercessão. Também se disponha a defender a vida, sempre.

P OR PA DR E G I L S ON M E U R E R

Filipenses: a carta da alegria (parte 2) Após a saudação aos cristãos de Filipos, aos epíscopos e diáconos (1,1-2), transborda do coração de Paulo prisioneiro uma ação de graças pelos seus amigos de Filipos, tão fervorosos e ardorosos na fé, participantes do Evangelho: “Deus me é testemunha de que vos amo a todos com a ternura de Cristo Jesus” (1,8). A situação de Paulo, porém, é marcada pelas prisões, que, antes de se tornar um empecilho à difusão do Evangelho, têm-se tornado ocasião para que mais irmãos, com ousadia e sem temor, proclamassem a Palavra. Paulo não teme o martírio, pois “o viver é Cristo, e morrer é lucro” (1,22), mas se permanecer vivo na carne é necessário “para proveito vosso e para a alegria de vossa fé” (1,25), ele o faz por amor de Cristo e dos irmãos.

Paulo conclama todos à unidade, “no mesmo sentimento, no mesmo amor, numa só alma, num só pensamento, nada fazendo por competição ou vanglória, mas com humildade...” (2,3), para enfrentar as dificuldades e perseguições dos adversários, tendo “os mesmos sentimentos de Cristo” que, mesmo sendo Deus, fez-se homem, humilhando-se até à morte sobre uma cruz (2,5-11). O apóstolo ainda alerta para o perigo dos falsos “circuncidados”, aqueles que desejam impôr costumes judaicos para a salvação, como o da circuncisão, quando o necessário é a fé em Jesus Cristo, pois os “verdadeiros circuncidados somos nós”, que prestamos culto pelo Espírito de Deus, e não “confiamos na carne”. De fato, Paulo, hebreu e fariseu de nascimen-

to, poderia ser o primeiro a exigir tais coisas, mas tudo ele fez perder para “ganhar Cristo e ser achado nele” (3,1-16). Essa “carta da alegria” somente poderia terminar no louvor: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos! [...] apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica, em ação de graças” (4,4-7). E as últimas admoestações são um caminho de santidade: “ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honroso, virtuoso ou que de qualquer modo mereça louvor [...] Então a paz de Deus estará convosco” (4,8-9). Você também pode conferir este e os demais artigos no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


Paróquias

Jornal da Arquidiocese, OUTUBRO DE 2019

Foto: Vicente A. Queiroz

A Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luis Gonzaga, no bairro Agrônomica, em Florianópolis, foi criada em 25 de novembro de 1950. A igreja matriz foi construída em 1985, após algumas escavações para melhor aproveitamento do terreno. Para saber os dias e os horários das missas, ligue para (48) 3228-3527. Acompanhe as atividades da paróquia em: facebook.com/paroquia.daagronomica.

Foto: Paulo Roberto Witoslawski

A Paróquia Sant’Ana, em Canelinha, foi criada em 1959 e possui 11 comunidades. A igreja matriz foi inaugurada em 1981. Para saber os dias e os horários das missas, ligue para: (48) 3264-0158. Curta também a página da paróquia: facebook.com/ParoquiaSantana. Canelinha.

Na Forania Florianópolis Continente, a Cruz Missionária visitou hospitais, casas de religiosas e o Colégio Salvatoriano Nossa Senhora de Fátima (foto).

Em Palhoça, a cruz percorreu uma associação que trabalha na ressocialização de moradores de rua, uma associação de reciclagem, casas de repouso (foto), entre outros.

A Cruz do Mês Missionário Extraordinário também esteve no Seminário de Azambuja, em Brusque.

Dentre os locais que receberam a Cruz Missionária na Forania de Itajaí, está a comunidade terapêutica Obra São Lourenço.

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Evangelização

Jornal da Arquidiocese, OUTUBRO DE 2019

Homem de fé e de ciência: Centenário de nascimento de Pe. Raulino Reitz é celebrado O cientista e sacerdote católico Raulino Reitz (foto abaixo) foi homenageado por autoridades públicas e civis da Grande Florianópolis por ocasião do centenário de seu nascimento. Quatro eventos marcaram as homenagens, um deles em Florianópolis, outros dois em Antônio Carlos, na sua terra natal e outro em Itajaí. O primeiro evento aconteceu no auditório do Tribunal de Contas de Santa Catarina, organizado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGSC) em parceria com a Academia Catarinense de Letras, no centenário de nascimento, em 19 de setembro. No dia 20, houve Sessão Solene na Câmara de Vereadores de Antônio Carlos e, no dia 21, uma missa de ação de graças, presidida pelo bispo auxiliar de Florianópolis, Dom Vito Sclickmann. Na ocasião, a cidade

inaugurou uma estátua do homenageado e fez o plantio de bromélias, objeto de estudo do padre cientista. Nas três ocasiões, o historiador e aluno do botânico, Pe. José Artulino Besen, foi convidado a falar sobre a vida de Pe. Raulino e seu impacto na ciência catarinense e brasileira. No dia 26 de setembro, o arcebispo de Florianópolis presidiu uma missa de ação de graças na Igreja Santíssimo Sacramento, em Itajaí, cidade do Herbário Barbosa Rodrigues, criado por Pe. Raulino cujo acervo atual contém 95% da flora catarinense.

Dom Wilson presidiu missa pelo centenário, em Itajaí

Legado Raulino Reitz dedicou grande parte de sua vida ao levantamento da flora catarinense. Seus trabalhos de pesquisa atingiram as áreas de Botânica, Zoologia, Genealogia e História. Sobre estes assuntos publicou 45 livros e 114 artigos científicos. Descobriu para a ciência cinco gêneros e 327 espécies novas de plantas. Criou e implantou, em 1961, o Parque Botânico do Morro Baú, em Ilhota, com 750 hectares. Neste sentido, por meio de exposição e anteprojetos, participou diretamente da criação de diversas unidades de conserva-

ção catarinenses, como o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Desempenhou os cargos de diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (1971-1975), e diretor da Fundação do Meio Ambiente (FATMA), atualmente chamada de Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Santa Catarina, de 1976 a 1983. Entre vários prêmios recebidos por trabalhos em favor do meio ambiente recebeu o Prêmio Global 500, concedido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, no México, em 1990.

CARIDADE SOCIAL

CRAI encerra atividades com número impressionante de atendimentos Após quase 600 dias de atendimento, o Centro de Referência de Atendimento ao Imigrante (CRAI) fechou as portas em 20 de setembro, após encerramento de contrato com o Governo Estadual. Sob gestão da Ação Social Arquidiocesana, o órgão realizou 14.606 procedimentos através de 10.159 atendimentos, de pessoas de 60 nacionalidades. As informações foram divulgadas em entrevista coletiva, da qual participaram o coordenador do CRAI, Luciano Leite, e a Diretora de Direitos Humanos da Secretaria do Desenvolvimento Social de Santa Catarina, Karina Euzébio Gonçalves. Segundo ela, agora imigrantes e refugiados em Florianópolis deverão procurar um dos 10 Centros de Referência de Assistência

Social (CRAS), a Defensoria Pública ou outros órgãos para atendimento conforme a demanda do imigrante. Em sua fala, Luciano destacou a experiência enriquecedora vivida nesse serviço. Frisou que, mesmo por um curto período, o CRAI deixa um grande legado

Foram 14.606 procedimentos através de 10.159 atendimentos, de pessoas de 60 nacionalidades. sobre como atuar na questão migratória e como dialogar com as políticas públicas existentes. “Para a ASA, enquanto entidade gestora deste projeto, os trabalhos

realizados cumpriram seu papel no atendimento ao migrante, indo além nos serviços prestados aos imigrantes”, destacou. Para o haitiano Wisly Jules, da Associação dos Imigrantes de Santa Catarina, a situação de um imigrante é muito delicada, principalmente pelas dificuldades com a língua. Na entrevista coletiva, ressaltou que não basta receber o imigrante, mas é preciso ajudá-lo em suas necessidades como um todo, por exemplo, com informação, com a parte documental, com ajuda psicológica, com inserção no mercado de trabalho. E, para ele, no CRAI isto era feito muito bem. Acesse o relatório completo dos atendimentos do CRAI no site da ASA: www.asafloripa.org.br.


Evangelização

Jornal da Arquidiocese, OUTUBRO DE 2019

Arquidiocese participa de Encontro Nacional de Responsáveis de Juventude A 15ª edição do Encontro Nacional de Responsáveis Diocesanos de Juventude (ENRDJ) reuniu os responsáveis diocesanos adultos para refletir sobre importantes assuntos ligados à juventude: a exortação apostólica Christus Vivit, a prevenção ao suicídio e encaminhamentos dos regionais e da Pastoral Juvenil. Participaram do evento cerca de 200 assessores de diversas dioceses e expressões juvenis. O encontro aconteceu nos dias 6 e 7 de setembro, nas dependências do Santuário Dom Bosco em Brasília, com a organização da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude (CEPJ). O assessor eclesiástico do Setor Juventude da Arquidiocese de Florianópolis, Pe. Ewerton Martins Gerent, participou do evento com a secretária do Setor, Carla Beatriz Corrêia. “Eventos como este são essenciais para que possamos estar mais bem preparados para res-

ponder os anseios dos jovens em suas mais diversas realidades, seja no ambiente urbano, quer seja no ambiente rural”, destacou ele. Um dos diferenciais deste encontro foi o aprofundamento de um assunto que vem chamando a atenção de estudiosos e dos que acompanham de perto a realidade juvenil: o aumento dos casos de suicídio e automutilação. “Percebemos uma geração de adultos despreparados para o acompanhamento juvenil, se firmando apenas num rigorismo moral conceitual que não permite entrar na dramática situação vivida pelos jovens. É preciso reafirmar o valor sagrado da vida revelado por Jesus Cristo: ‘Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância!’”, ressaltou Dom Nelson Francelino, Presidente da Comissão. Outros encaminhamentos do encontro podem ser acessados no site www. jovensconectados.org.br.

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Cronograma de outubro 01 a 08/10 | Semana Nacional da Vida 05/10 | Dia Internacional do Idoso | Catedral 13/10 | 4º Peregrinação Estadual do Terço dos Homens | Santuário Santa Paulina 19/10 | Ordenação Presbiteral do Diácono Willian Vogel | Paróquia São Luís Gonzaga - Brusque 20/10 | Dia Mundial das Missões/Coleta Missionária | Paróquias 20/10 | Dia Nacional da Juventude | Paróquias e foranias 25 a 27/10 | Retiro dos diáconos e esposas | Comunidade Bethânia 27/10 | Encerramento do Mês Missonário Extraordinário | Foranias

Seminaristas vivem experiência missionária em Nova Trento

“Selfie oficial” com os membros da CEPJ, participantes e o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Joel Portella Amado. Paróquia São Virgílio acolherá missionários em celebração aos seus 90 anos de fundação.

O assessor eclesiástico do Setor Juventude da Arquidiocese de Florianópolis, Pe. Ewerton Martins Gerent, participou do evento com a secretária do Setor, Carla Beatriz Corrêia. Na foto, com o Setor Juventude da Diocese de Joinville.

Uma vez por ano, seminaristas da Arquidiocese de Florianópolis são convidados a uma experiência missionária. Por sugestão de Dom Wilson Tadeu Jönck e com especial motivação pelo Mês Missionário Extraordinário, de 4 a 6 de outubro, 39 seminaristas e quatro padres visitarão a Paróquia São Virgílio, em Nova Trento. A chegada dos seminaristas coincide com a celebração de 90 anos de criação da paróquia. Por isso, além de celebrar

o início da experiência missionária, os paroquianos participarão de missa presidida pelo arcebispo no dia 4 de outubro, às 19h. Participam da missão os padres que trabalham na formação, os seminaristas da Arquidiocese de Florianópolis e alguns seminaristas das Dioceses de Tubarão e de Blumenau, acompanhados por lideranças da comunidade paroquial.


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Geral

Jornal da Arquidiocese, OUTUBRO DE 2019

Ordenações movimentam Arquidiocese Ordenação diaconal de Ricardo Marques e presbiteral do Pe. Sedemir Melo reuniram centenas de pessoas

Fotos: Valério Andrade

No mês de setembro, duas ordenações movimentaram a Arquidiocese de Florianópolis e reuniram centenas de pessoas na alegria destes testemunho de novas vocações. No dia 7 de setembro, Ricardo Marques foi ordenado diácono permanente na Paróquia Nossa Senhora da Glória, no bairro do Balneário, em Florianópolis. Ele escolheu como lema de sua ordenação as palavras do Salmo 137,8: “Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Completai em mim a obra começada!”. Já no dia 21, em que a Igreja celebra a Festa de São Mateus, apóstolo e evangelista, a Igreja viveu momentos de alegria e ação de graças pela ordenação presbiteral do Pe. Sedemir Valmor de Melo, no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos. Para guiar a sua vocação, o sacerdote escolheu o tema: “Essa é minha alegria e ela é completa, que ele cresça e eu diminua” (Jo 3,29c-30).

Próximas ordenações

Fotos: Pascom Paróquia Nossa Senhora da Glória

No dia 19 de outubro, é a vez do Diácono Willian Vogel ser ordenado presbítero, pela imposição de mãos e prece de ordenação do arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. A celebração será na Igreja Matriz da Paróquia São Luís Gonzaga, em Brusque, às 9h. A primeira missa no novo sacerdote será no dia seguinte, às 10h, na Comunidade Sagrado Coração de Jesus, no bairro Guarani, também em Brusque. O lema que seguirá Willian em sua vocação é: “Nada temas, eu te chamo pelo nome, tu és meu!” (Is 43,1). No mês seguinte, dia 15 de novembro, é o Diácono Clóvis Martins que será ordenado presbítero. A celebração acontecerá na Igreja Matriz da Paróquia São Joaquim, em Garopaba, às 9h. O lema escolhido por ele é: “Para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti” (Jo 17,21). Acompanhe toda a cobertura das ordenações nas redes sociais oficiais da Arquidiocese de Florianópolis e no site: www.arquifln.org.br.


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