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CICLO «O CINEMA DE SYLVIO BACK» O Ciclo de Cinema Sylvio Back tem lugar numa das salas de conferência do Vila Galé Porto, entre 23 e 25 de Setembro e conta com o apoio da Porto Film Commission.
O Hotel Vila Galé Porto tem o cinema como mote. Todas as suas salas de conferências são dedicadas a cineastas e actores, com renome mundial e nacional: Francis Ford Coppola, Jean Luc Godard, Luis Buñuel, Manuel D’Oliveira, Stanley Kubrick, Steven Spielberg, Visconti, A. Pedro Vasconcelos Maria de Medeiros, César Monteiro, Fonseca e Costa, Joaquim Leitão. Aproveitando a presença de Sylvio Back em Portugal, que estará em Barcelos de 27 a 29 de Setembro presidindo ao Júri do Festival ART&TUR, a organização do Festival, em parceria com o Grupo Vila Galé, irá homenagear este consagrado cineasta brasileiro, apresentando no Hotel Vila Galé Porto o Ciclo «O Cinema Sylvio Back» no fim-de-semana anterior ao festival (23 – 25 de Setembro).
PROGRAMA Dia 23 de Setembro – Sexta-Feira Início: 21:30 Sessão de abertura/ conferência de imprensa Exibição do filme YNDIO DO BRASIL (1995) – preto e branco/cor, 70 min. Fim: 23:15 (aproximadamente) Dia 24 de Setembro – Sábado Início: 16:00 Exibição do filme ALELUIA, GRETCHEN (1976) - cor, 118 min. Exibição do filme RÁDIO AURIVERDE (1991) - preto e branco, 70 min. À conversa com Sylvio Back - sessão aberta ao público (15 a 20 minutos) Fim: 20:15 (aproximadamente) Dia 25 de Setembro – Domingo Início: 16:00 Exibição do filme CRUZ E SOUSA - O POETA DO DESTERRO (1999) - cor, 86 min. Exibição do filme LOST ZWEIG (2003) - cor, 114 min. Sessão de encerramento Fim: 20:10 (aproximadamente) 2
Sylvio Back é um dos mais conceituados e premiados realizadores de cinema do Brasil, e recebeu em Abril de 2011 a mais alta condecoração das mãos da Presidente Dilma Rousseff.
Sylvio Back é cineasta, poeta, roteirista e escritor. Filho de imigrantes húngaro e alemã, é natural de Blumenau (SC). Ex-jornalista e crítico de cinema, autodidata, inicia-se na direção cinematográfica em 1962, tendo realizado e produzido até hoje trinta e sete filmes – entre curtas, médias e dez longas-metragens: "Lance Maior" (1968), "A Guerra dos Pelados" (1971), "Aleluia, Gretchen" (1976), "Revolução de 30" (1980), "República Guarani" (1982), "Guerra do Brasil" (1987), "Rádio Auriverde" (1991), "Yndio do Brasil" (1995), "Cruz e Sousa - O Poeta do Desterro" (1999); "Lost Zweig" (2003) e "O Contestado – Restos Mortais" (2010). Com 74 láureas nacionais e internacionais, Sylvio Back é um dos mais premiados cineastas brasileiros. A sua obra de poemas eróticos é, também, considerada uma das mais importantes atualmente editadas no país. Em 2011, recebe a insígnia de Oficial da Ordem do Rio Branco, concedida pelo Ministério das Relações Exteriores pelo conjunto de sua obra cinematográfica e de roteirista.
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YNDIO DO BRASIL (1995) – 23 DE SETEMBRO, 21H00
Sinopse Colagem de dezenas de filmes nacionais e estrangeiros - de ficção, cine-jornais e documentários – revelando como o cinema vê e ouve o índio brasileiro desde quando foi filmado pela primeira vez em 1912. São imagens surpreendentes, emolduradas por músicas temáticas e poemas, que transportam o espectador a um universo idílico e preconceituoso, religioso e militarizado, cruel e mágico do nosso índio. Ficha técnica (35mm, pb/cor, 70 min.) Pesquisa, roteiro e poemas Sylvio Back Consultores de imagem Mario Cereghino, Francisco Sérgio Moreira, Cosme Alves Netto, Carlos Roberto de Souza Pesquisa musical Jairo Severiano Dramatização de poemas José Mayer Montagem Francisco Sérgio Moreira Produção executiva Margit Richter Produção Usina de Kyno Direção Sylvio Back
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Prémios “Melhor documentário de longa-metragem” (XXII Jornada Internacional de Cinema da Bahia/1995); “Melhor Documentário em Língua Portuguesa e Castelhana” (XXVI Festival de Figueira da Foz (Portugal)/1996); Prêmio Especial do Júri (Fest Cine (Florianópolis-SC)/1997).
Crítica O mais bem-sucedido filme de Sylvio Back. – Hugo Sukman ("Jornal do Brasil”/1995). Back gosta de retirar o verniz ideológico das verdades estabelecidas, expondo o que se movimenta por trás das fachadas oficiais. (...) Na montagem, Back consegue mostrar que a partir de Rondon, toda a aproximação com os índios brasileiros foi feita por meio de um projeto pedagógico militarizante. – Luiz Carlos Merten ("O Estado de S.Paulo"/1997). Surge então um filme extremamente rico: significante (visual) e significado (áudio/roteiro) bem distanciados, dando ao espectador o sentido mais variado. De quebra, na tela, visões inacreditáveis: desde filmes mais esclarecidos (Como Era Gostoso o Meu Francês) aos mais inacreditáveis (de ficções científicas a telejornais da ditadura). E o melhor: Sylvio Back se revelou um poeta de mão cheia: “almas limpas/almas-penacho/almas-límpias/almas-apache/almas é nosso biz/nosso império nosso impropério/nosso círculo de giz/Ad majorem Dei gloriam/...” – ("Contracampo"/2005).
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ALELUIA, GRETCHEN (1976) – 24 DE SETEMBRO, 16H00
Sinopse Saga de uma família de imigrantes alemães que, fugindo ao nazismo, vem se radicar numa cidade do Sul do Brasil, por volta de 1937. Às vésperas e durante a II Grande Guerra, membros da família se envolvem com a Quinta Coluna e o Integralismo. Na década de 50, graças a ligações perigosas com o rescaldo da guerra, os Kranz são visitados por ex-oficiais da SS em trânsito para o Cone Sul. A trama se estende aos dias de hoje. Elenco Carlos Vereza, Miriam Pires, Lilian Lemmertz, Sérgio Hingst, Kate Hansen, Selma Egrei, José Maria Santos, Narciso Assumpção e Lala Schneider. Ficha técnica (35mm, cor, 118 min.) Argumento, roteiro e diálogos Sylvio Back Colaboração Manoel Carlos Karam e Oscar Milton Volpini Fotografia e câmara José Medeiros Música e arranjos O Terço Montagem Inácio Araujo Produção Embrafilme Direção Sylvio Back
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Prémios Aleluia, Gretchen: o filme mais premiado de 1977 “Melhor diretor”: Sylvio Back (“Air France”) “Melhor diretor”: Sylvio Back (“Golfinho de Ouro”) “Melhor argumento”: Sylvio Back (“Governador de São Paulo”) “Melhor roteiro”: Sylvio Back, Manoel Carlos Karam, Oscar Milton Volpini (Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA) “Melhor atriz”: Miriam Pires (“Air France”) “Melhor atriz”: Miriam Pires (“Coruja de Ouro”) “Melhor ator”: Sérgio Hingst (APCA) “Melhor fotografia”: José Medeiros (“Coruja de Ouro”) Melhor fotografia: José Medeiros (Festival de Gramado) “Melhor fotografia”: José Medeiros (“Governador de São Paulo”) “Melhor figurino”: Luis Afonso Burigo (“Coruja de Ouro”) “Melhor cenografia”: Ronaldo Leão Rego/ Marcos Carrilho (APCA) “Melhor cenografia”: Ronaldo Leão Rego/ Marcos Carrilho (“Governador de São Paulo”) “Melhor ator coadjuvante”: José Maria Santos (Festival de Gramado) Prêmio Qualidade da Embrafilme Seleção oficial XXV Festival de Berlim (Al. Ocidental)/1976 Crítica Um dos maiores filmes brasileiros de todos os tempos. – Salvyano Cavalcanti de Paiva ("História Ilustrada dos Filmes Brasileiros/1989). Denso e pesado, “Aleluia,Gretchen” permanece como a tentativa mais séria de discutir a atuação dos adeptos do nazifascismo no país, mostrando como os pensamentos de ontem sobrevivem disfarçados no comportamento de hoje. – Luiz Carlos Merten (“O Estado de S.Paulo”/1997). “(“Aleluia, Gretchen”), provavelmente um dos dez melhores filmes brasileiros em qualquer classificação. – Deonísio da Silva, escritor (“Jornal do Brasil”/2005). 7
RÁDIO AURIVERDE (1991) – 24 DE SETEMBRO, 18H00
Sinopse Com imagens e sons inéditos de Carmen Miranda e do Brasil na II Guerra Mundial, o filme penetra no desconhecido universo da guerra psicológica que conturbou a presença da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália (1944-45). Através das musicalmente alegres e irônicas transmissões de uma rádio clandestina, tema-tabu entre os pracinhas, o filme acaba também revelando as tragicômicas relações entre os Estados Unidos e o Brasil durante o conflito – cujas conseqüências jamais se esgotaram. Ficha técnica (35mm, PB, 70 min.) Pesquisa, iconográfica, roteiro e textos Sylvio Back Consultores de imagem Francisco Sérgio Moreira, Bob Summers (EUA) e Cosme Alves Netto Montagem Francisco Sérgio Moreira Produção executiva Margit Richter. Produção Embrafilme Direção Sylvio Back
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Prémios “Melhor pesquisa” (Sylvio Back) (V Festival de Cinema de Natal-RN/1991) Crítica Mais que um filme sobre a FEB, “Rádio Auriverde” é um filme sobre a imagem do Brasil num episódio de alta exposição. Cruel, panfletário, incômodo corolário de um cinema que não nasceu para agradar ou cortejar. – Carlos Alberto de Mattos (em “Sylvio Back – Filmes Noutra Margem”, PR/1992). ... a noção que talvez mova toda a cinematografia de Back, o desejo de quebrar a ingenuidade e festividade na visão de momentos históricos. Intento esse que lhe custou um dos mais sacudidos debates do recente cinema nacional, na empreitada de "Rádio Auriverde", uma criticada visão da participação dos pracinhas na II Guerra. – Orlando Margarido ("Gazeta Mercantil", SP/2001). Sylvio Back, talvez o cineasta que de forma mais consistente vem se ocupando de nosso passado, histórico ou artístico, em filmes como "Rádio Auriverde" e, especialmente, "Yndio do Brasil". – João Luiz Vieira (Site Contracampo, Rio/2001).
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O POETA DO DESTERRO (1999) - 25 DE SETEMBRO, 16H00
Sinopse Biografia do poeta brasileiro, filho de escravos, João da Cruz e Sousa (1861-1898), fundador do Simbolismo no Brasil e considerado o maior poeta negro da língua portuguesa. Através de 34 "estrofes visuais", o filme rastreia desde as arrebatadoras paixões do poeta em Florianópolis (SC) ao seu emparedamento social, racial e intelectual e trágico fim no Rio de Janeiro. Elenco Kadu Carneiro, Maria Ceiça, Léa Garcia, Danielle Ornelas, Jaqueline Valdívia, Guilherme Weber e Luigi Cutolo. Ficha Técnica (35mm., cor, 86 min.) Roteiro Sylvio Back Diretor de fotografia Antonio Luiz Mendes. Direção de arte Rodrigo de Haro Cenografia Idésio Leal Figurinos Lou Hamad Som direto Silvio Da-Rin Direção musical Silvia Beraldo Montagem Francisco Sérgio Moreira Produção Usina de Kyno Direção Sylvio Back 10
Prémios Prêmio "Glauber Rocha" (“Melhor filme dos três continentes – Ásia, África e América Latina)" e "Menção honrosa" pela "pesquisa de linguagem" da crítica internacional – 29º Festival Internacional de Cinema de Figueira da Foz (Portugal, 2000); Nominação para a categoria de “Melhor Fotografia” (Antonio Luiz Mendes) Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – 2000. Crítica É, realmente, seu melhor filme, um dos mais belos do cinema brasileiro recente. – Luiz Carlos Merten ("O Estado de S.Paulo"/2001).
Suas falas, simultaneamente teatrais, poéticas e cinematográficas, arrebatam os espectadores. Back usa o cinema como pretexto para demonstrar a habilidade em metaformosear-se em vários suportes distintos. É um cinema que agride pelo lirismo, dá porrada pela poesia. – Alécio Cunha ("Hoje em Dia", Belo Horizonte/MG/2002).
Acho um filme admirável. – Alexei Bueno ("Jornal do Brasil"/2001).
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LOST ZWEIG (2003) – 25 DE SETEMBRO, 17H30
Sinopse Última semana de vida do escritor judeu austríaco Stefan Zweig, autor do livro "Brasil, País do Futuro" e de sua jovem mulher, Lotte que, num pacto cercado de mistério, se suicidam em Petrópolis (RJ) após o Carnaval de 1942, ao qual haviam assistido. Um gesto que ainda hoje, sessenta anos depois, desperta incógnitas e assombro pela sua premeditação e caráter emblemático. Elenco Rüdiger Vogler, Ruth Rieser, com Renato Borghi, Daniel Dantas, Ney Piacentini, Juan Alba, Ana Carbatti e Odilon Wagner. Ficha técnica (35mm., cor, 114 min.) Argumento Sylvio Back Roteiro Sylvio Back e Nicholas O'Neill Baseado no livro "Morte no Paraíso", de Alberto Dines Diretor de Fotografia Antonio Luiz Mendes Montagem Francisco Sérgio Moreira Música Guilherme Vergueiro/Raul de Souza Produção Usina de Kyno Produção executiva Margit Richter Direção Sylvio Back 12
Prémios “Melhor Atriz” (Ruth Rieser); “Melhor Roteiro” (Sylvio Back e Nicholas O´Neill) “Melhor Direção de Arte” (Bárbara Quadros) (36º Festival de Brasília/2003); “Melhor Fotografia” ((11º. Festival de Cinema de Cuiabá/2004); Seleção official (XXII Festival Cinematográfico Internacional Del Uruguay/2004); Prêmios “Melhor Filme”, “Melhor Diretor” (Sylvio Back); “Melhor Fotografia” (Antonio Luiz Mendes); “Melhor Trilha Sonora” (Raul de Souza e Guilherme Vergueiro) (14º. CineCeará/2004). Crítica Notável pela qualidade da encenação em seus vários aspectos – como fotografia, trilha musical, interpretação, cenários e figurinos – a recriação dirigida por Sylvio Back concentra-se nos últimos dias de Zweig. – Sérgio Rizzo (História Viva/2004). O resultado é um filme sóbrio, melancólico e politizado, que se distingue do gênero biopic porque lhe interessa menos a reconstituição histórica estrita e mais a percepção de um país e de uma época sob os olhos de um estrangeiro. – Cássio Starling Carlos (“Folha de S.Paulo”/2008). A História, para Sylvio Back, não é uma mocinha recatada a quem se deva respeito. É antes uma puta sempre aberta à livre dramatização e às licenças da metáfora. Seu partido é o da dúvida, do questionamento das certezas. Assim foi com as missões jesuíticas ("República Guarani"), a guerra do Paraguai ("Guerra do Brasil"), a participação do Brasil na II Guerra Mundial ("Rádio Auriverde"). Assim é com a “vida brasileira” de Stefan Zweig, que ele retrata no ritmo compassado e solene de um réquiem. – Carlos Alberto de Mattos (“O Globo”/2007).
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