Senado condena Dilma Rousseff; Temer assume com o desafio de tirar o país da crise

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FUNDADO EM 1875

Quarta-feira

31 DE AGOSTO DE 2016

JULIO MESQUITA (1862 - 1927)

estadão.com.br

EDIÇÃO DE 14H15

ESPECIAL

SENADO CONDENA DILMA ROUSSEFF; TEMER ASSUME COM O DESAFIO DE TIRAR O PAÍS DA CRISE Em votação histórica, senadores cassam mandato da petista por 61 votos a 20; peemedebista promete reformas PLACAR DO IMPEACHMENT NO SENADO

Como ler o gráfico

61

20

A FAVOR DO IMPEACHMENT

NO JULGAMENTO FINAL, ERAM NECESSÁRIOS

54

CONTRA O IMPEACHMENT

81

OS SENADORES ESTÃO ORDENADOS POR COLUNAS, POR PARTIDOS E POR ORDEM ALFABÉTICA DENTRO DOS PARTIDOS

O PRIMEIRO É DÁRIO

É O TOTAL DE SENADORES

VOTOS PARA DILMA TER O MANDATO CASSADO

BERGER PMDB - SC

Dário Berger PMDB - SC

Jader Barbalho PMDB - PA

Romero Jucá PMDB - RR

Antonio Anastasia PSDB - MG

José Aníbal PSDB - SP

Ciro Nogueira PP - PI

Lúcia Vânia PSB - GO

Wellington Fagundes PR - MT

Omar Aziz PSD - AM

Pedro Chaves PSC - MS

Zeze Perrella PTB - MG

José Pimentel PT - CE

Elmano Férrer PTB - PI

Randolfe Rodrigues REDE - AP

Edison Lobão PMDB - MA

José Maranhão PMDB - PB

Rose de Freitas PMDB - ES

Ataídes Oliveira PSDB - TO

Paulo Bauer PSDB - SC

Gladson Cameli PP - AC

Roberto Rocha PSB - MA

Davi Alcolumbre DEM - AP

Sérgio Petecão PSD - AC

Cristovam Buarque PPS - DF

Angela Portela PT - RR

Lindbergh Farias PT - RJ

João Capiberibe PSB - AP

Vanessa Grazziotin PCdoB - AM

Eduardo Braga PMDB - AM

João Alberto Souza PMDB - MA

Simone Tebet PMDB - MS

Aécio Neves PSDB - MG

Ricardo Ferraço PSDB - ES

Ivo Cassol PP - RO

Romário PSB - RJ

José Agripino DEM - RN

Acir Gurgacz PDT - RO

Fernando Collor PTC - AL

Fátima Bezerra PT - RN

Paulo Paim PT - RS

Lídice da Mata PSB - BA

Roberto Muniz PP - BA

Eunício Oliveira PMDB - CE

Marta Suplicy PMDB - SP

Valdir Raupp PMDB - RO

Cássio Cunha Lima PSDB - PB

Tasso Jereissati PSDB - CE

Wilder Morais PP - GO

Cidinho Santos PR - MT

Ricardo Franco DEM - SE

Lasier Martins PDT - RS

Alvaro Dias PV - PR

Gleisi Hoffmann PT - PR

Paulo Rocha PT - PA

Kátia Abreu PMDB - TO

Garibaldi Alves Filho PMDB - RN

Raimundo Lira PMDB - PB

Waldemir Moka PMDB - MS

Dalirio Beber PSDB - SC

Ana Amélia PP - RS

Antonio Magno Carlos Valadares Malta PSB - SE PR - ES

Ronaldo Caiado DEM - GO

Telmário Mota PDT - RR

Eduardo Lopes PRB - RJ

Humberto Costa PT - PE

Regina Sousa PT - PI

Roberto Requião PMDB - PR

Hélio José PMDB - DF

Renan Calheiros PMDB - AL

Aloysio Nunes Ferreira PSDB - SP

Flexa Ribeiro PSDB - PA

Benedito de Lira PP - AL

Fernando Bezerra Coelho PSB - PE

José Medeiros PSD - MT

Eduardo Amorim PSC - SE

Reguffe

Jorge Viana PT - AC

Armando Monteiro PTB - PE

Otto Alencar PSD - BA

Vicentinho Alves PR - TO

s/ sigla - DF

Por partido PMDB

PT

PSDB

PSB

PP

PR

PSD

DEM

PDT

PTB

PRB

PCdoB

PSC

PPS

PTC

Rede

Sem Partido

A favor

17

11

5

6

4

3

4

3

1

1

2

1

1

PV

1

1

Contra

2

10

2

1

1

2

1

1

– INFOGRÁFICO/ESTADÃO

m uma decisão histórica, o plenário do Senado aprovou na tarde de hoje, por 61 votos a favor, 20 contra e nenhuma abstenção, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, de 68 anos. A petista foi cassada de seu mandato presidencial, conquistado na eleição de 2014 com 54,5 milhões de votos, e o presidente em exercício Michel Temer, de 76 anos, toma posse definitivamente no comando do Executivo federal. O peemedebista é o 37.º presidente da República e, também, o terceiro a assumir o Palácio do Planalto após afastamento de titulares deste período democrático. A decisão faz de Dilma o segundo presidente da República do Brasil a sofrer impeachment, desde o impedimento de Fernando Collor de Mello, em 1992. O resultado final do impeachment – quase nove meses depois de o processo ser aberto pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no início de dezembro do ano passado – também encerra uma hegemonia de 13 anos do PT no poder central do País, iniciada em 2003 com a eleição, no ano anterior, de Luiz Inácio Lula da Silva. Eram necessários ao menos 54 votos favoráveis para que se consumasse o impeachment de Dilma. Não houve surpresa no resultado. Na véspera, o Placar do Impeachment do Estado já indicava um número suficiente de votos para a cassação. O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, que presidiu o processo no Senado, deu início à sessão final às 11h16 e proclamou o resultado às 13h35. O plenário também votou um pedido de destaque sobre a inabilitação de Dilma

E

para o exercício de cargos públicos por oito anos. Por 42 votos a favor, 36 contra e três abstenções, Dilma manteve seus direitos políticos. O processo, conforme destacou Lewandowski, terminou com cerca de 27.400 páginas, compreendidas em 72 volumes. Dilma foi acusada e condenada por crime de responsabilidade pelas pedaladas fiscais – nome dado à prática do Tesouro de atrasar de forma proposital o repasse para bancos públicos e privados e autarquias para melhorar artificialmente as contas federais – e pela edição de decretos federais de créditos suplementares para diversas áreas do governo sem a autorização do Congresso. Lewandowski lembrou que Dilma fez sua defesa por 11 horas e 35 minutos no plenário do Senado, respondendo a 48 parlamentares. Depois, 66 senadores fizeram uso da tribuna na fase dos debates que se estendeu até a madrugada de hoje. A defesa de Dilma – que, durante toda a discussão no Congresso, classificou a acusação contra a petista como tecnicalidades e “golpe parlamentar” contra a democracia – deve recorrer ao Supremo, apresentando um mandado de segurança para questionar vícios do processo e desvio de poder de Cunha. Os acusadores, por sua vez, defenderam, ao longo de todo o julgamento, a legalidade do processo. Temer – que já ocupava o cargo em exercício desde 12 de maio, quando o Senado tinha aprovado por até 180 dias o afastamento temporário da petista – terá agora como desafio imediato manter uma base aliada significativa no Congresso para aprovar projetos de emenda constitucional que contribuam para o ajuste das contas públicas, como a PEC do Teto dos Gastos e uma reforma da Previdência.


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