Arte em Família

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Screen Confira: Guia de prensas térmicas (pág. 16)


PERFIL

Arte em família Administrada por pai e filhas, Arte no Papel entrou aos poucos no mercado de fotoprodutos e, agora, oferece aos clientes diversas opções o contrário do que muitas pessoas pensam em fazer quando se aposentam, Celso Joaquim dos antos resolveu montar um negócio em vez de apenas ficar em casa, descansar e viajar. O senhor, formado em tecnologia mecânica pela Faculdade de Tecnologia (Fatec), viu na formatura da filha, em publicidade e propaganda pelo Instituto Municipal de Ensino Superior (Imes), uma grande oportunidade de montar uma empresa familiar. "O meu pai se aposentou na época em que eu me formava. Foi uma ideia para empregar a nós dois", conta Greice Esteves dos Santos, a filha mais velha de Celso. O novo empreendedor pegou a oportunidade de comprar um imóvel em área comercial e a experiência adquirida em trabalhos de artes gráficas desenvolvidas anteriormente em sua própria casa e juntou tudo ao conhecimento obtido pela filha na faculdade. Tanto para Celso como para Greice era um desafio iniciar um negócio próprio e fazê-lo dar certo. "Ter ~ Silk-Screen I Março 2012

algo próprio significa ter a liberdade de alcançar os próprios objetivos, não os dos outros. Acho que a maioria das pessoas almeja isso, mas é necessário ter muito mais responsabilidades", declara a empresária. Dessa forma, em 2005, Celso e Greice abriram a Arte no Papel, na Rua Inácio, 654, no bairro paulistano da Vila Zelina. "No começo, era apenas material de papelaria e informática e fazíamos alguns serviços de gráfica expressa. Depois, a papelaria foi ficando para trás, permanecendo apenas a área de informática. Os serviços de gráfica expressa foram dando lugar aos fotoprodutos", explica Greice, que cuida, principalmente, da administração da empresa, compra de material, busca por novos fornecedores, entre várias outras atividades. E lentamente os fotoprodutos passaram a fazer parte dos serviços oferecidos pela empresa. A ideia surgiu a partir de clientes que pediam para fazer lembrancinha de aniversário e nascimento, aproveitando que a Arte no Papel fazia cartões de visita.

O negócio foi crescendo e, em 2007, a filha caçula se juntou ao pai e à irmã. Juliana Esteves dos Santos, formada em educação física, voltou da Europa e passou a ajudar na loja. Após começar a trabalhar na Arte no Papel, fez curso de Criação e Produção Gráfica Digital e MBA- Master of Business Administration- em Gestão Empresarial. Assim, passou a cuidar mais da parte de criação e elaboração das artes, tratamento de imagem e atendimento ao cliente durante e pós-venda.

Há quase sete anos no mercado, Arte no Papel ampliou os serviços oferecidos de acordo com a demanda


As mudanças foram inevitáveis, assim como a necessidade de adquirir novos equipamentos para dar conta de toda a demanda com qualidade e dentro do prazo exigido. Para eles, o principal divisor de águas foi a aquisição de uma impressora de grande formato. "Em 2010, adquirimos uma impressora Mutoh HQ55, da Fuji, e uma plotter de recorte. Com isso, trouxemos toda a produção para dentro de nossa empresa, deixando, assim, de estarmos à mercê dos prazos e das qualidades dos terceirizados", diz Greice. Tendo impressora e plotter na loja, deixaram de ter dor de cabeça com qualidade de impressão e tiragem mínima exigida pelas empresas que realizam trabalhos de impressão. "Fazer fotoprodutos com o pessoal de comunicação visual é complicado, pois eles trabalham em cima de quantidade e não de qualidade. Os produtos feitos por eles são para visualização de longe, não precisam de alta resolução ou de materiais muito bem acabados. Os nossos produtos são pequenos, para serem manuseados, precisam de uma qualidade fotográfica e um bom q.c'abamento", explana a administradora da Arte no Papel. Da mesma forma que a produção foi para dentro da loj a, também acharam melhor eles mesmos tirarem as fotos para os fotopro-

dutos, já que este tipo de material exige todo o cuidado possível. Assim, Celso transformou um hobby em profissão para ajudar profissionalmente as duas filhas em uma atividade empreendedora. "Sempre gostei de imagens. Por meio da fo tografia, pude criar as minhas próprias imagens. Para mim, o registro histórico das nossas vidas é muito valioso", conta Celso. Para registrar as pessoas da melhor forma possível, o fotógrafo - que também cuida do movimento bancário da empresa, atendimento a clientes na loja, controle de notas fiscais e estoque e montagem de produtos como banners e painéis - e as filhas criaram um estúdio para dar aos produtos da loja uma qualidade profissional. "Fotos caseiras dão aos fotoprodutos uma cara de 'feito em casa' e nós queríamos produzir um produto diferenciado", afirma Greice. Com a intenção de manter os clientes cheios de opções, a Arte no Papel faz pesquisas e visita feiras para se manter atualizada econhecer as novidades do mercado. "Hoje produzimos alguns produtos que só são encontrados nas grandes empresas de brindes para os consumidores de pequenas quantidades". explica a publicitária. Mesmo com boas perspectivas e demanda crescente, pai e filhas enfrentam algumas dificuldades, sendo

a maior delas convencer o cliente a ir até o estúdio para tirar as fotos para o produto desejado. "Em um mundo em que todo mundo quer fazer tudo de casa, pela intemet, fazer o consumidor sair de casa e atravessar a cidade para tirar uma foto, às vezes, é complicado. No entanto, quem vem uma vez acaba vindo sempre, pois já conhece o diferencial que esse trabalho faz", entrega Greice. Na Arte no Papel, "se a foto enviada pela intemet está muito ruim, aconselhamos ao cliente tirar a foto em nosso estúdio. Se ele não quiser, às vezes, nem pegamos o serviço, pois acredito que entregar um produto deficiente não é bom riem para o cliente, que espera algo de qualidade, e nem para a empresa, porque todos os trabalhos levam o nome da Arte no Papel, sejam eles bons ou ruins", explica. Entre os planos, o principal é expandir o espaço físico e dividi-lo em setores. Assim, serão criados espaços diferentes para o estúdio, a criação e a produção. Quanto à aquisição de novos equipamentos, estão sempre pesquisando novas tecnologias. "Aparecendo algo que nos interesse e estando dentro de nossas possibilidades financeiras, é claro que os equipamentos serão bem-vindos. Em um ramo onde os clientes voltam anualmente, é preciso sempre ter novidades em produtos ou serviços", finaliza Greice.


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